FICHA DA DISSERTAÇÃO MORAES, Jonas Rodrigues de AUTOR “TRUCE UM TRIÂNGULO NO MATOLÃO [...] XOTE, MARACATU TÍTULO E BAIÃO”: A musicalidade de Luiz Gonzaga na construção da “identidade” nordestina. [email protected] E-MAIL Maria Izilda Santos de Matos ORIENTADOR História ÁREA História do Brasil, História Regional, História e Música SUB-ÁREA PALAVRAS-CHAVE música e história, identidade nordestina, baião e outros gêneros Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP INSTITUIÇÃO Pós-Graduação em História PROGRAMA Mestrado NÍVEL 2009 ANO DE DEFESA As discussões sobre o Nordeste e a política de regionalização do país RESUMO fazem parte dos percursos instituidores das dinâmicas da história, configurando-se enquanto debates que perpassam por todos os discursos e esferas de poder, tanto do ponto de vista acadêmico, político e artístico como do ponto de vista literário. Esse contexto forneceu elementos estruturantes do que se pode chamar de invenção ou reinvenção de identidades, a espacial, a de lugar, a da região Nordeste e a de nordestino. O presente trabalho discorre sobre a produção musical e a trajetória artística de Luiz Gonzaga, precisamente sobre a invenção do baião e os outros gêneros apropriados pelo sanfoneiro, os quais serviram como discursos fundantes dos referidos marcadores identitários. Verifica-se que as músicas (letras e ritmos) e a performance do autor serviram como táticas discursivas para a construção de um imaginário de Nordeste. O baião e outros gêneros tocados pelo trio musical – organização performática de palco – forjaram uma prática de música que entrou nos processos de negociação identitária com o seu público/ouvinte. A tradução discursiva de Nordeste e de nordestino foi engendrada também por imagens e símbolos a partir de uma indumentária retirada das tradições regionais (cangaceiros e vaqueiros) e ressignificada pelo artista dentro de um contexto social urbano. A musicalidade de Gonzaga foi construída no entre-lugar sertão nordestino/ terras civilizadas. Deve-se salientar que esse trabalho foi construído numa relação da história com a música e suas formas de interpretação. The discussion about the “Northeast” and the political division of the ABSTRACT country regionalization take part in the pathways institutors of history dynamics as a debate that goes beyond all discourses and power circles present in academic, politic, artistic, and literary points of view. This context has provided the structural elements of what can be called the invention or reinvention of spatial identities, place, the northeast region, and subject, the “northeastern” people. This dissertation discusses the musical production and the artistic trajectory of Luis Gonzaga, precisely with his invention of the baião and other genres that are appropriated by the accordionist, which served as structural discourses of the referred identity markers of a northeastern identity. The analysis of the songs (lyrics and rhythms) and the performance of the author served as discursive tactics for the construction of a northeastern imaginary. The baião and other genres played by a stage performance organization, called musical trio, forged a type of music which embedded itself naturally in the processes of identity negotiability with its audience. The discursive translation of northeast and northeastern people was also engendered through images and symbols retrieved from garments of regional traditions (the bandits and the cowboys) and reassigned meaning by the artist within a socially urban context.The musicality of Gonzaga was constructed in an intersection between the northeastern backwoods (backlands) and the urban centers (the civilized lands). It should be noted that this work was constructed in a relationship of history with music and its forms of interpretation.