INSTITUTO DE FÍSICA Universidade Federal do Rio de Janeiro Disciplina: FIW351 - Introdução Fis. Ondulatória LICENCIATURA NOTURNA P1 − 01/10/2014 2014.2 Q1: Um oscilador harmônico amortecido consiste de um bloco de massa m, uma certa mola de constante elástica k e uma força amortecedora F = -bv. Inicialmente o bloco oscila com amplitude de A. Por causa do amortecimento a amplitude reduz-se para três quartos deste valor inicial, após quatro ciclos completos. Sendo conhecidos m, k e A, responda: (a)(3,0 pts) Qual é o valor de b? (Sugestão, comece do início: escreva a equação de movimento a partir da 2ª Lei de Newton; simplifique a notação m, k e b → ω0 e γ; ache a solução x(t) e, então, resolva justificando qualquer aproximação feita) (b)(1,0 pts) Qual é a quantidade de energia dissipada durante estes quatro ciclos? Tabela da função Ln(x) ɺɺ , onde F = −kx − bxɺ. Resulta em mxɺɺ = −kx − bxɺ. SOLUÇÃO: a) Movimento em 1D: F = ma ⇒ Fî = mxî 2 b k Segue que ɺɺx + m xɺ + m x = ɺɺx + 2γxɺ + ω0 x = 0. Conforme o enunciado, o sistema oscila antes de sofrer uma variação significativa da amplitude. Isso é indicativo de que estamos no regime subamortecido, ω0 > γ, cuja solução é x(t ) = A0 e − γt cos(ω1t + φ), onde ω1 = ω02 − γ 2 . Portanto, A(t ) = A0 e− γt : A(4τ1 ) = 34 A0 = A0 e −4 γτ1 ⇒ ln( 3 4) = −4 γτ1. Assim, − 4 γτ1 ≈ −0,29 (conforme a tabela dada). Logo 4 γ Segue que: 8πγ = 0, 29 ω02 − γ 2 ; 2π ω02 −γ 2 γ 2 (82 π2 − 0,292 ) = 0,292 ω02 ; = 0, 29. como 82 π2 ≫ 0, 292 , 2 temos que γ 2 ≈ 0,29 ω02 . Logo γ = 2bm = 0,29 8 π ω0 , o que resulta finalmente em: 82 π2 b= 0,29 4 π mω0 0,3 = 0,29 4 π km < 4×3 km = 0,1 km = 0,025 km 4 ~ b) A energia E de um oscilador harmônico pode ser expressa tomando-se sua energia potencial U na condição de extensão máxima, quando v =0. Assim, se sua amplitude é A, temos que E = ½kA2. Então E (t =0) = E0 = ½ kA02 e E (t =4τ1) = ½ k(A0)2 =()2 E0. A energia dissipada durante ∆t = 4τ1 é E0 − E (t =4τ1) = (1− 9/16) E0 = (7/16)E E0 ~ 0,44E E0. Q2: Um fio do material 1, de comprimento L1 = 12,0 cm, é conectado a um fio do material 2, de comprimento L2 = 10 cm, e ambos são tensionados por um bloco de massa m = 10,0 kg conforme indicado na figura abaixo 2 (gravidade conhecida: g = 10 m/s ). Ondas transversais são induzidas nos dois fios usando-se uma fonte externa de frequência variável. As densidades lineares de massa dos fios são µ1 = 1,0 g/cm e µ2 = 9,0 g/cm. (a)(2,0 pts) Qual é a menor frequência de excitação em que ocorrem ondas estacionárias e em que a junção dos fios é um nó na corda? (b)(1,0 pt) Qual é o número total de nós observado nessa frequência, excluindo-se os nós nas duas extremidades externas, na parede e na polia? SOLUÇÃO: a) Modo de vibração de fio com extremidades fixas (nós nas extremidades): 2L 2L λ L = n 2 , n = 1, 2, ... Assim, para cada fio temos λ1n = n1 e λ 2 m = m2 , onde n e m são números naturais 1, 2, ... Por sua vez sabemos que λf = v = Tµ . n Além disso, a freqüência nos dois fios é a mesma, pois eles conduzem uma onda excitada por uma mesma fonte externa − fext = f1 = f2. (De fato, a frequência tem que ser a mesma para satisfazer a condição de continuidade/contato na junção dos dois materiais: o lado esquerdo (material 1) tem oscilar junto com o lado direito (material 2), portanto ambos oscilam com a mesma f ). L µ Segue então que f1n = f 2 m ⇒ λv1n1 = λv2m2 ou seja 2nL1 µT1 = 2mL µT2 . Portanto, chegamos a mn = L1 µ . 1 2 Substituindo os valores de L’s e µ’s, temos n m = 12 1 10 9 = 4 10 = 2 2 2 5. Finalmente, tomando o fio 1 como referência, a menor freqüência ocorrerá para n = 2. Assim N f = f12 = 22L1 µT1 = 2×12×210 m 10 100 . Com todos os valores numéricos estão no mesmo sistema de kg/10 m −2 −3 −2 unidades (MKS), não é mais necessário discriminar as unidades das grandezas e o resultado será em Hz: f = 12×110 10010×10 = 12×110 103 = 1012 10 10 ≈ 1012 3,1 ≈ 250 Hz. −2 −2 −3 2 3 −2 b) Seis: material 1 n = 2 e material 2 m = 5, conforme indicado ao lado. Q3:(3,0 pts) Uma onda sonora de comprimento de onda 40,0 cm entra no tubo mostrado na figura abaixo. Qual deve ser o menor raio r, de modo que um mínimo seja registrado pelo detector? SOLUÇÃO: ao lado estão indicados os dois caminhos x relevantes. Na posição x = −r a onda incidente se divide em 0 duas, e em x = r essas duas ondas se combinam formando uma única onda. Ao se somarem, há uma diferença de fase, entre as duas ondas, correspondente à diferença de caminho: ∆θ = k∆r = 2π∆r/λ, onde ∆r = πr − 2r. Haverá um mínimo quando ∆r =(n + ½) λ, n œ . Assim, satisfazendo às condições de menor raio e de mínimo, temos ∆r = (π − 2)r = (n + 12 )λ e rmin ⇒ n = 0. rmin = 1 2 λ 20 cm = ≈ 18 cm. π − 2 1,14