ISSN 2357-7444 Souza CJ, Madeira FM, Valente GSC. Elaboração do protocolo… ELABORAÇÃO DO PROTOCOLO EM ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE PORTADOR DE LESÕES DE PELE PROTOCOL DEVELOPMENT IN NURSING CARE OF PATIENTS WITH SKIN LESIONS DESARROLLO DE PROTOCOLOS DE ATENCIÓN DE ENFERMERÍA DE LOS PACIENTES CON LESIONES EN LA PIEL Cláudio José de Souza¹, Fabiana Mendes Madeira², Geilsa Soraia Cavalcanti Valente³ Objective: to describe the experience as a nurse manager of a private health care in Rio de Janeiro, in the deployment and implementation of the protocol dressings. Method: this is an experience report with a view to quality nursing service. Results: we identified the following needs: make diagnostic evaluation by quality indicators in health; define the current works from the protocol rules and routines to be used in the units, select and train human resources, involve the other members nursing staff and multidisciplinary; assess the impact on assistance in the creation of this commission dressings. Conclusion: according to the assessments after deployment through the indicators, there was a reduction and management of pressure ulcers in nursing practice by providing a systematic and qualified offering better care and treatment. Descriptors: Pressure Ulcer. Nursing. Nursing Assessment. Intensive Care Units. Objetivo: descrever a experiência enquanto gerente de enfermagem de uma instituição particular de saúde, no Rio de Janeiro, na implantação e implementação do protocolo de curativos. Método: tratase de relato de experiência com vista à qualidade do serviço de enfermagem. Resultados: identificaram-se as seguintes necessidades: realizar avaliação diagnóstica por meio dos indicadores de qualidade em saúde; definir a partir de obras atuais o protocolo de normas e rotinas a ser utilizado nas unidades; selecionar e capacitar os recursos humanos; envolver os demais membros da equipe de enfermagem e multiprofissional; avaliar o impacto na assistência quanto à criação desta comissão de curativos. Conclusão: de acordo com as avaliações pós-implementação por meio dos indicadores, houve a redução e o controle das úlceras por pressão proporcionando uma prática de enfermagem sistemática e qualificada oferecendo melhores condições de assistência e tratamento. Descritores: Úlcera por pressão. Enfermagem. Avaliação em enfermagem. Unidades de Terapia Intensiva. Objetivo: describir la experiencia como enfermera jefe de la sanidad privada en Río de Janeiro, en el despliegue y la aplicación de los apósitos de protocolo. Método: se trata de un relato de experiencia con miras al servicio de enfermería de calidad. Resultados: se identificaron las siguientes necesidades: hacer de la evaluación de diagnóstico de los indicadores de calidad en materia de salud, definir las obras actuales de las normas de protocolo y rutinas que se utilizan en las unidades, seleccionar y capacitar a los recursos humanos, la participación de los demás miembros personal de enfermería y multidisciplinaria; evaluar el impacto de la ayuda en la creación de esta comisión vendajes. Conclusión: de acuerdo con las evaluaciones después de la implementación a través de los indicadores, se observó una reducción y manejo de las úlceras por presión en la práctica de enfermería, proporcionando una oferta sistemática y cualificada mejor atención y tratamiento. Descriptores: Úlcera por Presión. Enfermería. Evaluación en Enfermería. Unidades de Cuidados Intensivos. ¹Mestrando em Ciências do Cuidado a Saúde pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Bolsista CNPq. Coordenador Adjunto e Docente da Pós Graduação em Terapia Intensiva pela Faculdade Bezerra de Araújo (FABA). E.mail: [email protected]. ²Enfermeira. Gerente de Enfermagem do Hospital Vital. Pós Graduanda em Terapia Intensiva pela FABA. E.mail: [email protected]. ³Doutora em Enfermagem. Professora Adjunta da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da UFF. E-mail: [email protected]. Rev. Enf. Profissional 2014. jul/dez , 1(2): 511:520. 511 ISSN 2357-7444 Souza CJ, Madeira FM, Valente GSC. Elaboração do protocolo… Especialmente nas duas últimas décadas do século XX a qualidade passou efetivamente a ser percebida como uma ferramenta de cunho estratégico, além do seu viés tradicionalmente técnico. Os princípios da Gestão pela Qualidade Total (GQT), disseminados a partir de 1950, foram enfim assimilados pela maioria das organizações e na área de saúde isso não foi muito diferente, a qualidade passou a ser discutida na agenda estratégica dos gestores, pois o mercado – consumidores passou a valorizar quem a possuía e a se distanciar das organizações hesitantes ou focadas apenas nos processos clássicos do cuidado.1 Toda a atividade de gestão nas organizações, por sua natureza, resultará de decisões presentes, tomadas a partir da análise do seu impacto no futuro, o que lhe proporciona uma dimensão temporal de alto significado. A análise do ambiente de trabalho amplia a sensibilidade do conjunto de pessoas envolvidas na gestão estratégica da organização em relação ao contexto onde ela se encontra inserida, tornando-a mais apta a implementar estratégias antecipatórias a fim de, sintonizar a organização, em tempo hábil e real, com as principais tendências e demandas. Desta maneira, poderá aumentar sua capacidade de alavancar oportunidades que vão surgir, e também se prevenir com antecedência, de ameaças emergentes.2 Gerenciar organizações de saúde requer dos profissionais competências específicas, que são traduzidas em seus conhecimentos, habilidades, atitudes e sua vivência profissional, uma vez que determinam a capacidade de analisar uma situação, apresentar soluções e resolver problemas.3 Para reconhecer um gestor competente é preciso não só ser apresentado como um profissional com competências técnicas e comportamentais, mas também pela sua capacidade de colocá-las em prática mediante a uma avaliação diagnóstica de sua instituição ou setor de trabalho. Vive-se em um novo tempo, onde a inovação tecnológica, a comunicação, a informação, os novos modelos de gestão, a globalização, a terceirização e o desemprego têm provocado mudanças significativas nas organizações de saúde e no trabalho. Esse ganhou novas dimensões exigindo novos conhecimentos e comportamentos no qual a Enfermagem em particular o profissional enfermeiro Rev. Enf. Profissional 2014. jul/dez , 1(2): 511:520. 512 ISSN 2357-7444 Souza CJ, Madeira FM, Valente GSC. Elaboração do protocolo… reafirma sua importante posição de serviço essencial e indispensável, em atendimento as necessidades da comunidade como um todo.3 Com base nestas afirmações, o conhecimento deste referido profissional não deverá restringir-se apenas à sua área de formação e/ou atuação específicas, diversificando-se e estendendo-se em outras direções necessárias para aquisições de conhecimentos e experiências de dinâmicas e rotinas dos demais setores componentes da instituição hospitalar, para facilitar a interação multiprofissional e interdisciplinar.4 Ressaltando que o enfermeiro - gestor/gerente, deve se preocupar em investir continuamente no seu próprio desenvolvimento, criando oportunidades e propagando a importância do aperfeiçoamento e desenvolvimento profissional à sua equipe, com interesse contínuo em motivar, estimular e apoiar o desenvolvimento das pessoas, de acordo com suas potencialidades, expectativas e necessidades. Neste viés, compreendemos que o ato de gerenciar em hipótese nenhuma pode se distancia do ato de cuidar, pois há um hiato importante nestas duas funções que compete exclusivamente ao profissional enfermeiro. O enfermeiro, ao assistir o paciente acamado, tem a oportunidade de atuar na prevenção e tratamento das úlceras por pressão (UP) e lesões de pele, por meio da criação de rotinas e protocolos, da utilização de equipamentos de alívio de pressão e da orientação e educação permanente da equipe de enfermagem. É inegável que, as úlceras por pressão se formam com facilidade, principalmente no paciente em Unidades de Terapia Intensiva, e sabendo das dificuldades para tratála e curá-la, o papel do enfermeiro e de sua equipe, deve ser focada na prevenção do que na cura.5 Vale ressaltar, que não basta ter na unidade protocolos para cuidado de úlceras por pressão ou lesões de pele, precisa-se de profissionais capacitados e conscientes quanto ao ato de cuidar e com o cuidado. Ao examinar um problema de ordem institucional de maneira contextualizada, descobre-se a complexidade de sua explicação e a necessidade de intervenções articuladas.6 Valendo-se da vivência do dia-a-dia, e por meio das contextualizações geradas a partir dos problemas encontrados é que se consegue mediante as competências profissionais encontrar estratégias para transformar nossas práticas em saúde. Rev. Enf. Profissional 2014. jul/dez , 1(2): 511:520. 513 ISSN 2357-7444 Souza CJ, Madeira FM, Valente GSC. Elaboração do protocolo… Por um lado, a utilização de indicadores na área de saúde, é uma excelente ferramenta que pode auxiliar este enfermeiro gestor/gerente na detecção e resolução dos problemas encontrados. Por outro lado, indicadores de qualidade na assistência devem ser precedidos por um entendimento do fenômeno a ser estudado. A qualidade dos indicadores depende não só dos dados que são utilizados no seu cálculo, mas, principalmente, da compreensão teórica desse fenômeno. De acordo com estes autores, eles consideram que os indicadores são uma operação prévia ao próprio enunciado da informação. Onde há uma informação dado, há, obrigatoriamente: uma referência a algum ente ou fato - unidade de análise; um campo semântico - o âmbito de sentido, que constitui o fundo ou paradigma que define as alternativas possíveis de serem informadas - variável; um estado particular desse campo semântico que se atualiza frente às alternativas possíveis - valor; e o procedimento pelo qual se estabelece ou se adverte qual é essa alternativa que foi selecionada e atualizada entre todas as alternativas possíveis de que se dispõem -indicador.7 Além da utilização dos indicadores, no intuito de melhor compreender o cenário em estudo, acreditamos que, a avaliação de risco deve ser inserida neste processo. Por ser uma ferramenta eficaz na prevenção das úlceras por pressão no que diz respeito ao uso adequado e racional das medidas preventivas é útil para redução do tempo de internação hospitalar, dos custos com tratamento e, sobretudo, diminuir o sofrimento e dor dos pacientes, melhorando a qualidade do cuidado de enfermagem. O uso desses instrumentos deve estar associado ao julgamento clínico do enfermeiro, para norteá-lo na implementação de ações de enfermagem condizentes com o risco de cada paciente. A literatura ressalta a importância desse tipo de instrumento para balizar as ações de enfermagem.8 No Brasil, devido a sua praticidade em seu emprego a Escala de Braden foi traduzida e validada para a língua portuguesa, 9 sendo a mais difundida e bem definida operacionalmente, com alto valor preditivo para o desenvolvimento de úlcera por pressão, permitindo uma avaliação dos vários fatores tais como: percepção sensorial, umidade da pele, atividade, mobilidade, nutrição e fricção e cisalhamento fatores estes que estão relacionados à ocorrência de úlceras por pressão e sua aplicação exige do avaliador um exame detalhado das condições do estado do paciente quando comparada às outras escalas como a de Norton, Gosnell, Waterlow, utilizadas para avaliação de risco de UP em pacientes adultos.10 Rev. Enf. Profissional 2014. jul/dez , 1(2): 511:520. 514 ISSN 2357-7444 Souza CJ, Madeira FM, Valente GSC. Elaboração do protocolo… Esse relato de experiência torna-se importante na tentativa de mostrar que o processo do cuidar apesar de possuir um conhecimento tácito ele por si só não deve ser segmentado e solitário, mas sim um ato de responsabilidade de cada profissional e sua equipe e que a qualidade no atendimento depende do seu comprometimento, pelo fato de promover assistência livre de danos decorrente de imperícia, imprudência e negligência. Nestes viesses pode-se afirmar que, os profissionais de enfermagem vêm buscando a melhoria na assistência procurando utilizar o conhecimento científico ou baseado em evidências para atualização na prevenção e tratamento de úlceras por pressão ou lesões de pele. Tendo como objetivo primordial, garantir aos usuários uma assistência com qualidade, individualizada e sistematizada. O objetivo deste artigo é relatar a experiência dos autores na implantação e implementação do protocolo de curativo em uma unidade hospitalar particular. Contextualizando a experiência O cenário do relato de experiência consiste em uma unidade Hospitalar Privada de médio porte situado na Zona Norte do Estado do Rio de Janeiro. Esta possui 85 leitos sendo distribuídos da seguinte maneira: 22 leitos de Terapia Intensiva, 58 leitos de unidade de internação, e 05 leitos destinados à pacientes da emergência. O tipo de clientela no geral é formado por pacientes com idade entre 60 a 80 anos muitos dos quais vêm transferidos de casas de apoio, centros geriátricos e serviços de Home Care. As patologias estão dentro daquelas esperadas para este tipo de clientela que são complicações advindas da Diabetes Mellitus, Hipertensão, Acidente Vascular Cerebral dentre outros. Ao assumir a Gerência de Enfermagem, optou-se por fazer um levantamento situacional por meio de alguns indicadores de qualidades – os índices de úlcera por pressão nesta unidade hospitalar, sendo estes já pontuados pela antiga direção a Rev. Enf. Profissional 2014. jul/dez , 1(2): 511:520. 515 ISSN 2357-7444 Souza CJ, Madeira FM, Valente GSC. Elaboração do protocolo… fim de, detectar os nós críticos da instituição e o indicador que evidenciou uma ação imediata na prevenção e minimização para as úlceras por pressão. Após a análise destes indicadores propôs a elaboração de uma comissão de curativo como plataforma de trabalho, cuja aceitação foi imediata sendo então instituído no Hospital, Grupo de Prevenção de Lesão e Tratamento de Pele em Junho de 2009, com o objetivo de diminuir, prevenir e tratar os altos índices de úlceras por pressão que na época eram alarmantes, tornando um transtorno para os pacientes internados, seus familiares e para à equipe de enfermagem retardando em alguns casos o tempo de hospitalização e elevando os custos tanto para o hospital quanto para às operadoras de saúde. Como era um plano emergencial neste primeiro momento, a comissão foi composta pela Gerente de Enfermagem e pelos enfermeiros do Centro de Terapia Intensiva - Rotina e Coordenador. Nas discussões realizadas, o primeiro passo foi à confecção de um regimento onde pudesse implantar e implementar dentro das literaturas atuais, um instrumento que validasse as indagações pois até então não existia nenhum indicador que pudesse diagnosticar com clareza a real situação da instituição. Isto significa dizer que não se sabia se estes índices alarmantes eram deficiências quanto o cuidado de enfermagem ou se estes pacientes já eram admitidos com úlceras ou lesões de pele. Permeando a discussão do grupo, e por ser um instrumento de fácil aplicação clínica, optou-se por implantar e implementar a Escala de Braden, como validador para futuras análises, isto é, todos os pacientes que a partir daquela data fossem admitidos nesta unidade deveriam ser submetidos à análise desta escala. A fim de validar o instrumento escolhido, foi realizada a capacitação profissional em todos os enfermeiros quanto à aplicabilidade do instrumento antes de ser instituído como ferramenta. E escolhido o dia de segunda feira para avaliação de todos os pacientes portadores de úlceras por pressão e lesões de pele. Rev. Enf. Profissional 2014. jul/dez , 1(2): 511:520. 516 ISSN 2357-7444 Souza CJ, Madeira FM, Valente GSC. Elaboração do protocolo… Estabeleceu que, a partir daquela data, todos os pacientes internados na instituição seriam avaliados pelo enfermeiro supervisor plantonista da unidade e que este deveria classificá-lo segundo a Escala de Braden, sistematizando os cuidados de enfermagem conforme o grau de complexidade de cada paciente. Como medida preventiva ao aparecimento de úlcera por pressão, os pacientes com idade acima de 60 anos, obesos, emagrecidos, acamados e graves, eram instalados colchão piramidal, no protocolo de mudança de decúbito a cada 03 horas na Unidade de Internação e a cada duas horas no Centro de Terapia Intensiva. Após esta primeira avaliação, sempre no dia estipulado todos os pacientes que permaneceram nesta instituição, foram novamente avaliados pelo enfermeiro coordenador, sendo instituídas as medidas conforme necessidade para o melhor tratamento das lesões. Neste momento o avaliador, manteria ou trocaria a conduta conforme evolução das lesões e, estas observações escritas no TASY- prontuário eletrônico. Frente a este protocolo, foi preconizado para toda a equipe que a inspeção diária da pele deveria ser feita por toda equipe de enfermagem, podendo ser alterado os cuidados serem alterados conforme avaliação do enfermeiro responsável pela avaliação. Como o objetivo de validar nossas hipóteses, de que uma grande parcela destes pacientes já vinha portando úlcera por pressão, todos os pacientes que fossem admitidos com úlceras ou lesões de pele seriam fotografados e estas arquivadas em uma pasta de controle que ficaria na Gerência de Enfermagem para melhor acompanhamento destas lesões. Outro passo importante na implantação e implementação deste protocolo foi realizar um levantamento das coberturas existentes – curativos industrializados na Instituição bem como, negociar com a direção do hospital a necessidade de incluir outras que até então não tinha na Instituição. Frente a este levantamento e devido às condições do referido hospital a priori optou-se por preconizar as seguintes coberturas: Filmes transparentes: indicado para fixação de cateteres curtos e longos, proteção da pele íntegra e saliência óssea - filme não estéril, coberturas de incisão cirúrgica e fixação de curativos. Hidrocolóide: indicado para o tratamento de feridas limpas, com pequena e média quantidade de exsudato, queimaduras de 2º grau provocadas por placa de bisturi e prevenção de úlcera por pressão em áreas de atrito. Rev. Enf. Profissional 2014. jul/dez , 1(2): 511:520. 517 ISSN 2357-7444 Souza CJ, Madeira FM, Valente GSC. Elaboração do protocolo… Curativo úmido com solução fisiológica 0.9%: Possui como mecanismo a ação limpeza e o umedecimento do leito da ferida, favorecendo a formação do tecido de granulação. Além disso, amolece os tecidos desvitalizados, favorecendo o desbridamento autolítico. Indicação principal é a manutenção do meio úmido em feridas com cicatrização por segunda e terceira intenção. Ácido Graxo Essencial – AGE: indicado para lesões de pele em geral e tratamento de úlceras por pressão, estágio I e II. Hidrogel: indicada na remoção de crostas e tecido desvitalizado e feridas limpas com pouco exsudato. Alginato de cálcio: indicado para feridas exsudativas, cavitárias e que apresentam sangramento. Não é indicado em lesões por queimaduras. Carvão ativado: é indicado em lesões fétidas, infectadas e/ou com grande quantidade de exsudato. Não é indicado em lesões com exposição óssea ou tendão. Papaína 6% (Gel) - É indicada para lesões onde é necessário o desbridamento enzimático. Possui ação bactericida, bacteriostática e antiinflamatória. Kolagenase: é indicada para desbridamento enzimático de tecidos desvitalizados. Não é seletiva, devendo ser usada com cautela. Necessita proteção da pele ao redor. Sulfadiazina de prata a 1%: possui atividade bacteriostática - ação contra Pseudomonas Aeruginosa e Staphilococcus Aureus. Baixa toxicidade sistêmica. Raramente observados problemas de intolerância local e dermatite. Para um acompanhamento sistematizado e individualizado todos os pacientes incluídos no perfil foram visitados pelos enfermeiros supervisores e evoluídos no TASY - Prontuário Eletrônico. Os enfermeiros puderam acompanhar a descrição das lesões e condutas adotadas. Semanalmente era elaborada uma planilha que era fixada nos postos de enfermagem para que todos da equipe soubessem o andamento e o tratamento proposto. O sistema proposto viabilizou o controle das coberturas utilizadas, houve uma diminuição nas glosas e teve uma melhoria do perfil das lesões o que está diretamente ligada ao tempo de hospitalização do paciente. Rev. Enf. Profissional 2014. jul/dez , 1(2): 511:520. 518 ISSN 2357-7444 Souza CJ, Madeira FM, Valente GSC. Elaboração do protocolo… Comentários Desde a implementação do Grupo de Prevenção de Lesão e Tratamento de Pele teve vários pontos positivos como a prescrição dos curativos pelos enfermeiros assistenciais, o que resultou em uma autonomia que poucas unidades de saúde do Rio de Janeiro têm. Devido a este trabalho, conseguiu-se agregar outros profissionais, o que transformou a comissão em uma equipe interdisciplinar dentro da instituição. Hoje, os médicos solicitam pareceres quando pacientes deste perfil são admitidos com úlceras por pressão ou lesões de pele e na ocasião da alta, são fornecidas orientações aos pacientes e familiares de como essas lesões deverão ser tratadas no domicílio. O perfil das lesões principalmente no Centro de Terapia Intensiva mudou significativamente, ou seja, antes da implementação, tinha-se lesões estadiadas em III ou IV graus o que aumentava o tempo de internação gerando gastos desnecessários, glosas elevadas por falta de condutas coerentes e falta de excelência no tratamento. Outro item que nos deixou bastante motivados foi o fato de termos duas transferências externas solicitadas pelas operadoras de saúde para que avaliássemos as lesões, pois nas unidades anteriores foi indicado enxertia. A criação do Gripo de Prevenção de Lesões e Tratamento de Pele se mostrou positivo, porquanto preveniu o aparecimento de lesões de pele e reduziu as préexistentes. Os indicadores que aferimos mostram a eficácia e eficiência destes resultados. O nosso próximo passo é certificar a instituição como referência na prevenção de lesões, porém sabemos que há muito que fazer e precisamos melhorar ainda mais a nossa assistência, nossos protocolos e diminuir o aparecimento de novas úlceras por pressão. Rev. Enf. Profissional 2014. jul/dez , 1(2): 511:520. 519 ISSN 2357-7444 Souza CJ, Madeira FM, Valente GSC. Elaboração do protocolo… 1. Junior IM, Cierco AA, Rocha AV, Mota EB, Leusin S. Gestão da qualidade. 9ª edição. Rio de Janeiro: Editora FVG; 2008. 2. Teixeira GM, Silveira AC, Neto CPSB, Oliveira GA. Gestão estratégica de pessoas. Rio de Janeiro: Editora FVG; 2005. 3. Alves, VLS. Feldman LB. (org) Gestores da Saúde no âmbito da qualidade: Atuação e Competências – Abordagem Multidisciplinar. São Paulo: Martinari; 2011. 4. Marx LC. Manual de gerenciamento de enfermagem / Lore Cecília Marx, Luiza Chitose Morita. 2ª Ed. Rev e atual. São Paulo: EPUB; 2003. 5. Souza CJ. Manual de rotina em enfermagem intensiva. 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Recebido em: 15/05/2014 Revisões requeridas: Não Aprovado em: 15/06/2014 Published on: 31/07/2014 Rev. Enf. Profissional 2014. jul/dez , 1(2): 511:520. Endereço de contato dos autores: Geilsa Soraia Cavalcanti Valente E-mail: [email protected] 520