ANAIS A CONTRIBUIÇÃO DOS 15 ANOS DO SIMPOI AO ESTUDO DA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL: UM ESTUDO BIBLIOMÉTRICO CELSO MACHADO JÚNIOR ( [email protected] ) UNINOVE E USCS MARIA TEREZA SARAIVA DE SOUZA ( [email protected] ) UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO - UNINOVE HENRIQUE CÉSAR MELO RIBEIRO ( [email protected] ) UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO - UNINOVE Resumo O objetivo desta pesquisa é verificar as características da produção científica dos artigos sobre o tema sustentabilidade ambiental no Simpósio de Administração da Produção, Logística e Operações Internacionais – SIMPOI, no período de 1998 a 2011. Para tanto, realizou-se uma pesquisa exploratória e descritiva, com procedimento documental de abordagem qualitativa e quantitativa. A pesquisa identificou 2114 títulos de artigos apresentados no período, sendo que 230 tratam do tema sustentabilidade ambiental. A análise dos dados mostra estabilidade no número de artigos aprovados no evento anualmente, com um crescimento significativo na participação de pesquisas na área de sustentabilidade ambiental. Palavras-chave: sustentabilidade ambiental, bibliometria, produção científica. 1 INTRODUÇÃO O Simpósio de Administração da Produção, Logística e Operações Internacionais – SIMPOI é um evento que ocorre desde 1998 com o propósito de favorecer a aproximação e o debate entre professores, pesquisadores, discentes, empresários e profissionais voltados a Administração da Produção e Operações (SIMPOI 2012). Nesse sentido o SIMPOI se posiciona como um agente de divulgação de pesquisas e descobertas na área de produção e operações. A realização do simpósio favorece assim tanto o estabelecimento de novos relacionamentos, quanto o fortalecimento dos já existentes entre pesquisadores e os profissionais da área. Os artigos apresentados e posteriormente publicados nos anais do simpósio se constituem em um importante elemento de comunicação cientifica. Conforme apontam Curty e Boccato (2005) a comunicação cientifica incide na exposição dos resultados advindos de pesquisas à comunidade cientifica e a especialistas interessados. A cada nova edição do SIMPOI uma comissão especifica delibera os temas que serão abarcados. O enfoque desta comissão é definir enfoques temáticos que tanto consolidem as pesquisas em desenvolvimento quanto incorporem novas tendências de pesquisa na área de Operações no Brasil. Na edição de 2012 que comemora os 15 anos do SIMPOI há dez áreas temáticas, uma delas incorpora os estudos de sustentabilidade das operações, constituindo-se assim em um espaço apropriado para o encaminhamento de produção cientifica voltada para a sustentabilidade ambiental. 1/16 ANAIS Assim, o objetivo neste trabalho é verificar as características da produção científica dos artigos sobre o tema sustentabilidade ambiental no Simpósio de Administração da Produção, Logística e Operações Internacionais – SIMPOI, no período de 1998 a 2011. Martins, Csillag e Pereira (2009) desenvolveram uma pesquisa que levantou o perfil dos participantes do SIMPOI de 1998 a 2008, que identificou a presença dos principais pesquisadores neste evento. Apesar desta pesquisa se voltar para a sustentabilidade ambiental, muitos dos valores totais é esboçado a fim de se estabelecer indicadores para posicionar a área no macro contexto. Desta forma esta pesquisa adicionalmente atualiza os valores de participação de pesquisadores obtidos no estudo anterior. A estrutura do trabalho está organizada em seis seções, incluindo esta seção introdutória. Na seção seguinte é apresentada a fundamentação teórica, enquanto na terceira seção discorre sobre os procedimentos metodológicos. A quarta seção apresenta os resultados da pesquisa, enquanto a quinta seção faz a análise e discussão desses resultados. A última seção se destina as considerações finais. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A fundamentação teórica aborda a produção do conhecimento científico e as pesquisas sobre a produção científica em administração no Brasil. 2.1 A Produção do Conhecimento Científico A produção do conhecimento científico é produto do trabalho de pesquisadores, que têm como uma das suas principais responsabilidades a publicação dos resultados de pesquisa em periódicos e eventos para a comunidade científica da qual faz parte. Bertero, Caldas e Wood Jr (2005) frisam que uma das características importantes do conhecimento científico é a possibilidade de acumulação, pois a produção do conhecimento ocorre no tempo. Não é obra de uma ou algumas pessoas, mas uma seqüência de estudos que levam ao prosseguimento daquilo que outras pessoas iniciaram. Esses sistemas explicativos inserem-se num processo ininterrupto de investigação, o que faz da ciência uma instituição social, dinâmica e cumulativa que amplia de forma permanente e contínua as fronteiras do conhecimento (TARGINO, 2000). O conhecimento científico se fundamenta em investigações desenvolvidas por cientistas e pesquisadores responsáveis por desvendar as proposições. A teoria e os métodos de investigação permitem a verificação e comprovação da veracidade dos fatos. Assim, o conhecimento científico pode ser o resultado de análise e reflexões pontuais que contribuem para vários aspectos, os quais incluem características não só científicas, mas políticas, socioeconômicas, culturais, dentre outras (MOMM, 2009, p.38). Para Lordsleem et al. (2009) uma publicação acadêmica é a expressão do estudo de um autor ou grupo de autores num momento particular. Assim a análise da literatura produzida pode permitir compreender um campo de estudo por meio da verificação quantitativa. Tal dinâmica permite identificar e analisar a base da produção científica de uma determinada área do conhecimento. A recuperação da informação se constitui em uma preocupação quando se torna impossível para um cientista acompanhar o que se produz em sua área de estudo, forçando-o a se especializar cada vez mais. Meis e Leta (1996) frisam que a enorme produção científica disponível demanda dos pesquisadores uma super especialização em áreas específicas do saber, sob pena de não conseguir ler todas as informações pertinentes a determinado tema. 2/16 ANAIS O conhecimento se torna científico, quando a informação é registrada e divulgada, permitindo a sua utilização por outros indivíduos que se apóiam na transmissão por compartilhamento entre os pares, de acordo com Moom (2009). Destarte a comunicação científica desempenha um papel de suma importância porque “consiste na divulgação dos resultados das pesquisas à comunidade científica e a outros especialistas interessados, de forma a favorecer a geração e a disseminação de conhecimentos e de atividades de pesquisas” (CURTY, BOCCATO, 2005, p.106). A comunicação científica é indispensável à atividade científica, pois permite aos membros das comunidades a troca de informações com seus pares, emitindo-as para seus sucessores e/ou adquirindo-as de seus predecessores (TARGINO, 2000). É a comunicação científica que favorece ao produto (produção científica) e aos produtores (pesquisadores) a necessária visibilidade e possível credibilidade no meio social em que produto e produtores se inserem. Há centros, indivíduos e grupos que são mais influentes que outros. Uma das características do conhecimento científico é sua forma de distribuição não equitativa. Se fosse usada uma analogia, a distribuição do conhecimento e de capacitação científica estaria positivamente correlacionada à distribuição de renda e de riqueza, quem mais produz em conhecimento e tecnologia é quem mais avança no processo desenvolvimentista global (BERTERO, CALDAS e WOOD Jr, 2005; MEADOWS, 1999; PRICE 1976). Leite Filho (2008) observou a existência de concentração de autoria vinculada a poucas instituições, que apresentaram as mais altas freqüências relativas nos veículos de publicação estudados, denotando indícios de uma elite de pesquisadores e instituições detentoras dos maiores percentuais de publicação na área de Contabilidade. Estudos anteriores mostraram também essa concentração da produção na área de Recursos Humanos em alguns programas, 50% dos trabalhos apresentados provinham de três instituições (TONELLI, CALDAS, LACOMBE & TINOCO, 2003). 2.2 Produção Científica em Administração no Brasil As produções científicas nas áreas de conhecimento ligadas à administração vem aumentando de volume no Brasil. É possível identificar pesquisadores que elaboram balanços críticos das publicações científicas em diferentes disciplinas, buscando avaliar a qualidade dos trabalhos (HOCAYDEN-DA-SILVA; ROSSONI; FERREIRA JÚNIOR, 2008). A produção da área acadêmica de Administração começou a ser objeto de estudo na década de noventa, a partir dos trabalhos de Siqueira (1988) e Machado-da-Silva, Cunha e Amboni (1990), que analisaram a produção científica brasileira na área de organizações. Bertero, Caldas e Wood Jr (1998, 1999), Wood Jr e Paula (2002) e Fleury (2003) analisaram o campo de administração de forma ampla. Outros trabalhos analisaram campos específicos da administração, entre eles: a área de recursos humanos por Roesch, Antunes e Silva (1997), Caldas, Tonelli e Lacombe (2002), Tonelli et al. (2003), Caldas e Tinoco (2004); a área de estratégia por Bignetti e Paiva (2001, 2002), Bertero, Vasconcelos e Binder (2003), Gosling e Gonçalves (2004); a área de organizações por Bertero e Keinert (1994), Vergara e Carvalho (1995), Vergara e Pinto (2001), Rodrigues e Carrieri (2001), Mac-Allister (2002), Mariz, Goulart e Dourado (2004); a área de marketing por Vieira (1998 e 2003), Froemming et al. (2000a, 2000b); a área de finanças por Leal, Oliveira e Soluri (2003), Camargo, Coutinho e Amaral (2005); a área de sistemas de informação por Hoppen (1998), Hoppen e Meireles (2005); a área de 3/16 ANAIS Administração Pública e Gestão Social por Keinert (2000), Pacheco (2003) e Hocayden-daSilva, Rossoni, Ferreira Júnior (2008); o tema terceiro setor por Iuzuka e Sano (2004). Outros autores que realizaram pesquisas bibliométricas nesta área foram: Rosa e Ensslin (2007) que desenvolveram um estudo exploratório sobre gestão ambiental nos eventos avaliados segundo o critério da CAPES. Sgarbi, Lima, Santos e Falcão (2008) que desenvolveram uma pesquisa bibliográfica em um universo composto pelos anais de alguns congressos e revistas eletrônicas com a finalidade de identificar a produção acadêmica brasileira de Administração e Engenharia de produção na área de sustentabilidade. Os autores identificaram 67 textos que originaram 48 termos na área de sustentabilidade. Os termos foram classificados em quatro quadrantes de ações de sustentabilidade que geram valor ao acionista. Gallon, Souza, Rover e Bellen (2008) que apresentaram um estudo longitudinal da produção cientifica em administração abordando a dimensão ambiental. Moretti e Campanário (2009) que desenvolveram estudo bibliométrico abarcando a produção intelectual brasileira em responsabilidade social empresarial. Leal, Shibao e Moori (2009) que levantaram os principais autores sobre green supply chaim na esfera internacional. A dimensão ambiental foi mapeada por Jabour, Santos e Barbieri (2008), cujo objetivo foi mostrar as principais características de pesquisas publicadas em gestão ambiental empresarial, registrada em seis periódicos nacionais da área de administração no período 1996 e 2005. Os autores apontam que a produção acadêmica brasileira em gestão ambiental empresarial teve seu início e expansão a partir da década de 1990, acompanhando assim, a produção científica internacional. O foco da pesquisa foi o âmbito empresarial da gestão ambiental. Os resultados da pesquisa mostraram que apenas cinco instituições de ensino (EASP/FGV, USP, UFRGS, UFBA e UFSC) foram responsáveis por 60% da produção observada que se mostra atrelada a quatro pesquisadores que tomados em conjunto, correspondem a 32% das pesquisas em gestão ambiental empresarial dos periódicos examinados pelos autores. Os autores abordam na discussão que a produção acadêmica na área de gestão ambiental empresarial apresenta-se modesta nos periódicos de prestigio, comparada ao destaque que vem recebendo em eventos acadêmicos de administração. 3 MÉTODO DE PESQUISA A fim de atender ao objetivo proposto, realizou-se uma pesquisa exploratória e descritiva, com procedimento documental de abordagem qualitativa e quantitativa. Essa pesquisa classifica-se como exploratória pelo pouco conhecimento que se tem a respeito do assunto (SELLTIZ et. al., 1965), da produção de artigos publicados no Simpósio de Administração da Produção, Logística e Operações Internacionais – SIMPOI. Caracteriza-se como pesquisa descritiva pela observação, classificação, análise e interpretação dos estudos ambientais os referidos artigos analisados. O aspecto qualitativo da pesquisa deve-se ao uso da análise de conteúdo, que por meio da pré-análise, segundo Bardin (2009), estabeleceram-se a categorização e a codificação. Caracteriza-se como uma abordagem quantitativa pelo emprego da quantificação tanto na coleta quanto no tratamento dos dados por meio de técnicas estatísticas (RICHARDSON, 1989). 3.1 Procedimentos de coleta de dados A coleta de dados de desenvolveu por meio de pesquisa documental, que se justifica por selecionar, organizar, tratar e interpretar informações que se encontravam em estado bruto e dispersas (BEUREN, LONGARAY, 2003; SILVA, GRIGOLO, 2002). A pesquisa documental buscou informações na base de dados do SIMPOI e envolveu três diferentes 4/16 ANAIS fases. A primeira fase contempla os dados do período de 2005 a 2011 que estão disponíveis no site do SIMPOI (2012). A segunda fase contempla os dados de 2000 a 2004 que foram disponibilizados em meio magnético pela organização do SIMPOI. A última fase contem os dados de 1998 e 1999 disponibilizados em papel pela organização do SIMPOI. Trata-se assim de um estudo longitudinal, com dados de um período de 14 anos, 1998 a 2011. O estudo levantou os dados considerando às seguintes variáveis: ano de publicação, título, autores e respectivas Instituições de Ensino Superior - IES ou empresas vinculados. Vale destacar que para os autores apresentaram mais de um vínculo institucional, este estudo considerou apenas a primeira indicação. 3.2 Procedimentos de análise e classificação dos dados O procedimento de análise dos dados iniciou com a leitura e classificação de 2114 títulos de artigos, buscando palavras-chave que tivessem relação com os aspectos ambientais e socioambientais. Dos 2114 foram encontrados 230 títulos nesse grupo. A classificação dos temas ambientais e socioambientais utilizou a categorização apresentada por Souza et al. (2011) com 26 categorias que incorporam temas pertinentes a área de conhecimento. A figura 1 apresenta a divisão das categorias. De acordo com Bardin (2009, p.145), “as categorias são rubricas ou classes, as quais reúnem um grupo de elementos sob um título genérico, agrupamento esse efetuado em razão das características comuns destes elementos”. Nome da Categoria Análise de Riscos Ambiental Avaliação do Ciclo de Vida Cadeia de Suprimentos Verde Conflitos Socioambientais Contabilidade Socioambiental Desenvolvimento Sustentável Ecodesign Ecoeficiência Economia ambiental Educação Ambiental Energias Alternativas Gestão Ambiental Gestão de Resíduos Inovação ambiental Legislação Ambiental Marketing Verde Palavras-chave Análise de riscos ambientais; Acidente ambiental; Dano ambiental ACV; Análise do ciclo de vida; Avaliação do ciclo de vida Cadeia de suprimento orgânico; Cadeia reversa; Compra verde; Logística ambiental; Logística reversa Conflito ambiental; Conflito socioambiental Contabilidade ambiental; Passivo ambiental Agenda 21; Cidade sustentável; Crescimento sustentável; Desenvolvimento (local/municipal/regional/rural/econômico) sustentável; Ecodesenvolvimento; Footprint; Indicadores de desenvolvimento sustentável; Pegada ecológica; Sustentabilidade e Desenvolvimento Ecodesign Ecoeficiência; Eco-eficiência; Produtividade + Ambiental Compensação ambiental; Externalidade ecológica; Valoração ambiental; Viabilidade ecológica. Educação ambiental Bicombustível; Biodiesel; Etanol; Energia Alternativa; Sucroalcooleiro; Desempenho ambiental; Gestão ambiental municipal; Gestão do meio ambiente; Governança ambiental; Impacto ambiental; Práticas ambientais; Responsabilidade ambiental; Sustentabilidade ambiental. Catador; Coletador de material; Coleta seletiva; Descarte; Gerenciamento /Gestão de resíduos (sólidos/ urbanos); Gestão de perdas; Lixo; Material (reaproveitável/ reciclável); Reaproveitamento; Reciclagem; Redução de desperdício. Inovação ambiental; Tecnologias + Meio Ambiente ICMS Ecológico; Imposto verde; Jurídico-ambiental; Procedimento ambiental legal; licenciamento/ Regulamentação/Política (ambiental) Apelo/ Atributo (ecológico); Atitude + meio ambiente (Eco-atitude); Comportamento (ambiental/socioambiental); Consumidor ambiental; Consumo (consciente/ sustentável/ + Meio Ambiente); Decisão de compra ecológica; Discurso/ Percepção (ambiental); Marketing ambiental; Processo de compra + meio ambiente; Produto sustentável; Propaganda ecológica 5/16 ANAIS Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ONG ambiental Produção mais limpa Recursos Hídricos Recursos Florestais Responsabilidade Socioambiental Rotulagem Ambiental (Certificado de) redução de emissão; MDL; Mercado de carbono; Mudanças climáticas; Protocolo de Kyoto ONG Ambiental, Organização ambientalista, movimento ambientalista, ecologicamente correto. P+L; Produção mais limpa Gestão de recursos hídricos Desmatamento, Florestal, Preservação ambiental, Reserva extrativista Norma socioambiental; Gestão socioambiental; Incorporação de questões ambientais e sociais; Responsabilidade (social/ ambiental/socioambiental) Agricultura orgânica; Alimento orgânico; Produção de orgânicos; Produto orgânico; Selo verde Auditoria ambiental; Certificação ambiental; (Certificação) IS0 14001; SGA; Segurança e Meio Ambiente; Sistema de avaliação de segurança, saúde, meio Sistema de Gestão Ambiental ambiente e qualidade (SASSMAQ); Sistemas de gestão integrados Índice de sustentabilidade; Negócio sustentável; Organização sustentável; Sustentabilidade Empresarial Relatórios de sustentabilidade; Sustentabilidade corporativa. Ecoturismo; Turismo ecológico; Turismo + ambiental Turismo sustentável Figura 2. Categorias de palavras Fonte: Souza et al. (2011). 3.3 Procedimentos de tratamento dos dados Os dados foram armazenados e tabulados em planilhas compatíveis com o software Microsoft Excel 2007 e sua descrição e análise foi realizada pela estatística descritiva, utilizando como principal recurso a distribuição de freqüência e a média. A análise percentual também foi utilizada, pois possibilita a comparação e evita que os números absolutos gerem interpretações errôneas. 4 RESULTADOS DA PESQUISA A Figura 2 compara a evolução do número de artigos na dimensão ambiental e socioambiental com o total dos trabalhos publicados entre 1998 e 2011 no SIMPOI, bem como a percentagem que representam em relação ao total. Figura 2. Evolução dos artigos da sustentabilidade ambiental no SIMPOI de 1998 a 2011. Fonte: Dados da Pesquisa Nota: o eixo das ordenadas esta formatado em escala logarítmica 6/16 ANAIS Os dados mostram uma evolução percentual dos artigos da sustentabilidade ambiental em relação ao total dos artigos apresentados no SIMPOI. O total de artigos apresentados a partir de 2001 apresenta uma discreta evolução ao longo do período com picos superiores em 2006 e 2009. Os artigos da sustentabilidade ambiental apresentam um crescimento significativo, e aleatório durante o mesmo período. Os anos de 1998 e 1999 apresentam valores discretos em comparação com o atual volume trabalhos apresentados no SIMPOI, no entanto os anos de 2000 e 2001 apresentam um significativo acréscimo de artigos com um crescimento superior a 500%, mas com baixa participação da sustentabilidade ambiental. O ano de 2000 é o que apresenta menor participação de trabalhos em sustentabilidade ambiental, mas com expressivo aumento desde então. O somatório dos trabalhos na área de sustentabilidade ambiental do período de estudo é de 230, que representa 10,9% do total de 2114 trabalhos apresentados. A sustentabilidade ambiental foi subdivida em vários temas que nortearam os agrupamentos de palavras-chave em categorias, como mostra a Figura 3. Figura 3. Distribuição dos trabalhos da sustentabilidade ambiental do SIMPOI de 1998 a 2011. Fonte: Dados da Pesquisa Os dados mostram uma predominância de artigos voltados para os temas: cadeia de suprimentos verdes, com 41 trabalhos (17,8%), sustentabilidade empresarial, com 30 trabalhos (13%) gestão ambiental com 29 trabalhos (12,6%) desenvolvimento sustentável com 25 trabalhos (10,9%) e sistemas de gestão ambiental com 21 trabalhos (9,1%). Estes temas representam os de maior interesse dentre os pesquisadores que apresentaram artigos da sustentabilidade ambiental no SIMPOI. Na seqüência aparecem seguintes temas: gestão de resíduos com 9 trabalhos (3,9%), marketing verde com 9 trabalhos (3,9%), responsabilidade socioambiental com 8 trabalhos (3,5%), produção mais limpa com 8 trabalhos (3,5%), ecoeficiência com 7 trabalhos (3,0%), inovação ambiental com 6 trabalhos (2,6%), rotulagem ambiental com 6 trabalhos (2,6%) e turismo ambiental com 4 trabalhos (1,7%). As demais 9 7/16 ANAIS categorias pertencentes às da sustentabilidade ambiental somadas perfazem 14 trabalhos (6,1%). Vale destacar que as categorias contabilidade ambiental, ONG ambiental e recursos hídricos identificadas no trabalho de Souza et al. (2011) não foram identificadas nos artigos apresentados no SIMPOI. A Figura 4 apresenta o desempenho dos temas da sustentabilidade ambiental ao longo do período de análise, complementando assim a informação da Figura 3. Anos de análise Temas da área ambiental 98 99 00 01 02 03 Cadeia de suprimentos verdes 1 Sustentabilidade empresarial 1 1 Gestão ambiental 1 2 Desenvolvimento sustentável Sistema de gestão ambiental 2 1 1 2 1 1 Gestão de resíduos Marketing verde 1 1 2 04 05 06 07 08 09 10 11 Total 1 3 9 2 6 2 6 7 41 1 2 4 2 7 4 4 4 30 3 2 2 5 2 4 6 29 9 1 3 3 3 2 1 1 21 1 1 13 2 2 9 1 1 5 9 1 2 1 2 3 3 3 3 2 2 1 3 3 2 1 1 1 Responsabilidade socioambiental 2 Energias alternativas 2 Produção mais Limpa 1 2 1 1 2 Ecoeficiência 1 1 Inovação ambiental 1 Rotulagem ambiental 1 1 1 1 2 8 1 1 1 1 1 1 Turismo sustentável 2 2 1 1 Análise do ciclo de vida 1 1 Conflitos socioambientais Economia ambiental 1 Mecanismo de desenvolvimento limpo 25 2 8 1 7 1 6 1 6 3 4 1 2 1 2 1 2 1 1 Recursos Florestais 1 2 1 2 1 Análise de riscos ambientais Educação ambiental 1 1 1 Ecodesign 1 Legislação ambiental 1 1 1 Total Geral 3 4 1 5 7 13 11 19 37 15 31 25 24 35 230 Figura 4. Distribuição dos trabalhos da sustentabilidade ambiental por tema e ano de 1998 a 2011 no SIMPOI. Fonte: Dados da Pesquisa Os dados mostram que o tema Cadeia de suprimentos verdes se apresenta em um patamar médio com picos, para mais, nos anos de 2006, 2008, 2010 e 2011. A Sustentabilidade empresarial apresenta um pico em 2008 com sete trabalhos e mantém constante com quatro trabalhos a partir de 2009. O tema gestão ambiental apresenta alternância com picos positivos em 2008 e 2011. O tema desenvolvimento sustentável teve seu melhor ano em 2006 e um triênio constante a partir de 2008, no entanto sem nenhum trabalho em 2011. O tema sistema de gestão ambiental e a gestão de resíduos alterna entre 2 e 3 artigos, em 2003 a 2009 não houve apresentação de trabalhos, no entanto nos últimos dois anos há apenas um trabalho. A responsabilidade ambiental apresenta um pico de cinco 8/16 ANAIS trabalhos em 2011, com anos anteriores pouco expressivos. Vale destacar que os relatórios de sustentabilidade passaram a ser publicados pelas empresas a partir de 2000, utilizando predominantemente a metodologia da GRI, e a criação do Índice de Sustentabilidade Empresarial- ISE Bovespa em 2005. Esses fatos podem ter contribuído para o acréscimo de trabalhos sobre sustentabilidade empresarial a partir de 2005. A Figura 5 apresenta os oito autores com maior número de artigos em sustentabilidade ambiental no período de 1998 a 2011 no SIMPOI. Além da apresentação do nome dos autores com maior volume de publicação no SIMPOI, a Figura 6 apresenta adicionalmente a quantidade de docentes com três, dois e um artigos respectivamente. Figura 5. Distribuição da participação dos autores nos artigos da sustentabilidade ambiental no período de 1998 a 2011 no SIMPOI. Fonte: Dados da Pesquisa A pesquisadora Mônica Cavalcanti Sá de Abreu, vinculada a Universidade Federal do Ceará – UFC, aparece em destaque com nove artigos na área de sustentabilidade ambiental de um total de 12 artigos apresentados. Os dados demonstram que a pesquisadora. Na sequência, o pesquisador José Carlos Barbieri, vinculado a Fundação Getúlio Vargas – FGV, com sete artigos na sustentabilidade ambiental de um total de 16 artigos apresentados. Os dados apontam ainda os pesquisadores, José Carlos Lázaro da Silva Filho (Universidade Federal do Ceará - UFC), Maria Tereza Saraiva de Souza (Universidade Nove de Julho - UNINOVE) e Paulo Roberto Leite (Mackenzie - UPM) com cinco artigos na sustentabilidade ambiental. Os pesquisadores, André Pereira de Carvalho (Fundação Getulio Vargas – FGV), Mario Prestes Monzoni Neto (Fundação Getulio Vargas – FGV e Sandra Rolim Ensslin (Universidade Federal de Santa Catarina). Adicionalmente outros quinze pesquisadores com três participações, 57 pesquisadores com duas participações e 351 pesquisadores com uma participação no SIMPOI na área de sustentabilidade ambiental. A média do total de autores por artigo de 2,3 é bastante próxima à média de autores da sustentabilidade ambiental de 2,4. Com relação ao total de autores observa-se que no período de 1998 a 2001, os artigos apresentavam em sua maioria um ou dois autores, no entanto no ano de 2001 ocorreu um significativo aumento de artigos com vários autores. A partir de 2002 9/16 ANAIS observa-se a limitação máxima de três autores por artigo. No período de 2002 a 2011 a média de autores por artigo aumenta de 2,0 para 2,5 representando um acréscimo de 25%. Comportamento semelhante pode ser observado nos artigos da sustentabilidade ambiental. O volume total de artigo de 2114 se distribui da seguinte forma: 323 artigos com um autor, 870 artigos com dois autores, 893 artigos com três autores e 28 artigos com quatro ou mais autores. Os artigos voltados a sustentabilidade ambiental apresentaram o seguinte perfil 25 artigos com um autor, 89 artigos com dois autores, 114 artigos com três autores e dois artigos com quatro autores. As análises a seguir retratam as participações de autores, condição esta que contabiliza o total de participações dos autores nos diversos artigos apresentados. Exemplificando um artigo de um único autor contabiliza apenas este autor, enquanto um artigo de três autores contabilizará os três autores, razão esta que justifica o número de participação de autores 4875 serem superior ao de artigos 2114. Conforme destacado 4875 participações de autores pode incorporar um mesmo autor nos vários artigos que tenha apresentado. No entanto ao se considerar apenas uma vez o autor de forma independente da quantidade de artigos que tenha apresentado obtemos o número de 2822 autores ao longo do período de análise. Sintetizando a denominação autor considera apenas o pesquisador, enquanto a denominação participação de autores considera todas as participações referentes ao autor. De forma análoga para a sustentabilidade ambiental o volume de 553 expressa as participações dos autores. Excluindose as repetições temos a participação de 431 autores em sustentabilidade ambiental. A Figura 6 apresenta as catorze Instituições de Ensino Superior - IES com maior volume de publicações em sustentabilidade ambiental de um total de 101 IESs e dezoito empresas que apresentaram artigos dentro na área. Vale destacar que um total de 435 IESs e empresas participaram do SIMPOI por intermédio de apresentação de artigos científicos. Figura 6. Distribuição de artigos científicos na sustentabilidade ambiental pelas catorze principais IESs no SIMPOI de 1998 a 2011. 10/16 ANAIS Fonte: Dados da Pesquisa Nota 1: Eixo das ordenadas está formatado em escala logarítmica e Nota 2: D.A.S. = Dimensão Ambiental da Sustentabilidade Esses dados apontam para duas variáveis importantes para a análise: a primeira mostra a quantidade total de participação dos autores de determinada IES no SIMPOI; enquanto a segunda apenas a quantidade que contempla a sustentabilidade ambiental. A terceira coluna do gráfico indica o valor percentual da segunda variável em relação à primeira – estabelecendo assim a percentagem da participação dos artigos da sustentabilidade ambiental em relação ao total de participação dos autores de cada IES. A análise do total de participação de autores (conforme contextualização já referenciada participação de autores é diferente de quantidade de autores) segundo a IES a que estão filiados demonstra que a instituição com maior participação foi a Fundação Getulio Vargas – FGV com 499 pesquisadores, em seguida a Universidade de São Paulo - USP com 385 e em terceiro a Universidade Presbiteriana Mackenzie - UPM com 242 participações de pesquisadores. Na sequência aparece a Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC com 211 pesquisadores, a Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR com 168 e a Universidade Federal do Ceará – UFC com 108 participações de pesquisadores. Analisando o desempenho das IESs segundo a participação de autores na sustentabilidade ambiental e o índice que aponta sua participação em relação ao total produzido na respectiva IES identificamos a maior participação da Fundação Getulio Vargas – FGV com 47 (9,4% do total da IES) participações de autores, na sequência a Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC com 41 (19,4% do total da IES) participações de autores, a Universidade de São Paulo – USP com 36 (9,4% do total da IES) participações de autores, a Universidade Federal do Ceará – UFC com 29 (26,9% do total da IES) participações de autores e a Universidade Presbiteriana Mackenzie – UPM com 28 (11,6% do total da IES) participações de autores, copondo assim o grupo das cinco IESs com maior participação de trabalhos na sustentabilidade ambiental. Vale destacar ainda a Universidade Técnica Federal do Paraná - UTFPR que possui nove trabalhos na sustentabilidade ambiental em um total de 24 participações de autores da IES, estabelece a maior colaboração relativa (37,5%) observada entre as catorze IESs com autores mais participativos no SIMPOI no período de 1998 a 2011. 5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Os artigos publicados nos anais do SIMPOI (SIMPOI, 2012) estão disponíveis no portal a partir do ano de 2005 e os artigos do período de 2000 a 2004 são disponibilizados em mídia eletrônica. Destarte é possível afirmar que esses trabalhos se configuram em componentes de divulgação do conhecimento como proposto por Moom (2009). Esses artigos são corriqueiramente citados em artigos apresentados em congressos científicos e periódicos o que corrobora Targino (2000) e Curty e Boccato (2005). Os dados mostraram uma evolução quantitativa e percentual de artigos voltados à sustentabilidade ambiental no período de 1998 a 2011 no SIMPOI. Este contexto se distancia dos observados no estudo desenvolvido por Jabour, Santos e Barbieri (2008) que apontaram os anos de 2002 e 2003 como àqueles de maior produção de artigos da dimensão, no caso dos artigos apresentados no SIMPOI os anos subseqüentes a estes indicados mostram uma evolução dos trabalhos em sustentabilidade ambiental com pico superior nos anos de 2006 e 2011. 11/16 ANAIS Os aumentos de participação dos trabalhos em sustentabilidade ambiental ocorrem após um pico negativo no ano de 2000. O ano de 2006, com 37 trabalhos é o melhor desempenho quantitativo e o ano de 2011 dom 35 trabalhos e índice de 18,1% é o melhor desempenho percentual dos trabalhos em sustentabilidade ambiental. O ano de 2007, com 15 trabalhos, expressa um pico negativo na tendência de crescimento observada desde o ano de 2000. Tais dados confirmam as afirmações de Targino (2000) e Bertero, Caldas e Wood Jr (2005), que o conhecimento científico é obra de muitas pessoas feitas por uma seqüência de estudos que levam ao prosseguimento daquilo que outras iniciaram, criando um processo ininterrupto de investigação, que amplia de forma permanente as fronteiras do conhecimento. Os dados mostram uma predominância de artigos voltados para a cadeia de suprimentos verdes com 17,8% do total, sustentabilidade empresarial com 13%, gestão ambiental 12,6%, desenvolvimento sustentável com 10,9% e sistema de gestão ambiental com 9,1%. A cadeia de suprimento verdes com assunto de maior destaque se distingue do estudo em teses e dissertações desenvolvido por Souza et al. (2011) no qual o tema não aparece em destaque. No entanto se aproxima do estudo da referida autora no destaque para os temas sustentabilidade empresarial, gestão ambiental e desenvolvimento ambiental. Neste sentido os referidos temas se materializam como de maior interesse para os pesquisadores da área. Vale destacar que a diversidade de subáreas e temas mostra que os trabalhos desse campo do conhecimento estão se especializando, para maior aprofundamento dos estudos, o que pode favorecer um melhor conhecimento da área conforme aponta Lordsleem et al. (2009). Dentre as catorze IESs com maior participação de pesquisadores no SIMPOI na sustentabilidade ambiental oito encontram-se na região sudeste (FGV, USP, UPM, UNINOVE, UFRJ, UNISANTOS, UNIP e UFSCAR) três encontram-se na região sul (UFSC, UFRGS e UTFPR) e três na região nordeste (UFC, UFPE e UFCG). Tal composição vai ao encontro das conclusões de: Bertero, Caldas e Wood Jr., (2005); Meadows, (1999); Price (1976); Leite Filho (2008); Tonelli et al. (2003); e Jabour, Santos e Barbieri (2008) que mostram a concentração de autoria vinculada a poucas instituições de ensino. Os pesquisadores em sustentabilidade ambiental que se destacaram como os mais prolíferos nesse período foram: Mônica Cavalcanti Sá de Abreu, José Carlos Barbieri, José Carlos Lázaro da Silva Filho, Maria Tereza Saraiva de Souza, Paulo Roberto Leite, André Pereira de Carvalho, Mario Prestes Monzoni Neto e Sandra Rolim Ensslin. Na sequência identifica-se 15 autores com três publicações, 57 autores com duas publicações e 351 autores com uma publicação. Estes dados apresentam aderência às conclusões de: Bertero, Caldas e Wood Jr., (2005); Meadows, (1999); Price (1976); Leite Filho (2008); Tonelli et al. (2003); e Jabour, Santos e Barbieri (2008) em que se observa concentração de autoria vinculada tanto a poucas instituições de ensino, quanto ao número reduzido de pesquisadores. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo neste trabalho foi verificar as características da produção científica dos artigos sobre o tema sustentabilidade ambiental no Simpósio de Administração da Produção, Logística e Operações Internacionais – SIMPOI, no período de 1998 a 2011. A análise dos dados mostra estabilidade no número de artigos que participam do evento, com um acréscimo na participação do campo do conhecimento voltado para a sustentabilidade ambiental que apesar de possuir uma média de 10,9% em relação ao volume, apresentou uma maior participação nos últimos quatro anos. 12/16 ANAIS Os artigos voltados para a cadeia de suprimentos verdes, sustentabilidade empresarial, gestão ambiental, desenvolvimento sustentável e sistema de gestão ambiental se mostraram predominantes em relação às demais categorias de temas tratados pela sustentabilidade ambiental. Dentre as seis IESs mais participantes do SIMPOI cinco são a que apresentam pesquisadores com maior participação, a exceção é a Universidade de São Paulo que apesar de ser a terceira em volume de participação com o tema da sustentabilidade ambiental não apresenta nenhum pesquisador dentre os mais prolíferos. A principal limitação deste estudo foi a ausência da informação sobre o vínculo institucional dos pesquisadores nos anos de 1998 e 1999, fator este que pode causar um pequeno impacto na análise dos resultados das IESs. Os dados mostram que 12 autores (2,1% considerando o total de 553) apresentaram esta ausência de informação. Recomenda-se para futuras pesquisas a execução de levantamento da sustentabilidade ambiental, tanto no Simpoi como em outros eventos Qualis/Capes, incluindo a rede de colaboração de autoria. REFERÊNCIAS BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. 5 ed. Lisboa: Edições 70, 2009. BERTERO, C. O.; CALDAS, M. P.; WOOD JR, T. Produção científica em administração de empresas: provocações, insinuações e contribuições para um Debate Local. In: ENCONTRO ANUAL DA ANPAD, 22, 1998, Foz do Iguaçu. Anais... Rio de Janeiro: ANPAD, 1998. BERTERO, C. O.; CALDAS, M. P.; WOOD JR. 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