PROFESSORA: CAMILA PASQUAL
DISCIPLINA : LITERATURA BRASILEIRA
PARNASIANISMO (1882/89) ORIGEM - PARIS
CONTEXTO HISTÓRICO
Contemporâneo do Realismo, com ele mantendo afinidades estéticas. Restrito ao campo da poesia.
Publicação, na França, de Le Parnasse Contemporain ( 3 números: 1866-1869-1876) antologia de
poemas, com destaque para Téofile Gautier, Théodore de Banville e Leconte de Lisle- iniciadores do
Parnasianismo.
MARCO INCIAL:
Fanfarras (1882)- livro de poemas de Teófilo Dias.
CARACTERÍSTICAS
1) Arte pela arte: a arte tem por fim a beleza; descompromisso com outros objetivos. (Preocupa-se com
a forma e a objetividade.)
2) Culto à forma ou Formalismo: busca da perfeição técnica; trabalho do artista como um artesanato,
isto é, forma sobre o conteúdo.
3) Objetividade: recriação fiel da realidade. A poesia é apenas uma fotografia, nada de emoção.
4) Impassibilidade: não envolvimento emocional.
5) Descritivismo: forte tendência para a descrição, para o pictórico. (Pintura de vasos, estátuas e temas
exóticos.)
6) Preferência pelo soneto: a preferência pelas formas poéticas fixas e regulares, como, por exemplo, o
soneto, com esquemas métricos, rítmicos sofisticados e tradicionalistas.
7) O destaque ao erotismo e à sensualidade feminina: (a mulher vista como fêmea desejada).
ESQUEMA DAS CARACTERÍSTICAS DA POESIA PARNASIANA:
Busca da perfeição formal
Vocabulário culto
Gosto pelo soneto
Rimas raras
Gosto pelas descrições
Objetivismo
Universalismo
Apego à tradição clássica
Presença da mitologia
Arte pela arte
Racionalismo, contenção das emoções.
PRINCIPAIS POETAS
OLAVO BILAC
Livro: Poesias (composto por: Panóplias, Via-Láctea, Sarças de Fogo, Alma Inquieta, As viagens, O
Caçador de Esmeraldas, Tarde)
Temas: lirismo amoroso (espiritualizado; sensual); assuntos do Classicismo grego-romano; temas
patrióticos; em Tarde: reflexões sobre a vida.
Estilo: apuro e correção de linguagem, precisão vocabular, habilidade versificatória, preferência pelo
soneto.
Poemas famosos: Profissão de fé, Nel mezzo del camin1, O Caçador de Esmeraldas, "Ora (direis) ouvir
estrelas!", A um poeta, Língua Portuguesa.
1
Famoso poema de Olavo Bilac que retoma o verso de abertura do livro Inferno, que é a primeira parte d’A Divina
Comédia, obra-prima do poeta italiano Dante Alighieri. No poema de Dante, esse trecho corresponde à uma metáfora
do caminho que o protagonista do poema está para enfrentar e vencer, em busca de sua amada e de uma revelação
divina. No poema de Bilac, percebe-se que é um eu-lírico masculino que lamenta a dor de separar-se de sua amada
após longos anos juntos. Do ponto de vista formal, temos que o poema é construído em torno de paralelismos e
quiasmos (figura de linguagem que repete os termos em versos diferentes, mas em ordem invertida).
RAIMUNDO CORREIA
Livro: Poesias ( antologia dos livros anteriores: Sinfonias, Versos e versões, Aleluias, mais alguns
poemas inéditos).
Temática: a mulher, a natureza, o sentimento doloroso da vida , a lunaridade( lua).
Estilo: linguagem cuidada, escolha precisa e expressiva de vocábulos, versatilidade rítmica, musicalidade,
habilidade versificatória, gosto pelo soneto.
Poemas famosos: A cavalgada, Plena nudez, Mal secreto, As pombas, Plenilúnio, Banzo.
ALBERTO DE OLIVEIRA
Livro: Meridionais, versos e Rimas.
Temática: natureza, lirismo amoroso, descrição de objetos.
Estilo: qualidade desigual, malabarismos verbais, artificialismo formal, preciosismo vocabular,
habilidade descritiva.
Poemas famosos: Vaso grego, Vaso chinês.
OUTROS POETAS PARNASIANOS
FRANCISCA JÚLIA: Obra principal: Esfinges. Rigorosa fidelidade aos princípios parnasianos.
Impassibilidade, objetividade, descritivismo. Poemas famosos: Dança de Centauras, Os Argonautas.
VICENTE DE CARVALHO: Livro: Poemas e Canções. É o poeta do mar. Poemas a natureza.
Simplicidade da linguagem, musicalidade. Poemas Famosos: Cantigas praianas, O pequenino morto,
Palavras ao mar.
EMÍLIO DE MENEZES: Livro: Marcha fúnebre. Versatilidade técnico-formal. Também foi poeta
satírico.
QUESTÕES DE VESTIBULARES
1) CEFET-PR)
E sobre mim, silenciosa e triste,
A Via-Láctea se desenrola
Como um jarro de lágrimas ardentes (Olavo Bilac)
Sobre o fragmento poético não é correto afirmar:
a) A “Via-Láctea” sofre um processo de personificação.
b) A cena é descrita de modo objetivo, sem interferência da subjetividade do eu-poético.
c) A opção pelos sintagmas “desenrola” e “jarro de lágrimas ardente” visa a presentificar o movimento
dos astros.
d) Há predomínio da linguagem figurada e descritiva.
e) A visão de mundo melancólica do emissor da mensagem se projeta sobre o objeto poetizado.
2) (ENEM-2013)
Mal secreto
Se a cólera que espuma, a dor que mora
N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;
Se se pudesse, o espírito que chora,
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!
CORREIA, R. In: PATRIOTA, M. Para compreender Raimundo Correia. Brasília: Alhambra, 1995.
Coerente com a proposta parnasiana de cuidado formal e racionalidade na condução temática, o soneto de
Raimundo Correia reflete sobre a forma como as emoções do indivíduo são julgadas em sociedade. Na
concepção do eu lírico, esse julgamento revela que:
a) a necessidade de ser socialmente aceito leva o indivíduo a agir de forma dissimulada.
b) o sofrimento íntimo torna-se mais ameno quando compartilhado por um grupo social.
c) a capacidade de perdoar e aceitar as diferenças neutraliza o sentimento de inveja.
d) o instinto de solidariedade conduz o indivíduo a apiedar-se do próximo.
e) a transfiguração da angústia em alegria é um artifício nocivo ao convívio social.
3) Os poetas representativos da escola parnasiana defendiam:
a) O engajamento político nas causas históricas da época, fazendo delas matéria para uma poesia
inflamada e eloquente.
b) A ideia de que a livre inspiração é a garantia maior de que o poema corresponde à expressão direta das
emoções mais profundas.
c) A simplicidade da arte primitiva, razão pela qual buscavam os temas bucólicos e uma linguagem
próxima da fala rústica dos camponeses.
d) O abandono das formas fixas, criando, portanto, as condições para o posterior surgimento dos poemas
em verso livre do Modernismo.
e) A disciplina do artista e o trabalho artesanal com a linguagem, de modo a resultar uma obra adequada
aos padrões de uma estética clássica.
4) O Arcadismo (no século XVIII) e o Parnasianismo (em fins do século XIX) apresentam, em sua
caracterização, pontos em comum. São eles:
a) bucolismo e busca da simplicidade de expressão.
b) amor galante e temas pastoris.
c) ausência de subjetividade e presença da temática e da mitologia greco-latina.
d) preferência pelas formas poéticas fixas, como o soneto, e pelas rimas ricas.
e) a arte pela arte e o retorno à natureza
5) “Esta de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhantes copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.”
A poesia que se concentra na reprodução de objeto decorativo, como exemplifica a estrofe de Alberto de
Oliveira, assinala a tônica da:
a) espiritualização da vida.
b) visão do real.
c) arte pela arte.
d) moral das coisas.
e) nota do intimismo.
6) (CEFET-PR)
I- "Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!"
II- "Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
De luares, de neves, de neblinas!...
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...
Incensos dos turíbulos das aras...
As estrofes acima são, respectivamente, dos poetas:
a) Manuel Bandeira e Olavo Bilac.
c) Olavo Bilac e Cruz e Sousa.
e) Castro Alves e Alphonsus de Guimaraens.
b) Vinícius de Moraes e Fagundes Varela.
d) Cruz e Sousa e Castro Alves.
FRAGMENTO DE "PROFISSÃO DE FÉ"- OLAVO BILAC
(...)
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em outro, o alto relevo
Faz de uma flor.
Imito-o. E, pois, nem de Carrara
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
O ônix prefiro.
Por isso, corre, por servir-me,
Sobre o papel
A pena, como em prata firme
Corre o cinzel.
(...)
Torce, aprimora, alteia, lima
A frase: e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.
Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito.
(...)
Assim procedo. Minha pena
Segue esta norma,
Por te servir, Deusa, Serena,
Serena Forma!
(...)
A "Profissão de fé", de Olavo Bilac, constitui um manifesto da poesia parnasiana: é um poema
metalinguístico sobre o processo de criação artística desse estilo.
GABARITO
PROFESSORA: CAMILA PASQUAL
DISCIPLINA : LITERATURA BRASILEIRA
PARNASIANISMO (1882/89) ORIGEM - PARIS
CONTEXTO HISTÓRICO
Contemporâneo do Realismo, com ele mantendo afinidades estéticas. Restrito ao campo da poesia.
Publicação, na França, de Le Parnasse Contemporain ( 3 números: 1866-1869-1876) antologia de
poemas, com destaque para Téofile Gautier, Théodore de Banville e Leconte de Lisle- iniciadores do
Parnasianismo.
MARCO INCIAL:
Fanfarras (1882)- livro de poemas de Teófilo Dias.
CARACTERÍSTICAS
8) Arte pela arte: a arte tem por fim a beleza; descompromisso com outros objetivos. (Preocupa-se com
a forma e a objetividade.)
9) Culto à forma ou Formalismo: busca da perfeição técnica; trabalho do artista como um artesanato,
isto é, forma sobre o conteúdo.
10) Objetividade: recriação fiel da realidade. A poesia é apenas uma fotografia, nada de emoção.
11) Impassibilidade: não envolvimento emocional.
12) Descritivismo: forte tendência para a descrição, para o pictórico.(Pintura de vasos, estátuas e temas
exóticos.)
13) Preferência pelo soneto: a preferência pelas formas poéticas fixas e regulares, como, por exemplo, o
soneto, com esquemas métricos, rítmicos sofisticados e tradicionalistas.
14) O destaque ao erotismo e à sensualidade feminina: ( a mulher vista como fêmea desejada).
ESQUEMA DAS CARACTERÍSTICAS DA POESIA PARNASIANA:
Busca da perfeição formal
Vocabulário culto
Gosto pelo soneto
Rimas raras
Gosto pelas descrições
Objetivismo
Universalismo
Apego à tradição clássica
Presença da mitologia
Arte pela arte
Racionalismo, contenção das emoções.
PRINCIPAIS POETAS
OLAVO BILAC
Livro: Poesias (composto por: Panóplias, Via-Láctea, Sarças de Fogo, Alma Inquieta, As viagens, O
Caçador de Esmeraldas, Tarde)
Temas: lirismo amoroso (espiritualizado; sensual); assuntos do Classicismo grego-romano; temas
patrióticos; em Tarde: reflexões sobre a vida.
Estilo: apuro e correção de linguagem, precisão vocabular, habilidade versificatória, preferência pelo
soneto.
Poemas famosos: Profissão de fé, Nel mezzo del camin2, O Caçador de Esmeraldas, "Ora (direis) ouvir
estrelas!", A um poeta, Língua Portuguesa.
2
Famoso poema de Olavo Bilac que retoma o verso de abertura do livro Inferno, que é a primeira parte d’A Divina
Comédia, obra-prima do poeta italiano Dante Alighieri. No poema de Dante, esse trecho corresponde à uma metáfora
do caminho que o protagonista do poema está para enfrentar e vencer, em busca de sua amada e de uma revelação
divina. No poema de Bilac, percebe-se que é um eu-lírico masculino que lamenta a dor de separar-se de sua amada
após longos anos juntos. Do ponto de vista formal, temos que o poema é construído em torno de paralelismos e
quiasmos (figura de linguagem que repete os termos em versos diferentes, mas em ordem invertida).
RAIMUNDO CORREIA
Livro: Poesias ( antologia dos livros anteriores: Sinfonias, Versos e versões, Aleluias, mais alguns
poemas inéditos).
Temática: a mulher, a natureza, o sentimento doloroso da vida , a lunaridade( lua).
Estilo: linguagem cuidada, escolha precisa e expressiva de vocábulos, versatilidade rítmica, musicalidade,
habilidade versificatória, gosto pelo soneto.
Poemas famosos: A cavalgada, Plena nudez, Mal secreto, As pombas, Plenilúnio, Banzo.
ALBERTO DE OLIVEIRA
Livro: Meridionais, versos e Rimas.
Temática: natureza, lirismo amoroso, descrição de objetos.
Estilo: qualidade desigual, malabarismos verbais, artificialismo formal, preciosismo vocabular,
habilidade descritiva.
Poemas famosos: Vaso grego, Vaso chinês.
OUTROS POETAS PARNASIANOS
FRANCISCA JÚLIA: Obra principal: Esfinges. Rigorosa fidelidade aos princípios parnasianos.
Impassibilidade, objetividade, descritivismo. Poemas famosos: Dança de Centauras, Os Argonautas.
VICENTE DE CARVALHO: Livro: Poemas e Canções. É o poeta do mar. Poemas a natureza.
Simplicidade da linguagem, musicalidade. Poemas Famosos: Cantigas praianas, O pequenino morto,
Palavras ao mar.
EMÍLIO DE MENEZES: Livro: Marcha fúnebre. Versatilidade técnico-formal. Também foi poeta
satírico.
QUESTÕES DE VESTIBULARES
1) CEFET-PR)
E sobre mim, silenciosa e triste,
A Via-Láctea se desenrola
Como um jarro de lágrimas ardentes (Olavo Bilac)
Sobre o fragmento poético não é correto afirmar:
a) A “Via-Láctea” sofre um processo de personificação.
b) A cena é descrita de modo objetivo, sem interferência da subjetividade do eu-poético.
c) A opção pelos sintagmas “desenrola” e “jarro de lágrimas ardente” visa a presentificar o movimento
dos astros.
d) Há predomínio da linguagem figurada e descritiva.
e) A visão de mundo melancólica do emissor da mensagem se projeta sobre o objeto poetizado.
2) (ENEM-2013)
Mal secreto
Se a cólera que espuma, a dor que mora
N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;
Se se pudesse, o espírito que chora,
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!
CORREIA, R. In: PATRIOTA, M. Para compreender Raimundo Correia. Brasília: Alhambra, 1995.
Coerente com a proposta parnasiana de cuidado formal e racionalidade na condução temática, o soneto de
Raimundo Correia reflete sobre a forma como as emoções do indivíduo são julgadas em sociedade. Na
concepção do eu lírico, esse julgamento revela que:
a) a necessidade de ser socialmente aceito leva o indivíduo a agir de forma dissimulada.
b) o sofrimento íntimo torna-se mais ameno quando compartilhado por um grupo social.
c) a capacidade de perdoar e aceitar as diferenças neutraliza o sentimento de inveja.
d) o instinto de solidariedade conduz o indivíduo a apiedar-se do próximo.
e) a transfiguração da angústia em alegria é um artifício nocivo ao convívio social.
3) Os poetas representativos da escola parnasiana defendiam:
a) O engajamento político nas causas históricas da época, fazendo delas matéria para uma poesia
inflamada e eloquente.
b) A ideia de que a livre inspiração é a garantia maior de que o poema corresponde à expressão direta das
emoções mais profundas.
c) A simplicidade da arte primitiva, razão pela qual buscavam os temas bucólicos e uma linguagem
próxima da fala rústica dos camponeses.
d) O abandono das formas fixas, criando, portanto, as condições para o posterior surgimento dos poemas
em verso livre do Modernismo.
e) A disciplina do artista e o trabalho artesanal com a linguagem, de modo a resultar uma obra
adequada aos padrões de uma estética clássica.
4) O Arcadismo (no século XVIII) e o Parnasianismo (em fins do século XIX) apresentam, em sua
caracterização, pontos em comum. São eles:
a) bucolismo e busca da simplicidade de expressão.
b) amor galante e temas pastoris.
c) ausência de subjetividade e presença da temática e da mitologia greco-latina.
d) preferência pelas formas poéticas fixas, como o soneto, e pelas rimas ricas.
e) a arte pela arte e o retorno à natureza
5) “Esta de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhantes copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.”
A poesia que se concentra na reprodução de objeto decorativo, como exemplifica a estrofe de Alberto de
Oliveira, assinala a tônica da:
a) espiritualização da vida.
b) visão do real.
c) arte pela arte.
d) moral das coisas.
e) nota do intimismo.
6) (CEFET-PR)
I- "Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!"
II- "Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
De luares, de neves, de neblinas!...
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...
Incensos dos turíbulos das aras...
As estrofes acima são, respectivamente, dos poetas:
a) Manuel Bandeira e Olavo Bilac.
b) Vinícius de Moraes e Fagundes Varela.
c) Olavo Bilac e Cruz e Sousa.
e) Castro Alves e Alphonsus de Guimaraens.
d) Cruz e Sousa e Castro Alves.
FRAGMENTO DE "PROFISSÃO DE FÉ"- OLAVO BILAC
(...)
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em outro, o alto relevo
Faz de uma flor.
Imito-o. E, pois, nem de Carrara
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
O ônix prefiro.
Por isso, corre, por servir-me,
Sobre o papel
A pena, como em prata firme
Corre o cinzel.
(...)
Torce, aprimora, alteia, lima
A frase: e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.
Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito.
(...)
Assim procedo. Minha pena
Segue esta norma,
Por te servir, Deusa, Serena,
Serena Forma!
(...)
A "Profissão de fé", de Olavo Bilac, constitui um manifesto da poesia parnasiana: é um poema
metalinguístico sobre o processo de criação artística desse estilo.
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