Coordenação Científica – Zilda Melo França e Victor Hugo Forjaz Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ ÍNDICE GERAL PARTE I – ENQUADRAMENTO GERAL DO PLANO 6 1. Introdução 6 2. Âmbito de aplicação 7 3. Objetivos gerais 8 4. Enquadramento legal 11 5. Antecedentes do processo de planeamento 12 6. Articulação com instrumentos de planeamento e ordenamento do território 13 7. Ativação do plano 14 7.1. Competência para a ativação do Plano 14 7.2. Critérios para a ativação do Plano 20 8. Programa de exercícios 21 PARTE II – ORGANIZAÇÃO DE RESPOSTA 22 1. Conceito de atuação 22 2. Execução do plano 23 2.1. Fase de emergência 23 2.2. Fase de reabilitação 24 3. Articulação e atuação de agentes, organismos e entidades 25 3.1. Missão dos agentes de Proteção Civil 26 3.1.1. Fase de emergência 26 3.1.2. Fase de reabilitação 28 3.2. Missão dos organismos e entidades de apoio 30 3.2.1. Fase de emergência 30 3.2.2. Fase de reabilitação 33 PARTE III – ÁREAS DE INTERVENÇÃO 34 1. Administração de meios e recursos 34 2. Logística 34 2.1. Apoio logístico às forças de intervenção 35 2.2. Apoio logístico às populações 36 3. Comunicações 36 4. Gestão de informação 36 4.1. Gestão de informação entre as entidades atuantes nas operações 37 4.2. Gestão de informação às entidades intervenientes no plano 38 4.3. Informação pública 38 5. Procedimentos de evacuação 39 6. Manutenção da ordem pública 42 1 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 7. Serviços médicos e transporte de vítimas 42 8. Socorro e salvamento 45 9. Serviços mortuários 48 10. Protocolos 52 PARTE IV – INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR 53 SECÇÃO I 53 1. Organização geral da Proteção Civil em Portugal 53 1.1. Estrutura da proteção civil 53 1.2. Estrutura das operações 55 2. Mecanismo da estrutura da proteção civil 58 2.1. Composição, convocação e competências da Comissão de Proteção Civil 58 2.2. Critérios e âmbitos para declaração de situações de alerta, contingência ou calamidade 59 2.3. Sistemas de monitorização, alerta e aviso 61 SECÇÃO II 64 1. Caracterização geral 64 2. Caracterização física 66 2.1. Aspetos geomorfológicos sucintos 66 2.2. Caracterização climática 66 2.3. Caracterização sumária hidrográfica e recursos hídricos 68 2.4. Uso do solo 71 3. Caracterização socioeconómica 72 3.1. Análise da População 72 3.2. Caracterização geral do edificado 74 3.3. Rede escolar 75 3.4. Tecido empresarial e sectores de atividade mais representativos 75 4. Caracterização das infraestruturas 75 4.1. Redes viárias 75 4.2. Portos e varadouros 76 4.3. Aeródromo 76 4.4. Hospitais 76 4.5. Instalações dos agentes de Proteção Civil 76 4.6. Instalações militares 76 4.7. Telecomunicações 77 4.8. Abastecimento de água 77 4.9. Abastecimento de eletricidade 77 4.10. Combustíveis 77 2 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 5. Caracterização do risco 78 5.1. Enquadramento geográfico e geotectónico 78 5.2. Caracterização geológica e vulcânica da ilha do Corvo 84 5.3. Identificação dos perigos e dos riscos 93 5.3.1. Risco vulcânico 94 5.3.2. Risco sísmico 95 5.3.2.1. Sismicidade da Ilha do Corvo 95 5.3.2.2. Perigosidade sísmica e Vulnerabilidades associadas 96 5.3.3. Risco de Movimentos de Massa 97 5.3.3.1. Generalidades 97 5.3.3.2. Identificação de Perigos e Vulnerabilidades associadas 97 5.3.4. Risco de Cheias 103 5.3.4.1. Hidrologia da Ilha do Corvo 103 5.3.4.2. Identificação de Perigos e Vulnerabilidades associadas 103 5.3.5. Riscos Oceanográficos e de Tsunami 105 5.3.5.1. Generalidades 105 5.3.5.2. Geologia Costeira da Ilha do Corvo 105 5.3.5.3. Identificação de Perigos e Vulnerabilidades associadas 106 5.3.6. Riscos tecnológicos e antrópicos 109 5.3.6.1. Generalidades 109 5.3.6.1.1. Acidentes rodoviários 109 5.3.6.1.2. Acidentes marítimos 109 5.3.6.1.3. Acidentes decorrente da movimentação e armazenagem de hidrocarbonetos e de outras subst. Perigosas 110 5.3.6.1.4. Acidentes aéreos 110 5.3.6.1.5. Acidentes industriais 111 5.3.6.1.6. Incêndios urbanos 112 5.3.6.1.7. Colapso de estruturas e rutura de reservatórios 113 5.3.6.1.8. Acessibilidades 113 5.4. Estratégias para a mitigação de riscos 114 6. Cenários 116 7. Cartografia 129 SECÇÃO III 130 11. Bibliografia 131 12. Glossário 136 ÍNDICE DE FIGURAS 3 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Fig. 1. Níveis de alerta em função da gravidade de um evento e medidas correlativas 19 Fig. 2. Fluxograma evidenciando os procedimentos 44 Fig. 3. Fluxograma adaptado de ANPC 50 Fig 4. Estrutura da Proteção Civil em Portugal, de acordo com a Lei Bases Proteção Civil. 53 Fig.5. Estrutura da Proteção Civil do Corvo 54 Fig. 6. Estrutura do Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro. 55 Fig. 7. Estrutura piramidal de gestão do teatro de operações. 56 Fig. 8. Sistemas de monitorização, de aviso e de alerta 62 Fig. 9. Carta Militar da ilha do Corvo. Serviço Cartográfico do Exército. Escala: 1:25000 64 Fig.10. Distribuição média anual da temperatura, da precipitação e da humidade no Corvo 68 Fig. 11. Rede de drenagem da ilha do Corvo 69 Fig. 12. Localização das nascentes de água subterrânea na ilha do Corvo (Cruz et al. 2003). 69 Fig. 13. Variação do número de habitantes do Corvo (dados dos Censos de 2001). 73 Fig. 14. Variação do número de habitantes do Corvo (dados dos Censos de 2001) 74 Fig. 15. Localização geográfica do arquipélago dos Açores 79 Fig. 16. Principais acidentes tectónicos. 81 Fig. 17. Mapa batimétrico 83 Fig. 18. Ilha do Corvo. Fotografia aérea 84 Fig. 19. Esquema morfo-vulcânico simplificado da ilha do Corvo. 85 Fig. 20. Carta Geológica da ilha do Corvo (Dias, 2001). 87 Fig. 21. Rede de filões cortando formações mais antigas. 89 Fig. 22. A - Vista geral da Vila do Corvo; B – Vista parcial da zona NE da Vila do Corvo. 90 Fig. 23. Pormenores de depósitos pomíticos de fluxo e de queda. 91 Fig. 24. Aspeto de algumas bombas emitidas pelo Corinhas/Cova Vermelha. 91 Fig. 25. Distribuição epicentral dos sismos registados nos Açores no período de 1980 a 1998 95 Fig. 26. Vistas geral e de pormenor do sector E da Vila Nova do Corvo. 98 Fig. 27. Vista geral e pormenores da zona sobranceira à parte NNE da Vila Nova do Corvo. 99 Fig. 28. Zona N sobranceira à vila. 100 Fig. 29. Vistas geral e de pormenor do sector W do Porto da Casa na Vila Nova do Corvo, 100 Fig. 30. Vista geral e detalhe mostrando a parte central mais aplanada da Vila Nova do Corvo 101 Fig. 31. Vários aspetos de algumas arribas de grande perigosidade existentes no Corvo. 101 Fig. 32. Carta topográfica da ilha do Corvo. 104 ÍNDICE DE TABELAS Tabela I Valores de temperatura e Humidade do ar, Insolação e precipitação para o Corvo 67 Tabela II. Análise do GRAU DE GRAVIDADE do risco vulcânico 117 Tabela III. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE do risco vulcânico 117 4 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Tabela IV. Matriz de risco vulcânico 117 Tabela V. Análise do GRAU DE GRAVIDADE do risco sísmico 118 Tabela VI. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE do risco sísmico. 118 Tabela VII. Matriz de risco sísmico 118 Tabela VIII. Análise do GRAU DE GRAVIDADE do movimento de massa 119 Tabela IX. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE do risco de movimentos de massa 119 Tabela X. Matriz de risco de movimentos de massa 119 Tabela XI. Análise do GRAU DE GRAVIDADE do risco de cheias 120 Tabela XII. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE do risco de cheias 120 Tabela XIII. Matriz de risco de cheias 120 Tabela XIV. Análise do GRAU DE GRAVIDADE de riscos oceânicos e de tsunami. 121 Tabela XV. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE de riscos oceânicos e de tsunami 121 Tabela XVI. Matriz de risco de riscos oceânicos e de tsunami 121 Tabela XVIII. Análise do GRAU DE GRAVIDADE dos Acidentes Rodoviários 122 Tabela XVIII. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE dos Acidentes Rodoviários 122 Tabela XIX. Matriz de risco dos Acidentes Rodoviários 122 Tabela XX. Análise dos GRAU DE GRAVIDADE de Acidentes Marítimos 123 Tabela XXI. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE de Acidentes Marítimos 123 Tabela XXII. Matriz de risco de Acidentes Marítimos 123 Tabela XXIII. Análise do GRAU GRAVIDADE Acidentes - hidrocarbonetos e de outros 124 Tabela XXIV. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE 124 Tabela XXV. Matriz de risco de Acidentes - hidrocarbonetos e de outros 124 Tabela XXVI. Análise dos GRAU DE GRAVIDADE de Acidentes aéreos 125 Tabela XXVII. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE de Acidentes aéreos 125 Tabela XXVIII. Matriz de risco de Acidentes aéreos 125 Tabela XXIX. Análise dos GRAU DE GRAVIDADE de Incêndios Urbanos 126 Tabela XXX. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE de Incêndios Urbanos 126 Tabela XXXI. Matriz de risco de Incêndios Urbanos 126 Tabela XXXII. Análise GRAU DE GRAVIDADE Colapso Estruturas e Rutura Reservatórios 127 Tabela XXXIII. Análise GRAU DE PROBABILIDADE Colapso Estrut. e Rutura Reservatórios 127 Tabela XXXIV. Matriz de risco de Colapso de Estruturas e Rutura de Reservatórios 127 Tabela XXXV. Análise dos GRAU DE GRAVIDADE de Acessibilidades 128 Tabela XXXVI. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE de Acessibilidades 128 Tabela XXXVII. Matriz de risco de Acessibilidades 128 5 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ PARTE I – ENQUADRAMENTO GERAL DO PLANO 1. Introdução O presente instrumento de trabalho consubstancia o Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil (PMPEPC) do Município da Vila Nova do Corvo, ilha do Corvo, Região Autónoma dos Açores - doravante também simplesmente designado por PME ou Plano Municipal de Emergência. O plano de emergência de proteção civil é um documento formal no qual a autoridade de proteção civil municipal define as orientações relativamente ao modo de atuação dos vários organismos, serviços e estruturas a empenhar em operações de proteção civil. Consideram-se neste Plano meios e recursos, humanos e materiais (do Município e, em geral, dos demais agentes de proteção civil, desde os Bombeiros e Forças de segurança, até às entidades públicas regionais com meios e capacidade própria de auxílio/intervenção em caso de ocorrências que importem o acionamento do Plano), não se descurando o papel que igualmente é cometido à sociedade civil, nas suas diversificadas formas de auto-organização, quer no âmbito empresarial, quer associativo. O diretor do Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil é o Presidente de Câmara Municipal, ou o seu legal substituto. O processo de planeamento de emergência de proteção civil é o processo pelo qual se estabelecem, testam e colocam em prática as medidas, normas, procedimentos e missões destinadas a serem aplicadas numa situação de acidente grave ou catástrofe. Tipicamente, tal processo pode subdividir-se em quatro etapas: elaboração, aprovação, validação, revisão. A etapa de elaboração/revisão do plano é da responsabilidade da Câmara Municipal e implicou a constituição de uma equipa pluridisciplinar: - URBEEANGRA - Urbanismo, Estudos Económicos e Planeamento dos Açores, LDA - Carlos de Almeida Farinha, advogado especialista em direito administrativo; 6 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ - OBSERVATÓRIO VULCANOLÓGICO E GEOTÉRMICO DOS AÇORES (OVGA) Zilda Melo França e Victor Hugo Forjaz, Professores Universitários, com especialidade em Vulcanologia; Luísa Pinto Ribeiro, doutorada em Geologia, com especialidades em Geoquímica e Cartografia. - Colaboração Municipal: Elvira Pimentel, técnica Superior. - A Comissão Local de Proteção Civil, nos termos da lei (cfr. art. 5º/1 da Lei nº 65/2007, de 12 de Novembro), aprovou o Plano, mediante parecer emitido em 26 de fevereiro de 2013. 2. Âmbito de aplicação Como logo se evidencia, o Plano possui uma natureza eminentemente local/municipal, no caso por referência à área de circunscrição (territorial-geográfica) do Município da Vila do Corvo, sendo elaborado de acordo com as diretivas emanadas das competentes autoridades de Proteção Civil e visando estabelecer, nomeadamente (e com a dimensão que releva para o nível local): • A tipificação dos riscos; • As medidas de prevenção a adotar; • A identificação dos meios e recursos mobilizáveis, em situação de acidente grave ou catástrofe; • A definição das responsabilidades que incumbem aos organismos, serviços e estruturas, públicas ou privadas, com competências no domínio da proteção civil; • Os critérios de mobilização e mecanismos de coordenação dos meios e recursos, públicos ou privados, utilizáveis; • A estrutura operacional que há de garantir a unidade de direção e o controlo permanente da situação. De acordo com a sua extensão territorial, trata-se, pois, de um plano municipal; e, em atenção à sua finalidade, traduz-se por um plano de âmbito geral, ou seja destina-se a enfrentar a generalidade das situações de emergência que se admitem no respetivo âmbito territorial e administrativo. 7 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 8 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 3. Objetivos gerais Prevenir a ocorrência de riscos coletivos resultantes de acidente grave ou catástrofe; atenuar ou limitar os seus efeitos, no caso de ocorrerem; e socorrer e assistir as pessoas em perigo, são as preocupações que estão na base da elaboração do presente Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil e que resumidamente se elenca: • Providenciar, através de uma resposta concertada, as condições e os meios indispensáveis à minimização dos efeitos adversos de um acidente grave ou catástrofe; • Definir as orientações relativamente ao modo de atuação dos vários organismos, serviços e estruturas a empenhar em operações de Proteção Civil; • Definir a unidade de direção, coordenação e comando das ações a desenvolver; • Coordenar e sistematizar as ações de apoio, promovendo maior eficácia e rapidez de intervenção das entidades intervenientes; • Inventariar os meios e recursos disponíveis para acorrer a um acidente grave ou catástrofe; • Minimizar a perda de vidas e bens, atenuar ou limitar os efeitos de acidentes graves ou catástrofes e restabelecer o mais rapidamente possível, as condições mínimas de normalidade; • Assegurar a criação de condições favoráveis ao empenhamento rápido, eficiente e coordenado de todos os meios e recursos disponíveis num determinado território, sempre que a gravidade e dimensão das ocorrências o justifique; • Habilitar as entidades envolvidas no plano a manterem o grau de preparação e de prontidão necessário à gestão de acidentes graves ou catástrofes; • Promover a informação das populações através de ações de sensibilização, tendo em vista a sua preparação, a assumpção de uma cultura de autoproteção e o entrosamento na estrutura de resposta à emergência. Atentas as especificidades geográficas e geológicas que caracterizam a Região 9 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Autónoma dos Açores e a generalidade das ilhas e Municípios açorianos, é frequente a ocorrência de fenómenos de origem natural com repercussões significativas ao nível da segurança coletiva e bem-estar das populações. O Município da Corvo, embora de certa forma salvaguardado de erupções vulcânicas em tempos históricos, bem como de graves crises sísmicas como as que têm ocorrido na grande maioria das restantes ilhas, tem estado sujeito a intempéries de grande magnitude que o têm afetado frequentemente. Neste contexto, aprendeu-se na memória dos tempos a conviver com situações adversas e evoluiu-se na capacidade de organização coletiva, em prol da segurança de todos. Objetivo primacial do presente Plano Municipal de Emergência é, pois, também congregar, com os recursos disponíveis e ao nível local no Município, o esforço concertado das diversas instituições e organismos, agentes públicos e privados e da população em geral, com vista a encontrar uma forma expedita e simplificada de atuação perante a eventualidade de ocorrência de uma situação de acidente grave ou catástrofe; e que sirva, concomitantemente, pela participação ativa de toda a sociedade civil, de instrumento de prevenção de situações de risco e ou de atenuação dos seus efeitos. Com o presente Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil, a autarquia efetiva as responsabilidades que lhe são cometidas pelo quadro legal em vigor, no seu âmbito próprio de atuação, mas também o imperativo de consciência que tem norteado a política de proteção civil municipal. Decorridos que estão 10 anos após a primeira versão do PME - e, de resto, em conformidade com o quadro legal em vigor e com as orientações gerais preconizadas pelo Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) - impõe-se uma sua revisão global, adaptada às novas exigências do tempo presente e aos parâmetros definidos na Diretiva relativa aos critérios e normas técnicas para a elaboração e operacionalização de planos de emergência de proteção civil, constantes da Resolução nº 25/2008, da Comissão Nacional de Proteção Civil, publicada no Diário da República de 18 de Julho de 2008, que 10 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ estrutura um plano de emergência de proteção civil em obediência a 4 partes fundamentais: Parte I - Enquadramento Geral do Plano Parte II - Organização da Resposta Parte III - Áreas de Intervenção Parte IV - Informação Complementar Considerando aquela estruturação concreta, o PME do Corvo do Corvo consubstancia igualmente um instrumento técnico e jurídico-administrativo de que os serviços municipais passam a dispor para o desencadeamento das operações de proteção civil, com vista a possibilitar uma unidade de direção e controlo para a coordenação das ações a desenvolver e a gestão de meios e recursos mobilizáveis face a um acidente grave ou catástrofe, tendo em vista, na sua ocorrência, minimizar os prejuízos e perdas de vidas e o restabelecimento da normalidade num horizonte temporal tão curto quanto possível. A reposição da normalidade das áreas afetadas constitui, efetivamente, um dos objetivos do PME, de forma a minimizar os efeitos de um acidente grave ou catástrofe sobre as pessoas, bens e o ambiente. A eficaz gestão de uma situação de emergência de proteção civil regula-se com um bom planeamento e deverá ter por base um plano de emergência simples, flexível, dinâmico, preciso e adequado às características locais. Por outro lado, o seu conteúdo não pode assumir-se como irrevogável: as constantes mudanças sociais, geográficas, técnicas, logísticas e mesmo operacionais são constantemente refletidas no documento, numa lógica de melhoria contínua. O PME é desenvolvido com o intuito de organizar, orientar, facilitar, agilizar e uniformizar as ações necessárias à resposta. Como tal, permite antecipar os cenários susceptíveis de desencadear um acidente grave ou catástrofe, definindo, de modo inequívoco, a estrutura organizacional e os procedimentos para preparação e aumento da capacidade de resposta à emergência. 11 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 4. Enquadramento legal A elaboração deste plano teve como base a legislação que seguidamente se evidencia: I - De natureza administrativa • Orgânica da Câmara Municipal do Corvo, aprovada em Novembro de 2010; • Decreto Regulamentar Regional nº 11/2007/A, de 23 de Abril - altera a orgânica e o quadro de pessoal do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) • Lei nº 5-A/2002, de 11 de Janeiro - primeira alteração à Lei nº169/99, de 18 de Setembro, que estabelece o quadro de competências, assim como o regime jurídico de funcionamento, dos órgãos dos municípios e das freguesias; II - De natureza operacional geral (de carácter nacional e/ou regional) • Lei nº 65/2007, de 12 de Novembro - define o enquadramento institucional e operacional da proteção civil no âmbito municipal, estabelece a organização dos serviços municipais de proteção civil e determina as competências do comandante operacional municipal. • Decreto-Lei nº 134/2006, de 25 de Julho - institui o Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro, adiante designado por SIOPS (é o conjunto de estruturas, normas e procedimentos que asseguram que todos os agentes de proteção civil atuam, no plano operacional, articuladamente sob um comando único, sem prejuízo da respetiva dependência hierárquica e funcional; • Lei nº 27/2006, de 3 de Julho - aprova a Lei de Bases da Proteção Civil; • Diretiva Operacional Nacional nº 1 – DIOPS – Dispositivo Integrado das Operações de Proteção Civil. Janeiro de 2010. 12 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 5. Antecedentes do processo de planeamento O Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil do Município do Corvo foi pela primeira vez aprovado em Novembro de 2001, tendo então conhecido o parecer favorável das autoridades regionais legalmente competentes em matéria de proteção civil. Nesta primeira etapa, caracterizou-se o território e identificou-se e quantificou-se os riscos que a comunidade a que se destina o plano poderá ter de enfrentar, identificando-se as vulnerabilidades, concebendo-se cenários e avaliando-se os danos prováveis. Com base nesta informação, foi possível definir as normas e procedimentos a adotar pelos serviços e agentes de proteção civil, bem como pelas demais entidades cooperantes, em ordem a proteger as populações, bens e ambiente num cenário de acidente grave ou catástrofe. A etapa de elaboração do plano englobou igualmente uma fase de consulta pública, tendo-se optado por promover a realização de exercícios ou testes para a fase posterior à sua aprovação, nos termos legais, em ordem a acelerar a dinâmica de institucionalização do PME. Neste particular, tem, também, o Município, no decurso dos últimos anos, promovido uma incessante atuação em sede da política municipal de proteção civil, designadamente através de orientações de natureza técnica e/ou informativa emanadas do âmbito dos serviços de apoio técnico ao Serviço Municipal de Proteção Civil e de ações locais de promoção de atividades e instrução em matérias relacionadas com o socorro básico, ações aquelas que foram primacialmente destinadas à população estudantil do concelho, pais e professores. Paralelamente, o Município divulga também no seu site internet um conjunto de atividades e assuntos que relevam do âmbito da proteção civil, incluindo a promoção online de um Manual de Socorro Básico, cuja elaboração foi da responsabilidade de entidades e especialistas do sector, de que se louva nesta sede o incentivo conferido pelo Dr. Frederico Zanatti Rodrigues. Objetivando-se facilitar a acessibilidade a toda a informação relacionada com o PME, no momento atual e no futuro, procedeu-se à realização das tabelas que 13 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ constam do ANEXO J e que se considera que deverão ser sistematicamente preenchidas. O processo de elaboração da presente versão do PME do Corvo do Corvo iniciou-se com a decisão respetiva de proceder à sua revisão e de contratar a sua execução, dando-se sequência com a obtenção do parecer da Comissão Municipal de Proteção Civil, datado de 26 de fevereiro de 2013, do parecer da entidade regional de tutela e com responsabilidades legais na matéria, o Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA), que se pronunciou favoravelmente em ..., tendo o plano, na sua sequência, sido ainda submetido, como acima se referiu já, a discussão pública, que decorreu no período de ... a ..., antes da sua aprovação final pelos competentes órgãos municipais, o que aconteceu em ..., através da correspondente deliberação da Assembleia Municipal do Corvo. O Plano Municipal de Emergência entra imediatamente em vigor a partir do momento da sua aprovação, na forma e termos legais, e será atualizado ou revisto sempre que se considere necessário ou a lei o determine. 6. Articulação com instrumentos de planeamento e ordenamento do território O Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil tem em conta as áreas de risco identificadas nos vários Planos de Gestão do território que abrangem o Município, designadamente: • Plano Diretor Municipal do Corvo- aprovado pelo Decreto Regulamentar Regional nº 23/2005/A, de 17 de Outubro que define o regime de ocupação, uso e transformação do território municipal. • Plano de Ordenamento Turístico da Região Autónoma dos Açores, aprovado pelo Decreto Legislativo Regional nº 38/2008/A, de 11 de Agosto. Este Plano de Ordenamento Turístico da Região Autónoma dos Açores (POTRAA) define a estratégia de desenvolvimento sustentável do sector do turismo e o modelo territorial a adotar e tem por vocação fundamental agregar os esforços e iniciativas das administrações públicas, regional e local, e de toda a sociedade açoriana à volta de um conjunto de objetivos comummente partilhados. É também um instrumento orientador dos 14 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ diversos agentes económicos e disciplinador da ação administrativa, definindo para cada ilha os produtos turísticos estratégicos e a evolução da oferta turística até 2015. • Parque Natural da Ilha do Corvo - aprovado pelo Decreto Legislativo Regional nº 44/2008/A, de 5 de Novembro, que integra todas as categorias de áreas protegidas da ilha do Corvo. 7. Ativação do plano 7.1. Competência para a ativação do Plano A ativação do plano de emergência visa assegurar a colaboração das várias entidades intervenientes, garantindo a mobilização mais rápida dos meios e recursos afetos ao plano e uma maior eficácia e eficiência na execução das ordens e procedimentos previamente definidos, procedimentos estes que deste modo se sumariam: a) Presidente da câmara Municipal ativa o Plano; b) Presidente da Câmara Municipal convoca expeditamente uma reunião da Comissão Municipal de Proteção Civil, para ratificação da ativação do Plano e desencadeamento das medidas neste previstas; c) Presidente da câmara Municipal, simultaneamente, comunica a ativação do Plano ao Presidente do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA). As declarações de situações de contingência ou calamidade também poderão implicar a ativação dos planos de emergência do correspondente nível territorial. O Presidente da Câmara Municipal é (1) o Diretor do Plano Municipal de Emergência e (2) preside à Comissão Municipal de Proteção Civil (CMPC) podendo delegar a sua competência num Vereador da Câmara Municipal, nos termos da lei. O Diretor do Plano assume a direção das operações de Proteção Civil, nos termos da lei, competindo, por seu turno, à CMPC assegurar as operações a nível Municipal. Sempre que solicitada pelo SRPCBA, a CMPC dará conhecimento dos meios e 15 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ recursos que pode disponibilizar para reforço de outras operações da sua zona de jurisdição; Os delegados de diversas entidades na CMPC constituem-se em grupos tendo em vista o apoio técnico/científico e operacional do Diretor do Plano, a organização e conduta das forças intervenientes. Os delegados que constituem um grupo podem, cumulativamente, fazer parte de outro(s) grupo(s), desde que as funções nos diversos grupos sejam comuns. Enquanto Presidente da Comissão Municipal de Proteção Civil (CMPC), o Presidente da Câmara Municipal pode convocar outros delegados ou técnicos cuja competência e experiência sejam essenciais para a tomada de decisão sobre a conduta das operações de socorro. O PME, A CMPC SERÃO ACTIVADOS: • À ordem do Presidente da Câmara Municipal, como Diretor do Plano e Presidente da Comissão Municipal de Proteção Civil (CMPC); e, na sua ausência ou impedimento, pelo Vereador em quem for delegada competência, nos termos da legislação em vigor. • Para planeamento e treino dos intervenientes. A QUEM COMUNICAR A ACTIVAÇÃO: • A Ativação da CMPC deve ser comunicada de imediato ao SRPCBA. ENTIDADES INTERVENIENTES: • As entidades intervenientes indicam nominalmente o seu Delegado à CMPC ou, em caso de ausência ou impedimento, o seu substituto, comunicando as formas expeditas de contacto. • Os Delegados devem dispor de poder e decisão suficientes para assumir as ações que lhes forem determinadas pelo Diretor do Plano. ORGANIZAÇÕES PRIVADAS: • As organizações privadas, quando requisitadas, nos termos da lei, pela CMPC, devem proceder de igual forma. 16 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ SERVIÇOS E UNIDADES ORGÂNICAS DA CÂMARA MUNICIPAL INTEGRANTES DA CMPC: • Os Serviços e Unidades orgânicas da Câmara Municipal que integram a CMPC devem manter atualizado - em termos de previsão e planeamento - o levantamento dos apoios e contactos exteriores à Câmara a estabelecer com organismos, Empresas e Entidades Oficiais e Particulares, para um eventual pedido de colaboração. TODAS AS ENTIDADES E ORGANISMOS QUE INTEGRAM A CMPC DEVEM: • Manter permanentemente atualizada a relação dos meios e recursos, dando conhecimento dos mesmos à CMPC. • Estabelecer mecanismos para convocação imediata do seu pessoal, quando a situação o exigir. • Manter uma permanente preocupação no levantamento e informação ao SMPC de todos os casos ou situações existentes na área do Município, susceptíveis de perigo ou risco ou que o indiciem. • Os responsáveis das Entidades e Organismos intervenientes, assim como o seu pessoal, têm o dever de se familiarizarem com o conteúdo do PME para o desempenho das missões previstas. • Promover exercícios de simulação de emergência para preparação do pessoal, treino de comunicações e execução de procedimentos operacionais. • As Entidades e Organismos e Agentes de Proteção Civil que tenham conhecimento de Acidente Grave ou Catástrofe devem comunicar no mais curto espaço de tempo e pela forma mais expedita à CMPC os incidentes relevantes, indicando as áreas envolvidas, as consequências previsíveis, a duração e circunstâncias do fenómeno, bem como outros dados julgados convenientes para a tomada de decisões. • Como reforço alternativo às necessidades de comunicações da Proteção Civil Municipal, as Entidades e Organismos que disponham de meios rádio próprios garantem a sua ligação na CMPC com as estruturas que representam e com os seus elementos nas diferentes equipas de intervenção no terreno. 17 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ • Durante a fase de emergência, mantêm a CMPC informado(a) do evoluir da situação. • Após a desativação do PME, no prazo de 30 dias, devem apresentar à CMPC um relatório das suas ações, quantificando, sempre que possível, os meios e recursos utilizados. A CMPC: • Propõe a atualização do PME, sempre que necessário, ao Diretor do Plano; as Entidades e Organismos devem sugerir ou propor as alterações adequadas. • Funciona na Sala de Sessões da Câmara Municipal ou em instalações especificamente destinadas para o efeito e, quando necessário, reúne noutro local adequado conforme ao tipo de ação a coordenar. OS DELEGADOS: • Devem procurar inventariar os meios e recursos indispensáveis ao cumprimento das missões e à articulação no âmbito dos Gabinetes e Grupos, executando as tarefas que lhe serão atribuídas no PME. • Apresentam-se imediatamente na CMPC, por convocação ou por iniciativa própria se a situação o justificar. O DIRECTOR DO PLANO: • Pode propor diretamente ao Governo, ou através das estruturas da Proteção Civil, a declaração de “Situação de Calamidade” para uma zona atingida. • A desativação do PMEPC e consequente desmobilização operacional ocorrem mediante decisão da Comissão Municipal de Proteção Civil. DIVULGAÇÃO: • Os meios de divulgação de ativação do plano de emergência serão através de comunicação do responsável máximo de proteção civil, ou na sua ausência, o seu substituto; de uma nota de imprensa para distribuição pelos órgãos de comunicação social, assim como informação na página de Internet. • Quando se proceder à desativação do plano de emergência, os mecanismos 18 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ de divulgação serão similares. • A página da internet onde irá ser divulgada a ativação do Plano é o sítio da Câmara Municipal do Corvo: http://www.cm-corvo.pt/index.htm • Os órgãos de comunicação social onde se irá proceder à divulgação da ativação do Plano, serão os jornais e rádios de âmbito regional e nacional, com incidência local. Níveis de Alerta do Plano: Face à gravidade da situação e ao seu impacto nas pessoas, bens e ambiente, o Plano é ativado de acordo com os diferentes níveis de alerta (Fig. 1). 19 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ SISTEMAS DE NÍVEIS DE ALERTA DO PLANO NÍVEL DE ALERTA SITUAÇÃO MEDIDAS A ADOPTAR DIRECTOR DO PLANO CMPC Previsibilidade ou acontecimento de ocorrências no município, que não ultrapassem a sua capacidade de resposta, • Acompanha a situação na CMPC. • Conhecimento por parte da CMPC • Mantém os sistemas de proteção civil informados da situação; • Notifica o SRPCBA; • Promove a informação Pública aos OCS locais Nível Amarelo Previsibilidade ou acontecimento de ocorrências no município, ultrapassando a sua capacidade de resposta. • Acompanha a situação através de contactos com agentes de Proteção Civil, ou delega esta competência no seu substituto legal; • Avalia e decide a declaração de situação de alerta ou contingência. • Informa as entidades da CMPC da situação; • Difunde e executa a declaração da situação de alerta ou contingência; • Divulga medidas de prevenção e autoproteção à população; • Notifica o SRPCBA. Nível Laranja Ocorrência ou ocorrências múltiplas, no município e na ilha, que ultrapassam a capacidade de resposta dos meios municipais • Acompanha a situação no terreno ou delega esta competência no seu substituto legal; • Avalia e decide a declaração de situação de alerta ou contingência • Difunde e executa a declaração de situação e alerta ou contingência; • Reforça a divulgação de medidas de autoproteção à população; • Garante a divulgação de comunicados à população; • Acompanha a execução do Plano e mobiliza os meios e recursos necessários; • Notifica o SRPCBA. Nível Vermelho Ocorrências múltiplas e generalizadas no Município e na ilha, com necessidade de uma resposta dos escalões distrital ou nacional • Acompanha em permanência a • situação na sala de gestão de crises; • Dirige e coordena a ação da CMPC; • Avalia e decide os pedidos de apoio ao escalão nacional. • Mobiliza e reforça até ao limite todos os meios e recursos do Município; • Apoia em permanência a estrutura de coordenação e as estruturas operacionais que forem constituídas; • Garante a divulgação de comunicados à população Nível Azul Fig. 1 – Níveis de alerta em função da gravidade de um evento e medidas correlativas a adoptar 20 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 7.2. Critérios para a ativação do Plano O plano de emergência de proteção civil é ativado quando exista uma forte probabilidade ou uma ocorrência efetiva de uma situação de acidente grave ou catástrofe, da qual possam resultar ou resultem efetivamente mortos e feridos e se prevejam ou resultem danos considerados elevados para as populações, bens e ambiente, que justifiquem a adoção imediata de medidas excecionais de prevenção, planeamento, informação e reação. O Presidente da Câmara Municipal, no cumprimento das suas obrigações legais em matéria de proteção civil municipal, ativa o Plano quando necessário, em função das suas responsabilidades. Os critérios, em sentido estrito, só podem ser formalmente assumidos depois de uma prévia avaliação da situação. Dada, por um lado, a transversalidade dos riscos considerados no Plano de emergência; e, por outro, as características geográficas e populacionais do Município, o Plano não deve ser condicionado por quaisquer subcritérios ou indicadores de referência específicos, que só à luz das ocorrências concretas ou magnitude de probabilidade de ocorrência efetiva poderão ser concretamente avaliados, designadamente em aspetos relacionadas com: (1) termos de percentagens de área territorial cobertas pelo Plano afetadas; (2) número de mortos, feridos, desalojados, desaparecidos ou isolados; (3) danos nos bens e património; (4) número de habitações danificadas; (5) edifícios indispensáveis às operações de proteção civil afetados; (6) afetação de monumentos; (7) danos nos serviços e infraestruturas; (8) suspensão do fornecimento de água, energias ou telecomunicações durante um período de tempo significativo; (9) danos no ambiente; (10) descargas de matérias perigosas em aquíferos ou no solo; (11) libertação de matérias perigosas para a atmosfera; (12) características da ocorrência de caudais registados, tal como se pode constatar pelo relatório intercalar anexo ao anterior Plano de Emergência referente às enxurradas de 3 e 4 de Novembro de 1998 em que se verificou durante cerca de 1,5h a precipitação de 104mm de chuva (13) magnitude ou intensidade sísmica; (14) erupção vulcânica, etc. 21 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 8. Programa de exercícios Nos termos da legislação em vigor e com regularidade anual ou de 2 em 2 anos, perspectiva-se a realização de diversos tipos de exercícios: • Exercício de postos de comando (Comand Post Exercise, CPX): aquele que se realiza em contexto de sala de operações e tem como objetivos testar o estado de prontidão e a capacidade de resposta e de mobilização de meios das diversas entidades envolvidas nas operações de emergência. • Exercício LivEx: um exercício de ordem operacional, no qual se desenvolvem missões no terreno, com meios humanos e equipamento, permitindo avaliar as disponibilidades operacionais e as capacidades de execução das entidades envolvidas. • Exercícios em que se simulem situações de emergência a diferentes níveis. 22 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ PARTE II – ORGANIZAÇÃO DA RESPOSTA 1. Conceito de atuação O conceito de atuação visa estabelecer os princípios orientadores a aplicar numa operação de emergência de proteção civil, definindo a missão, tarefas e responsabilidades dos diversos agentes, organismos e entidades intervenientes e identificando as respetivas regras de atuação. 1.1. Comissões de Proteção Civil Nos termos da Lei de Bases da Proteção Civil (cfr. os seus arts. 40º e 41º), em cada município existe uma comissão municipal de proteção civil. As competências da comissão municipal são as previstas para as comissões distritais adequadas à realidade e dimensão do município. Assim, a CMPC é dirigida pelo presidente da câmara ou por um vereador seu delegado, com a seguinte composição: Assim, a CMPC é dirigida pelo presidente da câmara ou por um vereador seu delegado, com a seguinte composição: • Presidente da câmara municipal e/ou vereador substituto (em representação, igualmente, do Serviço Municipal de Proteção Civil, incluindo um Responsável pelo gabinete de informação pública e pelo Gabinete de Operações e Comunicações); • Um representante dos bombeiros locais (preferencialmente o Comandante); • O comandante da GNR no município; • A autoridade marítima; • A autoridade sanitária do município; • O responsável pela Unidade de Saúde local; • Um representante do Instituto de Desenvolvimento Social dos Açores; • Um representante da Santa Casa da Misericórdia do Corvo; • Um representante da SRCTE. 23 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ A composição da CMPC bem como as suas alterações deverão ser comunicadas ao SRPCBA. Nestes termos, a CMPC: • Assegura as ligações com as entidades e organizações necessárias às operações de proteção civil em caso de acidente grave ou catástrofe; • Desencadeia a execução dos correspondentes planos de emergência que exijam a sua intervenção, bem como assegura a conduta das operações de proteção civil deles decorrentes, em caso de ocorrência ou iminência de acidente grave, catástrofe ou calamidade; • Possibilita a mobilização rápida e eficiente das organizações e pessoal indispensáveis e dos meios disponíveis que permitam a conduta coordenada das ações a executar; • Aciona a formulação de pedidos de auxílio, em função da deteção de carências existentes a nível municipal; • Efetua exercícios e treinos que contribuam para a eficácia de todos os serviços intervenientes em ações de proteção civil; • Difunde os comunicados oficiais, em caso de acidente grave, catástrofe ou calamidade. Na iminência ou ocorrência de acidente grave ou catástrofe que afete todo ou parte do município, a CMPC é ativado por decisão do presidente da câmara municipal ou, na ausência ou impedimento deste e quando a situação o impuser, pelo vereador substituto. A ativação da CMPC implica obrigatoriamente notificação imediata do facto ao SRPCBA. 2. Execução do plano Assegurar a criação das condições favoráveis ao empenhamento rápido, eficiente e coordenado, não só de todos os meios e recursos disponíveis como também dos meios de reforço externos que venham a ser obtidos, é uma incumbência que, neste âmbito, recai especialmente sobre o Presidente da Câmara Municipal, enquanto Diretor do Plano. 24 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 2.1. Fase de emergência A fase de emergência caracteriza as ações de resposta tomadas e desenvolvidas nas primeiras horas após um acidente grave ou catástrofe e destina-se a providenciar, através de uma resposta concertada, as condições e meios indispensáveis à minimização das consequências, nomeadamente as que impactem nos cidadãos, no património e no ambiente. Ações: • Convocação da CMPC, declarando a ativação do PME e acionamento do aviso às populações em perigo/risco; • Coordenação e promoção da atuação dos meios de socorro de modo a controlar o mais rapidamente possível a situação; • Decisão, em cada momento, sobre as ações mais convenientes em função da emergência e a aplicação das medidas de proteção, tanto para a população como para os vários agentes intervenientes no PME; • Difusão, através da Comunicação Social, ou por outros meios, dos conselhos e medidas a adotar pelas populações em risco; • Promoção da evacuação dos feridos e doentes para os locais destinados ao seu tratamento; • Manutenção da lei e da ordem e garantir a circulação nas vias de acesso necessárias para a movimentação dos meios de socorro e evacuação da população em risco; • Coordenação e promoção da evacuação das zonas de risco, bem como as medidas para o alojamento, agasalho e alimentação da população evacuada; • Informação ao SRPCBA da situação e solicitação dos apoios e meios de reforço considerados necessários; • Promoção da coordenação e atuação dos órgãos e forças Municipais de Proteção Civil; • Promoção das ações de mortuária adequadas à situação. 2.2. Fase de reabilitação A fase de reabilitação caracteriza-se pelo seguinte conjunto de ações: 25 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ • Adotar as medidas necessárias à urgente normalização das condições de vida das populações atingidas, ao rápido restabelecimento das infraestruturas e dos serviços públicos e privados essenciais (fundamentalmente os abastecimento de água, energia, comunicações e acessibilidades) e à prevenção de novos acidentes; • Estabelecimento de condições para o regresso das populações, bens e animais deslocados, a inspeção de edifícios e estruturas e a remoção de destroços ou entulhos; • Avaliação e quantificação dos danos pessoais e materiais, com o objetivo de obter informações destinadas a apoiar as atividades das forças de intervenção, a determinar prioridades quanto ao restabelecimento das vias de circulação e das redes públicas essenciais; • Estimar os prejuízos causados pela emergência. 3. Articulação e atuação de agentes, organismos e entidades Nos termos da Lei de Bases da Proteção Civil e da legislação especial na RAA são Agentes de Proteção Civil no Município, de acordo com as suas atribuições próprias: • Corpo de Bombeiros Voluntários do Corvo; • GNR; • Autoridade Marítima; • Autoridade de Saúde; Os Organismos e Entidades são todos os serviços e instituições, públicos ou privados, com dever especial de cooperação com os agentes de proteção civil ou com competências específicas em domínios com interesse para a prevenção, a atenuação e o socorro às pessoas, aos bens e ao ambiente. Entre eles, contam-se: • Agrupamento de Escoteiros; • Instituto de Desenvolvimento Social; • Secretaria Regional da Educação; • Escola Básica Integrada Mouzinho da Silveira • Portos dos Açores, SA • EDA- Empresa de Eletricidade dos Açores 26 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ • Secretaria Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos (Delegação da Ilha do Corvo) • Portugal Telecom; • Radioamadores; • Serviços do Desenvolvimento Agrário 3.1. Missão dos agentes de proteção civil 3.1.1. Fase de emergência A fase de emergência caracteriza as ações de resposta tomadas e desenvolvidas nas primeiras horas após um acidente grave ou catástrofe e destina-se a providenciar, através de uma resposta concertada, as condições e meios indispensáveis à minimização das consequências, nomeadamente as que tenham impacto nos cidadãos, no património e no ambiente. No âmbito das suas especificidades, aos vários agentes de Proteção Civil incumbe desenvolver as seguintes tarefas: Bombeiros Voluntários da ilha do Corvo • Participar nas ações de combate a incêndios e de busca e salvamento, nas suas áreas de intervenção ou de reforço; • Participar na prestação de primeiros socorros aos sinistrados e na sua evacuação primária; • Colaborar nas ações de mortuária; • Executar outras missões com os meios próprios, de acordo com as determinações do Diretor do Plano; • Desenvolver, em geral, ações relacionadas com o socorro às populações, em caso de incêndios, inundações, desabamentos e, de um modo geral, em todos os acidentes, emergência pré-hospitalar, transporte de doentes e o abastecimento de água 27 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Guarda Nacional Republicana -Posto do Corvo Assegurar as ações de Manutenção da Lei e da Ordem, assim como o controlo de tráfego e de acessos nas suas áreas de intervenção operacional; Apoiar nas ações de mortuária nas suas áreas de intervenção operacional; Coordenar as ações de Movimentação de Populações, nas suas áreas de intervenção operacional; Apoiar as outras Forças de Segurança, quando solicitado; Cumprir, em geral, todas as missões que legalmente lhe estão atribuídas no âmbito da proteção e socorro; Atuar na manutenção da ordem pública, preservação da segurança dos cidadãos e da proteção da propriedade, isolamento de áreas, controle de tráfego, investigação e prevenção de atividades criminosas, evacuação e abertura de corredores de emergência/evacuação. Autoridade Marítima • Exercer ações nos domínios do aviso/alerta, apoio e socorro, de acordo com as atribuições próprias; • Garantir o cumprimento da Lei nos espaços marítimos sob jurisdição nacional; • Intervir na área de segurança marítima, no que respeita ao tráfego de navios e embarcações, à salvaguarda da vida humana no mar e ao assinalamento marítimo; • Coordenar as atividades de busca e salvamento na sua área de jurisdição em coordenação com as demais entidades legalmente competentes e coordenar as ações de busca e salvamento relativas a acidentes ocorridos nas águas sob sua responsabilidade. 28 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Aeródromo do Corvo (e Representante SATA – Air Açores) • Apoiar(em) com os meios próprios, v.g. nas ações de combate a incêndios; • Disponibilizar(em) o espaço aéreo para operações aéreas de emergência; O INAC é a entidade responsável por (1) promover a segurança aeronáutica; (2) participar nos sistemas nacionais de coordenação civil e militar em matéria de utilização do espaço aéreo, de busca e salvamento; (3) de proteção civil; (4) de planeamento civil de emergência e de segurança interna e (5) cooperar com a entidade responsável pela prevenção e investigação de acidentes e incidentes com aeronaves civis. Unidade de Saúde • Promovendo o funcionamento de serviços de urgência regulares e de exceção; • É responsável pela requisição de serviços, estabelecimentos e profissionais de saúde, nos casos de epidemias graves ou quando ocorrem outras situações de emergência 3.1.2. Fase de reabilitação Após a fase de emergência os agentes de proteção civil e as entidades e organismos de apoio deverão repor, no mais curto período de tempo, a sua capacidade plena para o normal exercício das suas funções de proteção civil, colaborando nas operações da fase de reabilitação. A fase de reabilitação caracteriza-se pelo conjunto de ações e medidas de recuperação destinadas à reposição urgente da normalização das condições de vida das populações atingidas, pelo rápido restabelecimento das infraestruturas e dos serviços públicos e privados essenciais. 29 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ ENTIDADES ACÇÕES Corpo de Bombeiros Voluntários do Apoiar no desenvolvimento de ações Corvo relacionadas com a desobstrução e limpeza de vias de comunicação e medidas necessárias à normalização da vida da população GNR Detectar, investigar e prevenir as atividades criminosas; e, em geral, a manutenção da Ordem Pública, controlo de tráfego e de acessos nas suas áreas de intervenção operacional; Apoiar as outras Forças de Segurança, quando solicitado; Autoridade Marítima: Garantir o cumprimento da Lei nos espaços marítimos sob jurisdição nacional; Intervir na área de segurança marítima, no que respeita ao tráfego de navios e embarcações, à salvaguarda da vida humana no mar e ao assinalamento marítimo; Unidade de Saúde: Assumir a responsabilidade e a decisão sobre as medidas de proteção da Saúde Pública na área da catástrofe ou acidente grave; e controle transmissíveis. 30 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU de doenças Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 3.2. Missão dos organismos e entidades de apoio 3.2.1. Fase de emergência Câmara Municipal do Corvo • Responsável nas suas áreas de intervenção pelas ações de proteção civil; • Disponibiliza as suas instalações e meios, nomeadamente para apoio técnico e científico. Santa Casa da Misericórdia da Corvo • Apoiam as ações de gestão de abrigos, de bem-estar das populações, de pesquisa de desaparecidos, de gestão de campos de desalojados e distribuição de bens, roupas e agasalhos; • Disponibilizam instalações para diversos fins; colaboram no fornecimento de alimentação e assistência sanitária e social; Agrupamento de Escoteiros • Prestam apoio com meios humanos e materiais de acordo com os seus Estatutos e capacidades, para o cumprimento das ações que lhe forem atribuídas, quando solicitado, designadamente na distribuição de agasalhos, roupas e bens alimentares, bem como no alojamento e na organização de acampamentos de desalojados. • Prestam colaboração no apoio logístico e encaminhamento das pessoas para os locais de acolhimento. 31 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Secretaria Regional da Educação e Instituto de Desenvolvimento Social dos Açores • Prestam assessoria técnica especializada ao Diretor do Plano; • Coordenam as ações a desenvolver no âmbito do apoio à movimentação de populações e ativação de campos de desalojados. • Efetuam a coordenação das ações de obtenção e distribuição de alimentos, agasalhos e artigos de higiene à população, assim como asseguram a ação de apoio social, nomeadamente o realojamento. Escola: • Disponibiliza as respetivas instalações, sempre que solicitadas, em situação de emergência; • Sensibiliza a população escolar para ações de proteção civil e executa exercícios e treinos com a frequência necessária; • Organiza ações de educação e informação da população. Portos dos Açores, SA - Porto do Corvo • Presta apoio com meios humanos e materiais disponíveis para o cumprimento das ações que lhe forem atribuídas em situação de emergência. EDA- Empresa de Eletricidade dos Açores • Disponibiliza técnicos para proceder ao corte e/ou reparação na rede elétrica. • Assegura o restabelecimento da distribuição de energia elétrica em situação de emergência para as infraestruturas críticas acima identificadas, tais como, por exemplo, a Câmara Municipal do Corvo, o Quartel dos Bombeiros, a Unidade de Saúde, o aeródromo do Corvo (ANEXO B e G). 32 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Secretaria Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos (Delegação da Ilha do Corvo) • Presta assessoria técnica especializada ao Diretor do Plano; • Colabora nas ações de planeamento e conduta operacional; • Coordena os meios disponíveis para o cumprimento das ações que lhe forem atribuídas numa situação de emergência relativamente às suas áreas de competências. Portugal Telecom • Assegura o restabelecimento e o reforço das comunicações telefónicas, em situação de emergência, nas suas áreas de intervenção; • Garante prioridades de acesso, em situação de emergência, aos endereços telefónicos correspondentes a serviços e entidades essenciais que se identificam nos (ANEXO B e G). • Disponibiliza técnicos para a reparação de danos nos sistemas de comunicações Radioamadores CU9 - Região Autónoma dos Açores - Ilha do Corvo • Prestam apoio em meios humanos e materiais no sentido do cumprimento das ações que lhes forem atribuídas, nomeadamente reforço do sistema de comunicações em situação de emergência. Serviço do Desenvolvimento Agrário • Presta assessoria técnica especializada ao Diretor do Plano; • Colabora na definição de medidas tendentes à minimização de danos provocados por uma situação de emergência, no âmbito dos recursos agrícolas e pecuários, considerando os aspetos de sanidade animal, evacuação/transumância ou eventual abate se uma situação de exceção assim o exigir. 33 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 3.2.2. Fase de reabilitação Câmara Municipal do Corvo • Inspeção de edifícios, estruturas e depósitos de combustíveis líquidos e gases; análise e quantificação dos danos; elaboração de estudos para reabilitação de recursos naturais; manutenção das vias de comunicação e demolição de edifícios em ruínas. Santa Casa da Misericórdia do Corvo • Recolha de dádivas. Agrupamento de Escoteiros • Colaboração no apoio logístico e encaminhamento das pessoas para as zonas reabilitadas. Secretaria Regional da Educação e Instituto de Desenvolvimento Social dos Açores - e Secretaria Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos (Delegação da Ilha do Corvo) • Apoio económico dirigido às vítimas para satisfação de necessidades básicas (alojamento, alimentação e vestuários) e de realojamento. EDA- Empresa de Eletricidade dos Açores • Restabelecimento do normal funcionamento da rede elétrica. Portugal Telecom • Restabelecimento do normal funcionamento das telecomunicações. 34 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ PARTE III – ÁREA DE INTERVENÇÃO 1. Administração de meios e recursos A coordenação da administração dos meios e recursos cabe à CMPC, tendo como prioridades estabelecer contacto com fornecedores privados ou públicos de equipamentos, artigos e materiais necessários às operações de emergência de proteção civil, assim como, a gestão administrativa inerente à mobilização, requisição e utilização dos meios e recursos utilizados aquando da ativação do PMEPC. Os agentes de proteção civil, entidades e organismos de apoio envolvidos nomeiam e remuneram o seu próprio pessoal. O pessoal voluntário, cuja colaboração seja aceite a título benévolo, deve apresentar-se no Quartel de Bombeiros, que constitui Posto Local de Recenseamento de Voluntários, se outros locais não forem divulgados. A gestão financeira de custos é da responsabilidade do Serviço Municipal de Proteção Civil (SMPC), que é também competente em matérias de supervisão das negociações contratuais e de gestão de eventuais donativos, subsídios e outros apoios materiais e financeiros recebidos em dinheiro com destino às operações de Proteção Civil. É da responsabilidade das entidades e organismos envolvidos as despesas realizadas em operações de proteção civil. A aquisição de bens é efetuada nos termos legais por requisição do SMPC. A gestão dos tempos de utilização dos recursos e equipamentos previstos no plano é da responsabilidade do Serviço Municipal de Proteção Civil. 2. Logística Coordenação: • Serviço Municipal de Proteção Civil Colaboração: 35 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ • Serviços técnicos da Câmara Municipal; • Santa Casa da Misericórdia; • Escola; • SRCTE; • Portugal Telecom, SA; • EDA, SA; Prioridades de Acão: • Promove o estabelecimento de protocolos com entidades fornecedoras de bens e géneros para a situação de emergência; • Garante a instalação e montagem de cozinhas e refeitórios, coordenando a assistência a prestar; • Organiza e coordena a instalação de campos de desalojados supletivos de áreas de acolhimento fixas; • Procede com o apoio às famílias; • Propõe e coordena área/áreas de armazenagem para a situação de emergência; • Assegura aos grupos, quando requisitado, o fornecimento de bens e serviços através de um sistema de requisições; 2.1 Apoio logístico às forças de intervenção Os Departamentos e serviços da Câmara Municipal envolvidos nas operações de socorro são responsáveis por suprir as suas necessidades logísticas iniciais nomeadamente quanto a alimentação, combustíveis, manutenção e reparação de equipamentos, transportes e material sanitário. Os agentes de Proteção Civil e as entidades de apoio são responsáveis por suprir as suas necessidades logísticas iniciais de modo semelhante à situação descrita para os serviços municipais. Numa fase posterior o Serviço Municipal de Proteção Civil (SMPC) fica responsável por suprir as necessidades logísticas dos diversos agentes e entidades de apoio 36 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ envolvidas nas operações. 2.2 Apoio logístico às populações Os centros de alojamento, identificados no Anexo D, devem estar providos de condições mínimas de apoio quanto a dormidas, alimentação e higiene pessoal, bem como de acessos e parqueamento, já que a movimentação das populações pode ser feita, prioritariamente através das viaturas pessoais. Poderão também funcionar como pontos de reunião destinados ao controlo dos residentes para despiste de eventuais desaparecidos; devem ser ativados por decisão do Diretor do Plano, em função da localização das áreas evacuadas e das suas condições de utilização. 3. Comunicações Os corpos de bombeiros, as forças de segurança, as Forças Armadas, entre outros, possuem redes de telecomunicações próprias. Compete ao comandante das operações de socorro estabelecer o plano de comunicações para o teatro de operações – que inclui as zonas de sinistro, de apoio e de concentração e reserva. Nesta atividade, devem ser tidos em conta os procedimentos necessários para que se mantenham as comunicações com os centros operacionais ou equivalente dos agentes de proteção civil, organismos e entidades de apoio, incluindo, com os competentes serviços da Administração regional (SRPCBA). No Posto de Comando Operacional conjunto as comunicações são coordenadas pelo Comandante das Operações de Socorro, informando o SMPC de qual o canal a utilizar, que fará a ponte com os restantes agentes de Proteção Civil. 4. Gestão da informação A gestão da informação de emergência concretiza-se entre as entidades atuantes nas operações e informação pública. 37 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Os relatórios têm por objetivo permitir aos órgãos de condução e coordenação operacional avaliar a situação, a sua evolução em caso de acidente grave ou catástrofe, dando-lhes assim capacidade de intervenção. Tipos de Relatórios 1. − Relatórios imediatos de situação Têm origem nas forças ou meios locais de intervenção e/ou no sistema local de Proteção Civil e destinam-se aos órgãos ou comandos de coordenação operacional dos escalões superiores respetivos. São transmitidos pela via de comunicação mais rápida e disponível e, atendendo às circunstâncias, normalmente são verbais. 2. − Relatórios de situação geral Podem ter origem em qualquer escalão dos meios de intervenção ou do sistema de Proteção Civil e destinam-se aos escalões imediatamente superiores. Podem ser periódicos, a horário previamente estabelecido, ou a solicitação de entidades com competência para tal. Podem ser verbais ou escritos. 3. − Relatórios especiais de situação São elaborados por qualquer meio ou força de intervenção ou do sistema de Proteção Civil, a solicitação dos escalões superiores e destinam-se a esclarecer pontos específicos ou sectoriais da situação Os modelos de relatórios são os constantes do Anexo C. 4.1 Gestão de informação entre as entidades atuantes nas operações Atendendo a que no teatro de operações deverá ser, no momento da resposta, elaborado um plano de ação e que o mesmo obriga a reuniões (briefings) regulares, será essa então uma forma de transmissão das informações entre todos os agentes e entidades com intervenção nas operações. No que respeita à informação, a forma de recolha e tipo de informação deverá ser relativo a: • Pontos de situação; • Perspetivas de evolução futura; • Cenários; • Dados ambientais e sociais; • Outras informações. 38 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Este conjunto de informação irá permitir adequar recursos e gerir de forma mais equilibrada a utilização das equipas de resposta, potenciando a sua ação. O SMPC fica responsável por efetuar a recolha da informação necessária à avaliação e extensão da situação, contactando para o efeito todas as autoridades atuantes no terreno, assim como, efetuar briefings regulares com o Diretor do Plano. Os demais agentes e entidades atuantes devem reportar ao SMPC ou ao Diretor do Plano toda e qualquer alteração que ocorra no teatro de operações. Comando – Comandante das operações de socorro; Colaboração – Todas as entidades intervenientes; Prioridades de ação – Estabelecer e assegurar a comunicação entre o posto de comando e todos as entidades intervenientes no plano. 4.2 Gestão de informação às entidades intervenientes do plano Todas as entidades intervenientes no Plano mantêm níveis de informação de prontidão e envolvimento em todas operações. Desta forma, o SMPC em articulação com o Diretor do Plano, deve informar (telefone ou rádio) todas as entidades com intervenção no plano, o ponto de situação das operações que se estão a desenvolver no terreno, alertando para a necessidade de manter os níveis de prontidão. A atualização da informação não deve ser feita sempre que pertinente. Comando – Posto de comando operacional; Colaboração – Todas as entidades intervenientes; Prioridades de ação – Manter devidamente informadas as entidades intervenientes no plano. 4.3 Informação pública O SMPC deve desencadear mecanismos de informação à população (Órgãos de Comunicação Social locais ou com intervenção local e Internet) no sentido de veicular as medidas de autoproteção a adotar, tendentes a prevenir ou minimizar os efeitos da ocorrência dos diferentes riscos existentes. Nos contactos com os órgãos de comunicação social, a informação a prestar deve 39 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ ser constituída por: 1. Ponto de situação; 2. Ações em curso para o socorro e assistência às populações; 3. Áreas de acesso restrito; 4. Medidas de autoproteção; 5. Locais de reunião, acolhimento provisório ou assistência; 6. Números de telefone e locais de contacto para informações; 7. Receção de donativos; 8. Inscrição para o serviço voluntário; 9. Instruções para regresso de populações evacuadas. O SMPC coordena toda a atividade de aviso e informação pública: pré-emergência, emergência e reabilitação no tocante a riscos existentes e medidas de autoproteção a adotar. Deve assegurar a informação e sensibilização das populações, assim como articular com o Direto do Plano a divulgação dos comunicados aos órgãos de comunicação social. 5. Procedimentos de evacuação A competência para a proposta de evacuação é da responsabilidade da CMPC, estando sujeita a validação do Diretor do Plano. Coordenação – GNR Entidades intervenientes – Corpo de Bombeiros Voluntários do Corvo; GNR Ações • Abertura de corredores de circulação de emergência • Controlo do acesso às áreas afetadas • Evacuação da população Depois de a CMPC identificar a zona de sinistro e das forças de segurança 40 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ reconhecerem as zonas de concentração e reserva e de apoio, o tráfego é reencaminhado de modo a que não interfira com a movimentação da população a evacuar, nem com a mobilidade das forças de intervenção e das entidades e organismos de apoio. Podem ser criadas barreiras de encaminhamento de tráfego e pontos de controlo que se destinam a prestar assistência aos evacuados e a manter fluxo da movimentação em direção às áreas e centros de alojamento. O regresso da população às áreas anteriormente evacuadas deve ser controlado pelas forças de segurança, tendo em vista a manutenção das condições de tráfego. O Município deverá ter previstas zonas de concentração local (ZCL), que correspondem a locais de reunião das pessoas provenientes das zonas sinistradas, as quais deverão coincidir, sempre que possível, com estruturas fixas bem conhecidas, como pavilhão gimnodesportivo, entre outras. No município, as infraestruturas que poderão ser utilizadas para este fim encontramse identificadas no ANEXO D. 41 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ As áreas de alojamento a utilizar são preferencialmente as infraestruturas comunitárias existentes (Centro Paroquial/Império do Espírito Santo da Vila do Corvo, Igreja de Nossa Senhora dos Milagres, Instalações desportivas, etc.), e outras instalações fixas que se revelem adequadas à situação em causa. Não obstante, um dos problemas que se coloca quanto à seleção dos locais em causa prende-se com a sua segurança, nomeadamente, no que concerne à sua localização e à resistência das estruturas à ação sísmica. A escola deverá ser utilizada como última solução, tendo em atenção que a atividade diária das crianças deve manter-se tanto quanto possível dentro da normalidade. Alternativamente pode ser planeada a instalação de abrigos temporários (tendas, pré-fabricados e outros). O(s) Campo(s) de Desalojados (CD) corresponde(m) ao(s) local(ais) onde a população evacuada permanecerá (Anexo D), pelo período de tempo necessário à sua reintegração com carácter definitivo no meio de origem ou outro. O(s) referido(s) campo(s) deve(m) possuir itinerários de acesso permanente e em bom estado de conservação, esgotos e proximidade em relação a áreas de abastecimento, designadamente água e energia. A instalação do(s) CD(s) poderá ser feita com base em infraestruturas já existentes ou em estruturas implantadas especificamente para o efeito, nomeadamente pré-fabricados ou tendas. Deverão ser previstas instalações especiais reservadas a grupos de pessoas com problemas ou carências mais graves (órfãos, doentes, idosos, etc.). A entrada em funcionamento do(s) CD(s) deverá ocorrer até 48 horas após a determinação da sua necessidade pela CMPC. Dependente do local de sinistro, deverão ser criadas zonas de concentração local e de irradiação, itinerários de evacuação, abrigos temporários e de longa duração. 42 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 6. Manutenção da ordem pública Manutenção da ordem pública Responsável – GNR Ações • Limitar o acesso às zonas de sinistro e de apoio, às forças de intervenção e às entidades e organismos de apoio (devidamente credenciados); • Garantir a segurança de infraestruturas sensíveis e/ou indispensáveis às operações de proteção civil. O acesso às zonas de sinistro é limitado através da criação de barreiras e outros meios de controlo, podendo apenas aceder a estas zonas quem estiver devidamente credenciado. As zonas de apoio, de concentração e reserva e de receção de reforços são delimitadas pelas forças de segurança. Poderá ser definido um recolher obrigatório e ser efetuado um patrulhamento, pelas forças de segurança, nas zonas evacuadas, de modo a que se impeçam roubos e pilhagens, procedendo-se de forma prevista na lei em relação aos indivíduos que aí se encontrem sem autorização. Poderá ser destacado pessoal das forças de segurança, de modo a garantir a segurança das infraestruturas sensíveis e/ou indispensáveis às operações de proteção civil, tais como as instalações dos agentes de proteção civil, unidades de saúde, entre outras. 7. Serviços médicos e transporte de vítimas Face a uma emergência com elevado número de vítimas, as primeiras equipas a prestar socorro efetuam a evacuação primária para os postos de triagem que se criarem. Compete à CMPC identificar e informar a direção do plano em relação à quantidade previsível de meios complementares necessários para triagem, assistência pré-hospitalar e evacuação secundária das vítimas. 43 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Serviços Médicos e Transporte de Vítimas Entidade Coordenadora – Unidade de Saúde da Ilha do Corvo (USIC), no que concerne aos serviços médicos; e SRPCBA, no que respeita ao transporte de vítimas; Entidades Apoio Eventual – Corpo de Bombeiros. Ações • Garantir a prestação de cuidados médicos de emergência nas áreas atingidas, nomeadamente a triagem, estabilização e transporte das vítimas para as Unidades de Saúde; • Estabelecer áreas de triagem das vítimas; • Indicar a eventual necessidade de montagem, organização e funcionamento de Postos Médicos Avançados; • Inventariar, convocar, reunir e distribuir o pessoal dos Serviços de Saúde, nas suas diversas categorias, de forma a reforçar e/ou garantir o funcionamento de serviços temporários e/ou permanentes; • Inventariar danos e perdas nas capacidades dos serviços de saúde, bem como das que se mantêm operacionais na Zona de Sinistro; • Organizar o fornecimento de recursos médicos; O fluxograma seguinte evidencia os procedimentos e as entidades envolvidas na triagem de vítimas e no transporte das mesmas. 44 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ USIC – Unidade de Saúde da Ilha do Corvo HH – Hospital da Horta HSEAH – Hospital Santo Espírito de Angra do Heroísmo HDESPDL – Hospital Divino Espírito Santo CPH – Capitania do Porto da Horta Fig. 2. Fluxograma evidenciando os procedimentos e as entidades envolvidas na triagem de vítimas e no transporte das mesmas 45 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 8. Socorro e Salvamento Socorro e Salvamento Intervenções iniciais face a um acidente grave ou catástrofe Responsável – Bombeiros Voluntários Ações • Socorro, busca e salvamento de vítimas, podendo incluir a extinção de incêndios, o escoramento de estruturas, o resgate ou desencarceramento de pessoas, a contenção de fugas e derrames de matérias perigosas. É o chefe da primeira equipa de intervenção que assume a função de comandante das operações de socorro que, de imediato avalia a situação no que a respeita a: • Tipo de ocorrência; • Local e extensão da ocorrência; • Número potencial de vítimas; • Meios de reforços necessários. Incumbe, ainda, ao responsável/responsáveis definir várias áreas operacionais, que abaixo se identificam. 46 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Áreas Operacionais: ________________________________________________________________ • Delimitam-se, para efeitos de melhoria da rapidez de resposta e rentabilização dos meios a envolver nas operações, três zonas operacionais concêntricas, em torno do local do sinistro: • Definem-se, se necessário, sectores operacionais de atuação de emergência. ZONA VERMELHA • Zona de concentração do total ou quase da totalidade dos danos. De utilização muito restrita, nela apenas atuarão as estruturas operacionais de proteção civil de primeira intervenção. A entrada de meios de reforço é feita a pedido e sob autorização. As vias terão preferencialmente sentido único. • Definem-se nesta zona, se necessário, sectores operacionais de atuação de emergência. ZONA LARANJA • Zona envolvente da primeira, podendo concentrar alguns danos e que se pode estender por áreas significativas em termos de dimensão. Serve de interface entre as zonas vermelha e verde e é nela que se posicionarão alguns meios e estruturas de apoio à emergência. A circulação é feita segundo autorização expressa, efetuando-se também, quando possível, em sentido único. ZONA VERDE • Zona de acesso e circulação livre, embora com as restrições necessárias às atividades prioritárias da emergência. Sempre que exista transferência de comando deverá ocorrer um briefing para o próximo Comandante e uma notificação a todo o pessoal informando que uma mudança de comando está a ter lugar. 47 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Em articulação com a CMPC, o diretor do plano decide qual é o momento em que a fase de emergência estabilizou, isto é, quando as necessidades relativas à supressão da ocorrência no que respeita ao socorro e salvamento de vítimas, estão completas, passando-se à fase de reabilitação. Neste momento deve proceder-se à desmobilização dos meios não necessários à fase de reabilitação, cabendo ao diretor do plano a decisão acerca do regresso da população desalojada às áreas consideradas seguras. 48 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 9. Serviços mortuários • Entidade Coordenadora – Ministério Público (coadjuvado técnica e operacionalmente pela competente entidade de Medicina Legal); • Entidades Intervenientes – Competente entidade de Medicina Legal, Autoridade Saúde, Guarda Nacional Republicana (GNR); • Entidades de Apoio Eventual – Corpo de Bombeiros (CB) e Capitania do Porto da Horta Ações • Assegurar o correto trato dos cadáveres; • Receber e guardar os espólios dos cadáveres, informando o “centro de pesquisa de desaparecidos” (articulação com a área da Manutenção da Ordem Pública); • Assegurar a constituição das Zonas de Reunião de Mortos (ZRnM) e de Morgues provisórias (NecPro); • Garantir uma eficaz recolha de informações que possibilite proceder, com máxima rapidez e eficácia, à identificação dos cadáveres, nomeadamente no que diz respeito a: colheita de dados Post-mortem (PM), colheita de dados Ante-mortem (AM) e cruzamento de dados PM/AM; • Assegurar a presença das Forças de Segurança nos locais onde decorrem operações de mortuária de forma a garantir a manutenção de perímetros de segurança; • Garantir a capacidade de transporte de cadáveres ou partes de cadáveres; • Garantir uma correta tramitação processual de entrega dos corpos identificados. Em cenários com elevado número de vítimas, a recolha e o depósito de cadáveres 49 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ são tarefas muito sensíveis, que devem ser levadas a cabo através de rigorosos procedimentos, devido à sua enorme importância nos aspetos que se prendem com a investigação forense, quando, face ao tipo de ocorrência, haja necessidade de a realizar. Esta tarefa deve ser controlada pela GNR que, para tal, colabora com a Autoridade de Saúde. A recolha dos cadáveres deve ser feita para as zonas de reunião de mortos, como Casa Mortuária, Unidade de Saúde, Igreja, até 15 mortos. Caso ultrapasse este número de óbitos, prevê-se a utilização do pavilhão gimnodesportivo, que funcionará como morgue provisória. O local, que no concelho da Corvo poderá servir este propósito, encontra-se identificado na tabela do ANEXO E. As tarefas ligadas às morgues provisórias são da competência das equipas do Instituto Nacional de Medicina Legal ou seu correspondente na RAA que culminam na identificação e entrega dos corpos para serem sepultados, nos cemitérios próximos, ou em caso de risco de epidemia, os corpos deverão ser cremados. A Fig. 3 evidencia as entidades envolvidas na identificação das vítimas e na determinação das causas de morte, bem como todo o processo relacionado com a escolha de zonas de reunião dos mortos. 50 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ ZRnM – Zona de Reunião de Mortos NecPro – Necrotório Provisório Fig.3. Fluxograma adaptado de ANPC (Autoridade Nacional de Proteção Civil) mostrando as entidades envolvidas na identificação e zonas de reunião dos mortos 51 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Instruções Específicas: • O fluxograma anterior só se aplica a cadáveres encontrados em zonas públicas, incluindo zonas de domínio público marítimo/hídrico, ou em edifícios colapsados. • Sendo localizado um corpo sem sinais de vida e sem tarja negra aposta, o médico da ERAV verificará o óbito e procederá à respetiva etiquetagem em colaboração com o elemento da PJ. Caso sejam detectados indícios de crime, o chefe da ERAV poderá solicitar exame por perito médico-legal, antes da remoção do cadáver para a ZRnM (Zona de Reunião de Mortos); • A autorização de remoção de cadáveres ou partes de cadáveres, do local onde foram inspecionados até à ZRnM, haja ou não haja suspeita de crime, cabe ao Ministério Público. • Compete à PSP promover a remoção dos cadáveres ou partes de cadáveres devidamente etiquetados e acondicionados em sacos apropriados (“bodybags”), também devidamente etiquetados, podendo para o efeito requisitar a colaboração de quaisquer entidades públicas ou privadas. • Assegura a constituição das Zonas de Reunião de Mortos (ZRnM) e dos Necrotérios Provisórios (NecPro), que se poderão localizar em pavilhões gimnodesportivos, armazéns, ou outros previstos nos PME’s; • Se estiverem operacionais, deverá ser dada prioridade à utilização de NecPro municipais. • A identificação de cadáveres resulta exclusivamente de técnicas médico-legais e policiais, registadas em formulários próprios; • Deverá ser assegurada a presença de representantes do Instituto de Registos e Notariado nos NecPro para proceder ao assento de óbitos e garantir toda a tramitação processual e documental associada; • Aquando da ativação do plano, e tendo como missão a recolha de dados antemortem, promover-se-á a ativação de um ou mais Centros de Recolha de Informação, conforme decisão do MP e sob responsabilidade da PJ e do INML ou seu correspondente na RAA; 52 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ • Os cadáveres que se encontrem em Postos Médicos Avançados são encaminhados para ZRnM desenrolando-se, a partir daí, os procedimentos previstos no fluxograma; • Compete às entidades gestoras das ZRnM e dos NecPro fornecer ao MP a informação sobre vítimas falecidas, o qual a transmitirá ao Centro de Coordenação Operacional (CCO), incluindo dados sobre o número de mortes verificadas, de mortos identificados ou por identificar, bem como a informação sobre as estruturas organizativas instaladas para a intervenção nesses domínios. A transmissão e divulgação desta informação far-se-á com respeito pelo segredo de justiça, pelo segredo médico, pelo dever de reserva profissional e pelo princípio da necessidade de conhecer; • As necessidades de transporte de pessoas e equipamento serão supridas pela Área de Intervenção de Logística, de acordo com os meios disponíveis; • O apoio psicológico aos familiares das vítimas e elementos das equipas de intervenção será efetuado de acordo com os procedimentos definidos para as respetivas Áreas de Intervenção. • O fluxograma anterior só se aplica a cadáveres encontrados em zonas públicas, incluindo zonas de domínio público marítimo/hídrico, ou em edifícios colapsados. 10. Protocolos Entidade Coordenadora: Presidente do Município da Corvo O Diretor do Plano, por proposta da área de intervenção de Administração de Meios e Recursos, articula e elabora protocolos com as diversas entidades, para o fornecimento de bens, serviços ou equipamentos; A gestão e o acionamento dos protocolos são da responsabilidade do Diretor do Plano; 53 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ PARTE IV – INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR SECÇÃO I 1. Organização geral da proteção civil em Portugal 1.1. Estrutura da proteção civil De acordo com a Lei nº 27/2006, de 3 de Julho – Lei de Bases da Proteção Civil, existem três níveis de organização no que respeita à estrutura da proteção civil, sendo eles: nacional, distrital e municipal (Fig. 4). Fig 4. Estrutura da Proteção Civil em Portugal, de acordo com a Lei de Bases da Proteção Civil. Nesta estrutura, podemos identificar claramente três tipos de órgãos e seus constituintes: 54 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Entidades de Direção: entidades político-administrativas responsáveis pela política de Proteção Civil: Nível nacional: Assembleia da República _ Governo _ Primeiro-Ministro (Conselho de Ministros) _Ministério da Administração Interna (MAI) Nível distrital/regional: Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) – SRCTE/SRPCBA Nível municipal: Presidente da Câmara Municipal Órgãos de Coordenação: estruturas não permanentes responsáveis pela coordenação da política de Proteção Civil: Nível nacional: Comissão Nacional de Proteção Civil (CNPC) Nível distrital: Comissão Distrital de Proteção Civil (CDPC) – SRPCBA Nível municipal: Comissão Municipal de Proteção Civil (CMPC) Órgãos de Execução: organismos técnico-administrativo responsáveis pela execução da política de Proteção Civil: Nível nacional: Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) – SRCTE/SRPCBA Nível municipal: Serviço Municipal de Proteção Civil (SMPC) O diagrama seguinte (Fig. 5) hierarquiza a estrutura da Proteção Civil Municipal. Fig.5. Estrutura da Proteção Civil do Corvo 1.2. Estrutura das operações 55 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Com a criação do Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro, DecretoLei n.º134/2006, é estabelecido um sistema de gestão e operações, definindo a organização dos teatros de operações e dos postos de comando, clarificando competências e consolidando a doutrina operacional. A Coordenação Institucional é assegurada a nível nacional e de cada Distrito (na RAA pelo SRPCBA), pelos Centros de Coordenação Operacional (CCO) que integram representantes das entidades cuja intervenção se justifica em função de cada ocorrência em concreto, sendo que, os CCO são responsáveis pela gestão da participação operacional de cada força ou serviço nas operações de socorro a desencadear. Ao nível municipal, pelo SMPC (Fig. 6). Fig. 6. Estrutura do Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro. À medida que os recursos vão chegando ou saindo do teatro de operações, será necessária a expansão ou retração da estrutura que permite a gestão da cadeia de comando. De modo a assegurar uma estrutura flexível, ordenada e clara, será necessária uma estrutura modular assente nas seguintes formas de organização (Fig. 7): 56 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Comando Células Sectores Divisões Grupos Equipas Unidades Fig. 7. Estrutura piramidal de gestão do teatro de operações. Estrutura de Comando: Comandante das operações de socorro Células: Estrutura de Estado-Maior Sectores: Módulo de agrupamento funcional com funções de coordenação Divisões: Módulo de agrupamento geográfico com funções de coordenação Grupos: Módulo de agrupamento funcional com funções de operações Equipas: Módulo de agrupamento funcional de elementos e recursos com funções de operação Unidades: Elementos ou recursos. 57 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ A estrutura piramidal a criar deverá manter uma relação ideal de 1:5 em termos de supervisor e recurso. A função de Comandante de Operações de Socorro é a primeira a ser estabelecida num teatro de operações, imediatamente após a chegada da primeira equipa de socorro. À medida que forem chegando outros recursos, ou por necessidade de substituição, poderá ocorrer a transferência de comando, obrigando nestes casos a um briefing a quem assume as funções de comando e a uma notificação da substituição a toda a estrutura operacional presente. Em cada teatro de operações deverá existir um plano de ação, elaborado no momento da resposta. Na grande maioria dos teatros de operações, o plano não precisa de ser escrito mas terá de ser apresentado, o que implica a realização de briefings regulares. Estes planos têm um ciclo de vida a que se chama período operacional e são revistos no final de cada período e adaptados às novas necessidades de cada período operacional. Em situações em que a complexidade da gestão ou o tempo previsto de duração das operações de socorro seja elevado, os planos deverão ser escritos. Do plano de ação deverão constar: Objetivos, fixados pelo comandante operacional de socorro; Estratégias, formas de chegar ao resultado esperado; Organização, definição de como se irá organizar a estrutura modular e como se estabelecerão as dependências hierárquicas; Recursos requeridos, identificação dos recursos necessários expectáveis; Tácticas, definição de quem, o quê, onde e quando; Comando unificado, para cada teatro de operações só existirá um comandante de operações de socorro, mesmo que o teatro de operações ocorra numa área onde existam várias instituições com competência técnica e jurisdicional. De modo a simplificar a ação e a garantir o reconhecimento dos intervenientes num teatro de operações será importante definir as instalações de base padronizadas, 58 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ designadamente postos de comando, zona de sinistro, zona de apoio, zona de concentração e reserva e zona de receção de reforços. A cadeia de operações é uma forma de organização de um teatro de operações, que é utilizada seja qual for a importância e o tipo de ocorrência e desenvolve-se de uma forma modular. A decisão do desenvolvimento da organização é da responsabilidade do Comandante das Operações de Socorro (COS), que a deverá utilizar sempre que os meios disponíveis do primeiro alarme e posteriormente do segundo alarme se mostrem insuficientes. Sempre que uma força de socorro seja acionada para uma ocorrência, o chefe da primeira equipa a chegar ao local assume de imediato as funções de COS, dando assim início à organização mínima de um teatro de operações, permitindo manter desde logo um sistema evolutivo de comando e controlo da operação. A assumpção da função de COS deve ter em conta as competências, atribuições legais e capacidade técnica da entidade representada, tendo em vista a resolução adequada da situação. O comando próprio de cada força deverá ser proporcional e adequado ao envolvimento de meios humanos e materiais empregues pela mesma. 2. Mecanismos da estrutura de proteção civil 2.1. Composição, convocação e competências da Comissão de Proteção Civil De acordo com o que a própria lei prevê, os Municípios podem criar, nos respetivos diplomas orgânicos, o Serviço Municipal de Proteção Civil, afetando-lhes recursos e pessoal próprios, com carácter permanente ou não, em função das especificidades locais e da dimensão das próprias tarefas da proteção civil municipal ou do próprio Serviço (VER ANEXO B). De acordo com a lei, em cada município existe uma comissão municipal de proteção civil (CMPC), organismo que assegura que todas as entidades e instituições de âmbito municipal imprescindíveis às operações de proteção e socorro, emergência e assistência previsíveis ou decorrentes de acidente grave ou catástrofe se articulam entre si, garantindo os meios considerados adequados à gestão da ocorrência em 59 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ cada caso concreto. São competências da Comissão Municipal de Proteção Civil as atribuídas por lei às comissões distritais de proteção civil que se revelem adequadas à realidade e dimensão do município, designadamente as seguintes: • Acionar a elaboração do plano municipal de emergência, remetê-lo para aprovação do SRPCBA e acompanhar a sua execução; • Acompanhar as políticas diretamente ligadas ao sistema de proteção civil que sejam desenvolvidas por agentes públicos; • Determinar o acionamento dos planos, quando tal se justifique; • Garantir que as entidades e instituições que integram a CMPC acionam, ao nível municipal, no âmbito da sua estrutura orgânica e das suas atribuições, os meios necessários ao desenvolvimento das ações de proteção civil; • Difundir comunicados e avisos às populações e às entidades e instituições, incluindo os órgãos de comunicação social. A CMPC é convocada normalmente por telefone; em caso de necessidade, todos os seus membros devem comparecer voluntariamente nas instalações destinadas ao seu funcionamento. 2.2. Critérios e âmbito para a declaração das situações de alerta, contingência ou calamidade Inicialmente, importa conhecer os fenómenos que motivam a declaração de situação de alerta. O artigo 3º da Lei n.º 27/2006 (Lei de Bases da Proteção Civil) define da seguinte forma: Acidente Grave é um acontecimento inusitado com efeitos relativamente limitados no tempo e no espaço, susceptível de atingir as pessoas e outros seres vivos, os bens ou ambiente. Catástrofe é o acidente grave ou a série de acidentes graves susceptíveis de provocarem elevados prejuízos materiais e, eventualmente, vítimas, afetando intensamente as condições de vida e o tecido socioeconómico em áreas ou na totalidade do território nacional. 60 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ O nº 1 do artigo 9º da Lei n.º 27/2006 define que a situação de alerta pode ser declarada quando, face à ocorrência ou iminência de ocorrência de algum ou alguns dos acontecimentos acima referidos, (acidente grave e/ou catástrofe), é reconhecida a necessidade de adotar medidas preventivas e ou medidas especiais de reação. Ao nível municipal, a competência para declaração de alerta, cabe, de acordo com o artigo 13º da Lei n.º 27/2006, ao Presidente da Câmara Municipal. O artigo 14º da mesma Lei refere que o ato que declara a situação de alerta menciona expressamente: a) A natureza do acontecimento que originou a situação declarada; b) O âmbito temporal e territorial; c) A estrutura de coordenação e controlo dos meios e recursos a disponibilizar. Relativamente ao âmbito material da declaração de alerta, o artigo 15º da mesma Lei, refere que, para além das medidas especialmente determinadas pela natureza da ocorrência, a declaração de situação de alerta dispõe expressamente sobre: a) A obrigatoriedade de convocação, consoante o âmbito, das comissões municipais, distritais ou nacional de proteção civil; b) O estabelecimento dos procedimentos adequados à coordenação técnica e operacional dos serviços e agentes de proteção civil, bem como dos recursos a utilizar; c) O estabelecimento das orientações relativas aos procedimentos de coordenação da intervenção das forças e serviços de segurança; d) A adoção de medidas preventivas adequadas à ocorrência. A declaração da situação de alerta determina uma obrigação especial de colaboração dos meios de comunicação social, em particular das rádios e das televisões, visando a divulgação das informações relevantes relativas à situação. 61 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 2.3. Sistema de monitorização, alerta e aviso Existem diversos sistemas de monitorização em uso para diferentes tipologias de risco: Situações meteorológicas adversas – Sistema de Avisos de SRPCBA e do Instituto de Meteorologia; Cheias – Sistema de Avisos de SRPCBA e SRAM/DRA; Emergências radiológicas – Sistema de Vigilância de Emergências Radiológicas da Agência Portuguesa do Ambiente; Sismos e Erupções Vulcânicas – Sistema de Avisos de SRPCBA em consonância com informação do Instituto de Meteorologia e do CIVISA. No diagrama seguinte é possível visualizar a inter-relação existente entre os sistemas de monitorização, de alerta e de aviso (Fig. 8). 62 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Fig. 8. Sistemas de monitorização, de aviso e de alerta Sempre que for recebido no SMPC um comunicado técnico-operacional dos serviços ou autoridades competentes, são de imediato despoletados sistemas de alerta para uma cadeia de pessoas e entidades já previamente estabelecidas (Agentes de Proteção Civil, Entidades de Apoio, Dirigentes Municipais, etc.). No que concerne ao sistema de monitorização, através da análise da informação meteorológica, podem ser criados cenários futuros, dispondo-se, os meios de 63 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ proteção civil, de acordo com esses mesmos cenários. No que respeita aos sistemas de aviso, existem diversos dispositivos para o efeito: sirenes, telefones, viaturas com megafones, estações de rádio locais e televisão. Deve ainda ser tomado em atenção a variação de localização da população em função do período do dia e do dia da semana aquando de um possível acidente, no entanto as formas de aviso da população devem ser idênticas. No caso do sistema utilizado serem as sirenes da corporação de bombeiros, o aviso à população deverá ser feito através de toques intermitentes de cinco segundos, durante um minuto. Esta sequência de toques deverá ser repetida cinco vezes, intervaladas entre si em um minuto. Para avisar a população pode utilizar-se o aviso automático através da rede telefónica, o que requer que listas de residências e empregos com a respetiva localização e números de telefones sejam elaboradas e mantidas atualizadas. Porém, haverá que considerar formas de aviso (por exemplo, emissão de mensagens escritas ou difusão celular para telemóveis) para a população em movimento que não está nas suas residências ou nos seus locais de emprego. No caso particular deste concelho são especificadas (ANEXO D) as zonas de concentração e de alojamento, bem como são propostas rotas de movimentação das populações consoante seja identificado um perigo eminente ou tenha efetivamente ocorrido um desastre. No capítulo seguinte são analisados e quantificados os vários perigos que podem assolar o concelho. 64 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Secção II 1. Caracterização geral A ilha do Corvo, que se encontra entre os paralelos 39º40’ – 39º43’ N e os meridianos 31º5’ – 31º8’ W, integra, juntamente com a ilha das Flores situada a Sul a uma distância de 6 milhas náuticas, o grupo ocidental do arquipélago dos Açores. Esta ilha tem um único município, que é designado por Município do Corvo. A área total da ilha, e logicamente do concelho, é da ordem dos 17,1km2. A vila do Corvo está implantada numa fajã fundamentalmente de natureza lávica, que se desenvolve no lado Sul do seu estratovulcão (Fig. 9). Algum casario raro aparece a maior altitude, mas todo ele de apoio à faina agrícola e de pastoreio. Fig. 9. Carta Militar da ilha do Corvo. Serviço Cartográfico do Exército. Escala: 1:25000 65 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ A principal atividade económica da ilha insere-se no sector primário. Na verdade, a área agrícola ocupa cerca de 18% da área do município seguindo um modelo de pequenas explorações, e nela são produzidas culturas forrageiras, culturas permanentes de batata e citrinos, culturas temporárias de cereais para grão com predominância do milho, culturas hortícolas intensivas, pastagens permanentes e prados temporários. Neste sector, a pecuária desempenha um papel preponderante, sendo os bovinos, os suínos e as aves as principais espécies produtoras. Os lacticínios, e de forma mais efetiva o queijo, são os produtos que mais provento dão à ilha embora a pesca tenha também algum peso económico. No que concerne à cobertura vegetal, a nível das espécies arbóreas, a densidade é impressionantemente baixa e é dominada pelo cedro-do-mato, pelas criptomérias e pelos loureiros. É de salientar que as maiores e mais antigas turfeiras do país existem apenas nas ilhas do Corvo e Flores. Para além de constituírem um refúgio de espécies endémicas, são uma fonte de suporte hídrico dessas ilhas. A imposição do regime florestal sobre o baldio da ilha nos anos 60 contribuiu para o desaparecimento das ovelhas da ilha e consequentemente o fim da produção de lã que representava um bom contributo financeiro para o Corvo. Nos últimos anos no âmbito do sector terciário tem havido um empenho especial no turismo o que se tem mostrado bastante criativo criando uma série de programas apelativos, tais como, passeios pedonais, passeios de barco à volta da ilha, mergulho e pesca, observação de aves exóticas. O investimento em infraestruturas relacionadas com turismo, com destaque para o mais recente hotel, tem contribuído, também, para chamar à ilha os forasteiros. Dadas as especificidades desta ilha, nomeadamente os seus endemismos, que a nível dos Açores existem em maior percentagem, e demais espécies de relevância regional e europeia, o Corvo em Setembro de 2007 foi considerado como Reserva da Biosfera pela UNESCO. Acresce o facto de ter sido também considerada como Sítio de Importância Comunitária (SIC) - Costa e Caldeirão do Corvo e a Zona de Proteção Especial (ZPE) da Costa e Caldeirão, que atualmente integram o Parque Natural da Ilha do Corvo (Mapa 6). Os limites da área marinha do Parque Natural de 66 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Ilha são definidos por um retângulo demarcado a norte pela linha de latitude 39° 46′7″, a sul pela linha de latitude 39° 37′0″, a este pela linha de longitude 31° 1′0″ e a oeste pela linha de longitude 31° 11′7″. No contexto arquitetónico, há a realçar (1) o casario da Vila do Corvo que foi classificado como Conjunto de Interesse Público; (2) a Igreja de N. Sra. dos Milagres, do séc. XVIII; (3) a Casa do Espírito Santo, fundada no séc. XIX; (4) o Centro Interpretativo Cultural e Ambiental da Ilha, espaço museológico com galeria para exposições temporárias e (5) os Moinhos de Vento do Corvo. 2. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA 2.1. Aspetos geomorfológicos sucintos A ilha é um estratovulcão ou vulcão compósito, encimado por uma caldeira e com alguns cones strombolianos secundários, dispersos nas suas vertentes. O ponto mais elevado da ilha (718m) é o Estreitinho implantado no bordo Sul da Caldeira. A conjugação da tectónica com a erosão confere uma assimetria acentuada à ilha. 2.2. Caracterização climática Segundo o Projeto CLIMAT (INTERREG_3B – Mac 2.3/A3 e de acordo com os dados do Instituto de Meteorologia (IM) dos Açores, para o período compreendido entre 1961 e 1981, os valores médios mensais e anuais da temperatura do ar, da humidade, da insolação e da precipitação do Corvo estão de acordo com os dados apresentados na Tabela I. 67 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Tabela I Valores de temperatura do ar, Humidade do ar, Insolação e precipitação para a ilha do Corvo (Projeto CLIMAT (INTERREG_3B – Mac 2.3/A3 e Instituto de Meteorologia (IM) dos Açores, para o período compreendido entre 1961 e 1981). Verifica-se que o clima do Corvo é marcado pela existência de dois períodos distintos: um de maior pluviosidade que ocorre entre Setembro e Março, e outro referente aos restantes meses com precipitação menor. No período seco a pluviosidade registada corresponde apenas a 21,3% do total anual, igual a 1144,6 mm. A temperatura média mensal é igual a 14,4ºC, observando-se os valores mais elevados de Julho a Setembro, com um máximo de 22.6ºC em Agosto, e o mais baixo em Fevereiro (13,8ºC). Os mapas e gráfico da Fig.10 permitem uma perceção mais rápida sobre as condições climáticas da ilha do Corvo. O balanço hídrico sequencial mensal mostra que o período de excedentes em água é verificado de Dezembro a Abril, com uma escorrência total de 305.9 mm, e o deficit hídrico prolonga-se de Julho a Setembro). Atendendo ao controle orográfico da pluviosidade é de supor que a precipitação seja bastante superior em altitude, assim como a escorrência, potenciando desta forma maior alimentação dos aquíferos. 68 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Fig.10. Distribuição média anual da temperatura, da precipitação e da humidade na ilha do Corvo (modificado de Azevedo et al., 2004). Os nevoeiros são bastante persistentes nas zonas altas. A agitação marítima predominante do lado W é, frequentemente, muito elevada. 2.3. Caracterização sumária da hidrografia e recursos hídricos O padrão da rede de drenagem do Corvo, com maior expressão nas vertentes N, E e S, é radial centrífugo, e é condicionado por falhas radiais que afetam o edifício Fig.11). 69 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Fig. 11. Rede de drenagem da ilha do Corvo. O inventário das nascentes captadas na ilha do Corvo executado pela equipa da Universidade dos Açores e a firma PROELIA, Lda., em resposta à solicitação da Câmara Municipal do Corvo em 2001 permitiu identificar nove nascentes (Fig. 12 e Mapa 2). Fig. 12. Localização das nascentes de água subterrânea na ilha do Corvo (Cruz et al. 2003). O caudal total disponível no ano de 2001 era igual a 236.3 m3/d, correspondendo 204.4 m3/d ao volume drenado pelas nascentes destinadas à produção de água para consumo humano e o valor remanescente às nascentes utilizadas para abastecimento à agricultura. No geral, os caudais observados são fracos, variando 70 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ entre um mínimo de 1.7 m3/d (nascente da Carvalha) e um máximo de 74.6 m3/d (nascente do Tanque). Do conjunto de dados obtidos verificou-se que existe uma variação acentuada do caudal ao longo do ano, o que sugere, nas condições hidrogeológicas locais, que as emergências correspondem à descarga de aquíferos caracterizados por um pequeno tempo de residência da água subterrânea e reduzida capacidade de regularização. Na nascente do Tanque, a de caudal mais elevado entre todas as emergências inventariadas, a que corresponde uma descarga média igual 97 m3/d, verifica-se que os valores máximos ocorrem entre Dezembro e Março, e os valores mínimos são observados entre Agosto e Novembro. À nascente do João Alves corresponde, no mesmo período, um caudal médio de 53.0 m3/d, o segundo mais elevado entre todas as emergências estudadas, observando-se que os valores máximos ocorrem nos meses de Março e Abril, e os menores nos meses de Agosto a Novembro. Da mesma forma que para o ponto de água anterior, o atraso entre o início da precipitação em Setembro e o aumento do caudal a seguir à recessão é de dois meses. As restantes nascentes apresentam caudais médios no período estudado substancialmente menores: o da nascente do Trevo, com 26.4 m3/d, o do Grotão, com 21.1 m3/d, o da Fonte Doce, com 18.8 m3/d, o dos Lagos, com 17.5 m3/d, o da Jalofa, com 6.0 m3/d, o da Lomba da Rosada, com 3.9 m3/d e o da Carvalha, com 2.4 m3/d. Geralmente os valores mínimos são observados nos meses de Agosto a Setembro, enquanto os máximos ocorrem de Dezembro a Abril. No que se refere à hidrogeoquímica constatou-se para todas as nascentes do Corvo que: (1) as águas são frias, com temperaturas de emergência entre 14.3ºC e 16.8ºC; (2) o pH é ligeiramente ácido a alcalino, a variar entre 6.02 e 7.55 e com uma mediana igual a 7.01; (3) os valores de condutividade elétrica, situam-se entre 148 e 367 µS/cm e com mediana igual a 221 µS/cm, sugerindo que correspondem a águas pouco mineralizadas. Trata-se de águas brandas, atendendo a que as durezas totais apresentam valores entre 19.3 e 47.5 mg/L CaCO3. A alcalinidade, varia entre 14.5 e 71 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 42 mg/L de CaCO3. São águas do tipo cloretadas sódicas. O sódio é o catião predominante e corresponde a cerca de 51.4% a 71.1% do conteúdo catiónico total, enquanto o cloreto é o anião dominante, representando 52.5% a 77.8% do total dos aniões dissolvidos. Contudo, o bicarbonato representa cerca de 15.7% a 39% do conteúdo aniónico total, predominando na água da nascente do Trevo. A concentração em SiO2 varia entre 17.8 mg/L e um máximo de 42.6 mg/L. O controle da mineralização das águas pelos iões dominantes em solução é demonstrada pela relação linear bem marcada entre a condutividade elétrica e o teor em cloreto. A explicação para este controle reside na influência da deposição de sais de origem marinha, carreados pela chuva e pelo vento. Este mecanismo é evidenciado pelo comportamento do teor em Cl- na água em função da cota da emergência, em que é bem patente um decréscimo da concentração daquele ião à medida que as nascentes se distribuem por cotas superiores, efeito que se desvanece a partir dos 300 m de altitude. O predomínio do ião bicarbonato na nascente do Tanque permite verificar a contribuição da hidrólise dos minerais silicatados para a composição química das águas amostradas. Tal sugestão é consistente com o facto de se observar uma relação linear entre o caudal das nascentes e o teor daquele ião na água, em que as emergências com maior descarga, e logo circulação mais profunda e maior tempo de residência, apresentam conteúdos mais elevados em bicarbonato. 2.4. Uso do solo A utilização do solo é condicionada pelas características geomorfológicas da ilha do Corvo. Assim, podemos considerar (1) a zona baixa da fajã, onde está instalada a Vila Nova do Corvo; (2) a zona circunscrita à caldeira englobando o seu bordo, que se encontra a altitudes superiores a 500m, e o interior; (3) as vertentes do estratovulcão compreendidas entre os 250m e os 500m e (4) as arribas que variam entre os 250m e 700m de altitude. No que se refere à caldeira verifica-se que as vertentes exteriores, com declives acentuados, alta pluviosidade e sujeitas a ventos fortes apresentam condições hidromórficas particulares que limitam o tipo de povoamentos. Assim, os solos são pobres e pouco espessos, muitas vezes apenas com a camada orgânica, em 72 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ condições de encharcamento permanente e humidade relativa muito perto da saturação o que só permite ao desenvolvimento de comunidades endémicas características. No que diz respeito às vertentes interiores, altamente erosionadas e ravinadas pela escorrência das águas que é canalizada para o fundo da caldeira, embora as condições climatéricas sejam mais amenas, pelo efeito caldeira, as condições extremas de encharcamento limitam os povoamentos, também, ao tipo hidromórfico. A fajã lávica, de baixa altitude, baixo declive e separada da restante ilha por uma arriba fóssil, escapa aos rigores de altitude e aos ventos de Norte, mas em contrapartida é fustigada pelos ventos de Oeste, Sudoeste e Sudeste. Como consequência direta, as chuvas salgadas associam-se ao efeito eólico criando condições de xero-halomorfismo, que dificultam o coberto vegetal. Este aspeto é ampliado pela importante quebra no relevo que parece individualizá-la do restante vulcão central pelo que os recursos hídricos que lá chegam são naturalmente escassos. Assim se compreende que uma zona com 1055 mm/ano de precipitação acumulada e sem aparente défice hídrico no solo apresente povoamentos espontâneos com elevada tendência xero-halomórfica. Excetuando os casos anteriores e as encostas escarpadas que são praticamente inacessíveis e não são cultiváveis, apresentando pastoreio selvagem de caprinos, a ocupação do solo é dominada por pastagens, pequenos pomares e pequenos espaços para cultivo de hortícolas e cereais. Na ilha do Corvo cerca de 95% dos seus solos são considerados não aráveis. Por outro importa ressalvar que as maiores e mais antigas turfeiras se encontram nas ilhas das Flores e do Corvo, que para além de constituírem um refúgio de espécies endémicas são uma fonte de suporte hídrico muito importante. 3. Caracterização Socioeconómica 3.1. Análise da População O Corvo, segundo o censos de 2001, tinha 425 habitantes, sendo 224 homens e 201 mulheres. A densidade populacional do concelho do Corvo é de 25 hab/km2: Este concelho está entre os que tiveram (1) uma maior taxa de atracão total - 16,7%; (2) 73 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ menores proporções de saídas para outros concelhos - 0,3% e (3) a entrada de um maior número de estrangeiros (o maior nº oriundo do Brasil). No que diz respeito aos grupos etários residentes, a variação por classes definidas pelos intervalos de anos representados na segunda linha da tabela seguinte é bem evidenciada no gráfico da figura 13. Classes 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 Grupos 0- 5- 10- 15- 20- 25- 30- 35- 40- 45- 50- 55- 60- 65- 70- 75- 80- 85- 90 etários 4 9 14 19 24 29 34 39 44 49 54 59 64 69 74 79 84 89 (+) (anos) Considerando intervalos mais alargados, tais como: 1 (entre 0 e 14 anos); 2 (entre 15 e 24 anos); 3 (entre 25 e 64 anos) e 4 (65 e mais anos) tem-se uma melhor perceção da evolução da população do Corvo (Fig. 14). A variação percentual entre estes dois períodos foi, respetivamente, para cada um dos 4 intervalos acima identificados igual a: -22,9%, 47, 9%, 22,3% e –15,6% Nº de habitantes por classes etárias 41 30 19 19 32 34 34 33 28 20 22 16 16 17 21 19 18 5 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 Fig. 13. Variação do número de habitantes do Corvo por intervalos de idades de 5 anos relativos ao ano 2001 (dados dos Censos de 2001). 74 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Variação da população residente entre 1991 e 2001 1991 2001 219 179 96 70 54 1 81 71 48 2 3 4 Fig. 14. Variação do número de habitantes do Corvo pelos seguintes intervalos de idades: 1 (entre 0 e 14 anos); 2 (entre 15 e 24 anos ); 3 (entre 25 e 64 anos) e 4 (65 e mais anos) para os anos de 1991 e 2001 (dados dos Censos de 2001). O Corvo está entre os concelhos com uma menor taxa de analfabetismo, mas, no entanto, dos 49 analfabetos existentes, 23 têm 10 ou mais anos o que é um número significativo. O decréscimo que se verificou entre 1991 e 2001, de 6,2% para 5,9 %, é indicativo da aposta que se está a fazer para minimizar tão grave problema. No que respeita ao nível de alfabetização surgem 190 com o 1º ciclo, 59 com o 2º ciclo, 58 com o 3º ciclo, 45 com o ensino secundário, e 24 com o ensino superior. 3.2. Caracterização geral do edificado No que diz respeito ao número de alojamentos por km2 o Corvo está entre os concelhos com mais baixa densidade (<19/km2) e somente 71% desses alojamentos são ocupados pelos seus proprietários. O Corvo foi o único concelho em que não se registaram edifícios muito degradados, embora tenha a maior percentagem de edifícios com necessidade de reparações (52,7%). Realça-se o facto de o Corvo estar entre os concelhos com maior número de edifícios com acessibilidades para pessoas com mobilidade condicionada. Se por outro lado tivermos em conta o Índice de Envelhecimento dos Edifícios, deste concelho, que se obtém pela aplicação da seguinte relação: í íéí íó 75 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ os valores compreendidos entre 100% e 123% são indiciadores de que foram construídos mais edifícios antes de 1945 do que os construídos no período intercensitário de 1991 e 2001. Refira-se, ainda, a existência de elementos construtivos de expressão tradicional e primitiva, como seja a Igreja de Nossa Senhora dos Milagres, do séc.XVIII, os Moinhos de Vento do Corvo. 3.3. Rede escolar A nível do concelho do Corvo existe somente a Escola Básica Integrada Mouzinho da Silveira, onde funciona o Ensino Básico e Secundário, e a Creche e Jardim-deInfância da Santa Casa da Misericórdia do Corvo. (ANEXOS A e D e ORTOFOTOMAPA). 3.4. Tecido Empresarial e Sectores de Atividade mais Representativos A identificação das unidades de produção, que se encontram, relativamente dispersas, consta do ANEXO A (MEIOS E RECURSOS) 4. CARACTERIZAÇÃO DAS INFRAESTRUTURAS Para a consecução global desta caracterização todos os pormenores estarão explicitados no ANEXO A (MEIOS E RECURSOS). 4.1. Redes viárias A rede viária do município do Corvo é constituída, fundamentalmente, (1) pelos arruamentos da vila; (2) pela estrada que dá acesso ao bordo da caldeira – o Caldeirão; (3) pela estrada que próximo de Engenhos se desenvolve para leste passando no Cerrado das Vacas, Coroa do Corvo e que se ramifica na proximidade de Ribeira do Vintém/Alqueve dirigindo-se o sector mais oriental até à Rib. Entre Cancelas e a mais ocidental até à Ribª. da Cancela do Corvo e (4) as estradas que saem da via que conduz ao Caldeirão, dirigindo-se para NW, originando um sector que passa no interior da cratera do Cova Vermelha e outro que se dirige para norte um pouco acima da lagoa artificial. Outras pequenas canadas de pé posto retalham a ilha alargando a possibilidade de a percorrer. 76 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 4.2. Portos e varadouros Na ilha existem três portos: o Porto Novo (não utilizável), o Porto do Boqueirão e o Porto da Casa, o maior e o único com tráfego comercial e, portanto, a principal infraestrutura portuária da Vila do Corvo. O Portinho da Areia, no extremo oeste da pista do aeroporto, é o único areal da ilha e a sua principal zona balnear. De facto, o Porto da Casa, compreende a área marítima adjacente à fajã que constitui a parte Sul da ilha, onde existem alguns locais para fundear, um pequeno cais e alguns desembarcadouros. Os fundeadouros apenas são utilizáveis por navios médios e com bom tempo, da mesma forma que só nessas condições é possível o desembarque na ilha. O principal desembarcadouro do porto é o cais do Portinho da Casa, orientado para NE, com 50m de comprimento e com sondas reduzidas que vão regularmente dos 4m aos 0m. Os desembarcadouros da Areia e do Boqueirão têm piores condições pelo que são raramente utilizados. (Mapa 1). 4.3. Aeródromo Existe um único aeródromo na ilha do Corvo situado na Vila Nova do Corvo, junto ao mar. Tem uma pista de 800 metros de comprimento por 30 metros de largura, sem sinalização luminosa, pelo que é utilizada apenas no período diurno pelos voos comerciais da SATA – AIR AÇORES, com recurso ao Dash 200, de 37 passageiros de capacidade, e, quando necessário pelo CS295 da Força Aérea Portuguesa. As rotas diretas mais comuns ligam o Corvo às Flores e Terceira. O controlo de aproximação é efetuado pela Torre de Controlo das Flores e as indicações meteorológicas são recolhidas e transmitidas localmente aos pilotos. A gestão do aeródromo está concessionada à SATA – Gestão de Aeródromos. A título opcional é indicada uma hipotética localização de heliporto no ANEXO D, Mapa 1 e Ortofotomapa 4.4. Hospitais O município do Corvo dispõe exclusivamente de um Posto de Saúde (ANEXO A). 4.5. Instalações dos agentes de Proteção Civil (ANEXO B). 4.6. Instalações Militares Não existem instalações militares no município do Corvo 77 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 4.7. Telecomunicações (Mapa 7 e ANEXO A). 4.8. Abastecimento de água (Mapa 2). 4.9. Abastecimento de eletricidade Os postos de abastecimento e de distribuição de eletricidade são disponibilizados em mapa anexo (Mapa 7). 4.10. Combustíveis O armazenamento de combustíveis está disponível em mapa anexo (Mapa 1 e ANEXO A) 78 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 5. Caracterização do Risco Em termos gerais há duas ordens de riscos: I. Riscos/Catástrofes de origem natural II. Riscos/Catástrofes de origem antrópica Para uma caracterização dos riscos ter-se-á que (1) proceder a uma recolha de dados que, perduram na memória ou constituam registos históricos; (2) ter um conhecimento exaustivo das condições geológicas e vulcanológicas da área e da ilha e (3) verificar, entre outros factos, se são observadas todas as normas que podem contribuir para evitar as catástrofes provocadas pelo homem e que se irão analisar posteriormente. Desde os tempos históricos algumas catástrofes naturais têm ocorrido na ilha do Corvo nomeadamente relacionadas com fenómenos atmosféricos, No que se refere aos riscos de origem natural eles centram-se fundamentalmente em movimentos de massa de vertente (e.g. quebradas, escorregamentos) e fenómenos atmosféricos adversos tais como intensa pluviosidade que provoca importantes enxurradas, ventos ciclónicos e tempestades marítimas. De tal facto decorre que é fundamental proceder, por um lado, a uma avaliação detalhada de possíveis riscos e, por outro, à elaboração de cartas de risco, sobre as quais se deverá basear o planeamento das ações de intervenção. Tal metodologia irá, indubitavelmente contribuir para a prevenção e a minimização dos danos expectáveis. Em termos gerais alguns dos riscos naturais apontados são decorrentes da geologia da ilha e da sua própria evolução vulcânica. Por tal facto proceder-se-á, em primeira mão, a esta contextualização. 5.1. Enquadramento geográfico e geotectónico O arquipélago dos Açores situa-se no Atlântico Norte, a aproximadamente 1600 km de Portugal Continental (Fig. 15). Este arquipélago, constituído por nove ilhas e alguns ilhéus, distribui-se entre as latitudes 36º 55´ e 39º 43´N e as longitudes 24º 46´ e 31º 16´W. As ilhas integram a denominada Plataforma dos Açores, que 79 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ apresenta uma forma grosseiramente triangular, definida pela curva batimétrica dos 2000m, e que cobre uma área de 5,8 milhões de km2. Dessa área, 2333 km2 correspondem ao arquipélago dos Açores. As diferentes ilhas apresentam-se alinhadas segundo uma faixa de orientação geral NW-SE, com uma extensão de cerca de 600km entre Santa Maria e o Corvo. Geotectonicamente o arquipélago dos Açores encontra-se numa zona de convergência de uma série de estruturas tectónicas, cuja dinâmica é responsável pela sismicidade e vulcanismo atuantes nestas ilhas, bem como, de certa forma, pelas características petrológicas e geoquímica das lavas emitidas. De entre essas estruturas salientam-se (Fig. 16): a Crista Médio-Atlântica (CMA), o Rifte da Terceira (RT), a Zona de Fractura Norte dos Açores (ZFNA), a Zona de Fractura Este dos Açores (ZFEA) e a Zona de Fractura Oeste dos Açores (ZFWA). Fig. 15. Localização geográfica do arquipélago dos Açores. A Crista Médio-Atlântica é uma estrutura distensiva pura, sismicamente ativa, que se estende de norte a sul do Atlântico, intersectada por falhas transformantes, de 80 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ tendência geral E-W, que a fragmentam em inúmeros troços. Esta estrutura estabelece o limite entre a placa Americana, que se encontra a oeste, e as placas Euroasiática e Africana, que se desenvolvem para leste deste acidente tectónico (Meidav & Forjaz, 1976; Searle, 1980; Forjaz, 1983). As ilhas Flores e Corvo integram a placa Americana, a Oeste da CMA, ao invés das restantes que se edificaram a E daquela estrutura. A análise pormenorizada da junção tripla dos Açores sugere que a taxa de expansão da CMA a sul dos Açores é mais baixa do que a norte deste arquipélago (Krause & Watkins, 1970). Laughton & Whitmarsh (1974) determinaram que a velocidade média de expansão da região da CMA, a norte e a sul dos Açores, é, respetivamente, igual a 1,8 cm/ano e 1,3 cm/ano. A Zona de Fractura Norte dos Açores encontra-se à latitude 39º30´N, exatamente na região em que a CMA se apresenta desviada cerca de 15 km para leste. Searle (1980) considerou que esta estrutura, de direção aproximada E-W, parecia corresponder a uma fratura sem características de falha transformante. A Zona de Fractura Este dos Açores, inicialmente designada por Fractura AçoresGibraltar, representa o segmento oeste de uma das mais importantes zonas de fraturas do Globo Terrestre - o Arco Tectónico Alpino. O limite entre as placas Euroasiática e Africana, para leste dos Açores, é estabelecido por um troço da Fractura Açores-Gibraltar atualmente conhecido por Falha Glória (FG; Laughton et al., 1972). Para W do flanco submarino de Santa Maria, à latitude de 36º 48´N e longitude 24º 30´W, a ZFEA termina abruptamente e estabelece ligação com um sistema de falhas normais de direção NW-SE que atravessam a bacia dos ilhéus das Formigas. A existência de uma escarpa a cerca de 10 km a sul daquela ilha, com uma direção similar à Falha Glória (embora menos linear, mais larga e geomorfologicamente de aspeto menos fresco), levou a considerar-se tal escarpa como um primitivo sector terminal da ZFEA que estabeleceria a sua ligação com a CMA, e que teria antecedido a formação do centro de expansão dos Açores (Searle, 1980). Este segmento para alguns autores está inativo (Laughton & Whitmarsh, 1974; Searle, 1980), enquanto que, para outros, é uma estrutura sismicamente ativa (Krause & Watkins, 1970; Forjaz, 1984). 81 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Fig. 16. Principais acidentes tectónicos que interatuam na região dos Açores. CMA - Crista MédiaAtlântica; ZFEA - Zona de Fractura Este dos Açores; ZFWA - Zona de Fractura Oeste dos Açores; RT- Rifte da Terceira; ZFNA - Zona de Fractura Norte dos Açores; FG - Falha GLORIA; ZFBPA Zona de Fractura Banco Princesa Alice, ZFBA - Zona de Fractura Banco Açor; ZFFP - Zona de Fractura Faial - Corvo; TSJ - Transformante de São Jorge (in Ribeiro, L.P., 2011). A Zona de Fractura Oeste dos Açores parece corresponder ao prolongamento, para W, da ZFEA. As duas estruturas apresentam sensivelmente a mesma direção W-E, embora a ZFWA se desenvolva mais a norte, a partir da latitude 38ºN, e se encontre à longitude 32ºW (Krause, 1965). Esta estrutura, referida inicialmente por Tolstoi (1951; in Krause & Watkins, 1970) é também designada por Zona de Fractura do Corvo (Laughton & Whitmarsh, 1974; Udias et al., 1988; Buforn et al., 1988). A ausência de movimentos relativos entre os blocos situados a norte e a sul deste acidente tectónico, aliada ao seu comportamento assísmico, levou Krause & Watkins (1970) a alegarem que aquela estrutura não deva ser considerada como uma zona de fratura no sentido dinâmico, embora o deva ser no sentido estrutural. O Rifte da Terceira (Machado, 1959) apresenta uma direção WNW-ESE, sensivelmente coincidente com a disposição das ilhas dos grupos oriental e central 82 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ dos Açores. Esta estrutura evidencia-se entre as latitudes 36º 48´N e 39º 20´N e as longitudes 24º 30´W e 28º 50´W (Searle, 1980) e é definida por uma série de bacias e elevações (ilhas e bancos submarinos) que se desenvolvem entre a Bacia Oeste da Graciosa e os ilhéus das Formigas. A intersecção entre este acidente e a ZFNA ocorre aos 39º 20´N e 28º 50´W (Searle, 1980). A não consensualidade relativamente ao limite das placas euroasiática e africana, no sector compreendido entre a ilha de Santa Maria e a CMA, desencadeou a idealização de uma série de modelos tectónicos, bem como uma acentuada controvérsia científica. Neste âmbito, alguns investigadores consideram que aquele limite corresponde ao RT, estrutura distensiva pura funcionando como centro de expansão secundário, o que determinaria que a junção tripla fosse do tipo RRR (Krause & Watkins, 1970; Udías & Arroyo, 1972; Udías et al., 1976; Udías, 1980; Udías et al., 1986; Buforn et al., 1988). Para outros (Mckenzie, 1972; Laughton & Whitmarsh, 1974; Searle, 1980; Ribeiro, 1982) a interligação entre a CMA e a Falha Glória ocorre através de uma estrutura do tipo leaky transform, com eixo na ilha de São Jorge ou no canal São Jorge-Corvo Posteriormente, Forjaz (1983) concebeu o modelo da microplaca dos Açores, considerando uma microplaca triangular limitada a W pela Crista Média Atlântica, a S pela ZFEA e a NE pelo RT. Para este último autor o jogo de tensões, criado nos dois últimos limites, induziria um regime de compressão oblíquo na Falha Glória. Trabalhos recentes (Miranda et al., 1991; Luís et al., 1994; Miranda & Luís, 1995; Fig. 17), baseados em estudos geofísicos desenvolvidos na CMA, entre as latitudes 37ºN e 40º 30´N, e abrangendo uma área de 10 Ma de crusta oceânica para W e E daquele acidente tectónico, apontam no sentido de que o vulcanismo e a tectónica da região dos Açores têm sido controlados pelas variações de movimento entre as placas Americana, Euroasiática, Africana e a "microplaca ou bloco dos Açores". Ao invés da migração direta da junção tripla desde a ZFEA para a ZFNA, proposta por Searle (1980), estes autores defendem uma migração progressiva (1) desde a Zona de Fractura Este dos Açores, para a Zona de Fractura Banco Princesa Alice, num período anterior aos últimos 10 Ma; (2) da Zona de Fractura Banco Princesa Alice 83 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ para a Zona de Fractura Banco Açor e, atualmente, (3) desta zona para a Zona de Fractura Faial-Corvo (Fig.9). Apontam, ainda, estes investigadores que a recente migração do "ponto triplo" foi responsável pela edificação de duas das mais recentes ilhas do arquipélago - Faial e Corvo - construídas sobre a ZFFP, num ambiente de leaky transform. CMA – Crista Média-Atlântica ZFPA – Zona de Fractura Princesa Alice ZFNA – Zona de Fractura Norte dos Açores ZFP – Zona de Fractura do Corvo ZFF – Zona de Fractura do Faial ZFEA – Zona de Fractura Este dos Açores ZFA – Zona de Fractura Açor Fig. 17. Mapa batimétrico (intervalos de 1000m) com as diferentes zonas de fratura e com a área do trajeto aeromagnético delimitada a tracejado (adaptado de Luís et al., 1994). 84 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 5.2. Caracterização Geológica e Vulcânica da ilha do Corvo A ilha do Corvo apresenta um comprimento máximo de 6,3 km, de Norte para Sul, e uma largura de cerca de 4 km, de Este para Oeste. A superfície total ocupada pela ilha é de 17,12 km2. A ilha geologicamente é um estratovulcão encimado por uma caldeira assimetricamente posicionada relativamente à sua morfologia. Tal configuração foi sendo adquirida na sequência de intensos e simultâneos fenómenos de natureza tectónica e erosiva, salientando-se neste âmbito a erosão marinha, que devido à predominância das ondas de direção NW e W, maior atuação tem sobre as vertentes a elas expostas (Fig. 18). Fig. 18. Ilha do Corvo. Fotografia aérea Pela extrapolação das dimensões da caldeira e a análise das imponentes arribas oeste e norte, poder-se-á estimar uma área da ordem dos 28 km2 para a configuração inicial da ilha do Corvo, anterior a uma atuação mais intensa dos processos erosivos marinhos. 85 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ A ilha do Corvo é morfologicamente dominada pelo seu vulcão central, com um diâmetro médio de 5 km ao nível do mar, no topo do qual existe uma caldeira de subsidência, colapso, elíptica, com uma profundidade máxima da ordem dos 300 m. É no bordo sul deste vulcão que se encontra o ponto mais elevado da ilha, o Estreitinho, com 718 metros. A partir da atual configuração dos flancos do vulcão central, mormente dos seus declives, poder-se-á estimar uma elevação máxima da ordem de 900 a 1.000 metros para o topo do vulcão central anterior ao respetivo colapso e à formação do Caldeirão. No seu interior observam-se vários cones de escórias e de spatter (que em certos casos atingem uma altura de cerca de 30 m), pequenas lagoas e zonas alagadiças/pantanosas. Nas vertentes do estratovulcão existem alguns cones secundários de escórias, por vezes parcialmente soterrados por materiais vulcânicos mais recentes, como sejam escoadas lávicas basálticas s.l., piroclastos basálticos s.l. e cinzas e pedra-pomes de natureza traquítica. Destacam-se deste conjunto, pela sumptuosidade e estado de preservação os cones de escórias da Coroinha (ou Cortinhas ou Cova Vermelha), o Morro da Fonte e, em menor escala, o Coroa do Corvo (Fig. 19) Fig. 19. Esquema morfo-vulcânico simplificado da ilha do Corvo. 1- alinhamentos vulcano-tectónicos deduzidos; 2- arco de cratera; 3- arco de caldeira. A ponteado indicam-se os cones de escórias, a tracejado a fajã (delta) lávica da Vila Nova do Corvo e a sombreado as lagoas do Caldeirão (modificado de França et al., 2003). 86 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Inúmeros filões cortam as arribas segundo pendores extremamente acentuados. A zona menos declivosa da ilha e de altitude reduzida, localizada a S, corresponde a um delta, fundamentalmente, lávico, onde está instalada a Vila Nova do Corvo. Tentando conciliar os dados de Dias (2001; Fig. 20) e de Azevedo et al. (2003) com os da equipa da Universidade dos Açores resultantes de trabalhos de campo efetuados em 2001 e 2002 foi possível estabelecer uma vulcanoestratigrafia preliminar, da responsabilidade deste último grupo, que aqui se apresenta, por ordem decrescente de idades (França et al., 2003): 1 -VULCANISMO ANTE-CALDEIRA, onde se pode individualizar a unidade superior, a unidade inferior e as formações submarinas. As formações submarinas, bem expostas, na base das arribas SW e N da ilha, correspondem aos depósitos hidromagmáticos de piroclastos submarinos ali bem visíveis. A unidade inferior inclui a sequência de escoadas lávicas compostas (pahoehoe e aa), predominantemente observáveis no lado oriental da ilha e que integram o vulcão em escudo (shield volcano) primitivo, os depósitos estrombolianos que se encontram preferencialmente nas arribas W e NW da ilha, as escoadas que os sobrepõem e, ainda, os filões que as alimentam. Por fim, a unidade superior é integrada pelos Cabeços da Coroa do Corvo, do Morro da Fonte (bem como a fajã constituída pelas lavas por ele emitidas) e pelos dois cones soterrados da Ribeira do Feno e da Ribeira do Cerrado das Vacas. 2- FORMAÇÕES SIN-CALDEIRA, englobam os depósitos pomíticos, plinianos a sub-plinianos, os lahars, os surges e outros fluxos piroclásticos associados ao colapso do edifício vulcânico e à formação do Caldeirão; 3- FORMAÇÕES PÓS-CALDEIRA, incluem (1) a escoada basáltica s.l., de textura afírica exibindo raros cristais de plagioclase, oriunda da zona do “Pão de Açúcar” e que se desenvolve sobre o delta (ou fajã) lávico da Vila Nova do Corvo, com uma direção aproximada NNW-SSE, terminando no Alto do Moinho/Ponta Negra; (2) os cones de piroclastos e de spatter intra-caldeira (e.g. Montinho do Queijo, Cachimbo, Malaguetas) e (3) o cone de escórias da Cova Vermelha (Cortinhas) e as lavas a ele associadas; 87 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Fig. 20. Carta Geológica da ilha do Corvo (Dias, 2001). 88 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 4- FORMAÇÕES RECENTES, compreendem essencialmente materiais de natureza epiclástica, de entre os quais (1) importantes depósitos aluviais localizados no fundo do Caldeirão e os depósitos torrenciais/de enxurrada associados às linhas de água; (2) depósitos de vertente, que se encontram melhor expressos nas arribas da ilha do Corvo, em especial a W, N e SW da ilha, bem como na base da arriba fóssil da Vila Nova do Corvo, e que estão associados sobretudo a quebradas e a desmoronamentos e (3) cascalheiras de praia, que se observam na base das arribas em muitos locais da ilha. As constatações anteriores permitem reconstituir a história vulcânica da ilha. De facto, e à semelhança do que aconteceu nas restantes ilhas do arquipélago dos Açores, o Corvo emergiu na sequência de episódios vulcânicos submarinos, que sucessivamente foram dando lugar a um vulcanismo subaéreo, predominantemente do tipo havaiano. Neste contexto, ter-se-á erigido a proto-ilha do Corvo, constituída predominantemente, numa fase inicial, por um vulcão em escudo. Na verdade, os resquícios de depósitos de tufos surtseianos (com estratificação bem definida) observáveis nas arribas ocidentais (e.g. Pingas) e norte (e.g. Ponta do Marco) e, os empilhamentos lávicos, predominantemente de escoadas pahoehoe compostas, fundamentalmente visíveis no lado oriental da ilha, parecem consolidar este pressuposto. A esta primitiva etapa efusiva, ter-se-á seguido uma outra de carácter mais explosivo, do tipo estromboliano, testemunhada pelos inúmeros depósitos piroclásticos basálticos observáveis nas arribas do lado ocidental da ilha. Esta etapa terá dado lugar posteriormente a um vulcanismo efusivo e filoniano (Fig. 21), atestado, quer pela densa e complexa rede de diques que atravessam as formações anteriores, quer pelas escoadas, normalmente espessas, que originaram e que se intuíram entre aquelas formações, ou que se extravasaram à superfície. 89 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Fig. 21. Rede de filões (diques) cortando formações mais antigas, fundamentalmente, depósitos strombolianos, na encosta ocidental da ilha do Corvo. A partir de certa altura o complexo sistema de alimentação profundo (plumbing system) desta ilha parece ter-se modificado, dando lugar à formação de um reservatório magmático, que permitiu o desenvolvimento de um vulcão central compósito, onde para além de erupções terminais ocorreram também erupções secundárias nas suas vertentes, as quais originaram vulcões adventícios, tais como o Coroa do Corvo e o Morro da Fonte, entre outros atualmente desmantelados ou soterrados. É deste último cone vulcânico que são emitidas as lavas que vêm a constituir a atual fajã lávica onde se encontra implantada a maior parte da Vila Nova do Corvo (Fig. 22 A). A parte NE, mais elevada, desta povoação não está implantada sobre essas lavas, desenvolvendo-se, pelo contrário, sobre uma outra escoada, mais antiga, pontualmente com características escoriáceas, que cobre o empilhamento lávico que se observa a nordeste do Porto da Casa, derramando-se sobre os materiais de uma primitiva fajã detrítica resultante de mecanismos essencialmente gravitacionais (Fig. 22 B). 90 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ A B Fig. 22. A - Vista geral da Vila do Corvo implantada sobre um delta lávico; B – Vista parcial da zona NE da Vila do Corvo edificada sobre escoada mais antiga sustentada em depósitos gravitacionais. A ausência de uma fonte próxima responsável pela emissão daquelas lavas mais escoriáceas permite levantar a hipótese de que as mesmas possam corresponder a uma primeira fase eruptiva do Morro da Fonte. A presença de uma câmara magmática subjacente ao estratovulcão do Corvo permitiu uma evolução magmática que conduziu a um vulcanismo ácido, muito explosivo, do tipo pliniano a subpliniano, atestado (1) pelas sequências pomíticas, que só excecionalmente se encontram bem preservadas em raros afloramentos e (2) pelos blocos sieníticos dispersos em leitos de ribeira e em depósitos de enxurrada/lahars. Os afloramentos pomíticos mais significativos e melhor preservados ocorrem essencialmente para E, S e SE da caldeira do Corvo, nomeadamente nos flancos SE do Morro da Fonte (e.g. na estrada para o Caldeirão), na região Alqueve-Palheiros e cobrindo a fajã lávica na zona contígua ao Pão de Açúcar. Para além dos depósitos de pedra pomes de queda e de sequências hidromagmáticas (Fig. 23), observam-se, também, lahars associados ao colapso que originou a formação da caldeira. 91 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Fig. 23. Pormenores de depósitos pomíticos de fluxo e de queda, respetivamente, a S e a E do Morro da Fonte. Depois deste paroxismo a atividade vulcânica desta ilha resume-se: (1) a um vulcanismo intra-caldeira consubstanciado nos cones de piroclastos e de spatters do Montinho do Queijo e do Cachimbo, entre outros de menor expressão; (2) à formação do Cabeço da Cova Vermelha e (3) ao último episódio eruptivo da ilha do Corvo, de natureza filoniana, do qual resultou a escoada lávica que se estende desde o Pão de Açúcar até ao Alto do Moinho. No que concerne ao episódio relacionado com a Cova Vermelha verifica-se que terá sido de grande magnitude, dado as dimensões do cone, a área de dispersão dos piroclastos (que estão preferencialmente a W e a NW do mesmo) e as enormes dimensões das bombas e blocos emitidos durante esta erupção (Fig. 24). Fig. 24. Aspeto de algumas bombas emitidas pelo Corinhas/Cova Vermelha (martelo dando a escala). Durante os trabalhos de campo levados a efeito pela UA não foram encontrados materiais susceptíveis de uma datação pelo método 92 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU do radiocarbono, Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ designadamente restos de troncos carbonizados, níveis de matéria orgânica, etc. Deste modo, as idades indicadas por Dias (2001) e Azevedo et al. (2003) constituem as únicas datações absolutas conhecidas para esta ilha, para a além da idade “imediatamente posterior ao Tirreniano” (i.e. 80.000 a 100.000 anos) sugerida por Zbyszewski et al. (1967) para a última erupção na ilha do Corvo, na zona do Pão de Açúcar – Topo. Com base numa análise comparativa da morfologia das ilhas do Corvo e das Flores (incluindo dos respetivos cones secundários), bem como do grau de alteração evidenciado pelos produtos vulcânicos (em especial das escoadas lávicas), França et al. (2003) sugerem uma idade Plistocénica Inferior, da ordem de 1 a 1,5 milhões de anos, para as rochas mais antigas da ilha do Corvo. Com efeito, as várias chaminés vulcânicas (em cones de escórias) que se observam na ilha das Flores e os acentuados níveis de alteração evidenciados por muitas escoadas lávicas (por vezes quase totalmente argilizadas), como uma que ocorre em Ponta Delgada daquela ilha, não encontram paralelo na ilha do Corvo. Adicionalmente, o profundo entalhe das linhas de água das Flores e os níveis atingidos pela erosão, que deixaram aflorantes uma importante rede de filões (sob a forma de “muralhas”) são igualmente marcantes na paisagem florentina. Refira-se que “muralhas” filonianas, de pequena extensão, se observaram na ilha do Corvo apenas na região oeste do Morro da Fonte e no interior no Caldeirão. Assim, e em conclusão, a idade de 710.000 ± 490.000 anos indicada por Azevedo et al. (2003) para rochas da ilha do Corvo amostradas nas proximidades do Porto da Casa, parece compatível com a idade de 1 a 1,5 M.a. proposta por França et al. (2003) para as rochas mais antigas do Corvo, atendendo (1) ao posicionamento vulcanoestratigráfico (cf. unidade CS1) das rochas do Porto da Casa e (2) à inexistência, atualmente, de datações absolutas para as formações geológicas mais antigas (cf. Complexo Base), que afloram nas arribas Oeste, próximo de Pingas. As lavas da ilha do Corvo variam de picrobasaltos a traquitos, embora os termos petrográficos predominantes sejam picrobasaltos, basaltos e traquibasaltos (França et al., 2006). 93 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Os estudos geoquímicos parecem comprovar a vulcanoestratigrafia e a reconstituição da história vulcânica desta ilha, descritas anteriormente. Na realidade, constata-se, que depois de um período de vulcanismo predominantemente efusivo ou de baixa explosividade (associado a lavas de natureza básica), que se seguiu à fase submarina de edificação da proto-ilha do Corvo, o magma pôde permanecer durante um certo período de tempo em câmara magmática subjacente ao estratovulcão do Caldeirão e, por cristalização fracionada, evoluiu e enriqueceu em sílica, tornando-se, consequentemente, mais viscoso. Tal facto foi responsável pelos episódios mais explosivos que ocorreram na ilha do Corvo e que estão representados nas diversas sequências deposicionais, plinianas a sub-plinianas, patentes em diversos afloramentos desta ilha (e.g. pedra pomes). 5.3. Identificação dos Perigos e dos Riscos A consciencialização mundial da necessidade de se intervir na mitigação dos desastres naturais levou as Nações Unidas a considerar os anos 1990-2000 como a Década Internacional para a Redução dos Desastres Naturais (IDNDR). A partir deste marco tem-se assistido ao desenrolar de medidas conducentes à preservação da vida das populações, que estão sujeitas a situações de perigosidade diversa, bem como à minimização dos efeitos sobre o seu património, decorrente de algum fenómeno natural, tecnológico ou antrópico. Urge, neste âmbito, clarificar a utilização de alguns termos que se irão utilizar neste texto. Assim, entende-se como (1) Perigo a probabilidade de ocorrência de um fenómeno natural, numa determinada área e num determinado período de tempo; (2) Vulnerabilidade, como a fração do valor total que pode ser destruída em consequência de um determinado evento; (3) Elemento de risco, como qualquer valor que pode ser afetado em consequência da ação de um qualquer fenómeno; (4) Risco específico, como algo que incide diretamente sobre um elemento de risco suscetível de sofrer algum dano ou perda total, durante um certo tempo de exposição a um evento; (5) Valor, como um valor de natureza monetária ou de vidas humanas expostas ao risco e (6) Risco, como a possibilidade de um prejuízo, relacionado com a perda de vidas, de propriedades ou mesmo com a capacidade produtiva (fábricas, campos de agricultura, centrais elétricas, etc). 94 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ A análise destes conceitos catapulta de imediato o perigo para um patamar de maior dificuldade, porque implica que se conheça a probabilidade de ocorrência de um determinado fenómeno, que sendo natural, não se rege por leis de rigor matemático. No entanto, a identificação dos mesmos, e a estimativa da sua recorrência, assenta no conhecimento da História Natural da ilha e da região, em termos particulares, ou do País ou do Mundo em termos mais gerais. 5.3.1. RISCO VULCÂNICO Embora se esteja na presença de uma ilha vulcânica, enquadrada de certa forma num ambiente geotectónico complexo poderia parecer que os maiores riscos estariam relacionados com atividade vulcânica e sísmica, tanto mais que apesar da sua pequena dimensão, a sua história vulcânica, impressa nos depósitos e nas estruturas morfológicas presentes, aponta no sentido de que o Corvo se foi edificando através de um somatório de episódios alguns deles de grande magnitude e explosividade. No entanto, e no que diz respeito especificamente à atividade vulcânica, tendo em conta, essencialmente, (1) a distância temporal, relativamente ao último episódio vulcânico; (2) a ausência de manifestações fumarólicas; (3) a não deteção de valores anómalos de certos parâmetros, nomeadamente o teor de CO2 de origem magmática, nas águas e (4) a não identificação de falhas ativas, entre outros fatores, considera-se que o nível de riscos decorrentes de atividade vulcânica do Corvo é muito baixo. Julga-se oportuno, de qualquer forma, fazer uma chamada de atenção no sentido de que dada a realidade geológica da ilha do Corvo e das Flores, se deveria implementar um sistema de vigilância sismo-vulcânico permanente nestas ilhas porque os poucos dados existentes são indubitavelmente insuficientes para se avaliar o verdadeiro risco vulcânico das mesmas. 95 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 5.3.2. Risco Sísmico 5.3.2.1. Sismicidade da Ilha do Corvo O arquipélago dos Açores, em consequência do seu posicionamento numa zona geotectonicamente conturbada, apresenta uma sismicidade bastante peculiar, com um número apreciável de sismos que, no entanto, geralmente não atingem grande magnitude. A análise de mapas de distribuição epicentral (Fig. 25) permite realçar as principais estruturas tectónicas, anteriormente referidas, atuantes na região dos Açores, com maior realce para o Rift da Terceira e a Crista Média Atlântica (CMA) Fig. 25. Distribuição epicentral dos sismos registados na região Açores no período de 1980 a 1998 (modificado de Nunes et al., 2003) Deste mapa de distribuição é bem evidente que a fraca e rara sismicidade que afeta as ilhas do grupo ocidental tem origem na C.M.A. O facto destas ilhas se localizarem em ambiente intra-placa, numa zona com muito menos constrangimentos do que as restantes que se situam para E da CMA, contribui para este quadro de quase silêncio sísmico. Neste grupo de ilhas, o sismo de Julho de 1793 foi o único a ser referido como tendo provocado deslizamento de terras e ter destruído 1161,6 ares na freguesia do Lajedo nas Flores, onde foi sentido. No que se refere ao Corvo só há a reportar a 96 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ ocorrência de 3 sismos sentidos no Corvo, no mês de Julho de 1968, com intensidade máxima III/IV. 5.3.2.2. Perigosidade Sísmica e Vulnerabilidades Associadas Pelas considerações anteriores é deduzível que a perigosidade sísmica é reduzida no concelho, porém, a ocorrência de algum sismo, mesmo de intensidade III/IV como acima referido, pode ser suficiente para provocar colapsos em alguns edifícios degradados e, sobretudo, induzir importantes e perigosos escorregamentos de massa que poderão afetar algumas áreas demográficas (Carta 1). 97 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 5.3.3. Risco de Movimentos de Massa 5.3.3.1. Generalidades As regiões vulcânicas estão sujeitas a diferentes tipos de movimentos de massa / deslizamentos, na sequência de condições de instabilidade geradas nas vertentes dos edifícios vulcânicos (incluindo no interior de crateras e de caldeiras), os quais apresentam magnitude e tipologias variáveis, em função da morfologia da região, das litologias presentes e da maior ou menor contribuição de água. Por outro lado, a geração de movimentos de massa está dependente de diversos fatores, atuando isoladamente ou em conjunto, os quais podem ser naturais ou resultar da ação do Homem. De entre os primeiros cita-se: (1) a atividade vulcânica; (2) a ocorrência de sismos moderados a fortes e (3) condições meteorológicas anormais, como chuvas torrenciais, ventos fortes e tempestades. Os fatores antropogénicos que podem induzir movimentos de massa incluem modificações na rede hidrográfica e no uso do solo de uma região, deficiente ocupação e ordenamento do território, construção de vias de comunicação e existência de muros e de taludes incorretamente dimensionados. 5.3.3.2. Identificação de Perigos e Vulnerabilidades Associadas Considerando (1) a dispersão do agregado habitacional e das várias estruturas e serviços que a ele se associa, (2) a localização de pastagens, baldios e pomares; (3) o rendilhado de trilhos; (4) os níveis de piroclastos alternando com as escoadas lávicas muitas vezes ricas em clinker (5) a existência de uma cobertura pomítica bastante remobilizada indicadora de uma geodinâmica externa muito extrema; (6) as condições climatéricas adversas referenciadas em capítulo anterior; (7) os declives muito acentuados que se observam quer a nível das arribas W, N e E, bem como em praticamente todo o rebordo envolvente da Vila Nova do Corvo e (8) o tipo de coberto vegetal vários são os perigos que podem ameaçar a população desta ilha no âmbito dos movimentos de massa. Neste contexto, considera-se que relativamente ao parque habitacional é possível identificar várias zonas com distintos riscos na Vila Nova do Corvo: 98 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 1. Risco Alto - Sector ENE da Vila, na área confluente com o mar (Fig. 26), pelo facto de um número considerável de casas se encontrar numa zona de declive acentuado, de grande instabilidade e assente sobre escoada escoriácea e depósitos de vertente. Nesta situação poderão ocorrer fenómenos de creep e de solifluxão, deslizamentos graves, desmoronamentos e soterramentos de habitações e logradouros. Fig. 26. Vistas geral e de pormenor do sector E da Vila Nova do Corvo, evidenciando-o como zona de grande vulnerabilidade a movimentos de massa. 99 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 2. Risco Médio a Alto – Zona contígua à anterior, mas um pouco mais para o interior (Fig. 27), com as casas dispostas em escadaria sobre terreno desenvolvido em socalcos e constituído fundamentalmente por materiais de natureza piroclástica, por vezes bastante argilizados. Devido a este enquadramento é possível a ocorrência de alguns escorregamentos com implicações sobre moradias, logradouros e caminhos de acesso. Fig. 27. Vista geral e pormenores da zona sobranceira à parte NNE da Vila Nova do Corvo, visualizandose a disposição em socalcos do terreno e o aspeto argilizado 3. Risco Médio a Baixo – rebordo norte da vila, onde se observam depósitos de vertente e escoadas com inclinação acentuada, nomeadamente, uma das que originou parcialmente a parte lávica da fajã (Fig. 28). A intervenção que permitiu a abertura da estrada que parte da vila para o Caldeirão inevitavelmente cortou 100 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ algumas dessas escoadas o que amplificou a instabilidade das mesmas. No entanto, dada a distância às habitações, os maiores riscos decorrentes de um deslizamento, nesta zona, advêm do facto de ser uma via com um movimento relativamente acentuado, pelo que poderá causar ferimentos graves ou a morte em algum transeunte, em animais e a obstrução parcial da estrada. Fig. 28. Zona N sobranceira à vila mostrando um aspeto da escoada que originou parcialmente a fajã e alguns depósitos de vertente. 4. Risco Médio – faixa a W da baía do Porto das Casas, onde se encontram algumas casas no bordo da escoada lávica que apresenta fracturação, bem como sobre depósitos de vertente (Fig. 29). Alguns muros de suporte apresentam descontinuidades. Fig. 29. Vistas geral e de pormenor do sector W do Porto da Casa na Vila Nova do Corvo, 101 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 5. Risco Reduzido a Nulo – toda a área baixa da Vila Nova, aplanada, fora da área de intervenção dos sectores anteriormente caracterizados (Fig. 30) Fig. 30. Vista geral e detalhe mostrando a parte central mais aplanada da Vila Nova do Corvo (mais a S), de risco reduzido a nulo relativamente a movimentos de massa Tendo em consideração, por outro lado, as áreas não circunscritas à fajã, de entre elas, as zonas de maior probabilidade de ocorrência de movimentos de massa são as arribas com elevado pendor que circundam a ilha (Fig. 31), excetuando-se a arriba fóssil que constitui o rebordo N da fajã, e sobre a qual já nos debruçámos, e a própria bordadura litoral S e W da Vila Nova do Corvo. São zonas de alto risco para os animais de pastoreio e, eventualmente, para algum agricultor inadvertido, bem como para os pescadores e todos aqueles que desenvolvem ou integram atividades turísticas ligadas ao mar, por se poderem aproximar perigosamente das arribas instáveis. As vertentes de maior cota do estratovulcão são passíveis de gerar pequenos movimentos de massa em situações de extrema pluviosidade, porém só pontualmente poderão causar algumas interrupções a nível da via de acesso ao Caldeirão. Fig. 31. Vários aspetos de algumas arribas de grande perigosidade existentes na ilha do Corvo, constituídas por diferentes litologias e mostrando diversas dinâmicas evolutivas. 102 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ A inexistência de registos que reportem vítimas ou danos significativos na sequência de movimentos de massa ocorridos na ilha do Corvo, não implica necessariamente que se deva considerar como negligenciáveis as ameaças derivadas destes fenómenos. Com efeito, mesmo movimentos de massa de pequena magnitude, poderão constituir e causar importantes perturbações ao bem-estar das populações e no tecido socioeconómico da ilha. De entre estas destaca-se: (1) o corte de estradas e outras vias de comunicação, (2) alterações à paisagem, coberto vegetal e interferência com a rede de drenagem da região e (3) danos importantes nas redes de abastecimento de água, energia elétrica e comunicações. Face ao exposto recomenda-se que as zonas de maior instabilidade aqui assinaladas sejam devidamente monitorizadas e estabilizadas no sentido de se prevenir e minimizar os riscos que delas decorrem. 103 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 5.3.4. Risco de Cheias 5.3.4.1. Hidrologia da Ilha do Corvo Uma caracterização hidrológica foi apresentada no ponto 2.4 deste documento. Um dos aspetos característicos do clima da ilha do Corvo consubstancia-se na ocorrência de precipitações atmosféricas elevadas o que induz a que os cursos de água apresentem um regime temporário, torrencial e divergente, com valores de caudal relativamente elevados no Inverno e praticamente nulos no Verão. 5.3.4.2. Identificação de Perigos e Vulnerabilidades Associadas A inexistência de dados do valor dos caudais não permitem determinar as curvas de vazão das ribeiras, nem saber quais os valores dos escoamentos mensais ou anuais das bacias hidrográficas. No entanto, tendo em conta o histórico da ocorrência na noite do dia 3 para 4 de Novembro de 1998 em que se verificou durante cerca de 1,5h a precipitação de 104mm de chuva, é possível enfatizar a perigosidade e as vulnerabilidades associadas a algumas linhas de água da ilha do Corvo (Duarte, 1998). De facto, os maiores riscos decorrem de, em ocasiões de excessiva pluviosidade o escoamento não se dar normalmente, e como tal se verificarem enxurradas e cheias. O extravasamento da água e a sua capacitação de se ir adensando em sedimentos no percurso amplifica grandemente a energia necessária para o transporte de grandes blocos o que pode provocar a destruição dos troços de estrada, atravessados pela linha de água, o colapso de obras de engenharia nomeadamente pontes e pequenos aquedutos, o arrastamento de pessoas e animais, bem como do coberto vegetal. Neste contexto, urge, entre outros fatores, (1) dimensionar o canal de escoamento das ribeiras face a uma presumível situação extrema; (2) manter os cursos de água desimpedidos e limpos e (3) redimensionar as obras de engenharia hidráulica à realidade hidrológica da ilha. Por outro lado convém salientar que o excesso de água é um dos fatores potenciadores de deslizamentos/movimentos de massa. 104 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Identificam-se, assim como zonas vulneráveis as bacias adjacentes às ribeiras que dominam o lado leste da ilha, com destaque para a Rib. da Lapa, Rib.da Lajinha, o afluente da Rib. do Poço, a Rib. do Feno, Rib. da Ponte, Rib. do Poço de Água e Rib. da Fonte Doce (Fig. 32), cujas últimas grandes cheias foram catastróficas sobretudo em termos materiais. Fig. 32. Carta topográfica da ilha do Corvo e pormenor das principais linhas de água do lado E, mostrando também a que se desenvolve a partir do Morro da Fonte em direcção à Vila Nova do Corvo. 105 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 5.3.5. Riscos Oceanográficos e de Tsunami 5.3.5.1. Generalidades As tempestades marítimas constituem igualmente uma importante ameaça para a segurança e o bem-estar das populações ribeirinhas. Estas situações de temporal marítimo, que são consideradas como tal sempre que a altura significativa da onda (Hs) iguala ou excede os 5 m, são por vezes responsáveis por avultados prejuízos materiais, podendo estes atingir montantes dos mais elevados causados por perigos naturais (Borges, 2003). Os tsunami são ondas de água que resultam, na sua maioria, da deslocação abrupta do fundo oceânico em consequência de atividade sísmica, ou ainda por perturbações associadas ao vulcanismo explosivo, ao colapso lateral de um estratovulcão, aos escorregamentos (submarinos ou subaéreos) e ao impacto de meteoritos com os oceanos. De um modo geral são portadores de uma quantidade de energia considerável e caracterizam-se por se propagarem através dos oceanos a altas velocidades (por vezes superiores a 450 km/h). Acresce, ainda, o facto de terem um comprimento de onda e um período muito grande, passando despercebidas em mar alto. No litoral, a cota de inundação tsunamigénica (run-up) é função não apenas das características da(s) onda(s), mas também da topografia e da batimetria da zona costeira (Borges, 2003). 5.3.5.2. Geologia Costeira da Ilha do Corvo A ilha do Corvo, devido à sua geomorfologia, tem uma ocupação demográfica diferente das restantes. Na verdade, a população que nas restantes ilhas preferência, sempre que lhe é possível, as zonas costeiras neste caso sentiu-se compelida a ocupar exclusivamente a fajã, pelo facto de aí encontrar melhores condições de desenvolvimento socioeconómico e de segurança. O facto de o estratovulcão estar afetado profundamente pela tectónica e erosão o litoral que daí resultou é constituído essencialmente por arribas de grande declive e altura. Todo o litoral que se desenvolve desde a Rib. dos Covões (lado W) até aproximadamente à Rib. Entre Cancelas (lado E), abrangendo toda a orla Norte, inclui-se na classe de arribas com altura superior a 200m. Na realidade, a escarpa oeste, com uma falésia 106 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ quase vertical com cerca de 700m de altura sobre o oceano, é uma das maiores elevações costeiras existentes no Atlântico. Desde Entre Cancelas até à zona leste da Vila do Corvo as arribas têm alturas compreendidas entre 100m e 200m. O rebordo da fajã, até cerca do Pão de Açúcar, apresenta-se com alturas menores do que 10m. A partir do Pão de Açúcar (≈20m), a altura vai progressivamente aumentando até à Rib dos Covões. 5.3.5.3. Identificação de Perigos e Vulnerabilidades Associadas A bacia do Atlântico Norte contribui com cerca de 2% para o total de eventos de inundação tsunamigénica conhecidos em todo o mundo. Os dados disponíveis para esta área do globo indicam cerca de 350 anos como período médio de retorno de um tsunami associado a um run-up com 7 m de altura, um intervalo relativamente curto e que estaria ligado a eventos com consequências devastadoras para a faixa costeira do arquipélago dos Açores. Desde o povoamento do arquipélago no século XV foram registados 23 tsunami que atingiram o litoral destas ilhas, o que implica um período de retorno da ordem dos 18 anos. Cerca de 50% destes eventos tsunamigénicos tiveram geração distante, enquanto os restantes foram de geração local (Borges, 2003). Para a primeira situação merece especial destaque o tsunami de 1 de Novembro de 1755, que originou a máxima altura de run-up até hoje conhecida nos Açores (11-15 m) e que foi registada em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira. Dos eventos com geração local refira-se, a título de exemplo, os tsunami associados aos sismos de 1614 e de 1641 (ilha Terceira), de 9 de Julho de 1757 (ilha de São Jorge) ou, mais recentemente, ao sismo de 1 de Janeiro de 1980. O tsunami de 1757 causou inundações registadas no Faial, Terceira e Graciosa. As ilhas do arquipélago dos Açores, principalmente as dos grupos Oriental e Central (não sendo, no entanto, possível excluir as Flores e o Corvo), ocupam uma área de elevado potencial tsunamigénico, em consequência: (1) da sua localização no Atlântico, que as tornam vulneráveis a tsunami gerados ao longo da margem continental Ibérica; (2) do contexto geotectónico local, onde sismos com potencial gerador de tsunami têm probabilidade de ocorrer de 1 em cada 70 anos e (3) de estarem sujeitas a outras condições potencialmente geradoras de tsunami, como 107 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ sejam os escorregamentos (subaéreos ou submarinos), a atividade vulcânica (escoadas piroclásticas, erupções submarinas, explosões vulcânicas e/ou colapso e formação de caldeiras) e lahars. Apesar de não se conhecerem registos históricos e instrumentais de inundações de natureza tsunamigénica na ilha do Corvo, tal facto não significa que a franja costeira desta ilha não tenha sido atingida por tsunami. Na verdade, há a considerar que as condicionantes antropogénicas, geomorfológicas ou mesmo vulcânicas podem ter contribuído para que os vestígios dos mesmos estejam camuflados, ou total ou parcialmente soterrados. .As direções preferenciais das tempestades marítimas nos Açores são de SW a NW, não sendo a ilha do Corvo uma exceção. Deste modo, há a possibilidade das zonas ribeirinhas da ilha do Corvo serem fustigadas, pelo menos uma vez por ano, por tempestades marítimas. Com efeito, a tempestuosidade no arquipélago dos Açores caracteriza-se por elevada variação interanual, sendo as tempestades de baixa intensidade as mais frequentes, mas os eventos extremos (e.g. ciclones/furacões/ tempestades tropicais e tempestades extratropicais) acontecem uma vez em cada 7 anos A sobreelevação do nível do mar de origem meteorológica (storm surge) é um fator extremamente importante, uma vez que modifica o nível de maré previsto, sendo responsável, por si só, por galgamentos e por inundações de áreas costeiras baixas. Este fenómeno, quando associado a condições de tempestade, poderá ter efeitos mais devastadores. Contudo, não existem para os Açores dados disponíveis da magnitude deste fenómeno. Neste contexto, e pelo facto dos Açores serem ilhas vulcânicas, de acordo com a bibliografia consultada, os storm surges não constituem uma ameaça significativa, atendendo a que este tipo de ilhas emerge abruptamente do fundo oceânico e, consequentemente, não possuem uma plataforma periférica com águas pouco profundas de dimensão conveniente para empolar significativamente a superfície do oceano. O facto do litoral açoriano ser na sua maior extensão aberto diminui a pujança dos efeitos de storm surge. O município do Corvo, no entanto, está vulnerável a qualquer um dos perigos referidos neste capítulo (tsunami, tempestades marítimas e storm surges), que 108 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ afetam a faixa costeira deste município com uma frequência de incidência e ameaças diferentes. Tendo em conta estes pressupostos, uma análise conjunta dos perigos geológicos (tsunami) e oceanográficos/meteorológicos (tempestades marítimas e storm surges) permite concluir que uma parte significativa da vila, com cotas iguais ou inferiores a 10m, pode estar sujeita a galgamentos e inundações resultantes de fenómenos deste tipo, atuando quer de uma forma isolada ou em conjunto. As zonas consideradas de elevada vulnerabilidade e que requerem, por isso, uma atenção e cuidados especiais no respetivo ordenamento são todas aquelas que apresentam cotas inferiores a 15m e que se encontram fora das classes que anteriormente se identificaram como tendo cotas superiores e que por tal facto são pouco vulneráveis. 109 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 5.3.6. Riscos Tecnológicos e Antrópicos As catástrofes provocadas pelo Homem mais significativas, em termos de probabilidade de ocorrência ou de gravidade das suas consequências incluem, entre outros, acidentes graves de tráfego (aéreo, marítimo ou terrestre), incêndios, transporte de mercadorias perigosas, colapso de estruturas, epidemias, marés negras e explosões. Nas sociedades modernas, vêm aumentando os riscos industriais e tecnológicos associados a fenómenos antrópicos, face ao desenvolvimento industrial, ao incremento nos transportes e à construção de grandes obras, aos quais se deve associar, na maior parte das vezes, eventuais negligências humanas. No caso particular do Corvo, a magnitude dos fenómenos apontados estão de certa forma condicionados à dimensão da própria ilha e aos investimentos que nela são aplicados. 5.3.6.1. Generalidades Entre as catástrofes provocadas pelo homem, e com possibilidade de ocorrerem na ilha do Corvo, enquadram-se os acidentes rodoviários, os acidentes marítimos, os acidentes decorrentes da movimentação e armazenagem de hidrocarbonetos, os acidentes aéreos, os incêndios, o transporte de substâncias perigosas, o colapso de estruturas e a rutura de reservatórios 5.3.6.1.1. Acidentes Rodoviários Acidente rodoviário é o conjunto de ocorrências violentas, envolvendo veículos e pessoas, que ocorrem nas estradas e caminhos transitáveis. Especificamente nesta ilha, de exíguas dimensões e de baixa taxa demográfica, o tráfego é escasso não havendo por isso acidentes a registar. 5.3.6.1.2. Acidentes Marítimos Acidentes marítimos graves são o conjunto de ocorrências violentas, envolvendo barcos e pessoas, que ocorrem nos mares, orlas costeiras e portos. 110 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Devido à situação geográfica desta ilha, a maior parte do tráfego faz-se entre as Flores-Corvo, havendo também a considerar todo o movimento marítimo relacionado com a faina da pesca profissional e lúdica. Nos últimos anos, devido às melhores condições do Porto da Casa, alguns iates começam a visitar esta ilha, embora o maior fluxo se direcione para as Flores. As adversas condições climatéricas que imperam durante muitos dos meses do ano não convidam a uma maior afluência de iatistas. Em consequência, provavelmente, das novas técnicas de navegação não há a reportar a ocorrência de encalhamentos recentes. O equipamento de salvamento existente no Porto da Casa é muito rudimentar, esperando-se, no entanto, que as autoridades responsáveis intervenham no sentido de inverter esta situação precária. Especificações dos portos da ilha do Corvo estão patentes na página 76 deste Plano. 5.3.6.1.3. Acidentes decorrentes da movimentação e armazenagem de hidrocarbonetos e de outras substâncias perigosas A movimentação de hidrocarbonetos e de outras substâncias perigosas, bem como os seus respetivos armazenamentos, obedecem a regras de segurança mínimas. Importa também referir que outro fator de perigo é a existência de postos de abastecimento de combustível e os depósitos de gás junto de habitações, sem por vezes as condições desejáveis de segurança, tornando-se desta forma, indubitavelmente, potenciais e preocupantes agentes de risco. Embora até ao momento, não haja memória da ocorrência de qualquer acidente dos aqui referidos nesta ilha, no entanto, julga-se que se deve investir em atualizações direcionadas para as pessoas envolvidas no transporte e armazenagem de produtos perigosos, bem como se proceder a fiscalizações periódicas. 5.3.6.1.4. Acidentes aéreos Acidentes aéreos são o conjunto de ocorrências violentas resultantes de queda e de manobras de aeronaves, que ocorrem nos aeroportos, heliportos e em zonas envolventes a estes. 111 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Devido ao seu posicionamento no meio do Atlântico, o principal meio de saída dos habitantes desta ilha é feito, principalmente, por via marítima, mas também através dos voos regulares inter-ilhas, com ênfase para as Flores, Faial, Terceira e São Miguel. Note-se que em caso de necessidade de evacuação de doentes ou acidentados (todos os casos de emergência médica que obriguem a deslocações para uma destas ilhas ou continente português) será utilizado o aeródromo ou o heliporto provisório que constam no Ortofotomapa. Regista-se que até ao momento nenhum acidente aéreo ocorreu na ilha do Corvo. Todas as especificidades do aeródromo da ilha do Corvo encontram-se na página 76 deste plano. 5.3.6.1.5. Acidentes Industriais Acidentes industriais são um conjunto de ocorrências com impacto negativo para o meio ambiente, resultantes da libertação de emanações tóxicas provenientes de incêndios e explosões suscetíveis de desenvolvimento em cadeia. Dado o pequeno incremento industrial da ilha (praticamente centrado numa queijaria), não há a reportar qualquer risco deste tipo. Convém ter em conta que as exalações tóxicas poderão ocasionar consequências graves quer diretamente ao ser humano, quer de forma indireta através do meio ambiente. As medidas legislativas existentes, quando cumpridas, poderão minimizar os efeitos de tal fenómeno. Ainda no âmbito dos acidentes industriais constata-se que ilha não corresponde a um território de grande vulnerabilidade no que se refere à ocorrência de acidentes químicos, no entanto isso não inviabiliza que sejam tomadas todas as medidas de precaução relativamente ao armazenamento e manuseamento de substâncias tóxicas e inflamáveis. A segurança dos trabalhadores de qualquer estabelecimento ou indústria é salvaguardada pelos responsáveis dos mesmos, cabendo à Proteção Civil apenas agir em caso de acidente. 112 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 5.3.6.1.6. Incêndios Urbanos Os incêndios urbanos são muito graves quando ocorrem (1) em zonas onde o tecido urbano se condensa e coalesce; (2) em edifícios comerciais; (3) em unidades hoteleiras; (4) em edifícios classificados e (5) em edifícios que pela sua atividade específica constituam riscos especiais nomeadamente pela falta de mobilidade dos ocupantes. No caso específico da ilha do Corvo, e fundamentalmente, da Vila Nova do Corvo, o maior perigo relativo a incêndios decorre da sua urbanização peculiar, com o casario distribuindo-se por ruelas muito estreitas que em grande parte dos casos pode inviabilizar a ação dos bombeiros. Embora não se tenha registado recentemente nesta ilha nenhum incêndio com gravidade, importa desenvolver Planos Especiais de Intervenção que contemplem a realidade de cada edifício, pelo menos os mais problemáticos, definindo estratégias mais adequadas de intervenção. Para obviar as dificuldades acrescidas resultantes da existência de arruamentos de pequena acessibilidade, o que dificulta o acesso das unidades de intervenção em caso de incêndio, é imperativo que se assegure uma boa rede de bocas-de-incêndio e se idealizem formas eficazes de atuação por parte do Corpo de Bombeiros. A proximidade do casario, pelo menos na zona mais oriental da vila, propicia a propagação de incêndio. De igual forma, a deflagração do fogo pode ser propiciada pelo tipo de construção, o estado das instalações elétricas, o desenvolvimento de atividades de algum risco e o armazenamento de materiais facilmente inflamáveis. Deste modo impõe-se uma adequada fiscalização e ações pedagógicas conducentes à minimização de riscos desta tipicidade. Outro fator a ter em atenção é, a falta de manutenção das bocas-de-incêndio, pelo que será importante efetuar uma correta localização e uma manutenção regular destas. De salientar a importância, que poderá ter, a execução de testes objetivando a operacionalidade da proteção civil através da realização de exercícios em situações de incêndio simulado. 113 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Os danos resultantes dos incêndios são, na maior parte das vezes, de ordem material, causando danos humanos pouco significativos, no entanto as consequências poderão ter maior proporção consoante o local e tipo de estrutura onde deflagrem os sinistros. 5.3.6.1.7. Colapso de Estruturas e Rutura de Reservatórios A probabilidade de surgir colapso de estruturas e rutura de reservatórios, principalmente perante a ocorrência de sismos de intensidade elevada, ou ainda devido à ocorrência de outros eventos, tais como erupções vulcânicas é mínima. No entanto, tais fenómenos poderão ser desencadeados na sequência de tempestades (ciclones/furacões) e incêndios de grandes dimensões, pelo que em tais situações se deve proceder a uma verificação técnica para avaliar o impacto dos mesmos sobre as estruturas mais críticas, nomeadamente, edifícios, pontes, viadutos e estradas. 5.3.6.1.8. Acessibilidades As acessibilidades da ilha têm seguido traçados e perfis que as enquadram no conjunto regional de boa segurança e de fácil manutenção, embora algumas secundárias, tais como, por exemplo, a que bordeja parcialmente o Cova Vermelha e se divide para o troço de acesso à Lagoa Artificial apresentem pisos muito deficientes. A ocorrência de períodos de intensas chuvas e ventanias, podem colocar uma via em situação de completa inoperacionalidade, tal como por algumas vezes se tem verificado. Desse modo recomenda-se uma vigilância persistente, que deve ser muito mais acurada sempre que ocorram situações climatéricas extremas. 114 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 5.4.Estratégias para a mitigação dos riscos A ilha do Corvo está sujeita à ocorrência de alguns riscos naturais, nomeadamente, movimentos de massa de vertente, inundações e cheias, galgamentos costeiros, sismos e erupções vulcânicas. Para além destes riscos naturais pode, ainda, a ilha ser afetada por catástrofes diversas, tais como, acidentes rodoviários graves, acidentes aéreos e marítimos, incêndios ou marés negras. Enfatizam-se, no âmbito dos riscos naturais, os movimentos de massa de vertente /deslizamentos, as inundações e cheias e os galgamentos costeiros que foram amplamente analisados anteriormente. No que diz respeito aos riscos associados à sismicidade, os relatos históricos e os registos sísmicos atuais apontam no sentido de que esta ilha apresenta baixa a nula sismicidade. No caso particular do vulcanismo, a história geológica impressa nas estruturas observáveis na ilha e nos depósitos vulcânicos indiciam que houve períodos extremamente violentos, principalmente os relacionados com a génese da caldeira. O silêncio vulcânico desta ilha, que perdura há cerca de 80.000 anos (altura em que deverá ter ocorrido a última erupção) não nos permite considerá-la, sem algumas reservas, como uma ilha com risco vulcânico nulo. Na verdade, se tivermos em conta que o vulcanismo mais recente das Flores, terá acontecido há cerca de 3.000 anos, e que ambas as ilhas correspondem a cones do mesmo edifício vulcânico, então é plausível ponderar, nem que seja como uma hipótese remota, que o vulcão do Corvo é um vulcão dormente, o que significa em termos vulcanológicos, que embora inativo pode entrar em erupção a qualquer momento (atenda-se que um vulcão é considerado ativo se tiver tido erupções nos últimos 10.000 anos). Em súmula, entende-se que para a mitigação dos riscos que se foram paulatinamente apontando neste capítulo é fundamental a existência de: Um adequado Plano Diretor Municipal e Plano de Urbanização que tenha em conta nos licenciamentos as recomendações técnico-científicas relativamente às zonas mais vulneráveis aos vários risco devidamente tipificados; 115 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Planos de Emergência Internos em empresas privadas e organismos públicos (e.g. escolas, centro de saúde, empresas), assim como a existência de Planos de Emergência Específicos para situações/localizações especiais sistematicamente atualizados e testados periodicamente. Um sistema de vigilância sismovulcânica, que, fundamentalmente, monitorize a sismicidade, a deformação de terreno e a movimentação de falhas potencialmente ativas. Um Centro de Saúde minimamente equipado e dispondo de uma equipa de profissionais devidamente sensibilizada para dar resposta eficiente em situações de risco Uma boa articulação entre todos os agentes, organismos e entidades integrantes da Proteção Civil. Abertura para a auscultação dos cientistas que melhor conhecem a Região e a ilha, integrando-os sempre que qualquer ocorrência o aconselhe. 116 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 6. Cenários Neste capítulo faz-se uma sinopse dos potenciais riscos e respetivos impactos sobre a ilha do Corvo, tipificando-os através de uma escala de intensidades, bem como atribuindo-lhes um grau probabilístico, seguindo as normas emanadas pela Diretiva Operacional nº1/ANPC/2007. (ANEXO I) 117 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 6.1. Risco vulcânico Tabela II. Análise do GRAU DE GRAVIDADE do risco vulcânico Gravidade Descrição Residual……… Emanações gasosas, sempre que forem observadas as normas de segurança Reduzida……… Projeção de piroclastos, desde que forem cumpridas as normas de segurança. Moderada……… Acentuada…….. 1. Escoadas lávicas, devido, fundamentalmente, ao facto da possibilidade de haver mobilização das pessoas das suas áreas de residência e de haver perdas económicas significativas e assistência financeira necessária. Necessidade de recorrer a recursos externos. 2. Emissão de piroclastos se o centro eruptivo se situar nas proximidades do centro urbano ou no mar, próximo da costa. Quadrantes direcionais do vento são determinantes. Crítica………… Tabela III. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE do risco vulcânico Gravidade Descrição Confirmada…… Elevada………… Média-alta……… Média…………… Média-baixa…… Baixa…………… Erupção em sistemas fissurais divergentes ao estratovulcão Tabela IV. Matriz de risco vulcânico Gravidade/Intensidade Probabilidade/ frequência Residual Reduzida Moderada Acentuada Confirmada…… Elevada………… Média-alta……… Média…………… Média-baixa…… Baixa Baixa…………… 118 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Crítica Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 6.2. Risco sísmico Tabela V. Análise do GRAU DE GRAVIDADE do risco sísmico Gravidade Residual……… Descrição Sismicidade de baixa intensidade (focos distantes) e muito dispersa no tempo. Reduzida……… Moderada……… Acentuada…… Crítica………… Tabela VI. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE do risco sísmico Gravidade Descrição Confirmada…… Elevada………… Média-alta……… Média…………… Média-baixa…… Intensidade III/IV Baixa…………… Tabela VII. Matriz de risco sísmico. Probabilidade/ frequência Gravidade/Intensidade Residual Reduzida Moderada Confirmada…… Elevada………… Média-alta……… Média…………… Média-baixa…… Baixo Baixa…………… 119 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Acentuada Crítica Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 6.3. Risco de movimentos de massa Tabela VIII Análise do GRAU DE GRAVIDADE do movimentos de massa Gravidade Descrição Residual……… Reduzida……… Moderada……… Acentuada…… Fundamentalmente no sector ENE da Vila Crítica………… Tabela IX. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE do risco de movimentos de massa Gravidade Descrição Confirmada…… Elevada………… Média-alta……… Média…………… Poderá ocorrer de forma imprevisível em qualquer altura, mas com maior probabilidade associada a fortes enxurradas. Média-baixa…… Baixa…………… Tabela X. Matriz de risco movimento de massa. Probabilidade/ frequência Gravidade/Intensidade Residual Reduzida Moderada Acentuada Confirmada…… Elevada………… Média-alta……… Moderado Média…………… Média-baixa…… Baixa…………… 120 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Crítica Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 6.4. Risco de cheias Tabela XI. Análise do GRAU DE GRAVIDADE do risco de cheias Gravidade Descrição Residual……… Reduzida……… As zonas de maior vulnerabilidade associadas a fenómenos de cheias estão circunscritas às Rib. da Lapa, Rib.da Lajinha, o afluente da Rib. do Poço, a Rib. do Feno, Rib. da Ponte, Rib. do Poço de Água e Rib. da Fonte Doce. Moderada……… Acentuada…… Crítica………… Tabela XII. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE do risco de cheias Gravidade Descrição Confirmada…… Elevada………… Média-alta……… Média…………… Provável que ocorra associada a períodos de intensa pluviosidade fundamentalmente na Rib. da Lapa, Rib.da Lajinha, o afluente da Rib. do Poço, a Rib. do Feno, Rib. da Ponte, Rib. do Poço de Água e Rib. da Fonte Doce. Média-baixa…… Baixa…………… Tabela XIII. Matriz de risco de cheias. Gravidade/Intensidade Probabilidade/ frequência Residual Reduzida Moderada Confirmada…… Elevada………… Média-alta……… Média…………… Baixo Média-baixa…… Baixa…………… 121 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Acentuada Crítica Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 6.5. Riscos oceânicos e de tsunami Tabela XIV. Análise do GRAU DE GRAVIDADE de riscos oceânicos e de tsunami Gravidade Descrição Residual……… Para tsunami é suscetível o rebordo da fajã, desde o Porto da Casa até aproximadamente o Pão de Açúcar. Reduzida……… Para tempestades marítimas e storm surge é suscetível o rebordo da fajã, desde o Porto das Casas até aproximadamente o Pão de Açúcar. Moderada……… Acentuada…… Crítica………… Tabela XV. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE dos riscos oceânicos e de tsunami Gravidade Descrição Confirmada…… Elevada………… Média-alta……… Para tempestades s.l. é suscetível o rebordo da fajã, desde o Porto da Casa até aproximadamente o Pão de Açúcar, que apresenta alturas inferiores a 10m. Média…………… Média-baixa…… Baixa…………… Para tsunami é suscetível o rebordo da fajã, até cerca do Pão de Açúcar. Tabela XVI. Matriz de risco de tsunami Gravidade/Intensidade Probabilidade/ Frequência Residual Reduzida Moderada Confirmada…… Elevada………… Média-alta……… Moderado Média…………… Média-baixa…… Baixa…………… Baixo 122 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Acentuada Crítica Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 6.6. Riscos Antrópicos As tabelas seguintes contemplam exclusivamente alguns dos riscos antrópicos que poderão de alguma forma ter expressão na ilha do Corvo. Tabela XVII. Análise dos GRAU DE GRAVIDADE dos Acidentes Rodoviários Gravidade Descrição Residual……… Reduzida……… Raras a nulas ocorrências Moderada……… Acentuada…… Crítica………… Tabela XVIII. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE dos Acidentes Rodoviários Gravidade Descrição Confirmada…… Elevada………… Média-alta……… Irá provavelmente ocorrer Média…………… Média-baixa…… Baixa…………… Tabela XIX. Matriz de risco dos Acidentes Rodoviários Gravidade/Intensidade Probabilidade/ Frequência Residual Reduzida Moderada Confirmada…… Elevada………… Média-alta……… Moderado Média…………… Média-baixa…… Baixa…………… 123 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Acentuada Crítica Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Tabela XX. Análise dos GRAU DE GRAVIDADE de Acidentes Marítimos Gravidade Descrição Residual……… Reduzida……… Dadas as condições de navegabilidade existentes e o controlo marítimo atual. Moderada……… Acentuada…… Crítica………… Tabela XXI. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE de Acidentes Marítimos Gravidade Descrição Confirmada…… Elevada………… Média-alta……… Média…………… Média-baixa…… Não há registos ou razões que levem a estimar que ocorram. Baixa…………… Tabela XXII. Matriz de risco de Acidentes Marítimos Gravidade/Intensidade Probabilidade/ Frequência Residual Reduzida Moderada Confirmada…… Elevada………… Média-alta……… Média…………… Média-baixa…… Baixo Baixa…………… 124 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Acentuada Crítica Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Tabela XXIII. Análise dos GRAU DE GRAVIDADE de Acidentes decorrentes da movimentação e armazenagem de hidrocarbonetos e de outras substâncias perigosas Gravidade Residual……… Descrição Dado o volume de produtos armazenados e movimentados o grau de gravidade até ao momento é residual Reduzida……… Moderada……… Acentuada…… Crítica………… Tabela XXIV. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE de Acidentes decorrentes da movimentação e armazenagem de hidrocarbonetos e de outras substâncias perigosas Gravidade Descrição Confirmada…… Elevada………… Média-alta……… Média…………… Poderá ocorrer em algum momento, embora com fracas razões para ocorrer.; Média-baixa…… Baixa…………… Tabela XXV. Matriz de risco de Acidentes decorrentes da movimentação e armazenagem de hidrocarbonetos e de outras substâncias perigosas Gravidade/Intensidade Probabilidade/ Frequência Residual Reduzida Moderada Confirmada…… Elevada………… Média-alta……… Média…………… Baixo Média-baixa…… Baixa…………… 125 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Acentuada Crítica Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Tabela XXVI. Análise dos GRAU DE GRAVIDADE de Acidentes aéreos Gravidade Descrição Residual……… Reduzida……… Moderada……… Acentuada…… Embora até ao momento não haja a reportar qualquer acidente aéreo a eventualidade de ocorrência de algum acidente deste tipo não poderá ser descartada e assim o risco seria acentuado Crítica………… Tabela XXVII. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE de Acidentes aéreos Gravidade Descrição Confirmada…… Elevada………… Média-alta……… Média…………… Poderá ocorrer em algum momento. Média-baixa…… Baixa…………… Tabela XXVIII. Matriz de risco de Acidentes aéreos Gravidade/Intensidade Probabilidade/ Frequência Residual Reduzida Moderada Acentuada Confirmada…… Elevada………… Média-alta……… Média…………… Moderado Média-baixa…… Baixa…………… 126 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Crítica Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Tabela XXIX. Análise dos GRAU DE GRAVIDADE de Incêndios Urbanos Gravidade Descrição Residual……… Reduzida……… Moderada……… Alguns danos, retirada das pessoas por um certo período, alguma perda financeira Acentuada…… Crítica………… Tabela XXX. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE de Incêndios Urbanos Gravidade Descrição Confirmada…… Elevada………… Média-alta……… Média…………… Poderá ocorrer em algum momento. Média-baixa…… Baixa…………… Tabela XXXI. Matriz de risco de Incêndios Urbanos Gravidade/Intensidade Probabilidade/ Frequência Residual Reduzida Moderada Confirmada…… Elevada………… Média-alta……… Média…………… Baixo Média-baixa…… Baixa…………… 127 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Acentuada Crítica Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Tabela XXXII. Análise dos GRAU DE GRAVIDADE de Colapso de Estruturas e Rutura de Reservatórios Gravidade Descrição Residual……… Reduzida……… Alguns danos, retirada das pessoas por um certo período, alguma perda financeira Moderada……… Acentuada…… Crítica………… Tabela XXXIII. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE de Colapso de Estruturas e Rutura de Reservatórios Gravidade Descrição Confirmada…… Elevada………… Média-alta……… Média…………… Poderá ocorrer em algum momento. Média-baixa…… Baixa…………… Tabela XXXIV. Matriz de risco de Colapso de Estruturas e Rutura de Reservatórios Gravidade/Intensidade Probabilidade/ Frequência Residual Reduzida Moderada Confirmada…… Elevada………… Média-alta……… Média…………… Baixo Média-baixa…… Baixa…………… 128 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Acentuada Crítica Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Tabela XXXV. Análise dos GRAU DE GRAVIDADE de Acessibilidades Gravidade Residual……… Descrição Provavelmente não haverá feridos nem vítimas mortais, mas pode complicar possíveis ações de socorro. Reduzida……… Moderada……… Acentuada…… Crítica………… Tabela XXXVI. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE de Acessibilidades Gravidade Descrição Confirmada…… Elevada………… Média-alta……… Média…………… Poderá ocorrer fundamentalmente na sequência de alguma tempestade meteorológica. Média-baixa…… Baixa…………… Tabela XXXVII. Matriz de risco de Acessibilidades Gravidade/Intensidade Probabilidade/ Frequência Residual Reduzida Moderada Confirmada…… Elevada………… Média-alta……… Média…………… Baixo Média-baixa…… Baixa…………… 129 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Acentuada Crítica Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 7. Cartografia MAPAS DE CARACTERIZAÇÃO E DE RISCO DA ILHA DO CORVO Todos os mapas que integram o PME do Corvo encontram-se na pasta designada por “INFORMACAO GEOGRAFICA” Mapa 1- Acessibilidades Mapa 2- Rede de captação de água Mapa 3- Saneamento básico Mapa 4- Perímetro urbano Mapa 5- Reserva agrícola regional Mapa 6 – Parque natural da ilha do Corvo Mapa 7- Rede de Distribuição de Energia Elétrica e de Telecomunicações Mapa 8- Declives Carta 1 – Risco_Movimentos Massa Ortofotomapa– zonas de concentração e de alojamento. 130 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Secção III 1. Inventário de meios e recursos (ANEXO A)) 2. Lista de contactos dos elementos do CMOEPC (ANEXO B) 3. Modelos de relatórios e comunicados (ANEXO C) 4. Locais para instalar os desalojados (ANEXO D) 5. Zonas de reunião dos mortos (ANEXO E) 6. Lista de distribuição do plano (ANEXO F) 7. Lista de contactos de entidades de apoio (ANEXO G) 8. Lista de siglas (ANEXO H) 9. Legislação (ANEXO I)) 10. Dados de atualização do PME (ANEXO J) 131 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 11. BIBLIOGRAFIA ABDEL-MONEM, A.A., FERNANDEZ, L.A. e BOONE, G.M. (1975) - K/Ar ages from the eastern Azores group (Santa Maria, São Miguel and the Formigas Islands). Lithos, 4, 247-254. ANDRADE, C., BORGES, P., & FREITAS, M.C., 2004. Historical Tsunami in the Azores Archipelago (Portugal). Journal of Volcanology and Geothermal Research, Special Issue (submetido para publicação). AZEVEDO, E.B., RODRIGUES, M.C. e FERNANDES, J.F. 2004. Climatologia e Bacias Hidrográficas. Atlas Básico dos Açores. Observatório Vulcanológico e Geotérmico dos Açores (Ed). Ponta Delgada.Pg. 25-55. AZEVEDO, J.M.M., E.I. 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Comunicación publicada en CD y Libro de Resúmenes, pp: 42-51 (ISBN: 84-95099-88-8) FRANÇA, Z., M. LAGO, J.C. NUNES, C. GALÉ, V.H. FORJAZ, O. PUEYO, e E. ARRANZ, 2006. Geochemistry of alkaline basalts of Corvo Island (Azores, Portugal): preliminary data. Geogaceta, 40, 87-90. FRANÇA, Z., RODRIGUES, B. e FORJAZ, V.H. 2010. Azores petrogeochemistry retrospective. First approach. “Ciencias geológicas: Ensino, Investigação e sua História. Vol. III- GEOLOGIA DAS ILHAS DOS ARQUIPÉLAGOS DOS AÇORES, MADEIRA E GEOLOGIA DAS ANTIGAS COLÓNIAS, Capítulo I- GEOLOGIA DOS ARQUIPÉLAGOS DOS AÇORES E DA MADEIRA Pg.13-16. FRANÇA, Z.T., J.C. NUNES, J.V. CRUZ, J.F. DUARTE e V.H. FORJAZ, 2003. Estudo preliminar do vulcanismo da Ilha do Corvo, Açores. In: F.G. García e J.L.B. Valero (Ed.), Proceedings da 3ª Assembleia Luso-Espanhola de Geodesia e Geofísica, Valência. Espanha. Editorial de la UPVUniversidad Politécnica de Valencia, Tomo II; 727-730. GUEDES, J.H.C. E OLIVEIRA, C.S. 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VIº Congreso Ibérico- 134 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ XVº Semana Geoquímica (16-21 de Julho de 2007) (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, Portugal). Abstract Book, pp: 77-80. (ISBN: 978-972-669-905-0). LAUGHTON, A.S. e WHITMARSH, R.B. (1974) - The Azores-Gibraltar plate boundary. Geodynamics of Iceland and the North Atlantic area, 63-81. D.Reidel Publishing Company, Dordrecht-Holland. LAUGHTON, A.S., WHITMARSH, R.B., RUSBY, J.S.M., SOMERS, M.L., REVIE, J., McCARTNEY, B.S. e NAFE, J.E. (1972) - A continuous East-west fault on the Azores-Gibraltar ridge. Nature, 237, nº5352, 217-220. LUÍS, J. F., MIRANDA, J. M. GALDEANO, A., PATRIAT, P., ROSSIGNOL, J.C. e VICTOR, L. A. M. (1994) – The Azores triple junction evolution since 10Ma from an aeromagnetic survey of the MidAtlantic Ridge. Earth Planet. Sci. 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Universidade do Minho; 349-357. 135 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Ó. PUEYO ANCHUELA , A. GIL IMAZ , M. LAGO SANJOSÉ, Z. FRANÇA, E. WIDOM E V.H. FORJAZ, 2009. Regional trends and dyke emplacement conditions inferred from tectonic and AMS analysis (Corvo and Flores Islands,Western Azores, Portugal). Geophysical Research Abstracts, Vol. 11, EGU2009-5114. O.PUEYO, A. GIL-IMAZ, M.LAGO, Z.FRANÇA Y V.H. FORJAZ. 2009. Anisotropía de la Susceptibilidad Magnética y direcciones de flujo en diques recientes. Complejos volcánicos de las Islas de Corvio y Flores (Azores Occidentales, Placa Americana). Geogaceta 47, pp: 149152, 2009 (ISSN: 0213683X). ORTIZ, R. E ARAÑA, V. (1996): “Daños que puedem producir las erupciones”. In: R. Ortiz (Ed), Riesgo Volcánico – Série Casa de Los Volcanes, Lanzarote, Canárias. Vol. 5; 37-66. PUEYO, Ó, A. 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Glossário Técnico-Científico Acidente – acontecimento, ou série de acontecimentos com a mesma origem, de que resulta, ou possa resultar, uma situação de emergência ou seja susceptível de provocar danos pessoais, materiais ou ambientais. Acidente grave – acontecimento repentino e imprevisto, provocado por ação do homem ou da natureza, com efeitos relativamente limitados no tempo e no espaço, suscetíveis de atingirem as pessoas, os bens ou o ambiente. Agente extintor – qualquer matéria utilizável no combate eficaz de um foco de Incêndio. Alarme – sinal sonoro e/ou visual para aviso e informação de ocorrência de uma situação anormal ou de emergência, levado a efeito por uma pessoa ou por um dispositivo automático para transmissão de informação. Alerta – é a comunicação que indica que existe ou poderá vir a existir uma situação anormal ou de emergência. O alerta pode ter vários níveis, podem sempre determinar a tomadas das medidas especiais inerentes e adequadas, consentâneas com o mesmo, como por exemplo a mobilização de meios e recursos em reforço para a supressão do incidente. Ambiente – conjunto dos sistemas físicos, ecológicos, económicos e sócio culturais com efeito directos ou indirectos sobre a qualidade de vida do homem. Bacia hidrográfica – área delimitada por linhas de cumeada que encaminha para um mesmo curso de água e seus afluentes as águas das chuvas que nela caíam. Basalto – rocha vulcânica, de cor negra acinzentada, resultante da solidificação de lavas muito fluidas (de baixa viscosidade) devido, fundamentalmente, ao facto de possuírem pouca sílica ≈ (43<sio2< 52%). Bloco – edifício ou conjunto de edifícios contíguos que constituem um compartimento de incêndio. Boca-de-incêndio – dispositivo de uma rede de incêndios, constituído por união e válvula que permite a ligação de mangueira para combate a um incêndio. Bomba – piroclasto de forma arredondada, aerodinâmica, ejetado durante uma erupção vulcânica. Calamidade – acontecimento ou série de acontecimentos, graves de origem natural ou tecnológica, com efeitos prolongados no tempo e no espaço, em regra previsíveis, susceptíveis de provocarem elevados prejuízos materiais e, eventualmente vítimas, afetando intensamente as condições de vida e o tecido sócio – económico em áreas extensas do território nacional. Câmara magmática – reservatório subjacente a uma estrutura vulcânica onde o magma pode permanecer, evoluir e, eventualmente, alimentar futuras erupções. Caminho de evacuação – percurso a utilizar em situação de emergência, a partir de qualquer ponto de um edifício, até uma saída para o exterior. Catástrofe – acontecimento súbito quase sempre imprevisível, de origem natural ou tecnológica, susceptível de provocar vitimas e prejuízos materiais avultados, afetando gravemente a segurança das pessoas, as condições de vida das populações e o tecido sócio – económico do país. Centro operacional avançado – extensão do centro municipal de emergência da protecção civil, no local sinistrado, o qual tem como objetivo acompanhar todo o desenvolvimento das operações de socorro e salvamento. Cheia de um curso de água – elevação notável por um período relativamente breve, do nível superficial das respetivas águas. Cheia episódica – o mesmo que cheia extraordinária. Cheia extraordinária – cheia que se produz raramente. Cheia ordinária – cheia que se produz muito frequentemente. 137 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Cheia periódica – o mesmo que cheia ordinária. Cinzas – piroclastos de menores dimensões (< 2mm) ejetado explosivamente durante uma erupção vulcânica. Compartimento de incêndio – área limitada por paredes, pavimentos, tectos e elementos de fecho de vãos de abertura que impeçam durante um determinado intervalo de tempo a propagação de um eventual incêndio a outros locais. Cone estromboliano ou stromboliano – vulcão de forma cónica, constituído fundamentalmente pela acumulação de piroclastos (bagacinas, bombas, cinzas, etc) projetados durante uma erupção explosiva subaérea (terrestre). Cone surtseiano ou surtseyano ou capeliniano – cone de cinzas ou de tufos resultantes da fragmentação violenta do magma por acção da água do mar, com vertentes muito inclinadas e com cratera(s) normalmente de maior diâmetro do que a(s) dos cones strombolianos. Cratera vulcânica – depressão arredondada e afunilada, de vertentes acentuadas, normalmente encimando um vulcão. Crista Média Atlântica – CMA - grande cadeia montanhosa submarina que atravessa o oceano Atlântico e onde são criados, constantemente, novos fundos oceânicos. Tem expressão subaérea na Islândia e encontra-se muito próxima do arquipélago dos Açores influenciando o seu vulcanismo. Crista Média Oceânica – grande cadeia montanhosa submarina que se prolonga por vários oceanos e onde são criados, constantemente, novos fundos oceânicos. Densidade de drenagem (Dd) - razão entre o comprimento total das linhas de água e a área onde este é determinado) Derrame – o derrame é uma acumulação no solo de produtos (sólidos ou líquidos) acidentalmente libertados. Edifícios com interesse histórico – edifícios representativos de valores culturais, arquitetónicos, urbanísticos ou simplesmente afetivos, cuja memória importa preservar. Elemento de risco, como qualquer valor que pode ser afetado em consequência da acção de um qualquer fenómeno; Energia de ativação – energia necessária para que inicie a combustão. Erupção efusiva – emissão mais ou menos tranquila de lavas fluidas (com baixos teores em sílica), que genericamente se manifestam por rios de lava e cortinas de fogo, entre outros aspectos. São as simbólicas erupções do tipo havaiano. Erupção explosiva – emissão mais ou menos violenta de fragmentos de lava das mais variadas dimensões (cinzas, bagacina/lapilli, bombas, blocos) que no seu conjunto são designados por piroclastos ou tefra. O grau de fragmentação da lava, a dispersão da tefra e consequente área coberta e a altura da coluna eruptiva são fatores que permitem atribuir, às diferentes erupções deste tipo, designações tais como: stromboliana, sub-pliniana, pliniana, ultrapliniana, hidromagmática, surtseiana/capeliniana. Erupção fissural – emissão de lavas ao longo de uma abertura ou fratura alongada. Este tipo de erupção normalmente evolui concentrando-se a emissão de lava somente em alguns pontos da fissura, originando uma série de cones de escórias soltas ou soldadas (spatters) alinhados. Erupção freática/freatomagmática – erupções que ocorrem quando o magma em ascensão se aproxima ou contacta com água subterrânea. No primeiro caso – erupção freática - observa-se, principalmente, uma fragmentação das rochas pré-existentes, enquanto que, o 2º é marcado, fundamentalmente, pela fragmentação do magma devido à interação direta deste com a água. Ambas envolvem uma intensa vaporização da água subterrânea com formação de impressionantes colunas de vapor de água. 138 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Erupção histórica sub-pliniana, traquítica – evento ocorrido depois do povoamento dos Açores (meados do século XV). As erupções deste tipo foram altamente explosivas emitindo produtos de natureza traquítica s.l., nomeadamente, pedra pomes, lavas e ignimbritos. Erupções históricas deste tipo só são reportadas na ilha de São Miguel. Erupção vulcânica – libertação de lava e de gases provenientes do interior da terra, que (1) se depositam diretamente sobre a sua superfície, (2) caiem gravitacionalmente depois de descreverem trajetórias na atmosfera e (3) se dissipam na atmosfera. Escala de Mercalli – escala de intensidade sísmica, qualitativa, baseada nos efeitos produzidos por um sismo, decorrentes fundamentalmente da distância local ao epicentro, da profundidade do hipocentro, da natureza do terreno e do tipo de construções. Escórias – fragmentos de lava porosos, expelidos por um vulcão, durante uma erupção explosiva. Estratovulcão – aparelho vulcânico de dimensões substancialmente superiores às dos cones strombolianos, constituído essencialmente por alternâncias de escoadas lávicas com produtos piroclásticos, tais como, cinzas, escórias, lapilli, etc. (Exemplo emblemático dos Açores - a Montanha do Corvo). Escala de magnitude de Richter – são escalas que medem a quantidade de energia libertada de um sismo com base em observações recolhidas através de equipamento sísmico. São escalas abertas pois não têm mínimo nem máximo. O valor máximo até hoje medido num sismo é de 9,5 (sismo de Chile em 1960). Os valores de magnitude também podem ser negativos. Existem muitas escalas de magnitude sendo a mais conhecida a Escala de Richter que foi desenvolvida para avaliar sismos locais e regionais na Califórnia por Charles F. Richter. Escala de Mercalli – a escala que Giuseppe Mercalli elaborou em 1902 é a mais conhecida das escalas de intensidade. As revisões elaboradas em 1917 por Sieberg (MCS-17), em 1931 por Wood e Newmann (MM-31) e em 1956 por C. F. Richter(MM-56) foram e ainda são extensivamente utilizadas. Em Portugal utilizou-se nos serviços oficiais a escala MSC-17 de 1947 até 1960, a escala MM-31 de 1961 até 1973 (até 1974 nos Açores). A escala MM-56 (lê-se "Escala de Mercalli modificada de 1956") tem sido a utilizada desde então. Escalas sísmicas de intensidade e de magnitude (Mercalli Modificada e de Richter) páginas 144 e 145 Fajã lávica – plataforma resultante da acumulação de lavas que galgaram uma arriba costeira, espraiando-se no mar. Falha – fratura na crusta terrestre ao longo da qual ocorreram movimentos e deslocamentos. Fissura – fratura mais ou menos alongada onde não ocorre movimentos relativos entre os blocos separados por ela. Foco ou hipocentro– local onde se inicia a libertação de energia de um sismo. Fumarola – libertação de vapor de água e/ou de outros gases vulcânicos através de fissuras e/ou de poros da superfície terrestre em zonas relacionadas com corpos magmáticos. Graben – zona abatida entre pares de falhas paralelas. Lapilli – (plural de lapillus) pequenos fragmentos de lava (entre 2 e 64mm) projetados durante uma erupção. Localmente conhecidos como bagacina. Lava – designação utilizada para o magma que atinge a superfície da Terra, constituindo escoadas (quando é muito ou medianamente fluido) ou colunas gasosas, que atingem alturas variáveis e transportam materiais mais ou menos pulverizados (tipo cinzas), dependente do grau de explosividade da erupção. Lavas aa – termo Havaiano para um tipo de lava com uma superfície rugosa, espinhosa. Lavas pahoehoe – termo havaiano para um tipo de lavas com uma superfície suave e, por vezes, com estruturas encordoadas. 139 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ Magma – rocha fundida (ou em estado de fusão) que ao atingir a superfície terrestre, mais desgaseificada, origina lavas. Medidas de prevenção – medidas de segurança tomadas, com a finalidade de diminuir a probabilidade de ocorrência de acidentes. Perigo a probabilidade de ocorrência de um fenómeno natural, numa determinada área e num determinado período de tempo; Piroclasto – rocha vulcânica que é ejetada para o ar durante uma erupção, incluindo cinzas (<2mm), lapilli (entre 2 e 64mm) e bombas e blocos (>64mm). Plano de emergência – documento que reúne as informações e estabelece os procedimentos que permitem organizar e empregar os recursos humanos e materiais disponíveis em situações de emergência. Planta de emergência – planta simplificada de um determinado sector, contendo indicação de localização dos meios de alarme e de intervenção em caso de acidente, caminhos de evacuação e saídas de emergência. Estas plantas são acompanhadas de instruções gerais de atuação em situações de emergência. Ponto nevrálgico – ponto ou local a proteger prioritariamente em situação de emergência por razões económicas, culturais ou sociais ou que, se afetado, pode pôr em causa o funcionamento de uma instalação. Ponto perigoso – ponto ou local onde, mercê de várias circunstâncias, a ocorrência de um acidente apresenta maiores riscos, quer numa perspetiva de probabilidade, quer de consequências. Posto de comando operacional – centro de comando das operações de socorro e salvamento. Posto de incêndio – armário metálico, com portas, embebidas nas paredes exteriores dos edifícios que incluem material de combate a incêndio. Rede hidrográfica de uma bacia – conjunto constituído pelo curso de água e respetivos afluentes. Risco específico, como algo que incide diretamente sobre um elemento de risco susceptível de sofrer algum dano ou perda total, durante um certo tempo de exposição a um evento; Risco, como a possibilidade de um prejuízo, relacionado com a perda de vidas, de propriedades ou mesmo com a capacidade produtiva (fábricas, campos de agricultura, centrais elétricas, etc). A estimativa quantitativa do risco pode ser obtida através da equação seguinte: {RISCO } = {VULNERABILIDADE} } X {VALOR} }X {PERIGO} } Simulacro – ato de simular situações reais, em particular situações de emergência, com vista a melhorar o adestramento do pessoal com funções no plano de emergência. Sinalização de segurança – conjunto de sinais que se destinam a alertar de uma forma rápida e inteligível, para a existência de um risco, condicionar comportamentos e transmitir informações de segurança. Situação de emergência – situação incontrolada ou de difícil controlo, que possa originar danos pessoais, materiais ou ambientais requerendo uma acção imediata para recuperação do controlo e minimização das suas consequências. Substância perigosa – qualquer substância que possa originar danos para as pessoas, meio ambiente, instalações e equipamento. Torrencial – regime hidrológico caracterizado por uma resposta rápida às precipitações e pela predominância do escoamento superficial. Traquito – rocha de cor predominantemente clara, resultante da solidificação de lavas muito viscosas, com altos teores de sílica (sio2 ≈ 65%). Tsunami ou maremoto – fenómeno resultante, mais frequentemente, da rutura e sucessivo deslocamento do fundo oceânico na sequência de atividade sísmica o que induz um afluxo de água à 140 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ zona deprimida seguida de um refluxo que se manifesta pela formação de ondas altamente energéticas. Colapsos laterais de estratovulcões, escorregamentos submarinos entre outros, podem igualmente ser geradores tsunamigénicos. Urgência – situação anormal, que se manifesta abruptamente, que para, limitar danos em pessoas, bens ou ambiente, requer uma acção imediata, com mobilização de meios especializados, previamente estandardizados nos seus procedimentos. Valor - quantitativo de natureza monetária ou de vidas humanas expostas ao risco Vulcão – uma abertura na crusta terrestre através da qual lava e gases emergem. Vulcões com uma conduta central normalmente têm uma forma cónica. Os que apresentam diversos centros eruptivos ou uma fissura eruptiva formam maciços alongados ou alinhamentos de cones de piroclastos soltos ou soldados (spatters) Vulcão em escudo – vulcão constituído fundamentalmente por empilhamentos lávicos. Vulcão fissural – vulcão com centro eruptivo projetado sobre uma fissura - abertura alongada. Vulnerabilidade - a fração do valor total que pode ser destruída em consequência de um determinado evento; Zona de apoio – local próximo do sinistro, onde se concentram materiais e equipamentos que possam ser necessários ao combate, tais como: mangueiras, aparelhos de respiração autónoma, equipamentos de comunicação, entre outros. Zona de concentração local – local de reunião das pessoas provenientes da área sinistrada. Este deverá ser suficientemente próximo do local sinistrado, de forma a permitir a deslocação das pessoas por meios próprios. Zona de emergência – Área que engloba o espaço atingido pelos efeitos de um acidente grave e o espaço adjacente necessário ao desenvolvimento das operações de emergência. 141 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 142 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU Município do Corvo Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ________________________________________________________________________________ 143 Este Plano foi apoiado pelo PROCONVERGENCIA – EU