VIII Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal II Congresso Internacional de Enfermagem Obstétrica e Neonatal 30, 31 de outubro e 1o novembro de 2013 Florianópolis - Santa Catarina - Brasil O CUIDADO À CRIANÇA PEQUENA NO JORNAL A SAÚDE PÚBLICA NA DÉCADA DE 19201 Luciane de Almeida Araujo2 Alessandra Teixeira Velasco3 Cassilda Virtuosos Gomes4 1 Pesquisa do Programa de Iniciação Científica da Universidade Estácio de Sá, referente ao período de agosto 2013 a julho 2014, com concessão de bolsa. 2 Enfermeira e Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO; Especialização em Enfermagem Obstétrica pela Escola de Enfermagem da UERJ. Coordenadora Local do Curso de Graduação em Enfermagem pela Universidade Estácio de Sá – Campus Sulacap. Membro dos grupos de pesquisa Laboratório de Pesquisa de História da Enfermagem e Laboratório de Abordagem Científica em Enfermagem. E-mail: [email protected] 3 Identificação dos autores (graduação, titulação máxima, instituição, e-mail). Graduada em Enfermagem e Obstetrícia. Especialista em Gestão de Saúde, pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ e Pós Graduada - Lato Sensu - em Condutas de Enfermagem no Paciente Crítico, pela Faculdade de Enfermagem Luíza de Marilac. Discente Especial do Mestrado na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro UNIRIO. Professor do Curso de Graduação em Enfermagem na Universidade Estácio de Sá. Experiência na área de Enfermagem, com ênfase em Enfermagem na Saúde da Mulher. E-mail: [email protected] 4 Acadêmica do 4º período do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Estácio de Sá – Campus Sulacap. Voluntária do Projeto de Iniciação Científica pela UNESA. Introdução: Estudo que possui como objeto de pesquisa o cuidado recomendado à criança pequena pelo Jornal de Propaganda e Educação Sanitária: A Saúde Pública, publicado em abril de 1926 no Rio de Janeiro. No mesmo período em que se criou o DNSP, atual Escola de Enfermagem Anna Nery, houve a publicação de jornais de distribuição gratuita com diversos assuntos direcionados aos hábitos de vida da população em geral, dentre eles: “ÁS MÃES”, que trata dos cuidados à criança pequena. Mediante ao exposto, este estudo propõe na perspectiva histórica, os seguintes objetivos: identificar as relações do cuidado recomendadas pelo jornal A Saúde Pública, publicado em abril de 1926 no Rio de Janeiro e classificar as relações do cuidado à criança pequena com a teoria ambientalista de Florence Nightingale. Frente a carência de registros historiográficos que remetam a construção de uma trajetória histórica do cuidado na infância, busca-se através dos registros publicados no jornal A SAÚDE PÚBLICA alcançar valores, comportamentos e práticas do cuidado à criança associada a identidade profissional da enfermagem brasileira. Para isso, será utilizado como proposta metodológica uma abordagem de cunho histórico-social na perspectiva exploratória com base na análise documental, uma vez que permite dialogar com documentos ainda não analisados, de acordo com o objeto de estudo. Como referencial teórico para esta pesquisa será identificada a relação do cuidado recomendado à criança pequena às ideias de Florence Nightingale contidas no livro “Notas sobre Enfermagem – o que é e o que não é” e posteriormente transpostas para os registros do Jornal de Propaganda e Educação Sanitária. Como resultados, após realizar a leitura da fonte primária deste estudo, os registros permitiram identificar e categorizar os seguintes cuidados à criança pequena: o sonno, a alimentação do bebê e o banho. Assim, no jornal de Propaganda e Educação sanitária recomenda que o sonno da criança deve ser respeitado como uma coisa sagrada. Recomenda ainda que até o sexto mês de vida, a criança precisa dormir quase todo tempo, todavia é preciso interromper o sono da criança para alimentá-la, mas desperta-los para brincar ou mostra-los às visitas é muito ruim pois lhes excitam os nervos. Nesse contexto Florence refere aos efeitos de barulho para o recém-nascido, onde relata que uma criança não deveria ser assustada por barulhos altos ou repentinos, bem como não acorda-las nessas circunstâncias, pois existiam crianças que morriam mediante esse som. O leite materno é o alimento preferencial para a alimentação do bebê, o que confere maior resistência da criança às doenças. Entretanto, o horário de alimentação deve ser seguido através do Relógio do bebê, onde a alimentação deve ser feita em seio materno de 3 em 3 horas mamando cerca de 20 a 30 minutos em cada manada. Com relação ao banho, o Jornal de Propaganda e Educação Sanitária recomenda que imediatamente após a secção e ligadura do cordão umbilical deve-se proceder o banho. Nos dias seguintes, o banho não deve exceder de 3 a 4 minutos. Assim, no que tange a alimentação e higiene do corpo, Florence destaca que a alimentação adequada além da higiene e conforto do corpo através de vestimentas limpas, o que inclui as roupas que vestem o corpo como também as roupas de cama, contribuem para o processo restaurador do corpo. CONCLUSÃO: Através desse estudo percebe-se a valorização do saber feminino em prol dos cuidados ao recém-nascido o que implica na trajetória histórica para a enfermagem obstétrica e neonatal identificando rupturas e continuidades dos cuidados de determinados fenômenos comportamentais e soais no transcorrer das décadas no Brasil. Descritores: história da enfermagem, cuidado e recém-nascido