Valle L et al Doença de Castleman Retroperitoneal ISSN 0871-3413 • ©ArquiMed, 2006 CASOS CLÍNICOS Doença de Castleman Retroperitoneal Caso Clínico e Revisão da Literatura Luísa Valle*; Patrícia Pinto†; Sofia Pimenta†; Manuela Dias*; Fernando Príncipe‡; Rui de Sousa* Serviços de *Medicina A; †Reumatologia e ‡ Hematologia Clínica do Hospital de São João, Porto. A doença de Castleman é uma entidade linfoproliferativa atípica, pouco frequente, com evolução crónica e sintomas inespecíficos. Os autores apresentam um caso clínico de doença de Castleman do tipo misto, de localização retroperitoneal cuja manifestação inicial foi uma anemia hemolítica autoimune por anticorpos frios. Fazem ainda uma revisão dos diferentes subtipos da doença, formas de apresentação, abordagem diagnóstica e terapêutica. Palavras-chave: Doença de Castleman, forma localizada, forma multicêntrica. ARQUIVOS DE MEDICINA, 19(1-2): 29-33 INTRODUÇÃO A Doença de Castleman (DC), também denominada hiperplasia linfonodular gigante benigna é uma entidade rara. Nos últimos anos, esta doença tem sido alvo de um grande interesse clínico devido a sua associação com o virus da imunodeficiência humana (HIV) e o herpesvirus tipo 8 (HHV - 8). Associa-se com um amplo número de doenças malignas, nomeadamente Sarcoma de Kaposi, Linfoma Não Hodgkin, Doença de Hodgkin e Síndrome de POEMS (polineuropatia, organomegalia, endocrinopatia, gamapatia monoclonal e alterações cutâneas) (1). Descrita inicialmente por Benjamin Castleman em 1956 em doentes assintomáticos com adenopatias mediastínicas cujo aspecto histológico lembrava a estrutura tímica (2), tem recebido diversas denominações desde a sua descrição inicial. A sua etiologia ainda não está bem esclarecida considera-se, na actualidade, um processo proliferativo ganglionar não neoplásico de etiologia desconhecida. Existem duas formas de apresentação clínica (forma localizada, também denominada pseudotumor de Castleman, e forma multicêntrica), com diferente evolução e prognóstico a longo prazo, mas que partilham umas variantes histológicas similares (3). A localização mediastino-pulmonar (70% dos casos), atinge preferencialmente mediastino antero-superior. Frequentemente assintomática, pode manifestar-se clinicamente com tosse, dispneia, síndrome da veia cava superior, hemoptises, entre outros. As formas abdominais (10%), habitualmente de grande tamanho, localizam-se a nível da região mesentérica ou retroperitoneal. Foram descritas também localizações cervicais (10-15%), pélvicas, axilares e de forma excepcional cerebrais, pancreáticas, suprarrenais e gástricas (4,5). A forma multicêntrica comporta-se como uma doença sistémica, com linfadenopatia generalizada, hepatoesplenomegalia, febre e sudorese nocturna (1). Os autores descrevem um caso de doença de Castleman retroperitoneal, cuja forma de apresentação foi uma anemia hemolítica autoimune por anticorpos frios. A ressecção cirúrgica do tumor permitiu o diagnóstico e caracterização histológica. Apesar de ser uma entidade pouco frequente, pretendemos salientar a dificuldade do diagnóstico devido à sua semelhança com neoplasias malignas, bem como as dificuldades na abordagem diagnóstica e terapêutica. CASO CLÍNICO Homem de 26 anos, caucasiano, fumador, sem antecedentes patológicos relevantes; internado em Novembro de 2001 no contexto de anemia hemolítica autoimune por anticorpos frios. Ao exame objectivo não apresentava alterações, nomeadamente adenopatias palpáveis ou hepatoesplenomegalia. O estudo analítico evidenciou aumento da proteína C reactiva e discreto aumento da Ig G e Ig A (Tabela 1), sem evidência de gamapatia monoclonal, o restante estudo realizado foi normal (Tabela 2). A telerradiografia de tórax e ecografia abdominal eram igualmente normais. Durante o internamento verificou-se evolução favorável e recuperação progressiva dos valores de hemoglobina apesar de não ter sido submetido a terapêutica com corticoides (Tabela 1). Teve alta orientado para a Consulta de Medicina Interna e Hematologia Clínica. No ambulatório, manteve-se assintomático durante os 8 primeiros meses, sem alterações ao exame físico. 29 ARQUIVOS DE MEDICINA Vol. 19, Nº 1-2 Analiticamente com valores de hemoglobina em recuperação, sem sinais de hémolise, mantendo, no entanto, valores discretamente elevados de proteína C reactiva (PCR 16 mg/L) e das imunoglobulinas(Tabela 1). Em Julho de 2002 inicia quadro de dor abdominal, tipo cólica, sem alterações do trânsito intestinal; sem alterações de novo a nível analítico ou ao exame físico. Efectuou Tomografia Axial Computorizada (TAC) tóracoabdomino-pélvico (Figura 1) que revelou conglomerado adenopático retroperitoneal, a nível da raiz do mesentério com pequenas formações ganglionares adjacentes, sugerindo invasão loco-regional, tendo sido colocada a hipótese diagnóstica de neoplasia. Em Setembro de 2002 foi realizada laparotomia exploradora com exérese cirúrgica do conglomerado adenopático (8 x 5.5 x 4.5 cm de maiores dimensões). O estudo histológico permitiu o diagnóstico de doença de Castleman (variante mista). No estudo imunocitoquímico observou-se positividade para os soros B e T nas zonas respectivas do gânglio. Os centros germinativos foram positivos para CD10 e negativos para bcl-2. Identificaram-se plasmócitos positivos para as diversas cadeias de imunoglobulinas, a traduzir o carácter policlonal destas células. Os resultados Tabela 1 - Evolução analítica. Internamento Ambulatório 2002-2003 2001 2001 Nov Dez Dez Hb gr/dl 3,8 5,6 7,7 VG% 12,3 15,7 WBC x109/L 11,0 7,45 Plaquetas x109/L 583 441 Reticulócitos % 7,8 2002 2003 Abril Out Dez Maio 10,6 11,5 10,8 15 15,3 23,8 33 35,8 35,3 45,5 44,8 4,1 9,3 4,3 7,17 4,2 5,5 460 521 355 478 257 256 1,6 1,6 1,9 1 1 3,3 (não corregidos) VSG 1ah mm 140 BRT mg/L 13,2 12,3 3,5 7,2 BRD mg/L 2,10 2,7 0,9 0,2 LDH U/L 343 345 130 195 Coombs directa poliesp. Pos (12) Coombs directa anti-Ig G Neg Coombs directa anti-C3d Neg Coombsdirecta anti-C3c Neg Coombs directa anti-Ig A Neg Coombs directa anti-Ig M Neg Crioaglutininas Pos (1024) Ferro ug/dl 41 Transferrina mg/dl 153 IST % 33,4 Ferritina ng/nl 1462 Haptoglobina mg/dl 100 PCR mg/L 18 16,8 15,3 0,51 IG G mg/dl 1630 1560 1560 1080 IG A mg/dl 468 470 349 311 IG M mg/dl 36 38 48 33 30 Valle L et al Doença de Castleman Retroperitoneal Tabela 2 - Exames auxiliares e de diagnóstico durante o internamento. Electroforese das hemoglobinas: padrão normal Atc Donath-Landsteiner: negativo Anticoagulante lúpico: negativo Estudo imunológico: • Imunoglobulinas: Ig G 1630 mg/dl (650-1500), Ig A 468 mg/dl (78-312); Ig M 36 mg/dl (55-300) • Complemento N • Factor reumatóide N • Autoanticorpos: ANA, anti-Ds DNA, anti-cardiolipina, anti-Sm, anti-centrómero, anti-SSA/B, anti-RNP, anti-histonas: negativos • Imunofixação: ausência de gamapatia monoclonal Fenotipagem do sangue periférico: Linfócitos 41.1% (2,93x109/L) CD2 86,6%, CD3 66,1%, CD3+CD56+ 5,5%, CD4 32,9%, CD4+CD8+(DUPLA) 2,1%, CD8 41,8%, CD19 16,7%, CD56 17,2% Marcadores víricos VHB, VHC, HIV 1 e 2: negativos Herpes vírus tipo 8: negativo DNA Parvorirus B19: negativo Serologia: R. Widal, R. de Wright, R. Weil-Felix, R. Paul-Bunnel: negativas Título Antiestrptolisina O: 81 Ul/ml Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia pneumoniae: negativas Reacção T.P.H.A e V.R.D.L.: negativas Hemoculturas, bacteriológico de urina e uroculturas: negativos obtidos com as imunoglobulinas nas células linfóides não foram conclusivos. Os estudos de clonalidade linfóide documentaram policlonalidade, sem evidência de população neoplásica. Um ano após a cirurgia, o doente mantém-se assintomático, com hemoglobina normal, e normalização do valor da PCR e das imunoglobulinas (Tabela 1). O Tomografia Axial Computorizada tóraco-abdominopélvico de controlo (Figura 2) mostrou sequelas do processo cirúrgico efectuado a nível abdominal, sem evidência de recidiva ou lesões secundárias. DISCUSSÃO A doença de Castleman é uma entidade relativamente rara que frequentemente se comporta clínica e radiológicamente como uma neoplasia. De acordo com as manifestações clínicas, pode classificar-se em dois grupos: localizada e multicêntrica. Na forma localizada afecta preferencialmente crianças e adultos jovens (idade média: 35 anos), sem predilecção pelo sexo e geralmente não relacionada com a infecção pelo HHV -8 (1). A forma multicêntrica tem predilecção pela sexta década de vida, (6-8) pelo sexo masculino (50-65%) e tem sido descrita em associação com a infecção pelo HIV (1). A sua patogenia é pouco conhecida, mas independentemente do tipo de apresentação, localizada ou multicêntrica, tem-se verificado uma produção exacerbada de IL-6 a nível dos nódulos hiperplásicos (912). O aumento de IL-6 pode explicar um grande número de manifestações clínicas da doença de Castleman, incluindo as autoimunes, hipergamaglobulinemia, proteínas de fase aguda e anemia microcítica hipocrómica. Recentemente tem sido descrita a associação com o HHV - 8 (13,14). Apesar das manifestações clínicas serem mais frequentes na forma multicêntrica, também foram descritas em alguns casos da forma localizada (15). A forma clássica de apresentação é uma massa solitária de crescimento lento, geralmente assintomática (51%), muitas vezes diagnosticada de forma incidental, após exploração radiológica, ou no estudo de queixas “inespecíficas” (16). Clinicamente pode manifestar-se como dor torácica ou abdominal, quando o tamanho da lesão é significativo, condicionando compressão local. As dimensões da massa oscilam entre 1 e 12 cm, com um diâmetro médio de 6 cm (16). A sintomatologia geral, pode estar presente em 31% dos casos, sendo a astenia (20%), a febre (20%) e a perda ponderal (11%), as manifestações clínicas mais prevalentes (16). A outra forma de apresentação é a multicêntrica, com envolvimento sistémico do sistema linfático, sendo 31 ARQUIVOS DE MEDICINA Vol. 19, Nº 1-2 Fig. 1 - Tomografia Axial Computorizada tóracoabdomino-pélvico. Fig. 2 - Tomografia Axial Computorizada tóracoabdomino-pélvico clínicamente semelhante à linfoadenopatia angioimunoblástica. Neste caso a sintomatologia geral é quase constante: astenia (65%), perda ponderal (67%) e febre (69%) (16). Aparece linfoadenopatia periférica em 84% dos doentes e hepatomegalia e/ou esplenomegalia em 74% dos casos (16). Esta forma de apresentação associa-se a linfomas (17), infecção pelo VIH, (3,18) sarcoma de Kaposi, (3,19) neuropatia periférica, síndrome de POEMS (9) e outras doenças do sistema imunitário. Os estudos sugerem a participação da imunodeficiência celular na patogénese deste processo. O curso clínico da forma multicêntrica é mais agressivo e de pior prognóstico (3,21). Existem três variedades histológicas: hialinovascular (HV), plasmocitária (PC) e a forma mista (5). A forma hialinovascular é a mais frequente (90% dos casos), com apresentação localizada, expressão clínica mínima e resposta favorável à exérese, com raras recorrências (10). Tem sido descrita em associação com doença pulmonar e síndrome de Raynaud (20). A forma plasmocitária (10 % dos casos), tende a ser disseminada, com manifestações clínicas variadas, sistémicas e orgânicas, e com um prognóstico desfavorável apesar do tratamento com corticoterapia (6) e quimioterápia (22). Associa-se à doença de Hodgkin e hipotiroidismo (20). As causas de morte mais frequentes são as infecciosas, nomeadamente sepsis ou pneumonia; outras causas descritas foram sarcoma de Kaposi, linfomas, mielomas e carcinomas (7). O melhor conhecimento da etiopatogenia da doença permitiu a utilização de anticorpos monoclonais inibidores da IL6 (23,24) e o transplante da medula óssea (24) em alguns casos isolados. No caso particular do nosso doente, a anemia hemolítica por anticorpos frios foi a manifestação inaugural da doença. Durante os oito primeiros meses, as únicas alterações que apresentava eram analíticas (PCR aumentada e hipergamaglobulinemia) e, posteriormente foi objectivada uma massa retroperitoneal. Mediante técnicas imagiológicas, a doença de Castleman retroperitoneal, é difícil de diferenciar de outros tumores retroperitoneais, dado não existirem sinais radiológicos específicos. O diagnóstico definitivo, nestes casos, é fornecido pelo estudo histológico. O tratamento efectuado foi a exérese do conglomerado adenopático retroperitoneal. Tem-se verificado uma evolução favorável, tanto a nível clínico, como analítico e imagiológico, sem evidência de recorrência. Dado terem sido descritos casos de recorrências locais, e maior risco de progressão para neoplasias hematológicas, nomeadamente leucemias e linfomas (3,26,27), é preciso efectuar controlos anuais após a cirurgia. 32 Agradecimentos À Professora Dra. Clara Sambade do Serviço de Anatomia Patológica do Hospital São João. REFERÊNCIAS 1- Brown JR, Harris NL, Freedman AS. Castleman´s disease. UpToDate 2005 (800) 998-6374• (781) 237-4788. Disponível em: http://www.uptodate.com 2 - Castleman B, Menendez VP. Localized mediatinal lymphnode hyperplasia resembling thymoma. Cancer 1956;9:82230. 3 - Herrada J, Cabanillas F, Rice L, et al. The clinical behavior of localized and multicentric Castleman disease. Ann Intern Med 1998;128:657-62. 4 - Hamidou M, Gaillard F, Bataille R. Maladie de Castleman. In: Kahn MF, Peltier AP, Meyer O, Piette JC, editors. Maladies et syndromes systémiques. 4e ed. Paris: Flammarion Médicine-Sciences; 2000. p. 1105 - 13. Valle L et al 5 - Keller AR, Hochholzer L, Castleman B. Hyaline-vascular and plasma -cell types of giant lymph node hyperplasia of the mediastinum and other locations. Cancer 1972; 29: 670-83. 6 - Herrada J, Cabanillas F. Multicentric Castleman´s disease. Am J. Oncol 1995;18:180-3. 7 - Peterson BA, Frizzera G. Multicentric Castleman´s disease. Semin Oncol 1993;20:636-47. 8 - Schunemann Jr. E, Urban CA, et al. Doença de Castleman Retroperitoneal - Relato de um caso e revisão da literatura. Acta Oncol Brazileira (online Art 07/00). Disponível em: http:www.hcanc.org.br/acta2k_7.html 9 - Beck JT, Hsu S, Wijdenes J, et al. Alleviation of systemic manifestations of Castleman´s disease by monoclonal antiinterleukin 6 antibody. N. Engl J Med 1994;330:602-5. 10 - Leger-Ravet MB, Peuchmaur M, Devergne O, et al. Interleukin 6 gene expression in Castleman´s disease. Blood 1991;78:2923-30. 11 -Hsu SM, Waldron JA, Xie SS, et al. Expression of interleukin 6 in Castleman´s disease. Hum Pathol 1993;24:833-9. 12 - Maslovsky I, Uriev L, Lugassy G. The heterogeneity of Castleman Disease: Report of five cases and review of the literature. Am J Med Sci 2000;320:292-5. 13 - Burger R, Neipel F, Fleckenstein B. et al. Human hepesvirus type 8 interleukin-6 homologue is functionally active on human myeloma cells. Blood 1998;91:1858-63. 14 - Briz M, Martín T, Yebra M, Laguna P, Busto MJ, Fernández MN. Detección del herpesvirus humano 8 en pacientes con sarcoma de Kaposi o enfermedad de Castleman asociados al sida. Med Clin (Barc) 1998;110:662-664. 15 - Vallina E, Fresno M, Colunga D, Díaz J, Arribas JM. Enfermedad de Castleman: un concepto histológico para un amplio abanico clínico. An Med Intern 1996;13:232-4. 16 - Sarrot-Reynauld F. Castleman´s disease. Orphanet encyclopedia, August 2001. Disponível em: http://orphanet.infobiogen.fr 17 - Álvaro T, Martínez S, Font L, Contreras E. Enfermedad de Castleman: asociación histomorfológica com enfermedad de Hodgkin. Med Clin 1995;105:275-6 18 - Lachant NA, Sun NC, Leong LA, Oseas RS, Prince HE. Multicentric angiofollicular lymph node hyperplasia (Castleman´s disease) followed by Kaposi´s sarcoma in two homosexual males with the acquired immunodeficiency syndrome (AIDS). Am J Clin Pathol 1985;83:27-33. Doença de Castleman Retroperitoneal 19 - Chen KTK. Multicentric Castleman´s Disease and Kaposi´s sarcoma. Am J Surg Pathol 1984;8:287-93. 20 - Loe MJ, Camoniano JK, Habermann TM, Menke D. Castleman´s Disease: The Mayo Clinic experience. A Reveiw of 90 Cases Spanning 54 Years. Blood 2002; 100(11), ASH Meeting abstracts. 21 - Gaba AR, Stein RS, Sweet DL, Variakojis D. Multicentric giant lymph node hyperplasia. Am J Clin Pathol 1978;69:8690. 22 - Libson E, Fields S, Strauss S. Widespread Castleman disease CT and US findings. Radilogy 1988;166:753-5. 23 - Ribas A, Ribas-Mundó M. Enfermedad de Castleman multicêntrica. Aspectos actuales de su patogenia y tratamiento. Sangre 1995;40:401-6. 24 - Veldhuis GJ, Van der Leest AHD, De Wolf JTM, De Vries EGE, Vellenga E. A case of localized Castleman´s disease with sistemic involvement: treatment an pathogenetic aspects. Ann Hematol 1996;73:47-50. 25 - Repetto L, Jaiprakashi MP, Selby PJ. Agressive angiofollicular lymph node hyperplasia (Castleman´s disease) treated with high dose melphalan and autologous bone marrow transplantation. Hematol Oncol 1986;4:213-7. 26 - Alonso M, Artiach G, Fernández A, Luna P. Enfermedade de Castleman. Aten Primaria 1991;8:583-4. 27 - Vaset M, Katzin WE, Mendelsohn G, Reydman M. Report of a case of localizated Castleman´s disease with progresion to malignant lymphoma. Am J Clin Pathol 1992;98:633-6. Correspondência: Dr.ª Luisa Valle Serviço de Medicina A Hospital de São João Alameda Prof. Hernâni Monteiro 4200-319 Porto e-mail: [email protected] 33