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ESTUDO SOBRE A DETERIORAÇÃO DE ACERVOS BIBLIOGRÁFICOS EM
BIBLIOTECAS POR MEIO DA AÇÃO DE AGENTES AMBIENTAIS E
BIOLÓGICOS
STUDY ON THE DETERIORATION OF BIBLIOGRAPHICAL QUANTITIES IN
LIBRARIES BY MEANS OF THE ACTION OF AMBIENT AND BIOLOGICAL
AGENTS
FRANCISCO, Rejane Santos. 1; FORTUNA, Jorge Luiz²
Resumo
Este trabalho teve como objetivos avaliar e analisar o nível de contaminação fúngica do ambiente; do livro mais
recente e do livro mais antigo de cada biblioteca em estudo; demonstrar a temperatura e umidade das bibliotecas;
caracterizar os usuários das bibliotecas em relação à utilização dos materiais bibliográficos, utilizando três
bibliotecas como áreas de estudo. Utilizou-se a técnica de sedimentação para a avaliação da contaminação
ambiental das respectivas bibliotecas deste estudo. Verificou-se a incidência de fungos, nas bibliotecas
analisadas com diferentes níveis de contaminação ambiental e, através da amostragem dos níveis de temperatura
e umidade foi possível identificar que estas estavam fora dos padrões aceitos para acervos. Através do
questionário investigativo verificou-se que a maioria dos usuários das referidas bibliotecas responderam possuir
bons hábitos em relação ao manuseio dos materiais bibliográficos das mesmas.
Palavras-chave: Deterioração; Materiais Bibliográficos; Biblioteca; Fungos.
Abstract
This work had as objective to evaluate and to analyze the level of fungus contamination of the environment; of
the book most recent and the book oldest of each library in study; to demonstrate to the temperature and
humidity of the libraries; to characterize the users of the libraries in relation to the use of the bibliographical
materials, using three libraries as study areas. It was used technique of sedimentation for the evaluation of the
ambient contamination of the respective libraries of this study. It was verified incidence of fungus, in the
libraries analyzed with different levels of ambient contamination e, through the sampling of the temperature
levels and humidity was possible to identify that these were of the accepted standards for quantities. Through the
investigate questionnaire it was verified that the majority of the users of the related libraries had answered to
possess good habits in relation to the manuscript of the bibliographical materials of the same ones.
Key Words: Deterioration; Bibliographical Materials; Library; Fungus.
1
Discente do curso de Ciências Biológicas da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) – Campus X
² Mestre em Higiene e Processamento de Produtos de Origem Animal pela Universidade Federal Fluminense
(UFF). Docente da disciplina Microbiologia do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade
do Estado da Bahia (UNEB) – Campus X – Laboratório de Microbiologia: [email protected]
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Introdução
O homem desde os primórdios da
civilização buscou transmitir os seus
conhecimentos das mais diversas formas, até
chegar ao papel, que por meio da sua
versatilidade e fácil acesso ainda representa
atualmente o suporte preferencial para a
escrita e transmissão do conhecimento e, é
este material que representa a maior parte da
informação contida nas bibliotecas, mesmo
com toda tecnologia atual, aliás, até mesmo
estes novos suportes estão sujeitos a
deteriorar-se de forma específica.
Segundo Spinelli (1997) as
bibliotecas, através dos séculos, foram
repositórios da imaginação do homem e da
sua produção intelectual e espiritual, sendo
o acervo das mesmas, constituídos em sua
maior parte por documentos em papel
(material orgânico) como tal, sujeito a um
contínuo processo de deterioração. Os danos
provocados pelas condições ambientais
desfavoráveis de iluminação, temperatura e
umidade, além dos agentes biológicos,
fungos, insetos e roedores que constituem a
ameaça mais séria, devido aos estragos
irreparáveis que são capazes de causar às
obras. Além destes fatores está a má
qualidade dos papéis modernos, geralmente
agravado pelo manuseio indevido e a
armazenagem inadequada que contribuem
em acelerar este processo.
As pesquisas científicas relativas à
conservação de acervos documentais se
fazem necessárias e importantes, pois
permitirão, a partir daí, esquematizar
estratégias que primem pela conservação do
acervo e saúde daqueles que ali freqüentam
e dos funcionários, além de favorecer a
economia com gastos desnecessários com a
aquisição de livros novos e restauração dos
mesmos.
Compartilhando deste pensamento
este trabalho teve como objetivo geral
avaliar e descrever os fatores que levam a
proliferação
dos
agentes
biológicos
causadores de deterioração em materiais
bibliográficos utilizando três bibliotecas
como áreas de estudo; a Biblioteca Pública
Municipal Francisco Badaró Júnior, em
Nanuque-MG; a Biblioteca Universitária do
Campus X da Universidade do Estado da
Bahia (UNEB), em Teixeira de Freitas-BA e
a Biblioteca Pública do Colégio Estadual
Luís Eduardo Magalhães (COLEM),
também em Teixeira de Freitas-BA; e como
objetivos específicos avaliar e analisar o
nível de contaminação fúngica do ambiente;
analisar o nível de contaminação fúngica do
livro mais recente e do livro mais antigo de
cada biblioteca em estudo; demonstrar a
temperatura e umidade das bibliotecas e
conhecer quais os respectivos padrões; e
caracterizar os usuários das bibliotecas em
relação à utilização dos materiais
bibliográficos.
Material e Métodos
Foram analisadas e avaliadas três
diferentes bibliotecas: Biblioteca Pública
Municipal Francisco Badaró Júnior, em
Nanuque-MG (identificada como Biblioteca
A); Biblioteca Universitária do Campus X
da Universidade do Estado da Bahia
(UNEB), em Teixeira de Freitas-BA
(Biblioteca B) e Biblioteca Pública do
Colégio Estadual Luís Eduardo Magalhães
(COLEM), também em Teixeira de FreitasBA (Biblioteca C).
Utilizou-se
a
técnica
de
sedimentação, de acordo com Lima et al
(2009); Santos et al (2007); Menezes et al
(2006) e Andrade et al (2003), para a
avaliação da contaminação ambiental das
respectivas
bibliotecas deste estudo
(Bibliotecas A; B e C).
Para cada biblioteca utilizou-se
quatro placas de Petri, sendo duas com Ágar
Sabouraud Dextrose (ASD) e duas com
Ágar Batata Dextrose (ABD). As placas
foram expostas aos pares (ASD e ABD) sem
a tampa, durante 15 minutos, em duas
diferentes estantes de livros em corredores
alternados da biblioteca (identificados como
Corredores 1 e 2), a uma altura
aproximadamente de 1,60 metros do piso.
Após a coleta por sedimentação, as
placas foram tampadas e transportadas ao
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Laboratório de Microbiologia do Campus X
da UNEB em recipiente isotérmico com
gelo, onde foram incubadas à temperatura
ambiente (25°C) durante 3-5 dias.
Passado o período de incubação, foi
feita a contagem das Unidades Formadoras
de Colônias (UFC) em cada uma das placas
e o
resultado
foi expresso
em
UFC/cm²/semana. Para a expressão dos
resultados foi utilizada a seguinte fórmula
conforme Lima et al (2009):
Onde: nº de UFC = nº de unidades
formadoras de colônias na placa de Petri;
10.080 = total de minutos em uma semana;
π r² = área da placa de Petri em cm²; t =
tempo de exposição da placa de Petri em
minutos; π = 3,1416; r = raio da placa de
Petri em centímetros.
Foi solicitado, às bibliotecárias
responsáveis pelas respectivas bibliotecas, o
livro mais antigo (LA) e o livro mais recente
(LR) do acervo em exposição, para analisálos microbiologicamente em relação à
contaminação fúngica. Para esta avaliação
utilizou-se duas placas de Petri, uma
contendo ASD e outra com ABD.
As placas foram abertas sobre a
bancada e o correspondente livro (LA ou
LR) era seguro, com as páginas viradas para
baixo,
utilizando-se
luvas
estéreis
descartáveis, cerca de 30 cm sob as
respectivas placas de Petri, onde o livro era
folheado página por página por três vezes
consecutivas, promovendo a sedimentação
de possíveis esporos de fungos existentes no
livro nas placas abertas sob eles. Após este
processo as placas eram fechadas e
incubadas a 25°C durante 3-5 dias.
Para amostragem dos valores de
temperatura e umidade nas respectivas
bibliotecas e, identificar se estes estão
dentro
dos
valores
aceitos
como
convenientes à conservação de acervos
bibliográficos, foi utilizado o Relógio
Termo-Higrômetro MT-241 MINIPA® para
a medição da temperatura interna e da
umidade do ambiente das respectivas
bibliotecas. O termo-higrômetro foi posto
sobre uma mesa próxima ao acervo, na qual
foram obtidos os valores referentes de
temperatura e umidade durante 15 minutos,
enquanto se fazia a coleta por sedimentação
para avaliação microbiológica do ambiente.
Para caracterizar os usuários das
respectivas bibliotecas deste estudo, quanto
a utilização dos materiais bibliográficos, foi
empregado um questionário investigativo
(Figura 1- Apêndice) que foi entregue, de
forma aleatória, a 30 usuários de cada uma
das respectivas bibliotecas, totalizando uma
amostra de 90 usuários.
Resultados e Discussão
Nas análises ambientais feitas para
medições dos níveis de contaminação
fúngica ambiental, utilizando a técnica de
sedimentação, com os meios de cultura ASD
e ABD nas bibliotecas deste estudo
(Bibliotecas A; B e C), foi identificado a
presença de bolores e leveduras nas
referidas bibliotecas, em diferentes níveis,
na qual a Biblioteca C foi a que apresentou a
maior contaminação fúngica ambiental, em
seguida a Biblioteca A e por último a
Biblioteca B, que das bibliotecas analisadas,
foi a que apresentou a menor contaminação
por esporos de fungos no ambiente (Tabela
1).
Fazendo uma comparação da
análise da contaminação fúngica ambiental
das três bibliotecas deste estudo com a feita
por Rosa et al (2008), que utilizou três
placas de Petri contendo meios de cultura
ASD, para a identificação de fungos
filamentosos em acervo da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de Goiás,
em ambos os ambientes foi evidenciado a
contaminação ambiental por fungos.
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Tabela 1 - Enumeração do nível de contaminação fúngica (bolores e leveduras) no ambiente
das respectivas bibliotecas estudadas.
Corredor 1
Corredor 2
Biblioteca
ASD
ABD
ASD
ABD
6,2x10¹
1,5x10²
1,4x10²
1,2x10²
A
3,1x10¹
3,1x10¹
4,1x10¹
5,1x10¹
B
2,1x10³
2,2x10²
3,7x10²
1,3x10²
C
Nas análises microbiológicas em
relação à contaminação fúngica do acervo
das bibliotecas (A e B) por meio da técnica
de sedimentação em placas de Petri
contendo os meios de cultura ASD e ABD,
verificou-se que após o período de
incubação (3-5 dias a 25°C) foi observado
uma maior contaminação fúngica nos livros
mais antigos, tanto da Biblioteca A como da
Biblioteca B (Tabela 2), evidenciando assim
o acúmulo de esporos nos mesmos, já que
estes estão a mais tempo fazendo parte do
acervo do que os livros mais recentes.
Tabela 2 - Enumeração do nível de contaminação fúngica (bolores e leveduras) dos livros
mais recentes e dos livros mais antigos das respectivas bibliotecas estudadas.
Livro mais recente
Livro mais antigo
Biblioteca
ASD
ABD
ASD
ABD
3,1x10¹
5,1x10¹
6,2x10¹
9,3x10¹
A
1,0x10¹
1,0x10¹
2,0x10¹
4,1x10¹
B
------------C
As análises microbiológicas para a
avaliação da contaminação do acervo não
foi possível ser realizada na Biblioteca
Pública do Colégio Estadual Luís Eduardo
Magalhães (COLEM), referente à Biblioteca
C deste estudo, por estar sem funcionário
responsável no momento da pesquisa, não
sendo então possível a solicitação do livro
mais antigo e do livro mais recente para
análise.
Na amostragem da temperatura,
pôde-se observar que os valores obtidos nas
respectivas bibliotecas deste estudo (Tabela
3) apresentaram níveis elevados de
temperatura acima do padrão permitido, que
é de 18ºC a 22ºC para as áreas de consultas
com grande volume de usuários, segundo
Rodrigues (2007).
Tabela 3 - Amostragem dos valores de temperatura e umidade relativa do ar das respectivas
bibliotecas em estudo.
Biblioteca
Temperatura
Umidade
29,4ºC
64%
A
28,9ºC
41%
B
30,6ºC
53%
C
Na amostragem dos valores de
umidade (Tabela 3) duas bibliotecas (A e B)
apresentaram valores de umidade fora do
padrão permitido para acervos documentais,
que é de 50% a 60%, sendo ideais 55%,
segundo Rodrigues (2007); a Biblioteca A
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apresentou um grau alto de umidade relativa
do ar, fator este que associado a alta
temperatura pode provocar no acervo uma
dinâmica de contração e alongamento dos
elementos que compõem o papel, facilitando
o desenvolvimento de microrganismos.
Enquanto que a Biblioteca B apresentou
níveis de umidade relativa do ar abaixo do
padrão ideal, sendo que a perda excessiva de
umidade (abaixo dos 20%) pode levar ao
rompimento irreversível das ligações
químicas, deixando os materiais quebradiços
(BECK, 2006). Já a Biblioteca C
demonstrou nível de umidade dentro do
padrão permitido.
Os resultados obtidos por meio do
questionário diagnóstico para caracterizar os
usuários das três bibliotecas (A; B e C) desta
pesquisa, demonstrou de forma geral que
54,43% dos usuários são freqüentes, sendo
que a Biblioteca B foi a que apresentou um
maior percentual de usuários que
freqüentam diariamente com 36,66% e
semanalmente também com 36,66%, já a
Biblioteca A os percentuais maiores foram
referentes aos usuários que freqüentam
semanalmente com 20% e quinzenalmente
com 26,67%, isso pode ser justificado pelo
sistema de empréstimo que é adotado por
cada biblioteca (Figura 2).
Figura 2 - Percentual da frequência dos usuários nas bibliotecas A, B e C.
Na questão sobre o que os usuários
acham do ambiente da biblioteca, as
características que obtiveram valores acima
de 50%, sendo assim mais expressivas no
total geral da somatória das três bibliotecas,
caracterizaram-nas como um local limpo
com 84,44%; iluminado com 53,33%; de
temperatura agradável com 55,55%,
enquanto que as outras características (sujo
e/ou empoeirado, mal iluminado, ventilado,
pouco ventilado, muito calor, muito frio)
também foram apontadas pelos usuários,
mas apresentaram percentuais menores que
50% (Figura 3).
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Figura 3 - Percentual sobre o ambiente das bibliotecas A, B e C segundo seus usuários.
Na pergunta referente ao hábito de
rabiscar as páginas dos livros, no total geral
92,22% dos usuários responderam não ter
esse hábito; 6,66% disseram que às vezes e,
apenas 1,11% afirmaram ter o hábito de
rabiscar os livros ao estudar ou no momento
da pesquisa.
Na questão sobre o item utilizado
para marcar as páginas do livro, no total
geral, 80% dos usuários responderam
utilizar marcadores de páginas e, 20%
disseram preferir dobrar a ponta das páginas
do livro, já os usuários da Biblioteca C
obtiveram com 40% o maior percentual das
três bibliotecas, demonstrando de forma
mais expressiva o hábito de dobrar a ponta
das páginas do livro.
Na pergunta em relação ao hábito
de lavar as mãos antes de utilizar algum
material bibliográfico, no total geral 53,33%
dos usuários das referidas bibliotecas
responderam que não lavam as mãos antes
de utilizar algum material bibliográfico;
32,22% disseram que às vezes e, 14,44%
responderam que sim, que procuram lavar as
mãos antes de utilizar algum material
bibliográfico. Estes percentuais podem ser
justificados principalmente nas bibliotecas
A e B, pois estas duas não possuem um
lavatório dentro da biblioteca (Figura 4).
Figura 4 - Percentual do hábito dos usuários de lavarem as mãos antes de
utilizarem materiais bibliográficos nas bibliotecas A, B e C.
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Sobre o hábito de procurar evitar
possíveis acidentes com alimentos mesmo
estando em casa ao utilizar materiais
bibliográficos, no total geral 57,77%
disseram que sim, que procuram evitar tais
acidentes; 32,22% responderam que às
vezes e, 10% disseram que não, na qual a
Biblioteca A apresentou com 70% o maior
percentual de usuários que afirmaram ter o
cuidado de evitar tais acidentes com o
acervo da mesma, enquanto que a Biblioteca
C foi a que apresentou com 46,66% o menor
percentual referente ao cuidado que os
usuários têm para evitar possíveis acidentes
com alimentos e o acervo da biblioteca que
freqüentam (Figura 5).
Figura 5 - Percentual de usuários que evitam manusear alimentos
próximos a materiais bibliográficos nas bibliotecas A, B e C.
Em relação ao hábito de umedecer
os dedos para folhear os livros, no total
geral 51, 11% responderam não possuir esse
hábito, pois considera anti-higiênico além de
poder danificar os livros; 32,22% disseram
que às vezes e, 16,66% responderam que
sim, que possuem o hábito de umedecer os
dedos para folhear os livros, a Biblioteca A
foi a que apresentou das três bibliotecas com
73,33% o maior percentual de usuários que
disseram que não possuem esse hábito
(Figura 6).
Figura 6 - Percentual do hábito dos usuários de umedecerem os dedos
para folhearem os livros nas bibliotecas A, B e C.
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No total geral, sobre os principais
danos observados pelos usuários no acervo
das referidas bibliotecas, 74,44% disseram
já terem notado algum material bibliográfico
riscado a lápis ou a caneta; 43,33%
responderam já terem observado páginas
rasgadas (ou faltando pedaços); 30%
notaram
materiais
bibliográficos
empoeirados e/ou manchados; 26,66%
observaram falta de páginas (folhas
arrancadas); 15,55% já identificaram livros
danificados por fungos (bolores, mofos);
13,33% disseram já terem observado livros
danificados por insetos (pequenos furos ou
corroídos); 14,44% responderam já terem
identificado todos os itens citados acima,
como mostra a (Figuras 7).
Figura 7 - Percentual das observações feitas pelos usuários sobre os danos do acervo das bibliotecas A, B e C.
Conclusão
Por meio deste trabalho buscou-se
avaliar e descrever os fatores que levam a
proliferação
dos
agentes
biológicos
causadores de deterioração em materiais
bibliográficos, por meio de avaliações e
análises feitas dos ambientes e de seu
acervo.
Pode-se verificar a incidência de
contaminação
fúngica
nas
referidas
bibliotecas em diferentes níveis de
contaminação ambiental, a depender da
biblioteca analisada.
Verificou-se por meio de análises
microbiológicas a presença de esporos em
ambos os livros utilizados, sendo que no
mais antigo a contaminação era ainda maior
que no livro mais recente.
A avaliação por meio da
amostragem dos níveis de temperatura e
umidade demonstrou que estas estavam fora
dos padrões aceitos para acervos, sendo
importante lembrar que apenas uma
apresentou o valor da umidade dentro de tais
padrões.
A caracterização dos usuários das
bibliotecas em relação à utilização dos
materiais bibliográficos, por meio do
questionário investigativo, pôde subsidiar a
avaliação interferente ao manuseio, como
fator que agrava a degradação de materiais
bibliográficos, principalmente se for de
forma indevida. Na qual se pode perceber
que em sua maioria os usuários das
bibliotecas deste estudo, responderam
possuir bons hábitos em relação ao
manuseio dos materiais bibliográficos das
mesmas, todavia a maioria respondeu já
terem observado alguns danos nos mesmos.
O conhecimento das causas da
deterioração em materiais bibliográficos,
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baseados em métodos científicos, como as
diversas características dos materiais e de
suas
reações
ao
meio
ambiente,
demonstraram que as bibliotecas requerem
edifícios ou salas dotadas de características
especificas (iluminação, estabilização da
temperatura e grau de umidade relativa do
ar), mobiliário adequado, aquisição ou
alocação de equipamentos para uma melhor
conservação de seu acervo.
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Figura 1 Questionário investigativo que foi entregue, de forma aleatória, aos usuários de cada
uma das respectivas bibliotecas
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