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OS SIGNIFICADOS DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO NO PROCESSO DE
FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Luara Cristiane Dourado Neves
Adriana Maria Tonini, Drª
RESUMO
O Estágio Curricular Supervisionado (ECS) constitui um componente obrigatório na
organização curricular de Cursos Técnicos em Enfermagem, com vistas à articulação entre
conhecimentos teóricos e a prática executada em ambiente real de trabalho. Neste contexto
são desenvolvidas habilidades técnicas, atitudes e valores, bem como a reafirmação ou não
da identidade profissional. Em levantamento bibliográfico nos principais bancos de dados,
verificou-se importante lacuna de pesquisas em educação profissional de nível médio na
área de enfermagem, sobretudo com a temática do ECS. Este projeto de pesquisa tem
como objetivo apreender os significados do ECS no processo de formação profissional do
técnico em enfermagem, segundo os estagiários. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de
abordagem fenomenológica. A principal técnica de coleta de dados será a entrevista
individual semi-estruturada com os estagiários do Curso Técnico em Enfermagem do
Instituto Federal do Norte de Minas Gerais - Campus Januária, que tenham cumprido um
mínimo de 80% da carga horária total do ECS, a fim de estar em condições de fazer uma
análise do significado do ECS em seu processo de formação profissional. As entrevistas
serão transcritas e submetidas à análise qualitativa de conteúdo.
PALAVRAS-CHAVE: Educação profissional; Estágio curricular supervisionado; Técnico em
enfermagem.
1 INTRODUÇÃO
Cerca de 65%1 dos trabalhadores na área da saúde é constituída por profissionais da
enfermagem, que desenvolvem ações de cuidado de cunho curativo ou preventivo, em
setores públicos ou privados, prestando assistência a pacientes2 em todas as etapas da
vida. Logo, a preocupação com a qualidade da formação destes profissionais reflete a
1 BRASIL, Ministério da Educação. Referenciais Curriculares Nacionais da Educação Profissional de
Nível Técnico. Área profissional: Saúde. 2000. 224p.
2 Os termos usuário, cliente ou paciente são empregados para dirigir-se àquele que receberá
cuidados de saúde. A palavra ―paciente‖ é criticada por denotar uma atitude passiva do indivíduo,
mas por ser a acepção mais convencional na literatura, mesmo em pesquisas recentes, será a
utilizada neste estudo.
2
preocupação com uma sociedade/clientela que vem a requerer conhecimentos e
desempenhos cada vez mais integrados na resolução de seus problemas de saúde. O
Estágio Curricular Supervisionado (a partir de agora, neste texto, denominado ECS) constitui
componente obrigatório nos projetos pedagógicos de cursos técnicos em enfermagem, com
vistas à contextualização entre conhecimentos teóricos e a realidade profissional, embora
muitas vezes seja deturpado em sua finalidade, sendo reduzido a um artifício para utilização
de mão de obra gratuita. Neste sentido, há que se refletir sobre a análise dos alunos sobre
os significados do ECS em sua formação profissional como técnico em enfermagem,
enquanto recurso de adaptação ou de autonomia nos campos de prática.
O ECS consiste na estratégia formal da inserção da escola e do aluno no mundo do
trabalho. Trata-se do momento em que em que o estudante entra em contato direto com a
realidade profissional, possibilitando a materialização dos conhecimentos, habilidades e
atitudes adquiridos em sala de aula. Constitui-se legalmente como ato educativo e como tal,
deve ser acompanhado por um professor-supervisor, a fim de legitimar a finalidade crítica,
reflexiva e transformadora própria da educação, em vez de mero recurso de utilização de
mão de obra gratuita, ou barata, quando remunerado.
Além do desenvolvimento de competências técnico-científicas, o campo de ECS
torna-se um espaço privilegiado na formação das esferas sociais e afetivas do aluno, haja
vista que a possibilidade de lidar com pacientes com doenças graves e/ou transmissíveis, a
morte, o contato efetivo com fluidos e excreções corpóreas, o relacionamento interpessoal
do trabalho em equipe, são apenas alguns dos desafios a serem enfrentados pelo
estagiário.
Diante dos desafios implicados na relação de ensino e de aprendizagem profissional,
urge a necessidade de conhecer a análise que os estagiários fazem sobre a experiência de
formação profissional no contexto do ECS, a fim de se desvelar os significados da inserção
na realidade do trabalho; o papel do ECS em sua formação técnica e humana; bem como
identificar fatores dificultadores e facilitadores encontrados durante esta etapa de sua
formação profissional.
2 QUESTÃO DE PESQUISA
Diante das discussões da relevância do ECS no desenvolvimento de competências
técnicas, políticas e sócio-afetivas na formação do técnico em enfermagem, emerge a
questão de pesquisa: “Quais significados os alunos atribuem ao ECS em seu processo de
formação profissional como técnico em enfermagem?
3
3 JUSTIFICATIVA
Estudos a respeito dos significados ou contribuições do ECS na educação
profissional de nível médio em enfermagem são escassos, conforme verificado em
levantamento bibliográfico utilizando as bases de dados: Literatura Latino-Americana e do
Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Banco de Dados em Enfermagem (BDENF),
Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e banco de teses da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Verifica-se uma prevalência de
pesquisas deste enfoque localizadas no ensino superior em enfermagem. Diante das
lacunas e omissões em pesquisas tratando a perspectiva do ECS na formação profissional
segundo os alunos-estagiários, sobretudo na educação profissional de nível médio em
enfermagem e a fim de contribuir na construção de um corpo teórico consistente na área,
justifico o interesse pelo tema.
Incremento tal justificativa assumindo minha condição de professora, desde 2006, do
Curso Técnico em Enfermagem do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais. Como tal,
sou responsável pela supervisão de ECS em diversos cenários de prática, tendo captado
dentre os alunos, ainda que de maneira assistemática, diversos relatos, opiniões e
sugestões sobre o mesmo, mas sempre percebendo o potencial científico e de suma
relevância para o universo das estratégias de ensino na educação profissional técnica em
enfermagem, quiçá das demais profissões de nível médio da área da saúde.
4 OBJETIVO GERAL
Apreender os significados do ECS no processo de formação profissional do técnico
em enfermagem, segundo os estagiários.
4.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Descrever como os alunos analisam a articulação entre os conhecimentos teóricos
de sala de aula à prática desenvolvida durante o ECS.

Identificar os fatores facilitadores e dificultadores do processo de formação
profissional encontrados durante o ECS.

Verificar a possibilidade de desenvolvimento de valores morais e éticos no processo
de formação profissional do técnico em enfermagem no contexto do ECS.
5 REFERENCIAL TEÓRICO
Em sua origem, a assistência em enfermagem foi realizada por pessoas com pouca
4
ou nenhuma formação específica na área. Embora o ensino de enfermagem no Brasil seja
reconhecido oficialmente com a criação da Escola de Enfermagem do Departamento
Nacional de Saúde Pública, em 1923, documentos apontam reminiscências de
profissionalização na área desde 1890, através da Escola Alfredo Pinto, a qual se propunha
a capacitar pessoas dispostas a realizar cuidados nos hospitais civis e militares e ainda na
assistência de portadores de transtornos mentais (GALLEGUILLOS; OLIVEIRA, 2001).
Apenas em 1949, através da Lei nº 775/49, o Ministério da Educação e Saúde
assumiu a regulação das escolas de enfermagem e o Decreto nº 27426/49 fixou como
objetivo do curso de auxiliar de enfermagem o treinamento de pessoal capaz de assessorar
o enfermeiro em suas atividades. O documento dispunha sobre a obrigatoriedade dos
alunos realizarem estágios em hospitais gerais, diversificando os campos de prática nas
enfermarias de clínica médica, clínica cirúrgica, sala de operações e central de material
esterilizado, berçário e cozinha geral (DANTAS; AGUILLAR, 1999).
As docentes do curso geralmente trabalhavam nas instituições de saúde e as alunas
estagiárias vinculavam-se ao campo de estágio como empregadas de baixo custo, condição
esta adversa à aprendizagem, mas suportada devido à necessidade de espaços de prática
(FORTES, 2001).
Grandes mudanças irromperam no paradigma de assistência à saúde ao longo dos
anos, como a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) representando uma estrutura
teórico-filosófica e prática de reorganização do cuidado, com o deslocamento do modelo
biomédico3 para a atenção integral, o reconhecimento do papel dos determinantes
socioeconômicos no processo de saúde e adoecimento da população, a relevância da
atenção primária (através de Postos de Saúde e da Estratégia Saúde da Família - ESF) na
resolução de cerca de 80% dos problemas de saúde dos usuários 4, a identificação da
educação e comunicação em saúde como estratégias de cuidado.
No âmbito da educação básica e profissional igualmente perpassaram diversas
transformações, com destaque para a pedagogia das competências, influência da lógica da
competência profissional, paradigma da área de gestão de pessoas implantado no universo
do trabalho a partir da década de 80. Em vez da qualificação para ocupação de postos de
trabalho, a lógica da competência envolvia a aquisição pelos educandos/trabalhadores, de
conhecimentos, habilidades e atitudes inerentes ao bom desempenho profissional.
Segundo Pereira e Ramos (2006, p. 19),
3
O modelo biomédico associa doença à lesão, reduzindo o processo saúde-doença à sua dimensão
anatomofisiológica, excluindo as dimensões histórico-sociais, como a cultura, a política e a economia
e, consequentemente, localizando suas principais estratégias de intervenção no corpo do doente
(MATTA; MOROSINI, 2008).
4
World Health Organization. Primary Health Care. Genebra: WHO; 1978.
5
[...] historizar a relação ‗processo de trabalho e qualificação do trabalhador‘
nos ajuda a entender que, no processo de trabalho rígido, há um controle
exacerbado da supervisão sobre os trabalhadores que são
obrigados/induzidos a desenvolver um processo de trabalho fragmentado,
com tarefas repetitivas, com tendência majoritária a desqualificação.
As atuais demandas na área de saúde sobrepujam a reprodução de técnicas
tradicionais e apontam a necessidade urgente de compreender o paciente em seu contexto
não apenas biológico, mas também psicológico e social.
Para atender a esta nova
realidade, é preciso repensar as metodologias na formação de trabalhadores na área,
buscando o desenvolvimento de competências que superem o tecnicismo e abracem um
cuidado integral (BENITO, 2012).
De acordo com o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos (BRASIL, 2012), o curso
Técnico em Enfermagem compõe o eixo tecnológico ―Ambiente, saúde e segurança‖ o qual
―compreende tecnologias associadas à melhoria da qualidade de vida, à preservação e
utilização da natureza, desenvolvimento e inovação do aparato tecnológico de suporte e
atenção à saúde‖ (BRASIL, 2012, p. 15). O referido documento caracteriza ainda o egresso
do curso como um profissional que
[...] atua na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação dos
processos saúde—doença. Colabora com o atendimento das necessidades
de saúde dos pacientes e comunidade, em todas as faixas etárias. Promove
ações de orientação e preparo do paciente para exames. Realiza cuidados
de enfermagem, tais como: curativos, administração de medicamentos e
vacinas, nebulizações, banho de leito, mensuração antropométrica e
verificação de sinais vitais, dentre outros. Presta assistência de enfermagem
a pacientes clínicos e cirúrgicos (p. 19).
O ECS na área de enfermagem deve complementar o processo de ensino e
aprendizagem em sala de aula, sendo planejados, executados, supervisionados e avaliados
por enfermeiro. Devem ainda integrar a proposta pedagógica da instituição de ensino e de
seus instrumentos de planejamento curricular, com vistas ao desenvolvimento das
competências e habilidades gerais e específicas para o exercício profissional (CONSELHO
FEDERAL DE ENFERMAGEM, 2013).
Para além da concepção de preparação para o trabalho produtivo, o ECS configura
em importante oportunidade de aprendizagem teórica, prática e atitudinal em um contexto
organizacional real, com suas possibilidades e desafios. É papel do professor e demais
participantes do processo educativo estimular em seus alunos uma postura participativa,
problematizadora, crítica, reflexiva e transformadora desta realidade.
Segundo Pereira e Ramos (2006), a educação profissional envolve não apenas
conhecimento e experiência, mas ainda autonomia, condições materiais e capacidade de
interpretar a realidade, solucionando problemas identificados. Se a integração ensinoserviço for pautada apenas em seus aspectos metodológicos e não avança para a
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(re)construção de referenciais políticos e epistemológicos, a educação profissional em
saúde continuará problemática. É preciso compreender a atenção à saúde como a ação
humana destinada ao cuidado do/com o outro e nesta perspectiva o trabalho não é uma
mercadoria, o trabalhador não é um recurso e a educação não se reduz ao método.
Logo, a experiência de estágio não pode se resumir à oportunidade de praticar
procedimentos e técnicas. Trata-se de uma circunstância em que
[...] a identidade profissional do aluno é gerada, construída e referida; voltase para o desenvolvimento de uma ação vivenciada, reflexiva e crítica e, por
isso, deve ser planejado gradativamente e sistematicamente (BURIOLLA,
2008, p. 13).
Como
afirmado,
há
uma
diversidade
de
estudos
abordando
o
tema
avaliação/percepção do ECS na perspectiva dos alunos de graduação em enfermagem. No
que concerne especificamente ao nível técnico em enfermagem, Ferrari (2002) pesquisou a
avaliação que os egressos faziam seu curso e identificou que os ECS foram considerados
os momentos de maior aproveitamento da aprendizagem profissional. Machado e Santesso
(1997) pesquisou a avaliação de 2 cursos de auxiliar de enfermagem (nível fundamental) na
visão dos alunos, onde os resultados demonstraram que a maioria dos dois grupos julgou
que os estágios realizados são muito aproveitáveis, ricos em experiências e aprendizados;
todos os alunos do curso A consideram os estágios oferecidos como suficientes para o
aprendizado contra 92% do curso B.
Portanto, o ECS constitui um extraordinário momento de aprendizagem, todavia,
também pode apresentar um ―lado B‖, no qual podem emergir nos alunos sentimentos
conflituosos
no
exercício
da
profissão,
problemas
interpessoais
com
o
professor/equipe/paciente, insatisfações, frustrações e críticas em relação a algumas
dimensões do campo de ECS que podem interferir negativamente em sua formação.
6 METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, a qual tem como premissas
básicas a interpretação de fenômenos e a atribuição de significados aos mesmos
(PRODANOV; FREITAS, 2013).
Em atendimento aos seus objetivos, a pesquisa está estruturada sob o método
fenomenológico, o qual
[...] constitui-se numa abordagem descritiva, partindo da idéia de que se
pode deixar o fenômeno falar por si, com o objetivo de alcançar o sentido da
experiência, ou seja, o que a experiência significa para as pessoas que
tiveram a experiência em questão e que estão, portanto, aptas a dar uma
7
descrição compreensiva desta (HOLLANDA, 2006, p. 371)
Faz-se necessário expor que a pesquisadora exerce o cargo de professora do Curso
Técnico em Enfermagem desde 2006 e atuará, nesta pesquisa, junto aos seus próprios
alunos.
A carga horária total do ECS do Curso Técnico em Enfermagem do Instituto Federal
do Norte de Minas Gerais - Campus Januária, lócus do estudo, é de 600 horas. Com o
intuito de reduzir os vieses durante a coleta de dados, a pesquisadora só supervisionará
(como professora) o período inicial do ECS, que corresponderá a 140 horas, para só
reencontrá-los (como pesquisadora) para coleta de dados na reta final do cumprimento da
carga horária.
Vale elucidar ainda que pesquisas envolvendo o professor como pesquisador e seus
alunos como sujeitos é uma prática comum na área de educação, seja pela falta de tempo
ou pela facilidade de ―penetração‖ no universo de pesquisa (ALVES-MAZZOTTI;
GEWANDSZNAJDER, 1999).
A pesquisa será realizada com alunos do Curso Técnico em Enfermagem do Instituto
Federal do Norte de Minas Gerais- Campus Januária. O Curso Técnico em Enfermagem foi
implantado no ano 2000 e o Campus Januária está inserido na mesorregião Norte de Minas
Gerais,
cuja
realidade
socioeconômica
é
caracterizada
por
baixos
índices
de
desenvolvimento, agricultura de subsistência, pecuária extensiva e baixos índices de
escolaridade.
Serão sujeitos da pesquisa estagiários do Curso Técnico em Enfermagem do
Instituto Federal do Norte de Minas Gerais- Campus Januária que já tenham cumprido no
mínimo 480 horas das 600 horas obrigatórias, ou seja, 80% da carga horária total. A opção
por este quantitativo de horas deve-se ao fato de o aluno já estar em condições de fazer
uma análise qualitativa dos significados do ECS em seu processo de formação profissional.
Estima-se um grupo de 10 participantes. Serão excluídos da pesquisa sujeitos que não
atenderem aos critérios de inclusão ou que voluntariamente recusarem-se participar da
pesquisa.
Pretende-se dispensar um período de observação assistemática de fatos e
comportamentos, com registros em Diário de Campo, buscando uma visão geral do contexto
do ECS.
A principal técnica de coleta de dados será a entrevista individual, visto ser o recurso
mais coerente com o objetivo da pesquisa, pois é utilizado quando ―o investigador está
interessado em compreender o significado atribuído pelos sujeitos a eventos, situações,
processos ou personagens que fazem parte de sua vida cotidiana” (ALVES-MAZZOTTI;
GEWANDSZNAJDER, 1999, p. 168).
O levantamento de pesquisas realizadas com o objetivo de compreender a
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avaliação/percepção/análise/opinião de alunos/egressos sobre seu curso (graduação ou
técnico) ou sobre o ECS, evidencia a prevalência da utilização da técnica de entrevista
semi-estruturada pelos pesquisadores. A entrevista será do tipo semi-estruturada, a qual ―o
entrevistador faz perguntas específicas, mas também deixa que o entrevistado responda em
seus próprios termos” (ALVES-MAZZOTTI; GEWANDSZNAJDER, 1999, p. 168).
Um pré-teste com o roteiro de entrevistas será aplicado a 2 sujeitos que não participarão do
grupo oficial, com o objetivo de identificar e eliminar potenciais vieses.
Com vistas a um maior rigor do método empregado e a maximização da
confiabilidade dos dados obtidos, serão utilizados os critérios de Checagem dos
participantes e Questionamento por pares.
As entrevistas serão realizadas entre os meses de Agosto de 2014 e Setembro de
2014, até o total de 10 entrevistas ou assim que a pesquisadora perceber repetições nas
respostas ou exaustão dos tópicos explorados referentes ao tema.
As entrevistas serão gravadas em áudio e vídeo (para registro de manifestações não verbais
durante a entrevista) e transcritas para posterior análise de conteúdo, a fim de atender aos
objetivos propostos.
Segundo Bardin (1977, p.38), ―a análise de conteúdo aparece como um conjunto de
técnicas de análise das comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de
descrição do conteúdo das mensagens‖.
Este estudo será desenvolvido em acordo com os preceitos éticos e científicos
arrolados no tópico III - ―Dos aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos‖ da
Resolução Nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS).
As limitações previstas nesta pesquisa envolvem o fato da pesquisadora ser
professora dos sujeitos a serem entrevistados, os quais involuntariamente possam se sentir
coagidos a dar respostas corteses e/ou pouco críticas com relação ao ECS.
Por
acreditarem serem frutos de um ―padrão de qualidade‖ da instituição de ensino, podem
descrever seus métodos demonstrando apenas pontos positivos, preservando assim a
―imagem‖ da instituição a qual pertencem.
8 REFERÊNCIAS
ALVES-MAZZOTTI, Alda Judith; GEWANDSZNAJDER, Fernando. O Método nas ciências
naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. 2. ed. São Paulo: Pioneira, 1999.
BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. 7. ed. Lisboa (Portugal): Edições 70, 2007.
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9
BRASIL, Ministério da Educação. Referenciais Curriculares Nacionais da Educação
Profissional de Nível Técnico. Área profissional: Saúde. 2000.
BRASIL. Ministério da Educação. Catálogo Nacional de Cursos Técnicos versão 2012.
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http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=11394&It
emid=. Acesso em 27 de dezembro de 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Comitê Nacional de Ética em
Pesquisa. Resolução nº 466 de 12 de dezembro de 2012. Aprova as diretrizes e normas
regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Brasília: 2012.
BURIOLLA, Marta Alice Feitens. O estágio supervisionado. São Paulo: Cortez, 2008.
284p.
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução nº 441 de 15 de maio de 2013.
Dispõe
sobre
participação
do
Enfermeiro
na
supervisão
de
atividade
prática
e
estágio
supervisionado
de
estudantes
dos
diferentes
níveis
da
formação
profissional
de
Enfermagem.
Disponível
em:
http://novo.portalcofen.gov.br/resolucao-cofen-no-4412013_19664.html Acesso em: 14 de
junho de 2013.
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v. 7,
n. 2, Abr.
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10
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