Saude_09.book Page 89 Wednesday, September 3, 2003 10:20 AM Contribuições de Terapia Ocupacional para Detecção de Alterações Visuais na Fonoaudiologia Contribuitions of the occupational therapy to the detection of visual alterations in Speech Pathology RESUMO – A deficiência visual congênita pode levar a alterações secundárias, afetando todos os aspectos do desenvolvimento infantil. Especialmente nos casos em que o diagnóstico ocorre tardiamente, os desenvolvimentos psicomotor, cognitivo, socioafetivo e da linguagem podem ser comprometidos. Grande parte das alterações congênitas está associada a comprometimentos da visão. Assim, profissionais da área da saúde que atuam em programas de triagem ou intervenção precoce podem, com procedimentos simples, detectar precocemente desvios na conduta visual de lactentes, auxiliando no diagnóstico precoce. O presente trabalho aborda aspectos do desenvolvimento visual normal e sugere procedimentos para a observação das funções visuais que podem servir de alerta a um diagnóstico precoce. Palavras-chave: DETECÇÃO PRECOCE – FUNÇÕES VISUAIS – LACTENTES. HELOISA G. R. G. GAGLIARDO* Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação “Prof. Dr. Gabriel O.S. Porto” (CEPRE ) – Faculdade de Ciências Médicas (Unicamp/SP) *Correspondências: Rua Tessália Vieira de Camargo, 126 – Cidade Universitária Zeferino Vaz – 13084-971 Barão Geraldo – Campinas/SP E-mail: [email protected] ABSTRACT – Congenital visual impairment can cause additional alterations, affecting many aspects of the child’s development. When diagnosis occurs later in the child’s life, the psychomotor, cognitive, social and language developments can suffer alterations. Part of the congenital problems can be associated to visual impairments. Therefore, professionals from the health area, who actually work in screening programs or in early intervention programs, can apply simple proceedings to detect alterations in infants’ visual functions, aiding in the early diagnosis. The following paper discusses some aspects of normal visual development and suggests strategies on how to observe visual functions as an alert to early diagnosis. Keywords: EARLY DETECTION – VISUAL FUNCTIONS – INFANTS. Saúde em Revista CONTRIBUIÇÕES DE TERAPIA OCUPACIONAL PARA DETECÇÃO DE ALTERAÇÕES VISUAIS NA FONOAUDIOLOGIA 89 Saude_09.book Page 90 Wednesday, September 3, 2003 10:20 AM INTRODUÇÃO E mbora a deficiência visual não seja um impedimento para a aquisição da linguagem, ela afeta algumas interações naturais (contato de olho/olhar mútuo) que se estabelecem desde cedo entre a criança e seus familiares. As trocas afetivas iniciais por parte do bebê, sobretudo para com a mãe, que é o elemento mediador entre ele e o mundo, podem ficar severamente comprometidas pela ausência de reciprocidade no olhar, interferindo nos processos iniciais de comunicação (BOTEGA & GAGLIARDO, 1998). Nesse sentido, Finello et al. (1994) referem que a deficiência visual em idades precoces, além de comprometer a motricidade e a cognição, leva a alterações no processo de aquisição da linguagem. A visão interfere no desenvolvimento dos outros sistemas sensoriais, no sistema motor, no aspecto cognitivo e no aspecto socioemocional. Dessa forma, a deficiência visual pode levar a alterações no desenvolvimento global da criança. Conforme Jan et al. (1990), a deficiência visual não é uma condição isolada, pois afeta todo o processo de integração da informação, interferindo em todas as áreas do desenvolvimento relacionadas com as habilidades mediadas pela visão. Para Alves e Kara-José (1996), qualquer anormalidade na visão é capaz de levar a dificuldades no aprendizado, no relacionamento social e no rendimento das atividades motoras e cognitivas. Estudos realizados mais recentemente por Prechtl et al. (2001) relatam que a deficiência visual congênita altera os sistemas vestibular e proprioceptivo, gerando mudanças em outras áreas do desenvolvimento. Verifica-se, dessa maneira, a enorme importância do diagnóstico precoce de alterações visuais. Contudo, cabe lembrar que, em idades precoces, o diagnóstico de deficiência visual provoca impactos também nas relações familiares. Quando ocorre logo após o nascimento, ou nos primeiros meses de vida da criança, as relações mãe-bebê e os outros membros da família resultam sob forte impacto emocional, podendo gerar comprometimentos futuros no desenvolvimento infantil. Além disso, a convivência com as limitações da criança gera angústia, ansiedade, sentimentos de culpa e depressão (BOTEGA & GAGLIARDO, 1998). Como esses sentimentos revelam-se difíceis de serem superados, os profissionais que atuam com essas crianças e suas famílias devem estar preparados para acolhê-las, respeitando as diferentes reações e 90 estabelecendo uma relação de parceria com os pais, com o objetivo central de promover o desenvolvimento da criança. No que se refere à intervenção precoce, necessário se faz conhecer a complexidade do processo de desenvolvimento infantil normal, de modo a prevenir, detectar precocemente desvios e estabelecer estratégias de intervenção (GAGLIARDO, 1997). Porém, triagens clínicas para a detecção precoce de alterações no desenvolvimento têm sido utilizadas com maior freqüência em crianças consideradas de risco. Ainda assim, para Baird e Hemming (1982), a detecção precoce em todas as situações, de risco ou não, é o principal veículo para a propícia intervenção. Com a detecção e o diagnóstico precoces, as crianças obterão os benefícios da habilitação, pois as alterações visuais estarão sendo diagnosticadas nos períodos de sensibilidade crítica, oportunos para o desenvolvimento das diferentes áreas do sistema nervoso central, incluindo as responsáveis pela visão. Estima-se que aproximadamente 70% das crianças com diagnóstico de deficiência visual apresentam outros problemas associados, sendo a múltipla deficiência mais comum nos casos de deficiência visual congênita (HYVÄRINEN, 1988). No entanto, verifica-se que crianças com alterações neurológicas congênitas tendem a ter primeiramente diagnosticados os comprometimentos motores, já que eles normalmente são mais visíveis, e, assim, possíveis alterações nos sistemas sensoriais acabam sendo investigadas mais tarde. DESENVOLVIMENTO VISUAL: ASPECTOS DE INTERESSE PARA PROFISSIONAIS DA ÁREA DA SAÚDE No início do século XX, acreditava-se que o desenvolvimento ocorria apenas em conseqüência da maturação neurológica. Para os estudiosos da época, eram as mudanças maturacionais que permitiam o ambiente ter efeito sobre o desenvolvimento. Hoje em dia sabe-se da inter-relação entre maturação e experiências ambientais, uma favorecendo o desenvolvimento da outra. Um exemplo disso acontece na esfera do desenvolvimento visual e das vias neurológicas da visão. As experiências visuais vivenciadas em um ambiente enriquecido de estímulos podem alterar favoravelmente o processo de maturação. As modificações maturacionais ocorridas poSAÚDE REV., Piracicaba, 5(9): 89-94, 2003 Saude_09.book Page 91 Wednesday, September 3, 2003 10:20 AM dem, por sua vez, modificar a prontidão do organismo para assimilar os estímulos recebidos do ambiente (LIPSITT, 1986). Inúmeras pesquisas realizadas nas décadas de 1960 e 1970, entre elas, as de Wiesel e Hubel (1963), abriram perspectivas para a determinação dos períodos críticos de maturação em diferentes regiões do sistema nervoso central. Cabe lembrar que um período crítico é definido como o tempo durante o qual o desenvolvimento fica particularmente sensível a condições externas nocivas (KINNEY et al., 1988). Nessa perspectiva, os estudos de Wiesel (1982) demonstraram que o primeiro ano de vida é crítico para o desenvolvimento das funções da visão e que a privação de estímulos visuais, nessa fase, pode provocar alterações anatômicas e funcionais irreversíveis. Com relação ao desenvolvimento visual, verifica-se que já nas primeiras semanas de vida a retina, as vias ópticas e córtex visual desenvolvem seus contatos celulares. Porém, isso ocorre na medida em que chegam os estímulos e mais e mais sinapses são realizadas pelas células neurais, favorecendo a função visual e tornando-a permanente (HYVÄRINEN, 1988; ALVES & KARA-JOSÉ, 1996). Sabe-se que a estrutura anatômica básica das vias visuais tem início no período pré-natal e a densidade sináptica, na vigésima oitava semana de idade gestacional. Passa por rápido crescimento do nascimento até o quarto mês de vida, atinge o máximo aos oito meses de vida pós-natal e, então, começa a diminuir. Na idade de 11 meses, aproximadamente 40% das sinapses foram eliminadas. Os assim chamados “eventos regressivos” no desenvolvimento do cérebro são reconhecidos como altamente críticos e caracterizam-se por morte celular e eliminação seletiva de processos neuronais e sinapses (HUTTENLOCHER, 1990; PALLAGROSI, 1993). A observação de morte celular e eliminação de processos neuronais e de sinapses, ocorrendo durante o período de organização do desenvolvimento, apresenta implicações para a demonstração de que a plasticidade do cérebro em desenvolvimento diminui após esse período de organização (OPPENHEIM, 1991). Além dos aspectos abordados, é importante acrescentar que, ao nascimento, os olhos estão geneticamente determinados para a visão normal, sendo necessárias, no entanto, experiências visuais adequadas e oportunas durante o período de maturação para que as possibilidades genéticas possam se expressar (CIANCIA, FIONDELLA & PENERINE, 1986). Em concordância com esses autores, Alves e Kara-José (1996) referem que, além da estimulação luminosa, boas condições anatômicas e fisiológicas são imprescindíveis para que ocorra um desenvolvimento visual dentro dos padrões de normalidade. Assim, se a quantidade de estímulos visuais for pequena, o número de sinapses também o será, fazendo com que o desenvolvimento visual não se processe com normalidade. É fundamental, portanto, haver estímulo visual desde o nascimento, de modo que os contatos celulares se efetuem, produzindo um desenvolvimento visual normal. Durante o primeiro ano de vida acontecem as maiores e mais rápidas transformações no desenvolvimento visual. Já nas etapas subseqüentes, essa evolução submetese a ajustes finos, que podem evoluir até por volta dos oito ou nove anos de idade, completando-se o desenvolvimento da capacidade visual da criança (ALVES & KARA-JOSÉ, 1996). A inter-relação entre experiências ambientais e maturação neurológica, no primeiro ano de vida, influenciará o desenvolvimento das funções visuais nos anos seguintes. Esses aspectos alertam para a importância da detecção precoce de alterações visuais. DETECTANDO PRECOCEMENTE ALTERAÇÕES NO COMPORTAMENTO VISUAL DE LACTENTES E CRIANÇAS Conforme Gagliardo e Nobre (2001), detectar precocemente alterações visuais significa oferecer à criança a oportunidade de participar de programas de habilitação infantil, em que serão motivados o seu desejo e a sua curiosidade, necessários para que ela possa agir sobre o ambiente e realizar seu processo de aprendizagem. Na intervenção precoce valoriza-se a abordagem em equipe interdisciplinar, na qual profissionais de diferentes disciplinas trazem seus conhecimentos para compor estratégias de intervenção, visando a favorecer o desenvolvimento da criança. No caso da deficiência visual, essa abordagem se faz indispensável, visto que a deficiência visual em si não está relacionada a outros comprometimentos. Entretanto, ela gera deficiências secundárias, ao interferir diretamente em todas as ações mediadas pela visão, restringindo as relações que a criança estabelece com o meio. Uma dessas deficiências secundárias consiste no comprometimento no processo Saúde em Revista CONTRIBUIÇÕES DE TERAPIA OCUPACIONAL PARA DETECÇÃO DE ALTERAÇÕES VISUAIS NA FONOAUDIOLOGIA 91 Saude_09.book Page 92 Wednesday, September 3, 2003 10:20 AM de aquisição de fala e linguagem. Para Lima et al. (2001), a linguagem se desenvolve por meio de dois canais, auditivo e visual, sendo esse último necessário à aquisição de gestos, leitura e escrita. Assim, nos primeiros meses de vida, as alterações que podem ocorrer derivam da limitação ou ausência dos comportamentos considerados os primórdios da comunicação, destacando-se o contato de olho, o sorriso e as reações às diferentes expressões faciais. Sem a motivação visual, a criança com deficiência visual pode apresentar um comportamento passivo e a sua curiosidade em explorar e apreender o mundo ao redor pode ser severamente limitada. A criança é um ser total e em constante transformação, e, para se desenvolver, integra todas as informações recebidas do ambiente. Cada profissional, por sua vez, tem um olhar específico para os aspectos do desenvolvimento infantil, diretamente relacionado com a sua área de formação acadêmica. Contudo, profissionais da área da saúde envolvidos com a intervenção precoce, incluindo fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e psicólogos, entre outros, deparam-se freqüentemente com crianças que apresentam deficiência múltipla. Nesses casos, cada um deles deve estar atento a todos os aspectos do desenvolvimento delas, pois a disfunção em uma área pode gerar alterações em outra. A limitação na integração da visão com os outros sentidos pode levar a criança a apresentar comportamentos estereotipados, como balanceio, batidas rítmicas das mãos sobre os objetos, movimentos rítmicos dos dedos à frente dos olhos e fala fora de um contexto. Tais comportamentos interferem em todas as áreas do desenvolvimento e são percebidos inicialmente no precário uso que essas crianças fazem das mãos para a descoberta do mundo (BOTEGA & GAGLIARDO, 1998). Dificuldades em trazer as mãos para a linha média ou dirigir a mão para um objeto apresentado na linha média da visão podem ser indícios de comprometimento visual. Outro aspecto observado logo nos primeiros meses de vida é a dificuldade em estabelecer o contato de olho com a mãe ou examinador, bem como a falta de interesse por objetos e a limitação na habilidade de fixar e seguir visualmente um objeto em movimento. Sabemos que o sorriso, importante função socioafetiva, aparece por volta do segundo mês de vida. Lactentes sorriem espontaneamente diante da inte92 ração que estabelecem com o adulto. A observação de quais situações a criança manifesta o sorriso pode também contribuir para a detecção. Podemos, assim, observar se o sorriso aparece a partir da estimulação visual proposta pelo adulto, ou seja, contato de olho e sorriso, ou se o sorriso surge apenas em resposta à fala do adulto. Informações sobre a visão da criança podem ser obtidas por meio de procedimentos formais e informais, utilizando testes objetivos, subjetivos ou simplesmente observando a conduta da criança diante dos estímulos que lhe são oferecidos. Apesar do baixo custo e da facilidade da aplicação, a avaliação comportamental requer do examinador experiência e habilidade de observação (MOTA et al., 2000), afora o conhecimento sobre o processo de desenvolvimento infantil. Observar o comportamento espontâneo da criança não significa obter medidas que quantifiquem sua visão, e sim levantar informações que qualifiquem a visão e sirvam de alerta para uma observação mais cuidadosa e, se necessário, pronto encaminhamento a serviços oftalmológicos para diagnóstico. Em termos práticos, observando como a criança expressa seu comportamento na relação com os objetos e o ambiente, pode-se obter informações valiosas sobre as diferentes funções visuais, como segue: • esfera visual: é a distância em que a criança apresenta reação visual a um objeto. No primeiro trimestre de vida, a melhor distância em que um objeto desperta o interesse visual da criança é de aproximadamente 25 a 30 centímetros. Essa esfera visual tende a aumentar nos meses seguintes, com o desenvolvimento de outras funções visuais; • reação à luz: desde os primeiros dias de vida, o bebê reage a focos de luz. Ele pode fechar os olhos diante de um estímulo luminoso diretamente dirigido aos seus olhos, o que é uma reação esperada. Nos meses seguintes, pode buscar a fonte de luz, inicialmente, nos campos periféricos e, posteriormente, nos campos inferior e superior da visão. No entanto, o fato de um bebê, desde os primeiros meses de vida, manter o olhar dirigido intensamente para a fonte de luz, sem apresentar desconforto, pode ser indício de alguma alteração visual. Ao contrário, em um ambiente muito iluminado, a tentativa de ele fechar os olhos ou desviar o olhar do foco luminoso, demonstrando muito desconforto, pode ser SAÚDE REV., Piracicaba, 5(9): 89-94, 2003 Saude_09.book Page 93 Wednesday, September 3, 2003 10:20 AM • • • • outro indicativo. Nesse caso, a criança pode estar apresentando fotofobia; fixação e seguimento visual: essas duas importantes funções oculomotoras podem ser observadas a partir do primeiro mês de vida. Após o terceiro mês, a fixação visual apresenta-se firme e estável e o seguimento visual pode ser verificado, nas trajetórias horizontal e vertical, como um movimento cada vez mais harmonioso, em esferas visuais diferentes (30 a 50 centímetros); contato de olho: bebês têm grande interesse pelo rosto humano ou por figuras em contraste que o represente. Essa função também pode ser percebida desde os primeiros meses de vida, inclinando nossa face alinhada com a da criança, dentro de sua esfera visual de resposta, na tentativa de estabelecer contato visual; sorriso: é uma função a ser observada a partir do segundo mês de vida. Sorrindo para o bebê com um alinhamento face a face, modificando expressões faciais e movimentando a cabeça, podemos desencadear o sorriso na criança, se ela tiver a habilidade de estabelecer o contato de olho; preensão precedida de fixação visual: a partir do terceiro ou quarto mês de vida, é possível detectar alterações no funcionamento visual de bebês quando lhes é oferecido um objeto atrativo, a uma distância possível de ser agarrado, e não se verifica tentativas de alcance. Um cuidado importante nessa observação é utilizar um objeto que não produza nenhum som, pois crianças com baixa visão tendem a localizar objetos utilizando pistas auditivas. CONCLUSÃO Observando o comportamento espontâneo de lactentes e crianças, fonoaudiólogos podem detectar precocemente alterações visuais. O exame desse comportamento permitirá verificar como o lactente ou a criança usa sua visão para a construção de seu universo sensório-motor, enfatizando as bases para o desenvolvimento da linguagem. A possibilidade de perceber com antecipação transtornos do desenvolvimento, de diferentes naturezas, reflete o compromisso do fonoaudiólogo como profissional da área da saúde, seja pelo encaminhamento da criança a serviços médicos para diagnóstico seja por sua atuação em intervenção precoce. Detectando o mais cedo possível alterações visuais, fonoaudiólogos estarão contribuindo para um diagnóstico precoce e para a prevenção de deficiências secundárias, favorecendo o pleno desenvolvimento da criança e melhorando a sua qualidade de vida. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, M.R. & KARA-JOSÉ, N. O Olho e a Visão. Rio de Janeiro: Vozes, 1996. BAIRD, A.S & HEMMING, A.M. Neonatal vision screening. J. Vis. Impairm. Blind., 76: 182-185, 1982. BOTEGA, M.B.S. & GAGLIARDO, H.G.R.G. Intervenção precoce na deficiência visual: o que fazemos? Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 2 (1): 46-50, 1998. CIANCIA, A.O.; FIONDELLA, A.M. & PENERINE, Y.P. La Estimulación Temprana en Oftalmologia. 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