CAPA CONTEÚDO DO CD Este trabalho é constituído de 23 resumos de pesquisas realizadas na região do São Francisco e em outras áreas APRESENTAÇÃO Os resumos aqui reunidos foram apresentados na segunda edição do WORKSHOP RIO SÃO FRANCISCO: cultura, identidade e desenvolvimento, este ano, voltado para o olhar do ribeirinho sobre as mudanças em seu modo de vida, evento que reuniu entre os dias 03 e 04 de agosto de 2004, na Fundação Universidade Federal Vale do São Francisco – UNIVASF, Campus Juazeiro, professores, pesquisadores, alunos de pós-graduação e graduação de diferentes áreas e instituições e populações ribeirinhas do São Francisco, buscando a socialização do conhecimento produzido, não apenas sobre esta área, promovendo o aprofundamento do debate sobre cultura, identidade e desenvolvimento, focalizando questões pertinentes ao ribeirinho, tendo em vista as mudanças ocorridas nos últimos sessenta anos, possibilitando um importante intercâmbio de informações. REALIZAÇÃO Além da Universidade Salvador – UNIFACS, através do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Urbano – PPDRU contamos com a parceria da Fundação Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), através do Colegiado de Ciências Sociais, a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Albright College/EUA e Companheiros das Américas – Comitê Bahia/Pennsylvania. APOIO Tivemos o apoio da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas – FCDL e da Petrobras. COMISSÃO ORGANIZADORA Professores: • Profª. Drª. Regina Celeste de Almeida Souza – UNIFACS • Profª. Drª. Alba Regina Neves Ramos – UNIFACS • Prof. Dr. Alcides dos Santos Caldas – UNIFACS • Profª. Drª. Lúcia Marisy Souza Ribeiro de Oliveira – UNIVASF • Prof. Dr. Nilton de Almeida Araújo – UNIVASF • Profª. Drª. Miriam Souza – Companheiros das Américas (Comitê Bahia/Pennsylvania) Doutorandos: • Carlos Eduardo de Oliveira – PPDRU/UNIFACS • Cremildo Atanazio de Souza – PPDRU/UNIFACS • Saulo José dos Santos – PPDRU/UNIFACS Mestra: • Veralucia Alcântara Borges dos Santos – PPDRU/UNIFACS Mestrandos: • Ari Soares Lima – PPDRU/UNIFACS • José Reindo Canário Spinola – PPDRU/UNIFACS • Leomar Borges dos Santos – PPDRU/UNIFACS COMISSÃO CIENTÍFICA • Profª. Drª. Regina Celeste de Almeida Souza – UNIFACS • Profª. Drª. Alba Regina Neves Ramos – UNIFACS • Prof. Dr. Alcides dos Santos Caldas – UNIFACS • Profª. Drª. Maria das Graças Sodré Fraga Maia - UNIFACS • Profª. Drª. Maria Leny S. Oliveira – UNIFACS/Campus Feira • Profª. Drª. Lúcia Marisy Souza Ribeiro de Oliveira – UNIVASF • Prof. Dr. Nilton de Almeida Araújo – UNIVASF • Profª. Drª. Acácia Batista Dias – UEFS • Prof. Dr. Wilson Pereira de Jesus – UEFS • Profª. Drª. Elizabeth Kiddy – Albright College – EUA GRUPO DE TRABALHOS TEMÁTICOS GT1 – CULTURA E IDENTIDADE COORDENADOR Prof. Dr. Paulo Roberto Ramos – UNIVASF Nº AUTOR(ES) TÍTULO 01 Karen Sasaki A Contribuição da Geografia Humanística para a Compreensão do Conceito de Identidade de Lugar 03 Dante Severo Giudice Cultura e Desenvolvimento em Juazeiro 04 Veralucia Alcantara Borges dos Santos Ação Pastoral no Semiárido Nordestino 06 Patrícia Guerra Azevedo Identidade, Cultura e o Desenvolvimento Sanfranciscano através dos Hábitos Alimentares 07 Natalia Coimbra de Sá Culturas Locais, Culturas Globais: Possibilidades para o Desenvolvimento Regional 08 Débora Safira Andrade Histórias, Contos, Lendas e Tradições das Comunidades Ribeirinhas do Rio São Francisco GRUPO DE TRABALHOS TEMÁTICOS GT2 – DESENVOLVIMENTO COORDENADOR Prof. Dr. Edivaldo Boaventura – UNIFACS Nº AUTOR(ES) TÍTULO 01 Cremildo Atanazio de Souza Política Pública de Minoração da Pobreza a Partir do uso de Oleaginosas para a Produção de Biodiesel na Região de Morro do Chapéu no Estado da Bahia. 02 Nilton de Almeida Araújo Modernização no Vale do São Francisco em Questão: uma Proposta de Análise Crítica a partir da História das Ciências. 03 Laís Sampaio Machado Ciência, Técnica e Tecnologia no Vale do São Francisco e a Faculdade de Agronomia do Médio São Francisco (Famesf, 1960-19836) 04 Maria Cândida Arrais de Miranda OPARÁ: Energias Renováveis e Desenvolvimento Regional Mousinho 05 Edcarlos Mendes da Silva, Guiomar Desterritorialização sob as Águas de Sobradinho: Ganhos e Desenganos Inez Germani 06 Márcia Aparecida Procópio da Silva Análise do Território de Identidade Sertão do São Francisco (Ba) via Metodologia Scheer, Denise Silva Magalhães de Integração em Ambiente Sig. 07 Roberto Malvezzi 08 Carlos Eduardo Cardoso de Oliveira, A Extensão Universitária como Ferramenta de Desenvolvimento Regional Saulo José dos Santos Rocha 09 Chelly Costa Souza, Naira Brandão, A Diversidade do Artesanato no Vale do São Francisco e seus Impactos Bruno Freitas Neiva Socioeconômicos em Juazeiro/Petrolina, Barra/Xique-Xique 10 Carmélia Amaral Território Turístico 11 Maria das Graças Sodré Fraga Maia Educação no Vale do São Francisco 12 Leomar Borges dos Santos, Veralucia Território, Identidade e Desenvolvimento. Alcantara Borges dos Santos 13 Ari Soares Lima A Transposição do Rio São Francisco e a População Ribeirinha. Poder Econômico no Território do Litoral Norte Baiano II Workshop Rio São Francisco Cultura, identidade e desenvolvimento. Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida. PODER ECONÔMICO NO TERRITÓRIO DO LITORAL NORTE BAIANO Ari Soares Lima ¹ Resumo O presente artigo discorrerá sobre a questão do poder econômico, sua constituição e repercussões no território, denominado como Costa dos Coqueiros, onde, segundo o governo do estado da Bahia, serão investidos, de forma privada, dois bilhões de dólares nos próximos sete anos para a construção de hotéis e condomínio de segunda residência. Tem-se por poder econômico “a capacidade de captar valor e usar para realizar um determinado tipo de acumulação de capital” (Pedrão, 2009.), que é representado nesse artigo, pelo uso do capital na atividade turística. Com base nesse referencial teórico e marco territorial, aprofunda-se a discussão do poder econômico do turismo como agente aglutinador da vida social e reprodutor de espaços em constante mutação, cada vez mais diferenciados em função dos diferentes graus de concentração de capital, refletindo nas manifestações da atividade e produção social. Palavras-chaves: Poder econômico, território e desenvolvimento ¹ Mestrando em Desenvolvimento Regional e Urbano e Especialista na Gestão de Recursos Humanos, ambos pela Universidade Salvador – UNIFACS. Membro do Grupo de Pesquisa em Turismo e Meio-Ambiente – GPTURIS/PPDRU/UNIFACS. E-mail: [email protected] 4 II Workshop Rio São Francisco Cultura, identidade e desenvolvimento. Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida. A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA COMO FERRAMENTA DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL Carlos Eduardo Cardoso de Oliveira1 Saulo José dos Santos Rocha2 Resumo O presente trabalho pretende evidenciar os elementos constitutivos da ação extensionista da Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS, buscando aprofundar a discussão sobre o papel e o potencial de contribuição da universidade no debate sobre o desenvolvimento regional. Tendo em vista a situação atual e as perspectivas do ensino superior no Brasil, torna-se importante a discussão sobre o papel que as instituições universitárias podem assumir na sua região de inserção. Neste contexto, a extensão, indissociável do ensino e da pesquisa, pode configurarse como elemento de articulação entre as políticas públicas governamentais e o fazer universitário, contribuindo para o fortalecimento social e econômico das regiões. Assim, o presente artigo apresenta uma perspectiva do conceito de Estado, da complexidade das relações entre os diversos atores sociais envolvidos na relação Estado e universidade, das políticas de Estado e das políticas de governo, das concepções sobre a teoria da política pública, das relações entre a extensão universitária e as políticas públicas, bem assim, de como as organizações universitárias podem orientar-se para o desenvolvimento da sua região, a partir do estudo de caso da UEFS. Palavras-chave: extensão universitária, desenvolvimento regional, políticas públicas 1 Doutorando em Desenvolvimento Regional e Urbano pela Universidade de Salvador - UNIFACS Bacharel em Administração (1999) e Especialista em Finanças Empresariais (2001), ambos pela Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS. Mestre em Gestão Integrada das Organizações (2004) pela Universidade do Estado da Bahia - UNEB. Atualmente é Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental da Secretaria da Administração do Governo do Estado da Bahia, à disposição UEFS, como Assessor Chefe de Desenvolvimento Organizacional. Professor Assistente mesma Universidade. E-mail: [email protected] 2 Doutorando pela Universidade Salvador (UNIFACS), Mestrado em Administração Avançada pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB) em 2003, Especialista em Finanças Empresarial pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Graduado em Administração pela UEFS. Atualmente é administrador da UEFS no cargo de gerente da divisão de assuntos acadêmicos. É professor assistente da UEFS. Email: [email protected] 5 II Workshop Rio São Francisco Cultura, identidade e desenvolvimento. Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida. TERRITÓRIO TURÍSTICO Carmélia Amaral1 Resumo Lugares selecionados onde se estrutura o território turístico possuem características singulares constituídas pelos seus elementos primários, atrativos e atrações, que definem a atividade turística, e elementos secundários como, instalações, equipamentos e serviços que facilitam o consumo turístico. Quando um território é incorporado ao imaginário turístico, os seus recursos são convertidos em produtos turísticos, tornando-se necessário definir algumas normas específicas, para que ocorra uma organização adequada desse espaço territorial como: legislações que definam os limites da atividade e o uso correto dos recursos; adaptação das estruturas territoriais às novas funções; organização do território turístico, definindo seus espaços em zonas, pólos ou outras categorias; criação de novas formas espaciais como parques temáticos , resorts , campos de golf e outros; articulação de novas funções produtivas; promoção de investimentos seletivos , a partir do diagnóstico de necessidades identificadas num inventário minucioso; inserção de tecnologias para aumentar a eficiência e a competitividade. Dentre os territórios turísticos de maior significação estão os centros antigos das cidades onde se concentram atrações, serviços, produções culturais, equipamentos e patrimônios. Os territórios turísticos requerem um repensar em seus espaços, de forma que tenham serviços orientados para a demanda, infraestrutura compatível, revitalização de áreas degradadas, construção e ou adequação de espaços para o lazer, além de normas para o uso correto dos recursos naturais e culturais. O território turístico pode ser criado e recriado sem necessariamente ser transformado. Palavras-chave: território turístico, planejamento, produto turístico 1 Mestre em Geografia( UFBA), Pós-graduada em Turismo(Cepom/Factur), Especializada em Tourism Destination Management (George Washington University) Especialização em Ecoturismo ( El Instituto Interamericano del Turismo), Consultora na área de turismo. Professora do Curso de Turismo da Faculdade Olga Mettig. E-mail: [email protected] 6 II Workshop Rio São Francisco Cultura, identidade e desenvolvimento. Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida. A DIVERSIDADE DO ARTESANATO NO VALE DO SÃO FRANCISCO E SEUS IMPACTOS SOCIOECONÔMICOS EM JUAZEIRO/PETROLINA, BARRA/XIQUE-XIQUE Chelly Costa Souza1 Naira Brandão2 Bruno Freitas Neiva3 Resumo: O Vale do São Francisco apresenta um patrimônio natural e cultural diversificado tendo no artesanato uma marca identitária fortemente expressiva da cultura das comunidades locais. Carrancas produzidas em madeira ou em barro, tiveram mais representatividade no passado, passam por transformações ao lado da cerâmica decorativa continuam a expressar o simbolismo dos ribeirinhos. Diante desse cenário se insere o presente artigo, cujo foco de estudo refere-se a produção artesanal feita nas cidades de Juazeiro, Barra, Xique-Xique e Petrolina (PE). Embora a produção artesanal seja uma forma de sobrevivência de muitas comunidades brasileiras, nessas localidades a produção ainda acontece de forma incipiente, sem de fato contribuir para a geração de emprego e renda, desencadeando assim uma forma de subsistência. A pesquisa vem sendo desenvolvida através de levantamento bibliográfico e documental e entrevistas. É importante destacar que esse estudo se encontra em andamento e faz parte Projeto de Pesquisa Rio São Francisco: cultura, identidade e desenvolvimento. Palavras-chave: Vale do São Francisco. Artesanato. Impactos. 1 Mestre em Análise Regional e Bacharel em Turismo pela Universidade Salvador (UNIFACS). Pesquisadora do GPTURIS (Grupo de Pesquisa em Turismo e Meio Ambiente) do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Urbano da Universidade Salvador — PPDRU e Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano – Curso Técnico em Turismo e Hotelaria – Campus Uruçuca/Bahia. e-mail: [email protected] 2 Bacharel em Turismo pela Universidade Salvador (UNIFACS). Ex-bolsista de Iniciação Científica e Pesquisadora do GPTURIS (Grupo de Pesquisa em Turismo e Meio Ambiente) do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Urbano da Universidade Salvador — PPDRU. E-mail: [email protected] 3 Bacharelando em Economia pela Universidade Salvador (UNIFACS). Bolsista de Iniciação Científica - FAPESB. Pesquisador do GPTURIS (Grupo de Pesquisa em Turismo e Meio Ambiente) do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Urbano da Universidade Salvador — PPDRU. E-mail: [email protected] 7 II Workshop Rio São Francisco Cultura, identidade e desenvolvimento. Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida. POLÍTICA PÚBLICA DE MINORAÇÃO DA POBREZA A PARTIR DO USO DE OLEAGINOSAS PARA A PRODUÇÃO DE BIODIESEL NA REGIÃO DE MORRO DO CHAPÉU NO ESTADO DA BAHIA. Cremildo Atanazio de Souza1 Resumo O artigo pretende relatar a situação atual da Cooperativa de Produção e Comercialização da Agricultura Familiar de Morro do Chapéu e Região (COOPAF), enquanto Arranjo Produtivo Local (APL), composto por integrantes da Agricultura Familiar, como braço executor da Política Pública de minoração da pobreza a partir do uso de oleaginosas para a produção de biodiesel. Nesta perspectiva, aborda-se o conceito de APLs e seus principais objetivos e buscase relacioná-los ao processo de aglomeração que permeia as redes existentes entre os cooperados, no processo de produção de oleaginosas para o biodiesel. Aborda-se também a inserção do Biodiesel como matriz energética nacional e o papel da COOPAF, como órgão de representação do território estudado. É feito um estudo comparativo da situação de aporte de recursos na região antes e depois do surgimento da COOPAF, como elemento efetivo de política pública de minoração da pobreza. Por outro lado, relata-se o processo de mudança da produção agrícola da região pelo agricultores familiares, com o crescimento da produção de oleaginosas, especificamente a mamona em detrimento de outras culturas até então prevalentes. Palavras Chaves: Oleaginosas. Arranjos Produtivos Locais, Biodiesel, Pobreza, 1 Doutorando em Desenvolvimento Regional e Urbano da UNIFACS, Professor da Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS. E-mail: [email protected] 8 II Workshop Rio São Francisco Cultura, identidade e desenvolvimento. Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida. CULTURA E DESENVOLVIMENTO EM JUAZEIRO Dante Severo Giudice1 Resumo O presente trabalho analisa cultura e desenvolvimento em Juazeiro, cidade situada no norte da Bahia, às margens do Rio São Francisco, considerada capital cultural da região sanfranciscana. Considera-se, de modo interrelacionado, o campo das representações e do imaginário, e as dinâmicas, conflitos e interações entre os grupos sociais. Verifica-se que determinadas manifestações culturais, de um lado, apresentam-se como elementos ora destacados, ora obliterados, na formação cultural local, e, de outro, constituem-se como meios através dos quais se representa a região. Observa-se que o Samba de Véio do Rodeador, a Procissão dos Penitentes na Semana Santa, a Lenda do Nego D´Água, a produção artesanal das carrancas, sobretudo as de barro de Ana das Carrancas, dentre outras, constituem a identidade cultural da cidade. Entretanto essa diversidade cultural não vem se traduzindo como fonte de desenvolvimento, talvez por falta de divulgação, talvez por falta de incentivo. O certo é que esse desenvolvimento está atrelado ao agronegócio, uma vertente muito vulnerável pelas características que tem. O aproveitamento do turismo cultural é sem dúvida uma alternativa de desenvolvimento consistente. Palavras-chave: Cultura, Desenvolvimento, Manifestações Culturais, Juazeiro. 1 Doutorando em Geografia pelo NPGEO / UFS Geógrafo/ Mestre em Geografia/UFBA, Geólogo, Prof. Assistente do IFCH / UCSAL. E-mail: [email protected] 9 II Workshop Rio São Francisco Cultura, identidade e desenvolvimento. Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida. HISTÓRIAS, CONTOS, LENDAS E TRADIÇÕES DAS COMUNIDADES RIBEIRINHAS DO RIO SÃO FRANCISCO Debora Safira Andrade1 Resumo Este texto apresenta as lendas, tradições e histórias que povoam o imaginário da população que vive às margens do rio São Francisco, à luz do relatório técnico de pesquisa de campo do historiador Márcio Santos, que participou da Expedição Halfed, realizada entre 14 de outubro e 18 de novembro de 2001, percorrendo aproximadamente 85% da extensão do rio São Francisco. Essa expedição foi uma das principais ações promovidas pela Campanha Rio São Francisco Patrimônio Mundial, que teve como objetivo central, elaborar um dossiê para enviar à UNESCO, a fim de ser reconhecido como patrimônio cultural da humanidade o acervo histórico, artístico e natural do entorno deste rio. Ainda traz a contribuição de alguns artigos publicados na edição especial da revista on line Jangada Brasil - Velho Chico: Tradições, Lendas e História do rio São Francisco - e estudos de Zanoni Neves sobre os remeiros. Por fim, elenca o patrimônio cultural, imaterial, apresentado pelos autores acima referidos. Palavras-chave: Rio São Francisco; População Ribeirinha, Patrimônio Cultural Imaterial 1 Mestre em Análise Regional pela UNIFACS, Bacharel em Turismo pela UNIFACS. E-mail [email protected] 10 II Workshop Rio São Francisco Cultura, identidade e desenvolvimento. Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida. DESTERRITORIALIZAÇÃO SOB AS ÁGUAS DE SOBRADINHO: GANHOS E DESENGANOS Edcarlos Mendes da Silva1 Guiomar Inez Germani2 Resumo O trabalho a ser apresentado trará resultados parciais da Dissertação de Mestrado homônimo, realizado no Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia, sob orientação da Profa. Dra. Guiomar Inez Germani, que discute as consequências espaciais da construção da Barragem de Sobradinho para as populações deslocadas da área, mais especificamente no município de Remanso-BA, parte reassentada na nova sede, construída pela CHESF, parte alocada em lotes em áreas de Caatinga, e ainda um terceiro grupo, que deixou a área, em direção ao PEC da Serra do Ramalho ou para outras regiões. A história local, a memória dos atingidos e a experiência dos planejadores constituem as principais fontes do trabalho. A análise geográfica é empreendida a partir da desterritorialização das comunidades, a propósito do projeto de desenvolvimento do Estado, que demonstrou por discurso e por ações a concepção das comunidades locais como “cidadãos de segunda classe”, ou obstáculo a ser superado, ao tempo que apresentou as novas moradias, especialmente a nova cidade, planejada, materializando um discurso modernizante, nos moldes geopolíticos da época, e oportunizado por classes sociais locais. Palavras-chave: desterritorialização, comunidades, barragem 1 Mestrando em Geografia pelo Instituto de Geociências da UFBA, E-mail: [email protected] Doutora em Geografia pela Universidad de Barcelona (1993), Mestra em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1982) e. Professora vinculada ao corpo permanente do Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Pesquisadora do CNPq e líder do Grupo de Pesquisa GeografAR. E-mail: [email protected] 2 11 II Workshop Rio São Francisco Cultura, identidade e desenvolvimento. Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida. GESTÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS NO BRASIL Edivaldo Machado Boaventura1 Resumo O artigo aborda aspectos da gestão das bacias hidrográficas no Brasil, considerando o atual cenário de desenvolvimento econômico e social. Tendo em vista o aumento considerável da população, a cultura do desperdício da água, a visão de abundância e de recurso inesgotável que ainda vigora em vários setores, são aqui tratados os aspectos legais e institucionais, a outorga do direito de uso da água, os conflitos relacionados ao uso abusivo, e o problema da escassez. Palavras-chave: gestão de bacias, desperdício, bem econômico, aspectos legais, conflitos, escassês 1 Graduou-se em Direito (1959) e em Ciências Sociais (1968), Doutor em Direito e Docente Livre de Economia (1964), pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). É Mestre (1980) e Ph. D. em Administração Educacional (1981) (Penn State), U.S.A.. Especialização em Economia du Développement, Faculté du Droit et dês Sciences Économiques de Paris (1965) e École Pratique des Hautes Études (Paris 1965). Curso de Desenvolvimento Econômico (Sudene/Cepal 1961) e Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia pela Escola Superior de Guerra (ESG) (1989). Pós-doutorou-se na Universidade du Québec, Montreal (1995). É professor emérito da UFBA (2006), professor da Universidade Salvador (Unifacs, 2006). Atua na área de ensino e pesquisa em Educação Superior, dos Afrodescendentes e História da Educação, e Metodologia da Pesquisa. 12 II Workshop Rio São Francisco Cultura, identidade e desenvolvimento. Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida. THE SÃO FRANCISCO RIVER AND THE FORMATION OF BRAZILIAN NATIONAL IDENTITY Elizabeth Kiddy, Albright College1 In this paper I examine the ways that the São Francisco became the repository of the dreams and desires of the nineteenth century Brazilian elite to fulfill the nation’s own manifest destiny, that of grandeza. As the title “River of National Unity” would come to express in the first decades of the twentieth century, at the root of the desire to tame the São Francisco was the urge to create and articulate the meaning of Brazilian national identity. National identity is built on the amazingly strong foundations of imagination and territorial expanse – dreams and dirt. Rather than being simply a static page on which the processes of history are projected, territorial space and the understanding of that space has played an active role in the ways that national histories unfold. An important part of the equation, however, and one that has only recently entered the historiography is the control over and management of water resources. I would like to suggest that the projects of the late twentieth century – hydroelectric, irrigation, and the transposition of the river – must be understood in its context of being just the most recent in a line of projects that the central government has dreamed for the São Francisco River since the earliest days of the nation. Palavras-chave: Rio São Francisco, identidade nacional, território 1 Ph.D. em História, Professora Associada de História do Albright College e Diretora do Centro de Estudos Latino Americanos e Caribenhos. E-mail: [email protected] 13 II Workshop Rio São Francisco Cultura, identidade e desenvolvimento. Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida. A CONTRIBUIÇÃO DA GEOGRAFIA HUMANÍSTICA PARA A COMPREENSÃO DO CONCEITO DE IDENTIDADE DE LUGAR Karen Sasaki1 Resumo Este artigo propõe-se a discutir o conceito de identidade de lugar no contexto da globalização. Hall (2000), Bauman (1999), Pearce (2003), Berger & Huntington (2004) são uníssonos em afirmar que a globalização não é mais uma opção disponível, mas uma realidade com a qual se convive, inevitavelmente. Sustentam que não existe uma única globalização, mas muitas globalizações que influenciam a configuração das identidades humanas das culturas local e global. As identidades são dinâmicas (HALL, 2001; MENDES, 2002; BAUMAN, 2005), construídas socialmente e assumem um sentido para com o indivíduo através da linguagem e sistemas simbólicos representativos (WOODWARD, 2000; HALL, 2000; MENDES, 2002). Possuem relação direta com o ambiente. O conceito de identidade de lugar construído a partir da interrelação entre as análises dos diferentes níveis de referências espaciais e sociais. De acordo com, Proshansky, Fabian & Kaminoff (1983) quando afirmam que o ambiente físico é um contexto social de relações e integração entre indivíduos no qual se desenrolam processos de ordem, desordem, diversidade, estimulação e imagens. Foram utilizados como moldura teórica os clássicos da Geografia Humanística: Carl Sauer, John Wright, David Lowenthal, YiFu Tuan, Edward Relph e Anne Buttimer; porquanto essa corrente teórica valoriza o ser humano e revaloriza os conceitos de paisagem, lugar e região destacando a existência dos sujeitos e seu sentimento de pertencimento a um espaço. O lugar assume, então, uma personalidade, uma essência vital que se faz presente na história de cada sujeito favorecendo a relação com ele através das suas transformações no decorrer dos tempos. Palavras-chave: identidade, globalização, lugar, espaço. 1 Doutora em Desenvolvimento Regional e Urbano. Mestre em Análise Regional. Bacharel em Ciências Sociais. Toda a formação cursada na Universidade Salvador - UNIFACS. Este artigo é realizado à partir da tese de Doutorado intitulada Identidade de lugar de moradores de Porto Sauípe-Ba: um estudo sobre os reflexos da intervenção turística na subjetividade social com a orientação da Profª Drª Regina Celeste de Almeida Souza E-mail: [email protected]. 14 II Workshop Rio São Francisco Cultura, identidade e desenvolvimento. Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida. CIÊNCIA, TÉCNICA E TECNOLOGIA NO VALE DO SÃO FRANCISCO E A FACULDADE DE AGRONOMIA DO MÉDIO SÃO FRANCISCO (FAMESF, 1960-19836) Laís Sampaio Machado1 Resumo A institucionalização das ciências e as inovações técnicas e tecnológicas relacionadas, no Vale do São Francisco no século XX, considerando suas relações com o desenvolvimento regional, em especial a constituição de uma rede de agências e agentes voltadas para a modernização produtiva, incluindo o papel científico e educacional que o curso de Agronomia da FAMESF ocupa na constituição de um campo cultural na região, constituem o foco deste trabalho. Com a investigação histórica a partir de documentações escritas, seja com entrevistas desenvolvidas a partir do aporte teórico-metodológico da história oral ou a localização de atas, programas, projetos, artigos, etc., referentes à Faculdade de Agronomia do Médio São Francisco (FAMESF), têmse a objetividade do projeto de pesquisa, e assim, fundamentos para realizar um levantamento de informações referentes à Faculdade, desde a sua implantação em Juazeiro - Ba, na década de 1960 a 1983 no contexto regional do Vale do São Francisco e suas articulações entre ciência, técnica e tecnologia. Palavras-chave: inovações tecnológicas, desenvolvimento regional, ciência 1 Graduanda do curdo de Engenharia Civil pela Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF. Artigo realizado à partir do Projeto: Modernização, Ciência e Técnica no Vale do São Francisco: sociedade civil e sociedade política no século XX sob orientação do Prof. Dr. Nilton de Almeida Araújo. E-mail: [email protected] 15 II Workshop Rio São Francisco Cultura, identidade e desenvolvimento. Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida. TERRITÓRIO, IDENTIDADE E DESENVOLVIMENTO. Leomar Borges dos Santos1 Veralucia Alcantara Borges dos Santos2 Resumo Este artigo tem como objetivo discorrer sobre os conceitos de território, identidade e desenvolvimento. É preciso observar e entender como se revelam os atores sociais, a construção de alternativas para sua sobrevivência, bem como o modo como se agregam e buscam transformar a sociedade, suas relações de poder, as formas de intervenção, o espaço, seus interesses para o território e qual o modelo de desenvolvimento desejam, visto que a dinâmica social produz e reproduz processos de grande complexidade. Esses processos são regulados pelas instituições, que se efetivam em um complexo dinâmico de relações sócio-econômicas culturais e políticas, incluindo o meio ambiente. Logo, outro “olhar” se amplia para o desenvolvimento, a partir do local para o global, reafirmando a identidade, os elementos que a distinguem, as diferenças que a tornam singular no universo inevitável da globalização. A organização social, tanto em suas ações exógenas quanto endógenas, desenha o território de “baixo para cima”, ou seja, a partir do reconhecimento de suas identidades e da valorização dos ativos locais (potencialidades, vocações, oportunidades, vantagens, restrições etc.) Palavras-chave: território, identidade e desenvolvimento 1 Mestrando em Desenvolvimento Regional e Urbano – PPDRU/UNIFACS. Especialista em Gestão do Terceiro Setor- FACIBA e Bacharel em Administração – UFBA. Este artigo é fruto da dissertação de Mestrado em Desenvolvimento Regional e Urbano do programa de Pósgraduação em Desenvolvimento Regional e Urbano – PPDRU/UNIFACS intitulada Península de Itapagipe, Salvador/Bahia – Transformações e Ação Política de 1940 a 2010 tendo como orientadora a Profª Drª Alba Regina Neves Ramos. E-mail:[email protected] 2 Mestre em Desenvolvimento Regional e Urbano, Bacharel em Turismo, ambos pela Universidade Salvador- UNIFACS. Membro do Grupo de Pesquisa e Turismo e Meio-Ambiente PPDRU/UNIFACS. Membro do Projeto de Pesquisa Rio São Francisco: cultura, identidade e desenvolvimento. Este artigo é fruto da dissertação de Mestrado em Desenvolvimento Regional e Urbano do programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Urbano – PPDRU/UNIFACS defendida em junho/2010 tendo orientação da Profª. Dra. Regina Celeste Almeida Souza. E-mail: [email protected] 16 II Workshop Rio São Francisco Cultura, identidade e desenvolvimento. Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida. ANÁLISE DO TERRITÓRIO DE IDENTIDADE SERTÃO DO SÃO FRANCISCO (BA) VIA METODOLOGIA DE INTEGRAÇÃO EM AMBIENTE SIG. Márcia Aparecida Procópio da Silva Scheer1 Denise Silva Magalhães2 Resumo As regiões tropicais semi-áridas correspondem a ecossistemas frágeis, e, conseqüentemente, susceptíveis a processos de degradação socioambientais com efeitos significativos na vulnerabilidade local e com repercussões sobre a sustentabilidade de seus territórios. A deficiência hídrica atua como fator restritivo e dificulta as condições biostásicas do sistema natural com importantes impactos na qualidade de vida das comunidades dessas regiões. Este projeto em andamento tem o objetivo de analisar a vulnerabilidade e as perspectivas de sustentabilidade do Território de Identidade Sertão do São Francisco (BA) por meio de uma metodologia de integração em ambiente de Sistema de Informação Geográfica, a partir de indicadores ambientais, sociais, econômicos e político/institucionais, visando apresentar alternativas que contribuam para a compreensão desses problemas formulando, assim, diagnósticos positivos que impulsionem ações para sua resolução. Os materiais utilizados são: dados secundários (IBGE, SEI, PRONAF) e imagens de satélite. Deve-se destacar que, é muito importante a realização deste tipo de pesquisa na área por a mesma abranger significativa extensão territorial, cujo perfil agrícola dá suporte a duas realidades distintas: primeira, a produção de frutas para exportação e outros produtos agrícolas destinados à indústria e, segunda, a produção familiar e de subsistência que sofrem diretamente com as adversidades do local e, também, pela atual discussão sobre o uso racional da água no país e a Transposição do Rio São Francisco. A abordagem metodológica desta pesquisa será quali-quantitativa. Como resultado final, espera-se obter um banco de dados integrado (numérico e espacial) em SIG para a realização de análises e correlações sobre a área de estudo. São previstos como produtos desta pesquisa, por exemplo: caracterização dos sistemas produtivos; o mapeamento das áreas que sofrem com a escassez hídrica, a elaboração de uma metodologia de estudo, entre outros. Palavras-chave: Território de identidade, agricultura familiar, agronegócio, transposição 1 Doutora em Engenharia Agrícola. Profª Adjunto I da Universidade Federal da Bahia – IGEOUFBA. E-mail. [email protected] 2 Mestre em Análise Regional pela Universidade Salvador – Unifacs, Profª Assistente III da Universidade Federal da Bahia – IGEO/UFBA. [email protected] 17 II Workshop Rio São Francisco Cultura, identidade e desenvolvimento. Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida. GESTÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS Comparação Brasil - EUA Márcio Costa Fernandes Vaz dos Santos1 Resumo O exercício de comparação de políticas de gestão de bacias hidrográficas pode ser conduzido sob distintas premissas. Temos a possibilidade de importação de modelos completos para aplicação imediata; importação de diretrizes gerais com adaptação às realidades locais; e utilização de modelo externo apenas como referência teórica para fundamentação de modelo nacional. Em contexto de análise epistemológica podemos hipotetizar que as diferentes abordagens trazem conceito implícito de ganhos de eficiência (elimino, portanto, a importação por modismo inconsciente). Por sua vez, podemos observar que o conceito de eficiência também é subjetivo, e pode ter conotações sociais, políticas, ambientais e econômicas. Nesta perspectiva, o grande número de combinações possíveis de motivação e justificativa levariam à conclusão (anárquica) de que todos os modelos de gestão nacional são únicos, e que a análise comparativa nunca terá utilidade prática. Conclusão menos radical seria de que a comparação teria seus méritos ao permitir uma análise crítica dos modelos adotados por cada país, e consequentemente induzir à sugestão de soluções. A eficiência da análise comparativa pode ser aumentada selecionando-se países assemelhados geograficamente e culturalmente. No caso do Brasil, teríamos uma grande afinidade com modelos de gestão europeus, mas uma maior semelhança econômica e geográfica com os Estados Unidos da América. Com este último temos em comum as dimensões territoriais continentais; populações de centenas de milhões; economias de mercado e um sistema democrático bicameral. Fatores que poderiam ser considerados como comprometedores da viabilidade de análise, tais como as diferenças em desenvolvimento econômico e social, na verdade seriam fortalezas para orientação de futuras decisões em planejamento estratégico brasileiro. As experiências norteamericanas em redes de monitoramento de qualidade de água ainda estariam fora da realidade brasileira, mas a análise de suas práticas de descentralização regional da gestão de recursos hídricos, assim como a avaliação de suas abordagens para uma integração de agências executivas de governo podem gerar cenários úteis para subsidiar políticas brasileiras 1 Doutor em Ciências Ambientais - University of Virginia (1996). Mestrado em Engenharia Ambiental Colorado School of Mines (1989), Bacharel e licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Santa Úrsula (1983) e Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal do Maranhão. Atuando principalmente nos seguintes temas: avaliação de impacto ambiental, zoneamento econômico e ecológico, geoprocessamento, hidrologia costeira, manguezais. 18 II Workshop Rio São Francisco Cultura, identidade e desenvolvimento. Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida. OPARÁ: Energias Renováveis e Desenvolvimento Regional Maria Cândida Arrais de Miranda Mousinho1 Resumo A energia sempre foi uma questão de muita relevância e, no cenário atual, assume, no bojo das discussões multilaterais entre os países e regiões, um papel central. O Vale do São Francisco não poderia ficar fora desse contexto. As usinas hidrelétricas presentes no Vale são exemplos de energia limpa, contudo, e especialmente tendo em vista a crise do petróleo, a de alimentos e o aquecimento global somadas às diversas necessidades do povo dessa região, os investimentos em outras fontes de energia renovável devem deixar de ser incipientes, pois a promoção dessas fontes na conjuntura global é um fator preponderante para se alcançar o desenvolvimento regional. Dentro da problemática basilar firmada pelo projeto-matriz Rio São Francisco: identidade, cultura e desenvolvimento, estabeleceu-se, uma reflexão sbre a promoção ou implantação de energias renováveis nos municípios sanfranciscanos de Xique-Xique e Barra e o desenvolvimento regional. Os principais objetivos desse estudo, além de identificar se existe política de promoção de energia renovável na região estudada e de verificar se há fontes de energias renováveis já instaladas e quais são elas, foram os de analisar a relação entre o desenvolvimento dessas tecnologias e o desenvolvimento regional observando as Metas do Milênio e de verificar a relação entre essas tecnologias e a educação ambiental, identificando novas possibilidades e inter-relações com outros campos de conhecimento. Os métodos adotados foram o levantamento de material bibliográfico e análise desse material bem como a realização de entrevistas e de pesquisa de campo com observação sistemática além de documentação fotográfica. Palavras-chave: ambiental energias renováveis, desenvolvimento regional, educação 1 Mestre em Análise Regional, Bacharel em Turismo ambos pela Universidade Salvador- Unifacs e Especialista em Governança Global. Membro voluntário dos Companheiros das Américas Comitê Bahia-Pensilvânia. Coordenadora Sênior de Projetos da EDS-Sustenergy Clean Energy Program, Membro do Grupo de Pesquisa em Turismo e Meio Ambiente – GPTURIS/PPDRU/UNIFACS e Membro da equipe do Projeto RIO SÃO FRANCISCO: cultura, identidade e desenvolvimento. [email protected] 19 II Workshop Rio São Francisco Cultura, identidade e desenvolvimento. Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida. Educação no Vale do São Francisco Maria das Graças Sodré Fraga Maia1 Resumo Considerando que a atual economia exige formação mais ampla dos recursos humanos, inclusive com a assimilação de novos saberes e desenvolvimento de habilidades específicas e que as possibilidades de inserção no mercado de trabalho crescem em função do número de anos de estudo, a situação dos municípios estudados é preocupante. Isso decorre em função da baixa escolaridade da população local e da falta de interesse de as empresas em investir na educação formal, dificultando o acesso dessa população ao mercado de trabalho: a elevada taxa de analfabetismo, quase o dobro da população brasileira; o reduzido número médio de séries concluídas da população com idade de 15 anos (inferior a quatro), o baixo número de matrículas no ensino superior e falta de conhecimento do potencial da região que leva o sertanejo a vender a sua pequena propriedade para “viver melhor em outro lugar” são alguns pontos críticos identificados. Além de deslocamento de parte da população para os grandes centros urbanos ampliando a periferia, tudo isso impacta negativamente na renda média das famílias e em alguns outros indicadores, a exemplo do IDH ou do PIB, chegando o PIB de um dos municípios estudados a representar quase 1/6 do PIB per capita nacional. Os dados levantados no estudo visam a relacionar o nível da educação da população com as desigualdades socioeconômicas da região e assim contribuir para o estabelecimento de políticas que contribuam para o desenvolvimento regional. Palavras-chave: educação, desenvolvimento e pobreza. 1 Doutora em Geografia - Universidade de Barcelona, Mestre em Administração - Universidade Federal da Bahia e graduada em Administração de Empresas - Universidade Salvador. Membro do GPTURIS (Grupo de Pesquisa em Turismo e Meio Ambiente) e da Equipe do Projeto Rio São Francisco: cultura, identidade e desenvolvimento. E-mail: graç[email protected] 20 II Workshop Rio São Francisco Cultura, identidade e desenvolvimento. Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida. CULTURAS LOCAIS, CULTURAS GLOBAIS: POSSIBILIDADES PARA O DESENVOLVIMENTO REGIONAL Natalia Coimbra de Sá1 Resumo O presente artigo discute a necessidade de se pensar o desenvolvimento das comunidades no contexto contemporâneo através de uma abordagem cultural. As sociedades estão envolvidas em redes que são, cada vez mais, fundamentais para o entendimento das transformações sociais pelas quais estamos passando. Não é mais possível pensar a respeito das questões econômicas ou políticas sem levar em consideração o poder simbólico e seus mecanismos de funcionamento. As discussões sobre as afirmações das identidades locais e suas estratégias para inserir-se em redes sociais e de comunicação globalizadas e, dessa forma, relacionar-se com o mundo, são fundamentais para potencializar o desenvolvimento de regiões periféricas, criando alternativas sustentáveis. Através da análise de algumas das principais teorias da cultura que abordam estes assuntos, serão indicadas perspectivas importantes que devem ser levadas em consideração pelos agentes locais e regionais para uma reflexão sobre a inserção de suas localidades em redes nacionais e internacionais. Palavras-chave: identidades; cultura; desenvolvimento; local; global. 1 Doutoranda em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal da Bahia (Pós-Cultura/UFBA). Mestre em Análise Regional pela Universidade Salvador (PPDRU/UNIFACS). Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB). Membro do Grupo de Pesquisa Espetáculos Culturais e Sociedade (ECUS-UFBA/CNPq) e do Grupo de Pesquisa em Turismo e Meio Ambiente (GPTURIS-UNIFACS/CNPq). E-mail: [email protected] 21 II Workshop Rio São Francisco Cultura, identidade e desenvolvimento. Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida. MODERNIZAÇÃO NO VALE DO SÃO FRANCISCO EM QUESTÃO: UMA PROPOSTA DE ANÁLISE CRÍTICA A PARTIR DA HISTÓRIA DAS CIÊNCIAS Nilton de Almeida Araújo1 Resumo O objetivo deste texto é apresentar os pressupostos teórico-metodológicos do projeto “Modernização, Ciência e Técnica no Vale do São Francisco: sociedade civil e sociedade política no século XX”. Este projeto, recentemente iniciado, visa historiar a institucionalização das ciências e das inovações técnicas e tecnológicas no Vale do São Francisco no século XX, problematizando o discurso do “desenvolvimento regional” e da “modernização” a partir de instituições como EMBRAPA, UNEB, CODEVASF, CHESF, entre outras. Palavras-chave: modernização, ciência e técnica, desenvolvimento regional 1 Doutor em História – Universidade Federal Fluminense, Prof. Adjunto - Universidade Federal do Vale do São Francisco. E-mail - [email protected] 22 II Workshop Rio São Francisco Cultura, identidade e desenvolvimento. Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida. IDENTIDADE, CULTURA E O DESENVOLVIMENTO SANFRANCISCANO ATRAVÉS DOS HÁBITOS ALIMENTARES Patrícia Guerra Azevedo1 Resumo Os hábitos alimentares podem ser considerados patrimônio imaterial. Através da alimentação é possível visualizar e sentir tradições que não são ditas. A alimentação é também memória, opera muito fortemente no imaginário de cada pessoa e está associada aos sentidos: odor, visão, sabor e audição. Destaca hábitos alimentares as diferenças, as semelhanças, as crenças e a classe social. O bode assado, o surubim em diversas modalidades, hoje tão divulgados em restaurantes do país, são marcas identitarias da região em estudo que passam por transformações com a introdução de novos produtos e hábitos a exemplo do vinho em substituição da cachaça ou mesmo da cerveja, do tucunaré (peixe vindo da Amazônia), a tilápia, espécie vinda do Japão, da pizza ou mesmo a comida a quilo. São novos hábitos, novas identidades que podem ou não preservar saberes passados por gerações. Palavras-chave:patrimônio imaterial, gastronomia, identidade 1 Graduada em Gastronomia do Centro Universitário da Bahia – FIB / Estácio (dezembro/2009). Membro do Projeto de Pesquisa RIO SÃO FRANCISCO: cultura, identidade e desenvolvimento. Membro do Programa Companheiros das Américas – Comitê Bahia-Pennsylvania. E-mail: [email protected] 1 23 II Workshop Rio São Francisco Cultura, identidade e desenvolvimento. Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida. RIO SÃO FRANCISCO: cultura, identidade e desenvolvimento Regina Souza1 Alba Ramos2 Resumo O artigo resulta de uma pesquisa realizada no Vale Sanfranciscano- municípios de Juazeiro/Petrolina – Barra/Xique-Xique, área complexa e de grandes mudanças, sobretudo nos últimos sessenta anos, que afetaram a população ribeirinha, a sua cultura e identidade. Trata-se de um processo de desenvolvimento desigual e de graves problemas socioambientais e culturais, a exemplo do que ocorreu a partir da construção da Barragem de Sobradinho, no final dos anos 70, com as famílias que moravam naquela área. Com a introdução da agricultura irrigada na região, das novas tecnologias e do que designou chamar de “gente de fora” surgem novos atores. Alteram-se os modos de vida, hábitos, costumes, valores. As novas lideranças políticas articulam-se ou rompem com as oligarquias locais e transformam a Caatinga, bem como o “Velho Chico”. As disparidades socioeconômicas se aprofundam. É o mesmo cenário que se prevê para Xique-Xique, com a introdução do projeto de irrigação Baixio de Irecê. Focaliza-se a educação, a religiosidade, a gastronomia, o artesanato, dentre outros temas, com objetivo de mostrar formas de resistência da população ribeirinha desterritorializada, do “Velho Chico”, em prol de fortalecimento da identidade sertaneja, da sua cultura. Palavras-chave: cultura, identidade e desenvolvimento 1 Doutora em Geografia pela Université de Rouen (França), Mestre em Ciências Humanas e Bacharel em Geógrafia pela UFBA (Universidade Federal da Bahia). Coordenadora do GPTURIS (Grupo de Pesquisa em Turismo e Meio Ambiente) e Professora Titular do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Urbano da Universidade Salvador/PDRU. Coordenadora do Projeto de Pesquisa RIO SÃO FRANCISCO: cultura, identidade e desenvolvimento. E-mail: [email protected] 2 Doutora em Sociologia pela Universite de Paris III (Sorbonne-Nouvelle) (1986), Socióloga pela Universidade Federal da Bahia (1973), mestrado em Estudos da América Latina pela Universite de Paris III (Sorbonne-Nouvelle) (1983), professora titular do programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Urbano da Universidade Salvador – Unifacs – PPDRU. Membro do GPTURIS (Grupo de Pesquisa em Turismo e Meio Ambiente) e Membro da Equipe do Projeto de Pesquisa RIO SÃO FRANCISCO: cultura, identidade e desenvolvimento. Email: [email protected]. 24 II Workshop Rio São Francisco Cultura, identidade e desenvolvimento. Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida. A TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO E A POPULAÇÃO RIBEIRINHA. Roberto Malvezzi1 Resumo O Vale do Rio São Francisco está ocupado há séculos. Antes da chegada dos portugueses, os índios já habitavam suas margens e ilhas. Com a chegada dos portugueses, particularmente através das duas grandes sesmarias dos D’Ávila (Casa da Torre) e dos Guedes de Brito (Casa da Ponte), que partiam de Salvador e adentravam o sertão até o São Francisco, surge o elemento branco para ocupar esses espaços. Com a chegada das fazendas vieram os negros como escravos, sendo alocados pelos donos das terras em distâncias regulares, em função da criação de gado. Mais tarde o São Francisco tornou-se o “rio da unidade nacional” por ser a ligação do norte ao sul do país, através da navegação, iniciada em 1871. Ela possibilitou a “economia do catado”, de porto em porto, e a difusão da população ao longo de suas margens. A intervenção do Estado Brasileiro no São Francisco inicia-se em 1945, com o aproveitamento das águas da cachoeira de Paulo Afonso para gerar energia. É a criação da CHESF. Mais tarde, 1974 foi criada a CODEVASF – precedida CVSF em 1948 e SUVALE em 1967 - para operar o desenvolvimento do vale no conceito capitalista do termo. Porém, será particularmente na década de 70 que os grandes empreendimentos governamentais, particularmente a construção da barragem de Sobradinho, depois Itaparica, depois Xingó, que o rio e as populações ribeirinhas vão sofrer o impacto acelerado e aprofundado dessas mudanças. A Transposição do rio São Francisco se insere nessa lógica de apropriação das terras, água, sol e expandi esse modelo para outras regiões do semi-árido, como se aqui não existissem populações, ou como se seu modo de viver significasse realmente “atraso”. Enfim, revela-se mais uma grande obra com imenso impacto ambiental e social. Mais uma vez, a vítima particular dessa grande obra, é a população do São Francisco, particularmente índios, quilombolas e comunidades ribeirinhas tradicionais. Palavras-chave: transposição, Rio São Francisco, população ribeirinha. 1 Formação em Filosofia e Estudos Sociais pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena-SP e em Teologia pelo Instituto Teológico de São Paulo. Membro da Comissão Pastoral da Terra (CPT) – Diocese de Juazeiro/BA. [email protected] 25 II Workshop Rio São Francisco Cultura, identidade e desenvolvimento. Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida. AÇÃO PASTORAL NO SEMIÁRIDO NORDESTINO Veralucia Alcantara Borges dos Santos1 Resumo Este artigo tem por finalidade abordar a ação pastoral no semiarido nordestino, a partir da construção da Barragem de Sobradinho e os impactos econômico, social, cultural e ambiental que afetaram as comunidades ribeirinhas. Considerando as transformações sociopolíticas da Igreja Católica, sobretudo, a partir do Concilio Vaticano II e das Conferências Episcopais de Puebla e Medellin que fez surgir um novo modelo pastoral tendo como foco a “opção pelos pobres”. A participação efetiva de alguns integrantes da ala progressista junto a comunidades empobrecidas deu-lhes a possibilidade transformação da sua realidade. Destacou-se nesse trabalho a atuação das dioceses de Juazeiro e Barra com o trabalho dos bispos Dom José Rodrigues e Dom Luis Cappio. Ambos assumiram a “opção pelos pobres” como lema das suas vidas, ao dedicarem o serviço pastoral na organização comunitária, na construção de um pensamento crítico da realidade para transformação social e na conscientização ecológica em defesa das águas do rio São Francisco. Palavras-chave; religiosidade, território e identidade 1 Mestre em Desenvolvimento Regional e Urbano, Bacharel em Turismo ambos pela Universidade Salvador - Unifacs, Membro do Grupo de Pesquisa em Turismo e Meio Ambiente/PPDRU/Unifacs e Membro da equipe do Projeto RIO SÃO FRANCISCO: cultura, identidade e desenvolvimento. Este artigo é fruto da dissertação de Mestrado em Desenvolvimento Regional e Urbano do programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Urbano – PPDRU/UNIFACS defendida em junho/2010 tendo orientação da Profª. Dra. Regina Celeste Almeida. Souza E-mail. [email protected] 26