ESTIMAÇÃ.O DE PARÂMETROS E VELOCIDADE DA MÁQUINA AssíNCRONA EM ACIONAMENTOS ESTÁTICOS Luis Antonio de Souza Ribeiro t, Cursino Brandào Jacobina t e Antonio Marcus Nogueira Lima t tCentro Federal de Educaçào Tecnológica - Sào Luís, MA tLaboratório de Eletránica Industrial e Acionamento de Máquinas - DEE - UFPB Caixa Postal 10105 - 58109-970 Campina Grande, PB, Caixa Postal 10105 Fone: 083-3101407/11:36; Fax: 083-3101418/1015; Email: {jacobina, marcus}@dee.ufpb.br ReSUI110: Este trabalho trata da estimaçào de parámetros elétricos e da velocidade angular da máquina assíncrona, utilizando modelos dinámicos em tempo discreto com o operador delta. Em relação à resistência estatórica considerase tanto o caso em que seu valor é conhecido a. priori quanto sua estimaçào isolada. através de um procedimento específico. Estas duas possibilidades sào consideradas na estimaçào conjunta dos parámetros elétricos e da velocidade angular. Também é considerada a influencia dos erros no valor da resistência estatárica, do ponto de operaçào da máquina, das ordens das séries de potências que determinam o modelo em tempo discreto e do nível de excitaçã.o dos sinais de alimentaçào sobre a qua.lidade das estimativas dos parámetros elétricos e da velocidade angular. Estes estudos são, inicialmente, levados a efeito via simulaçào digitaI e posteriormente completados através dos testes experimentais de duas máquinas assíncronas trifásicas de rotor bobinado. Palavras Chaves: Estimaçã-o de Parametros, JVIáquina Assíncrona, Acionamento Estático Abstract: This work deals with estimation of electrical parameters and angular shaft speed of the asynchronous machine using discrete time models in delta operator. vVith respect to the stator resistance it is considered the case where its value is known a priori as well as a specific procedure to solely estimate its value. These two cases are taken into account in the joint estimation of electrical parameters and shaft speed. It is also considered the influences of errors on the value of stator resistance, the machine operating poi nt" the orders of the power series that determine the o Artigo submetido em 05/03/96: 1" Revisão em 24/09/962" Revisão em 21/05/97 Aceito por recomendação do E(J.Consultor Prof.Dr.Edson Watanabe 66 discrete time model and the input excitation leveI over the quality of the estimates of the electrical parameters and speed. These studies were, initially, carried out via digital simulation and further completed through experimental tests of two tluee phase wound rotor induction machine. Keyword: Parameter Estimation. Induction Machine, Motor Drives 1 Introdução A estimaçào de parâmetros é uma das tarefas mais importantes no acionamento das máquinas assíncronas com alto desempenho, pois em seus resultados é baseado o cálculo dos controladores utilizados no acionamento da máquina. Particularmente, a estimaçào de parâmetros é muito importante no cálculo dos controladores baseados no princípio da orientaçào pelo campo (Lorenz ei alii, 1994). Geralmente, os parâmetros da máquina são determinados utilizando procedimentos clássicos de medição baseados nos testes de rotor bloqueado e vazio (IEEE Standard Board, 1995). Entretanto, é possível empregar técnicas de identificaçào de sistemas para automatizar a obtenção dos paràmetros bem como melhorar sua precisão. Este artigo discute a estimaçã.o linear dos parâmetros da máquina assíncrona utilizando modelos dinamicos lineares em tempo discretos. Na representaçào discreta utiliza-se o operador delta (ó) j á que este operador leva a modelos em tempo discretos numericamente mais estáveis, principalmente quando o período de amostragem é pequeno (Middleton e Goodwin, 1990), e possibilita a obtençào direta dos parámetros contínuos sem o uso de filtros analógicos, necessários no caso da utilizaçào de modelos contínuos. A partir da modelagem com o operador Ó são deduzidos mode- SBA Controle & Automação /Vo1.8 no. 2/Mai., Jun., Jul. e Agosto 1997 los, procedimentos e análises para estimação de parámetros e da velocidade da máquina assíncrona. Além desta, o artigo é organizado em mais oito Seções. Na Seção 2 é apresentada uma revisão bibliográfica e uma proposta de classificaçã,o das técnicas de estimação paramétricas aplicadas à caracterizaçã,o da máquina assíncrona. Na Seçã,o :3 é apresentado o sistema de acionamento utilizado no trabalho. Na Seção 4 é fornecido o modelo contínuo da máquina e são deduzidos os modelos em tempo discretos equivalentes. Na Seçã,o 5 sã,o deduzidos os modelos utilizados para a estimaçã,o. Sã,o apresentados diversos modelos, onde a resistência dos enrolamentos do estator 1', é considerada conhecida, e um procedimento para determinaçã,o exclusiva de 1',. Sã,o discutidos a ordem das séries para o cálculo das matrizes discretas, o referencial utilizado para os modelos e os sinais necessários à alimentaçã,o da máquina. Na Seção 6 sã,o definidos os sinais de alimentação da máquina e os procedimentos de aquisiçã,o e filtragem destes sinais. Nas Seções 7 e 8 são apresentados estudos dos modelos propostos baseados em resultados de simulação e experimentais. Em particular, investiga-se a influência da resistência estatórica, da velocidade e do escorregamento nos modelos de estimação propostos. Na Seção 9 são apresentadas as conclusões finais do artigo. 2 Estimação de Parâmetros e Velocidade da Máquina Assíncrona Estudos recentes tem tratado da determinação de parâmetros da máquina assíncrona, com a modelagem dq, utilizando técnicas de estimaçã,o paramétrica. Uma amostra representativa destes trabalhos é dada nas referências que sã,o discutidas em seguida. Souza Filho ei aiú (1991), Klaes (1993), Moon e h:eyhani (1994) e Zhang ef aiú (1994) utilizam modelos para a estimaçã,o dos parametros do circuito equivalente da máquina. Souza Filho et aJii (1991) estimam os parametros a partir de modelos de regressã,o não-lineares, deduzidos do circuito de regime permanente e medindo tensões, correntes e fator de potência nos terminais estatóricos. Klaes (1993) inicialmente faz um estudo da variaçã,o paramétrica em função da saturaçã,o e da t.emperatura e então propõe um procedimento iterativo para a estimaçã,o on-iine das indutancias de dispersão e principal e da resistencia rotórica. Neste caso, sã,o medidas as tensões e correntes estat.áricas e a defasagem entre elas. :tvloon e Keyhani (1994) utilizam o método da máxima verossimilhança para determinar os parâmetros da função de transferência e do circuito equivalente de uma máquina com rotor de dupla gaiola. Eles propõem um procedimento para a estimaçà.o de paTametros com a máquina parada aplicando degraus de tensão entre duas fases e medindo a resposta (corrente) e a entrada (degrau de tensão). Zhang ef aiú (1994) utilizam procedimentos para a estimaçà.o on-iine da indutância mútua i m e da resistencia rotórica de máquinas assíncronas com rotor de barras profundas, considerando que os outros parametros da máquina variam pouco e são conhecidos. Eles determinam estes parametros através das medições das variações no módulo e ángulo da impedancia vista dos terminais estatóricos. Gorter ef aili (1995), Holtz e Thimm (1991), Sangwongwanich e Okuma (1991), Silvino ef aiii (1993), Atkinson et aiú (1991) e Zai ef aiú (1992) utilizam métodos nãolineares para a determinaçà.o dos parâmetros da máquina. GOl·ter et alii (1995) calculam os fluxos resolvendo as equações dinâmicas da máquina em tempo real, com o método de Runge-Kutta, e a partir destes fluxos estimam os parâmetros. Holtz e Thimm (1991) propõem uma técnica para identificação on-/ine de parâmetros da máquina (1'" .1:" :t,., 1',.) baseada na avaliaçà.o da trajetória da corrente estatórica. Um modelo analítico da máquina, com tensões estatóricas e velocidade como entradas, opera em paralelo com a máquina real. A coincidência das duas trajetórias serve como um indicador do erro para o esquema de estimação. Sangwongwanich e Okuma (1991) propõem um modelo para estimar a velocidade e a resistência rotórica através de técnicas adaptativas tipo modelo de referência. Silvino ef aiii (1993), Atkinson cf aiú (1991) e Zai ei aiú (1992) utilizam o filtro de Kalman estendido (FKE) para a estimação de estados e parãmetros. Silvino ef aiii (1993) estimam os fluxos, a resistência rotórica e a indutância mútua. Atkinson ef alii (1991) ut.ilizam o filtro de Kalman (FK) para estimar os estados do modelo corrente estatóricacorrente rotórica, e estende para a estimação de 1',.. Eles fazem um estudo de sensibilidade paramétrica e concluem que o método é principalmente sensível à 1',. Também, utilizam o FKE de ordem reduzida, já que as correntes estatóricas podem ser medidas, para reduzir o número de cálculos. Concluem que o FKE de ordem reduzida exibe propriedades de convergência semelhantes ao FKE de ordem completa, porém é mais sensível a ruídos na mediçã,o da velocidade. Zai ef aiii (1992) utilizam o FKE para estimar os estados do modelo corrente estatórica-corrente rotórica e a constante de tempo rotórica T,., mostrando que é possível estimar T,. com velocidade constante ou variável. Jacobina ef a.lii (1993) e Jacobina e Lima (1994) utilizam modelos de estimação lineares de regime permanente para obter os parametros e a velocidade da máquina. A partir das medições das tensões e correntes estatáricas são processados modelos de regressà.o linear por meio do algoritmo dos mínimos quadrados. Vélez-Reyes ei aiii (1989), Stephan cf aiii (1994), Ribeiro cf aiú (1995a) e (1995b), Ribeiro (1995), Jacobina ef alii (1996) e .J acobina (1995) empregam modelos de estimação lineares dinâmicos para estimar os parametros da função de transferência corrente-tensão. Os parâmetros básicos T,., 1'" i, e a-/., são estimados e não pode-se determinar im . i,. e 1',. independentemente. Est.a característica é um problema inerente da identificação sem conhecimento dos fluxos da máquina. Vélez-Reyes cf aiii (1989) estimam parametros e a velocidade, por meio de um modelo de regressão linear dinâmico contínuo, medindo t.ensões e correntes estatóricas e derivadas das mesmas, obtidas através de filtros analógicos. Stephan cf aiii (1994) utilizam o mesmo método porém com o referencial dq alinhado ao eixo rotórico. Isto requer o conhecimento da posiçã.o rotórica e portanto nã.o se estima velocidade. Ribeiro ei aiú (lg95a) e (1995b) e Ribeiro (1995) baseiam-se também no modelo dinámico da máquina, mas na sua versão discreta com o operador f,. Eles estimam os parâmet.ros e a velocidade a partir da medição das tensões e das correntes es- SBA Controle &. Automação /Vo1.8 no. 2/Mai., Jun., Jul. e Agosto 1997 67 tatóricas, obtendo as derivadas a partir de filtros discretos. Para determinar os parâmetros contínuos utilizam períodos de amostragem muito pequenos, ou entã-o determinam os parâmetros através de aproximações da matriz de estados estimada. Jacobina et alii (1996) utilizam procedimento semelhante empregando o operador q. .Jacobina (1995) discute a utilizaçã-o dos operadores fi e q (operador deslocamento unitário) na estimação dinâmica dos parâmetros da máquina. Baseado na discussã-o anterior, é possível fazer uma classificaçã,o simples dos métodos de estimaçã,o dos parâmetros e da velocidade da máquina com a modelagem dq. Os métodos de estimaçã,o podem ser classificados em dois grandes grupos: estimaçã,o com modelos de regime permanente e estimação com modelos de regime dinâmico. A estimação com modelos dinâmicos é sub-dividida em modelos contínuos e modelos em tempo discretos. Os vários grupos e sub-grupos podem ainda ser sub-divididos em modelos lineares e não-lineares. Na tabela 1 é apresentada esquematicamente esta classificaçào. Tabela 1 - Classificaçã,o dos modelos utilizados na estimaçào de parâmetros da máquina assíncrona. Estimaçào de Parâmetros da Máquina Assíncrona linear regime permanente ---c' não-linear linear contínuo ---c' não-linear regime dinamico -linear • , l " 1 Cf CARGA MOTORCA MOTOR CC Figura 1 - Sistema de acionamento estático com máquina assíncrona. 4 Modelo da Máquina Assíncrona Nesta seção é apresentado o modelo contínuo da máquina assíncrona e a partir dele são deduzidos os modelos em tempo discretos de estado corrente estatórica-fluxo rotórico e matriz de transferência corrente-tensão. 4.1 Modelo contínuo da máquina A máquina assíncrona, suposta simétrica trifásica, com distribuiçào senoidal de fluxo, sem saturaçào e enrolamentos em estrela não conectados, pode ser representada por uma máquina assíncrona bifá.sica dq equivalente. As equações vetoriais características da. máquina segundo um referencial dq qualquer, indicado pelo expoente g, podem ser escritas como se segue: discreto -nào-linear (1 ) É possível ainda distinguir, dentre os métodos de estimaçã,o, dois tipos de implementações possíveis: on-Izne e off-line. A utilizaçã,o destas alternativas depende do tipo de sinal de alimentação da máquina e do tempo de aquisição e processamento dos algoritmos de controle e de estimação utilizados durante a estimação. Os sinais de alimentaçào necessários dependem do modelo utilizado, sendo em alguns casos diferentes do sinal senoidal trifásico. O tempo de aquisiçào e processamento é funçào da dinâmica do sistema, da complexidade computacional e do microprocessador utilizado. 3 Sistema de Acionamento Na figura 1 é apresentado o diagrama de blocos simplificado do sistema de acionamento considerado neste trabalho. Trata-se de um sistema padrào para acionamento com máquina de corrente alternada. A máquina assíncrona é acoplada a uma máquina de corrente contínua para simular a carga mecânica. A alimentaçào da máquina é fornecida por um inversor de tensão trifásico (VSI). A aquisiçào das variáveis, o controle e o comando do sistema de acionamento sào realizados por um microcomputador. 68 _ ..~ d~f 0-l r lr +it G. " , , +.l(w,-wm)~,. (2) (3) ~f = Imif + Irif (4) (5) P(c e - cm) = JdW-dt- + FW m m (6) Onde aR- variáveis v's = v9s d +.J'v'sq·. i'S = i'se! + .l·i9sq,. 't's ';" = ~;d + j~~q' sào os vetores tensào, corrente e fluxo estatórico (os vetores do rotor são obtidos trocando-se os índices .5 por l' ): W m e w g representam a velocidade angular da máquina e a velocida.de angular dos eixos dq; Ce e Cm são os conjugados eletromagnético e mecânico. Os parametros lo< e Ir, sào as indutâncias próprias do estator e rotor e Im a indutância mútua; 1', e l'r são as resistências do estator e do rotor; J, F e P são o momento de inércia, o coeficiente de atrito e o número de pares de pólos. O expoente ., - " e Im indicam o complexo conjugado e a parte imaginária e j = yCT. A partir das expressões de tensões (1) e (2) e de fluxos (3) e (4) pode-se escrever as equações da máquina assíncrona SBA Controle & Automação /Vo1.8 no. 2/Mai., Jun., Jul. e Agosto 1997 em termos das correntes estatóricas e fluxos rotóricos, no referencial estatórico (g +- s, w,q = O), na forma de estado d:r(t) ~ = A(w m ) + Bu(t ) (7) onde ", +"r(lm / Ir ')0 A= [ ~ ais lrTr U)m 1m - (TI,l r O (TI, _ ", +", (Im / Ir f O (TI, !.:m.- 1 O Te Tr Im, O Wm Tr [ B= x- [ 1 (TI, (TI, q;~eI 1;q '"eI U ] ., -j'5 O O O O O O = [V~eI v: q)~q ~ (TI, I r ~ a-l s 1r T r -W 111 _.l r ]T ] , Tr onde Pi, i = 1,"', n são os pólos do sistema contínuo. Observa-se de (11) e (12) que o limh~o li = Pi, para o caso em delta, e que o limh~o Zi = 1, para o caso em z. Na figura 2 mostra-se as regiões de estabilidade para os modelos com os operadores q e <5. Os pólos da funçào de transferência dos respectivos modelos devem estar dentro dessas regiões a fim de que as respostas dos sistemas sejam assintoticamente estáveis (Middleton e Goodwin, 1990). Note que a medida que h ~ O, a região de estabilidade com o operador [, expande-se por toda a região esquerda do plano complexo. Esta é a região de estabilidade dos sistemas contínuos, o que mostra novamente que os modelos em [, convergem para os modelos contínuos a medida que o período de amostragem tende a zero. Á Im e  T q ] sendo T,. = I,'; r',. e (T = 1 - I~,/(lsl,.) a constante de tempo rotórica e o coeficiente de dispersão da máquina. o . I Re ~ -=L. . O Re h h 4.2 Im Modelo em tempo discreto da máquina .,- .. _------" Admitindo que durante o período de amostragem h as tensões e a velocidade são mantidas constantes, o modelo em tempo discreto da máquina com o operador li é dado por (8) <5x(t) = Fx(t) + Hu(t) Figura 2 - Regiões de estabilidade para os pólos com os operadores q e [,. As matrizes F e H em (8) são definidas por meio de o operador li nesta relação é definido por <5x(t) = [x(t + h) - J:(t)]/h (l3) (9) o modelo em tempo discreto com o operador li apresenta condicionamento numérico superior ao modelo em tempo discreto com o operador Ij. principalmente, quando o período de amostragem é pequeno (Middleton e Goodwin, 1990), e tende ao seu equivalente contínuo quando h tende para zero. Esta última propriedade pode ser observada da equação (9), quando h -'- Oentão lix(t) ~ dx(t)/dt, ou seja, lix(t) tende para a derivada de .r(t). Pode-se definir a transformada delta, variável de transformação ~l' a partir da transformada Z. Se F (z) é a transformada Z da função f(t) então a transformada delta desta função F t:. h) é dada por (lO) Observa-se que a relação entre as variáveis de transformação ~f = (z -l)/h é análoga a relação entre os operadores [, = (q - l)/h. H = (I eh]i, - 1 = ---h (14) Em termos das submatrizes, a equação (8) pode ser escrita como [ [,Xl [ ] [,.r2 onde .Tl =[ ., l.~d F ll F 21 F 12 F 22 ] [ i Ssq ]T e ;r2= .rl X2 [ ]+[ q;~eI Z~~ ][u] (15 ) q;;~q ]T. Os fluxos magnéticos não são mensuráveis diretamente em máquinas usuais, então eles são eliminados da equação (15). Aplicando-se a transformada delta e utilizando as definições = H ll F 12 F22 F 1--;} H ll = F 12 H 21 H1 H o = F 12 H 21 - (18) F 22 H l1 (19) pode-se eliminar os termos de fluxo em (l5), obtendo-se a seguinte relação entre corrente e tensão nos terminais da máquina: e com operador <5 é dado por ~ii A 3 h3 onde I é a matriz identidade de ordem 4. Também, observase que A = limh~o F e B = limh~o H, denominada aproximação de primeira ordem. Quando um segurador de ordem zero é usado na entrada do sistema, os pólos do modelo em tempo discreto com o operador IJ é expresso por (11 ) A 2 h2 Ah + -, + -3'- + - .4.1 - + .... )B 2. (12) SBA Controle & Automação jVol.8 no. 2jMai., Jun., Jul. e Agosto 1997 (20) 69 onde a matriz de transferencia G" ('y) é dada por As simplificações nas equações (16)-(19) devem-se a propriedade de multiplicação comutativa das submatrizes de F e H. De fato, estas submatrizes são do tipo [ a, b] -) a que são comutativas para a multiplicação. Introduzindo-se os elementos das matrizes Fi, F o, H 1 e H o e aplicando-se a transformada delta inversa em (20), chegase à. seguinte expressão: fOb] fOa h Ob h oa ] [~;d] + 1 sq [~;d] t sq = Fi + H oH 1 1 = -HoH 1 (H 21 == O) F 12 F 21 = Fd = F o - H oH 1 1(F1 + H oH 1 1) F 22 (25) (26) Se h ---+ O as matrizes de (21) podem ser calculadas empregando-se a aproximação de la ordem para F e H e as equações (16)-(19), obtendo-se (27) Modelo A: Estimação sem a priori Re-escrevendo o modelo corrente-tensão dado por (22) na forma de uma regressão linear (31), obtem-se o seguinte modelo: (33) 8 = [ ha alsT r h oa h Ob ] [ Ho == [ 1 ai, O O ar; 1 a/ s T r _'o:'..m. T,., i" cri" e Wm ai, ] 1 'o:'..m. ai, 1 (T/s 71' (29) ] (30) [ ,')., '~'.' l' sq (J~ (J~1~d com ]T Modelos para Estimação Paramétrica V" "q - -V: d Para propósitos de estimação, utilizando os mínimos quadrados (LS), o modelo do sistema deve ser escrito na forma de uma regressão linear (Middleton e Goodwin, 1990) y(tll1) = f(t)11 (:31 ) onde y(tll1), f(t) e 8 são o vetor de predição, a matriz de regressão e o vetor paramétrico, respectivamente. O vetor paramétrico é obtido minimizando uma função de custo, geralmente dada por = 2~ I: )"N-te(t, I1f e(t, 8) 1=1 s ""q l' 1' + 1'" i: d ] (37) W rn 1 1 (T/s 71' ai, (38) Os parametros contínuos são obtidos diretamente de (38) = 8(2), Wm ;;is = 1/8(4), i;. = 8(4)/8(:3), ~ = 8(1)/8(3) Também, os parametros discretos ha, f1/;. fOa, fOb, h 1a , h oa e h Ob podem ser obtidos, a partir de (38) e de 1'", por meio de N 70 (35) Considerando que 1', é conhecido, estimado usando o Modelo D, pode-se desenvolver, a partir de (33 )-( :35), um modelo para determinar T", (" cri s e W m . Este modelo é deduzido utilizando a aproximação de primeira ordem (F = A e H = B). Neste caso, tem-se y = 1íN (I1) T ai, H1 == 5 h 1b Modelo B: estimação de 1', con hecido (28) ~ h 1a fOb fOa Em Ribeiro et alii (1995a) é mostrado como obter os parámetros contínuos T,., is. cri s , 1'" e a velocidade W m a partir de 11, por meio de aproximações de primeira e segunda ordem para as séries F e H (1:3 )-( 14). Entretanto, 1's é estimado com uma precisão ruim, assim é interessante desenvolver modelos para estimar somente 1'" e retirá-lo do modelo (3:3)-(35), melhorando a precisão da estimação dos demais parâmetros. O modelo e o procedimento para. a estimação específica de 1'" é apresentado na Seção 5.4 (Modelo D). Nos dois itens seguintes são apresentados o Modelo B, para a estima.ção de Tr , is, cri" e w m , e o Modelo C, para a estimação de T,., is, cri s com W m = O, assumindo, em ambos os casos, que 1'" é conhecido. 5.2 _--!..L- F o == [ 5.1 (:34) (24) 1 Para estimar os parámetros da máquina usando o algoritmo LS é necessário re-escrever (22) como um modelo de regressão linear na forma dada em (:31). (22) Observa-se que é possível obter algumas das submatrizes do modelo de estado (15) a partir de Fi, F o, H 1 , H o. De fato, utilizando as equações (16)-(19) pode-se escrever as seguintes relações: H l1 = H 1 (23) F l1 onde e(t, (1) = y(t) - iJ(tW) é o erro de predição, )" é o fator de esquecimento e N é o número de amostras. O algoritmo dos mínimos quadrados para o cálculo 11 pode ser encontrado em (Ljung, 1987). (:32) fOb ha = -8(1) - 1',,8(4), = -1',,8(5), h 1a = 8(4), SBA Controle &. Automação /Vo1.8 no. 2/Mai., Jun., Jul. e Agosto 1997 flb h 1b = -8(2), fOa = -1'88(3) = O, h oa = 8(3), hOb = 8(5) Conforme será mostrado, a estimação de TI" e I, em alta velocidade só é possível caso a aproximação de 2Q. ordem seja usada (F = A + A'2 h/2 e H = B + ABh/2). Então, a partir dos parâmetros estimados com (36)-(38) e de 1', obtem-se os parametros discretos lIa, .tlb, .tOa, fOb, h 1a , h oa e hOb (h 1b = O) e por meio de (23 )-( 26) recupera-se as matrizes discretas H 11, F 11 , F 22 e o produto F 12 F 21 = F d . Os novos parâmetros contínuos podem ser calculados a partir das seguintes expressões: 2+~F11(I,1) ~ (39) Jb~ - 2ho. T 2a T (40) ls = CJ"l s [1 _ ~.~(1, 2)r,.] (41) CJ"l s = T,. 2H ll (I,1) = -b T ± r= [ -oi',d -oi~q B= 5.4 v: d - 1'si~d 'V~q ov'sd -1'"oi: d ov'sq - 1"oi~q ., - Tsl';q _1,_ al,T r ] l]T 1 al,T,. (47) ai, Modelo D: estimação isolada de (46) 1', Como foi mostrado por Ribeiro et alii (199530) e Jacobina et alii (1996) a est.imação de 1', baseada no modelo dinâmico, não é satisfat.ória. Isto ocorre porque ela depende dos t.ermos sem derivada (sem o operador o). Como os demais t.ermos são dominantes na matriz de regressão r, uma melhor estimação de 1'8 pode ser obtida excitando-se a máquina com tensões CC, implicando derivadas (t.ermos em o) nulas. F:dl, 2) Wm = -Fn (1, 2) (42) com Com a alimentaçào CC tem-se: ov~ = O. Assumindo que a velocidade varia lent.amente, então 02i~ = O e oi~ = O, e o modelo dado por (33)-(35), com a aproximação de primeira ordem, em termos dos componentes dq se escreve (48) A razão desta aproximação de 2Q. ordem vem do fato que expandindo-se a matriz F até o segundo termo da série (13) tem-se que o elemento correspondente a T,. é dado por F 22 (1,1) 1 1 h (;" h = -+ 0:+ CJ"1,lrr,~" -2 T,. ri 2 2 h 2 (49) W m :- NIanipulando estas expressões obt.em-se um resultado esperado Observa-se em (43) que existe um termo em w~,. Se a aproximação de lQ. ordem for usada, este termo e todos os outros em h desaparecerão. Porém em altas velocidades o termo w~, % não é desprezível, mesmo para pequenos períodos de amostragem. Daí a necessidade de se utilizar a aproximação de 2.Q. ordem. Uma possibilidade de se evitar este problema é alinhar o eixo de referência d, do modelo dq da máquina, com o eixo rotórico (w g = wm ), neste caso tem-se (44) (50) (51) Destas equações fica evidente que com alimentaçào CC, só se pode estimar a resistência estat.órica. Assim, em velocidade muito baixa, quando a freqüência de alimentação é próxima de zero, a est.imaçào dos outros parámet.ros e da velocidade da máquina é mais difícil de ser obtida. A partir das equações (50) e (51) escreve-se o seguinte modelo de regressão: Contudo, para alinhar o eixo d ao eixo rotórico é necessário o conhecimento do ángulo de posição mecánica, o que nem sempre é disponível. S V sq ] Por outro lado, em velocidades baixas pode-se estimar os parâmetros contínuos diretamente de (38). Isto se deve ao fato de que o t.ermo em w;;, é desprezível em baixa velocidade. í'8q B= 5.3 Modelo c: estimação de T,., I" CJ"l s com conhecido e W m = O sq ]T ]T ] (52) (5;3) (54) 1', A estimação de TI"' I" CJ"l s à velocidade nula é importante para o processo de auto-comissionamento da máquina. Utilizando um sinal apropriado é possível manter a máquina parada e excit.á-la de forma persistente (Ljung, 1987) para a estimaçã-o. Fazendo-se W m = O em (:36)-(38) obt.em-se o seguinte modelo: ,1)2" . 1 [ 1', T (45) Para se considerar o efeit.o das variações da resist.ência em funcionamento contínuo da máquina, propõe-se um ensaio onde à tensào senoidal trifásica de alimentaçào, responsável pela imposição da frequência e da velocidade de operação da máquina, é adicionado um sinal de tensão CC trifásico. O sinal CC deve ser de amplitude pequena para nào perturbar muito a operaçào da máquina. Um filtro passa baixa é utilizado para extrair as parcelas de tensão e corrente CC a serem processadas, segundo o modelo (52)-(54), com o algoritmo LS. SBA Controle & Automação /Vo1.8 no. 2/Mai., Jun., Jul. e Agosto 1997 71 6 Sinais de Alimentação e Filtragem Os sinais utilizados para a alimentação da máquina nos ensaios de estimação de parâmetros e velocidade foram: seis degraus (SI), vetores ativos com média nula (52), nível CC puro (5'3) e senoidal+nível CC (5'4). Como será visto, estes sinais podem ser facilmente gerados por meio de um inversor de tensão. No caso do ensaio a velocidade nula, nenhum meio mecânico é utilizado para manter a máquina parada. A operação com velocidade zero é obtida alimentando-se a máquina com tensões específicas para este fim. Dados os vetores ativos criados pelo inversor de tensão no plano dq, seis vetores de mesma amplitude e com defasagem entre vetores adjacentes de 60° (cf. figura 3) (Van der Broeck. 1988), e a frequência de alimentação f" a seguinte seqüência de vetores (5'2) é empregada em cada ciclo T s = 1/ fs s T í S] [1.' 8 T í S T í S T í 8 ] 85 ,. 85 ,. s2 T,/') \. 83" s6 I s6" 83 T,/6 s 1I8~ 1'''] . [v81}s.lIs3s lI83S 11sI}8.] T,/6 [1184 lISsl 11' sl V'] s4 T,/6 [V's5 1I~ s~ s_ 85 T,/'} [ rs TT s T n T l 8 ] ,. sll' s4 I' s4 ,. sl T,/6 T [T l8 TI 8 T l I' s2' 8 Comparando-se esta seqüência com o sinal seis degraus, que é definida por S] 8 ] [l'S] [lIslS ]T./6 [lI82 T./6 [V" 83 ]T./6 [11' 847,/6 ',5 T,/6 [V86 ] T./6 pode-se compreender melhor como ele foi sintetizado. Por exemplo, na forma de onda seis degraus o vetor l/~Sl pennanece ativo por T 8 /6, enquanto na seqüência proposta ele é substituído pela combinação [1/~~ v~~ lr,~ lI,,'l]T /6, que fornece tensão média nula no período T /6. Com a seqüência proposta o valor médio do conjugado eletromagnético é zero e a máquina permanece parada. Também, a forma de onda desta tensão possui conteúdo harmonico adequado para excitar a máquina de forma persistente. correntes, antes de serem utilizados no algoritmo de estimaçã-o (Ribeiro, 1995). Neste trabalho, foram utilizados quatro filtros digitais idênticos de terceira ordem, um para cada variável v;d' V;q, i~d e i~q' Estes filtros digitais foram obtidos pela discretização de um filtro contínuo de terceira ordem cuja função de transferência é dada por (55) com W c = 5w s , onde W 8 é a frequência de pulsação fundamental da tensão estatárica de alimentação. Este mesmo filtro, com Wc = 12ír1'ad/s foi utilizado na estimação de 1'S· 7 Estudos por Simulação Os estudos por simulação foram realizados utilizando-se o modelo dinâmico da máquina (l )-(6). Este modelo é discretizado na forma dada por (8), utilizando as séries (13) e (14) truncadas no termo em h 5 com h = 5/l.s, e ca1culado recursivamente. Os algoritmos de estimaçào são executados com os dados obtidos da simulação da máquina amostrados com h = 50ps. O ruído de medição foi considerado aditivo. A fonte de ruído possui média zero e é uniformemente distribuída no intervalo [-1'" max(v~d' [-1'; onde 1'v = 0,05 e v: q ), 1'v max(v~d' V~q)] max(i~d' i~q)' 1'i max(i~d' i~q)] 1'i = 0,2. Figura :3 - Vetores tensã-o ativos gerados pelo inversor de tensão no plano dq. Nas tabelas 2 e :3 estão os resultados de simulação com o Modelo B, considerando que o valor de 1's é conhecido corretamente. Foram feitos dois ensaios: um com a máquina em vazio e outro com 10% de escorregamento. O sinal de alimentação foi seis degraus (51) com freqüência de 60H;;. Observa-se que os erros de estiInaçã-o aumentam com o aumento do escorregamento. Com o escorregamento de 10% os erros em T" e 18 são maiores que 15%. Para efeito de comparação, sào mostrados nas tabelas 4 e 5 os resultados obtidos com o Modelo A., equações (:3:3 H 35) e aproximação de segunda ordem (Ribeiro et alii 1995a, 1995b), para o cálculo dos parâmetros contínuos. Observa-se que todas as variâncias obtidas com o Modelo B (tabela 2) são menores e que os parametros contínuos (tabela :3) também são estimados com erros menores, principalmente com escorregamento de 10%. Além disso. o número de condicionamento da matriz de covariancia (Ljung, 1987) obtido com o Modelo B é da ordem de 10 6 enquanto que o número de condicionamento com o modelo completo (3:3)-(:35) é da ordem de 10 10 . As componentes de tensão (t';d' V;q) e corrente (i;d' i;q) são obtidas diretamente por meio da medição das tensões e correntes estatáricas em duas das três fases da máquina. Estes sinais são filtrados por meio de filtros de antialiasing e convertidos por meio de conversores A/D. Os sinais na saída dos conversores A/D são filtrados digitalmente, o que permite a obtenção direta das derivadas (8'u;d' 8v: q, 8i~d' 8i~q' PV;d' PV~q, Pi~d' Pi~q) das tensões e Os resultados em baixa velocidade sao apresentados nas tabelas 6 el. Embora as covariáncias da estimação sejam maiores que aquelas obtidas em alta velocidade (tabela 2), os erros na estimação dos parámetros contínuos são menores. Observa-se ainda que o efeito do escorregamento é desprezível em baixa velocidade. Por outro lado, é possível estimar-se os parámetros contínuos em baixa velocidade com o sinal seis degraus. Isto não é conseguido com q _------~,...-------.,. 72 d SBA Controle & Automação /Vo1.8 no. 2/Mai., Jun., Jul. e Agosto 1997 Tabela 2 - Modelo B: parâmetros discretos, sinal 51, 60Hz, h = 50ps vazIO 10% esc. 8; variancia vananCla erro (%) erro (%) J I -1.049 5.8x10 -0.9215 6.4x10 I ha 6 1.6x101.6x10- 6 3.8087 4.8178 flb 8.1xl0-" 8.0x10-" h 1a 0.4384 0.5149 l.:3x10- 3 8.9x10- 5 -0.57 hoa 11.95 3 2.3x10- 3 2.lx100.7031 1.1352 h Ob Tabela 3 - Modelo B: parámetros contínuos, sinal SI, 60Hz , h = 5011S. aproximacào dE' 2!!. ordem Parâllletros vazIO - W 11l = 314 10% esc.- W m = :3:39 erro(%) erro(%) 8; real Tabela 4 - Modelo A: parâmetros discretos, sinal 51, 60Hz , h -- 50ps 8; vazIO 10% esc. erro (%) vananCla erro (%) vananCla J b -4.02 -0.8501 1.7x10 2.2x10 I) ha 6 1.7x102.2x10- 6 2.9612 4.81 flb -1691 -1085.5 1.6295 1.6535 foa 41.35 6.061:3 1.6295 1.6535 fOb 9.9x10- 9 1.0x10- 8 h 1a 0.883 0.7134 9.9xlO- 9 -5:303 -2582.3 1.0xl0- 8 hlb -41.65 h oa -1.3:303 0.0026 0.0123 1.62:39 h Ob 0.342 0.0026 0.0123 > i, 0.:39 0.0667 0.0059 0.094 l..l.t'n1 - l' S T1' cri" O -15.4705 -0.5800 -H:i.25()l 0.7028 O 1.8804 -0.5079 1.0791 0.3465 o modelo com a estimaçào simultánea de Ribeiro et aiii (1995a, 1995b). 1'." ,< , propostos por Para dar uma indicaçào da robustez do Modelo B à incertezas no valor de 1>" foram feitas uma série de estimações com os mesmos dados de simulaçào. Para cada valor de r, na faixa de ±50% do valor nominal, os outros parâmetros foram estimados utilizando o algoritmo dos mínimos quadrados em lote com 4000 amostras. Os resultados são mostrados na figura 4 para baixa velocidade (10H z) e na figura 5 para alta velocidade (60H:::) . Nestas figuras são apresentados os erros de estimaçào (erro = 100(8; - 8;0)/8;) dos parametros (T,., i" cr, w m ) em funçào dos valores de 1>,. Observa-se que à exceção de TI' todos os outros parâmetros são estimados com boa precisào. mesmo com erros de 50% em 1',. Por outro lado, os erros de estimaçào aumentam pouco quando a velocidade diminui. 15 2.5 2 / 1.5 / 5 1 "" ~0.5l :; O -0.5l / / (J)m/ / ~~ O / ~:" -5 -10 ais -15 -1 /. -1.5 10 / rslr,o -50 O 50 -20 -50 O 50 Figura 4 - Sensibilidade do l'vlodelo B à variações em 10H:::. 8 Tabela 5 - Modelo A: parâmetros contínuos, sinal 51, h.-- 50p s 60Hz aproximaçào de 2!!. ordem " Parâllletros vazIO - W m = 374 10% esc.- W tll = 3:39 real erro (%) erro (%) 8 " 0.:39 l' , 5.1:3 39.56 0.0667 3.79 34.34 T,. -0.9571 cri, 0.0059 -0.7899 0.094 24.3889 2.697 i, -0.287:3 0.8:357 W 11l 1'" - Estudos Experimentais Os resultados experimentais foram obtidos utilizando o sistema de acionamento disponível no Laboratório de Eletrànica Industrial e Acionamento de Máquinas (LEIAM) do DEE- UFPB-Campus lI. conforme o diagrama apresentado na figura 1. Neste sistema, a unidade central de processamento (CPU) é um 80486DX2-66 com placa mãe compatível com o padrào IBM/PC. Uma placa especialmente projetada, ligada ao barramento do computador, realiza as funções de aquisição e comando. A placa possui um temporizador programável (PIT8254), uma interface paralela programável (PPI8255), uma unidade de conversào analógica/ digital (cinco canais com amostragem simultânea AD573/582) e uma unidade de conversào digital analógica (DAC1008). As tensões e correntes da máquina são medidas através de dispositivos de efeito HaU, que garantem uma banda de passagem de 300kH z e isolaçào elétrica apropriada. Duas correntes de fase e duas tensões de fase sào medidas. Após o estágio de ajuste de ganho e antes da conversào analógica/digital, estes sinais sào filtrados por filtros ativos de segunda ordem (filtros de antiaiiasing). Um encoder ótico absoluto (AE6:jS), conectado a interface paralela programável, mede a posição angular do eixo da máquina. A velocidade angular é obtida das leituras do encoder. O inversor trifásico que alimenta a máquina, emprega chaves de potência do tipo transistor bipolar. Os sinais de comando para ligar e desligar as chaves sào gerados pela unidade de intervalo de tempo programável. A isolação galvânica entre o microcomputador e o circuito de comando da base é assegurada por optoacopladores de alta velocidade (HPCL2601). Na figura 6 mostram-se os resultados experimentais de estimaçào de 1', com um sinal CC puro (5:3) e um sinal CC+senoide (54) para uma máquina assíncrona cujo valor da resistência estatórica obtida com medição direta é 1.80. Na figura 6 é apresentado a evolução de 1', estimado a velocidade nula e com um sinal 53 ('V~1 = -51/, v~'] = IOF e 71:3 = -51/), sem a utilizaçào de filtro. Também na figura 6 é apresentado a estimação de l's à frequência f, = 60H::: e com o sinal 54 obtido acrescentando ao sinal CC anterior tensões senoidais trifásicas de 60H::: e 1501'. Neste último caso, o filtro foi calculado para W o = 127rl'ad/s. Os valores médios obtidos para 1', nos dois ensaios, mostrados na figura 6, são bastante próximos: 1.870, sinal 5'4 com filtro, SBA Controle & Automação jVol.8 no. 2jMai., Jun., Jul. e Agosto 1997 73 /5 /0 0.6 Tabela 6 - Modelo B: parámetros discretos, sinal 81, 10Hz, h = 50p.s (J ,. 10% esc. vazlO erro(%) variiincia erro (%) vananCla .L 2.4xl0 -4 2.3xl0 4 0.1854 0.1688 ha 4 4 2.2xl02.3xl05.061 5.2161 .flb 0.;3437 0.0374 h 1a 0.0235 0.3637 4.1xl0- 5 4.0xl0- 5 0.6249 h oa 0.2207 0.2821 0.6682 0.2505 h Ob 0.6974 Tabela 7 - Modelo B: parámetros contínuos, sinal SI, 10Hz , 11.= 50lt8. 10% esc.- W m = 56.51 Parânletros vazio - W m = 61 erro (%) (Ji real erro (%) (Jls ls 0.;39 0.0667 0.0059 0.094 W l1J - l' S /7' 0.0 0.7416 -0.4423 1.5316 0.4477 0.5 oom/ / 0.4 / ls f~ 0.3 ~;-/ " 0.2 0./ / / Tabela 8 - Modelo B: sinal 81, mà.quina de 1.5kVV. W 11J = 57.6;31'ad/8 W m = 3G67'ad/8 (Ji rbv estimo vananCIa estimo vananCla l' s 1.8 r,. 0.0427 0.0119 2.4xl0- 4 0.0243 29xl0- 3 (Jls 0.0213 0.0192 ;3.5xl0- 9 0.0209 4.1xlO- 6 0.1124 4.7xl0- 6 0.1096 4.5xl0- 4 0.1279 ls ;3.6xl0- 4 9.6xl0- 6 W 1H 366.5 56.37 Parâluetros Na tabela 9 são apresentados os resultados para uma máquina de 2.2k {IV. Para esta máquina observa-se que as variâncias são menores que aquelas da tabela 8, porém o valor da função de custo é maior (19%). 74 / O & ~ -5 ~ 1:, "-/O -/5 - ui, 's frso 50 O -20 -25 's/~w -50 O Figura 5 - Sensibilidade do Modelo B à. variações em 60Hz. I 50 7's - Sinal CC puro ,:1 tis 00':-....L..-0-:-.4-,-----~--=O'-;:c.8~-1:":.2c--...=17'.6· e 1.820, sinal 5'3 sem filtro. Para avaliar as variações paramétricas utiliza-se o Modelo B com o sinal 81 em velocidades diferentes de zero. Os resultados são apresentados na tabela 8 para uma máquina de l..5HV e tabela 9 para uma máquina de 2.2kVV. Nestas tabelas a coluna 7,bv fornece os parámetros da máquina obtidos por meio dos testes clássicos de rotor bloqueado e vazio. Na tabela 8 são mostrados os parámetros estimados e as variâncias em duas velocidades diferentes. Observa-se que as variáncias aumentam com a diminuição da velocidade. Também, o valor mínimo da função de custo aumenta com a diminuição velocidade (13% em 36Gl'ad/ s e 17 .5% em 57 .631'ad/ s). Isto revela a dificuldade de estimar parâmetros em velocidades baixas. 5 ~ / ~50 0.0 0.3075 -0.4222 1.1382 0.4018 Obtido o valor de 1'" utilizam-se os Modelos B e C para a estimação dos outros parâmetros. Num primeiro estágio utiliza-se o Modelo C com o sinal 82. Os resultados com velocidade nula utilizando o Modelo C (45)-(47) são apresentados na figura 7. O algoritmo utilizado foi o dos mínimos quadrados recursivo, com fator de esquecimento À = 0.999. Comparando os resultados desta figura com aqueles apresentados por Ribeiro et alii (1995b), observa-se uma nítida melhora em termos da covariáncia das estimativas e transitório de estimação. / Figura 6 - Estimação de r, com o modelo D: sinais 83 e 84. Na figura 8 mostra-se a estimação dos parâmetros contínuos para esta máquina. Observa-se que os parâmetros são estimados com boa precisão e que o parámetro que apresenta maior variáncia é r,.. Para validar a estimação, na figura 9 teI~-se as formas de onda da corrente medida (i~d)' simulada (i~d) e o erro entre elas para os parámetros estimados de acordo com os dados da tabela 8 (figura 9a) e para os parâmetros obtidos dos testes de rotor bloqueado e em vazio (figura 9b). Observa-se na figura 9a que o erro entre as corrente é menor, comprovando que os parámetros estimados são os mais corretos para esta condição de operação. 9 Conclusão Neste trabalho foram propostos modelos para estimação de e para a estimação de (Jl" r,., ls e W m com 7', conhecido. Apresentou-se uma revisão bibliográfica e uma classificação para a estimação de parámetros da máquina assíncrona. Mostrou-se que a inclusão de 1' s no algoritmo de estimação, produz um mal condicionamento na estimação dos outros parámetros e requer em baixa velocidade sinais mais ricos em harmónicos. Mostrou-se que as incertezas no valor de r, praticamente não influenciam a estimação dos outros parálnetros, a exceção de r,.. Foi mostrado que o aumento do escorregamento aumenta os erros de estimação em alta velocidade, principalmente de r,. e I,. Foi demonstrada a importância da utilização da aproximação de segunda ordem na estimação em altas velocidades nos modelos no referencial estatórico. Os resultados de simulação e experilllentais mostraram que é possível estimar 1' s , isoladamente, e os outros parámetros com boa precisão. 7', SBA Controle &. Automação /Vo1.8 no. 2/Mai., Jun., Jul. e Agosto 1997 Tabela 9 - Modelo B: sinal 51, 10Hz, màquinade 2.2.HV. Parâmetros W n1 = 59.90rad/s rbv estimo variância '. e 0.05 0.03 ~ 0.02 0.04 0.03 lt.----------....., w'rn - T,. crI, IV " -'" b ~ 0.01 l, 2.0 0.0898 0.0329 0.2517 l' s - - 0.0828 0.0216 0.2322 58.83 1.5xl0- 3 1.5xl0- i 1.9xl0- 5 1.7xl0- 5 0.01 tis) 00~~---;0;-".4,------'-;OO.'oc8~-I,-';.2,------''''-;I'7.6 tis) O0lL-~0~.4-~0~.8~~1~.2~"'1:'.CJ.6 (h) (a) 0.2 0.16 -4 t: e 0.12 / -6~~~,-;,;:;-~i:;-'--;;-;;-;:---';;-l;~ O 0.01 :; 0.08 0.03 (h) 0.04 0.4 1.2 0.8 Figura 9 - Formas de onda de i~d' i~d e fi da. máquina de 1.5kW: a) parâmetros estimados; b) parâmetros obtidos dos testes rbv. tis) 1.6 (e) Figura 7 - Estimação com w m 1.5HF: a) crI,,; b)T,.; c) 1.,. =: O sinal 52 e máquina de 0.14 0.03 0.02 0.02 Os métodos de estimação propostos podem ser utilizados com um sistema de acionamento padrão, necessitando apenas que o inversor seja comandado em malha aberta de forma a gerar os sinais de tensão adequados. Particularmente, o ensaio a velocidade nula, utilizando o valor de r s obtido no ensaio com o Modelo D, é indicado para a determinação inicial dos parâmetros e permite um procedimento simples para o auto-comissionamento da máquina.. Agradecin1.entos: Os autores agradecem ao CNPq pelo apoio à realização deste trabalho. V 2 Referências Bibliográficas ti" 0.06 0.02 tis) 0"::-0~---;0;;"-.4;--'-;OO."':::8~----;-'1.2:--LCl.-7.6 t O 0.4 0.8 1.2 S 1.6 (h) (a) 0.4 100 80 0.3 velocidade medida ,...:., ",,,.,, '" ...,n, ~ ~ 60~,~#Ml!.lJl'0/~~llil't'J!l'I. ~ SE 40 0.1 velocidade estimada 20, 0.4 0.8 (e) 1.2 tis) 1.6 0.4 0.8 1.2 tis) 1.6 (d) Figura 8 - Modelo B, sinal 51, 10Hz, máquina de 2.2HV: a) crI,,; b) T,.; c) Is ; d) Wm Atkinson, D ..J., P.P. Acarnley and .J.W. Finch (1991). Observers for induction motor state and parameter estimation. IEEE Transactions on Industry Applications, VoI. 27, na 6, pp. 1119-1127. Gorter, R ..J .A .. P. P. J. Van den Bosh and S. Weiland (1995). 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