2A opinião A GAZETA CUIABÁ, QUARTA-FEIRA, 2 DE MARÇO DE 2011 Dejamil em férias Entre o BRT e o VLT? A Editorial falta de investimentos na malha viária é apontada como o principal entrave do trânsito de Cuiabá, que possui uma demanda de 30 mil passageiros no horário de pico e congestionamentos semelhantes aos grandes centros brasileiros. O centro de Cuiabá é um capítulo à parte, com ruas estreitas, fica completamente intransitável. Em Várzea Grande, o maior ponto de estrangulamento do trânsito fica por conta da Avenida da FEB, ponto de maior fluxo entre os dois municípios. O sistema atual de transporte usado em Mato Grosso é precário e inviável. O sistema de transporte urbano está cada vez mais defasado. Como não teve seu crescimento planejado, Cuiabá sofre as consequências, mas está prestes a dar um grande passo rumo a um futuro melhor para aqueles que dependem Como não teve seu de um transporte público de massa de qualidade. Com os trilhos cortando as crescimento principais avenidas, fazendo as planejado, ligações necessárias para atender Cuiabá sofre as nossa população e aos turistas, a consequências cidade, ou melhor, os representantes do povo, poderão escolher entre um degrau acima para a solução do trânsito de veículos e pedestres, com sustentabilidade ambiental, ou a emissão de poluentes causados pela queima de combustível. O poder público não tem recursos para promover essa revolução. O dinheiro ‘emprestado’ e garantido, segundo as autoridades, está destinado apenas ao chamado Buss Rapid Transit (BRT) linhas exclusivas para ônibus, que têm na capital paranaense de Curitiba a cidade pioneira na América Latina. Até Nova Iorque copiou o ‘ligeirinho’. Mas, por que não unir, integrar BRT ao Veículo Leve sobre Trilho (VLT)? Entendimentos nesse sentido começaram para valer na terça-feira quando diretores da Agecopa iniciaram uma discussão da questão na Assembleia Legislativa. O deputado estadual José Riva defende o VLT, alegando menos custos nas desapropriações, já que serão utilizados os canteiros centrais das avenidas e o sistema poderá estar pronto em um ano. A Agecopa, através de seu presidente Yênes Magalhães, considera o projeto inviável. Uma proposta apresentada na década de 1990 previa a construção de dois ramais do metrô/VLT, um no eixo Aeroporto Marechal Rondon até a região do CPA e outro interligando a região do Coxipó até a região do bairro Santa Rosa. A Agecopa considera que o restante da cidade seria excluído. A opção é teoricamente simples: a iniciativa privada arcaria com as formas de construção e concessão. Já há na Assembleia, projeto de lei que dispõe sobre Parcerias Público-Privadas (PPPs). A Agecopa alega que não haveria demanda para a implantação do VLT. Quem garante? Quanto custaria essa revolução para os passageiros? ou o retrocesso? Exame, ruim com ele e pior sem ele O exame da OAB para o exercício da advocacia é uma espécie louca de remendo do ensino de direito cosido em tecido puído. Apesar de tudo (e de todos que se opõem a ele) ruim com ele e pior sem. Embora, valha HÉLCIO CORRÊA GOMES reconhecer, por amor aos fatos, que ele se tornou fonte de rendas. O mais grave nele, no entanto, é seu conteúdo igualado ao de concurso público, que se nega a aferir a capacidade real. Trata-se no rigor de cena de teatro do absurdo repetida (três vezes ao ano) e cansativa. Uma ironia grotesca, que tenta ocultar com trapos furados uma luz forte, que retém no gargalo quatro milhões de bacharéis ludibriados nas escolas jurídicas do giz e saliva frouxa. De fato, hoje há bacharéis que não defendem a si próprios, ao responderem as provas elementares do direito, A propalada reserva do mas há outros de igual ou maior mercado advocatício monta que têm habilidades com insurge na seletividade ou direitos especializados e que são (improdutivamente) escolhas livres dos clientes derrubados pelas provas capciosas ou inúteis dos profissionais às atividades da advocacia. Desde 1994 o exame de ordem vem sendo aplicado de modo obrigatório, mas ao ficar endurecido, enfrenta resistência no judiciário federal. No Recurso Extraordinário nº 603583, que teve repercussão geral reconhecida pelo STF e que deverá, ainda, ser julgado pelo plenário, já ficou reconhecida a necessidade de pacificar a discussão constitucional. O que demanda doravante aguardar pela Justiça Federal, de modo a evitar muitas decisões judiciais conflitantes, conforme prediz o ministro-presidente do STF, ao suspender a liminar do TRF no Ceará, que permitia a inscrição de bacharéis de direito sem exame de ordem. Recentemente um juiz federal em Mato Grosso optou por atiçar mais a lenha nessa fogueira, determinando que reprovados fossem inscritos na OAB. A decisão acabou “ revogada pelo TRF em Brasília. A advocacia é arquitetura máxima do pensar jurídico. Não registro de disco rígido de microcomputador, que armazena e dispõe no mecânico da informação solicitada. A faculdade mais pífia peca. Ela proporciona apenas aprendizado do pragmatismo cego e ignora o pensar jurídico evoluído. A OAB idem - por cobrar de maneira prioritária a memória residual codificada, que a gente na profissão prefere aprender como achar rápido, o que se procura na legislação, deixando o cérebro livre para tarefa de arquitetar uma boa defesa com lógica e tecnicidade impecável. A sorte de tudo é que a vida em si se protege bem. Num país, onde se advoga sem apólice de resseguro para cobrir eventual perda de direito, por incúria ou incompetência, se a decisão do pleno do STF for pela inconstitucionalidade, tudo pode expor, ainda mais, ao cidadão humilde. Aqui pode estar um custo social elevadíssimo. A propalada reserva do mercado advocatício insurge na seletividade ou escolhas livres dos clientes dos profissionais. Dos 8 mil advogados atuantes no Mato Grosso, por exemplo, estão sobrecarregados de clientes pouco mais de 110. Além do que é preciso formar mais de mil bacharéis e habilitarem quase trezentos por ano na OAB local para se entrar dois com êxito duradouro na advocacia. E mercadologicamente para OAB nacional não seria desprezível recolher mais 4 milhões de anuidades. Desta maneira, a discussão do exame de ordem não se pode apenas fundamentar no fator econômico, mas na defesa ou não do social e da ordem legal. Idem o STF na decisão de mérito, que ocorrerá em breve, no Recurso Extraordinário, que tende a pacificar o tema, mantendo ou retirando a peneira, que traz significativa dificuldade à indústria plastificada (amarrada com barbantes velhos) do ensino de direito nacional. HÉLCIO CORRÊA GOMES É ADVOGADO E DIRETOR TESOUREIRO DA AATRAMAT E CONSULTOR DA COMISSÃO NACIONAL DE DIREITOS SOCIAIS DA OAB FEDERAL. EMAIL: [email protected] Respeito à história da minha terra C omentamos sobre diversos assuntos que estão ligados ao setor turístico como a falta de infraestrutura em pontos estratégicos, a situação do aeroporto e até o atendimento na área de saúde. Ressalto que não faço críticas, apenas avalio OIRAN GUTIERREZ determinadas situações vivenciadas pelos nossos turistas. Quem sou eu para dizer o que anda certo ou errado na saúde. Respeito a opinião de pessoas como o renomado médico Gabriel Novis Neves, com quem convivi quando estudava engenharia na UFMT, nosso eterno reitor, que tem pontuado como anda a nossa saúde. Apenas sinalizei um fato, que caracteriza descaso no atendimento com o turista na Capital. Valorizo muito a nossa cidade, pois sou um cuiabano de coração. Minha empresa está instalada aqui há mais de 28 anos. Meu reconhecimento se Sou mato-grossense, fui criado no estende ainda a pessoas Pantanal de Santo Antônio de que estão lutando muito Leverger, às margens direita do rio Itiquira. Nasci em uma em prol do nosso turismo ‘meu‘ cidade que, infelizmente, com a divisão do Estado, ficou para Mato Grosso do Sul, Rio Verde. Adoro Cuiabá, meus três filhos são desta querida cidade, além de minha esposa. A cultura daqui é única e admirada por turistas de todos os lugares. Aprecio o rasqueado, as danças do cururu e siriri, o artesanato regional e a gastronomia. Acredito que em nenhum outro “ A GAZETA www.gazetadigital.com.br Propriedade da Gráfica e Editora Centro-Oeste Ltda. Rua Professora Tereza Lobo, 30 Bairro Consil - Cuiabá-MT CEP 78.048-700 - Fone: (0xx65) 3612-6000 Redação - fax: (0xx65) 3612-6330 DEPARTAMENTO COMERCIAL Rua Professora Tereza Lobo, 30 Bairro Consil - Cuiabá-MT CEP 78.048-700 - Fone: (0xx65) 3612-6199 - Fax: (0xx65) 36126306 [email protected] [email protected] Assinatura - 3612-6110 [email protected] Serv. atendimento ao assinante [email protected] - 3612-6166 Classificados - 3612-6167 [email protected] REPRESENTAÇÃO COMERCIAL FTPI - Matriz: Alameda dos Maracatins, nº 508 - 9 andar - Moema - São Paulo Capital - CEP: 04089-001 Fone/Fax - (0xx11)2178-8700 www.ftpi.com.br canto se faz um peixe tão bom como o nosso. Nossa cultura é fantástica e deve ser valorizada em todos os sentidos. E o povo é um caso à parte, único, sem igual, mal te conhece e já torna seu amigo há anos... Eta gente boa desta terra de Dom Aquino Corrêa. Relembro aqui o meu ídolo, o saudoso Seo Oliveira, com a sua sabedoria, criou a Festa Internacional do Pantanal, o evento que reuniu todas as riquezas da nossa terra, além da mostra do potencial turístico de nossas regiões. Ele deu início a um evento tão importante que, infelizmente, foi interrompido no governo anterior. Meu reconhecimento se estende ainda a pessoas que estão lutando muito em prol do nosso turismo. Cito como exemplo o ex-diretor da Embratur e fundador da Empresa de Turismo em Mato grosso, Francisco Lacerda, a empresária Vitória da Riva, premiada internacionalmente, e o empresário André Thuronyi o grande assessor da Eco-92, que estão lutando há mais de três décadas pelo fortalecimento do ecoturismo em Mato Grosso. Infelizmente, eles não estão sendo consultados para os projetos de roteirização que são propostos para a Copa, isto é uma falta de reconhecimento dos talentos locais. Consideramos uma injustiça! OIRAN GUTIERREZ É PRESIDENTE DO SINDICATO DAS EMPRESAS DE TURISMO DE MATO GROSSO (SINDETUR) E PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DO FÓRUM DE EMPRESÁRIOS DE TURISMO DE MATO GROSSO. E-MAIL: [email protected] DIRETOR ADMINISTRATIVO Adair Nogarol [email protected] DIRETORIA COMERCIAL José Carlos Teixeira de Carvalho [email protected] Carlos Eduardo Dorileo Carvalho [email protected] DIRETORA DE REDAÇÃO Margareth Botelho (0xx65) 3612.6309 [email protected] EDITORA EXECUTIVA Janã Pinheiro (0xx65) 3612.6327 [email protected] EDITOR DE ARTE Cláudio Castro - (0xx65) 3612.6315 [email protected] EDITOR DE POLÍTICA (0xx65) 3612-6318 [email protected] EDITORA DE ECONOMIA Fabiana Reis (0xx65 ) 3612-6319 [email protected] EDITORA DE GERAL Andréia Fontes (0xx65) 3612-6321 [email protected] EDITOR DE ESPORTE Oliveira Junior (0xx65) 3612-6322 [email protected] EDITORA DO VIDA E ZINE Liana D’ Menezes (0xx65) 3612-6324 [email protected] RESULTADO PARCIAL Você concorda com a decisão da Justiça Federal de extinguir o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)? NÃO. Deve continuar até por outros estudantes que fizeram passaram. A prova é seletiva, os melhores ficam. Os cursos deveriam ser assim como a OAB. ALAN JEAN DA SILVA OLIVEIRA, 21, GERENTE COMERCIAL SIM. O que vai demostrar se a pessoa é um bom profissional é a sua atuação. Um advogado terá tempo para pesquisar, estudar cada caso em que decidir atuar. TAYANI CAMPELO, 18, ESTUDANTE NÃO. O exame deve continuar para selecionar os bons profissionais no mercado de trabalho. Acho que a Justiça Federal está complemente errada em querer extinguir a prova. FERNANDA CERQUEIRA, 25, UNIVERSITÁRIA 51.47% Sim 47.84% Não Ponto Contraponto alança comercial brasileira registra tanol hidratado inicia março a R$ Bfevereiro, superávit de US$ 1,199 bilhão em E 1.375,00 o metro cúbico, alta de com as exportações somando 1,89% ante os R$ 1.349,50 registrados US$ 16,733 bilhões. em 28 de fevereiro. O Cairo é aqui! A té o final do ano passado, quando alguém falava em Egito, KEKA WERNECK aqui no Brasil e talvez em muitos lugares do mundo, o que vinha à cabeça? Pirâmides, faraós mumificados, Cleópatra, rio Nilo e hieróglifos. Talvez poucos se lembrassem ao menos que o Egito fica ao Norte do continente africano, na chamada África branca, embora no Egito haja diversidade étnica, mas é fato que predomina a herança europeia. A surpreendente revolta popular que sacudiu o Cairo - capital do Egito abrindo 2011 e se estendendo até os dias atuais, manda um aviso incômodo aos governantes do mundo todo: em qualquer regime, são os povos que elevam e tiram do poder quem bem entendem. Para o status quo, o perigo egípcio de agora vai mais além da queda do ditador Hosni Mubarak, há 30 anos no poder. O problema é que manifestações podem se espalhar e já estão inspirando trabalhadores não só daquela região, mas também de outras partes do mundo. “O Cairo é aqui!” reivindicam trabalhadores do Estado norteamericano de Wisconsin. Na Revolta de Wisconsin, que tem sido comparada com a do Egito, o que os trabalhadores querem é que o governador republicano eleito em novembro de 2010, Scott Walker, já apelidado de ‘Mubarak do Midwest’, não elimine direitos dos funcionários públicos, que querem negociar os termos dos seus contratos. Essa revolta é uma das mais significativas do sindicalismo nos Estados Unidos nas últimas décadas, mas é um assunto que tem sido pouco REDAÇÃO Fone (065) 3612-6000 ADMINISTRAÇÃO DIRETOR SUPERINTENDENTE João Dorileo Leal [email protected] Enquete EDITOR DE SEGUNDA-FEIRA Waldemir Felix (0xx65) 3612-6317 [email protected] EDITORA DE SUPLEMENTOS Rita Comini (0xx65) 3612-6323 [email protected] GAZETA DIGITAL [email protected] (0xx65) 3612-6320 divulgado aqui. Afinal, é tudo muito longe da gente: Egito, Líbia, Tunísia, Wisconsin... E há um enorme risco em simplificar essas realidades para entendê-las a toque de caixa. Talvez o mais importante seja compreender que o sistema econômico internacional está de fato em colapso, as populações não suportam mais a superexploração e isso não é diferente em lugar nenhum. Mubarak não é um gestor ruim somente porque é ditador, mas porque, por ser ditador, não ouve os anseios populares e isso interfere na qualidade de vida das pessoas, empobrecidas, em um país que exibe poços de petróleo. Esse assunto foi debatido no sábado (26/02) após palestra aberta do historiador Domingos Sávio, do Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores (PT). O diálogo foi promovido pela corrente O Trabalho, do PT, no Sindicato dos Bancários. “A gente não sabe nada sobre essa região porque na escola a gente só aprende sobre a história dos Estados Unidos e da Europa. Parece que o resto do mundo é só adorno”, disse o palestrante. Agora, o Egito se faz presente, protagonista, em nossa vida, nos telejornais, e não sabemos nada sobre a atual realidade desse país. Porém, para além da nossa ignorância geográfica e sociopolítica, vem do Cairo uma lição muito contemporânea e fácil de entender: é impossível mumificar o desejo de mudança, que alimenta corações aqui e acolá. Um dia a casa cai. KEKA WERNECK É JORNALISTA EM CUIABÁ. E-MAIL: [email protected] ARTICULISTAS NACIONAIS Arnaldo Jabor, Ricardo Noblat, Reginaldo Leme, Drauzio Varella, Paulo Coelho, Gaudêncio Torquato, Arthur Virgílio e Aquiles Rique Reis. ARTICULISTAS LOCAIS Alfredo da Mota Menezes, Lourembergue Alves, Eliás Januário, Claudinet Coltri Júnior, Pedro Nadaf e Giancarlo Piazzeta. COLUNISTAS Fernando Baracat, Ungareth Paz, Saulo Gouveia e Dani Viana. Cartas para as seções de Opinião e Do Leitor: Rua Professora Tereza Lobo, 30 - Bairro Consil - Cuiabá-MT CEP 78.048-700 - Fax: (0xx65) 3612-6330 [email protected] AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS Estado, Folha, Associated Press, Carta Z, Canal 1, Agência Brasil e Alô Comunicação. 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