Impacto de Sistema Informatizado na Regulação de Fluxo de Pacientes para o Centro de Referência Cardiovascular da Região de Ribeirão Preto André Schmidt, Ronaldo D. Capeli, Sílvio C.Somera, Francisco G. Gonzalez, Benedito C. Maciel FMRP-USP; HCFMRP-USP, DRS XIII Regulação de Fluxo em Cardiologia ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS Brasil Mortalidade Proporcional (%) por Faixa Etária Segundo Grupo de Causas - CID10 2004 Grupo de Causas I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias Menor 1 1a4 5a9 10 a 14 15 a 19 20 a 49 50 a 64 65 e mais 60 e mais Total 7,5 17,0 8,9 6,1 2,5 8,6 4,9 3,4 3,5 5,1 II. Neoplasias (tumores) 0,3 8,2 14,7 12,4 5,1 12,0 23,3 16,7 17,6 15,7 IX. Doenças do aparelho circulatório 0,9 2,9 4,0 5,7 3,9 16,2 36,1 42,6 42,1 31,8 X. Doenças do aparelho respiratório 6,7 20,3 8,8 6,7 3,2 5,1 8,2 16,1 15,3 11,4 61,2 0,6 0,2 0,1 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 3,5 2,2 22,6 40,4 49,7 75,5 41,3 8,1 3,0 3,3 14,2 21,2 28,4 23,0 19,2 9,8 16,7 19,3 18,4 18,4 18,3 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 XVI. Algumas afec originadas no período perinatal XX. Causas externas de morbidade e mortalidade Demais causas definidas Total Fonte: SIM Regulação de Fluxo em Cardiologia ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS Mortalidade Mortalidade Proporcional (todas as idades) Ribeirão Preto 7.0% 20.1% 18.5% 9.0% 1.2% 12.4% 31.8% I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias II. Neoplasias (tumores) IX. Doenças do aparelho circulatório DATASUS 2004 X. Doenças do aparelho respiratório XVI. Algumas afec originadas no período perinatal XX. Causas externas de morbidade e mortalidade Regulação de Fluxo em Cardiologia ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS Mortalidade Cardiovascular Murray CJL, Lopez AD. The global burden of disease: a comprehensive assessment of mortality and disability from diseases, injuries, and risk factors in 1990 and projected to 2020. Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1996. Regulação de Fluxo em Cardiologia INTRODUÇÃO ● Portarias 210/2004 e 1169/2004 (MS) - Criação dos centros de referência para assistência cardiovascular no SUS • Avanço adicional no sentido de proporcionar melhor organização e sistematização do atendimento desses pacientes. • Esforço significativo para fazer face ao desafio de combater com maior eficácia um problema grave de saúde pública, ao qual se associam morbidade e mortalidade expressivas, atingindo parcela da população adulta em sua fase mais produtiva. • Distribuídos de modo a abranger área com população de até 4 milhões de habitantes: • articulados com o sistema local e regional de saúde • fornecer subsídios para as ações dos gestores • pólos de educação permanente Regulação de Fluxo em Cardiologia INTRODUÇÃO ● Na região de Ribeirão Preto, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (HCFMRPUSP), inserido no Sistema Único de Saúde como uma unidade de referência terciária, habilitou-se como um Centro de Referência em Cardiologia. ● Este hospital está inserido na região do Departamento Regional de Saúde XIII, que abrange, segundo dados do IBGE de 2003, uma população de 1.177.322 habitantes. DRS-XIII • 25 municípios Regulação de Fluxo em Cardiologia INTRODUÇÃO ● Parece, portanto, razoável prever que a efetiva implantação dos Centros de Referência, na região de Ribeirão Preto, incorporando uma população de até 4 milhões de habitantes, resulte em aumento expressivo no número de pacientes encaminhados para atendimento no HCFMRP-USP. ● O credenciamento do HCFMRPUSP como Centro de Referência Cardiovascular (CRCV) trouxe a preocupação de que a maior abrangência populacional pudesse, em face da capacidade instalada neste hospital, comprometer a capacidade de atendimento. ● Como está, efetivamente, articulada a regulação de fluxo desses pacientes, entre as diferentes cidades e a cidade pólo, bem como com o HCFMRP-USP? ● Quais são as características e as dificuldades para encaminhamento de pacientes eletivos para Centro de Referência Cardiovascular da região?. Regulação de Fluxo em Cardiologia OBJETIVOS ● Analisar os fatores que influem na regulação de fluxo de pacientes com suspeita de doença cardiovascular na região de abrangência do HCFMRPUSP. ● Implantar projeto de ordenamento do acesso dos pacientes cardiológicos, por meio da regulação médica, com auxílio de um sistema de informação computadorizado, para as cidades que compõem a área de influência do HCFMRP-USP. ● Com base nesses dados, propor medidas para racionalização do emprego dos recursos disponíveis e para aprimoramento da regulação do acesso dos usuários, bem como para adequar a capacidade instalada às necessidades de atendimento cardiovascular pelo centro de referência cardiovascular, nessa região. Regulação de Fluxo em Cardiologia METODOLOGIA ● Características do sistema de agendamento informatizado disponível ● Avaliação da situação de agendamento vigente ● Desenvolvimento de sistema informatizado específico para agendamento e regulação de fluxo de pacientes com doença cardiovascular Regulação de Fluxo em Cardiologia Característisticas do sistema informatizado de agendamento disponível 1) Ficha de referência eletrônica genérica preenchida e enviada via internet, pelos municípios da região, para a DRS XIII. DRS XIII 2) Triagem dos casos por médico da DRS, não vinculados à especialidade. 3) Agendamento de consultas pela DRS, em vagas oferecidas pelas especialidades médicas do HCFMRPUSP. Regulação de Fluxo em Cardiologia Situação Pregressa de Agendamento – Setembro/2007 • Divisão de Cardiologia • 24 vagas de triagem/semana – 1080 vagas/ano. • 68 ± 47 dias (Mediana: 49 dias) entre solicitação e consulta. • 20% de absenteísmo. • 10% solicitações de exames complementares. • 273 pedidos em fila aguardando agendamento. Regulação de Fluxo em Cardiologia Situação Pregressa de Agendamento – Setembro/2007 • Avaliação retrospectiva - Análise das fichas eletrônicas –DRS XIII • Período: 1/01/2007 a 19/09/2007 • 25 municípios • 851 casos inseridos no sistema Regulação de Fluxo em Cardiologia Situação Pregressa de Agendamento – Setembro/2007 • Avaliação retrospectiva - Análise das fichas eletrônicas –DRS XIII • ANÁLISE QUALITATIVA • Inexistência de informação sobre especialidade do solicitante; • Informações, em sua maioria, incompletas; • 10% das solicitações eram pedidos de exames complementares; • Grau de prioridade confuso. Regulação de Fluxo em Cardiologia Situação Pregressa de Agendamento – Setembro/2007 • Avaliação retrospectiva - Análise das fichas eletrônicas –DRS XIII • ANÁLISE QUALITATIVA – Grau de Prioridade n Número absoluto de casos 400 350 364 295 300 250 200 162 150 100 50 0 alta media Prioridade baixa Regulação de Fluxo em Cardiologia Situação Pregressa de Agendamento – Setembro/2007 • Avaliação retrospectiva - Análise das fichas eletrônicas –DRS XIII • ANÁLISE QUALITATIVA – Motivo do encaminhamento 60 % total de casos 50 48 43 40 30 20 10 6 0 Tratamento Diagnóstico/Confirmação Motivo do Encaminhamento Seguimento Regulação de Fluxo em Cardiologia Situação Pregressa de Agendamento – Setembro/2007 • Avaliação retrospectiva - Análise das fichas eletrônicas –DRS XIII • ANÁLISE QUALITATIVA – Município de origem % total 35 % do total de casos 30 29 3 municípios com 47000 hab no total referenciam mais que RP (500 mil hab): 31,5% vs 29% 25 20 17 15 8,5 10 6 5 0 Rib. Preto Altinópolis Serra Azul Município Barrinha Regulação de Fluxo em Cardiologia REFORMULAÇÃO DO SISTEMA DE AGENDAMENTO • Mutirão para atendimento dos casos em lista de espera. • Reformulação da Ficha de Referência. • Triagem eletrônica por médicos da Divisão de Cardiologia (Centro de Referência Cardiovascular). Regulação de Fluxo em Cardiologia REFORMULAÇÃO DO SISTEMA DE AGENDAMENTO • Mutirão para atendimento dos casos em lista de espera – 23/FEV/08 • 273 pacientes em lista de espera + todos casos inseridos em 2008. Fichas acumuladas por mês 160 138 140 120 80 58 60 47 34 40 20 15 10 6 34 17 11 3 Mês iro ja ne ze m br o de ve m br o no ro tu b ou br o se ag te m os to o ju lh o ju nh o m ai ab ril 0 m ar N 100 RESULTADOS • Mutirão para atendimento - 23 de fevereiro de 2008 320 pacientes agendados 252 comparecimentos – 20% de absenteísmo • 55.2% contra-referenciados • 25,4% admitidos ou readmitidos • 19% com retorno no PA • 0,4% erro de agendamento 173 exames agendados • 39 Ecocardiogramas • 16 Eco estresse • 8 MAPA • 34 HOLTER • 15 Cintilografias • Exames realizados • 32 Ergometrias • 99 eletrocardiogramas • 12 Cateterismos • 25 ecocardiogramas • 5 tilt-test • 27 ECG Regulação de Fluxo em Cardiologia REFORMULAÇÃO DO SISTEMA DE AGENDAMENTO • Mutirão para atendimento dos casos em lista de espera. • Reformulação da Ficha de Referência. • Triagem eletrônica por médicos da Divisão de Cardiologia. Regulação de Fluxo em Cardiologia REFORMULAÇÃO DO SISTEMA DE AGENDAMENTO • Formulário específico para Cardiologia, incluindo, na mesma ficha, solicitação de exames complementares (SADT) e consultas. • Justificativas mutuamente exclusivas para encaminhamento, com hierarquização baseada na complexidade clínica. • Agendamento eletrônico de exames (SADT), que inclui orientações ao paciente. • Triagem dos casos efetuada por cardiologista do CRCV • Possibilidade de anexar exames digitalizados. • Identificação da especialidade do médico solicitante. • Campo para solicitação de esclarecimentos, orientações ou motivo para recusa de atendimento. • Interação “via web” com o solicitante. Regulação de Fluxo em Cardiologia REFORMULAÇÃO DO SISTEMA DE AGENDAMENTO Ficha de Referência. Regulação de Fluxo em Cardiologia REFORMULAÇÃO DO SISTEMA DE AGENDAMENTO Ficha de Referência. Regulação de Fluxo em Cardiologia REFORMULAÇÃO DO SISTEMA DE AGENDAMENTO Ficha de Referência. Regulação de Fluxo em Cardiologia REFORMULAÇÃO DO SISTEMA DE AGENDAMENTO Ficha de Referência. Regulação de Fluxo em Cardiologia REFORMULAÇÃO DO SISTEMA DE AGENDAMENTO • Criação de sistema de gerenciamento “on-line” que avalia: • Tempos de demora das diferentes fases do processo; • Número, distribuição, consistência e qualidade das solicitações; • Destino dos pacientes após consulta; • Percentagem e causas de absenteísmo; • Filas de espera de exames subsidiários; Regulação de Fluxo em Cardiologia SISTEMA DE GERENCIAMENTO “ON LINE” Regulação de Fluxo em Cardiologia REFORMULAÇÃO DO SISTEMA DE AGENDAMENTO • Mutirão para atendimento dos casos em lista de espera. • Reformulação da Ficha de Referência. • Triagem eletrônica por médicos da Divisão de Cardiologia. Regulação de Fluxo em Cardiologia RESULTADOS IMPACTO NO AGENDAMENTO Avaliação após 4 meses de implantação • Tempo médio ± desvio-padrão (mediana) • Solicitação – Triagem eletrônica: 1,27 ± 1,39 (0,97) dias. • Solicitação – Agendamento: 2,75 ± 2,97 (1,94) dias. • Solicitação – Consulta: 17,5 ± 5,6 (14,88) dias. 70 60 50 40 30 Tempo (dias) 20 10 0 até Janeiro Março Julho Outubro RESULTADOS Regulação de Fluxo em Cardiologia • Absenteísmo reduziu de 20% para 13% • Solicitação de esclarecimentos adicionais em 28,5% dos pedidos. • Elevada proporção de pacientes que exigiam nível secundário de atendimento. • Ausência de correlação entre número de pedidos e população do município. 9.00 % solicitações 8.00 7.00 6.00 5.00 4.00 R² = 0.0005 3.00 2.00 1.00 0.00 0.00 20.00 40.00 60.00 80.00 100.00 120.00 População (1000 habitantes) Regulação de Fluxo em Cardiologia CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS FUTURAS - I • Sistema implantado apresenta baixo custo operacional. • Elevada agilidade e resolutividade proporcionaram: • Redução expressiva no tempo para atendimento: de 68 para 12,9 dias. • Redução no absenteísmo: 20 para 13%. • Organização do acesso resultou em ampliação do volume de atendimento em 17%: • 10%: exames complementares • 7%: redução de absenteísmo, sem incremento real do número de vagas. • Em contraposição à acentuada redução do tempo para atendimento clínico dos pacientes, observou-se a existência de filas significativas para o agendamento de diversos exames subsidiários. Regulação de Fluxo em Cardiologia CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS FUTURAS - II • Para atendimento dessa demanda reprimida de exames complementares, ficam melhor caracterizadas as necessidades de equipamentos e pessoal de apoio no CRCV. • A análise da consistência das informações e adequação das solicitações, aliadas aos dados de especialização das equipes médicas solicitantes, permitirá definir mais precisamente as necessidades de programas de educação permanente para essas equipes. • A ausência de correlação entre a distribuição percentual do número de solicitações e as populações dos municípios indica a necessidade de avaliação da infraestrutura disponível nessas cidades, considerando a elevada porcentagem de casos com características secundárias de complexidade que ainda são encaminhados para o hospital terciário. Regulação de Fluxo em Cardiologia CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS FUTURAS - III • Em conjunto, os resultados do presente estudo fornecem elementos que fortalecem e aprimoram o gerenciamento da rede de atenção cardiovascular. • Para que esse instrumento possa ser aprimorado, parece fundamental ampliar sua utilização de modo a abranger todas as DRSs que referenciam pacientes para o CRCV do HCFMRPUSP. • Sua eficácia como ferramenta eficaz de gestão da rede de atenção cardiovascular poderá ser ampliada: • implantação da contra-referência informatizada • avaliação detalhada da efetiva capacidade instalada disponível para atendimento cardiológico, considerando pessoal especializado, hospitais, equipamentos e procedimentos, em cada uma das cidades que compõe essa região. Regulação de Fluxo em Cardiologia Obrigado pela atenção. Regulação de Fluxo em Cardiologia ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS Mortalidade Cardiovascular Regulação de Fluxo em Cardiologia ASPECTOS HISTÓRICOS • Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto -USP • Divisão de Cardiologia • 16 leitos de Enfermaria • 05 Leitos de Unidade Coronariana • XXx consultas ambulatoriais/mês