Andrea Ramal
Filhos
bem-sucedidos
Sete maneiras de ajudar seu filho a
se realizar na escola e na vida
Sumário
Introdução9
Os modelos de educação de hoje e de amanhã
9
1. Estimule uma atitude empreendedora15
Atitude: o ingrediente decisivo
Sonhar alto: por que não?
Fortalecendo a mentalidade de crescimento
Pontos fortes e autoconfiança
15
16
21
26
2. Forme seu filho como cidadão do século XXII30
Emoções e relacionamentos
Fazendo bom uso da tecnologia
Eduque para a sustentabilidade Eduque para o consumo consciente
Educação financeira
Filhos com valores para hoje e amanhã
O limite entre disciplina e liberdade
31
34
38
41
47
51
55
3. Acerte ao escolher a escola 61
Critério 1: Afinidade com o projeto pedagógico
Critério 2: Qualidade dos professores
Critério 3: Abertura à participação da família
Critério 4: Clima favorável
Critério 5: Espaço físico e instalações adequadas
Critério 6: Recursos e equipamentos
65
66
67
67
68
69
Critério 7: Cuidados com segurança e saúde
Critério 8: Localização
Critério 9: Nota da escola
Critério 10: Escola no século XXII
70
71
71
72
4. Ensine seu filho a estudar75
Aprendendo a aprender
Crie o hábito do estudo
Estabeleça acordos para a vida escolar
Planeje a agenda da semana
Foco e concentração
É preciso desligar os aparelhos eletrônicos?
Técnicas para um estudo eficaz
Qual é o estilo de aprendizagem do seu filho?
Para se sair bem em português e matemática
76
77
81
83
88
90
93
98
100
5. Potencialize o trabalho da escola104
Família e escola: trabalho de equipe
Reuniões de pais
Como avaliar a qualidade da escola Como não atrapalhar o trabalho da escola
Trunfos que potencializam o estudo
104
111
113
120
121
6. Ajude seu filho a superar os problemas da vida escolar128
A volta às aulas não precisa ser um problema
Quando seu filho parece desmotivado
Como se defender do bullying
Quando seu filho fica em recuperação
O aluno foi reprovado: e agora?
Distúrbios de aprendizagem
Na hora de mudar de escola
128
130
133
136
138
141
146
7. Vá além do que a escola oferece149
A formação integral
149
Leitura e cultura geral
153
Esportes e atividade física
157
Língua estrangeira
159
Música161
Epílogo163
Ferramentas166
Ferramenta 1 – Guia para Escolher uma
Creche ou Pré-Escola
Ferramenta 2 – Guia para Escolher a Escola do seu Filho
Ferramenta 3 – Acordos da Vida Escolar Ferramenta 4 – Agenda da Semana Ferramenta 5 – De Olho no Alvo
Ferramenta 6 – Teste dos Três Cs: Cabeça,
Corpo ou Coração
166
168
169
169
170
171
Para saber mais177
Introdução
Os modelos de educação
de hoje e de amanhã
Se você acha que a educação é cara,
experimente a ignorância.
Derek Bok, educador americano
Todo pai e toda mãe desejam que seu filho tenha sucesso na
vida. Isso não se refere necessariamente a fama, dinheiro ou
poder. O conceito de sucesso tem mais a ver com felicidade e
bem-estar. Uma pessoa bem-sucedida é aquela que vive com
qualidade e equilíbrio, se sente realizada e está bem consigo e
com os outros.
Os pais sabem que grande parte desse sucesso está na qualidade da educação recebida na infância. Mas como educar os filhos
num mundo com mudanças tão rápidas, tecnologias poderosas e
alta competitividade? A educação que precisa ser oferecida hoje,
tanto em casa quanto na escola, certamente não é a mesma de
décadas atrás.
Até algumas décadas, o mundo se organizava de outro modo.
Não se produzia uma quantidade tão grande de informação e em
tamanha velocidade. Aprender uma profissão era suficiente para
garantir um trabalho por toda a vida.
Cada profissional tinha tarefas individuais e bem-definidas
para cumprir, horários rígidos e chefes para comandá-lo. Quem
sabia muito era aquele que guardava muitos conhecimentos na
própria cabeça.
O que acontecia em cada país ficava, em geral, limitado ao es9
paço de suas fronteiras. Cada ciência era estudada por pesquisadores especializados. Havia espaços demarcados: trabalho e lazer,
público e privado, atividades da empresa e rotinas da casa. Na
comunicação, existiam emissores e receptores com papéis fixos.
A escola é uma instituição planejada para preparar as pessoas
para viver naquele modelo de sociedade. Como uma fábrica, ela
tem instalações diferentes para cada atividade, matérias bem
divididas e sinais sonoros anunciando o início e o fim do expediente.
Ela recebe grupos de crianças a cada ano e, mesmo que tenham histórias, interesses e aptidões diferentes, forma turmas
com base na idade delas, como se fossem artigos agrupados pela
data de fabricação.
Como numa linha de produção industrial, por meio de suas
engrenagens (aulas, provas, atividades, rotinas, etc.), a fábrica-escola entrega, depois de alguns anos, um conjunto de produtos
semelhantes: indivíduos “adaptados” ao meio social e cultural.
Nessa escola, as crianças são solicitadas a guardar o máximo
de dados que puderem na cabeça (tabuada, fórmulas, verbos,
regras gramaticais). E devem prestar contas do que sabem em
provas individuais, aplicadas em datas marcadas. Mas nem sempre gostam do que estudam ou veem sentido no que é ensinado.
O professor apresenta o conteúdo; o aluno o recebe passivamente. As tarefas são rotineiras e manuais. Quem não se adapta
acaba saindo da linha de produção: é reprovado ou expulso,
como um produto que “deu errado”. Valoriza-se mais o resultado
– a nota, o “passar de ano” – do que o processo – o modo como
se aprende. Isso compromete o encantamento que existe na descoberta e na aprendizagem.
Esse modelo reforça uma dinâmica nas relações sociais. Forma pessoas que se habituam a um comportamento na vida: elas
abrem um caderno em branco e esperam que alguém lhes diga o
que deve ser escrito.
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Pesquisas realizadas ao longo de vários anos acompanhando o
desempenho de um grupo de crianças desde a educação infantil
mostraram que, no pré-escolar, seu pensamento era muito mais
criativo do que depois de frequentarem cinco a dez anos de escola. Isso acontece provavelmente porque, ao longo do tempo, a
cabeça das crianças é, de certo modo, formatada.
Você já pensou que, em casa, os pais – formados por esse mesmo modelo de escola – muitas vezes acabam reproduzindo esse
tipo de educação?
No entanto, o mundo de hoje é muito diferente. A informação é produzida em grande quantidade e circula de modo
incrivelmente veloz.
Os elementos decisivos da produção e da geração de riqueza
não são mais terra, capital e trabalho. O fator decisivo é o conhecimento. Por isso, as pessoas precisam aprender o tempo todo
ao longo da vida. Só que o conhecimento não fica mais dentro
da cabeça. Ele está espalhado em sites, redes e dispositivos tecnológicos, e muda a toda hora. Não se pode memorizar tudo. O
importante é saber gerenciar esse enorme conjunto de dados.
Agora não se trabalha mais sozinho, mas em grupos. Os saberes e as disciplinas se articulam: psicopedagogia, neurobiologia,
biotecnologia, etc. O que acontece num país repercute imediatamente no outro, apagando as fronteiras.
A tecnologia faz parte da nossa vida e reduz os limites entre
público e privado, lazer e trabalho, lares e empresas. Nunca
paramos de nos comunicar, alternando os papéis de receptores
e emissores. Sentimos que precisamos estabelecer relações continuamente. Somos interativos, conectando dados e pessoas e
tecendo uma grande rede de milhares de cores e formas.
A cada cinco ou dez anos, nosso mundo tem feito o que outras
gerações levaram 100 ou 200 anos para fazer. As mudanças acontecem num ritmo mais veloz do que a escola consegue acompanhar. Por isso, pensar numa formação para o século XXI já é
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defasado. Mais vale pensar no século XXII, porque é dele, de sua
dinâmica e seus valores, que estamos mais próximos.
E, para pensar como deveria ser essa educação, precisamos levar em conta que a maioria dos países desenvolvidos está questionando o atual modelo de produção e consumo, pois trata-se de um
modelo esgotado, que gera infelicidade e frustração nas pessoas,
reforça as desigualdades, contamina e destrói o meio ambiente.
Como resposta, surge o conceito de desenvolvimento sustentável, que supõe satisfazer as necessidades das gerações de hoje
sem comprometer a qualidade de vida das gerações futuras. Nele
estão incluídos processos que favoreçam a integração social, a
distribuição de renda e o fortalecimento da democracia.
O novo cidadão precisará pensar “fora da caixa” para construir
esse novo modelo social, baseado em sustentabilidade e equidade. Nesse cenário, conhecimentos decorados ou habilidades
construídas a partir de exercícios mecânicos e rotineiros já não
serão suficientes. Será necessário ter criatividade, capacidade de
dialogar com os outros, além de habilidade para lidar com as diferenças, gerenciar as próprias emoções e aprender com rapidez
e autonomia.
Essas preocupações estão de algum modo presentes nos projetos pedagógicos da maioria das escolas. No entanto, um sistema
de ensino projetado em outro século não muda com tanta velocidade. A realidade é que as práticas de ensino de hoje, embora
estejam se transformando, ainda são muito parecidas com a educação do passado.
Dito isso, a questão que se levanta é: como você vai ajudar
seu filho a se preparar para viver bem no mundo de hoje e no de
amanhã?
Neste livro você conhecerá sete fatores-chave que irão auxiliá-lo nessa nobre tarefa.
Em primeiro lugar, é preciso estimular as crianças a ter uma
atitude empreendedora, que as leve a querer se desenvolver e
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construir o próprio caminho. Esse é o ponto de partida, pois tudo
depende da postura que se tem diante da vida e da vontade que
temos ou não de ir em frente e progredir.
O segundo fator-chave trata das competências e dos valores
que se fazem necessários na educação de hoje, num mundo
permeado de discussões sobre sustentabilidade, igualdade entre
os sexos, cooperação e respeito à diversidade. Isso requer o desenvolvimento não só da razão, mas sobretudo da inteligência
emocional de crianças e jovens. Envolve também a formação da
autonomia, com o adequado equilíbrio entre limites e liberdade.
Você verá como alcançar isso no dia a dia.
Agora é importante ponderar o seguinte: se a escola, sozinha,
não dá conta de formar o novo cidadão, por outro lado o que ela
oferece é fundamental. O que se ensina lá é a base da educação
futura. Hoje o conhecimento pode estar acessível a todos e disperso em muitos lugares, mas é na sala de aula que se aprende a
sistematizá-lo, a atribuir sentido ao que se conhece.
Com uma base educacional forte, a pessoa se torna mais apta a
aprender sempre, aumentando seu valor como profissional e até
alcançando mais qualidade de vida – afinal, gente culta e bem-informada sabe cuidar melhor da saúde, dos próprios recursos
e da família.
A formação básica é decisiva também para o ingresso no ensino superior. Exames aplicados ao final do ensino médio definem
se o jovem poderá cursar uma boa faculdade e, assim, receber
uma formação universitária de qualidade para ser um profissional competente.
É por isso que o terceiro fator-chave é acertar desde o ponto de
partida: ao escolher a escola do seu filho. A escola é sua parceira na
educação, espaço no qual a criança passa no mínimo quatro horas
por dia, 200 dias por ano, ao longo de 12 anos. Aqui você encontrará um guia para avaliar qual instituição pode atender melhor o
seu filho e qual tem mais afinidade com a sua visão educacional.
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O quarto fator é bastante prático: você pode ajudar seu filho
a estudar melhor e de maneira mais eficiente, usando técnicas
específicas. Com planejamento, organização, foco e ferramentas
adequadas, é possível fazer com que as horas dedicadas ao autodesenvolvimento rendam mais.
Pesquisas comprovam que, quanto mais os pais se envolvem
no acompanhamento da vida escolar, melhor é o desempenho
das crianças. Você pode, portanto, potencializar o trabalho da
escola, e aprenderá a fazer isso quando falarmos sobre o quinto
fator-chave.
Em seguida, chegamos ao sexto fator: ajudar seu filho a superar
os problemas que às vezes surgem ao longo da vida escolar. Eles
podem ser tanto acadêmicos – provas, recuperação, mudança de
escola –, quanto de comportamento ou relacionamento – como
bullying, falta de motivação, entre outros.
Por fim, o sétimo fator-chave trata do que pode fazer a diferença. Num mundo altamente competitivo, como seu filho vai se
destacar? Se você oferecer uma formação que vai além do que a
escola proporciona, isso funcionará como acelerador da capacidade de aprender e será um diferencial na vida profissional.
Neste livro, você aprenderá a incorporar cada um desses fatores
na educação do seu filho e encontrará as ferramentas para ajudá-lo a alcançar os melhores resultados. Bom trabalho e sucesso!
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1
Estimule uma atitude empreendedora
Proatividade significa mais do que tomar a iniciativa.
Implica que nós, como seres humanos, somos responsáveis
por nossas próprias vidas. (...) As pessoas proativas
carregam o tempo dentro de si: faça chuva ou faça sol,
não interessa, elas avançam graças a seus valores. E se
um de seus valores é realizar um trabalho de qualidade,
elas não dependem de o tempo estar bom ou não.
Stephen Covey, escritor e educador, em
Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes
ATITUDE: O INGREDIENTE DECISIVO
Quando algumas pessoas se destacam na sua profissão ou mesmo nas realizações da vida pessoal, muita gente pensa que elas
simplesmente tiveram sorte ou que já encontraram quase tudo
pronto e seguiram um caminho natural predefinido. Muitas vezes, colocam essa ideia na nossa cabeça quando somos crianças:
“Fulano tem sucesso porque nasceu numa família rica”; “Beltrano prosperou porque herdou os clientes do pai”.
Quem nasce numa família com recursos, frequenta boas escolas e recebe de antemão muitas ferramentas para a vida tem
mesmo uma vantagem inicial sobre pessoas que não desfrutam
das mesmas condições. Em certos casos, é uma vantagem bem
grande. Mas não é um ponto final.
Na fórmula da vida, há um ingrediente decisivo. É como na
cozinha: se você não colocar fermento na massa do bolo, ele não
vai crescer. Na vida, o ingrediente decisivo é a atitude.
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Atitude é a forma de encarar a vida. Uma atitude empreendedora, traduzida em esforço, persistência, garra e muito trabalho,
é o fermento do bolo. No mundo das empresas, ela seria considerada uma poderosa vantagem competitiva.
Muita gente que teria tudo para dar certo na vida acaba não
decolando justamente por falta de atitude. Assim como também
existe gente que enfrenta muitas dificuldades mas dá a volta por
cima, tem sucesso e é feliz.
Você pode e deve ensinar a seu filho essa atitude empreendedora, mostrando desde cedo que o que faz a diferença é a capacidade de assumir as rédeas do próprio destino. E a educação
é fundamental para isso: quem estuda se torna mais capaz de
realizar o que deseja.
SONHAR ALTO: POR QUE NÃO?
Sonhar não custa nada. Não é algo exclusivo dos privilegiados
economicamente, nem dos mais jovens, nem dos que moram
em determinado lugar. Seja qual for a idade, a situação social, o
credo ou a profissão, todo mundo pode sonhar.
Mas tem gente que não sonha. Quando você pergunta “O que
você pretende fazer da vida?”, a pessoa não sabe e fala coisas
como: “Ah, o futuro a Deus pertence.” Ou: “O que vier é lucro.”
Ou ainda: “Eu deixo a vida me levar.”
E tem aquelas que até sonham, mas sonham pequeno. Por
exemplo: “Eu queria muita coisa, mas... quem sou eu para querer?” Ou: “Eu posso não ser totalmente feliz, mas do jeito que
está, até que está bom.” Ou ainda: “Eu queria fazer muita coisa,
mas, se algo der errado, as pessoas vão rir de mim, então é melhor eu ficar quieto no meu canto.”
Certamente não são esses indivíduos que mudarão o mundo.
Frases como essas não motivam ninguém a estudar e se desenvolver.
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Já aquelas pessoas que fizeram coisas marcantes na vida em
benefício dos demais, ajudando a mudar realidades, são grandes
fontes de inspiração. Veja alguns exemplos.
Pessoas que nos inspiram a ser mais
Mahatma Gandhi (1869-1948), advogado indiano e líder pacifista que atuou na África do Sul e na Índia, foi o maior defensor do
princípio da não agressão – forma não violenta de protesto – como
meio de revolução social. Seu sonho era construir um mundo
de paz. “Nossa ira controlada pode ser convertida numa força
capaz de mover o mundo”, disse ele. Foi preso por vários anos e
até sofreu atentados, mas não se acovardou e se manteve fiel a
seus ideais. Algumas das marchas que ele comandou reuniram
milhares de pessoas. Sua vida e suas palavras são hoje fonte de
inspiração para o mundo. Outras frases de Gandhi: “Você tem que
ser o exemplo de mudança que deseja para o mundo. Se eu quero
mudar o mundo, tenho que começar por mim”, “Existem dois dias
no ano em que não podemos fazer nada: o ontem e o amanhã”.
Martin Luther King Jr. (1929-1968) foi pastor protestante e ativista político americano, um dos mais importantes líderes na defesa
dos direitos civis, principalmente dos negros e das mulheres. Na
sua época, a discriminação racial nos Estados Unidos era muito
forte, a ponto de, em certas regiões, os negros terem que ceder
o lugar no ônibus para os brancos e serem barrados em escolas
e restaurantes reservados aos brancos. Num famoso discurso, na
frente de 250 mil pessoas, Martin Luther King Jr. disse: “Eu tenho
um sonho: que um dia os filhos dos descendentes de escravos e
os filhos dos descendentes dos donos de escravos poderão se
sentar juntos, à mesa da fraternidade. Que minhas quatro crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas
pela cor da pele, mas por seu caráter.” Por ter a ousadia de sonhar
com algo novo e justo, Martin Luther King Jr. sofreu repressão,
ameaças, teve a casa atacada e foi preso várias vezes, mas nunca
se intimidou.
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Madre Teresa de Calcutá (1910-1997) era uma missionária católica nascida na Albânia que foi para a Índia e dedicou a vida a
cuidar dos mais excluídos da sociedade, como leprosos, idosos,
cegos, doentes, portadores de HIV, órfãos, mulheres abandonadas
e presidiários. Escreveu: “Enquanto estiver vivo, sinta-se vivo. Se
sentir saudades do que fazia, volte a fazê-lo. Não viva de fotografias amareladas. Continue, quando todos esperam que desista.
Não deixe que enferruje o ferro que existe em você. Faça com que,
em vez de pena, tenham respeito por você. Quando não conseguir
correr através dos anos, trote. Quando não conseguir trotar, caminhe. Quando não conseguir caminhar, use uma bengala. Mas
nunca pare.”
O que essas personalidades têm em comum?
Todas elas olharam para a realidade, viram algo que as incomodou e disseram: eu posso trabalhar para mudar isso. Tiveram
coragem para se arriscar por um ideal e garra diante dos problemas, sem desistir na primeira dificuldade que apareceu. Enfrentaram com ousadia a mesmice e o status quo.
Pessoas assim são um estímulo para todos nós.
Quem tem um ideal busca se aprimorar. A pessoa quer ser
mais, se esforça para ser alguém melhor, para fazer tudo com
mais qualidade.
Hoje a mídia fabrica muitos ídolos para crianças e jovens. Em
quem você vai ensinar seu filho a buscar inspiração?
Você não precisa exigir que seu filho mude a história do
mundo nem esperar que ele seja um Mahatma Gandhi, um
Martin Luther King ou uma Madre Teresa de Calcutá. Mas pode
estimulá-lo a ter a mesma coragem de sonhar, de querer mais e
de pensar grande.
Permita que seu filho seja movido a sonho. O sonho é para as
pessoas o que o combustível é para as máquinas, o que o alimento
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é para o corpo. O sonho de cada um é aquilo que lhe dá a energia
para viver.
Em geral quem é movido a sonho se empenha para fazer tudo
da maneira mais competente possível, e isso envolve se qualificar:
estudar, desenvolver seus talentos e se aprimorar para chegar lá.
COMO FALAR COM SEU FILHO
Conte a seu filho a história daqueles dois pedreiros que estavam
colocando massa nos tijolos quando alguém perguntou a um deles:
– O que você está fazendo?
– Assentando tijolos – respondeu ele.
– E você, o que está fazendo? – perguntaram ao segundo pedreiro.
– Estou construindo uma catedral.
A vida tem a cor das lentes com as quais cada um olha para ela.
Ensine seu filho a ver o sentido maior de tudo o que faz, inclusive em relação às coisas cotidianas, como as aulas e o estudo.
Mostre ao seu filho que a pessoa é do tamanho do seu sonho.
Se você sonha pequeno, sua vida nunca vai ter, nem sequer para
si mesmo, um sentido maior. Se você sonha grande, a atividade
mais simples do dia a dia ganha uma nova cor. Ela é parte de um
plano mais ousado que você está construindo para a sua vida.
Quem não tem um sonho não tem motivação. Já morreu e não
sabe! Está vivo apenas para “bater ponto”, como aquele time que
já foi eliminado e joga só para cumprir tabela. Dificilmente terá
garra para enfrentar as dificuldades.
Sem sonhos, as pessoas vão ficando sem alegria, se deprimem
e murcham como uma planta que não recebe a luz do sol. A falta
de sentido para a própria vida é a maior de todas as pobrezas.
Se alguém não tem vontade de levantar da cama, não gosta do
trabalho, não acha nada divertido, não se alegra com a felicidade
dos outros, este é um sinal de alerta. Será que perdeu seu sonho?
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Será que já teve algum? A vida só tem sentido quando há algo
maior para se buscar. Ela nos foi dada para coisas grandiosas.
O escritor Bernard Shaw disse: “Algumas pessoas olham para
as coisas que existem e se perguntam: ‘Por quê?’ Eu olho para as
coisas que ainda não existem e pergunto: ‘Por que não?’”
As pessoas que mudaram o mundo não tiveram medo de
sonhar, de pensar grande. Elas tomaram as rédeas do seu destino, como o navegador que segura o leme e decide para onde
o barco vai.
Na vida é exatamente assim: as pessoas bem-sucedidas não são
as que ficam à deriva esperando a correnteza levar, mas as que
pegam o leme e dão a direção.
Você já parou para pensar que, no caso do seu filho, sobretudo
quando ainda é uma criança, a referência dele é você? Já se deu
conta de que é seu papel ajudá-lo a construir uma personalidade
ousada e segura de si?
Ensine seu filho a pensar em algo importante e valioso que deseja ser ou fazer e a se atrever a perguntar: por que não? Por que
não eu? Por que não agora?
PARA DAR CERTO
• Conte a seu filho histórias de vida como a de Mahatma Gandhi,
Martin Luther King, Madre Teresa de Calcutá e outras personalidades que você admire. Mostre que essas pessoas não
foram deuses, e sim seres humanos como nós. Podemos imitar
algumas de suas características: a garra, a energia, a coragem
de sonhar.
• Peça a seu filho que imagine o que ele gostaria de fazer, quais
profissões o atraem e por que as escolheria.
• Nunca desestimule ou ridicularize uma ideia nova que ele compartilhar com você.
20
• Não critique brincadeiras que ele inventar, a não ser que sejam
prejudiciais.
• Dê o exemplo: tenha sonhos, seja positivo, mantenha uma atitude empreendedora diante da vida.
• Mostre que, para ser bom no que você deseja fazer, o estudo é
fundamental. Ensine seu filho a acreditar que o esforço, quando
é para o bem, sempre vale a pena.
FORTALECENDO A MENTALIDADE DE CRESCIMENTO
Você sabia que a autoconfiança aumenta o rendimento escolar?
Crianças que se sentem mais seguras de si aprendem mais.
Os pais podem e devem reforçar a autoconfiança de seus filhos. E isso é o que a maioria tenta fazer – afinal, ninguém pensa:
“O que posso fazer hoje para minar o esforço do meu filho, atrapalhar sua aprendizagem e limitar seu sucesso?” Em vez disso, o
pai e a mãe procuram fazer tudo o que podem para que o filho
seja bem-sucedido, feliz e autoconfiante.
O problema é que muitas coisas que os pais dizem podem ter o
efeito inverso. Por não conhecerem e não aplicarem as técnicas adequadas de motivação, os pais às vezes enviam mensagens erradas.
Por exemplo, imagine que os pais digam ao filho: “Você é muito
inteligente. Mesmo sem estudar quase nada tirou a nota máxima!”
Aparentemente esse foi um elogio. Mas veja as mensagens
que os pais passaram sem perceber ou o que a criança poderá
entender:
• Se eu não aprender muito rápido, vão pensar que não sou
inteligente.
• Pessoas inteligentes estudam pouco e tiram notas boas.
21
• É melhor eu não estudar demais, ou pensarão que não sou
inteligente.
• O sucesso é algo que pode vir rápido e com facilidade.
Leia a seguir algumas orientações sobre como motivar o seu
filho comunicando-se com ele da maneira correta.
A primeira dica é simples: não o critique o tempo todo, nem
coloque exigências ou expectativas acima da capacidade dele.
Isso não quer dizer que os pais não devam fazer correções,
mostrar erros ou comentar problemas. Tudo depende da forma
como isso é feito e do cuidado que se tem para que as conversas
sejam realmente positivas.
Procure estimular seu filho a evoluir e, ao repreendê-lo, escolha cuidadosamente as palavras. Para as crianças, é difícil separar
os elogios e as broncas dos sentimentos.
Uma crítica feita pelo pai, pela mãe ou pelo irmão mais velho
pode ter o mesmo impacto de uma frase como “Eu não gosto de
você” ou “Você não está à altura do que eu espero”. Já os elogios –
sinceros, é claro – funcionam como reforços positivos.
QUANDO VOCÊ DIZ
SEU FILHO ENTENDE
O que você fez? Está tudo errado!
Não agrado meus pais.
Que ideia mais ridícula! Nem pensar.
Melhor não ter novas ideias.
Você ainda não entendeu!?
Sou lento.
Com a sua idade, seu irmão já sabia isso.
Sou pior do que meu irmão.
Muito bem. Estou orgulhoso de você.
Sou amado.
Você me surpreendeu ao cumprir tão
bem a tarefa.
Posso melhorar ainda mais.
Agora cabe uma advertência importante. Na nossa sociedade
existe uma mentalidade muito voltada para proteger as crianças
do fracasso e da decepção. Essa postura pode ser prejudicial.
22
Quando eu era criança, meus pais me inscreveram em aulas
de tênis, e logo vieram os torneios. Pude perceber desde então
que os jogos e as competições são interessantes para despertar o
desejo de superação, além de oferecerem outros benefícios.
No entanto, os pais precisam ficar atentos para, por um lado,
não exigir dos filhos aquilo que eles não podem fazer, ao menos
naquele momento; e, por outro, não proteger excessivamente as
crianças do fracasso. Lidar com derrotas no esporte, assim como
na vida, é uma questão de aprendizado.
Vamos ver o caso da menina Bianca. Leia o relato a seguir e
analise o que você faria se Bianca fosse sua filha.
O que você faria?
Os pais matricularam Bianca, de 10 anos, na escolinha de tênis
do bairro.
Ela logo demonstrou levar muito jeito para o esporte. Não perdia um treino e em pouco tempo dominou as principais jogadas.
No final do ano, o professor organizou um torneio de um dia entre as crianças, com vários jogos de curta duração e um pequeno
troféu para os vencedores.
Bianca disputou as partidas com entusiasmo e, mesmo iniciante, chegou à final.
Apesar da tensão natural da disputa, ela começou ganhando
o jogo, mas depois o placar virou e Bianca foi derrotada pela adversária.
A menina saiu da quadra segurando o choro, sentou desanimada num canto e desabou em lágrimas.
Se Bianca fosse sua filha, o que você diria a ela após o jogo?
Essa situação é bastante comum e podemos pensar em algumas alternativas, retomando frases que já ouvi muitos pais dizerem aos filhos em ocasiões semelhantes. Para fazer essa análise,
23
vou me basear nos estudos de Carol Dweck, professora de psicologia da Universidade de Stanford. (Para mais informações vá até
a seção Para saber mais, no final deste livro.)
O que você diria a Bianca?
1. Você foi bem melhor do que a outra durante o jogo todo.
2. Não se preocupe. O tênis não é tão importante; a vida é mais
do que isso.
3. Alguns pontos foram roubados! Se o juiz não se enganasse,
você teria ganhado.
4. Você é muito capaz. Na próxima disputa contra ela, sem
dúvida vai vencer.
5. Você nem se mexeu na quadra. Parece que não aproveitou
nada das aulas.
6. Esqueça isso e vamos comer seu lanche preferido, hambúrguer com batata frita, ou comprar algo que você queira no
shopping.
7. Você jogou bem, mas realmente não mereceu ganhar.
Na primeira alternativa, falta sinceridade. Bianca perdeu e,
portanto, não foi a melhor, e ela sabe disso.
A segunda opção, dizer que o tênis não importa, acabará
ensinando-a a desvalorizar a prática desse esporte, a não ser que
você seja um campeão.
A terceira coloca a culpa nos outros – nesse caso, no juiz. Dessa forma a criança vai entender que pode culpar os demais pelas
próprias deficiências.
A quarta relaciona capacidade com vitória. Será que, mesmo
que Bianca tenha capacidade, é garantido dizer que vai ganhar a
próxima? Se não ganhar, então é porque não é tão capaz assim?
Isso não parece correto.
A quinta alternativa também não resolve nada. A criança está
aborrecida porque perdeu. Não adianta pressionar e recriminá-la
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pelo que não fez no jogo. Assim cada torneio acabará se convertendo numa situação de estresse e cobrança, e é possível que ela
acabe abandonando as competições e o próprio esporte.
A sexta alternativa é perigosa, pois ensina a criança a compensar os fracassos com comida ou consumo. Você deseja que ela
faça isso ao longo da vida?
Nenhuma das alternativas até aqui oferece à menina uma
orientação de como melhorar ou como se recuperar.
A última opção parece ser a mais acertada, desde que seja expressada num tom de companheirismo e apoio. Ninguém gosta
de perder. Mas a realidade é que, mesmo tendo jogado bem,
diante das circunstâncias do jogo e do desempenho da adversária, Bianca não mereceu ganhar.
Com um pouco mais de conversa amigável, os pais podem
ajudá-la a entender que, mesmo tendo perdido, ela é capaz, terá
outras oportunidades e valerá a pena continuar se esforçando
num esporte divertido que traz tantos benefícios.
Os pais não devem impedir que os filhos encarem o fracasso nem protegê-los de erros ou desafios. Em vez disso, podem
ajudá-los a gostar de desafios, a ver os erros como oportunidades
de progresso e a entender o esforço como parte do crescimento.
COMO FALAR COM SEU FILHO
Diga coisas como:
– Isso é difícil. Que divertido!
– Essa brincadeira é fácil demais. Não é legal.
– Olha, que erro interessante. O que podemos fazer agora para
consertá-lo?
– Que jogão! Nosso time terá que fazer um grande esforço para
vencer!
– Que divertido! A gente vai precisar se esforçar muito para
descobrir a resposta.
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De fato, não é aconselhável viver elogiando a inteligência e o
talento dos filhos. Em vez de reforçar a autoestima, isso pode tornar as crianças mais frágeis, com medo de cometer erros, e elas
perdem a autoconfiança quando algo se torna difícil. Tudo isso
pode prejudicar a aprendizagem e a motivação.
É bem melhor encorajar os esforços da criança e reconhecer
seu trabalho. Assim você ajudará seu filho a desenvolver uma
mentalidade de autossuperação, a ter persistência e não desistir
quando as coisas não forem bem. Com isso ele passará a encarar
os desafios de modo mais seguro e equilibrado.
Isso nem sempre é o que nossa sociedade ensina. Muitas mensagens transmitidas pela mídia dão a entender que só o talento
basta, que inteligente é aquele que não precisa se esforçar tanto,
que o sucesso pode chegar rapidamente, que é possível encontrar
atalhos para tudo, etc. Mas você sabe que não é bem assim. Basta
ver a trajetória de esportistas vencedores e de times campeões
para comprovar que nada vem só pelo talento, sem esforço.
Conheço adultos que, na infância, foram protegidos de esforços e desafios, e mais tarde, quando tiveram que se virar sozinhos, ficaram sem saber o que fazer. Para evitar isso, estimule seu
filho a encarar o esforço de forma positiva.
Muito do estresse das crianças vem da pressão colocada nos
resultados: elas têm que ser inteligentes, talentosas e bem-sucedidas. Em vez de educar seu filho com essa cobrança, coloque o
foco no autodesenvolvimento e na mentalidade de superação,
mostrando que o importante é a aprendizagem e o prazer que ela
traz, e não a nota.
PONTOS FORTES E AUTOCONFIANÇA
É parte do processo de desenvolvimento conhecer e potencializar nossos pontos fortes. Ajude seu filho a fazer isso explicando
que todas as pessoas têm qualidades e defeitos, pontos fortes e
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fracos, e permita que ele descubra quais são os seus. Eis algumas
sugestões:
• Pergunte: “Na escola, o que você faz muito bem? O que acha
que não faz direito?”
• Peça a seu filho que escolha palavras que o definam bem: tímido, extrovertido, esforçado, preguiçoso, amigo, corajoso,
curioso, agitado...?
• Diga a ele que você o ama do jeito que é. Ao mesmo tempo,
estimule-o a crescer sempre mais.
Faça este exercício: procure perceber os pontos mais fortes e
as deficiências de seu filho. A partir disso, no dia a dia, diga palavras de incentivo sobre as qualidades dele, a fim de ajudá-lo a
descobri-las, valorizá-las e potenciá-las. Por exemplo:
• A sua memória é impressionante.
• Você leva jeito para interpretar textos!
• Gosto de como você explica as coisas.
• Você é mesmo um bom amigo.
Pense em formas de ajudá-lo a melhorar os pontos fracos, mas
nunca use essas características para repreendê-lo, menosprezá-lo na
comparação com outras crianças ou como argumento em brigas.
Não se esqueça: quando você estimula os pontos fortes do seu
filho, eles ficam mais fortes ainda.
Nunca deprecie aspectos que seu filho considera fortes nele
mesmo. Por exemplo, não faça comentários do tipo: “Olhe só sua
nota em matemática! E ainda diz que tem jeito para cálculos...”
Frases desse tipo acabam ameaçando o desenvolvimento dos
talentos do seu filho.
Valorize qualidades relacionadas à ética e à integridade. Se seu
filho é um bom amigo, não fale coisas como: “Cuidado! Assim
vão fazer você de bobo.”
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Se entre os pontos fortes da criança está ser prestativa e ajudar os outros, estimule-a. Não diga algo do tipo “Você não tem
malícia” ou “Só ajude quem te ajuda também”. Não alimente uma
postura de “toma lá, dá cá”. As pessoas altruístas, que fazem mais
pelos outros, têm mais chances de ser felizes, costumam ter mais
amigos e estar mais de bem com a vida.
Seja especialmente compreensivo com as dificuldades de seu
filho. Se ele é bastante tímido, não adianta você pedir, de repente,
que ele recite um poema ou cante uma música para os amigos. A
timidez pode ser superada, mas isso requer tempo, paciência e
estímulo para que ele ganhe autoconfiança.
Evite comparações com outras crianças ou com os irmãos, do
tipo: “Eles falam na frente de todo mundo. Por que só você é tímido?” Melhor que isso será planejar formas sutis e afetuosas de
estimular os aspectos menos desenvolvidos.
Fique sempre atento aos pontos “fracos” do seu filho e recorra
à ajuda de especialistas quando considerar necessário.
Saiba que a autoconfiança do seu filho aumenta quando você
está presente e convive com ele. Crianças que fazem alguma
refeição por dia com a mãe ou o pai, que compartilham regularmente com eles momentos de lazer e cujos pais costumam
conversar sobre a escola, interessando-se pelas suas experiências
e pelos seus avanços, costumam apresentar um rendimento acadêmico melhor. Sentir-se amado aumenta a motivação e o desejo
de estudar e aprender.
E no caso dos pais que não moram com os filhos? Ora, o que importa não é a quantidade de horas, e sim a qualidade do encontro.
Mas atenção: não tente impedir que seu filho encare as próprias dificuldades nem o coloque numa redoma esperando com
isso preservar sua autoestima.
Você sabia que muitos diretores de empresas me contam que
os profissionais têm uma grande dificuldade de ouvir avaliações
sobre eles? Em vez de encará-las como algo construtivo, eles as
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recebem como um golpe pessoal. Outros profissionais não conseguem produzir se não receberem constantes elogios, premiações,
bônus. No fundo, são pessoas muito vulneráveis, e certamente
essa fragilidade teve início na infância.
PARA DAR CERTO
• Passe para seu filho: motivação, garra, determinação.
• Evite colocar expectativas e exigências demais sobre ele. Deseje
e estimule seu crescimento, mas demonstre que o aceita e o
ama como ele é.
• Faça seu filho se sentir amado. Crianças que se sentem queridas
são mais autoconfiantes. Crianças mais autoconfiantes se interessam mais pelo estudo e aprendem mais.
• Não proteja seu filho do esforço. Mostre a ele que, para ter
sucesso na vida, em qualquer área, três elementos são fundamentais: trabalho duro, persistência e paixão pelo aprendizado
constante.
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