Quinta-feira, 19 de janeiro de 2012 Jornal de Brasília Mais tempo na ativa ELZA FIÚZA/ABR ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, defendeu que o governo estabeleça uma idade mínima para aposentadoria. Segundo ele, a idade média é de 51 anos, no caso das mulheres, e 54 anos para os homens. Garibaldi afirmou que, além do Brasil, apenas Irã e Equador não possuem uma idade mínima para aposentadoria. "Já pensaram nessas companhias?" Em maio passado, ele sugeriu, em audiência na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, a fixação da idade mínima de 65 anos. A nova faixa etária valeria para quem entrasse no mercado de trabalho a partir da aprovação da medida. Na ocasião, sugeriu aos senadores a implantação progressiva. Segundo a Previdência, seria um pouco acima da média atual de aposentadoria e a cada dois anos aumentaria um ano, até chegar aos 65. Embora tenha feito críticas ao fator previdenciário, em sua opinião, "muito cruel", o ministro disse que ele não pode ser simplesmente eliminado, mas substituído por alguma outra regra, como a idade mínima. O fator é um cálculo usado para desestimular o trabalhador a pedir a aposentadoria cedo. Com isso, ele contribui por mais tempo, o que influencia a redução do deficit da Previdência. A fórmula leva em conta o tempo de contribuição, a idade e a expectativa de vida da população. O Quanto mais novo o trabalhador pedir a aposentadoria somada a uma expectativa de vida alta no País, o valor será menor. “O governo ainda não tem uma conclusão, um projeto que leve a essa alternativa tendo em vista que o fator previdenciário representa um ganho de R$ 10 bilhões. Eu acredito que exista alternativa que poupe mais o previdenciário desse sacrifício, que represente o fator, que além do mais, não é muito transparente”, disse. Atualmente, o trabalhador pode se aposentar com qualquer idade, contanto que tenha um tempo de contribuição de 30 anos, no caso das mulheres, e 35, no caso dos homens. Contudo, devido ao fator, quanto menor é a idade do segurado, menor é o valor do benefício. Também existe a possibilidade de aposentadoria por idade: 60 anos para as mulheres e 65 para os homens. PENSÕES Após a aprovação do fundo de previdência complementar dos servidores públicos (veja matéria abaixo), o governo pretende encaminhar um projeto de lei para "disciplinar" a concessão de pensões pela Previdência. Garibaldi evitou, no entanto, se comprometer com uma data para enviar a proposta. Segundo ele, é preciso buscar um consenso com outros ministérios. Uma das mudanças que deve ser promovida é a definição de um prazo de carência para que seja concedido o benefício. O ministro citou como exemplo o caso de segurados do INSS que, ao contribuírem uma única vez, deixam para mulher e filhos uma pensão que, em alguns casos, pode ser vitalícia. Garibaldi também mencionou a possibilidade de o beneficiário perder a pensão caso volte a se casar, por exemplo. Garibaldi busca alternativa para substituir o fator previdenciário SAIBA + O deficit das contas do Regime Geral da Previdência Social somou R$ 36,541 bilhões em 2011, uma queda de 22,3% em relação a 2010, quando o saldo negativo foi de R$ 47,050 bilhões (os números estão corrigidos pelo INPC). Foi o melhor resultado desde 2002, com o deficit somou R$ 30 bilhões. Em dezembro, a Previdência registrou superavit de R$ 4,885 bilhões, crescimento de 32,6% em relação a dezembro de 2010, quando o saldo foi de R$ 3,686 bilhões. Em 2011, foram arrecadados R$ 251,202 bilhões e pagos R$ 287,743 bilhões. Fundo para servidor federal O primeiro projeto a ser votado pelo plenário da Câmara dos Deputados na volta do recesso parlamentar, a partir de 2 de fevereiro, é o que cria um novo regime de previdência para os funcionários públicos federais. Trata-se da Fundação de Previdência Complementar dos Servidores Públicos Federais (Funpresp). O projeto tramita em regime de urgência constitucional. Por isso, nenhuma matéria poderá ser votada antes dele, exceto medidas provisórias. Se aprovada e transformada em lei, como quer o governo, irá garantir que os servidores a serem contratados sejam regidos por um modelo de previdência complementar, a ser estabelecido por meio dos fundos de previdência do Legislativo, do Judiciário e do Executivo. O projeto prevê a criação de três fundos de previdência complementar nos moldes dos que atendem aos funcionários dos bancos públicos e de grandes estatais. Pelo modelo proposto, os servidores irão contribuir com 8,5% de seus salários e a União com mais 8,5%. A previsão do relator da matéria na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara, de- 29 INDENIZAÇÕES APOSENTADORIA l Ministro insiste em idade mínima para aliviar o deficit da Previdência ECONOMIA putado Rogério Carvalho (PT-SE), é que, seguindo esse percentual de depósitos mensais durante 35 anos, o funcionário se aposente com 91% do salário da ativa. Hoje, segundo ele, os benefícios giram em torno dos 89%. Instalado o novo modelo, o governo passará a garantir apenas o pagamento da aposentadoria segundo os critérios da Previdência Social, como ocorre com qualquer trabalhador da inciativa privada. O teto está em cerca de R$ 3.900. “Se o servidor contribuir por mais tempo ou com percentual maior do que os 8,5%, ele pode se aposentar com salário acima do previsto. Ele também pode optar por não participar do fundo e se aposentar apenas com o teto da Previdência”, explicou o deputado. A proposta visa encontrar uma solução para o deficit da Previdência. Caso vire lei, as contribuições dos servidores não irão mais para a conta geral da União e sim para um dos fundos, que irão investir o dinheiro para alcançar rentabilidade que garanta as aposentadorias. Com isso, o governo não ficará mais responsável por cobrir o pagamento dos benefícios em caso de deficit. DPVAT em 2011 bate recorde O número de indenizações pagas pelo seguro obrigatório para Danos Pessoais Casados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT) em 2011 foi recorde, ao crescer 45% em relação a 2010. No ano passado, 366.356 pessoas receberam mais de R$ 2,287 bilhões, em casos de morte, invalidez permanente e reembolso de despesas médicas. Chama atenção o fato de que mais de 51% dos acidentados estarem na faixa de 18 a 34 anos, onde se concentra a maior parte da população economicamente ativa do País. Outro fato alarmante é o crescimento de 58% dos casos de invalidez permanente em relação ao ano anterior. Em 2011 foram pagas 239.738 indenizações. A imprudência no trânsito, como a combinação de álcool e direção, alta velocidade e a falta do uso do cinto de segurança nas estradas, tem causados acidentes cada vez mais graves”, aponta o diretor-presidente da Seguradora Líder DPVAT, administradora do seguro, Ricardo Xavier. As estatísticas apontam que 58.134 pessoas receberam indenização por morte em 2011. Outras 68.484 receberam reembolso de despesas médicas. Como o pedido do benefício pode ser feito em até três anos, esses números podem aumentar. Por categoria de veículo, as motos são, mais uma vez, as grandes vilãs, com 65% dos acidentes indenizados. Em 2011, considerando os casos de invalidez permanente, os acidentes com motocicleta representaram 72% das indenizações. Ainda segundo as estatísticas, em cerca de 77% dos casos envolvendo todas as categorias de veículo e diversos tipos dano, a vítima é homem. GRATUITO No Brasil, quem sofre acidente de trânsito tem direito ao DPVAT. As situações indenizadas são: morte (R$ 13.500) ou invalidez permanente (até R$ 13.500, dependendo do tipo de invalidez), e reembolso de despesas médicas (até R$ 2.700). O próprio acidentado ou herdeiro pode dar entrada no pedido de indenização e/ou de reembolso, não sendo necessário advogados ou intermediários, já que o procedimento é simples e gratuito. Basta juntar a documentação necessária e levar ao ponto de atendimento mais próximo. Mais informações: SAC DPVAT: 0800 022 12 04. Site: www.dpvatsegurodotransito.com.br