Relatório Anual 2011 Perfil Corporativo A Souza Cruz é uma companhia centenária, fundada em 1903, líder no mercado brasileiro de cigarros e uma das principais empresas integrantes do Grupo British American Tobacco (BAT), o mais internacional dos grupos que atuam no negócio de tabaco, presente em 180 países. Sua atuação se dá em toda a cadeia produtiva: desde o plantio e o processamento de fumo até a fabricação e distribuição direta de cigarros em 300 mil pontos de venda em todo o País. A Souza Cruz conta com cerca de 7.400 colaboradores diretos, 30 mil famílias de produtores integrados e gera mais de 240 mil postos de trabalho em toda a cadeia produtiva. A Companhia exporta fumo para os cinco continentes, gerando divisas para o País, e está entre as dez empresas brasileiras que mais recolhem tributos aos cofres públicos. Em 2011, a Souza Cruz gerou R$ 7,6 bilhões de tributos sobre vendas. No ano de 2011, a Souza Cruz comercializou cerca de 70,9 bilhões de unidades de cigarros, detendo 61% de participação no mercado brasileiro. A Companhia oferece ao consumidor adulto fumante as marcas Derby, Hollywood, Free, Dunhill, Lucky Strike, Vogue e Hilton, entre outras. No ano, a Souza Cruz exportou 96,6 mil toneladas de fumo. O lucro líquido no exercício foi de R$ 1,6 bilhão, 11% superior ao verificado no ano anterior. Com sede no Rio de Janeiro (RJ), a Souza Cruz possui duas fábricas de cigarros, uma em Uberlândia (MG), a maior da América Latina e campeã em volume de produção em todo o Grupo BAT, e outra em Cachoeirinha (RS), inaugurada em 2003, com capacidade de produção de até 30 bilhões de cigarros por ano. A Unidade de Cachoeirinha constitui um moderno complexo industrial que abriga também o RPC (Regional Product Centre), centro de referência em inteligência de pesquisa e desenvolvimento em tabaco, o Parque Gráfico, responsável pela produção de embalagens de cigarros com alto padrão de qualidade, além do GSD (Group Service Delivery), serviço global de tecnologia da informação da BAT. O plantio e a colheita do fumo são realizados por milhares de produtores rurais que atuam dentro do Sistema Integrado de Produção de Tabaco, que provê acesso facilitado a sementes e insumos, além de assistência técnica em todo o processo produtivo, com a garantia da compra da produção contratada. A Souza Cruz conta com Usinas de Processamento nas principais regiões produtoras de tabaco, em Santa Cruz do Sul (RS), Blumenau (SC), Rio Negro (PR) e Patos (PB). Relatório Anual 2011 A Companhia possui, ainda, seis Centrais Integradas de Distribuição (CID), localizadas no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre e Curitiba, além de inúmeros postos de abastecimento que conferem capilaridade e agilidade à distribuição dos produtos aos varejistas. A Souza Cruz também participa há 17 anos de um empreendimento internacional, a Brascuba, uma associação com o Governo de Cuba para a produção e exportação de cigarros. Além disso, detém participação na Agrega, empresa voltada para a otimização de compra de materiais e serviços, com sede em São Paulo. Em 2009, a iniciativa foi ampliada para uma expansão internacional, uma joint venture entre BAT e a ABI, o Agrega Global. Confira a seguir o mapa de atuação da Companhia: Relatório Anual 2011 Demonstração do Valor Adicionado (DVA) O cálculo do DVA tem como objetivo demonstrar o desempenho socioeconômico de uma empresa, informando sobre a riqueza criada e a forma como foi distribuída. Em 2011, a Souza Cruz gerou um valor adicionado consolidado de R$ 10,5 bilhões, 5,4% superior ao de 2010 (R$ 10,0 bilhões), conforme demonstra a tabela abaixo: R$ Milhões 2010 2010 2011 2011 Governo79,3%7.950,178,3% 8.272,4 Acionistas13,3% 1.333,714,2% 1.504,2 Colaboradores 5,7% 568,4 5,8% 613,9 Financiadores 0,5% 57,4 0,8% 80,5 Reinvestimento 1,2% 116,4 0,9% 99,8 10.026,0 10.570,8 Relatório Anual 2011 Quick View 30 mil produtores rurais integrados 300 mil pontos de venda 7,4 mil colaboradores 240 mil empregos gerados na cadeia produtiva 96,6 mil toneladas de fumo exportadas 70,9 bilhões de unidades de cigarros vendidos 61% de participação de mercado R$ 1,6 bilhão de lucro líquido R$ 7,6 bilhões em tributos sobre as vendas R$ 1,5 bilhão em remuneração aos acionistas 3 parques ambientais, totalizando uma área de 310 hectares de preservação ambiental 95% de resíduos reciclados 60% das embalagens de entrega de produtos são reaproveitadas 60% da matriz energética renováveis 3 fazendas de reflorestamento para geração de lenha, que é utilizada como fonte de energia 100% do esgoto das fábricas é tratado e 31% reutilizado 85% das emissões de carbono são neutralizadas, e o restante compensado por práticas ambientais em áreas de preservação, parques ambientais e reflorestamento mantidos pela Companhia Relatório Anual 2011 Mensagem do Presidente É com muito orgulho que apresento os resultados da Souza Cruz em 2011. Um ano em que superamos importantes desafios em nosso ambiente competitivo, apresentamos inúmeras novidades em nosso portfólio de produtos e obtivemos crescimento em nosso lucro e nos resultados operacionais. Particularmente, assumi a presidência da Companhia em janeiro de 2012 com grande satisfação e excelentes expectativas. Depois de seis anos no Grupo BAT, como presidente de nossa operação na Colômbia e no México, e após diversos anos de experiência no segmento de alimentos, na Europa e no Brasil, considero um privilégio poder presidir a Souza Cruz e sua talentosa equipe. Uma equipe que trabalha com atitude de liderança, paixão pelo que faz, grande capacidade de fazer acontecer, inovar e criar, características que fazem desta uma das principais empresas do Grupo BAT no mundo. Tal constatação fez crescer ainda mais o desejo de contribuir com todos os colaboradores, com quem daremos continuidade e iremos evoluir em relação ao excelente trabalho que é feito aqui. Nos últimos anos, a Souza Cruz dedicou-se a construir um portfólio robusto de marcas e aprimorar a sua rede de distribuição direta, que hoje conta com 300 mil pontos de venda em todo o País – duas importantes ferramentas para alcançar o principal foco da Companhia, que é obter crescimento, tanto em receita quanto em participação de mercado, através da oferta aos consumidores adultos de uma variedade de produtos de qualidade, notadamente inovadores. O crescimento do nosso negócio passa pela captura de todas as oportunidades identificadas no mercado, a despeito das pressões regulatórias e do aumento de impostos. A resposta do consumidor é bastante positiva. No ano de 2011, as marcas Dunhill, Free, Lucky Strike e Hollywood aumentaram a sua participação. Derby, por outro lado, sofreu perdas por conta da atuação ascendente do mercado ilegal, que hoje responde por 28% do mercado brasileiro de cigarros. Nesse sentido, daremos continuidade às iniciativas de apoio a instituições e ao Governo, no combate ao contrabando e à falsificação de cigarros. Devemos seguir também na busca constante pela máxima eficiência operacional, investindo na qualidade dos produtos, no relacionamento com os elos de nossa cadeia produtiva em prol da sustentabilidade e do benefício mútuo, na rapidez em apresentar inovações e na continuidade das ações de responsabilidade social que bem caracterizam a Souza Cruz há mais de cem anos. Relatório Anual 2011 Este tipo de diretriz só é possível graças à integração e à agilidade em todos os processos da Empresa, desde pesquisa e tecnologia no melhoramento de sementes, passando pela eficiência produtiva alcançada junto aos produtores de tabaco, até a capacidade industrial de dar forma às inovações e a nossa talentosa força de vendas e distribuição, que chega aos pontos mais distantes deste país. Criar valor e dividir a riqueza gerada com toda a cadeia produtiva, acionistas, funcionários, fornecedores e sociedade. Formar equipes vitoriosas e com oportunidades de desenvolvimento profissional. Desenvolver-se de maneira sustentável, com respeito máximo ao meio ambiente e à sociedade. Estes têm sido traços marcantes da trajetória centenária da Souza Cruz. Foi assim em 2011 e é assim que pretendemos continuar atuando na construção do nosso futuro. Andrea Martini Presidente Relatório Anual 2011 Crescimento Mercado de Cigarros O ano de 2011 apresentou um cenário particularmente desafiador. A Souza Cruz encerrou o ano com 61% de participação de mercado, tendo comercializado o volume de 70,9 bilhões de cigarros. Três das quatro principais marcas da Souza Cruz apresentaram crescimento em sua participação no mercado total. A participação da Companhia foi 1,3 p.p. abaixo do desempenho verificado em 2010, e o volume de cigarros vendidos foi 1,5% inferior aos 71,9 bilhões vendidos naquele ano, especialmente por conta do avanço do mercado ilegal, que se vale de métodos como contrabando e falsificação, e respondem por cerca de 28% do mercado de cigarros no Brasil. Derby é a marca mais afetada pela concorrência desleal, tendo encerrado o ano com perda de 2,6 p.p. de participação no mercado. O faturamento proveniente da venda de cigarros foi favorecido pelos preços mais elevados praticados em 2011, por conta de repasse do aumento da carga tributária, e também ao expressivo crescimento das marcas do segmento Premium, como Free, Dunhill e Lucky Strike. Dunhill cresceu sua participação em 0,7 p.p, com um aumento de 10,1% no volume de cigarros comercializados. Free cresceu o volume em 3% e Lucky Strike alcançou a marca de mais de 1 bilhão de cigarros vendidos no ano, 38% acima do volume apurado no ano anterior, graças ao bom desempenho de Click & Roll, novidade apresentada ao mercado em 2010. Hollywood também apresentou volume crescente, mantendo a participação de mercado praticamente estável. Confira a seguir a evolução da participação de mercado das principais marcas da Souza Cruz: Marca 2010 2011 Dunhill 7,4%8,1% Free 9,9%10,2% Hollywood9,8%10,0% Derby28,1%25,5% Saiba mais em Desempenho das Marcas Relatório Anual 2011 Mercado de Fumo No segmento de fumo, o constante aprimoramento das práticas agrícolas e o desenvolvimento de novas variedades, cada vez mais alinhadas aos desejos do consumidor, associados a um clima mais favorável, contribuíram para uma produtividade maior na safra. No ano, a Souza Cruz exportou 96,6 mil toneladas de fumo, 4% acima do volume apurado no ano anterior. As receitas de exportação de fumo da Companhia totalizaram R$ 1.057,6 milhões versus R$ 1.039,0 milhões no mesmo período de 2010). Esse crescimento deve-se aos preços praticados em dólares terem sido, em média, 5,5% superiores aos do ano anterior. No entanto, a apreciação do real em relação ao dólar (4,9%) influenciou negativamente os resultados operacionais desse segmento de negócio. No ano, a Companhia celebrou contrato de longo prazo para exportação de fumo com as empresas do Grupo BAT, com garantia mínima de demanda e potencial para crescimento, de forma a garantir maior previsibilidade do fluxo de embarques. A metodologia de precificação foi previamente definida, levando em consideração a cobertura dos custos do negócio de exportação de fumo e a remuneração do capital investido nesse negócio. A celebração deste contrato possibilitará à Souza Cruz reduzir imobilização de capital e contratar os fumicultores por longo prazo, contribuindo para a sustentabilidade do negócio de fumo no Brasil. Leia mais em Exportação de Fumo Contexto de Mercado e Ambiente Competitivo Nos últimos anos, a comercialização de cigarros vem passando por sucessivos aumentos de carga tributária e restrições à divulgação e ao consumo do produto. A alta carga tributária incidente em cigarros gera um ambiente propício e rentável para ações ilegais, como contrabando ou falsificação, oferecendo ao consumidor preços mais baixos, sem os devidos controles de qualidade, e gerando imensas perdas de arrecadação tributária aos cofres públicos. Estima-se que este tipo de ação acarrete para o Governo uma perda de cerca de R$ 2,8 bilhões ao ano. Em 2011, apesar de avanços no combate ao comércio ilegal de cigarros, sua fatia de mercado voltou a crescer, alcançando a marca de 28% do mercado total. No final de 2011, o Governo Federal sancionou a Lei Federal nº 12.546/11, que prevê a proibição da propaganda comercial de cigarros, inclusive no interior dos pontos de venda, permitindo somente a exposição de produtos, bem como prevê que, a partir de janeiro de 2016, as advertências sanitárias que hoje ocupam 100% do verso do maço de cigarros e 100% de uma de suas laterais também deverão ocupar 30% da sua parte frontal. Relatório Anual 2011 A mesma lei também estende a proibição do fumo em locais fechados para todo o território nacional e altera o regime de tributação do IPI incidente sobre cigarros estabelecendo como regra a sistemática ad valorem (alíquota de 300%) e como opcional um regime especial com tributação mista (alíquota ad valorem + alíquota específica), além de estabelecer um preço mínimo a ser cobrado por maços de cigarros a partir de maio de 2012. Esta mudança resultou em um aumento na alíquota efetiva deste imposto– o último ocorreu em janeiro de 2011 - que acarretará ajustes de preços e poderá tornar ainda mais atraente o comércio ilegal de cigarros. Por outro lado, pela primeira vez, a lei prevê com antecedência o aumento das alíquotas incidentes sobre os cigarros para os próximos anos, permitindo assim um melhor planejamento para a indústria. Além disso, a inovação da criação de preços mínimos para cigarros, reajustáveis no mesmo período e proporção em que ocorrerão os aumentos de alíquotas citados, gera uma linha de corte entre o cigarro produzido e comercializado legalmente e aquele fruto de práticas ilícitas, permitindo, assim, uma melhora no mecanismo de fiscalização pelas autoridades governamentais e até mesmo pelos consumidores. Com o preço mínimo, o Governo espera provocar a recuperação da arrecadação tributária do setor e proporcionar maior competitividade entre as empresas que nele operam, garantindo a implementação de condições favoráveis ao desenvolvimento das atividades em ambiente de concorrência igualitária e leal. Vale mencionar os esforços do poder público em coibir práticas ilegais a partir de iniciativas como o Plano Estratégico de Fronteiras, anunciado em junho de 2011, que envolve uma série de medidas como investimento em equipamento e recursos tecnológicos e aumento do efetivo policial para intensificar o patrulhamento das fronteiras. Em 2011, registrou-se uma apreensão recorde de mercadorias contrabandeadas. No caso de cigarros, cerca de 3,5 bilhões de unidades, um número expressivo, mas que representa apenas 20% do volume total de cigarros contrabandeados no Brasil, alavancados pela grande diferença de preço entre o cigarro brasileiro e o paraguaio. É importante registrar que as iniciativas governamentais de combate ao contrabando visam não apenas proteger o segmento de cigarros, mas também evitar o tráfico de armas, drogas, medicamentos e eletrônicos, entre outros itens. A Souza Cruz apoia esta causa e a reversão deste cenário. Confira a seguir a e Relatório Anual 2011 Desempenho das Marcas A Souza Cruz é líder do mercado brasileiro de cigarros, reconhecida pela excelência e qualidade dos seus produtos, e mantém um processo de contínuo aprimoramento para oferecer inovações aos consumidores adultos fumantes. Seu objetivo estratégico é continuar elevando sua participação neste mercado, sendo reconhecida como a detentora do melhor portfólio de cigarros do País. Em 2011, a Companhia consolidou uma série de iniciativas adotadas ao longo dos últimos anos, encerrando o período com novidades em todas as marcas de cigarros que comercializa e ganhando cada vez mais espaço no segmento Premium. Marca Inovações para o mercado em 2011 Dunhill Reloc: sistema de abertura e fechamento do pack, inédito no Brasil, desenvolvido com o objetivo de proteger ainda mais a qualidade do produto, do primeiro ao último cigarro da embalagem. Lançamento da versão Dunhill Switch em São Paulo. Free Primeira marca no mundo com embalagem em tecnologia softplus, mais resistente, com cantos arredondados e relevos acentuados. Lançamento do Free Nano, mais fino e prático de portar. Relatório Anual 2011 Lucky Strike Novas embalagens com formas diferenciadas, textura emborrachada e o click pack – um sistema que torna mais fácil e prática a sua abertura. Hollywood Lançamento da plataforma Total Menthol Experience, com duas edições limitadas, oferecendo pela primeira vez a tecnologia double-thread. Lançamento do Hollywood Next Generation, com versões Red e Gold e embalagens mais resistentes. Vogue Nova embalagem com acabamento em relevo e metalizada. Hilton Completamente relançada, com novos sabores e embalagens. Derby Lançamento de Derby Premium e Derby Premium Menthol. Novas embalagens, mais resistentes. Leia mais em Desempenho Operacional da Companhia Distribuição O ano de 2011 marcou um amplo crescimento na capacidade de distribuição da Souza Cruz. Com o objetivo de atender a demanda de compra de seus produtos, a Companhia encerrou o ano com uma rede de 300 mil varejistas parceiros, um crescimento de cerca de 15% em relação aos 260 mil clientes atendidos em 2010. No ano, aproximadamente 90% das vendas foram realizadas diretamente, o que faz da Souza Cruz uma das empresas com maior capilaridade e eficiência no País. Esta ampliação do atendimento foi acompanhada de ações como o oferecimento de serviços, assessoria e programas com o objetivo de aumentar a satisfação dos parceiros comerciais e ajudar a promover o crescimento sustentável do negócio dos varejistas. Ferramentas como a publicação da revista Mais Varejo, que busca levar informações relevantes ao varejista, e o Clube +, que oferece vantagens aos parceiros comerciais, ao firmar acordos com fornecedores dispostos a negociar preços promocionais e formas de pagamento diferenciadas, são iniciativas que corroboram este direcionamento. Merece destaque também o investimento em segurança e monitoramento da frota de automóveis que efetuam a distribuição dos produtos e o investimento em desenvolvimento dos funcionários que estabelecem o contato presencial com os pontos de venda. Vale lembrar que a Souza Cruz, seguindo princípios claros de responsabilidade, apoia um programa de conscientização, implementado em 100% dos varejos atendidos pela empresa, sobre a proibição de venda de cigarros a menores de 18 anos. Leia mais em Eficiência Logística Relatório Anual 2011 Brascuba A Brascuba, a mais moderna fábrica de cigarros de Cuba, é fruto de parceria entre a Souza Cruz e a União de Empresas de Tabaco de Cuba (Tabacuba). A empresa possui 300 funcionários e administração compartilhada por cubanos e brasileiros, e produz e comercializa as marcas Popular, H. Upmann, Romeo y Julieta, Cohiba, Hollywood e Lucky Strike. Trata-se de uma parceria de benefícios mútuos: a Souza Cruz teve a oportunidade de entrar num mercado promissor, e Cuba ganhou mão de obra capacitada e produtos de alta qualidade, substituindo importações e gerando divisas via exportação. Em 2011, a Brascuba apresentou um significativo aumento de volume, atingindo 99% de participação no mercado em divisas (CUC – moeda conversível). Relatório Anual 2011 Produtividade Operações Verticalizadas A Souza Cruz atua em toda a cadeia de valor de forma verticalizada, da produção de sementes à distribuição dos cigarros nos pontos de venda. Este tipo de integração, além de conferir ganhos de eficiência e produtividade, permite uma estreita interação com os elos da Companhia, disseminando seu compromisso com os aspectos ambientais, sociais e de geração de riquezas de forma sustentável. Um importante exemplo desta prática é o Sistema Integrado de Produção de Tabaco, que concentra cerca de 30 mil produtores rurais numa dinâmica que envolve fornecimento de insumos para o plantio, assistência técnica, recomendações sobre boas práticas agrícolas, cuidados com o solo e preservação ambiental. Ao longo de seus 94 anos de existência, este sistema foi evoluindo, incorporou compromissos com a sustentabilidade e tem gerado um efeito multiplicador que extrapola a cultura do tabaco. O agricultor passa a usar estes métodos e aprendizados em outras culturas, como as de milho e feijão. A melhoria das condições da propriedade rural e os subsídios à inclusão digital, também fornecidos pela Companhia, passam a colaborar com a redução do êxodo rural e o desejo do agricultor de permanecer no campo. Trabalhos de conscientização sobre o uso exclusivo de lenha reflorestada nas propriedades rurais ou a erradicação da mão de obra da criança e do adolescente – condições indispensáveis para que um agricultor seja fornecedor da Souza Cruz – geram benefícios para todo o agronegócio brasileiro. Outra iniciativa importante na busca por eficiência é a atuação da subsidiária Agrega, responsável pela compra de materiais indiretos. Em 2011, a Souza Cruz alcançou uma economia da ordem de R$ 30 milhões, por meio da atuação da sua área de suprimentos e a partir de economias geradas pela utilização mais eficiente de matéria-prima, com redução de estragos e aumento de produtividade nas fábricas. Outra novidade que deve gerar benefícios em 2012 foi o início das operações da Planta de Recuperação de Solventes, com a implantação de tecnologia pioneira que irá permitir recuperar e reutilizar até 80% dos solventes utilizados no processo fabril. Relatório Anual 2011 Eficiência Logística O ciclo produtivo e a cadeia logística da Souza Cruz têm início com a produção das sementes. Isto ocorre no Centro de Melhoramento de Fumo (CMF), em Rio Negro, no Paraná, onde também funciona uma das Usinas de Processamento de Fumo da Companhia. Depois de colhido e curado pelos agricultores, o fumo é processado antes de ser encaminhado às fábricas para a produção de cigarros ou exportado para mais de 60 países. A Souza Cruz conta com Usinas de Processamento nas principais regiões produtoras de tabaco, em Santa Cruz do Sul (RS), Blumenau (SC), Rio Negro (PR) e Patos (PB). Em paralelo a todas as etapas de processamento, encontra-se o controle de qualidade, que realiza testes para direcionar o processo e assegurar o atendimento às especificações dos clientes. As fábricas da Companhia estão situadas em Uberlândia (MG) e em Cachoeirinha (RS), onde também se localizam o Regional Product Centre (Centro Regional de Produto – RPC), responsável pelo desenvolvimento de produtos e análises químicas e físicas de tabaco e cigarros, e o Parque Gráfico, que produz as embalagens de cigarro dentro do mais alto padrão de excelência. O cigarro chega aos 300 mil pontos de venda a partir da atuação de seis Centrais Integradas de Distribuição (CID), localizadas no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Curitiba e Porto Alegre, 32 Centros Operacionais de Distribuição e mais de 60 Postos de Abastecimento. Área de Operações INTEGRADA Relatório Anual 2011 Em 2011, a Souza Cruz obteve ganhos de eficiência logística a partir de inovações na sua matriz de transportes, como o uso de navegação de cabotagem. A Companhia investiu também no reforço da estrutura logística da Região Norte do Brasil, área que inclui a utilização dos modais rodoviário e fluvial, e inaugurou mais um centro operacional de distribuição. O objetivo é aprimorar a configuração das rotas de despacho, aumentando a segurança, reduzindo os custos com fretes e melhorando a qualidade do serviço prestado para os mais de 10 mil varejistas atendidos na região. Suporte ao crescimento O objetivo primordial da área industrial da Souza Cruz é dar suporte à estratégia de crescimento, mantendo equipamentos com tecnologia de ponta, capazes de produzir e suportar, com rapidez, segurança e alta qualidade, as inovações criadas pela Companhia. Em 2011, são muitos os exemplos que demonstram a capacidade de adaptação e implementação de novidades: novas marcas e versões, cápsulas, produtos com thread, embalagens emborrachadas e click pack, e o próprio rótulo soft plus são algumas das realizações desse período. Inovação e Pesquisa Em 2007, a Souza Cruz inaugurou, no complexo de Cachoeirinha, o Regional Product Centre Americas (RPC), que cuida diversas etapas da criação, pesquisas científicas e o desenvolvimento de novos produtos e suas inovações. Em 2011, merece destaque o reconhecimento da BAT em instalar no Brasil o seu centro de excelência de pesquisa agronômica para tabaco, suportanto as demais operações de fumo do Grupo. Trata-se do GLR&T (Global Leaf Research & Technology), uma referência em inteligência de pesquisa em tabaco para todas as empresas BAT. Desde o melhoramento genético e a produção de novos cultivares de tabaco até o fumo processado e armazenado, passando pela formação de mudas, manejo de lavoura, colheita e cura, o GLR&T vem acrescentando valor ao negócio por meio de inovações. No ano, entraram em atividade algumas novidades relacionadas à pesquisa em cultivo de fumo: a adaptação da tecnologia de irrigação por gotejamento, que garante a qualidade e a produtividade da safra em períodos de seca, e o uso do controlador inteligente de cura, que permite a regulagem automática das estufas durante o processo de cura do tabaco. Outra inovação foi o início da exportação de pó de talo para utilização nas operações de empresas do Grupo BAT que possuem plantas com tecnologia Fibex e fazem uso desta matéria-prima. Relatório Anual 2011 O Departamento Gráfico foi responsável pela criação de produtos diferenciados para os clientes Souza Cruz, como o click-pack e embalagens emborrachadas, e pelo desenvolvimento da tecnologia de embalagens soft rigid. Trata-se de uma inovação mundial, que destaca a qualidade dos cigarros e coloca a Companhia na condição de exportadora deste tipo de componente para outras empresas do Grupo BAT. Qualidade, Meio Ambiente, Segurança e Saúde Toda a cadeia produtiva da Souza Cruz é certificada por normas internacionais de gestão de qualidade (ISO 9001), de meio ambiente (ISO 14001) e de segurança e saúde ocupacional (OHSAS 18001), elaboradas pela International Organization for Standardization. Essas certidões são renovadas a cada três anos e passam por auditorias externas e auditoria interna anual, preparatória para as avaliações internacionais. A Empresa foi a primeira no mundo a adotar este conjunto de três certificações internacionais de forma integrada, em todos os seus sites e áreas de negócio. As normas fornecem diretrizes de gestão para as diversas etapas de produção e enfatizam o compromisso da Companhia com seus clientes, pela qualidade dos seus produtos; com a comunidade, pelo equilíbrio que mantém com o meio ambiente; e com os colaboradores, pelo esforço em garantir sua segurança e bem-estar. Um dos indicadores que atestam o alto padrão de qualidade da Souza Cruz é a queda progressiva do número de reclamações no SAC da Companhia, saindo de 35, em 2004, para o recorde de seis reclamações/bilhão de cigarros em 2011. Em 2011, a Souza Cruz desenvolveu um plano integrado de segurança, fortalecendo seu objetivo de atingir a meta de “Zero Acidente”. Com base na análise estatística e nas principais causas dos acidentes, a Companhia estruturou diretrizes para a implementação de programas específicos e treinamentos em processos e equipamentos críticos. O engajamento, a conscientização das equipes e o incentivo à participação dos colaboradores na prevenção de acidentes, propondo melhorias com foco em segurança, são pilares fundamentais ao atingimento desta meta. No fim de 2011, por exemplo, a Fábrica de Uberlândia alcançou a marca de 500 dias sem acidentes com afastamento, o que demonstra o compromisso da unidade com a construção de uma cultura de “Zero Acidente”. Relatório Anual 2011 RESPONSABILIDADE “Fomentar o empreendedorismo e a educação para a Sustentabilidade em toda a cadeia de valor, de forma alinhada com nossa essência e nossos princípios de negócios”. Esta é o princípio que orienta a estratégia de sustentabilidade da Souza Cruz, que reflete sua preocupação com a adoção e a manutenção de elevados padrões éticos de comportamento entre seus parceiros, visando à geração de valor para todos os seus públicos: acionistas, colaboradores, fornecedores, consumidores e sociedade em geral. A Souza Cruz implementa esta estratégia por meio de projetos realizados em quatro plataformas de atuação, que contemplam toda a sua cadeia de valor: Produtor Rural Sustentável: inclui ações com foco em erradicação da mão de obra infantil, maximização da propriedade rural como negócio sustentável e mitigação de impactos ambientais; Companhia Sustentável: agrupa ações com o objetivo de desenvolver os colaboradores, alinhar os fornecedores à estratégia de sustentabilidade da Companhia e estimular a diversidade do time Souza Cruz; Varejo Sustentável: concentra iniciativas voltadas para coibir a venda de cigarros a menores de 18 anos e maximizar o uso do varejo como negócio sustentável; Sociedade Sustentável: promove melhoria da qualidade de vida no entorno das unidades onde a Companhia opera, estimula debates sobre ética, liberdade de escolha e direitos do consumidor e desenvolve iniciativas de apoio à educação e ao desenvolvimento do jovem rural. Considerando, ainda, a educação para a Sustentabilidade, o Instituto Souza Cruz potencializa os territórios rurais, contribuindo para o empreendedorismo do jovem rural. Relatório Anual 2011 Produtor Rural Sustentável Propriedade Sustentável Visa ao desenvolvimento sustentável da pequena propriedade rural, por meio de capacitação gerencial e treinamento dos produtores rurais, tendo como base aspectos como gestão financeira, diversificação de culturas e respeito às questões socioambientais. Em 2011, este programa foi ampliando, atendendo ainda mais famílias nos diversos municípios dos três estados do Sul. Plano Diretor de Solos Objetiva conscientizar os produtores rurais para o uso sustentável da água e do solo, por meio do planejamento das atividades e da assistência técnica da Souza Cruz. Em 2011, o projeto alcançou a marca de 12 mil produtores integrados treinados neste tema, com mais de 70% dos produtores integrados já tendo adotado suas recomendações. Programa Reflorestar Busca a preservação da biodiversidade e da mata nativa nas áreas de produção de tabaco através de financiamento de mudas de espécies próprias para o reflorestamento e divulgação de técnicas de reflorestamento para produtores integrados à Souza Cruz. Em 2011, o projeto contribuiu para a autossuficiência em lenha reflorestada de 3.727 produtores e financiou o plantio de 4 milhões de mudas. Jornada Escolar Ampliada Esta iniciativa promove investimentos em projetos que ajudem a melhorar a qualidade do Ensino Fundamental por meio de alternativas de ocupação e entretenimento e formação multidisciplinar no contraturno escolar. Com isso, a Souza Cruz busca contribuir para a erradicação da mão de obra infantil no meio rural por meio da manutenção de crianças e adolescentes nas escolas. Em 2011, foram investidos R$ 2,1 milhões destinados a 37 projetos, em 32 municípios do Sul do País. Projeto Saber Facilita o acesso de produtores integrados a computadores, sendo 50% do valor subsidiado pela Souza Cruz, e a doação de equipamentos para escolas, visando proporcionar inclusão digital e acesso ao conhecimento no meio rural. Em 2011, alcançou a marca de 6 mil produtores beneficiados desde a criação do programa, em 2009. Programa Crescer Legal Parceria estabelecida entre o Sindicato da Indústria do Tabaco (Sinditabaco), empresas associadas e Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) para prevenir e combater a mão de obra infantil e adolescente na cultura do tabaco, por meio da conscientização de produtores e da sociedade. São realizados seminários, campanhas educativas, Relatório Anual 2011 capacitação de técnicos de campo, e veiculação de anúncios em TV, rádios e jornais das principais regiões produtoras de tabaco. Em 2011, 3 mil pessoas, em oito municípios dos estados do Sul do País, participaram de Ciclos de Conscientização sobre saúde e segurança do produtor e proteção da criança e do adolescente. Plante Milho e Feijão após a Colheita do Tabaco Um dos elementos do sistema de produção integrado da Souza Cruz é o estímulo e a orientação para a diversificação de culturas. Uma das alternativas para esta prática é o plantio do milho e do feijão após a colheita do tabaco. Além de proporcionar ao agricultor a possibilidade de renda adicional, a rotatividade das culturas desempenha um papel fundamental no manejo de pragas, doenças e na conservação do solo. Tratamento de Agroquímicos e Recolhimento de Embalagens A Companhia mantém parceria com o Sindicato da Indústria do Tabaco (Sinditabaco) e com a Associação de Fumicultores do Brasil (Afubra) para recolhimento de embalagens vazias de agrotóxicos no Sul do País. Em 2011, foram recolhidas mais de 700 mil embalagens nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Música em Movimento O Projeto Música em Movimento teve início em 2010. A proposta do projeto é levar a arte e promover a cultura em regiões produtoras de tabaco, valorizando o relacionamento com a comunidade e com os produtores integrados. Viabilizando espetáculos de música regional com apoio e incentivo da Lei Rouanet, somente em 2011 mais de 30 mil pessoas assistiram a espetáculos realizados no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais. Relatório Anual 2011 Companhia Sustentável Fonte de energia renovável A Souza Cruz possui três áreas próprias dedicadas ao reflorestamento: a Fazenda Boa Vista (RS), a Fazenda Triângulo (SC) e a Fazenda Buriti da Prata (MG). A manutenção dessas fazendas torna a empresa autossustentável em lenha, uma fonte de energia renovável. Outra iniciativa é a utilização de veículos movidos a gás natural e biocombustíveis (flex) na frota do Departamento de Fumo e da equipe de Vendas e Distribuição de cigarros. Captação de Água da Chuva A Companhia investe também na criação de áreas para captação de água da chuva na fábrica de Cachoeirinha (RS), para reduzir o consumo de água proveniente da concessionária. Em 2011, cerca de 64% do total de água utilizada pela Unidade Cachoeirinha foi proveniente de água de chuva. Gestão de resíduos sólidos A Souza Cruz realiza uma avaliação sistemática e contínua dos resíduos gerados em todas as unidades da Empresa para identificar áreas de oportunidades de reciclagem ou reutilização. Em 2011, a Companhia reciclou cerca de 95% de todos os resíduos gerados. Tratamento de Esgotos e Efluentes Líquidos As fábricas da Souza Cruz contam com estações de tratamento de efluentes líquidos, e todos os resíduos são destinados a processos de reciclagem, reutilização e/ou compostagem. Em alguns casos, o tratamento de efluentes líquidos já torna a água adequada para uso em sistemas de refrigeração, rega, lavagem de pisos e outros usos que não exijam água potável. Em 2011, foi gerado 1,52 m³ de esgoto por milhão de cigarros equivalentes, uma redução de 9% em relação a 2010, e cerca de 31% do esgoto tratado foi reutilizado nas dependências da Souza Cruz. Gestão de Mudanças Climáticas – Balanço de Carbono Em 2008, a Souza Cruz iniciou o monitoramento das emissões de gases de efeito estufa em sua cadeia produtiva. Em 2011, o inventário anual de emissões de gases do efeito estufa e quantificação de estoque de carbono da Companhia atestou que 85% das suas emissões e de sua cadeia produtiva foram neutras, e os 15% restantes foram compensados por áreas de preservação, parques ambientais e de reflorestamento mantidas pela Souza Cruz. O estudo classifica ainda as diferentes fontes de emissão, permitindo que a Companhia identifique áreas nas quais é possível adotar novas alternativas de tecnologias mais limpas. Relatório Anual 2011 Sustentabilidade na Cadeia de Fornecedores Visando alinhar a base de fornecedores à sua estratégia de sustentabilidade, a Souza Cruz realiza uma avaliação de seus fornecedores estratégicos por meio de um processo robusto baseado no benefício mútuo e no melhoramento contínuo de processos (Best – Business Enablers Survey Tool). Esta iniciativa visa à disseminação e ao estímulo à adoção de boas práticas socioambientais e éticas pelos fornecedores da empresa. Varejo Sustentável Campanha de Conscientização sobre a Proibição da Venda de Cigarros para Menores de 18 anos A Souza Cruz apoia a campanha de conscientização realizada pelas principais entidades dos setores de hospitalidade, gastronomia, panificação, turismo e combustíveis, divulgando-a em 100% dos varejos que compõem a sua rede de distribuição. Disseminação de práticas de Responsabilidade Social para varejistas A Souza Cruz utiliza seus canais de comunicação com os varejistas para divulgar temas como mitigação de impactos ambientais, atendimento e respeito ao cliente, gestão e princípios éticos no varejo. Além disso, atua na geração de conhecimento sobre Responsabilidade Social no setor varejista, por meio do Centro de Desenvolvimento da Sustentabilidade no Varejo, da Fundação Dom Cabral. Sociedade Sustentável Programa e Portal Diálogos Universitários Visa complementar a formação acadêmica, cultural e humanística dos universitários por meio da discussão de temas relevantes para esse público nas principais universidades brasileiras. O Portal Diálogos Universitários (www.dialogosuniversitarios.com.br) é um espaço interativo e democrático de discussão e reflexão que busca contribuir para o empreendedorismo dos universitários e para uma consciência cívica, ética e responsável. Em 2011, foram realizadas 16 edições do Programa Diálogos Universitários em todas as regiões do País, com 7.408 participantes, e o portal teve 339.947 acessos. Voluntários Souza Cruz O Programa Voluntários Souza Cruz estimula o envolvimento dos colaboradores em causas sociais, reforçando o aprimoramento do seu relacionamento com as comunidades e a cultura de responsabilidade social na Companhia. Em 2011, foram realizadas 209 ações em todo o Brasil, que beneficiaram cerca de 31 mil pessoas em 175 instituições, por meio da atuação de aproximadamente 3,5 mil voluntários. Relatório Anual 2011 Parques Ambientais A Souza Cruz possui três parques ambientais abertos à visitação pública, integrados às unidades de Uberlândia (MG), Cachoeirinha (RS) e Santa Cruz do Sul (RS). Juntos, os parques correspondem a uma área de 310 hectares destinados à preservação e recuperação da biodiversidade das respectivas regiões e à conscientização e educação ambiental dos colaboradores e das comunidades adjacentes. Em 2011, os três parques receberam, no total, aproximadamente 5,5 mil visitantes. Instituto Souza Cruz O Instituto Souza Cruz é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, de abrangência nacional. Reconhecido pelo Ministério da Justiça como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), o Instituto está comprometido com a causa da sustentabilidade no campo e direciona esforços para a formação de jovens empreendedores nos territórios rurais, mediante iniciativas que contribuam para fortalecer a agricultura familiar brasileira. O Instituto trabalha com a convicção de que a educação é a chave para preparar jovens capazes de exercer um papel estratégico no desenvolvimento e prosperidade rural, aliando inovação técnica e respeito às tradições, utilizando o conhecimento de forma consciente, integrada e não agressiva ao meio ambiente. Confira a seguir algumas linhas de atuação do Instituto Souza Cruz: Programa Empreendedorismo do Jovem Rural Direcionado a jovens entre 16 e 29 anos, busca ser um complemento à educação formal de jovens rurais, por meio de uma prática que estimula a crítica, a reflexão, a criatividade, a ética e a cidadania. Objetiva preparar o jovem para exercer um papel de agente do desenvolvimento rural sustentável, por intermédio da identificação de oportunidades de geração de renda e melhoria de qualidade de vida nas comunidades rurais. A cada ano, o programa abre novas turmas e já formou 506 jovens desde o início de suas atividades. Em 2011, 129 jovens rurais concluíram o programa nos seguintes territórios do Sul e Nordeste do Brasil: Vale do Rio Pardo (RS), Caminhos do Tibagi (PR), Centro-Sul do Paraná (PR), Encostas da Serra Geral (SC), Médio Curu (CE) e Sisal (BA). Rede Jovem Rural Trata-se de um projeto coletivo formado por instituições dedicadas à educação e ao desenvolvimento integral dos jovens no campo, que busca articular atores e promover a troca de experiências, cooperação e a defesa conjunta destas causas. Esta rede é formada pelo Instituto Souza Cruz e pelas seguintes organizações: Associação Regional das Casas Familiares Rurais do Sul do Brasil (Arcafar Sul), Centro de Relatório Anual 2011 Desenvolvimento do Jovem Rural (Cedejor), Movimento de Educação Promocional do Estado do Espírito Santo (Mepes), Movimento de Organização Comunitária (MOC) e Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta). A busca por articular atores e constituir espaços para o intercâmbio de ideias rendeu algumas ações especiais em 2011. Uma delas foi a IV Jornada Nacional do Jovem Rural, com a participação de 400 pessoas de 20 estados, representando todas as regiões do País. Com o tema “Por uma agricultura familiar, profissional e inovadora”, o evento reuniu jovens, educadores e técnicos de 18 organizações que trabalham com projetos de educação no campo. A Rede Jovem Rural organizou também o Conexões Rurais, uma publicação que reuniu dez boas práticas de educação e sustentabilidade no campo, sistematizando este conhecimento para ajudar a projetar uma ruralidade com novas oportunidades para as futuras gerações. Este estímulo também se deu em âmbito internacional, com o apoio à participação de jovens líderes rurais brasileiros em eventos promovidos pela FAO e Unesco, como o Rotas de Aprendizagem na Colômbia e o seminário internacional de jovens líderes rurais na Alemanha. Para conhecer melhor estas ações, acesse www.institutosouzacruz.org.br e www.jovemrural.com.br. Posicionamento sobre o ato de fumar A Souza Cruz reconhece que o consumo de seus produtos envolve riscos à saúde, e não poupa esforços para desenvolver produtos que possam representar menor risco potencial aos consumidores. A Companhia acredita que a decisão de fumar (ou não) é uma questão de livre escolha e deve ser tomada por adultos conscientes dos riscos à saúde. A única maneira de evitar os riscos à saúde em decorrência do consumo de cigarros é não fumar, e a melhor forma de diminuir esses riscos é parar de fumar. Regulamentação A Souza Cruz apoia uma regulamentação sensata e equilibrada, que mantenha os adultos fumantes informados sobre os riscos à saúde e, ao mesmo tempo, respeite a liberdade de escolha em relação ao ato de fumar. A Companhia acredita, também, que esta relevante atividade econômica deve ser desenvolvida apenas por empresas regularmente estabelecidas. Considerando que o Brasil detém uma das mais severas legislações sobre o setor de tabaco, a imposição de novas e maiores restrições, fora do âmbito legislativo competente e sem um estudo prévio de sua eficácia e impactos, apenas onera as empresas que atuam na legalidade, abrindo espaço para o crescimento do mercado ilegal de cigarros, que hoje representa cerca de 28% do mercado total. Relatório Anual 2011 Como exemplo de medida excessiva, tem-se a Resolução editada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em março de 2012, a qual tem por objeto o banimento total do uso de qualquer ingrediente - que não seja tabaco ou água - nos produtos derivados do tabaco fabricados e comercializados no Brasil. Sem dúvida, trata-se de medida extremamente gravosa, cuja complexidade e consequências extrapolam o âmbito da Agência. Pedidos indenizatórios de fumantes e ex-fumantes Nos últimos 16 anos, a Souza Cruz foi alvo de 631 ações de pedidos indenizatórios de fumantes e ex-fumantes (Product Liability Litigation – PLL) no Brasil. Passada mais de uma década de litígios, foram proferidas mais de 460 sentenças e 258 acórdãos de 16 Tribunais Estaduais afastando tais pretensões. Todas as decisões definitivas, ou seja, já transitadas em julgado, afastaram as pretensões indenizatórias dos fumantes, ex-fumantes ou seus familiares, totalizando 387 casos encerrados. Em 27/4/2010, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) avaliou pela primeira vez o mérito de uma ação indenizatória por danos atribuídos ao consumo de cigarros, entendendo pela ausência dos requisitos necessários à configuração do dever de indenizar. Desde então, foram proferidos outros dois acórdãos, unânimes e quatro decisões monocráticas, todos pela improcedência desse tipo de demanda indenizatória sob os mesmos fundamentos, com destaque para: (i) ausência de defeito no produto; (ii) amplo conhecimento dos riscos associados ao consumo de cigarros; (iii) livre-arbítrio dos consumidores, que podem optar por fumar ou não; (iv) licitude da atividade de produção e comercialização de cigarros. Tendo em vista que as decisões do STJ orientam o posicionamento dos demais Tribunais, tais resultados são fundamentais à obtenção de novas decisões favoráveis. Outro efeito indireto desses resultados no STJ é o desestímulo à propositura de novas ações. Relatório Anual 2011 Organização Vencedora A Souza Cruz acredita que, como uma Organização Vencedora, deve manter todos os esforços na atração, no desenvolvimento e na retenção de talentos, garantindo a manutenção de um time de líderes e equipes que exercem a plenitude do seu potencial, com comprometimento e orgulho de trabalhar na Companhia. O ano de 2011 apresentou inúmeros desafios no ambiente competitivo da Empresa e, mais uma vez, a Souza Cruz apresentou resultados expressivos, concluindo o período com importantes realizações e reconhecimentos. Estes acontecimentos marcam a consolidação e a legitimação dos pilares estratégicos que vêm sendo adotados nos últimos anos: • Garantir a capacidade de atração dos melhores talentos por meio do fortalecimento da marca Souza Cruz; • Criar oportunidades de carreira em todos os níveis, visando garantir o contínuo crescimento profissional; • Reforçar a cultura de alta performance e o orgulho de trabalhar na Souza Cruz por meio da prática dos valores; • Garantir a alta competitividade do modelo de remuneração e benefícios em relação ao mercado. A Souza Cruz continua enfatizando o treinamento e desenvolvimento de seus funcionários em todos os níveis da Organização e, no ano de 2011, deu especial atenção à educação profissionalizante para colaboradores no nível técnico. A partir de parcerias com instituições como Senai e Sesi ou em treinamentos práticos no próprio ambiente da Companhia, em programas como o “Praticar” e o “Qualificar”, que visam aprimorar o desenvolvimento técnico e a prática destes conhecimentos nas áreas industriais, a Souza Cruz acredita ter dado um importante passo na formação de mão de obra especializada para os desafios inerentes ao seu negócio. Merece destaque também a Plataforma Academia do Crescimento, que engloba programas que objetivam desenvolver o time de profissionais para que estes possam suportar a evolução da Companhia e se desenvolver rumo ao crescimento das suas carreiras na Organização. O Programa de Desenvolvimento Universitário (PDU), que tem como objetivo incentivar os colaboradores a cursar o ensino superior, e o Programa de Idiomas (Prodi) também representam importantes iniciativas neste sentido. Nos demais níveis da Organização, continuam em curso oportunidades como o Programa de Gestão Empresarial (PGE), para o nível profissional, e o PGE Avançado, para o público gerencial, ambos conduzidos pela Fundação Dom Cabral. Relatório Anual 2011 A Souza Cruz acredita que o sentimento de pertencer à Organização é reforçado pelas oportunidades de crescimento e desenvolvimento oferecidas pela empresa. Os colaboradores são os embaixadores da marca Souza Cruz e desempenham um papel decisivo na estratégia de gestão de pessoas, ajudando a atrair, captar e fidelizar novos talentos. Neste sentido, em 2011, foi criado o Indique um talento, que aprimorou o processo de indicações da rede de relacionamentos dos colaboradores da Souza Cruz, garantindo a referência pessoal como um diferencial do processo seletivo. Uma das principais estratégias da Souza Cruz para fortalecer o engajamento de seus colaboradores na atração de novos talentos é disseminar os princípios e as atividades da Companhia como marca empregadora. A Souza Cruz participa de inúmeras feiras de recrutamento em faculdades pelo Brasil. No último ano, o já tradicional Programa de Trainee contou com o recorde de 30 mil inscritos, e o Programa de Estágio recebeu cerca de 4 mil inscrições de estudantes em todo o Brasil. A diversidade e o desejo de inclusão fazem com que a Companhia mantenha um esforço permanente para integrar pessoas com deficiência ao seu quadro de colaboradores. Nos últimos dois anos, a Souza Cruz triplicou o número de trabalhadores com algum tipo de deficiência e firmou um convênio com a Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência. Deste modo, 30 novos profissionais estão em treinamento fora do ambiente da Empresa, para serem incorporados ao time Souza Cruz em 2012. O sucesso destas iniciativas pode ser medido por pesquisas de clima, como é o caso da Your Voice, realizada a cada dois anos, ou por meio de métricas como o índice de turnover – percentual de funcionários que deixam a Companhia. A Souza Cruz tem se mantido historicamente com turnover entre 10% e 12%, indicador considerado benchmark no segmento de varejo. Este número é composto por aposentadorias, demissões por gestão de performance ou pedidos de demissão por parte do colaborador e serve para avaliar tanto a satisfação dos colaboradores quanto a política de contratações da Companhia. Neste sentido, um importante reconhecimento foi o recebimento do prêmio Top Employers Brazil, entregue pelo CRF Institute, instituição que identifica e premia as melhores práticas e políticas de Recursos Humanos em escala mundial. A certificação é concedida a organizações com altos padrões em Recursos Humanos, com base nos seguintes critérios: benefícios, condições de trabalho, planos de carreira, cultura corporativa e treinamento e desenvolvimento. Este tipo de premiação, fruto de profunda análise das práticas de gestão de recursos humanos das empresas, colabora para o reconhecimento da Souza Cruz como uma das principais marcas empregadoras do País. Relatório Anual 2011 Confira a seguir outros prêmios e reconhecimentos recebidos pela Companhia: • Prêmio Consumidor Moderno, por Excelência em Serviços ao Cliente, na categoria Indústria. • O Interaction Center da Souza Cruz recebeu o XVII Prêmio ABEMD, com o case: “Suporte TPV da Souza Cruz resolve 95% das demandas e garante R$ 500 mil por ano de redução de custos para a empresa”. • A Souza Cruz conquistou, pela 11ª vez, em 12 edições, o Prêmio Consumidor Moderno de Excelência em Serviços ao Cliente, na categoria Indústria. • Bicampeã do Prêmio Melhores e Maiores da revista Exame (Editora Abril), como a primeira colocada entre as melhores empresas do setor de Bens de Consumo. • Eleita a melhor empresa no setor de Bebidas e Fumo no ranking As Melhores da Dinheiro, organizado pela Editora Três, que publica a revista Isto É Dinheiro. • Prêmio Destaque Agência Estado: posicionada entre as dez maiores empresas do Brasil, alcançando o sétimo lugar no ranking da premiação. • Prêmio Abrasca de Criação de Valor na categoria Bebidas e Fumo. • Selecionada entre as dez melhores empresas em Cidadania Corporativa, em pesquisa realizada pela revista Gestão & RH. • Selecionada entre as 50 Melhores Empresas em Práticas de Gestão de Pessoas, segundo estudo realizado pela revista Gestão & RH. • Contemplada na 15ª edição do Troféu Transparência, realizado pela Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), em parceria com a Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) e a Serasa Experian, na categoria Empresas de Capital Aberto, com faturamento acima de R$ 8 bilhões. • Certificado Fornecedor Consciente 2011, concedido pelo Instituto de Desenvolvimento do Fornecedor do Rio Grande do Sul (IDF-RS), nas seguintes categorias: Música em Movimento (Cultura), Voluntários Souza Cruz (Responsabilidade Social), Interaction Center (Respeito ao Consumidor) e Parques Ambientais e Gestão de Mudanças Climáticas (ambos na categoria Ecologia). • Certificado de Empresa Cidadã, oferecido pelo Conselho Regional de Contabilidade do Rio de Janeiro (CRCRJ). Relatório Anual 2011 • Prêmio Editora Abril – Você RH: o diretor Fernando Teixeira conquista troféu como o profissional que mais se destacou na gestão de pessoas em 2011, no setor de Alimentos, Bebidas e Fumo. • O Interaction Center da Souza Cruz recebeu o Prêmio Padrão de Qualidade em Relacionamento Multicanal 2011, promovido pelo Grupo Padrão e a Consultoria Izo Brasil nas categorias: melhor Estratégia de Relacionamento e B2B. • A Souza Cruz conquistou o segundo lugar, na categoria B2B, no ranking da pesquisa inédita realizada pela DOM Strategy Partners, que avaliou as ações de inovação de 500 empresas do País, sob a ótica do ciclo de relacionamento dessas companhias com os seus clientes e parceiros. • O compromisso da Souza Cruz com a sustentabilidade foi reconhecido pelo Fórum de Gestão Sustentável 2011, que entregou à Empresa o Certificado de Gestão de Excelência. O diploma, concedido pela Editora Expressão, representa o grau máximo de responsabilidade social empresarial. A conquista foi obtida graças à excelência das práticas da Souza Cruz nos sete indicadores avaliados pela pesquisa: Valores, Transparência e Governança, Público Interno, Meio Ambiente, Fornecedores, Consumidores e Clientes, Comunidade e Governo/Sociedade. • Souza Cruz entre as dez melhores empresas em Cidadania Corporativa, reconhecida entre as mil Maiores Empresas Brasileiras na pesquisa As 50 Melhores Empresas em Cidadania Corporativa, realizada pela revista Gestão & RH. • Pelo segundo ano consecutivo, a Souza Cruz ficou entre as 50 Melhores Empresas Brasileiras em Práticas de Gestão de Pessoas (PGPs), de acordo com estudo realizado pela revista Gestão & RH. • A Souza Cruz está entre os RHs mais admirados do Brasil: o diretor de Recursos Humanos da Souza Cruz, Fernando Teixeira, foi eleito um dos 50 gestores de RH mais admirados do Brasil, pelo segundo ano consecutivo. • A Souza Cruz foi homenageada pela revista Meio Ambiente Industrial como uma das mais importantes empresas brasileiras certificadas em conformidade com a Norma ISO 14001, que tem como foco a proteção ao meio ambiente e a prevenção da poluição, equilibrada com as necessidades socioeconômicas do mundo atual. Relatório Anual 2011 Governança Corporativa Modelo de Gestão A criação de um Conselho de Administração independente nos anos 1970, a formação de um Comitê de Auditoria nos anos 1980, bem como a iniciativa de ser a primeira empresa brasileira a instituir o pagamento de juros sobre capital próprio apontam a tradição da Souza Cruz de estar na vanguarda das melhores práticas em governança corporativa. O Conselho de Administração é composto por oito membros, entre líderes de negócios e profissionais reconhecidos, sendo cinco deles independentes, e se reúne ordinariamente quatro vezes ao ano. Cada integrante tem mandato de três anos, sendo eleitos pela Assembleia Geral, de acordo com a Lei das Sociedades Anônimas. Para 2012, o Conselho de Administração conta com dois novos membros. Jack Bowles, francês que comanda a Região Americas da BAT, assumiu a presidência do Conselho em 03/10/2011, enquanto Andrea Martini, o novo presidente da Souza Cruz, responderá pela vice-presidência do Conselho, tendo sido eleito em 27/01/2012. O Conselho Fiscal da Souza Cruz existe desde 2008, composto por três membros independentes, com mandato renovado anualmente. A Souza Cruz conta também com um Comitê de Auditoria, que atua com quatro membros externos de renome apontados pelo Conselho de Administração. O Comitê se reúne três vezes por ano em encontros que contam também com a presença de convidados. Juntos, eles discutem temas ligados a todos os riscos do negócio, como de crédito, cambial e de mercado. Já o Comitê de Responsabilidade Social Corporativa assessora a Diretoria na formulação de estratégias e diretrizes voltadas para a responsabilidade social corporativa, o meio ambiente e a ética empresarial. Este Comitê se reúne duas vezes ao ano e é composto por seis membros, incluindo o presidente da Souza Cruz e mais dois executivos da Companhia. A Souza Cruz também faz uso de grupos multifuncionais para apoiar a Diretoria na tomada de decisões estratégicas. Cada grupo é formado por representantes de diferentes áreas de negócio. O Subcomitê de Governança Corporativa é um desses grupos. Ao reunir membros dos departamentos Jurídico, de Recursos Humanos, Sustentabilidade e Finanças, o Subcomitê discute temas que abrangem políticas e normas da Empresa, como, por exemplo, delegação de autoridade e código de conduta ética. Os pontos são debatidos em conjunto, e as conclusões e recomendações são levadas à Diretoria. Relatório Anual 2011 A Diretoria da Souza Cruz também conta com um novo membro. Adriano Alvim, que iniciou sua carreira na Companhia em 1992 e teve experiência profissional na BAT em diversos países, assumiu a diretoria industrial da Souza Cruz em 24/03/2011. Modelo de Gestão: Conselho Fiscal Assembleia Geral Conselho de Administração (8 membros) Diretoria Grupos Funcionais Comitê de Auditoria e Responsabilidade Social Comitê de Auditoria Auditoria Independente Auditoria Interna Grupos e Subcomitês Multifuncionais Relatório Anual 2011 Composição do Conselho de Administração em 2012 Conselho de Administração Presidente Jack Bowles Vice-Presidente Andrea Martini Conselheiros Carlos Ivan Simonsen Leal Leonardo Senra Luiz Felipe Palmeira Lampreia Pedro Sampaio Malan Rudolf Hohn Conselho Fiscal Efetivo: Antonio Duarte Carvalho de Castro Suplente: Edmilson Loureiro de Lyra Efetivo: Elizabeth Piovezan Benamor Suplente: Paulo Eduardo Pessoa Cavalcanti da Silva Santos Efetivo: Humberto Casagrande Neto Suplente: Rafael Rodrigues Alves da Rocha Diretoria Andrea Martini – Presidente Formação acadêmica: Economia e Administração de Empresas. Experiência profissional: Andrea Martini é italiano. Iniciou a carreira na Barilla, marca líder no setor de massas no mundo. Em 1995, veio para o Brasil como diretor de marketing da joint-venture Barilla-Santista. De 1996 a 2000, assumiu a diretoria de marketing da Bauducco. Posteriormente, foi contratado como diretor geral da Parmalat e, a partir de 2003, foi gerente geral para o Cone Sul da Hershey’s. Ingressou no Grupo BAT em 2005, permaneceu na Souza Cruz por três meses e assumiu a Gerência Geral da BAT na Colômbia. De 2007 até a chegada para assumir a Presidência da Souza Cruz, Andrea foi o principal executivo da BAT México. Adriano Alvim – Diretor de Operações Industriais Formação acadêmica: Formado em Engenharia Elétrica, com pós-graduação em Automação da Manufatura e Administração de Empresas, além de MBA Empresarial e Pós-MBA. Experiência profissional: Ingressou na Souza Cruz em 1992 na Fábrica de Uberlândia Relatório Anual 2011 como Supervisor de Produção. Ao longo de sua carreira na área de Operações, ocupou diversas posições de liderança no Brasil e no exterior. Com grande experiência internacional, trabalhou na gerência de produção em Bayreuth, na Alemanha, e atuou como diretor de Operações na Venezuela. Desde 2008, Adriano vinha desempenhando a função de head of Manufacturing para a Rússia e Região Eastern Europe, sendo reconhecido por suas importantes contribuições na performance da área de Operações, bem como na integração das fábricas da Rússia ao modelo de Supply Chain Global. Em abril, retornou ao Brasil para assumir a função de diretor de Operações Industriais na Souza Cruz. Dimar Frozza – Diretor de Fumo Formação acadêmica: Formado em Administração, com especialização em Finanças. Experiência profissional: Iniciou sua carreira na Souza Cruz em 1978, na cidade de Pinhalzinho (SC). Atuou em várias funções da Companhia, na área de Contabilidade e Finanças. Transferiu-se para São Paulo em 1989, como Financeiro de Suprimentos, quando cursou pós-graduação em Finanças. Mais tarde, passou à área de Operações, onde atuou como gerente de Suprimentos e Industrial de Fumo (Blumenau, Rio Negro e Santa Cruz do Sul). Foi também gerente das fábricas de Uberlândia (MG) e Cachoeirinha (RS). Trabalhou três anos no exterior, coordenando em Londres as operações industriais da British American Tobacco (BAT) no Centro e Leste europeu. Posteriormente, dirigiu a área de Supply Chain da Europa até 2007, quando retornou ao Brasil para a Diretoria do Negócio Fumo, da Souza Cruz. Fernando Pinheiro – Diretor de Assuntos Corporativos Formação acadêmica: Bacharel em Administração de Empresas pela FGV-SP. Formação profissional: Iniciou a carreira como gerente de contas no Citibank, entre 1989 e 1992. Ingressou na Souza Cruz em 1992, na área de Marketing, onde atuou como gerente distrital de Vendas. Trabalhou na área de exportação de cigarros como gerente territorial e, posteriormente, como gerente de marca. Em 1995, participou do grupo negociador da joint-venture em Cuba e foi apontado como diretor de Marketing da Brascuba. De 1997 a 2003, no Brasil, atuou no desenvolvimento das marcas de grande volume da Souza Cruz. Em 2004, assumiu a gerência da regional de Trade Marketing em São Paulo. Em janeiro de 2007, tornou-se gerente geral das marcas Souza Cruz e, em abril de 2008, assumiu a Diretoria de Assuntos Corporativos da Souza Cruz. Fernando Teixeira – Diretor de Recursos Humanos Formação acadêmica: Bacharel em Engenharia Civil pela PUC-RJ, com mestrado em Administração pela Coppead/UFRJ. Experiência profissional: Ingressou na Souza Cruz em 1989, tendo exercido diversos cargos gerenciais na área Financeira. Em 2000, assumiu a Gerência Geral da Brascuba (empresa da Souza Cruz com o governo cubano, em Havana, Cuba). De volta ao Brasil, ocupou os cargos de gerente corporativo financeiro e coordenador da Agenda de Liderança Estratégica, de 2003 a 2005. Exerceu na BAT, em Londres, o cargo de gerente de Desenvolvimento Organizacional e, em abril de 2007, assumiu a Diretoria de Recursos Humanos da Souza Cruz. Relatório Anual 2011 Jorge Araya – Diretor de Marketing Formação acadêmica: Formado em Engenharia pela PUC – Chile. Experiência profissional: Faz parte da BAT desde 1995. Iniciou sua carreira na BAT Chile, tendo passado por diversos cargos relacionados à gerência de marcas e produtos, incluindo uma passagem de três anos pela BAT México, até tornar-se diretor de Marketing da BAT Chile, em 2004. Em 2007, assumiu a Diretoria de Marketing da Souza Cruz. Leonardo Senra – Diretor Financeiro e de Relações com Investidores Formação acadêmica: Bacharel em Economia pela Universidade de São Paulo, com MBA em Finanças na Coppead/UFRJ e MBA na Fundação Dom Cabral. Experiência profissional: Ingressou na Souza Cruz em setembro de 1996 como trainee de Finanças, tendo ocupado diversos cargos nesta área até 2002. De 2003 a 2004, foi coordenador de Tesouraria para América Latina na Brown & Williamson, nos Estados Unidos. A partir de 2004, retornou à Souza Cruz como gerente de Planejamento Estratégico e Financeiro e, a partir de 2006, ocupou cargos de Diretoria no Grupo BAT no Quênia, East África e Japão, voltando ao Brasil em 2010 para assumir a Diretoria Financeira e de Relações com Investidores. Maria Alícia Lima Peralta – Diretora Jurídica Formação acadêmica: Formada em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC), com pós-graduação em Propriedade Intelectual, na mesma universidade. Experiência profissional: Admitida na Souza Cruz em 2000, ocupou as funções de gerente Jurídico de Propriedade Intelectual; AIT; Operações; Marketing; Regulatório e Product Liability Litigation (PLL). Em 2007, trabalhou na BAT em Londres, como advogada de Marcas e Marketing. Em julho de 2010, foi nomeada diretora Jurídica da Souza Cruz. Paulo Clóvis Ayres Filho – Diretor de Planejamento Estratégico Formação acadêmica: Economia e Engenharia Civil pela Universidade de São Paulo. Experiência profissional: Iniciou sua carreira na Souza Cruz em 1985, quando teve a oportunidade de ocupar diversas funções nas áreas de Planejamento, Contabilidade, Preços e Controladoria. Em 2001, foi transferido para um secondment de dois anos em Globe House, onde exerceu a função de Operations Finance manager. Ao retornar para a Souza Cruz, em 2003, assumiu a Controladoria Corporativa. Em 2005, passou a responder também pela Gerência de Relações com Investidores. Durante sua carreira, exerceu um papel fundamental para consolidar as práticas de Finanças Corporativas e de Governança da Souza Cruz como referência no mercado brasileiro, liderando importantes projetos, como a implementação da Nota Fiscal Eletrônica e a adequação às novas regras internacionais de reporte contábil (International Financial Reporting Standards – IFRS). Em abril de 2009, assumiu a Diretoria de Planejamento Estratégico. Relatório Anual 2011 Comitê de Auditoria Rudolf Hohn - presidente Adir Pereira Keddi José Alfredo Lamy Comitê de Responsabilidade Social Luis Felipe Lampreia – presidente Marcos Sá Corrêa Carlos Leoni Siqueira Andrea Martini Fernando Pinheiro Ana Lucia Stockler \ Relatório Anual 2011 Estrutura Societária Em 2011, a Souza Cruz simplificou a sua estrutura societária, através da incorporação da sua subsidiária integral direta, Souza Cruz Trading S.A., e pela incorporação da subsidiária integral indireta, Souza Cruz Overseas S.A., estabelecida em Portugal pela também subsidiária integral indireta, Yolanda Netherlands BV, estabelecida na Holanda. O diagrama a seguir ilustra a estrutura societária após esta operação. BAT International (Holdings) B.V. 75,3% SOUZA CRUZ S.A. 50% AGREGA INTEL EM COMPRAS LTDA. 100% YOLANDA PARTIC S.A. 100% YOLANDA NETHERLANDS S.A. AGREGA ARG. INTEL EM COMPRAS LTDA. Shareholders: Souza Cruz S.A. 50,00% Ambev 50,00% AGREGA BRASIL INTEL EM COMPRAS LTDA. 50% BRASCUBA S.E. MISTA Relatório Anual 2011 Resultados Financeiros Contexto do negócio Em 2011, a economia brasileira foi influenciada pela redução na atividade industrial e pela crise econômica vivenciada pelos principais países europeus. O desempenho da atividade industrial pode ser justificado, principalmente, pela maior oferta de produtos importados no País em face de uma política cambial favorável e também por algumas ações governamentais com o objetivo de conter a ascensão dos índices inflacionários. Dentre essas ações, destacam-se a contenção de investimentos públicos e as constantes intervenções do Banco Central nos mercados monetário e de câmbio. O mercado interno, entretanto, continuou a ser o principal vetor de sustentação da economia nacional, haja vista o aumento do poder aquisitivo das famílias brasileiras, corroborado pelas migrações de parte da população das classes “E” e “D” para as classes “D” e “C”, respectivamente. Além disso, ao longo dos últimos dois anos, o fluxo de negócios entre o Brasil e o mercado internacional, destacadamente o continente europeu, vem arrefecendo. Como resultado, houve uma retração nas cotações das principais commodities comercializadas pelas empresas brasileiras, além de uma redução no fluxo de entradas de divisas estrangeiras. Para 2012, é esperado um reaquecimento do mercado interno, que deve ser alavancado principalmente pelos investimentos públicos em projetos de infraestrutura e esportivos, dentre eles a Copa 2014 e as Olimpíadas 2016. Contudo, apesar da relevância desse mercado para a economia brasileira, sua performance em 2012 dependerá, também, da recuperação dos países da Zona do Euro e da estabilização dos níveis de crescimento da economia norte-americana. Mercado de cigarros O volume total de cigarros comercializados no mercado brasileiro em 2011, estimado em cerca de 116,2 bilhões de unidades, apresentou um ligeiro crescimento de 0,6% em relação a 2010. Esse acréscimo está diretamente associado ao maior volume comercializado no mercado ilegal de cigarros, o qual aumentou em mais de 6% quando comparado com 2010. A alta carga tributária sobre cigarros continua sendo o principal fator de estímulo à comercialização informal do produto no Brasil, seja por empresas que operam sem amparo fiscal e/ou regulatório, seja pela via do contrabando. Em que pesem os resultados positivos obtidos pelas autoridades brasileiras por meio de um controle de fronteiras mais rigoroso, Relatório Anual 2011 a participação do mercado ilegal de cigarros no Brasil é estimada em 28% do consumo brasileiro desse produto e representa mais de R$ 2 bilhões em evasão de impostos. Ainda no ambiente fiscal, em 14 de dezembro de 2011 a Presidência da República sancionou a Lei Federal nº 12.546/11, que aprovou a alteração do sistema de tributação de IPI de cigarros. Além do regime geral, suportado pelo sistema ad valorem com alíquota de 45% sobre o preço de venda no varejo de cigarros, foi criado o regime especial de apuração, baseado na combinação dos sistemas ad valorem e ad rem, este último com alíquotas fixas em reais por vintena com base nas características do produto. Nesta mesma ocasião, entrará em vigor o preço mínimo de venda de cigarro no varejo fixado pelo Poder Executivo e válido em todo o território nacional, abaixo do qual fica proibida sua comercialização. O descumprimento dessa regra por parte do varejista acarretará a apreensão das mercadorias e a vedação de comercializar cigarros por um prazo de cinco anos. Pelo lado do fabricante, a penalidade é o cancelamento do registro especial de fabricante de cigarros. Trata-se de um importante passo dado pelo Governo na direção de combater a concorrência desleal, praticada através de preços predatórios. A efetividade da implementação do preço mínimo para cigarros dependerá muito dos esforços de fiscalização das autoridades governamentais. No âmbito regulatório, a Lei Federal nº 12.546/11 assegurou a exposição de cigarros nos pontos de venda, diferentemente do que a Anvisa havia proposto na Consulta Pública nº 117, proibindo-se, porém, qualquer tipo de propaganda dentro dos pontos de venda. Além disso, ficou definido que novas advertências sanitárias serão incluídas em 30% da parte inferior frontal das carteiras de cigarros a partir de 2016. Por fim, uniformizou-se em nível nacional a legislação que proíbe o fumo em ambientes fechados, garantindo-se, no entanto, o hábito de fumar em locais abertos. Mercado de fumo A safra 2010/2011 registrou a maior produtividade e o terceiro maior volume da história do tabaco brasileiro na Região Sul. De acordo com a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), a produção total da safra 2010/2011 na Região Sul atingiu 833 mil toneladas, ou seja, um crescimento de mais de 20% em relação à safra 2009/2010, quando foram produzidas aproximadamente 692 mil toneladas. Como consequência da maior oferta do produto, foram gerados aproximadamente R$ 4,1 bilhões em receita para os produtores de fumo dessa região. Estima-se que a produção de fumo seja a fonte complementar de renda de cerca de 200 mil pequenos produtores rurais em mais de 700 municípios, com importante contribuição social, envolvendo direta e indiretamente mais de 2,5 milhões de pessoas no processo. (Fonte: Anuário Brasileiro do Tabaco 2011). Relatório Anual 2011 Atualmente, o Brasil é o segundo maior produtor de tabaco do mundo, atrás apenas da China, porém ainda se mantém como líder na exportação mundial do produto. Em 2011, 546 mil toneladas de fumo e seus derivados foram exportadas, volume 8% superior ao do ano anterior, quando foram embarcadas 506 mil toneladas. O faturamento obtido com essas exportações foi 7% superior ao de 2010 e atingiu o montante de US$ 2,9 bilhões (Fonte: Ministério da Agricultura). Principais clientes do fumo brasileiro (Fonte: SindiTabaco – 2010) Relatório Anual 2011 Desempenho operacional da Companhia Cigarros A exemplo do ano de 2010, a Companhia deu continuidade ao fortalecimento do portfólio de marcas com ações de marketing direcionadas para suas marcas Premium, sobretudo Dunhill, Free e Lucky Strike. Dentre algumas ações, destacam-se remodelagem do portfólio com lançamentos de novas versões, modificações em embalagens, ofertas de edições limitadas com o objetivo de alavancar oportunidades no mercado. No segmento Value for Money, a Souza Cruz continuou implementando diversas iniciativas para desenvolver suas marcas locais com o objetivo de minimizar as reduções de volume e de participação de mercado em face da pressão do mercado ilegal de cigarros. Essas ações contribuíram para a Companhia atingir o volume de 70,9 bilhões de cigarros comercializados em 2011, 1,5% inferior aos 71,9 bilhões vendidos no ano de 2010. No entanto, esse desempenho deve ser considerado bom, dado o crescimento do mercado ilegal na indústria brasileira de cigarros e o reajuste médio de preços da ordem de 8%, compensados de certa forma pelo crescimento de volume das marcas Premium em aproximadamente 7% como resultado da estratégia mencionada. Dessa forma, a participação da Companhia no mercado total alcançou 61,0%, representando uma redução de 1,3 p.p. em relação a 2010. Essa variação decorre preponderantemente da redução no percentual de participação das marcas do segmento Value for Money, haja vista que a participação das marcas do segmento Premium aumentou em 0,7 p.p. quando comparada com 2010. Evolução da participação no mercado e do volume de vendas 78,8 78,6 60,9 72,8 62,1 62,0 71,9 62,3 70,9 61,0 Volume (bilhões de unidades) Participação no Mercado (%) 2007 2008 2009 2010 2011 (Fonte: relatório de acompanhamento de mercado) Relatório Anual 2011 Resultados das principais marcas em 2011 Dunhill – Apresentou excelente desempenho em 2011, encerrando o ano com uma participação de 8,1% no mercado total, além de ter atingido seu maior volume de vendas nos últimos 20 anos. Free – Manteve sua forte performance em 2011, tendo a participação no mercado total ultrapassando 10% do mercado total de cigarros. Além disso, a marca Free alcançou a participação histórica de quase 17% no mix da família de produtos comercializados pela Companhia. Lucky Strike – Atingiu sua marca histórica de vendas de mais de 1 bilhão de unidades comercializadas, com destaque para a versão Click & Roll, que corresponde a quase 60% do mix da família. Hollywood – O lançamento da nova plataforma de embalagens da marca no último trimestre de 2011 contribuiu de forma significativa para recuperar suas vendas, que em 2011 superaram em 2% as do ano anterior. Além disso, sua participação de mercado aumentou em 0,1 p.p., a despeito das desfavoráveis condições do mercado. Derby – Atingiu um volume de vendas de 29,5 bilhões de cigarros em 2011 e sua participação no mercado total foi de 25,5%, inferior à de 2010 em 2,6 p.p. Essa redução está associada diretamente às pressões exercidas pelo comércio ilegal de cigarros. Exportação de fumo As exportações de fumo em 2011 totalizaram 96,6 mil toneladas. Esse volume foi aproximadamente 4% superior ao obtido em 2010 (93,2 mil toneladas) e contempla negociações de volumes de fumo da safra de 2010, mas que só foram embarcados em 2011, segundo o cronograma de exportações definido pelos clientes. Esse resultado já reflete os recentes movimentos de verticalização da indústria de cigarros no mundo, sobretudo no que se refere ao processamento de fumo. As receitas de exportação de fumo da Companhia totalizaram R$ 1.057,6 milhões (R$ 1.039,0 milhões em 2010) e foram positivamente impactadas pelos preços praticados em dólares norteamericanos, que apresentaram um ligeiro crescimento de 5% em relação a 2010. Por outro lado, a apreciação do real em relação ao dólar em aproximadamente 5%, na comparação entre os períodos, influenciou negativamente essas receitas. Evolução dos volumes de exportação de fumo (em mil toneladas): 113,4 121,0 2007 127,8 93,2 2008 2009 (Fonte: Relatório de acompanhamento de mercado) 2010 96,6 2011 Relatório Anual 2011 Resultados financeiros Receita líquida de vendas A receita líquida de vendas no exercício de 2011 manteve-se praticamente em linha com o ano anterior e alcançou R$ 5.550,2 milhões. No segmento de cigarros, houve um crescimento de aproximadamente 11% em relação a 2010 como consequência dos melhores preços praticados, combinado com um perfil de vendas mais influenciado pelas marcas Premium, dentre elas Dunhill, Free e Lucky Strike. No segmento de exportação de fumo, apesar dos maiores volumes e melhores preços praticados em dólares norte-americanos, as receitas foram influenciadas negativamente pela apreciação média do real em relação à moeda americana em aproximadamente 5%. Evolução da receita líquida de vendas (em R$ milhões): 4.846,7 2007 5.300,6 2008 5.792,7 2009 5.518,8 5.550,2 2010 2011 Tributos sobre vendas A Souza Cruz continua a se posicionar entre os dez maiores contribuintes de tributos no Brasil. Em 2011, gerou R$ 7.627,4 milhões de tributos sobre vendas. Nos últimos cinco anos, somente os tributos sobre vendas da Souza Cruz aumentaram em média 10% ao ano e totalizaram um incremento de R$ 2,5 bilhões. Evolução dos tributos sobre as vendas (em R$ milhões): 2011 7.627,4 7.434,8 2010 2009 2008 2007 6.328,6 5.745,8 5.111,3 Relatório Anual 2011 Lucro operacional O lucro operacional consolidado antes do resultado financeiro foi de R$ 2.186,4 milhões, sendo aproximadamente 13% superior ao registrado no ano anterior (R$ 1.940,9 milhões), e reflete principalmente: • Melhor mix de vendas, com maior participação das marcas Premium e maiores preços dos cigarros; • Maiores volumes de fumo exportados, combinados com melhores preços praticados em dólares norte-americanos; • Apreciação média do real em relação ao dólar, o que impactou negativamente os resultados do negócio de exportação de fumo. Lucro líquido do exercício Em 2011, o lucro líquido consolidado atingiu o montante de R$ 1.602,7 milhões, superior em 11% ao do ano anterior (R$ 1.449,7 milhões). Evolução do lucro operacional e do lucro líquido do exercício (em R$ milhões): 2.186,4 1.889,6 1.603,5 1.309,1 1.033,6 1.940,9 1.484,9 1.602,7 1.449,7 1.249,6 Lucro Operacional Lucro Líquido 2007 2008 2009 2010 2011 Relatório Anual 2011 EBITDA O EBITDA (lucro antes dos efeitos financeiros, impostos sobre a renda, depreciação e amortização) atingiu R$ 2.357,3 milhões, apresentando um crescimento de 13% em relação a 2010 (R$ 2.095,1 milhões), principalmente como consequência do crescimento no lucro operacional. Evolução do EBITDA e Margem EBITDA: 2.357,3 2.033,7 2.095,1 1.739,5 1.430,1 1.484,9 29,5% 2007 32,8% 35,1% 1.602,7 1.449,7 42,5% 38,0% EBITDA (R$ Milhões) 2008 2009 2010 2011 Geração operacional de caixa Em 2011, a geração operacional de caixa continua sendo a principal fonte de recursos da Companhia e alcançou R$ 1.805,7 milhões, ou seja, superior em 16,8% quando comparada a 2010. A forte geração de caixa continua a permitir a manutenção de uma agressiva política de distribuição de dividendos. Evolução do fluxo de caixa (em R$ milhões): 2011 1.805,7 2010 1.545,9 2009 1.615,8 1.626,3 2008 2007 1.132,3 Relatório Anual 2011 Programa de investimentos Em 2011, os investimentos somaram R$ 215,9 milhões (R$ 171,0 milhões em 2010) e foram aplicados, principalmente, na modernização do parque industrial, frota de veículos e em projetos para atualização de processos e da plataforma de marcas. Como parte destes investimentos, destacam-se: (a) aquisições de maquinários e instalações em decorrência da diversificação do portfólio de marcas de cigarros; (b) substituição de equipamentos de informática; (c) renovação da frota de veículos de distribuição. Em 2011, os investimentos foram distribuídos da seguinte forma: Veículos 7% Outros 4% Hardware/ Software 10% Edificações 11% Máquinas e Equipamentos 68% Relatório Anual 2011 Mercado de Capitais A Souza Cruz é uma das maiores pagadoras de dividendos do mercado de capitais brasileiro. A remuneração ao acionista é feita por meio de pagamento de juros sobre o capital próprio e dividendos. Historicamente, a Companhia tem remunerado seus acionistas em valores próximos a 100% do lucro líquido, seguindo a prática de distribuir o caixa excedente às suas operações, buscando, assim, níveis elevados de distribuição – praticamente todo o lucro líquido gerado no período. Nos últimos 11 anos (2001-2011) a remuneração paga aos acionistas alcançou a marca de R$ 11 bilhões. A capacidade de gerar resultados sustentáveis e distribuí-los aos acionistas reflete-se na valorização das ações da Companhia, que, nesse mesmo período, atingiu 950%, desempenho muito superior ao do Ibovespa (354%). No final de 2011, o valor de mercado da Souza Cruz totalizava R$ 35 bilhões, e suas ações estavam cotadas a R$ 22,91, 26,7% acima do valor de fechamento do ano anterior. O gráfico a seguir ilustra o desempenho das ações da Souza Cruz nos últimos cinco anos. Em março de 2011, a Companhia efetuou um split de suas ações, e cada ação ordinária passou a ser representada por cinco ações pós-desdobramento. Consequentemente, o capital social da Souza Cruz passou a ser composto de 1.528.450.500 (um bilhão, quinhentos e vinte e oito milhões, quatrocentos e cinquenta mil e quinhentas) ações. Esta medida teve como objetivo reduzir o valor para a negociação do lote mínimo de ações da Companhia, estimulando a liquidez e o acesso à negociação por parte de pequenos investidores. Relatório Anual 2011 A Souza Cruz possui 24,7% de suas ações disponíveis para negociação na Bovespa, com uma base de acionistas composta especialmente por investidores estrangeiros institucionais e pessoas físicas, conforme o gráfico a seguir. 1,0 4,0 8,3 1,5 3,1 7,2 1,4 3,0 6,5 1,8 2,5 7,6 1,5 1,1 1,3 1,1 7,1 7,0 7,8 P. Jurídicas F. Pensão 11,4 12,9 13,8 12,9 14,3 16,3 16,6 P. Físicas Dom. Ext. 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Com base no lucro apurado no exercício de 2011, a administração da Companhia propôs o pagamento de dividendos no montante de R$ 699,5 milhões (R$ 0,457684 por ação), a ser referendado pela Assembleia Geral de Acionistas. Assim, considerando os juros sobre o capital próprio (JCP) já pagos ao longo do ano, a remuneração total dos acionistas por conta dos lucros obtidos no exercício de 2011 totalizará R$ 1,5 bilhão (R$ 1,05 por ação), representando 96% do lucro líquido consolidado do exercício. A Empresa adotará, ainda, a correção monetária sobre dividendos e JCP até o dia efetivo do pagamento. O gráfico a seguir ilustra o histórico de distribuição de dividendos nos últimos anos. 1.531,2 1.436,1 1.204,4 1.406,2 1.052,8 2007 2008 2009 2010 2011 Relatório Anual 2011 Fatores de Risco A Souza Cruz mantém um robusto sistema de controle interno para salvaguardar o investimento dos acionistas e os ativos da Companhia, o qual foi concebido não para eliminar riscos, pois estes são inerentes a qualquer negócio, mas para gerenciar os que possam vir a interferir ou impedir a realização dos objetivos ou a continuidade dos negócios da Empresa. Esse sistema é composto por um conjunto de procedimentos que permitem uma avaliação dos riscos à luz de fatores externos e internos, e outorgam transparência às ações e controles implementados para mitigá-los, constituindo uma base consistente para monitoramento contínuo desses riscos. Com isso, a Diretoria Executiva, a Auditoria Interna e o Comitê de Auditoria, responsáveis pelo constante gerenciamento desses riscos, podem fornecer uma garantia razoável, não absoluta, contra erros ou perdas materiais. Os principais fatores de risco avaliados e monitorados são: Mercado Ilegal O comércio ilícito, sob a forma de produtos falsificados, contrabandeados e de produtos fabricados no território nacional, porém sem necessariamente o pagamento da totalidade dos impostos devidos, representa uma ameaça significativa e crescente para a indústria do fumo. Os produtos de tabaco estão sujeitos a elevada carga tributária e são foco constante de eventuais aumentos de impostos que objetivam incrementar as receitas governamentais. O aumento da carga tributária e o cenário econômico mais restritivo podem estimular mais consumidores a optarem por comprar produtos ilegais, que, devido à evasão de impostos, permitem a prática de preços mais baixos e podem gerar ganhos significativos a contraventores e, consequentemente, afetar não somente o negócio da Companhia, como também as receitas governamentais. Ambiente Regulatório O ambiente regulatório no Brasil relacionado à indústria fumageira, seguindo uma tendência mundial, vem se tornando cada vez mais rigoroso. Organizações relacionadas à Convenção-Quadro para Controle do Tabaco (FCTC), estabelecida pela Organização Mundial de Saúde, continuarão a exercer pressão, levando legisladores a aumentarem as exigências e restrições regulatórias aos produtos de tabaco. Relatório Anual 2011 A nova regulamentação do setor publicada no final de 2011, por ser mais rigorosa e restritiva no que se refere à comunicação das marcas de cigarros e ao ato de fumar em local público, prejudica a capacidade da Companhia de se comunicar com fumantes adultos e de atender às expectativas do consumidor. Novas regulações como estas podem levar ao incremento dos custos operacionais, abrindo espaço para a concorrência desleal. Atualmente, a Anvisa está analisando, ainda, a proposta de Resolução trazida pela Consulta Pública nº 112, que visa implementar o banimento do uso de ingredientes nos produtos derivados do tabaco fabricados e comercializados no Brasil. Riscos Jurídicos A Companhia está envolvida em processos judiciais que têm por objeto pedidos indenizatórios por danos morais e materiais atribuídos ao consumo de cigarros. Desde 1995, foram proferidas mais de 460 sentenças e 258 acórdãos de 16 Tribunais Estaduais afastando pretensões indenizatórias dessa natureza. Até o momento, 100% das ações encerradas com decisões judiciais definitivas são favoráveis aos argumentos de defesa da Companhia. Concorrência Os resultados da Companhia são influenciados pelo ambiente político, socioeconômico e concorrencial em que seus negócios estão inseridos. Um possível acirramento do ambiente concorrencial, gerado pela busca de crescimento tático de volume de vendas ou pela nova dinâmica e estrutura de preços, ou pelo aumento da oferta de produtos oriundos do mercado ilícito, ou ainda pela redução de consumo resultante de um cenário macroeconômico adverso, pode levar a um desequilíbrio na relação de preços e custos, com redução das margens e lucros. Tecnologia da Informação Na Souza Cruz, como na grande maioria das organizações que buscam continuamente produtividade em seus negócios, os sistemas de tecnologia da informação (TI) têm participação significativa na operacionalização de registros, controles e processos internos. Isto serve para garantir a comunicação interna, o relacionamento e a comunicação com clientes e fornecedores, assim como para prover informações ao processo decisório da administração. Como consequência, a interrupção, uso indevido ou falha poderiam afetar temporariamente suas operações. Clima O fumo cru, principal insumo da indústria, como qualquer produto agrícola, está sujeito a riscos climáticos, como desastres naturais ou mudanças climáticas relevantes (nas regiões de cultivo de fumo). A concorrência pelo uso da terra para cultivo de outros produtos agrícolas e as iniciativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) para reduzir as áreas dedicadas à cultura do fumo podem trazer riscos à indústria tabagista. Relatório Anual 2011 Riscos Financeiros A Souza Cruz adota práticas para mitigar impactos em seus fluxos de caixa e resultados, de forma que a remuneração dos acionistas não seja influenciada negativamente por determinados riscos de mercado, tais como: Risco de taxa de juros O objetivo da política de gerenciamento do risco de taxa de juros da Companhia é minimizar as possibilidades de perdas por conta de flutuações nas taxas de juros que aumentem as despesas financeiras relativas a empréstimos captados no mercado. Para o gerenciamento do risco de taxa de juros, a Companhia adota a estratégia de diversificação de instrumentos financeiros lastreados em taxas fixas e variáveis. A Companhia e suas controladas monitoram continuamente as taxas de juros de mercado com o objetivo de avaliar a eventual necessidade de contratar operações para se protegerem contra o risco de volatilidade dessas taxas e adotam política conservadora de captação e aplicação de seus recursos financeiros. As aplicações são feitas com prazo máximo de 90 dias. Operações com prazo superior somente poderão ser realizadas a taxas pós-fixadas e com liquidez garantida no momento de sua contratação. A variação de 1 ponto percentual nas taxas de juros resultaria em um aumento ou redução de cerca de R$ 15,5 milhões do resultado financeiro. Risco de taxa de câmbio Parcela significativa das operações da Companhia é realizada no mercado internacional, sobretudo as exportações de fumo. A Companhia também está exposta ao risco de taxa de câmbio na conversão de balanço da moeda funcional das subsidiárias domiciliadas no exterior para reais, a moeda de reporte da Companhia. Com isso, sua estrutura patrimonial está exposta principalmente nas rubricas de caixa, contas a receber, fornecedores, empréstimos e contas de resultado operacional, preponderantemente denominadas em dólares dos Estados Unidos. Para reduzir esse risco, além de monitorar de forma permanente o mercado de câmbio, a Companhia contrata, quando julga necessário, derivativos financeiros para compensar esses eventuais impactos. A Tesouraria monitora e realiza operações de hedge de forma a garantir que o caixa disponível esteja diariamente convertido para reais. As operações de hedge usualmente utilizadas são NDFs ou empréstimos em dólares norte-americanos, preferencialmente adiantamento de contratos de câmbio. A Tesouraria poderá ainda realizar operações de hedge, especificamente empréstimos em dólares norte-americanos, quando houver necessidade de caixa até o limite máximo do total de contas a receber, nessa mesma moeda, vencível no próprio mês em que estiver sendo realizada a operação de empréstimo. Adicionalmente, a Companhia protege seu investimento líquido em subsidiárias no exterior com a contratação de empréstimo em moeda estrangeira de forma a evitar a volatilidade de seus resultados financeiros, reduzindo a exposição à variação Relatório Anual 2011 cambial. Não há operações de derivativos financeiros em aberto. Uma variação de 10% do real em relação ao dólar dos Estados Unidos resultaria em um aumento ou redução de cerca de R$ 15,5 milhões do resultado financeiro. Risco de crédito A política de vendas da Companhia está intimamente associada ao nível de risco de crédito a que está disposta a se sujeitar no curso de seus negócios. A diversificação da sua carteira de recebíveis, a seletividade de seus clientes e agricultores, assim como o acompanhamento dos prazos de financiamento de vendas e limites individuais de posição são procedimentos adotados a fim de minimizar o risco de crédito. A Souza Cruz mantém previsão no montante de R$ 57,7 milhões para fazer face a eventuais inadimplências na carteira de recebíveis de vendas de seus produtos, bem como para parcela dos avais, cedidos aos agricultores no âmbito do financiamento de crédito rural, os quais a Companhia estima honrar. Risco de liquidez A política de gerenciamento de risco de liquidez implica manter um nível seguro de disponibilidade de caixa e acesso a recursos imediatos através de financiamento de curto prazo junto às instituições financeiras.