A
Há muito fazia falta uma obra como Afotografia moderna no Brasil, para resgatar uma das experiências mais avançadas e injustamente menos conhecidas da fotografia brasileira. Na verdade, a pesquisa de Helouise Costa e
Renato Rodrigues cumpre plenamente o duplo desafio de recuperar a
memória de um momento dos mais férteis da história de nossa fotografia
e, ao mesmo tempo, trazer de novo à baila discussões essenciais sobre a natureza mais profunda dessa forma de expressão imagética. Num momento em que a fotografia vive uma nova transição, com a introdução dos sistemas digitais de captação e processamento da imagem, torna-se mais que
oportuna essa intervenção provocadora, que recoloca entre nós o debate,
sempre adiado, sobre o estatuto significante da fotografia.
Os autores denominam fotografia moderna uma certa concepção de
fotografia que nasce no começo deste século, no seio das vanguardas europeias e que no Brasil tomou corpo sobretudo no interior do movimento fotoclubista, a partir de meados da década de 1940, chegando à expressão máxima na obra de Geraldo de Barros e José Oiticica Filho. A
fotografia moderna começa entre nós com a crítica do pictorialismo (tendência de caráter académico que visava reproduzir na fotografia modelos
da pintura clássica) e busca em seguida uma atualização da fotografia com
relação ao estágio já alcançado pelas outras artes. Trata-se de uma fotografia de feições radicalmente contemporâneas, urbana e cosmopolita,
direta ou indiretamente vinculada ao construtivismo e ao concretismo
no seu gosto pela abstração geometrizante, pelo incessante experimentalismo, pela invenção estética, pela concepção bidimensional da representação e pelo despudor em interferir na imagem (através do retoque,
colagem, solarização etc).
A análise de Helouise Costa e Renato Rodrigues privilegia os pontos
de maior tensão do movimento, sobretudo o conflito entre as determinações da câmara (realismo, figurativismo, sugestão de tridimensionalidade
através da perspectiva) e o novo olhar que recusa os modelos renascentistas, preferindo a dissolução dos cânones ou as formas geométricas puras
em sua expressão abstrata. Isso conduz, pelo menos nos momentos de
maior ruptura, a uma recusa da própria câmara como agente enunciador,
A FOTOGRAFIA
MODERNA
NO BRASIL
Helouise Costa
Renato Rodrigues da Silva
COSACNAIFY
o6
APRESENTAÇÃO
09
NOTA DOS AUTORES
II
Arlindo Machado
INTRODUÇÃO
ANTECEDENTES
A FOTOGRAFIA MODERNA NO BRASIL
a Paulista
José Oiticica Filho e
76
ismo carioca
capítulo 3 ANÁLISE DA EXPERIÊNCIA MODERNA
oto<jralia mo(
uracao c abs
.ira c sociedade
4
112
0 FOTOJORNALISMO E 0 DECLÍNIO DO MOVIMENTO FOTOCLUBISTA
capítulo 5 A GUISA DE UMA CONCLUSÃO
da estética modo.
ca brasileira dos anos No
II6
NOTAS
I2y
OBRAS
2l6
ÍNDICE
220
ÍNDICE DE OBRAS
222
SOBRE OS AUTORES
ONOMÁSTICO
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