Série Metodologia SENAI de
Educação Profissional
Projetos Integradores
Brasília
2015
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente
Diretoria de Educação e Tecnologia – DIRET
Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor de Educação e Tecnologia
Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira
Diretor Adjunto de Educação e Tecnologia
Serviço Social da Indústria – SESI
Jair Antônio Meneguelli
Presidente do Conselho Nacional
SESI – Departamento Nacional
Robson Braga de Andrade
Diretor
Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor-Superintendente
Marcos Tadeu de Siqueira
Diretor de Operações
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI
Robson Braga de Andrade
Presidente do Conselho Nacional
SENAI – Departamento Nacional
Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor-Geral
Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira
Diretor Adjunto
Gustavo Leal Sales Filho
Diretor de Operações
Instituto Euvaldo Lodi – IEL
Robson Braga de Andrade
Presidente do Conselho Superior
IEL – Núcleo Central
Paulo Afonso Ferreira
Diretor Geral
Paulo Mol Júnior
Superintendente
Série Metodologia SENAI de
Educação Profissional
Projetos Integradores
Brasília
2015
 2015. SENAI – Departamento Nacional
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a
fonte.
SENAI/DN
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica UNIEP
FICHA CATALOGRÁFICA
S491p
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento
Nacional.
Projetos integradores. Brasília : SENAI, 2015.
xxx p. il.
(Metodologia SENAI de Educação Profissional).
1. nonononono 2. nonononono 3. nonononono I. Título
CDU: xxxxxxxxxx
SENAI
Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial
Departamento Nacional
Sede
Setor Bancário Norte
Quadra 1 – Bloco C
Edifício Roberto Simonsen
70040-903 – Brasília – DF
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SAC
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ................................................................................. 7
1 INTRODUÇÃO .................................................................................. 8
2 CARACTERÍSTICAS DO PROJETO INTEGRADOR ................................... 12
3 BENEFÍCIOS E OPORTUNIDADES ...................................................... 14
4 IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS INTEGRADORES .................................... 18
5 ETAPAS ......................................................................................... 20
6 REFERENCIAIS PARA IMPLEMENTAÇÃO .............................................. 40
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................. 49
REFERÊNCIAS ................................................................................... 50
APRESENTAÇÃO
Em 2013, o Departamento Nacional, comprometido com a revitalização da
formação com base em competências, realizou, com a participação dos
Departamentos Regionais, ampla revisão dos documentos metodológicos
existentes, de forma a reuni-los em um único documento que possibilitasse
uma visão global do modelo educacional do SENAI adotado desde 2002.
Esse processo culminou no lançamento, em agosto de 2013, da Metodologia
SENAI de Educação Profissional, que compreendeu, além da reunião dos
métodos existentes, a inclusão de exemplos que favorecessem o
entendimento da relação entre PERFIL PROFISSIONAL – DESENHO
CURRICULAR – PRÁTICA DOCENTE. A perspectiva adotada foi a de uma
formação voltada para a mobilização de competências, capaz de suportar e
integrar as diferentes realidades e experiências regionais, posicionando-se
de forma alinhada tanto aos aspectos vigentes da legislação educacional
quanto às exigências contemporâneas sinalizadas pelo mundo do trabalho.
Desde então, identificou-se a oportunidade de aprofundar alguns temas
com vistas a promover a implantação plena da Metodologia. Vislumbrou-se
então uma ocasião favorável ao avanço conceitual e metodológico por meio
da criação da SÉRIE METODOLOGIA SENAI DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL.
Nesse sentido, o presente documento inaugura a Série Metodologia SENAI
de Educação Profissional, com o tema PROJETOS INTEGRADORES, buscando
orientar os Departamentos Regionais na implantação dessa estratégia de
aprendizagem que assume destacado grau de importância para uma prática
pedagógica aderente ao modelo educacional preconizado pela instituição.
Vale enfatizar que as orientações aqui apresentadas referem-se
exclusivamente ao desenvolvimento de Projetos Integradores, e não às
outras Estratégias de Aprendizagem Desafiadoras indicadas na Metodologia
SENAI de Educação Profissional, não significando que as demais estratégias
de aprendizagem devam ser excluídas da prática docente.
O presente documento tem apenas o objetivo de difundir esse modelo de
estratégia que, tendo em vista a sua complexidade, atende a todos os
fundamentos e princípios da Metodologia SENAI de Educação Profissional,
afigurando-se, portanto, como uma oportunidade ímpar para promovermos
avanços no campo de uma prática pedagógica mais eficaz, significativa,
integradora e contextualizada.
Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor de Educação e Tecnologia
7
1 INTRODUÇÃO
A prática pedagógica com base no desenvolvimento de projetos teve seus
primeiros passos no início do século XX, com o criador da Pedagogia de
Projetos, John Dewey. Naquela época, o objetivo era fazer com que a
educação fosse um processo de vida e não apenas uma preparação para a
vida futura, cheia de conteúdos específicos e desarticulados com a realidade
presente. A escola, conforme as ideias do educador, deveria representar o
agora, a vida prática dos alunos, a sociedade que eles estavam enfrentando
naquele momento.
As características que faziam parte da proposta de Dewey eram a
Intencionalidade, a Flexibilidade, a Originalidade e a Interdisciplinaridade.
Com essas características, a Pedagogia de Projetos constituía-se em um
percurso definitivo para evitar a fragmentação do ensino. O desafio seria
contrapor-se ao sistema de educação vigente, com os seus conteúdos
formativos transmitidos de forma segmentada e sem conexão com a
realidade, com uma visão tradicional do ensino, com estratégias baseadas
na repetição e na memorização.
No Brasil, o trabalho com projetos, inicialmente concebido por John Dewey
e também por William Kilpatrick, filósofos e educadores americanos
envolvidos com os movimentos de mudanças na educação tradicional e com
os movimentos curriculares mais progressistas da primeira metade do
século XX, teve as suas primeiras discussões no âmbito do movimento da
Escola Nova, por volta de 1930, com Anísio Teixeira e Lourenço Filho. A
Escola Nova refere-se ao movimento educacional que enfatizava a utilização
de métodos ativos de ensino e aprendizagem.
A escola começava a ter como foco principal a formação de indivíduos
preparados para a inserção no mundo do trabalho. As estratégias de caráter
mais ativo e que proporcionavam mais autonomia aos alunos, como, por
exemplo, a Pedagogia de Projetos, começavam a se firmar como uma
prática pedagógica consolidada. No entanto, a partir da Segunda Guerra
Mundial, essas mudanças ficaram estagnadas, e só retornaram por volta
dos anos de 1980, com o auge do Construtivismo, e os projetos voltaram a
fazer parte da pauta das discussões pedagógicas (FERNANDES, 2011).
Na década de 1990, se estabelece no Brasil o trabalho com
projetos com o objetivo de repensar as teorias e as práticas
educativas como um caminho para reorganizar o cotidiano
escolar, resgatando o que já havia sido proposto por John
Dewey há 100 anos. Assim, mesmo que esquecida por
muitos anos, a Pedagogia de Projetos vem sofrendo
adaptações devido às transformações que emergem na
contemporaneidade (FERNANDES, 2011, p. 46).
8
Considerando as adaptações no trabalho com projetos realizadas ao longo
do tempo, consolida-se o conceito de que o trabalho pedagógico ancorado
em Projetos Integradores compreende uma estratégia de trabalho flexível,
no qual a ênfase está na organização do conhecimento e na forma como ele
é alcançado, favorecendo a sua mobilização e articulação, assim como das
atitudes e das habilidades, características intrínsecas ao conceito de
competência.
A Metodologia SENAI de Educação Profissional preconiza uma prática
docente aderente ao modelo pedagógico comprometido com o
desenvolvimento das competências profissionais requeridas pelo mundo do
trabalho, permitindo aos alunos, no processo de formação profissional,
mobilizarem os seus conhecimentos na geração de novas ideias,
exercitando importantes capacidades para os seus desempenhos
profissionais, como o pensamento criativo, a autonomia e a proatividade.
Metodologia SENAI de
Educação Profissional
Mediação da aprendizagem
Desenvolvimento de capacidades
Interdisciplinaridade
Contextualização
Ênfase no aprender a aprender
Proximidade entre o mundo do trabalho e as práticas sociais
Integração entre teoria e prática
Incentivo ao pensamento criativo e à inovação
Aprendizagem significativa
Avaliação da aprendizagem com função diagnóstica,
formativa e somativa
9
Dessa forma, o trabalho pedagógico com Projetos Integradores contribui
consistentemente para o alcance dos objetivos educacionais indicados para
o modelo educacional proposto, assegurando a qualidade da formação
profissional empreendida pelo SENAI.
As outras Estratégias de Aprendizagem Desafiadoras, vale dizer, o Estudo
de Caso, a Pesquisa e a Situação-Problema, deverão ser constantemente
utilizadas, de acordo com o planejamento dos docentes, com os objetivos
que se almejam em determinado momento do curso, com as condições de
tempo, de espaço e de infraestrutura, enfim, conforme as decisões de
caráter metodológico e curricular tomadas pelos docentes, conjuntamente
com seus pares e equipes de coordenação pedagógica.
O trabalho pedagógico com foco no desenvolvimento de Projetos
Integradores reorganiza significativamente os processos de ensino e de
aprendizagem, quebrando, definitivamente a rigidez do currículo organizado
por disciplinas, no qual os “conteúdos” são, muitas vezes, organizados de
forma fragmentada.
Quando este currículo, desarticulado da realidade, é colocado em prática na
sala de aula, as atividades de ensino e aprendizagem acabam repetindo
esse padrão de compartimentalização do conhecimento. Como Hernández
(HERNÁNDEZ, 1998a) enfatiza,
essa modalidade de articulação dos conhecimentos escolares
é uma forma de organizar a atividade de ensino e
aprendizagem,
que
implica
considerar
que
tais
conhecimentos não se ordenam para sua compreensão de
uma forma rígida, nem em função de algumas referências
disciplinares preestabelecidas ou de uma homogeneização
dos alunos (HERNÁNDEZ, 1998a, p. 61).
A prática com Projetos Integradores permite, de forma concreta, o
necessário diálogo entre as diferentes unidades curriculares, e dessas
unidades com a realidade do mundo do trabalho, inserindo o aluno no
contexto da tecnologia e da ciência, da construção do conhecimento, da
autoria, da curiosidade, da investigação, da descoberta e da motivação
intelectual.
O Projeto Integrador é uma das Estratégias de Aprendizagem Desafiadoras
propostas pela Metodologia SENAI de Educação Profissional, que o
apresenta com o seguinte conceito
O projeto é a explicitação de um conjunto de ações
planejadas, controladas e executadas com objetivos
claramente definidos, dentro de um período limitado de
tempo, com início e fim estabelecidos. Caracteriza-se pela
flexibilidade e abertura ao imprevisível, podendo envolver
10
variáveis e conteúdos não identificados a priori e emergentes
no processo (SENAI, 2013a, p. 138).
Os projetos podem ser propostos pela instituição por meio de diversas
estratégias, e devem simular situações típicas do mundo do trabalho. Nesse
caso, assumem um caráter interdisciplinar, uma vez que os seus eixos
organizadores são as Capacidades Técnicas, Sociais, Organizativas e
Metodológicas de várias Unidades Curriculares que, inseridas em um
contexto desafiador e significativo, despertam o interesse do aluno.
Os projetos também podem ser construídos a partir de problemáticas
apresentadas pelos alunos, que compartilham entre si todas as decisões,
desde a concepção até a avaliação dos resultados. Nesse processo, os
alunos, como autores do projeto, são pessoas que pensam, descrevem e
atuam em sua realização, desenvolvendo ações e produzindo resultados.
Avaliam se os resultados obtidos satisfazem as intenções desejadas, se
respondem às perguntas iniciais, se há necessidade de reformulá-las ou de
elaborar novas perguntas (adaptado de SENAI, 2013a, p. 138 e 139).
O Projeto Integrador reveste-se de uma intencionalidade altamente
contextualizada e interdisciplinar. Sua prática, de forma sistematizada, pode
tanto desenvolver quanto consolidar a aprendizagem, pode tanto ser
utilizada durante os primeiros módulos quanto nos módulos finais. Pode ser
utilizada durante todo o curso, como a espinha dorsal do currículo. Pode ter
um caráter de culminância do curso, pode inclusive ser utilizada como a
estratégia para o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). Pode assumir um
caráter inovador, de ineditismo, ou pode assumir outros objetivos, como,
por exemplo, o de tornar um curso mais atrativo, mais motivador. Enfim,
são diversas as possibilidades que mantêm entre si as mesmas bases
conceituais e metodológicas.
11
2 CARACTERÍSTICAS DO PROJETO INTEGRADOR
De forma sintética, algumas características definem o Projeto Integrador.
São elas:
Faz, necessariamente, parte do processo de ensino e de
aprendizagem, e deve envolver, no mínimo, duas Unidades
Curriculares. É realizado de forma inserida ao processo formativo do
aluno, sob orientação, como parte das atividades integrantes do
curso. Tem sua carga horária contemplada dentro das cargas
horárias das Unidades Curriculares, de forma inerente ao currículo.
É planejado, desenvolvido, monitorado e avaliado, dentro de um
limite de tempo, com início e fim estabelecidos. Suas propostas
(objetos de trabalho) podem ser originadas de alunos e/ou de
docentes, ou ainda de ambos, de forma negociada. Requer um
planejamento integrado e um constante alinhamento entre
docentes e equipe pedagógica.
Assume a característica de uma prática educacional que deve
necessariamente relacionar e trabalhar de forma integrada, flexível,
interdisciplinar e contextualizada à teoria e à prática, propiciando
uma visão sistêmica do processo formativo referente a um
determinado curso, bem como permitir a avaliação de mais de uma
Unidade Curricular ao mesmo tempo.
12
Para ilustrar e esclarecer algumas diferenças entre a forma de ensino e
aprendizagem que está toda fundamentada em um currículo de natureza
disciplinar daquela que está baseada na proposta de um currículo
integrador, contextualizado e que se utiliza de estratégias desafiadoras,
podemos ver como se apresentam distintamente as situações e expressões
a seguir (adaptado de HERNÁNDEZ, 1998b, p. 57):
Tabela 1 – Comparação entre currículo centrado em disciplinas e currículo
centrado em problemas disciplinares
Currículo centrado em
disciplinas
Conceitos disciplinares
Objetivos e metas curriculares
Conhecimento canônico ou
estandardizado
Unidades centradas em
conceitos disciplinares
Lições
Pergunta – Resposta
Estudo individual
Livros-texto
Centrado na escola
O conhecimento tem sentido
por si mesmo
Avaliação mediante provas e
testes
O docente como especialista
Currículo centrado em
problemas interdisciplinares
Temas ou problemas
Desafios
Conhecimento construído
Unidades centradas em temas
ou competências
Projetos
Problema – Solução
Grupos pequenos que
trabalham por projetos
Fontes diversas
Centrado no mundo real e na
comunidade
O conhecimento em função da
pesquisa, da solução
Avaliação construída por meio
de portfólios, transferência e
apropriação de conteúdo
O docente como facilitador
13
3 BENEFÍCIOS E OPORTUNIDADES
Por meio do trabalho com os Projetos Integradores,
Integradores é possível ampliar a
cooperação com a indústria.
indústria. Os projetos podem ser desenvolvidos de
acordo com a necessidade do setor produtivo, seja uma necessidade
temática ou pontual. Estreita-se,
Estreita se, assim, o relacionamento e proporciona à
Unidade Escolar a possibilidade de conhecer mais
mais detalhadamente o setor
produtivo que a cerca, suas demandas e suas características, assim como
permite às empresas conhecer e usufruir dos serviços e das ações
desenvolvidas pelo SENAI.
Figura 1 – Esquema de cooperação com a indústria
DESAFIOS – PROBLEMAS
INDÚSTRIA
SENAI
SOLUÇÕES
Fonte: SENAI.
Podem ser incentivadas as parcerias para aquisição de insumos, para a
utilização de infraestrutura específica, podem ser realizadas visitas técnicas
e serem negociados serviços e consultorias.
É interessante que, quando da apresentação dos resultados provenientes da
conclusão dos Projetos Integradores, sejam convidados os representantes
do setor, vislumbrando inclusive a possibilidade de transferência de
tecnologias desenvolvidas
nvolvidas (por exemplo, os casos exitosos de projetos
oriundos do Programa INOVA SENAI). Dessa forma, consolida-se
consolida
a visão do
14
SENAI como um provedor de soluções e uma relação de ganha-ganha entre
escola e indústria.
Em muitos casos, vale lembrar que os empresários ainda têm de ser
conquistados, com o intuito de que haja fluxo de temas para projetos
demandados.
Os Projetos Integradores, por levar à discussão temas atuais e
contextualizados, podem também incrementar os currículos. É bastante
relevante a dificuldade que se tem hoje em atualizar os currículos, tendo
em vista um número muito grande de cursos e programas formativos.
O Projeto Integrador possibilita a atualização do currículo em tempo real. O
aluno passa a ser agente nesse processo de atualização curricular. Muitas
vezes, os conteúdos formativos necessários à execução do projeto não
estão previamente definidos e descritos na Ementa da Unidade Curricular e,
por meio dos Projetos Integradores, abre-se espaço para aspectos
imprevisíveis, para questões que não foram anteriormente planejadas e que
merecem atenção especial justamente pela sua relevância. Desta forma,
essas necessidades deverão ser tratadas de forma concomitante ao
desenvolvimento dos projetos, atualizando e incrementando os currículos.
Conforme vimos, todo o potencial dos Projetos Integradores proporciona
claramente à instituição a capacidade de aprimorar e fortalecer o
processo formativo, de acordo com o preconizado pela Metodologia SENAI
de Educação Profissional. O desenvolvimento de capacidades técnicas e de
capacidades sociais importantes para o desempenho profissional, a
capacidade de solucionar problemas, visão sistêmica, responsabilidade
frente aos riscos, tomada de decisão, disciplina, a capacidade de inovar e de
pensar criativamente, a promoção do empreendedorismo no aluno, enfim,
uma série de capacidades encontram nos Projetos Integradores um espaço
profícuo para os seus exercícios.
Outro ponto forte dos Projetos Integradores é a oportunidade de se
fortalecer a equipe envolvida com a prática docente. Há a necessidade de
se ter uma equipe integrada para implementar a Metodologia SENAI e, da
mesma forma, os projetos. Há, por decorrência, a necessidade de docentes
que atendam ao perfil de orientadores de projetos e de facilitadores.
Vislumbra-se a possibilidade de aperfeiçoamento profissional desses
docentes, por meio da aproximação com os setores produtivos e com um
ambiente de inovação. Por outro lado, fortalece a função da coordenação
pedagógica e a relação desta com os demais envolvidos, ao mesmo tempo
em que é demandada uma necessidade de atualização, maior planejamento
e domínio dos temas e maior integração com outras realidades, com os
alunos e entre os docentes.
15
Alguns projetos poderão ter
ter uma característica fortemente marcada por
questões inovadoras, principalmente
principalmente quando a problemática do projeto, ou
seja, a situação desafiadora, for decorrente de uma realidade e/ou
dificuldade do setor industrial. Dessa forma, os Projetos Integradores
acabam promovendo o fortalecimento da cultura da inovação,
inovação inserindo-a
nas discussões e nas ações desenvolvidas no âmbito curricular. Alguns
projetos poderão ter o como resultado a criação de tecnologias inovadoras,
podendo, inclusive, recomendar a geração
geração de patentes e a transferência de
tecnologias, desenvolvidas na escola, para os setores industriais.
As oportunidades e os benefícios não se esgotam nos itens que foram aqui
observados. As Unidades Operacionais, ao implementarem essa prática
pedagógica, certamente observarão outros tantos aspectos positivos. Em
que pesem todos eles, os desafios também são relevantes, já que se trata
de um modelo de atuação que impõe uma nova forma de organização e de
gestão das ações educacionais.
Figura 2: Benefícios dos Projetos Integradores
MOTIVAR
DOCENTES E
ALUNOS
FORTALECER A
EQUIPE
ESCOLAR
PROJETOS
INTEGRADORES
FORTALECER A
CULTURA DE
INOVAÇÃO
AMPLIAR
COOPERAÇÃO
COM A
INDÚSTRIA
ATUALIZAR OS
CURRÍCULOS
Fonte: SENAI.
Vale enfatizar, a título de um maior detalhamento, algumas particularidades
(adaptado de HERNÁNDEZ, 1998b) referentes aos Projetos Integradores
que nos remetem ao seu campo conceitual, todas elas associadas também
aos
s seus aspectos metodológicos, e que anunciam as necessidades de se
criar condições para a implementação dessa iniciativa:
os projetos vão além dos limites curriculares, criando uma condição
fértil para novos conteúdos formativos;
16
os projetos inserem-se em um modelo pedagógico que implica,
necessariamente, a realização de atividades práticas;
os temas selecionados para o trabalho, ou seja, as problemáticas,
devem
ser
apropriados
aos
interesses
e
ao
estágio
de
desenvolvimento dos alunos;
para enriquecer o processo de ensino e aprendizagem, podem ser
realizadas experiências de primeira mão, como visitas técnicas, a
presença de convidados na sala de aula etc.;
como parte do desenvolvimento dos Projetos Integradores deve ser
feito algum tipo de pesquisa;
necessita-se trabalhar estratégias de busca, ordenação e estudo de
diferentes fontes de informação;
os Projetos Integradores implicam atividades individuais, grupais e de
classe, em relação às diferentes habilidades e conceitos que são
aprendidos;
deve ser escolhido um percurso por um tema-problema que favoreça
a análise, a interpretação e a crítica;
deve ser construído um ambiente favorável para o desenvolvimento
dos Projetos Integradores onde deve predominar a atitude de
cooperação e onde o docente deve se comportar como um facilitador,
e não só como um especialista;
deve ser priorizado um trabalho que procura estabelecer conexões e
que questiona a ideia de uma versão única da realidade;
cada Projeto Integrador é singular, e para o seu desenvolvimento são
buscados diferentes tipos de informação;
em uma perspectiva de trabalho com Projetos Integradores, deve-se
estar claro que há diferentes formas de aprender aquilo que
queremos ensinar;
trata-se de uma forma de aprendizagem na qual se leva em
consideração que todos os alunos podem aprender se encontrarem o
lugar (condição) para isso;
é uma abordagem que se aproxima, de forma atualizada, dos
problemas experienciados pelo mundo do trabalho.
17
4 IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS INTEGRADORES
Não há definições únicas e procedimentos semelhantes aplicáveis da mesma
forma para a implantação de Projetos Integradores. É imprescindível que os
Departamentos Regionais aproveitem as suas experiências já desenvolvidas
no desenvolvimento de projetos e, conforme a realidade de cada um,
apliquem os conceitos e as orientações metodológicas aqui apresentadas. A
proposta, com a elaboração desse documento, é incentivar e apoiar a
implementação dessa prática pedagógica de forma sistematizada por meio
de subsídios conceituais e metodológicos.
Alguns Departamentos Regionais, por exemplo, utilizam o Projeto
Integrador como uma forma de avaliar se o aluno de fato apreendeu todas
as unidades curriculares ministradas durante o curso. O Projeto Integrador
é desenvolvido por toda a turma e consiste em uma problemática única
para todos que envolve a área do curso escolhido, servindo como projeto
final. O desafio pode ser uma escolha dos alunos, ou propiciado pelos
docentes.
Há casos em que o Projeto Integrador vai funcionar com uma espinha
dorsal do currículo, atraindo todos os conteúdos formativos para a sua
execução. Isso significa que todo o curso estará envolvido praticamente
com uma única Estratégia de Aprendizagem Desafiadora, que vai
permanecer durante todo o curso, desde as primeiras Unidades Curriculares
até as finais. São projetos que assumem um caráter de culminância do
curso. O resultado do projeto pode ser utilizado, inclusive, para fins
avaliativos. Nesse sentido, vemos também a possibilidade de o Projeto
Integrador surgir como uma alternativa de trabalho pedagógico relacionado
ao TCC. O aluno, em muitos desses casos, já passou por todas as Unidades
Curriculares, e para concluir o curso deve preparar e executar um Projeto.
As Unidades Escolares podem optar por desenvolver um projeto a partir da
definição de um problema “eixo”, ou seja, um tema que tem a condição de
vincular diferentes capacidades e conhecimentos, de fazê-los se relacionar,
em diferentes graus de abrangência e de profundidade, os quais confluem
numa proposta de trabalho que facilita o estudo e a compreensão, e que,
para os alunos e docentes, promove a motivação, a curiosidade e o
comprometimento. Essa definição pode vir de diferentes origens, como
veremos mais adiante. O projeto pode ser realizado desde o primeiro
semestre até o final do curso, pode ser realizado somente no módulo
básico, pode ser realizado entre duas ou três unidades curriculares de um
módulo específico, enfim, o momento adequado pode ser variado, vai
depender da organização e do planejamento da equipe escolar.
18
Todas as variâncias podem ser acolhidas pela prática dos Projetos
Integradores – um projeto para o Módulo Básico, ou um projeto ao final do
curso, ou um projeto para duas ou três Unidades Curriculares de Módulos
Específicos. Formatos que, inclusive, podem integrar a educação básica com
a educação profissional. No entanto, é importante enfatizar que os
fundamentos conceituais devem ser preservados e as questões
metodológicas e de implementação devem ser avaliadas.
19
5 ETAPAS
Nesse momento, serão apresentadas algumas etapas de caráter
metodológico, com a finalidade de subsidiar o Departamento Regional e as
suas respectivas Unidades Operacionais na concepção, no planejamento, na
execução e na avaliação das atividades referentes ao desenvolvimento dos
Projetos Integradores.
Tais etapas, e seus detalhamentos, caracterizam-se principalmente como
norteadores para a realização do trabalho com os projetos. Trata-se de
aspectos metodológicos, todavia, sem caráter prescritivo. São observações,
sugestões e recomendações que guardam entre si os mesmos fundamentos
e objetivos, e que inclusive estão alinhados aos princípios estabelecidos na
Metodologia SENAI de Educação Profissional, mais especificamente no seu
capítulo sobre a Prática Docente.
O Projeto Integrador pode organizar o currículo, na prática, de forma
antecipada e planejada, com a proposta de integrar as unidades de forma
previamente definida, quando a coordenação pedagógica, por ocasião do
planejamento do ensino, provocar o corpo docente a introduzir a
problemática, ou seja, a situação desafiadora.
Em outro sentido, os projetos podem partir da criatividade ou da
curiosidade dos alunos, e muitas vezes até de demandas específicas
vivenciadas por eles em seus respectivos trabalhos. Desta forma, a situação
desafiadora será definida a partir de uma necessidade ou vontade do
próprio aluno, permitindo assim, em um dado momento, assumir uma
função de reorganização do currículo, ou melhor, assumindo a possibilidade
de organizá-lo de outra forma, e de incrementá-lo. Isso acontece quando,
por exemplo, uma determinada situação desafiadora passa a requerer o
desenvolvimento de capacidades e o desempenho do aluno que não
estavam anteriormente definidos nas ementas curriculares, mas que
certamente fazem parte do escopo do Perfil Profissional da Ocupação. De
qualquer forma, os projetos propostos pelos alunos devem ser analisados e,
quando viáveis, acolhidos pelos docentes e coordenação pedagógica,
inserindo-os na proposta curricular.
Um ponto de extrema importância refere-se ao fato de que o Projeto
Integrador deve ser tratado como uma Estratégia de Aprendizagem
Desafiadora, contemplando todas as etapas do desenvolvimento das
Situações de Aprendizagem, conforme apresentamos a seguir:
20
laboração de situações de aprendizagem
Tabela 2 – Etapas de elaboração
Seleção e Planejamento da Estratégia de Aprendizagem
Desafiadora.
Seleção e Planejamento da Estratégia de Aprendizagem
Desafiadora.
Seleção e Organização dos Fundamentos Técnicos e
Científicos e ou das Capacidades Técnicas, Sociais,
Organizativas e Metodológicas.
Seleção e Organização dos Conhecimentos.
Proposição de Critérios de Avaliação.
Definição de Estratégias de Ensino.
Definição das Intervenções Mediadoras.
Seleção e ou Elaboração de Recursos Didáticos e outros
recursos necessários
Seleção de Ambientes Pedagógicos
Seleção de Técnicas e Instrumentos de Avaliação
Profissional
Fonte: Metodologia SENAI de Educação Profissional.
Todas as etapas devem fazer parte do Projeto Integrador, com a
possibilidade de algumas adaptações necessárias, quando for aplicável. O
detalhamento sobre cada uma dessas etapas, com exemplos e, inclusive,
com a demonstração de utilização de formulário, pode ser encontrado no
texto da Metodologia SENAI de Educação Profissional, no item Orientações
para Planejar e Desenvolver a Prática Docente.
É válido ressaltar que a utilização
utilização dos Projetos Integradores na prática
pedagógica não deve substituir as outras Estratégias de Aprendizagem
Desafiadoras propostas na Metodologia SENAI de Educação Profissional: o
estudo de caso, a pesquisa aplicada e a situação-problema
situação problema. Cada
uma dessas
as estratégias deve ser considerada pelo docente, e cada uma
delas tem as suas características e potenciais. Cabe ao docente e à equipe
pedagógica, de forma planejada e intencional, selecionar as melhores
estratégias para o desenvolvimento das capacidades definidas no desenho
curricular do curso, sem deixar de considerar a relação que deve existir
21
entre a complexidade peculiar de cada estratégia e o estágio de
desenvolvimento e de formação do aluno.
Os Projetos Integradores podem, inclusive, também ser utilizados pelos
Departamentos Regionais para apoiar a implantação dos Itinerários
Nacionais, como medida para promover os ajustes necessários no currículo,
para atender demandas específicas de um determinado setor ou
características regionais, por meio da proposição de problemas e desafios
atinentes a essas demandas.
No entanto, entendido como uma alternativa, não se deve perder de vista
que é parte do currículo, e que assim merece todas as considerações e
orientações referentes ao tema, já estabelecidas na Metodologia SENAI de
Educação Profissional. Por exemplo, tais alternativas devem ter uma relação
estreita com o perfil profissional e com o seu projeto formativo, ou seja, as
capacidades que serão definidas, desenvolvidas e avaliadas devem guardar
uma relação estreita e de complementaridade com aquelas definidas no
desenho curricular do curso em pauta.
Figura 3 – Etapas dos Projetos Integradores
ETAPAS
• Estimular os
alunos,
preparar o
ambiente, e
disseminar a
proposta
Sensibilização
Planejamento
• Momento de
planejamento,
ajustes, e
definição das
regras
Conclusão
• Execução do
projeto, quando se
inicia mais
fortemente as
atividades dos
alunos
• Finalização do
projeto e
apresentação
dos resultados
Desenvolvimento
Avaliação
Etapas concomitantes
e interdependentes
Fonte: SENAI.
22
ETAPA - SENSIBILIZAÇÃO
A etapa de Sensibilização é o momento ideal para que sejam promovidos os
esclarecimentos, em todos os níveis funcionais, acerca da estratégia que
será utilizada, do trabalho que será desenvolvido e das atribuições de todos
os envolvidos. É imprescindível também que o aluno receba todos os
esclarecimentos e informações sobre as atividades inerentes ao
desenvolvimento dos projetos.
É necessário que, durante a Sensibilização, defina-se e explicite-se o que se
quer com os Projetos Integradores, quais os objetivos que serão
alcançados, os desafios que serão atendidos, as expectativas dos
envolvidos, enfim, qual o propósito geral desse tipo de trabalho pedagógico.
É a oportunidade para motivar o aluno e tornar atrativa a atividade que
será desenvolvida. É nesse momento que se faz necessário estimular o
aluno, provocá-lo e desafiá-lo, de forma mediada e adequada, e incentivar a
sua participação. Esse é um dos pontos centrais de qualquer metodologia
que tenha como estratégia de ensino e aprendizagem o trabalho com
projetos. O trabalho com projetos deve considerar o trabalho com alunos
motivados.
O trabalho com projetos deve
considerar o trabalho com alunos
motivados.
A sensibilização requer a participação de toda a equipe escolar, e é voltada
a todos os envolvidos, não necessariamente somente os alunos. Não se
deve ter dúvidas sobre a importância do envolvimento de todos e,
consequentemente, das providências que devem ser tomadas para criar as
23
condições para que isso aconteça. E para que isso aconteça deve haver,
necessariamente, o envolvimento das lideranças. Esse é um item crítico
para o êxito dessa etapa.
O envolvimento das lideranças é um fator
crítico de sucesso no trabalho pedagógico
com Projetos Integradores.
Recomenda-se também que essa etapa seja beneficiada com as atividades
de apresentação dos projetos. Isso quer dizer que a etapa final de um
trabalho com projetos, que é a de conclusão dos trabalhos, pode ser
considerada como parte de uma etapa de sensibilização, dando
continuidade ao fluxo apresentado. Dessa forma, por meio do trabalho
desenvolvido por uma turma, por meio da sua última etapa, com a
finalização dos projetos, é possível envolver as turmas iniciais,
sensibilizando os alunos. Caso a Unidade Operacional tenha interesse, é
possível também sensibilizar representantes das empresas industriais
instaladas na localidade, apresentando os trabalhos realizados pelos alunos
e demonstrando as boas práticas formativas e de qualificação profissional,
numa intenção clara de estreitamento das relações com o setor produtivo.
24
Recomendações:
Identificar as pessoas que estarão envolvidas com os
Projetos Integradores.
Identificar estratégias específicas para esclarecer e
envolver as equipes e os alunos que estarão inseridos
no trabalho com os Projetos Integradores, como, por
exemplo,
reuniões
pedagógicas,
palestras
motivacionais, visitas às empresas, feiras tecnológicas,
fóruns de inovação etc.
Planejar as intervenções, estabelecendo cronograma,
objetivos e participantes.
Avaliar o impacto das intervenções.
ETAPA - PLANEJAMENTO
Para a etapa de Planejamento, propõe-se uma série de definições e de
decisões a respeito da forma como o Projeto Integrador será desenvolvido.
É nesse momento que deve ser definido o tema de trabalho, ou seja, a
problemática do Projeto Integrador, a equipe que será responsável pela
execução das atividades e a forma como toda a execução será realizada,
isto é, como as atividades irão se integrar na rotina do curso. É nessa etapa
também que é definida e elaborada a Situação de Aprendizagem (Projeto
Integrador), de acordo com os preceitos e conceitos da Metodologia SENAI
de Educação Profissional.
É válido ressaltar, para um melhor entendimento sobre o encadeamento
das ações, que a etapa de Planejamento, com suas respectivas definições,
relaciona-se de forma interdependente com a etapa de Sensibilização. A
partir de algumas decisões, tomadas no Planejamento, decorre a
necessidade de uma série de esclarecimentos, que devem ser feitos na
Sensibilização, pois são característicos dessa etapa. E, certamente,
resultados provenientes das atividades de Sensibilização vão também
influenciar as decisões características das atividades de Planejamento. As
duas etapas podem e devem ocorrer concomitantemente.
Conforme a Metodologia SENAI de Educação Profissional, é enfatizado que
25
“todo e qualquer projeto precisa de um
planejamento inicial que considere a definição
clara de seus objetivos, a análise dos recursos
necessários, a facilidade para se conseguir tais
recursos (sejam materiais, financeiros ou
humanos), o tempo para a realização das
atividades planejadas, os riscos envolvidos,
bem como a forma de monitorar as etapas
propostas” (SENAI, 2013, p. 139).
No entanto, talvez a principal definição seja a de se optar por um modelo ou
por um tipo de Projeto Integrador. Vimos anteriormente que existem
diversos formatos, que atendem a diversos objetivos. Nesse sentido, para
um determinado curso, em uma Unidade Operacional, a primeira definição é
sobre qual o tipo de Projeto Integrador que será implementado, isto é, será
um projeto integrador com uma problemática advinda de questões captadas
do setor industrial ou de problemas indicados pelo docente, ou pelo próprio
aluno. Será desenvolvido no módulo básico ou terá um caráter de
culminância do curso. São questões como essas que cercam o que aqui
estamos chamando de tipo de Projeto Integrador. Depois dessa definição é
que serão planejadas as questões referentes ao seu desenvolvimento. A
etapa do Planejamento deve cumprir os seus objetivos e requisitos,
independentemente da opção do tipo de Projeto Integrador.
Uma questão relevante, que deve ser respondida nessa etapa, está
relacionada à origem da problemática, à ideia central por meio da qual
serão definidos e descritos os desafios inerentes aos Projetos Integradores.
Essa problemática, a princípio, pode estar vinculada a diversas origens.
Vejamos algumas delas na ilustração a seguir:
26
Figura 4 – De onde vêm as ideias
De onde podem vir as ideias?
Temáticas provenientes de pesquisas, materiais
prospectivos, análise de mercado e discussões
das Redes Tecnológicas do SENAI
Filtro
Linhas temáticas, identificadas a partir de visitas
técnicas às indústrias, que estão atualmente na
pauta das discussões técnicas setoriais
A partir de um problema pontual, identificado
por meio do relacionamento com o setor
produtivo local, que requer solução inovadora
Proveniente dos alunos, a partir da identificação
de problemas vivenciados nas suas próprias
realidades de trabalho
Proveniente dos alunos, quando motivados por
questões atuais que despertam seus interesses
pessoais em estudá-las
Adequação
Curricular
Motivação
dos alunos
Viabilidade
Técnica e
Financeira –
pessoas,
recursos e
infraestrutura
Apresentação
Propostas
de Trabalho
(Repertório)
Proveniente dos docentes e/ou da equipe
técnico-pedagógica do curso, a partir de suas
experiências, com foco no currículo
Fonte: SENAI.
O momento de planejamento do Projeto Integrador é uma oportunidade
privilegiada para se buscar ou para se estreitar os relacionamentos com o
setor industrial. Sem dúvida, esse relacionamento não se restringe a essa
etapa, mas é a partir daqui que boas e futuras experiências podem se
concretizar.
Considerando a riqueza dos temas, a profundidade dos problemas e,
inclusive, a possibilidade de concretizar a aproximação com o mundo do
trabalho, recomenda-se a busca por problemáticas, por desafios, de forma
alinhada com as demandas por soluções inovadoras advindas dos setores
industriais.
A possibilidade de se criar um repertório de temas diretamente demandados
da indústria torna a prática do desenvolvimento de projetos integradores
significativamente alinhada com as demandas do mundo do trabalho e com
os problemas e as dificuldades vivenciados pelo setor produtivo. Essas
demandas podem ser pontuais, ou seja, demandas já identificadas,
relacionadas a um determinado problema ou dificuldade pela qual a
empresa esteja passando, e que exija uma solução inovadora, de processo
ou produto. Ou ainda, demandas temáticas, ou seja, temas que estão sendo
27
debatidos e que fazem parte das discussões setoriais que requerem
propostas criativas e inovadoras, sem que seja indicada especificamente
uma questão ou alguma dificuldade mais pontual.
Ao mesmo tempo, deve ser ressaltada a importância da motivação do aluno
para a realização das atividades referentes aos projetos, como fora tratado
anteriormente. Mais ainda do que um projeto diretamente demandado da
indústria e, portanto, potencialmente promotor de uma aprendizagem
significativa e contextualizada, recomenda-se também privilegiar as
preferências e características dos alunos ou, ao menos, considerá-las. Uma
prática pedagógica comprometida com uma forma de favorecer a
aprendizagem a partir da realidade do mundo do trabalho não deve
somente permanecer com esse objetivo. Ao negligenciar as características e
motivações dos alunos, corre-se o risco de insucesso. Como conclusão,
torna-se necessária a negociação, o diálogo com os alunos, o profundo
conhecimento dos problemas, dos temas e, com isso, torna-se possível e
viável a tomada de decisão de forma consensuada.
Os subsídios para enriquecer essa negociação sobre o tema a ser
desenvolvido nos Projetos Integradores são das mais diversas fontes:
prospectiva do perfil profissional, o próprio perfil profissional, o desenho
curricular, as tendências de mercado, uma gama de assuntos
disponibilizados em sites de associações setoriais nacionais e de grandes
empresas que informam sobre as indagações que atualmente têm
mobilizado as pessoas a buscarem soluções inovadoras, as visitas às
empresas, avaliações – de toda a turma do curso – de caráter diagnóstico
e, inclusive, informações provenientes de entrevistas focais com os próprios
alunos.
Nesse momento, a atuação do docente deve contemplar a triagem dessas
informações, e garantir que o que será desenvolvido está de acordo com o
perfil de conclusão de curso, e que serão desenvolvidas as mesmas
capacidades em todas as equipes. O docente deve assegurar-se,
principalmente, que o desafio colocado é exequível, tanto para os alunos
quanto para a Unidade Operacional, considerando a sua condição de
infraestrutura e de recursos físicos e humanos.
Portanto, a problemática dos Projetos Integradores deve passar por esse
processo de crítica, de avaliação de suas possibilidades de realização. O
tema a ser tratado deve estar adequado ao currículo, deve motivar os
alunos e deve também ser viável, do ponto de vista da própria Unidade
Escolar.
O Planejamento deve contemplar decisões também de caráter mais
operacional. Quantos alunos por equipe? Qual a capacidade de orientação
do docente orientador, ou seja, quantos alunos por docente orientador? Os
alunos podem fazer sozinhos o trabalho? Quem e como se define quem vai
28
fazer parte das equipes? Qual é o tempo de duração do projeto? Em que
momento do módulo ou da Unidade Curricular irá começar o projeto? Todas
essas perguntas não têm uma resposta única. Portanto, devem ser
respondidas pelas pessoas envolvidas nas discussões e nas decisões
correspondentes. Os critérios para a tomada de decisão devem,
primeiramente, ser estabelecidos, e, a partir deles, as perguntas começam
a ser respondidas. Fica evidente que, a partir dessas necessidades de
respostas, a etapa de Planejamento deve iniciar com reuniões periódicas
entre a equipe pedagógica e os docentes que irão participar do trabalho,
pois assim as decisões serão refletidas e tomadas considerando todos os
pontos de vista dos envolvidos. Ao mesmo tempo, durante a planificação do
trabalho, e mais precisamente durante a execução dos projetos, com uma
equipe alinhada e trabalhando em sintonia, poderão, de forma mais
imediata e sem grandes dificuldades, serem realizados os ajustes
necessários, muitas vezes provenientes de encaminhamentos e atividades
não previstas. E, sem dúvida, considerando as características do trabalho
com Projetos Integradores, devido a um alto grau de probabilidade de
ocorrência de imprevistos, terão ajustes a serem feitos.
Um bom planejamento requer
uma equipe alinhada e
trabalhando de forma sinérgica.
Com todos os assuntos definidos, o docente deve colocar no papel aquilo
que se pretende fazer, ou seja, elaborar o seu planejamento fazendo os
devidos registros. Então, é hora de elaborar o Plano da Situação de
Aprendizagem. Para tanto, recomendamos seguir as observações
constantes da Metodologia SENAI de Educação Profissional, sobre como
elaborar o Plano das Situações de Aprendizagem, que vai evidenciar todas
as definições, todas as decisões acerca da forma como serão trabalhados os
Projetos Integradores. Conforme preconiza a Metodologia,
29
o planejamento docente envolve a tomada de decisão sobre
um conjunto de ações que serão desenvolvidas no processo
de ensino e aprendizagem. Os parâmetros para isso são as
experiências, as necessidades e os interesses dos alunos,
juntamente com os objetivos e os conteúdos formativos da
Unidade Curricular e/ou do Módulo (SENAI, 2013, p. 118).
Devem ficar claros, para o docente e para a coordenação/orientação
pedagógica, assim como para os alunos, todos os itens que constam do
Planejamento de uma Situação de Aprendizagem, conforme citado
anteriormente.
Recomenda-se, para registro dessas informações, a utilização do formulário
Plano da Situação de Aprendizagem, apresentado na Metodologia SENAI de
Educação Profissional.
E, por fim, há mais dois aspectos importantes e que devem estar presentes
nessa etapa. Quando o Projeto for estabelecido por meio de uma demanda
do mundo do trabalho, recomenda-se que os contatos com as empresas
sejam feitos de forma a deixar aberta a possibilidade de uma participação
do setor industrial mais ativa, e que seja uma participação aderente à
concepção pedagógica em pauta, e ainda, que se crie de fato um
relacionamento com a indústria, de caráter educacional, formativo.
E o segundo aspecto trata-se de uma recomendação, para que também na
etapa de Planejamento sejam definidos os líderes desse processo, as
pessoas que terão um papel fundamental nessa prática, que terão a
responsabilidade de coordenar as atividades, gerir o processo, e que serão
as pessoas de referência para os alunos e para os gestores. Os líderes
devem ser definidos e, consequentemente, a sua liderança deve ser
comunicada a todos os envolvidos.
30
Recomendações:
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Definir o tempo necessário e o cronograma para que sejam
realizadas as atividades de Planejamento.
Proporcionar momentos de articulação entre os docentes e a equipe
pedagógica.
Prever tempo e recursos adequados para a preparação das
atividades que serão inerentes ao desenvolvimento dos Projetos
Integradores.
Definir a forma como vai ser gerada a problemática para os
projetos.
Coletar informações, por exemplo, por meio de visitas técnicas,
para preparar os desafios que serão propostos.
Definir as regras da Estratégia de Aprendizagem Desafiadora,
registrar quantos projetos serão realizados, quantas equipes
atuarão, quantos alunos por equipes, quando e como serão
realizadas as atividades e os momentos de orientação, quais serão
os docentes participantes etc.
Elaborar o Plano da Situação de Aprendizagem (conforme
Metodologia SENAI de Educação Profissional).
Prever os recursos (insumos, financeiros etc.) que serão
necessários.
Desenvolver um documento norteador voltado para os alunos,
sobre os Projetos Integradores, em um formato de manual ou guia
do aluno, explicando como será realizado esse processo.
ETAPA - DESENVOLVIMENTO
Inicia-se nessa etapa uma atuação mais significativa do aluno. Trata-se da
execução efetiva do trabalho com projetos, com o início das atividades das
equipes de acordo com o previsto no Planejamento. A partir desse
momento, pode-se dizer que o trabalho com os Projetos Integradores entra
em sala de aula, inserindo-se na programação do curso. Além disso, iniciase também, com mais intensidade, o processo avaliativo, de caráter
formativo, ou seja, todas as atividades que a partir daí serão desenvolvidas
poderão subsidiar as avaliações.
Nesse momento, no início dessa etapa, o aluno (ou melhor, a equipe) terá
que planejar o seu projeto, elaborando o “pré-projeto do Projeto
Integrador”. A elaboração de um plano faz parte do desenvolvimento do
projeto, e deve ser feito em conjunto, equipe de alunos e docentes
trabalhando em sintonia. O pré-projeto é, em poucas palavras, a
31
planificação do que vai ser desenvolvido, em uma perspectiva do aluno.
Com objetivo, justificativa, metodologia, recursos, cronograma e outros
itens, que podem ser estabelecidos de acordo com as definições da Norma
ABNT1, sobre como elaborar um projeto, o pré-projeto deve ser identificado
também como uma boa oportunidade de se fazer uma entrega parcial.
Considerando todo o tempo que o desenvolvimento do Projeto Integrador
necessitará para ser concluído, é importante que sejam definidas algumas
entregas parciais, visando à motivação dos alunos pelo alcance progressivo
dos resultados que podem, inclusive, serem seguidas de momentos
avaliativos, como se fossem marcos do processo de ensino e aprendizagem
que será estabelecido a partir da realização das atividades inerentes ao
projeto. Nesse sentido, a conclusão do pré-projeto pode ser definida como
uma entrega parcial.
Cada um com seu ponto de vista e com seus objetivos, os alunos ficam
responsáveis por esse planejamento do Projeto Integrador. Nota-se que a
ênfase aqui é no planejamento que será feito de acordo com a problemática
proposta, no qual deverão ser apresentados os passos que a equipe dará
para, efetivamente, alcançar os objetivos propostos. Difere, portanto, do
planejamento do Projeto Integrador do ponto de vista do docente, quando o
mesmo deve, também em conjunto com os alunos, apresentar a proposta
de atividade, a proposta da Estratégia de Aprendizagem Desafiadora. Desta
forma, são dois produtos diferentes. Um deles é o planejamento das
equipes, que terá como resultado o pré-projeto, e que deverá ser realizado
na etapa de Desenvolvimento. O outro produto é o planejamento do
docente, que terá como resultado a Situação de Aprendizagem, e que
deverá ser elaborado na etapa de Planejamento.
Vale ressaltar que um bom planejamento deve assegurar a possibilidade de
reformulações durante os processos que serão desencadeados, logicamente
sem o comprometimento da proposta como um todo, de forma a conferir
flexibilidade e uma adequação precisa das ações que serão colocadas em
prática aos desafios impostos pela problemática apresentada.
O Desenvolvimento do Projeto Integrador deve, essencialmente, ocorrer
dentro do processo formativo, isto é, como parte da carga horária das
1
As normas da ABNT objetivam definir um padrão nos trabalhos, promovendo a
adoção de parâmetros similares, facilitando a análise e a avaliação. As principais
normas da ABNT que tratam dos trabalhos acadêmicos são: NBR 14.724, de 2011,
que especifica os princípios gerais para a elaboração e formatação dos trabalhos
acadêmicos e sua divisão em partes pré-textuais, textuais e pós-textuais; a NBR
15.287, de 2011, que especifica os princípios gerais para a elaboração do Projeto
de Pesquisa; a NBR 10.520, 2002, que regulamenta a apresentação das citações
quanto à sua forma; a NBR 6.023, de 2002, que trata da indicação das referências
utilizadas no trabalho; e a NBR 6.024, de 2003, que apresenta o sistema de
numeração progressiva das seções de um documento escrito.
32
Unidades Curriculares e dos seus respectivos Módulos, para assim depender
menos das disponibilidades dos docentes, dos alunos e das salas e
laboratórios e dos equipamentos. Essa condição é primordial para a
sistematização dos Projetos Integradores no âmbito das Unidades
Operacionais. A proposta aqui estabelecida é a de que o trabalho com os
Projetos Integradores deve fazer parte do processo de ensino e
aprendizagem estabelecido em Plano de Curso, deve ser realizado,
portanto, no decorrer do curso, isto é, no decorrer do desenvolvimento do
currículo. Os Projetos Integradores não devem ocorrer à margem das
atividades curriculares. De forma resumida, pode-se dizer que as aulas
devem ser ministradas por meio do desenvolvimento dos projetos, ou seja,
durante o trabalho e as atividades que estarão sendo realizadas,
minimizando assim as atividades que eventualmente serão desenvolvidas
antes ou após as aulas.
O desenvolvimento do Projeto
Integrador deve, essencialmente,
ocorrer dentro do processo
formativo, isto é, como parte da
carga horária das unidades
curriculares envolvidas
O desafio posto pela Metodologia SENAI de Educação Profissional não é
simples. Trabalhar por meio das situações desafiadoras exige mudanças
significativas na gestão escolar. Não só o aluno é colocado em desafio, mas
toda a estrutura, inclusive os docentes e equipe educacional. A natureza do
trabalho com os projetos demanda uma postura diferenciada, e a
coordenação pedagógica torna-se imprescindível nesse momento. Enfatizase aqui o papel da coordenação como uma função extremamente relevante
para o sucesso das iniciativas envolvendo os Projetos Integradores,
independentemente dos cargos exercidos pelas pessoas.
Durante a etapa de Desenvolvimento, recomenda-se que sejam
promovidas, durante o curso, oficinas de criatividade, de design e de
inovação, dinâmicas diversas abordando as capacidades sociais,
organizativas e metodológicas, oficinas que trabalhem com os alunos as
33
ferramentas metodológicas, de gestão de projetos, enfim, momentos que
possam sustentar o desempenho satisfatório dos alunos durante a execução
dos projetos.
Recomendações:
Providenciar orientações para a elaboração do
pré-projeto pelos alunos.
Viabilizar os recursos previstos (insumos).
Prever a utilização das instalações físicas,
infraestrutura e recursos didáticos.
Elaborar mecanismos para o compartilhamento
de recursos, otimizando a sua utilização.
Viabilizar o tempo adequado dos docentes para
orientação dos alunos.
Viabilizar a articulação entre os docentes e a
equipe de coordenação pedagógica, por meio,
por exemplo, de reuniões pedagógicas
periódicas, visando ao controle e à avaliação
das atividades que estarão sendo
desenvolvidas.
Prever os momentos das entregas.
ETAPA - CONCLUSÃO
A divulgação do resultado final é requisito obrigatório para o sucesso da
prática. Para tanto, para efeito de conclusão e de divulgação do trabalho
que foi desenvolvido, deve-se definir uma forma de apresentação. Essa
forma pode, certamente, depender da natureza do projeto, mas deve,
necessariamente, estar prevista na etapa de planejamento do docente. Ao
elaborar a Situação de Aprendizagem, o docente vai definir a forma como
será conduzida essa conclusão, se vai haver algum tipo de apresentação ou
não, por exemplo, e quais serão as capacidades envolvidas nessa etapa,
assim como por quais critérios os alunos serão avaliados.
34
Independentemente da forma como serão apresentados os resultados dos
trabalhos da turma com os Projetos Integradores, é imprescindível que
sejam desenvolvidas as capacidades voltadas para esse tipo de situação.
Esse requisito pode envolver, durante a execução do projeto, ou até mesmo
antes, oficinas e conteúdos formativos voltados para o exercício e o
desenvolvimento dessas capacidades. Muitas vezes, essa apresentação
pode demandar a demonstração de alguma prática, de algum protótipo, a
utilização de softwares específicos ou simuladores, a própria conclusão do
trabalho, com a elaboração de textos específicos, como, por exemplo, um
artigo científico etc. Se estão previstas determinadas formas de se
apresentar a conclusão dos trabalhos, os alunos devem estar preparados
para tal.
Uma oportunidade interessante que pode constar nessa etapa é a realização
de uma apresentação (por exemplo, uma mostra técnica) dos projetos para
todas as turmas do curso, desde os alunos do 1º semestre, em um
momento específico, envolvendo toda a equipe escolar, visando à
incorporação de uma atitude empreendedora por todos os envolvidos. Outro
ponto é a promoção e a participação dos projetos em feiras tecnológicas
setoriais, divulgando a imagem institucional do SENAI e dos seus processos
formativos.
A apresentação dos resultados provenientes do desenvolvimento dos
Projetos Integradores para os setores demandantes (setor produtivo, por
segmento) deve ser utilizada de forma estratégica, principalmente se os
projetos forem inspirados por eles, isto é, se as problemáticas e os desafios
tiverem sido originados por meio de visitas técnicas às indústrias. Nesse
sentido, torna-se praticamente uma necessidade chamar os parceiros para
prestigiarem os trabalhos desenvolvidos pelos alunos. Quando for o caso,
sugere-se uma apresentação prévia aos docentes e equipe, para que se
façam os últimos acertos e ajustes.
Recomenda-se também que sejam aproveitados os eventos de divulgação
do SENAI, como, por exemplo, o Mundo SENAI. São momentos privilegiados
para que sejam disseminadas as ações educacionais realizadas pelo SENAI.
A divulgação do resultado final é requisito obrigatório para o sucesso da
prática. Para tanto, para efeito de conclusão e de divulgação do trabalho
que foi desenvolvido, deve-se definir uma forma de apresentação. Essa
forma pode, certamente, depender da natureza do projeto, mas deve
necessariamente estar prevista na etapa de planejamento do docente. Ao
elaborar a Situação de Aprendizagem, o docente vai definir a forma como
será conduzida essa conclusão, se vai haver algum tipo de apresentação ou
não, por exemplo, e quais serão as capacidades envolvidas nessa etapa,
assim como por quais critérios os alunos serão avaliados.
35
A divulgação do resultado final
é requisito obrigatório para o
sucesso da prática.
Recomendações:
Definir as regras e orientar os alunos quanto à
conclusão dos projetos.
Identificar as melhores estratégias de
apresentação dos trabalhos, de forma alinhada às
características dos projetos.
Propiciar a formação adequada aos alunos e aos
docentes para que sejam aplicadas as estratégias
de apresentação em software específico, a
elaboração de artigo técnico, a demonstração por
meio de protótipos etc.
Identificar oportunidades de estreitar o
relacionamento com o setor industrial local, por
meio, por exemplo, da realização de eventos ou
feiras tecnológicas.
Registrar e salvaguardar os produtos decorrentes
da conclusão de projetos.
Utilizar as estratégias de apresentação para
sensibilizar as novas turmas, os novos alunos,
com relação à prática de desenvolvimento de
projetos.
36
ETAPA - AVALIAÇÃO
Como avaliar o desempenho dos alunos durante o projeto? Para iniciar essa
discussão, recomenda-se que a avaliação seja realizada de forma mais
sistematizada nas etapas de Desenvolvimento e de Conclusão do projeto,
conforme é apresentado no fluxo das Etapas.
No Plano da Situação de Aprendizagem, elaborado na etapa de
Planejamento, devem estar previstos os critérios de avaliação, os critérios
críticos e os desejáveis, quando for o caso. A avaliação será de acordo com
esses critérios, e os alunos estarão cientes deles. A avaliação segue a
orientação da Metodologia SENAI de Educação Profissional. Seu foco é no
desempenho do aluno e sua natureza é de caráter formativo,
preponderantemente. A avaliação deve ocorrer durante o processo de
ensino e aprendizagem, ao longo do desenvolvimento do projeto. Os
momentos avaliativos devem fazer parte do cronograma das atividades, e
devem fazer uso de diversos tipos de instrumentos de avaliação, que serão
selecionados a partir dos objetivos a serem verificados.
A avaliação formativa é a que se supõe que deveria
estar na base de todo o processo de avaliação. Sua
finalidade não é a de controlar e qualificar os
estudantes, mas, sim, ajudá-los a progredir no
caminho do conhecimento, a partir do ensino que se
ministra e das formas de trabalhos utilizadas em sala
de aula (HERNÁNDEZ, 1998b, p. 95).
A avaliação formativa implica, para os professores, uma tarefa de ajuste
constante entre o processo de ensino e o de aprendizagem para adequar a
evolução dos alunos e para estabelecer novas pautas de atuação em relação
às evidências sobre sua aprendizagem.
Os momentos somativos certamente podem ocorrer, principalmente quando
o Projeto Integrador for de culminância de curso, quando dele depender
uma verificação mais global da aprendizagem. Nesse caso, os critérios
devem, da mesma forma, ser estabelecidos previamente, sejam eles
referentes ao processo ou ao produto. São com base nesses critérios que
serão realizadas as avaliações de natureza somativa, quando da finalização
dos projetos e a partir dos resultados alcançados.
De maneira geral, é importante ressaltar que os Aspectos Metodológicos
aqui anotados não se confundem com um procedimento, com uma
prescrição. Nesse tipo de trabalho, a constância da incerteza, do risco e do
imprevisto impede esse tipo de receituário. E mesmo a proposta de fluxo
apresentada deve ser entendida como uma sugestão de trabalho,
considerando o caráter de interdependência entre as etapas. Segundo
Hernández (1998a), “numa concepção sobre a relação de ensino e
37
aprendizagem como a que sustenta o trabalho por projetos, as três fases da
prática docente – planejamento, ação e avaliação – não podem entender-se
senão como um sistema de inter-relações e complementariedades”
(HERNÁNDEZ, 1998a, p. 91).
Com relação aos projetos (HERNÁNDEZ, 1998b), é válido apontar que eles
mesmos, porquanto ser uma característica própria dessa prática
pedagógica, não permitem que seja proposta uma abordagem mais
procedimental, porque:
não há uma sequência única e geral para todos os projetos, inclusive
quando dois docentes compartilham a mesma pesquisa, o percurso
pode ser diferente;
o desenvolvimento não é linear, nem previsível;
o docente também pesquisa e aprende;
choca-se com a ideia de que se deve ensinar do mais fácil ao difícil;
questiona a ideia de que se deva começar sempre pelo mais próximo;
questiona a ideia de que se deva ir pouco a pouco para não criar
lacunas nos conteúdos;
questiona a ideia de que se deva ensinar das partes ao todo, e que,
com o tempo, o aluno estabelecerá relações;
fazer projetos não significa compreender a concepção educativa dos
projetos.
A avaliação é primordialmente
formativa e com base nos
desempenhos alcançados.
38
Recomendações:
Planejar a avaliação durante o planejamento
da Situação de Aprendizagem como um todo.
Definir os critérios de avaliação de acordo com
as capacidades que serão desenvolvidas
durante o desenvolvimento do projeto.
Apresentar aos alunos a forma como será
realizada a avaliação.
Avaliar os alunos durante toda a realização do
trabalho, e prever momentos específicos para
dar feedback a eles.
Quando for o caso, prever a avaliação
somativa, evidenciando uma verificação global
da aprendizagem.
Registrar todas as intervenções de caráter
avaliativo.
Utilizar momentos de autoavaliação, inclusive
por meio de intervenções mediadoras.
39
6 REFERENCIAIS PARA IMPLEMENTAÇÃO
Aqui são apenas apresentadas sugestões e recomendações para a
implementação dos Projetos Integradores. Essas condições devem ser
refletidas e viabilizadas a partir da realidade da Unidade Operacional e/ou
do Departamento Regional, e delas dependem o alcance de uma experiência
exitosa.
Um conjunto ou arranjo de condições, de requisitos, de referências devem
ser garantidos para que se possa fazer a implementação , de acordo com os
aspectos metodológicos estabelecidos.
Torna-se relevante ressaltar que a riqueza desse processo é justamente o
repensar das práticas até então estabelecidas, é a reflexão e a ação críticas,
sustentadas por fundamentos teóricos coerentes e aderentes aos objetivos
educacionais. Conforme vemos em Hernandéz (1998b), essa prática não
deve simplesmente basear-se em um passo a passo, alijando os docentes,
as equipes pedagógicas e as lideranças de um processo de tomada de
decisões particular, de um processo de transformação social.
As escolas são instituições complexas, inscritas em círculos
de pressões internas e, sobretudo, externas, onde, com
frequência, as potenciais inovações ficam presas na teia das
modas, o que faz com que se transmutem em fórmulas ou
receitas que lhes fazem perder todo o seu potencial de
mudança. O que pode acontecer com os projetos de
trabalho, quando se reduzem a uma fórmula didática
baseada numa série de passos: levantamento do tema,
perguntar o que os alunos sabem e o que querem saber,
fazer o índice, trazer diferentes fontes de informação e copiar
o referente aos pontos do índice..., com o que se dilui a
concepção da educação que contém e suas possibilidades de
repensar a educação (HERNÁNDEZ, 1998b, p. 62).
Esses referenciais, ou esses fatores, relacionam-se entre si, conversam um
com outro, dependem um do outro. Essa interação é logicamente
desencadeada pelo papel que a Metodologia assume como estratégia de
atuação no âmbito pedagógico.
Algumas perguntas se fazem presentes, por exemplo, quais são as
competências dos docentes para trabalhar com os projetos integradores?
Será necessária uma capacitação específica? Qual é o melhor perfil de
docente para trabalhar com Projetos Integradores? Um outro ponto
importante: a infraestrutura da escola deve se adaptar? Quais seriam essas
adaptações? São adaptações físicas ou referentes à sua utilização? E sobre
os recursos didáticos, há alguma recomendação?
40
As perguntas são muitas, e nesse documento orientador pretende-se chegar
a apenas algumas respostas. Outras serão alcançadas, de forma necessária,
e com autonomia, mediante as conversas e decisões no âmbito dos
Departamentos Regionais e de suas respectivas Unidades Operacionais.
Figura 5 – Aspectos envolvidos na Metodologia de Projetos Integradores
Aspectos culturais e de gestão
Metodologia
SENAI de
Educação
Profissional
Infraestrutura
Metodologia
SENAI de
Educação
Profissional
Equipe/
Docentes
Projeto
Integrador
Desenho
curricular e
documentação
Metodologia
SENAI de
Educação
Profissional
Material
didático
Metodologia
SENAI de
Educação
Profissional
Aspectos culturais e de gestão
Fonte: SENAI.
As observações, sugestões e recomendações foram inseridas em categorias,
ainda que seja clara a interação, a interdependência entre elas. Essa
integração, muitas vezes, faz com que o conteúdo de uma categoria se
remeta a uma outra, provocando algumas dificuldades em classificá-lo. De
qualquer forma, as relações serão indicadas, para melhor facilitar a
interpretação.
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Os referenciais estão divididos nas seguintes categorias, considerando os
fatores relevantes para a implementação de projetos educacionais em
instituições de ensino:
Desenho Curricular, Plano de Curso e demais documentos
pedagógicos;
Metodologia;
Infraestrutura (instalações físicas e ambientes pedagógicos);
Recursos didáticos;
Equipe escolar e docentes.
Desenho Curricular, Plano
documentos pedagógicos
de
Curso
e
demais
Nesse item, colocam-se em pauta as questões referentes à elaboração e
atualização de documentos que possam contribuir e fortalecer a prática
pedagógica por meio do desenvolvimento de Projetos Integradores.
Tratam-se de documentos que subsidiam e contextualizam as ações
educacionais no âmbito do Departamento Regional e das Unidades
Operacionais, como, por exemplo, o Projeto ou a Proposta Pedagógica, o
Regimento Escolar, o Plano de Curso e, mais especificamente, o Desenho
Curricular. Nesse sentido, recomenda-se que seja revista a documentação
pedagógica pertinente e que seja inserido um item específico, assim como
suas decorrências e consequências relacionadas, referente ao trabalho por
meio dos Projetos Integradores.
No âmbito do Desenho Curricular, de forma mais específica, há uma
questão que deve ser analisada pelo Departamento Regional interessado na
implementação dos Projetos Integradores. Ela está relacionada à existência
ou não de uma Unidade Curricular específica para tratar o assunto
“Projetos”. Nesse momento, as orientações e diretrizes aqui propostas não
contemplam essa necessidade, priorizando, assim, o desenvolvimento de
projetos como uma estratégia pedagógica que ocorre ao longo de duas ou
mais Unidades Curriculares, durante o desenvolvimento de seus conteúdos
pedagógicos.
Propõe-se assim que o Departamento Regional estabeleça, ou seja, decida,
se deve ser incluída ou não uma Unidade Curricular denominada ‘Projetos’,
com o objetivo de proporcionar aos alunos uma oportunidade de
desenvolver, de forma integrada, as capacidades estabelecidas nas diversas
Unidades Curriculares do curso. No caso de se definir pela inserção de uma
Unidade Curricular específica para ‘Projetos’, tal decisão deve estar alinhada
às diretrizes preconizadas pelo Departamento Nacional, principalmente no
que se refere à gestão dos Itinerários Nacionais, com as recomendações
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preconizadas sobre alterações nos currículos dos cursos e sobre as formas e
parâmetros para flexibilizá-los. As diretrizes estabelecidas para promover
esse alinhamento estão disponibilizadas no Guia para Implementação dos
Itinerários Nacionais de Educação Profissional (SENAI/DN, 2013b).
Recomenda-se também que seja tratado o tema dos Projetos Integradores
tanto no Plano de Curso quanto no Plano de Ensino. Esses planos são
documentos que têm o objetivo de evidenciar quais são os conteúdos
abordados no curso, qual a metodologia utilizada, quais procedimentos,
técnicas, inclusive de avaliação, que fazem parte do processo de ensino e
aprendizagem proposto, quais os objetivos que serão alcançados em um
determinado período, enfim, são instrumentos técnico-pedagógicos e
também administrativos, de importância inegável na operacionalização das
Unidades Operacionais. Possuem também a qualidade de facilitar o
acompanhamento das atividades por todos os envolvidos, assim como a
supervisão e o controle do que foi planejado, propiciando de forma clara e
objetiva os momentos de replanejamento e de atualização das informações.
Docentes e Equipe Pedagógica
Em primeiro lugar, a Unidade Escolar que definir colocar em prática a
situação de aprendizagem baseada em projetos deve ter claro que é
necessário uma decorrente definição também da equipe que vai atuar, dos
docentes e dos coordenadores, inclusive das pessoas que serão os líderes
nesse processo. Vale enfatizar que essa definição deve considerar que o
foco dessa concepção pedagógica é o aluno. Portanto, convém que a
escolha das pessoas que estarão envolvidas no desenvolvimento das
atividades considere não apenas as capacidades técnicas e tecnológicas,
mas também aquelas que permitem a mediação da aprendizagem, a
interlocução com as equipes e, inclusive, a resolução de conflitos.
A definição das pessoas, e vale enfatizar não só a importância dos docentes,
mas também a centralidade daqueles que estarão exercendo a coordenação
pedagógica, assim como as suas atribuições e responsabilidades em todo o
processo, é fator primordial para a implementação exitosa dessa prática
pedagógica.
43
Torna-se necessário verificar o perfil do docente. Esse deve estar alinhado
com o que se exige da orientação de projetos. Para tanto, alguns fatores
devem ser considerados, como, por exemplo, a formação profissional, a
experiência profissional na área técnica específica do curso, o tempo de
atividades já realizadas em projetos, o tempo de docência no SENAI e,
necessariamente,
aspectos
relacionados
ao
desempenho
e
ao
comportamento.
No âmbito do desenvolvimento de projetos, o docente deve ter uma postura
alinhada com as atividades que serão realizadas, considerando que haverá
interlocução intensa com as equipes de alunos que serão colocadas em
prática propostas que talvez exijam maior iniciativa, capacidade criativa e
de resolver problemas. Será exigido das pessoas envolvidas o
comprometimento com a realização dos projetos, a capacidade de lidar com
conflitos e inclusive atuar com liderança nesse processo. Certamente, para
todas essas caraterísticas do perfil docente devem estar asseguradas as
condições e recursos para sua execução.
Nesse sentido, deve estar prevista também a capacitação dos docentes em
assuntos referentes ao design, inovação, análise de viabilidade, propriedade
intelectual, gestão de projetos, metodologia científica, técnicas de
apresentação, empreendedorismo, fontes de pesquisa, custos e
normalização e regulamentação técnica.
Ainda que seja óbvio, todos os envolvidos devem estar capacitados na
Metodologia SENAI de Educação Profissional. O que é um Perfil Profissional,
como eles são estabelecidos, qual é a participação do Comitê, como são
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definidos os Currículos, como deve se dar a Prática Docente, como elaborar
as situações de aprendizagem, como avaliar, quais os critérios da mediação
e como utilizá-los, todos esses assuntos devem ser de domínio dos
envolvidos, docentes e equipe pedagógica.
Retomando a Metodologia SENAI de Educação Profissional:
Ressalta-se, entretanto, que uma Prática Docente eficaz não
depende exclusivamente do docente, mas de toda a equipe
envolvida no processo educativo. A participação da equipe de
gestão e das coordenações de curso e pedagógica é
fundamental (SENAI/DN, 2013a, p. 107).
Infraestrutura
No que se refere à infraestrutura e às instalações físicas, como as salas de
aula, oficinas, laboratórios, biblioteca e demais ambientes, observa-se que
para a implementação dos Projetos Integradores o ponto fundamental está
diretamente relacionado à gestão desses espaços, e não necessariamente à
construção, ampliação, adequações e/ou reformas. É essencial que
aconteça, de fato, a disponibilização de toda a infraestrutura da escola, de
acordo com as necessidades previstas nos projetos.
Recomenda-se elaborar um plano de utilização das instalações – acessível a
todos os colaboradores, e que seja constantemente atualizado. A proposta e
o desafio é criar um ambiente e uma cultura que propicie uma visão mais
integradora da infraestrutura, e que seja possível otimizar a forma de
utilizar as instalações físicas.
45
Certamente, o papel da coordenação técnica e pedagógica é vital nesse
processo, no sentido de viabilizar essa nova gestão dos espaços e dos
ambientes pedagógicos. Para além do desenvolvimento dos Projetos
Integradores, torna-se necessário reorganizar, ou seja, repensar a
utilização dos ambientes, tendo em vista a prática preconizada na
Metodologia SENAI de Educação Profissional, envolvendo todas as
Estratégias de Aprendizagem Desafiadoras.
Recursos Didáticos
O entendimento é que para a realização dos Projetos Integradores não são
necessários recursos didáticos diferentes daqueles que atualmente são
utilizados para o processo formativo que já se encontra em andamento nas
Unidades Operacionais. Todos os recursos que já fazem parte do
desenvolvimento do curso, livros didáticos, apostilas, kits e simuladores,
máquinas, ferramentas e instrumentos, todos serão utilizados também no
trabalho com os projetos e, de maneira geral, tampouco serão necessários
outros recursos didáticos.
No entanto, em alguns casos, conforme o tipo do Projeto Integrador, deve
haver a previsão de insumos para o desenvolvimento dos produtos e,
talvez, dos protótipos. Nesse sentido, recomenda-se que esteja presente no
planejamento orçamentário da Unidade Operacional a aquisição de um ou
outro recurso. Eventualmente serão necessárias também parcerias com as
empresas para a utilização de equipamentos específicos. Essas parcerias
podem subsidiar as Unidades Escolares também na cessão de insumos, para
as atividades relativas aos projetos, e para as atividades formativas em
geral, como já acontece em muitas situações.
Como medida para incentivar a busca de informações em diferentes bases,
recomenda-se, de forma gradual, a aquisição de bibliografias
complementares, assim como, de forma mais imediata, o acesso às bases
de dados acadêmicas. Além disso, vale ressaltar o papel do docente e/ou do
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docente orientador, ou ainda do bibliotecário, que deve necessariamente
apoiar o aluno nessa busca de informações.
Como já foi comentado anteriormente, há um certo grau de
imprevisibilidade nesse tipo de trabalho pedagógico. No desenvolvimento
dos projetos, eventualmente, podem ser identificadas demandas que não
foram previamente diagnosticadas, gerando a necessidade de se definir as
estratégias para a incorporação e utilização de outros recursos didáticos,
que deverão ser decididas de forma contextualizada, pelos Departamentos
Regionais e suas respectivas Unidades Operacionais.
Metodologia
Com relação a essa categoria, com uma clara atribuição de congregar os
esforços e a inteligência de todo o processo educacional, parte dela se
refere à implementação da Metodologia SENAI de Educação Profissional, e
parte se refere ao planejamento e operação referentes ao desenvolvimento
dos Projetos Integradores, conforme as orientações estabelecidas neste
documento.
Adicionalmente, há uma série de ações e decisões, em uma perspectiva já
de detalhamento dessa prática pedagógica, que são de âmbito regional. As
formas de atuação e as adequações que serão realizadas devem estar de
acordo com as estratégias utilizadas e com os objetivos traçados pelos
Departamentos Regionais.
A Metodologia SENAI de Educação Profissional está consolidada, e em
amplo processo de disseminação, o que garante o arcabouço para o
desenvolvimento dos Projetos Integradores. Os desafios estão justamente
na implementação, e consequentemente nas condições que devem ser
criadas para que isso aconteça.
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As questões referentes à metodologia apresentam-se de forma mais
transversal, pois permeiam e influenciam todas as outras. Aqui, além de
procedimentos definidos e formulários desenvolvidos com o objetivo de
padronizar as práticas, estão presentes, ou se relacionam de forma muito
estreita, as decisões da liderança, as características da cultura
organizacional da instituição e a definição de estratégias de atuação.
48
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para uma implementação bem–sucedida, deve estar clara a decisão sobre o
trabalho com os Projetos Integradores. O esforço e o envolvimento das
pessoas será muito bem conduzido e exercido a partir de uma decisão clara
e objetiva sobre a implementação dessa prática. Essa decisão exerce um
fator de segurança e de comprometimento, que certamente se fará
presente nos momentos de incerteza e de enfrentamento dos obstáculos
que porventura virão.
Adequações e transformações devem ser consideradas em todos os níveis,
mas, principalmente, na visão e na relação com os docentes. Os docentes
devem ter mais autonomia, devem ser capazes de negociar o uso do tempo,
das instalações físicas e dos equipamentos. Além disso, os docentes devem
ter um novo papel, o de mediador e de facilitador. Os docentes, como
representantes de saberes distintos, devem ter a responsabilidade de
relacionarem-se entre si e de orientarem os projetos para além do seu
conhecimento. E deve ser enfatizado que a gestão responsável pela
aplicação, pela implementação de uma ação dessa natureza deve prever e
dar condições para o seu sucesso.
Nesse sentido, é importante evidenciar e tornar concreta e visível a
estratégia de atuação para o desenvolvimento dos Projetos Integradores, e
proceder à preparação de toda a equipe inserida nesse trabalho.
E por fim, de forma concreta, diretrizes devem ser estabelecidas pelo
Departamento Regional abordando e esclarecendo, somando-se ao exposto
nesse documento orientador, aspectos referentes aos seguintes itens:
Incorporação da Metodologia SENAI de Educação Profissional.
Decisões claras sobre a implementação da estratégia dos Projetos
Integradores.
Relacionamento com o setor produtivo.
Docentes com maior autonomia.
Alunos com maior autonomia.
Formas diversas e eficientes de controle, avaliação e monitoramento.
Promoção da integração da equipe.
Necessidade de uma forte presença das lideranças no decorrer dos
trabalhos.
Valorização das pessoas e dos resultados alcançados.
49
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51
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA – DIRET
Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor de Educação e Tecnologia
Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira
Diretor Adjunto de Educação e Tecnologia
SENAI/DN
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP
Felipe Esteves Morgado
Gerente-Executivo de Educação Profissional e Tecnológica
Gerência de Educação Profissional e Tecnológica
Nina Rosa Silva Aguiar
Gerente de Educação Profissional e Tecnologia
Mauricio Ballarine
Coordenação
Claiton Oliveira da Costa
Daniele de Almeida Lima
Érica Peres de Souza
Fabrício Ramos da Fonseca
Ítalo de Lima Machado
Jefferson da Silva
Luciano Cordova de Ávila
Margareth de Castro Tomazett
Maria Eliane Franco Monteiro
Maurício Ballarine
Patrícia Paes Lemos
Rita de Cássia Mello Namorato
Thiago Korb
Vanessa Sorda Frason
Equipe Técnica
DR/RS
DR/RJ
DR/PR
DR/SP
DR/GO
DR/SC
DR/RS
DR/GO
DN
DN
DR/RJ
DR/RJ
DR/SC
DR/PR
DIRETORIA DE COMUNICAÇÃO – DIRCOM
Carlos Alberto Barreiros
Diretor de Comunicação
Gerência Executiva de Publicidade e Propaganda – GEXPP
Carla Gonçalves
Gerente-Executiva de Publicidade e Propaganda
DIRETORIA DE SERVIÇOS CORPORATIVOS – DSC
Fernando Augusto Trivellato
Diretor de Serviços Corporativos
Área de Administração, Documentação e Informação – ADINF
Maurício Vasconcelos de Carvalho
Gerente Executivo de Administração, Documentação e Informação
Gerência de Documentação e Informação – GEDIN
Mara Lucia Gomes
Gerente de Documentação e Informação
Alberto Nemoto Yamaguti
Normalização
__________________________________________________
Denise Goulart
Revisão Gramatical
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