JOSÉ AMÉRICO FORTUNATO
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE UM
CANTEIRO DE OBRAS HORIZONTAL E OUTRO
VERTICAL, FOCANDO A ORGANIZAÇÃO EM
FUNÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO DISPONÍVEL.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado
à
Universidade
Anhembi Morumbi no âmbito do
Curso de Engenharia Civil com
ênfase Ambiental.
SÃO PAULO
2003
JOSÉ AMÉRICO FORTUNATO
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE UM
CANTEIRO DE OBRAS HORIZONTAL E OUTRO
VERTICAL, FOCANDO A ORGANIZAÇÃO EM
FUNÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO DISPONÍVEL.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado
à
Universidade
Anhembi Morumbi no âmbito do
Curso de Engenharia Civil com
ênfase Ambiental.
Orientador:
Prof. Antonio Calafiori Neto
SÃO PAULO
2003
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos os Professores que desde que ingressei aos 6 (seis) anos
de idade no 1º ano primário, colaboraram ou através do ensino teórico ou
através de um bate papo, na minha formação como pessoa, cidadão
honesto e ciente das obrigações perante a sociedade.
Agradeço aos Professores Acadêmicos que tiveram a capacidade de passar
todo seu conhecimento teórico e prático, na maior parte em sala de aula e
algumas vezes em campo, necessário para fazer-me um profissional como
eles, capaz de exercer a profissão conquistada com muita determinação e
sacrifício.
Agradeço, aos profissionais das empresas por onde estagiei que me
confiaram a oportunidade de me desenvolver como profissional conciliando
toda a teoria adquirida na Universidade com a prática exercida dentro das
empresas por onde trabalhei.
Agradeço por final a minha família, principalmente aos meus pais, que
sempre acreditaram que este dia chegaria. Muitas vezes quando eu pensei
em desistir, foram essas pessoas que me fizeram acreditar que eu era capaz
de vencer todos os obstáculos e me tornar o profissional que sou hoje.
SUMÁRIO
RESUMO....................................................................................................... III
ABSTRACT ...................................................................................................IV
LISTA DE TABELAS ......................................................................................V
LISTA DE FOTOGRAFIAS............................................................................VI
1
INTRODUÇÃO ........................................................................................ 1
2
OBJETIVOS ............................................................................................ 6
2.1
Objetivo Geral ............................................................................................ 6
2.2
Objetivo Específico .................................................................................... 7
3
METODOLOGIA DO TRABALHO ........................................................... 8
4
JUSTIFICATIVA ...................................................................................... 9
5
O CANTEIRO DE OBRAS..................................................................... 11
5.1
Legislação................................................................................................. 13
5.1.1
NR-18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na
Indústria da Construção .............................................................................. 14
5.1.2
NR-9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais....... 15
5.1.3
NR-7 – Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional ................................................................................................... 16
5.1.4 Código de Obras e Edificações do Município de São Paulo - Lei nº
11.228 de 25 de Junho de 1992 ................................................................ 17
i
5.2
Estrutura de Implantação do Canteiro de Obras .................................. 19
5.2.1
Áreas de Vivência.......................................................................... 21
5.2.2
Almoxarifado e Depósitos ............................................................ 27
5.2.3
Portaria............................................................................................. 28
5.2.4
Escritórios ........................................................................................ 29
5.2.5
Proteção Contra Incêndio ............................................................ 32
5.3
Planejamento do Canteiro de Obras...................................................... 33
5.3.1
Definições preliminares ................................................................ 34
5.3.2
Escolha do Sistema de Transportes e Definição do Período
de Utilização e Localização dos Equipamentos .................................... 36
5.3.3
Demanda por materiais e mão-de-obra ................................... 38
5.3.4
Demanda por espaços ................................................................. 39
5.3.5
Definição do Layout do Canteiro ................................................ 45
5.3.6
Avaliação das Propostas de Projeto do Canteiro de Obras 46
5.3.7
O Projeto e a Implantação do Canteiro de Obras Inseridos
na Vida do Empreendimento ...................................................................... 47
6
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE UM CANTEIRO DE OBRAS
VERTICAL E UM CANTEIRO DE OBRAS HORIZONTAL. .......................... 49
6.1
Organização do Canteiro de Obras em função do Espaço Físico
Disponível (Obra Villágio Della Hípica / Obra Hípica Boulevard) ................... 52
6.2
7
Análise Crítica / Sugestiva ...................................................................... 63
CONCLUSÕES ..................................................................................... 66
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 70
ii
RESUMO
Este trabalho demonstra toda estrutura necessária e o devido planejamento,
respeitando as leis e normas vigentes, para a implantação de um Canteiro
de Obras e analisa as diferentes dificuldades encontradas no dia a dia para
organizar, controlar o abastecimento de materiais e proporcionar as
condições necessárias de execução dos serviços dentro do canteiro de
obras durante as diversas fases de execução da obra. Esta analise é feita
sobre um canteiro de obras horizontal e um canteiro de obras vertical.
No planejamento da implantação de um canteiro de obras, monta-se uma
estrutura que atenda a todos trabalhadores no fator da segurança no
trabalho, e de condições dos mesmos exercerem as suas funções com
qualidade e produtividade.
Na organização de um canteiro de obras, o fator mais implicante é o espaço
físico. Este problema de falta de espaço faz com que a equipe da obra
muitas vezes improvise e crie estratégias para contorná-lo.
A falta de espaço em um canteiro de obras, faz com que o Planejamento da
implantação e o controle para a organização diária do mesmo seja muito
bem elaborado, não admitindo a possibilidade de erros neste planejamento,
pois um erro pode por todo o prazo e qualidade na execução da obra em
risco.
Não se pode planejar a implantação de um canteiro de obras de uma obra
horizontal, tomando como modelo o planejamento de implantação de um
canteiro de obras de uma obra vertical e vice-versa. Pois a diferença na
disponibilidade de espaços faz com que o controle na organização e
abastecimento de materiais, para propiciar condições na execução dos
serviços, seja diferente entre esses dois tipos de obra.
iii
ABSTRACT
This work demonstrates all the necessary structure and the had planning,
respecting the effective laws and norms, for the implantation of a seedbed of
Workmanships and analyzes the different difficulties found in the day the day,
to organize, to control the supplying of materials and to inside provide the
necessary conditions of execution of the services of the seedbed of
workmanships during the diverse phases of execution of the workmanship.
This analysis is made on a Horizontal Seedbed of Workmanships and a
vertical Seedbed of workmanships.
In the planning of the implantation of a Seedbed of Workmanships, a
structure that takes care of to all the workers in the factor of the security in
the work, and of conditions of the same ones is mounted to exert its functions
with quality and productivity.
In the organization of a Seedbed of workmanships, it makes with that the
Planning of the implantation and the control for the daily organization of the
same one very it is well elaborated, not admitting the possibility of errors in
this planning, therefore an error can all put the stated period and quality in
the execution of the workmanship in risk.
It cannot plan the implantation of a seedbed of workmanships of a horizontal
workmanship, taking as model the planning of implantation of a seedbed of
workmanships of a vertical workmanship and vice versa. Therefore the
difference in the availability of spaces makes with that a control in the
organization and supplying of materials, to propitiate conditions in the
execution of the services, either different enters these two types of
workmanship.
iv
LISTA DE TABELAS
TABELA 5-1 - FLUXOGRAMA DE ATIVIDADES - SOUZA (2000) ................................ 33
TABELA 5-2 - INDICADORES PARA AVALIAR A CAPACIDADE DE UM SISTEMA DE
TRANSPORTES –
SOUZA (2000)..................................................................... 37
TABELA 5-3 - ÁREAS NECESSÁRIAS PARA ESTOCAGEM DE ALGUNS DOS INSUMOS
UTILIZADOS NO CANTEIRO DE OBRAS –
SOUZA (2000) ................................... 44
v
LISTA DE FOTOGRAFIAS
FOTO 1-1 - CONDOMÍNIO DE PRÉDIOS LÊ JARDAN, NA REGIÃO DE PINHEIROS
(CONSTRUTORA CYRELA)................................................................................. 1
FOTO 1-2 ÁREA SOCIAL (SALÃO DE JOGOS, SALÃO DE FESTAS, ETC) DO
CONDOMÍNIO DE CASAS FLORES DO CAMPO (CONSTRUTORA CYRELA) ........... 2
FOTO 1-3 CONDOMÍNIO DE CASAS FLORES DO CAMPO (CONSTRUTORA CYRELA)... 3
FOTO 1-4 ENTRADA DO CONDOMÍNIO DE CASAS VILLÁGIO DELLA HÍPICA
(CONSTRUTORA CYRELA)................................................................................. 3
FOTO 1-5 INÍCIO DAS OBRAS DO CONDOMÍNIO DE CASAS VERT SUPREME
(CONSTRUTORA CURELA) ................................................................................ 4
FOTO 1-6 EXECUÇÃO DA FUNDAÇÃO DE UMA CASA DO CONDOMÍNIO DE CASAS VERT
SUPREME (CONSTRUTORA CYRELA) ................................................................ 5
FOTO 5-1 CANTEIRO DE OBRAS DO CONDOMÍNIO DE CASAS RESIDENCIAIS VILLÁGIO
DELLA HÍPICA (CONSTRUTORA CYRELA)........................................................ 11
FOTO 5-2 REFEITÓRIO DA OBRA VILLÁGIO DELLA HÍPICA (CONSTRUTORA CYRELA)
....................................................................................................................... 24
FOTO 5-3 ALMOXARIFADO DA OBRA HÍPICA BOULEVARD (CONSTRUTORA CYRELA)
....................................................................................................................... 27
FOTO 5-4 SALA DO ADMINISTRATIVO , DO ESCRITÓRIO DA OBRA HÍPICA
BOULEVARD (CONSTRITORA CYRELA)............................................................ 29
FOTO 5-5 ADMINISTRATIVO E AUXILIAR ADMINISTRATIVO, DA OBRA VILLÁGIO DELLA
HÍPICA (CONSTRUTORA CYRELA)................................................................... 30
FOTO 5-6 SALA DO ENGENHEIRO, OBRA VILLÁGIO DELLA HÍPICA (CONSTRUTORA
CYRELA)......................................................................................................... 31
FOTO 5-7 SALA DO ESTAGIÁRIO, DA OBRA VILLÁGIO DELLA HÍPICA (CONSTRUTORA
CYRELA)......................................................................................................... 31
FOTO 6-1 CANTEIRO DE OBRAS, CONDOMÍNIO VILLÁGIO DELLA HÍPICA
(CONSTRUTORA CYRELA)............................................................................... 52
FOTO 6-2 REFEITÓRIO CANTEIRO DE OBRAS, CONDOMÍNIO VILLÁGIO DELLA HÍPICA
(CONSTRUTORA CYRELA)............................................................................... 53
vi
FOTO 6-3 ALMOXARIFADO DO CANTEIRO DE OBRAS, CONDOMÍNIO VILLÁGIO DELLA
HÍPICA (CONSTRUTORA CYRELA). DA ESQUERDA PARA A DIREITA: OSÉAS
(ENCARREGADO DO ALMOXARIFADO); JUNIOR (AUXILIAR DO ALMOXARIFADO);
JOSÉ W ILSON, CONHECIDO NA OBRA COMO MARANHÃO (ENCARREGADO DE
ESTRUTURA E FACHADA)................................................................................ 54
FOTO 6-4 PISOGRAMA (MATERIAL) ESTOCADO NA RUA DO CONDOMÍNIO EM FRENTE
UMA DAS CASAS (OBRA VILLÁGIO DELLA HÍPICA) ........................................... 55
FOTO 6-5 AZULEJO (MATERIAL) ESTOCADO EMBAIXO DA ESCADA DE ACESSO AO 2º
PAVIMENTO DE UMA DAS CASAS (OBRA VILLÁGIO DELLA HÍPICA) ................... 55
FOTO 6-6 LATAS DE TINTA (MATERIAL) ESTOCADO NA GARAGEM DE UMA DAS CASAS
(OBRA VILLÁGIO DELLA HÍPICA) ..................................................................... 56
FOTO 6-7 REQUADRO DE FERRO PARA AS TAMPAS DAS CAIXAS DE HIDRÁULICA,
ELÉTRICA (MATERIAL) ESTOCADO NO QUINTAL DOS FUNDOS DE UMA DAS CASAS
....................................................................................................................... 56
FOTO 6-8 CANTEIRO DE OBRAS, CONDOMÍNIO HÍPICA BOULEVARD (CONSTRUTORA
CYRELA)......................................................................................................... 57
FOTO 6-9 ALMOXARIFADO DA OBRA HÍPICA BOULEVARD (CONSTRUTORA CYRELA)
....................................................................................................................... 58
FOTO 6-10 ARMAZENAMENTO DE PORTAS, CANTEIRO DE OBRAS DO CONDOMÍNIO
HÍPICA BOULEVARD (CONSTRUTORA CYRELA)............................................... 59
FOTO 6-11 REFEITÓRIO, CANTEIRO DE OBRAS DO CONDOMÍNIO HÍPICA
BOULEVARD (CONSTRUTORA CYRELA) .......................................................... 59
FOTO 6-12 ARMAZENAMENTO DE AZULEJOS, CANTEIRO DE OBRAS DO
CONDOMÍNIO HÍPICA BOULEVARD (CONSTRUTORA CYRELA) ......................... 60
FOTO 6-13 RETROESCAVADEIRA NA FUNÇÃO DE TRANSPORTAR MATERIAL,
CONDOMÍNIO VILLÁGIO DELLA HÍPICA (CONSTRUTORA CYRELA) ................... 62
FOTO 6-14 RETROESCAVADEIRA NA FUNÇÃO EXECUTAR SERVIÇOS, CONDOMÍNIO
VILLÁGIO DELLA HÍPICA (CONSTRUTORA CYRELA)......................................... 62
vii
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, devido ao aumento da criminalidade, nota-se que cada
vez mais a segurança e o bem estar da família está se tornando a principal
preocupação de todos que vivem em uma sociedade como a que vivemos
nos dias de hoje.
As grandes construtoras sempre investiram na construção de condomínios
de prédios (conforme Foto 1-1), com o aumento da criminalidade
aumentaram também os serviços oferecidos pelas construtoras para zelar
pela segurança dos condôminos nestes condomínios como câmeras de
vídeo, sensores de presença, cercas elétricas, etc. Mesmo com toda essa
segurança oferecida nesses condomínios muitas pessoas optam por não
morar em prédios, e ainda preferem por vários motivos como maior
privacidade, criação de animais de estimação, etc, continuar morando em
casas sem ter toda a segurança que um condomínio fechado oferece.
Foto 1-1 - Condomínio de prédios Lê Jardãn, na região de Pinheiros (Construtora
Cyrela)
Percebendo, através das pesquisas de vendas, o desejo de muitas pessoas
em continuar morando em casas, mas ao mesmo tempo poder proporcionar
1
para si e para toda a sua família a segurança que um condomínio fechado
oferece. As grandes construtoras visualizaram um enorme mercado, até
então pouco explorado, que através de investimentos direcionados a um
publico certo e de uma maneira correta poderia ser muito lucrativo.
Foi o que aconteceu, as grandes construtoras desde está última década
investiram e continuam investindo muito na construção de condomínios de
casas (conforme Foto 1-2), e até o momento nota-se que estavam certas
em relação a este novo mercado.
Foto 1-2 Área Social (Salão de jogos, Salão de festas, etc) do Condomínio de casas
Flores do Campo (Construtora Cyrela)
A Construtora Cyrela também resolveu investir neste mercado no final do 2º
Semestre de 2001, lançando o seu primeiro condomínio de casas, o Flores
do Campo (conforme Foto 1-3), na região de Moema (casas de
aproximadamente 200m2). Foi um sucesso, em poucos dias todas as 34
casas foram vendidas a um valor aproximado de R$ 800.000,00 cada uma.
2
Foto 1-3 Condomínio de casas Flores do Campo (Construtora Cyrela)
Com todo este sucesso, a Construtora Cyrela entrou de vez neste mercado
lançando no 2º Semestre de 2002 o condomínio de casas Villagio Della
Hípica (conforme Foto 1-4) em frente a Hípica de Santo Amaro (22casas de
155.75m2 e 6 casas de 204.22m2) e no 1º Semestre de 2003 o condomínio
de casas Verte Supreme (conforme Foto 1-5 e Foto 1-6) na região do Itaim
(13 casas que variam entre 350m2 e 600m2)
.
Foto 1-4 Entrada do Condomínio de casas Villágio Della Hípica (Construtora Cyrela)
3
O Condomínio de casas Verte Supreme foi um lançamento onde todas as
expectativas foram superadas, todas as casas foram vendidas no primeiro
dia do lançamento de vendas, demonstrando o enorme sucesso obtido neste
empreendimento, por um valor que variou de R$ 1.000.000,00 à R$
3.000.000,00. Esta variação no valor de venda das casas ocorreu em função
do tamanho das mesmas.
Analisando os resultados obtidos nestes 3 (três) empreendimentos lançados
pela Construtora Cyrela, ficou demonstrado para todos dentro da empresa
que realmente estavam certos aqueles que impulsionaram os investimentos
para este mercado de condomínio de casas.
Foto 1-5 Início das obras do Condomínio de casas Vert Supreme (Construtora Curela)
4
Foto 1-6 Execução da fundação de uma casa do Condomínio de casas Vert Supreme
(Construtora Cyrela)
Durante a execução das obras do primeiro condomínio residencial horizontal
da Construtora Cyrela, o Flores do Campo, notou-se a diferença em
organizar o canteiro de obras em função do espaço físico disponível em uma
obra de condomínio de casas para uma obra de condomínio de prédios.
Portanto é este o foco a ser analisado, mostrando o que é necessário para
se implantar um canteiro de obras (legislação, instalações), qual o
planejamento necessário para manter organizado e dar condições de
trabalho dentro do canteiro de obras e através de um estudo de caso
mostrar as diferentes dificuldades encontradas no dia a dia e suas soluções
para manter a organização em um canteiro de obras vertical e em um
canteiro de obras horizontal.
5
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Uma obra qualquer, seja de condomínio de casas ou de condomínio de
prédios, necessita de um canteiro de obras onde haja locais para construção
de alojamentos para acomodar as empresas e seus funcionários que
prestam serviços a obra, almoxarifes e depósitos para o armazenamento de
todos os materiais e equipamentos necessários para a execução dos
serviços da obra, é necessário uma infraestrutura sanitária para a utilização
das pessoas que trabalham na obra, um escritório para a equipe da
engenharia da obra que coordena todas as empresas e a execução dos
serviços em todas as fases da obra, etc.
Para a execução com qualidade de uma obra, é necessário que exista um
planejamento para a instalação do canteiro de obras, onde leve em
consideração, todas as fases de execução, e com isso possa manter o
canteiro organizado e dar condições para que todas as atividades de
execução da obra sejam executadas com qualidade em suas respectivas
fases.
Para que toda estrutura necessária em um canteiro de obras seja implantada
através de um planejamento e com isso fazer possível a execução das
tarefas diárias, é necessário que se cumpra às leis e normas vigentes na
nossa legislação referentes a toda implantação e execução dos serviços,
pois um canteiro de obras acaba mudando, em muitos aspectos, a rotina da
região onde é implantado.
Será toda estrutura de instalação de um canteiro de obras, necessária para
a execução de uma obra e o planejamento de implantação do mesmo
visando possibilitar a organização e dar condições da execução de todos os
6
serviços durante as diversas fases da obra, respeitando toda uma legislação
vigente, que mostraremos.
2.2 Objetivo Específico
O objetivo específico deste trabalho é apresentar as diferentes dificuldades e
alternativas encontradas, através de um estudo comparativo entre um
canteiro de obras horizontal e um canteiro de obras vertical, em manter a
organização e o controle do abastecimento de materiais dentro do canteiro
em função de proporcionar as condições adequadas para a execução dos
serviços nas frentes de trabalho com qualidade.
7
3 METODOLOGIA DO TRABALHO
O objetivo geral do trabalho foi baseado em uma pesquisa bibliografia,
referente a toda estrutura necessária para a implantação de um canteiro de
obras, discriminando todos os itens necessários para o seu bom
desempenho e ao planejamento necessária para esta implantação visando à
organização do canteiro e com isso proporcionar as condições necessárias
para que todas as atividades sejam executadas com qualidade nas
respectivas fases de execução da obra, respeitando leis e normas vigentes.
O objetivo específico do trabalho foi baseado na “experiência do autor”, em
ter trabalhado em uma obra de condomínio de prédios (canteiro de obras
vertical) e estar trabalhando em uma obra de condomínio de casas (canteiro
de obras horizontal), para explanar sobre as diferentes dificuldades
encontradas no dia a dia de cada uma dessas obras e as soluções
encontradas para manter, da melhor forma possível, a organização e o
controle do abastecimento de materiais dentro de um canteiro de obras
vertical e um canteiro de obras horizontal, focando o problema em função do
espaço físico disponível em ambas as obras.
8
4 JUSTIFICATIVA
Praticamente toda equipe de engenharia de obra, de qualquer construtora,
que trabalhe na área de construções residenciais, desenvolveu ao longo dos
anos de experiência um método de planejar a organização do canteiro e com
isso dar condição para a execução dos serviços nas diversas fases da obra
sobre um modelo de obra de condomínio de prédios (canteiro de obras
vertical). Lógico, que cada construtora respeitando suas características e
sua política interna de trabalho.
O surgimento nos últimos anos de empreendimentos de condomínios de
casas fez gerar um setor que até o momento, pelos números demonstrados,
mostra-se muito lucrativo e com isso acabou tornando-se uma fatia do
mercado da construção civil muito desejada e disputada por toda grande
construtora. Muitas equipes de engenharia de obra acabaram utilizando o
modelo de planejamento de implantação do canteiro de obras já existente
para condomínio de prédios (canteiro de obras vertical) no planejamento de
implantação do canteiro de obras de condomínios de casas (canteiro de
obras horizontal) com algumas adaptações.
Será que se pode, planejar a implantação de um canteiro de obras horizontal
e utilizar o mesmo modelo de planejamento para implantar um canteiro de
obras vertical sem prejudicar a execução dos serviços e o abastecimento de
materiais no canteiro de obras durante as diversas fases de execução da
obra?
A construtora Cyrela trabalhou desta forma na sua 1º obra horizontal
(Condomínio de casas Flores do Campo) e se deparou com inúmeros
problemas como, organizar o canteiro de obras durante a execução dos
serviços, controlar o abastecimento de materiais do canteiro e dar condições
9
de execução dos serviços em função da falta de espaço em fases da obra
onde haviam frentes de serviços espalhadas por todo o canteiro de obras.
Foi constatado na construtora, principalmente pelos profissionais que tem a
experiência de trabalhar na execução de obra horizontal e obra vertical, que
inúmeros fatores que foram vivenciados na construção do Condomínio
Flores do Campo (1º empreendimento horizontal da empresa) e outros que
estão sendo vivenciados nas obras horizontais em execução, mostraram e
mostram a necessidade de criar um modelo próprio de planejamento para a
implantação do canteiro de obras horizontal. Este modelo está sendo criado,
naturalmente em função das experiências vivenciadas, visando dar boas
condições para o desenvolvimento de todas atividades da obra durante a
sua execução.
Constatou-se dentro da empresa, que obra de “casinhas”, como muitos
colegas costumam se referir a uma obra horizontal no sentido de
desvalorizar este tipo de obra, muitas vezes dependendo da faze em que se
encontra a obra ou de outro tipo de situação, pode se tornar mais
complicada de se executar do que uma obra vertical.
10
5 O CANTEIRO DE OBRAS
Foto 5-1 Canteiro de Obras do Condomínio de casas residenciais Villágio Della Hípica
(Construtora Cyrela)
Na construção civil o canteiro de obras, seja horizontal ou vertical, se destina
a ser um espaço físico onde são executadas várias atividades como:
•
O recebimento, o armazenamento e a locomoção dos materiais e
componentes para seus locais de instalações;
•
A
instalação
de
equipamentos
auxiliares,
como
guindastes,
elevadores, betoneiras, gruas e outros;
•
A montagem de Kits hidráulicos e elétricos;
•
O preparo de armações para peças de concreto ou para montagem
parcial de peças de estruturas metálicas;
•
A manobra de veículos auxiliares ou de transportes de materiais;
11
•
Os
alojamentos,
refeitórios,
sanitários,
necessários
para
as
necessidades básicas dos funcionários.
Portanto podemos dizer que o canteiro de obras é um conjunto de
instalações para a construção de uma determinada edificação, que dá
suporte à administração da obra, ao processo produtivo e aos trabalhadores.
A organização do canteiro é indispensável para o sucesso do esquema
logístico da obra. Evitando assim, desperdícios de tempo, perdas de
materiais, defeitos de execução e falta de qualidade final dos serviços
realizados. SOBES (ano desconhecido) I
A circulação no canteiro de obras conforme Azeredo (1997) se dá
principalmente em função do tipo de desenvolvimento da obra. Pode-se ter
obra, que se desenvolve no sentido horizontal como condomínio de casas ou
obra de pavimentação, e outras no sentido vertical como condomínio de
prédios de apartamentos ou escritórios.
As obras que se desenvolvem horizontalmente, necessitam de terrenos com
grandes áreas para que suas construções possam ter grandes áreas
construídas, entretanto, em obras com desenvolvimento vertical conseguese grandes áreas construídas em pequenos terrenos, pois neste tipo de obra
toda a construção desenvolve-se verticalmente. Portanto obras de
desenvolvimento horizontal necessitam de uma melhor organização para
que possa dar condições de uma boa circulação para distribuição e
aplicação dos materiais dentro do canteiro.
Em alguns casos chega-se a construir vários canteiros para reduzir as
extensões de transportes entre o armazenamento e o local de aplicação. Já
obras de desenvolvimento vertical pela sua própria característica, exigem
I
SOBES – Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança
12
uma atenção muito menor para a circulação interna de materiais, do local de
armazenamento até o local de aplicação, pois a distância no trajeto de
circulação é muito menor.
Nota-se que a importância de planejamento, para o canteiro de obras, é
essencial quando a área é restrita e especialmente em certos casos onde a
única área disponível para a instalação do canteiro é aquela que será
ocupada pelo próprio empreendimento.
5.1 Legislação
As Normas vigentes, a serem consultadas, para a implantação e
funcionamento de um Canteiro de Obras são:
•
NR-4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho;
•
NR-7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional;
•
NR-9 – Programa de Prevenção de riscos Ambientais;
•
NR-11 – Transporte, Movimentação, Armazenamento e Manuseio de
Materiais;
•
NR-18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Industria da
Construção;
•
NB – 1367 – Áreas de Vivência em Canteiros de Obras;
•
NBR – 12284 – Áreas de Vivência em Canteiros de Obras;
•
Lei nº 11.228 – Código de Obras e Edificações do Município de São
Paulo.
Algumas das normas e a lei citada serão comentadas, com o intuito de
passar uma maior compreensão da exigência que existe para que as
construtoras possam trabalhar dentro das normas e leis vigentes.
13
Muitas construtoras, ainda não cumprem todos requisitos impostos pela lei.
Em função disto, o autor considera importante dizer que: havendo uma
fiscalização no canteiro de obras e se através desta fiscalização for apurado
que alguma das normas e a lei mencionada acima, não estão sendo
cumpridas. O fiscal tem o poder e dever de embargar a obra o que
acarretará, com toda certeza, um prejuízo financeiro enorme para a
construtora além de unir ao nome da empresa no mercado a falta de
credibilidade por não cumprir as normas e leis vigentes para a construção
civil.
5.1.1 NR-18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na
Indústria da Construção
Segundo NR-18 (2002)II, é obrigatória a comunicação à Delegacia Regional
do Trabalho, do endereço completo da obra; endereço completo e
qualificação (CEI, CNPJ ou CPF) do contratante, empregador ou
condomínio; tipo da obra; datas previstas para o início e a conclusão da
obra; número máximo previsto de trabalhadores na obra (inclui os
empreiteiros contratados com previsão de utilização nos serviços), antes do
início da implantação do canteiro de obras.
É obrigatório a elaboração e o cumprimento do PCMAT (Programa de
Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção), nos
estabelecimentos com 20 (vinte) trabalhadores ou mais, contemplando os
aspectos constantes na Norma e outros dispositivos complementares de
segurança.
II
NR-18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
14
Além disso, o PCMAT deve contemplar as exigências contidas na NR-9
(Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) sobre o PPRA (documento
do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais).
O PCMAT deve ser mantido no escritório da engenharia do canteiro de
obras, à disposição do Órgão Regional do Ministério do Trabalho (MTB).
Este programa deve ser elaborado e executado por profissional legalmente
habilitado na Área de Segurança do Trabalho e sua implementação é de
responsabilidade do empregador ou condomínio.
O item 18.3.4 da Norma NR-18 relaciona os documentos que integram o
PCMAT.
5.1.2 NR-9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
Segundo NR-9 (ano desconhecido)III, é obrigatório, por parte de todos os
empregados e instituições que admitam trabalhadores como empregados à
elaboração e implementação do PPRA (documento do Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais), visando a preservação da saúde e da
integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento,
avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais
existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo como
objetivo a proteção do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais.
O PPRA deve estar articulado em especial com o PCMSO (documento do
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), previsto na NR-7
(Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional).
III
NR-9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
15
A elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação do PPRA.
Poderão ser feitas, pelo SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho), ou por pessoa ou equipe de
pessoas que, a critério do empregador, sejam capazes de desenvolver o
disposto nesta Norma.
É de obrigação do Empregador, estabelecer, implementar e assegurar o
cumprimento do PPRA, como atividade permanente da empresa ou
instituição.
É de obrigação dos trabalhadores, colaborar e participar na implantação e
execução do PPRA; seguir as orientações recebidas nos treinamentos
oferecidos pelo PPRA; informar ao seu superior hierárquico direto as
ocorrências que, a seu julgamento, possam implicar em riscos à saúde dos
trabalhadores.
5.1.3 NR-7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
Segundo NR-7 (ano desconhecido)IV, é obrigatório, por parte de todos os
empregados e instituições que admitam trabalhadores como empregados à
implementação do PCMSO (documento do Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional), visando a melhoria e preservação da saúde do
conjunto dos seus trabalhadores.
Cabe à empresa contratante de mão-de-obra informar à empresa
contratada, prestadora de serviços, os riscos existentes e auxiliar na
elaboração e implementação do seu PCMSO, nos locais de trabalho onde os
serviços estão sendo realizados.
IV
NR-7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
16
É de obrigação do empregador, garantir a elaboração e efetiva
implementação do PCMSO, bem como zelar pela sua eficácia; custear, sem
ônus para o empregado, todos os procedimentos relacionados ao PCMSO;
Indicar, entre os médicos do SESMT (Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho) da empresa, um
coordenador responsável pela execução do PCMSO; no caso de a empresa
estar desobrigada de manter um Médico do Trabalho, de acordo com a NR-4
(Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho), deverá o empregador indicar um Médico do Trabalho, empregado
ou não da empresa, para coordenar o PCMSO; não existindo Médico do
Trabalho na localidade, o empregador poderá contratar um médico de outra
especialidade para coordenar o PCMSO.
Todo canteiro de obras deverá estar equipado com material necessário à
prestação de primeiros socorros e deverá mantê-lo guardado em local
adequado e aos cuidados de pessoa treinada para esse fim.
5.1.4 Código de Obras e Edificações do Município de São Paulo - Lei nº
11.228 de 25 de Junho de 1992
“Durante e execução das obras, será obrigatória a manutenção do passeio
desobstruído e em perfeitas condições, conforme legislação municipal
vigente, sendo proibida sua utilização, ainda que temporária, como canteiro
de obras ou para carga e descarga de materiais de construção”.
“Nenhum elemento do canteiro de obras poderá prejudicar a arborização da
rua, a iluminação pública, a visibilidade de placas, avisos ou sinais de
trânsito e outras instalações de interesse público”.
17
“Para todas as construções, executadas as residências unifamiliares, será
obrigatório o fechamento no alinhamento, do canteiro de obras, por alvenaria
ou tapume com altura mínima de 2.20m (dois metros e vinte centímetros)”.
“Durante o desenvolvimento de serviços de fachada nas obras situadas no
alinhamento ou dele afastadas até 1.20m (um metro e vinte centímetros)
será obrigatório, mediante emissão de Alvará de Autorização, o avanço do
tapume sobre o passeio até, no máximo, metade da sua largura, de forma a
proteger o pedestre”.
“Quando a largura livre do passeio resultar inferior a 0.90m (noventa
centímetros) e se tratar de obra em logradouro sujeito a intenso tráfego de
veículos, deverá ser solicitada autorização para em caráter excepcional, e a
critério da PMSP (Prefeitura Municipal do Estado de São Paulo), desviar-se
o trânsito de pedestres para parte protegida do leito carroçável (via de
locomoção dos veículos)”.
“Enquanto os serviços da obra se desenvolverem a uma altura superior de
4.00m (quatro metros) do passeio, o tapume será obrigatoriamente mantido
no alinhamento, permitindo a ocupação do passeio apenas para apoio de
cobertura para proteção de pedestres, com pé-direito mínimo de 2.50m (dois
metros e cinqüenta centímetros)”.
“Concluídos os serviços de fachada, ou paralisada a obra por período
superior a 30dias, o tapume será obrigatoriamente recuado para o
alinhamento”. Segundo (Botelho ; Bloch , 1999)
Conforme (Ferreira; Franco, 1998), a partir das definições apresentadas
pelas normas, e procurando incorporar os princípios mais importantes que
devem ser observados no projeto do canteiro de obras, relativo à
movimentação de materiais, ao projeto de produção, e às condições de
trabalho, é adotada a seguinte definição:
18
•
“O projeto do canteiro de obras é o serviço integrante do processo de
construção, responsável pela definição do tamanho, forma e
localização das áreas de trabalho, fixas e temporárias, e das vias de
circulação, necessárias ao desenvolvimento das operações de apoio
e execução, durante cada fase da obra, de forma integrada e
evolutiva, de acordo com o projeto de produção do empreendimento,
oferecendo condições de segurança, saúde e motivação aos
trabalhadores e execução racionalizada dos serviços”.
5.2 Estrutura de Implantação do Canteiro de Obras
O dimensionamento do canteiro de obras, segundo Rousselet (ano
desconhecido), compreende ao estudo global do volume da obra. Esse
estudo preliminar, ainda na fase de planejamento, deve ser feito utilizando a
criatividade e técnicas de engenharia para proporcionar um bom layout, sem
se esquecer de considerar diversos itens de vital importância para o sucesso
da obra.
Itens como:
•
Ligações de água e esgoto, energia elétrica e telefone. Devendo ser
solicitadas, junto às respectivas concessionárias, as informações
necessárias;
•
Localização e dimensionamento, em função do volume da obra, de
áreas para o armazenamento de materiais a granel;
•
Localização e dimensionamento, em função do número máximo de
pessoas em uma mesma fase prevista para a obra, das áreas de
vivência (Sanitários, Vestiários, Alojamentos, Refeitórios, Cozinha
(caso necessite preparar as refeições), Lavanderia (quando tiver
trabalhador alojado na obra), Área de Lazer (quando tiver trabalhador
19
alojado na obra), Ambulatório (quando se tratar de frentes de trabalho
com mais de 50 funcionários));
•
Localização e dimensionamento de centrais de Massa (Betoneira), de
Concreto (quando em função do tamanho da obra se considere
necessário), de Armação de Ferro, de Serra Circular, de Armação de
Forma, de Pré-montagem de Instalações, outras;
•
Localização e dimensionamento dos equipamentos de transporte de
materiais e pessoas (Grua, Elevador Cremalheira, outros);
•
Tapumes ou barreiras e Portarias para impedir o acesso de pessoas
estranhas ao canteiro;
•
Verificação das diversas interferências com a comunidade local e
vice-versa;
•
Análise cronológica da instalação do canteiro e das atividades de
máquinas e equipamentos fixos, para determinar, com antecedência,
sua disposição e construção.
Após a implantação de um canteiro de obras, deve-se procurar evitar o
deslocamento das instalações durante a execução da obra, evitando assim
desperdícios de material e mão-de-obra que são utilizados na execução dos
serviços da obra.
Em terrenos de área reduzida, particularmente nos grandes centros urbanos,
é muitas vezes necessária a implantação de um canteiro de obras inicial
com muitas deficiências e pouco conforto para os trabalhadores. Nestes
casos somente após a desforma de duas ou três lajes, poderá a
administração da obra implantar um canteiro em condições satisfatórias.
20
5.2.1 Áreas de Vivência
Nas áreas de vivencia dotadas de alojamento, deve ser solicitado à
Concessionária local a instalação de um telefone comunitário público.
É obrigatório o fornecimento gratuito pelo empregador, de vestimenta de
trabalho e sua devida reposição quando danificada. Rousselet (ano
desconhecido)
5.2.1.1 Instalações Sanitárias
Entende como instalações sanitárias o local destinado ao atendimento das
necessidades fisiológicas. É proibida a utilização das instalações sanitárias
para outros fins que não aquele mencionado acima.
As instalações sanitárias, segundo Rousselet (ano desconhecido), devem
ser mantidas em perfeito estado de conservação e higiene, desprovida de
odores, principalmente durante as jornadas de trabalho; ter portas de acesso
que impeçam a visualização de seus interiores de modo a manter uma
privacidade conveniente; ter paredes de material resistente e lavável; ter
pisos impermeáveis, laváveis e de acabamento não escorregadio; ter
ventilação e iluminação apropriadas; ter pé direito mínimo de 2.50m; ser
independentes para homens e mulheres, quando for o caso; ter instalações
elétricas adequadamente protegidas; não se ligar diretamente com os locais
destinados a refeições; estar situadas em locais de fácil acesso, não sendo
permitido o deslocamento superior a 150m do posto de trabalho aos
gabinetes sanitários, mictórios e lavatórios.
21
As instalações sanitárias devem ser constituídas de:
•
Lavatório. Os Lavatórios devem ser individuais ou coletivos tipo calha;
possuir torneira; ficar à altura de 90cm do nível do piso; ser ligado
diretamente à rede de esgoto ou uma fossa; ter revestimento interno
de material liso, impermeável e lavável; ter espaçamento mínimo
entre torneiras de 60cm, quando coletivos; dispor de recipientes para
coleta de papéis.
•
Vaso Sanitário. Os Vasos Sanitários devem ter área mínima de 1m2;
ser provido de porta com trinco interno e borda inferior de no máximo
15cm acima do piso; ter divisórias com altura mínima de 1.80m; ter
recipiente com tampa para depósitos de papéis; ser do tipo bacia
turca ou assento, sifonados; ter caixa de descarga; ser ligado à rede
geral de esgoto ou fossa séptica.
•
Mictório. Os Mictórios devem ser individuais ou coletivos tipo calha;
ter revestimento interno de material liso, impermeável e lavável; ser
providos de descarga provocada; ficar à altura máxima de 0.50m do
piso; ser ligados diretamente à rede de esgoto ou fossa séptica.
•
Chuveiro. A área mínima necessária para utilização de cada chuveiro
é de 0.80m2, com altura de 2.10m do piso. Os pisos dos locais onde
forem instalados os chuveiros terão caimento que assegure o
escoamento da água para a rede de esgoto, quando houver, e ser de
material não escorregadio. Os chuveiros serão individuais ou
coletivos, dispondo de água quente. Haverá um suporte para
sabonete e cabide para toalha.
5.2.1.2 Vestiário
Rousselet (ano desconhecido), descreve que em todo canteiro de obras
haverá vestiário para troca de roupas dos trabalhadores que residem ou não
22
no local. A localização do vestiário deve ser próxima aos alojamentos ou
próximo da entrada da obra, sem ligação direta com o local destinado a
refeições (refeitório).
Os vestiários devem ter paredes de alvenaria, madeira ou material
equivalente; ter piso cimentado, de madeira ou material equivalente; ter
cobertura que os proteja contra intempéries; ter área de ventilação
correspondente a 1/10 da área do piso, no mínimo; ter iluminação natural ou
artificial; ter armários individuais dotados de fechadura ou dispositivo com
cadeado; ter pé direito mínimo de 2.50m; ser mantido em perfeito estado de
conservação, higiene e limpeza; ter bancos em número suficiente para
atender aos usuários; ter cestos ou similares, em uma quantidade
compatível com a dimensão do vestiário, para a disposição de lixo.
5.2.1.3 Alojamento
Os alojamentos do canteiro de obras devem ter paredes de alvenaria,
madeira ou material equivalente; ter piso cimentado, de madeira ou material
equivalente; ter cobertura que os proteja das intempéries; ter ventilação de
no mínimo 1/10 da área do piso; ter ventilação natural ou artificial; ter área
mínima de 3m2 por módulo (cama, armário), incluindo a área de circulação;
ter instalação elétrica adequadamente protegida.
É proibido o uso de três ou mais camas na mesma vertical. A altura livre
permitida entre uma cama e outra e entre a última cama e o teto é de, no
mínimo, 1.20m. A cama superior do beliche deve ter proteção lateral e
escada.
23
É terminantemente proibido cozinhar e aquecer qualquer tipo de refeição
dentro do alojamento. O alojamento deve ser mantido em permanente
estado de conservação, higiene e limpeza.
É obrigatório no alojamento, o fornecimento de água potável, filtrada e
fresca, para todos os trabalhadores, por meio de bebedouros de jato
inclinado.
É proibido, à permanência de pessoas com moléstias, infecto-contagiosa,
nos alojamentos. Rousselet (ano desconhecido)
5.2.1.4 Refeitório
Foto 5-2 Refeitório da Obra Villágio Della Hípica (Construtora Cyrela)
Conforme
Rousselet
(ano
desconhecido), nos canteiros de obras,
independente do número de trabalhadores e da existência ou não de
24
cozinha, é obrigatório à existência de abrigo adequado para as refeições e
deve haver um local para o aquecimento das refeições.
O Refeitório (conforme Foto 5-2) de um canteiro de obras deve ter paredes
que permitam o isolamento visual durante as refeições; ter piso cimentado
ou de outro material lavável; ter cobertura que proteja das intempéries; ter
capacidade para garantir o atendimento de todos os operários no horário das
refeições; ter ventilação e iluminação natural ou artificial; ter lavatório
instalado em suas proximidades ou em seu interior; ter mesas com tampo
liso e lavável; não ter comunicação direta com os sanitários; ter assentos em
número suficiente para atender a todos os trabalhadores, caso isso não
ocorra, fazer divisões de grupos para almoçar por horário atendendo assim a
todos os trabalhadores.
5.2.1.5 Cozinha
Quando houver cozinha no canteiro de obras, afirma Rousselet (ano
desconhecido), esta cozinha deve ter iluminação e ventilação natural ou
artificial, que permita boa exaustão dos vapores; dispor de recipientes com
tampa para coleta de lixo; ter instalação elétrica adequada; ter pia para lavar
os alimentos e utensílios; possuir instalações sanitárias, independente da
mesma, de uso exclusivo dos encarregados de manipular gêneros
alimentícios, refeições e utensílios; possuir equipamentos de refrigeração,
para preservação dos alimentos.
É obrigatório o uso de gorros e aventais para os funcionários que trabalhem
na cozinha.
25
5.2.1.6 Lavanderia
A área de vivencia deve possuir local próprio, coberto, ventilado e iluminado
para que o trabalhador alojado possa lavar, secar e passar suas roupas de
uso pessoal.
Este local deve ter tanques individuais ou coletivos, em número suficiente
para atender a todos trabalhadores alojados. Rousselet (ano desconhecido)
5.2.1.7 Área de Lazer
Rousselet (ano desconhecido), nos faz lembrar que devem ser previstos
locais para recreação dos trabalhadores alojados, podendo ser usado o local
de refeições para este fim. Como, por exemplo, a utilização das mesas do
refeitório para se jogar cartas, domino, etc.
5.2.1.8 Ambulatório
As frentes de trabalho com 50 (cinqüenta) ou mais trabalhadores devem ter
ambulatório.
No ambulatório, deve haver o material necessário à prestação de primeiros
socorros, conforme as características da atividade desenvolvida. Este
material deve ser mantido guardado e aos cuidados de pessoa treinada para
esse fim. Rousselet (ano desconhecido)
26
5.2.2 Almoxarifado e Depósitos
Foto 5-3 Almoxarifado da Obra Hípica Boulevard (Construtora Cyrela)
Conforme Rousselet (ano desconhecido), o almoxarifado deve ser
construído, de preferência, separado dos escritórios, porém de preferência
nas suas proximidades e mantido limpo e organizado.
O almoxarifado (conforme Foto 5-3) deve ficar próximo das entradas; ser
localizado de modo a permitir uma fácil distribuição dos materiais pelo
canteiro; permitir um fácil acesso dos caminhões de entrega; ter área para
descarregamento de material; ser afastado dos limites do terreno pelo
menos 2m.
27
O almoxarifado deve ser dividido de uma forma a organizar os diversos tipos
de materiais por tipos de serviços. Como, por exemplo, em seção geral,
material elétrico, material hidráulico, esquadrias, materiais administrativos.
Os depósitos são locais destinados a estocagem de materiais volumosos ou
de uso corrente, podendo ser a céu aberto ou cercados, para possibilitar o
controle.
5.2.3 Portaria
A portaria da obra deve ficar junto à porta de acesso do pessoal, afirma
Rousselet (ano desconhecido), e ser suficiente ampla para manter um
estoque de EPI (Equipamentos de Proteção Individual), a ser fornecido aos
visitantes.
A guarita deve ser localizada de modo que o vigia ou guarda ou porteiro
possa controlar os acessos à obra.
O Porteiro ou Guarda ou Vigia, além de anotar o nome e a identidade dos
visitantes, não deve permitir a entrada na obra de nenhum visitante sem os
Equipamentos de Proteção Individual determinados pelas normas da
empresa e deve consultar a administração ou gerência da obra para
autorização do acesso aos visitantes.
28
5.2.4 Escritórios
Foto 5-4 Sala do Administrativo , do Escritório da Obra Hípica Boulevard (Constritora
Cyrela)
O escritório de Engenharia da obra é geralmente uma construção de
madeira, cujo acabamento é feito conforme a previsão do prazo de
funcionamento no local ou das características da obra. Compõem,
geralmente, de dependências aos elementos da Administração da Obra
(Engenheiros, Técnicos, Estagiários, Mestre-de-Obras, Administrativos de
Escritórios e Auxiliares, Encarregados).
29
Foto 5-5 Administrativo e Auxiliar Administrativo, da Obra Villágio Della Hípica
(Construtora Cyrela)
É comum prever, pelo menos, uma sala de reuniões, destinada a estudar o
planejamento
e
a
coordenar
os
serviços;
definir
estratégias
de
desenvolvimento dos serviços para cumprir o cronograma da obra; executar
reuniões com empreiteiros para definição de inicio de serviços, cobrança de
mão-de-obra, etc; outros. Onde toda à equipe da administração da obra
deve participar.
Os escritórios do Engenheiro (conforme Foto 5-6) , Estagiários (conforme
Foto 5-7), Técnicos e Mestre-de-Obras devem ter visão privilegiada para o
canteiro de obras.
Na sala do Administrativo da Obra (conforme Foto 5-4 e Foto 5-5), deve ficar
uma relação de telefones de emergência, e no caso de a obra não comportar
30
enfermaria, ficar também um estojo de primeiros socorros, fora todo
equipamento necessário para o Administrativo desenvolver o seu trabalho
(computador, mesa, outros).
Foto 5-6 Sala do Engenheiro, Obra Villágio Della Hípica (Construtora Cyrela)
Foto 5-7 Sala do Estagiário, da Obra Villágio Della Hípica (Construtora Cyrela)
31
A sala da Segurança do Trabalho, quando houver, deve atender também
aos elementos de apoio da obra. Tais como: Assistente Social do Trabalho,
Psicóloga do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho, Nutricionista,
outros. Rousselet (ano desconhecido)
5.2.5 Proteção Contra Incêndio
O
Sistema
de
Proteção
Conta
Incêndio,
afirma
Rousselet
(ano
desconhecido), é basicamente estabelecido com o emprego de extintores
portáteis
e
treinamento
dos
trabalhadores,
quanto
ao
aspecto
comportamental.
Este treinamento é executado por Bombeiros que se locomovem até o
canteiro de obras, conforme hora e data marcada, e executam o treinamento
para algumas pessoas determinadas pela equipe da obra, para que, estas
pessoas, tenham o correto manejo do material disponível para o primeiro
combate ao fogo.
Todos os trabalhadores devem ser informados sobre os procedimentos a
serem adotados no caso de incêndio.
A distribuição dos extintores portáteis deve ser definida a partir do layout
V
do canteiro de obras.
V
Layout – ilustração decorativa de um determinado ambiente
32
5.3 Planejamento do Canteiro de Obras
A concepção e implantação do canteiro de obras, segundo Souza (2000)),
Definições preliminares
deve passar por uma seqüência de etapas conforme (Tabela 5-1)
Plano de ataque
Projeto do produto
Tempo disponível
para a execução da
obra
Cronograma físico
(b)
Localização do canteiro
Escolhas relativas ao projeto do processo
Período de utilização
e localização dos
equipamentos
Demanda por
materiais
Demanda por mãode-obra
Demanda por
espaços para
estoque e
processamento
Demanda por
espaços para áreas
de vivência e outros
tipos de espaços
(a)
Definição do layout do canteiro
Se reprovado
Avaliação
Se aprovado
Implantação
Tabela 5-1 - Fluxograma de atividades - Souza (2000)
(relacionados à concepção e implantação do canteiro de obras)
33
Dispondo-se do projeto da obra a executar e conhecido o tempo disponível
para sua produção, define-se um plano de ataque, e o cronograma físico
pode então ser estabelecido. Ao se fazer uma definição inicial quanto à
localização do canteiro, completa-se o conjunto de informações necessárias
para a tomada de decisão quanto ao processo a ser adotado.
Definido o projeto do processo, parte-se para a quantificação da demanda
por materiais, mão-de-obra e equipamentos. Estimada a demanda, pode-se
determinar as necessidades de espaços no canteiro em concepção.
O conjunto de informações reunido neste momento subsidia, finalmente, o
processo criativo que leva à proporção de uma ou mais opções para o
canteiro de obras. Cada proposta é então avaliada, podendo-se ter dois
encaminhamentos:
•
Se aprovado parte-se para a implantação do canteiro;
•
Se reprovada, parte-se para uma reformulação da mesma ou criação
de uma nova proposta.
5.3.1 Definições preliminares
Conforme Souza (2000), o tempo disponível para a execução da obra tratase de uma definição básica, que influencia diretamente todo o processo de
concepção do canteiro, na medida em que a alteração da duração de cada
serviço vai implicar diferentes demandas, ao longo do tempo, de materiais,
mão-de-obra e equipamentos.
Quanto mais detalhados forem os projetos, melhor a informação disponível
para determinar o projeto do canteiro. No entanto, mesmo em fases ainda
34
preliminares de execução do projeto da obra, já se tem informação suficiente
para executar o processo de concepção do canteiro.
Como subsídio para a elaboração do cronograma, há que se definir o plano
de ataque para a execução da obra, isto é, definir-se a relação de sequência
entre as atividades principais da construção.
A partir do projeto a ser executado, ou mesmo de uma idéia geral sobre os
serviços da obra (quais são, em qual quantidade, durante qual prazo e com
qual relação de seqüência), deve-se elaborar um cronograma físico para a
obra. Para alguns serviços é recomendado:
•
Detalhamento semanal. Para armação, concretagem, alvenaria,
revestimento de argamassa;
•
Apenas a indicação do início e do final do serviço. Para instalações
hidráulicas, instalações elétricas, instalação do elevador definitivo,
azulejos, pisos cerâmicos, etc.
Ao primeiro grupo pertencem os insumos de maior relevância quanto ao
planejamento de transporte e de espaço físico para estocagem (o concreto,
o aço, a argamassa e os tijolos representam, em geral, mais de 80% do
peso total de um edifício).
Ao segundo grupo pertencem insumos onde, normalmente, se faz uma
previsão de áreas necessárias sem se passar por quantificação de
consumos semanais. Neste caso, pode-se pensar em agrupar diversos
serviços de natureza semelhante dentro de uma mesma classificação (Por
exemplo,
falamos
em
instalações
hidráulicas,
sem
distinguir
necessariamente prumadas e ramais).
35
A localização do canteiro de obras, como regra geral, se dá no próprio
terreno em que se vai executar a obra. Há, no entanto, outras posturas que
podem ser adotadas para complementar a área do canteiro:
•
Aluguel de residência vizinha ou próxima para servir para escritório,
estande de vendas ou alojamento;
•
Empréstimo ou aluguel de terreno vizinho ou próximo para alocar
centrais de processamento, estoques de materiais e ainda para
abrigar alojamentos de operários;
•
Existência de canteiro central de obras da empresa, que pode abrigar
um ou mais serviços referentes às etapas de estocagem e
recebimento com distribuição dos materiais.
A idéia de haver outras áreas, além da relativa a própria obra, se justifica, na
maioria das vezes, em virtude da falta de espaço no próprio terreno, isso
aconteço geralmente em obras urbanas. Há que se frisar, no entanto, que se
a falta de espaço é um complicador, terrenos muito grandes podem também,
caso não se tome cuidado, favorecer a desorganização.
Na discussão quanto à opção de utilização de áreas externas à própria obra,
deve-se lembrar de computar os gastos gerados com transportes bem como
analisar a legislação vigente para não se incorrer em gastos de impostos
extras por execução de serviços fora do local de execução da obra.
5.3.2 Escolha do Sistema de Transportes e Definição do Período
de Utilização e Localização dos Equipamentos
Quanto ao sistema de transportes da obra, muitas vezes são diversas as
opções possíveis para a sua composição, mas deve ser observado, no
36
entanto, que nem todas as soluções encontradas são igualmente atraentes
em termos do custo benefício proporcionado.
Como caminho simplificado para se escolher um sistema de transportes,
sugere-se passar as possíveis opções encontradas pela análise das
seguintes etapas:
•
Descartar escolhas inviáveis em razão da tecnologia construtiva
adotada;
•
Verificar os sistemas de transporte que são capazes de suprir a
demanda da obra.
Para a segunda etapa citada, deve-se prever a demanda por transportes no
momento de pico de utilização do sistema e compará-la com a capacidade
do sistema (conforme Tabela 5-2).
Indicadores gerais para avaliação da capacidade de um sistema
de transportes para a movimentação vertical de materiais
Equipamento
Duração de
Capacidade /
1 Ciclo
Ciclo
3
0,25 m de concreto
1,00 m2 de alvenaria
Elevador de obras
5 minutos
100 Kg de aço
0,13 m3 de argamassa
0,50 m3 de concreto
8,00 m2 de alvenaria
Grua
5 minutos
200 Kg de aço
0,25 m3 de argamassa
Guincho de coluna
6 minutos
0,04 m3 de argamassa
Tabela 5-2 - Indicadores para avaliar a capacidade de um sistema de transportes –
Souza (2000)
37
É interessante que se tenha, com bastante precisão, a data de entrega dos
equipamentos no canteiro, e também, muito bem definido, o momento de
suas devoluções, principalmente quando estes equipamentos estão sendo
locados. Deve-se, portanto, utilizar cada equipamento durante a fase da obra
em que ele é realmente produtivo. Esta correta definição da utilização em
função da fase de maior produtividade do equipamento, consegue-se
através da análise de um cronograma físico bem elaborado.
Para locações por um curto período de tempo, o custo da montagem e
desmontagem pode ser significativo, devendo-se, portanto, procurar
posições para a instalação destes equipamentos onde não seja necessário à
mudança de local dos mesmos, durante a execução dos serviços. Souza
(2000)
5.3.3 Demanda por materiais e mão-de-obra
Para definir-se a demanda necessária de materiais e mão-de-obra na
execução dos serviços no canteiro de obras, Souza (2000) afirma, que
devemos destacar os seguintes pontos:
•
A partir de um cronograma completo, pode-se fazer a previsão de
serviços, materiais e operários necessários a cada fase da obra;
•
Para o uso dos serviços que envolvem o consumo de concreto, de
aço, de argamassa e de tijolos, é importante haver um detalhamento
maior do que para o caso dos demais serviços. Justamente por esses
serviços serem os que proporcionam o maior desperdício de
materiais, conseqüentemente o maior prejuízo às construtoras dentro
do canteiro de obras e a mão-de-obra que executa estes serviços ser
menos valorizada, na construção civil, que o eletricista e o encanador,
por exemplo.
38
•
O andamento físico deve ser apresentado semanalmente pela equipe
da obra, assim como, também desta forma, deve-se fazer as
quantificações dos insumos e com isso proporcionar um melhor
controle dos mesmos durante a execução da obra.
As quantidades semanais apresentadas, multiplicadas por um fator para
considerar prováveis incertezas como, por exemplo 1.5, devem ser
comparadas com os lotes usuais de compra pela empresa/empreendimento,
periodicamente de acordo com as aquisições, para se concluir a cada
momento, qual seria o estoque máximo em obra.
A cada semana, em vista dos serviços em execução, deveria estimar-se a
quantidade de operários necessários e, sobre este número levantado,
quantos se alojaram no canteiro. Com isso consegue-se obter um bom
controle sobre a demanda necessária de materiais e mão-de-obra durante a
execução da obra.
5.3.4 Demanda por espaços
Afirma Souza (2000), que uma vez realizada a previsão de demanda por
materiais e mão-de-obra, há que se prever os espaços necessários, dentro
do canteiro de obras, para cada fase da obra e com isso criar-se um projeto
para a implantação do mesmo. Desta forma, vamos identificar as principais
fases em que a obra pode ser dividida (para a finalidade de planejamento do
canteiro) e, em seguida, desenvolver alguns comentários sobre a
quantificação de espaços necessários a cada uma das fases de execução
da obra.
39
5.3.4.1 Definição das fases do canteiro
Um canteiro de obras, Segundo Souza (2000), se modifica ao longo da
execução da obra, isso acontece em função das quantidades dos serviços,
materiais, mão-de-obra e equipamentos que o canteiro deve comportar.
Sendo assim, é interessante que se observe as principais fases em que se
pode subdividi-lo.
Existem diferentes critérios para se fazer tal subdivisão, e esta pode ser, de
uma maneira simples, detalhada tendo em vista o próprio tempo de que se
possui para discutir o planejamento do canteiro.
É válido, portanto, se fazer algumas distinções quanto às várias situações
por que se passa um canteiro de obras, para cada uma das fases da obra a
se executar:
•
1ª Movimento de terra, contenção da vizinhança e fundações:
Existem diferentes possibilidades quanto à execução desta fase e sua
interação com a seguinte, a estrutura dos subsolos, que devem ser bastante
discutidas antes do início da obra.
Normalmente, esta fase, é marcada pela presença de subempreiteiros donos
dos equipamentos e que não necessitam de alojamento, esta fase demanda,
em geral, poucas construções provisórias no canteiro.
No caso da existência de recuos do subsolo referente ao alinhamento do
terreno, esta área é utilizada para o posicionamento dos elementos de
canteiro necessários. Quando não dispõe deste espaço, várias outras
soluções podem ser criadas, como, por exemplo:
40
•
Uso de áreas não sujeitas ao movimento de terra (às vezes
posicionadas, favoravelmente, no fundo do terreno);
•
Deixar de fazer o movimento de terra, à contenção de vizinhança e as
fundações, em regiões próximas ao alinhamento do terreno, e
reservar esta área para as instalações provisórias do canteiro de
obras. Os serviços não realizados, em função desta alternativa
tomada, serão executados posteriormente, quando houver espaço
para o deslocamento a outras áreas do canteiro de tais instalações;
•
Uso da própria área interna à escavação, posicionando, por exemplo,
containers que poderão ser deslocados quando necessário;
•
Construção de plataformas em balanço, a partir do alinhamento e
apoiadas na própria contenção, para apoio de elementos do canteiro
de obras.
•
2ª Estrutura dos subsolos sob a torre e a periferia.
O início desta fase está totalmente às condições presentes na fase anterior,
contando muitas das condições ali feitas. Há porem, considerações
importantes a serem feitas nesta fase de execução da obra:
•
É necessário se pensar, no acesso para o concreto que será utilizado
e nos elementos de apoio administrativo (almoxarifados, escritório da
equipe de engenharia da obra, etc.).
•
É importante, compatibilizar o planejamento desta fase com a entrada
de equipamentos para transportes verticais necessários nas próximas
fases de execução da obra.
•
3ª Estrutura do restante da torre.
Ao se chegar nesta fase de execução da obra, normalmente já se dispõe de
um espaço físico maior para o canteiro de obras, gerado pela própria
execução parcial da estrutura dos subsolos.
41
A estocagem de insumos para as fôrmas torna-se menos problemática
também, na medida em que, ao se iniciar os andares-tipo do prédio,
diminuem-se,
de
uma
forma
muito
grande,
as
necessidades
de
fabricação/modificação de painéis, além de sua estocagem e movimentação
darem-se de um andar para o outro andar, solicitante deste material para
sua própria execução, acima, não ocupando espaço na região do canteiro
onde antes era ocupado por este tipo de material durante a execução da
estrutura dos subsolos.
•
4ª Estrutura e alvenaria.
A entrada da alvenaria nesta fase, impõem a determinação de um espaço
maior para a estocagem de materiais como blocos, areia, cal, cimento, ou
argamassa industrializada e a previsão de um aumento simultâneo do
número de operários na obra, além da determinação de um espaço para o
processo de execução de argamassa, se a mesma for feita na obra. Tudo
isto leva à necessidade de maiores espaços e maior demanda por
transportes verticais.
•
5ª Estrutura, alvenaria e revestimentos argamassados.
Nesta fase, a entrada dos revestimentos argamassados representa o pico de
necessidade de espaços para o canteiro de obras e demanda por
transportes verticais. Portanto, esta fase deve ser analisada criteriosamente.
É bom salientar que, algumas vezes em função do cronograma físico de
execução da obra muitas vezes determinado pelo prazo da mesma, os três
serviços que compõem esta fase podem não ocorrer simultaneamente.
•
6ª Finalização da obra.
Nesta ultima fase, os serviços que envolvem grandes estoques e transportes
de material como, estrutura, alvenaria, revestimentos, praticamente já
42
acabaram, ganhando, neta reta final de execução da obra, importância os
serviços de acabamento fino. Neste momento de execução da obra, torna-se
importante adaptar o canteiro a uma estratégia de desmobilização,
compatibilizando o mesmo com o cronograma de entrega final da obra.
Outros marcos importantes para a definição de modificações do canteiro são
os seguintes:
•
Finalização da estrutura;
•
Finalização da alvenaria;
•
Finalização dos revestimentos argamassados;
•
Período de revestimento em azulejo, cerâmica de piso, montagem
do elevador definitivo, quando houver este tipo de serviço na obra
em execução, hidráulica, elétrica, impermeabilização, pintura. Souza
(2000)
5.3.4.2 Demanda por Áreas em cada Fase de Execução da Obra
Segundo Souza (2000), para cada uma das fases, comentadas, do canteiro
de obras, deve-se observar o cronograma de materiais/componentes e de
pessoal, detectando-se o pico de demanda de espaço físico dentro da fase.
Deve-se, então definir as áreas necessárias para suprir tal demanda. Veja a
definição de áreas para estocagem (Conforme Tabela 5-3).
43
Áreas necessárias para estocagem por tipo de materiais
Características
Área
do estoque
(m2)
200 sacos
pilhas com 10 sacos
8,4
cal
200 sacos
pilhas com 15 sacos
4,8
areia
10 m3
Material
Quantidade
cimento
bloco
(14x19x39cm)
1000 unidades
argamassa
1 m3
intermediária
chapas de
compensado
75 chapas
argam. Industr.
100 sacos
em sacos
madeira
320 m
serrada
azulejo /
100 m2
cerâmica
altura média de 0,80
m
altura média de 1,60
m
altura média de 0,30
m
até 75 chapas
12,5
7,5
3,4
4,5
superpostas
pilhas com 10 sacos
altura média de 0,60
m
altura média de 1,60
m
4,2
6,0
4,0
Tabela 5-3 - Áreas necessárias para estocagem de alguns dos insumos utilizados no
canteiro de obras – Souza (2000)
As recomendações constantes da NBR-18 (Condições e Meio Ambiente de
Trabalho na Industria da Construção) e NBR-12284 (Áreas de Vivência em
Canteiros de Obras) podem servir de referência para a fixação das áreas
dos demais elementos do canteiro a se posicionar em cada fase.
Como objetivo final desta etapa, demanda por espaços, deve-se montar uma
relação
dos
elementos
necessários
e
das
correspondentes
áreas
demandadas em cada fase de execução da obra dentro do canteiro.
44
5.3.5 Definição do Layout do Canteiro
Nesta etapa do planejamento do canteiro de obras, Souza (2000)
argumenta, que a experiência e a criatividade dos planejadores são
fundamentais, pois é aqui que, através de propostas para a organização do
canteiro em cada uma de suas fases procurando da melhor maneira
possível, compatibilizar as necessidades com a disponibilidade de áreas.
Vários outros aspectos deverão ser simultaneamente considerados, tais
como segurança, custos principalmente, etc. Não existindo solução única, e
sim, diferentes possibilidades que podem ser melhores ou piores em razão
do contesto em que se inserem.
Esta tarefa é, muitas vezes, mais fácil de ser cumprida se for executada em
duas etapas:
•
Definição geral;
•
Detalhamento do Layout.VI
Na primeira delas trabalha-se com estimativas mais globais, enquanto na
segunda se detalha cada uma das partes do canteiro de obras.
Para auxiliar na busca de uma solução racional seguem algumas
orientações para o trabalho criativo do planejador:
•
Elaborar um fluxograma dos processos, associado à quantidade de
viagens
necessárias entre cada parte, que envolvem maior
quantidade de transporte, é importante para ajudar a vislumbrar as
partes que se desejaria mais próximas de si;
VI
Layout – Ilustração decorativa de um determinado ambiente.
45
•
Deve-se listar, para cada fase em estudo, todos os elementos
necessários do canteiro de obras e o relacionamento entre cada um
deles, em termos da importância ou não de estarem próximos;
•
Apesar de não existir uma regra única para a seqüência de
posicionamento dos elementos do canteiro de obras, mas já que
normalmente existe uma solução de compromisso entre os vários
posicionamentos, sugere-se que o planejador crie um roteiro para
proceder a tal disposição;
•
Deve-se existir um check-list
VII
que contemple recomendações das
mais variadas naturezas, as quais, possam ter se mostrado
relevantes a partir de experiências vividas anteriormente pela
empresa ou pelos planejadores de canteiro de obras;
•
Partindo-se de premissas e diretrizes iguais, diferentes profissionais
podem elaborar propostas de canteiro de obras individualmente ou
em grupos. É desejável uma grande precisão quando da definição
final do layout do canteiro de obras.
5.3.6 Avaliação das Propostas de Projeto do Canteiro de Obras
Um primeiro ponto, conforme Souza (2000), a se observar, diz respeito à
comparação entre áreas disponíveis e as necessidades a cada fase do
canteiro de obras. Pode-se detectar uma falta de espaço, o que obrigaria
uma redefinição das tecnologias a adotar-se.
Além da questão do espaço, não se pode esquecer que muito do que foi
relatado até aqui, foi referente a criar-se uma padronização quanto ao
levantamento de informações que venham a subsidiar a tomada de decisões
VII
Check-list – Um levantamento executado sobre os diversos fatores pertinentes a
obtenção de um resultado.
46
quanto ao projeto do canteiro de obras, fase esta de elaboração e sujeita a
uma série de considerações de natureza pessoal.
Conforme já comentado, podem existir várias soluções, de implantação de
canteiros de obras, possíveis para uma mesma obra, umas melhores outras
piores, dependendo de cada contexto analisado. Portanto visando criar um
sistema mais objetivo para se avaliar mais de uma solução que se tenha
proposto, sugere-se a adoção de uma sistemática, cujos critérios devem ter
sido definidos previamente à elaboração do projeto de canteiro de obras
para que cada avaliação não seja influenciada pelas condições específicas
que cada caso possa representar.
Convém lembrar que a otimização das partes não significa a melhor solução
para o todo, e, portanto, o projeto de cada uma das fases deve ser feito de
maneira se compatibilizar com as demais fases. Isto leva a um processo de
avaliação com dois enfoques:
•
Otimização do projeto para cada fase;
•
Otimização do conjunto de projetos das várias fases do canteiro de
obras.
5.3.7 O Projeto e a Implantação do Canteiro de Obras Inseridos
na Vida do Empreendimento
Mais que levar à definição final do arranjo físico do canteiro de obras, discutilo passo a passo significa promover um amplo debate sobre a própria obra
ao qual se vai executar, entre outras coisas fazendo-se uma avaliação dos
próprios projetos do empreendimento e de todos processos para a execução
do mesmo. Desta forma, a discussão quanto ao projeto do canteiro de obras
deve acontecer desde as primeiras fases do empreendimento.
47
Durante a própria fase de estudo de viabilidade para o empreendimento, as
condições de acesso para o canteiro de obras pode-se induzir a escolha de
diferentes formas construtivas, como, por exemplo, definir um grau maior ou
menor de industrialização na execução da obra. Souza (2000)
48
6 ESTUDO COMPARATIVO ENTRE UM CANTEIRO DE
OBRAS
VERTICAL
E
UM
CANTEIRO
DE
OBRAS
HORIZONTAL.
As obras estudadas para execução deste estudo comparativo são:
•
Obra Villágio Della Hípica, Condomínio de Casas (Construtora Cyrela,
Obra horizontal), situada na Rua Visconde de Taunay nº 349 / Jardim
Socorro – São Paulo;
•
Obra Hípica Boulevard, Condomínio de Edifícios (Construtora Cyrela,
Obra Vertical), situada na Rua Visconde de Taunay nº 627 / Jardim
Socorro – São Paulo.
O Condomínio de Casas Villágio Della Hípica possui as seguintes
características:
•
Possui um terreno com uma área de 6.600 m2;
•
Este condomínio é formado por 28 casas geminadas de um lado
sendo 22 Girasole e 6 Margherita. As casas Girasole possuem uma
área privativa de 155.75 m2 e uma área total de 311.34 m2. Já as
Margherita possuem uma área privativa de 204.22m2 e uma área total
de 369.00m2;
•
Encontra-se situado na Rua Visconde de Taunay nº 349 – Jardim
Socorro, conforme já foi citado, o melhor acesso para se chegar até o
mesmo é pegar a Avenida Santo Amaro, continuar pela Avenida João
Dias, continuação da Avenida Santo Amaro e a Visconde de Taunay é
uma travessa da João Dias esquina com uma Praça onde está
localizada uma Biblioteca Pública;
•
As casas Girasole são constituídas no pavimento Superior por 4
dormitórios, sendo 2 dormitórios comuns + 1 suíte simples + 1 suíte
máster com banheira de hidromassagem e local projetado para a
49
instalação de um closet em L + terraço; e no pavimento Inferior na
parte interna da casa existe 1 copa e cozinha; 1 sala constituída de 3
ambientes, sendo 1 sala de jantar e 2 salas de estar; 1 área de
serviço; 1 lavabo; dependência de empregada, constituída de quarto e
banheiro. A parte externa da casa é constituída de um quintal com
entrada lateral e churrasqueira, na parte dos fundos, e duas vagas
cobertas na garagem;
•
As casas Margherita, têm os mesmos cômodos mudando apenas a
dimensão dos mesmos e na parte interna do pavimento interior possui
uma sala de inverno, pode-se chamar assim este ambiente, e também
mais uma vaga de garagem, só que esta terceira vaga é descoberta;
•
A área comum deste condomínio é constituída por um prédio de três
andares, sendo o pavimento térreo o salão de festas com dois
banheiros, um masculino e um feminino + uma copa; o 1º pavimento é
onde se encontra a sala de ginástica, a sala de jogos e dois banheiros
para deficiente, um feminino e um masculino; já a cobertura é o local
onde esta localizada a piscina, a mesma esta equipada com rampa
para deficientes físicos. É bom salientar que existe, ainda, um
elevador para a locomoção de deficiente físico neste prédio;
•
Além deste prédio, o condomínio esta todo arborizado com um belo
projeto de paisagismo do Bennedito AbbudVIII e existe um muro de
divisa com os vizinhos, todo trabalhado com o estilo de uma Vila
Italiana com tijolinhos aparente, floreiras suspensas, detalhes em
gradis metálicos e duas fontes com espelhos d’água;
•
O preço hoje de venda, dessas casas são: Girasole R$ 435.000,00 e
a Margherita RS 610.000,00. Estes preços foram obtidos com o
corretor que fica no canteiro de obras de plantão para vender as
ultimas unidades disponíveis.
VIII
Bennedito Abbud – Arquiteto Paisagístico mais renomado de São Paulo
50
O Condomínio de Prédios Hípica Boulevard possui as seguintes
características:
•
Possui um terreno com uma área de 5.800 m2;
•
Este condomínio é formado por 44 apartamentos, o mesmo é
constituído de duas torres, com 22 andares cada uma e 1
apartamento por andar. O apartamento possui uma área privativa de
220.00 m2 e uma área total de 412.00 m2;
•
Encontra-se situado na Rua Visconde de Taunay nº 627 – Jardim
Socorro, conforme já foi citado inicialmente e na descrição do
condomínio de casas, o melhor acesso para se chegar até o mesmo é
pegar a Avenida Santo Amaro, continuar pela Avenida João Dias,
continuação da Avenida Santo Amaro e a Visconde de Taunay é uma
travessa da João Dias esquina com uma Praça onde está localizada
uma Biblioteca Pública;
•
O apartamento é constituído por 4 suítes; 3 salas, sendo 1 sala de Tv,
1 sala de estar
e 1 sala de jantar; 1 lavabo; dependências de
empregada, sendo constituída por 1 quarto e 1 banheiro; área de
serviço; copa e cozinha; amplo terraço com churrasqueira e possui 2
entradas para o apartamento 1 social localizada na sala de estar e 1
Serviço localizada na Cozinha;
•
A área comum deste condomínio é constituída de 2 piscinas de raia
semi-olímpica, sendo uma coberta e aquecida e outra descoberta; 1
quadra poli-esportiva; salão de festas; salão de jogos e sauna.
•
O preço, hoje, de venda deste apartamento é de R$ 856.000,00.
É bom ressaltar que ambos os condomínios possuem guaritas nas suas
entradas com vigias 24 horas por dia e são equipados com sistema de
segurança composto de sensores de presença, cercas elétricas e câmeras
de vídeo.
51
6.1 Organização do Canteiro de Obras em função do Espaço
Físico Disponível (Obra Villágio Della Hípica / Obra Hípica
Boulevard)
Vários fatores são indispensáveis paro o bom andamento das atividades no
dia a dia de um canteiro de obras, a organização é o principal desses
fatores.
Atualmente os projetos desenvolvidos pelas construtoras visam ocupar o
terreno onde será construído o empreendimento na sua totalidade. Com
áreas de uso comum (quadra, sala de ginástica, sala de jogos, etc) e áreas
de uso particular (residências / apartamentos).
Foto 6-1 Canteiro de Obras, Condomínio Villágio Della Hípica (Construtora Cyrela)
52
O canteiro de obras do condomínio de casas residenciais Villágio Della
Hípica (conforme Foto 6-1), por ser uma obra horizontal dificulta ainda mais
a organização do mesmo, por faltar espaço físico para:
•
Acomodar as firmas que prestam serviços para a construtora
(Empreiteiros);
•
Armazenamento de material no canteiro de obras;
•
Instalar o escritório adequado para a equipe da engenharia da obra;
•
Instalar o almoxarifado adequado para as necessidades do canteiro
de obras;
•
Instalar o refeitório dos funcionários da obra;
•
Executar as instalações sanitárias necessárias para atender a todos
os funcionários da obra.
Pode-se dividir em dois grupos a acomodação dos itens relacionados acima
em uma obra horizontal, como os locais fixos e os locais móveis.
Os locais fixos (conforme Foto 6-2 e Foto 6-3), são as instalações que
poderão com o decorrer das atividades da obra ter que serem mudadas de
local, mas isso acontece uma ou duas vezes durante todo a obra e
compreende-se na instalação do escritório da engenharia, na instalação do
almoxarifado, na instalação dos depósitos, na instalação do refeitório e nas
instalações sanitárias, etc.
Foto 6-2 Refeitório Canteiro de Obras, Condomínio Villágio Della Hípica (Construtora
Cyrela)
53
Foto 6-3 Almoxarifado do Canteiro de Obras, Condomínio Villágio Della Hípica
(Construtora Cyrela). Da esquerda para a direita: Oséas (encarregado do
Almoxarifado); Junior (auxiliar do Almoxarifado); José Wilson, conhecido na Obra
como Maranhão (encarregado de Estrutura e Fachada).
Os locais Móveis, são acomodações das firmas que prestam serviços na
obra e o armazenamento dos materiais no canteiro de obras e a rotatividade
desses locais é semanal e até diária em função da necessidade da obra com
as execuções dos serviços.
No canteiro de obras do Condomínio Villágio Della Hípica, a solução adotada
para acomodar os locais fixos foi analisar os melhores locais para receber
essas instalações levando em consideração muda-los de lugar o menor
número de vezes possível em função do decorrer dos serviços na obra.
Já os locais móveis, a solução adotada foi acomodar os empreiteiros em
cômodos dentro das casas e conforme necessidade na execução dos
serviços os mesmos mudam-se para outra casa conforme orientação da
engenharia.
Uma outra solução que poderia ter sido adotada, é a locação de algum
imóvel ou terreno nas vizinhanças da obra para comportar parte da estrutura
54
do canteiro de obras como escritório, depósito de materiais, alojamento de
empreiteiro,etc.
Os materiais são armazenados ao longo do canteiro de obras (dentro das
casas, na rua interna do Condomínio) (conforme Foto 6-4, Foto 6-5, Foto 6-6
e Foto 6-7) e a programação de entrega dos mesmos tem que ser de acordo
com a execução dos serviços, ou seja, o fornecedor acaba entregando o
material para obra em várias etapas justamente por não haver espaço
suficiente para receber todo o material de uma só vez.
Foto 6-4 Pisograma (material) estocado na rua do Condomínio em frente uma das
casas (Obra Villágio Della Hípica)
Foto 6-5 Azulejo (material) estocado embaixo da escada de acesso ao 2º pavimento de
uma das casas (Obra Villágio Della Hípica)
55
Foto 6-6 Latas de Tinta (material) estocado na garagem de uma das casas (Obra
Villágio Della Hípica)
Foto 6-7 Requadro de Ferro para as tampas das caixas de Hidráulica, Elétrica
(material) estocado no quintal dos fundos de uma das casas
56
Com esta solução adotada, a equipe da obra precisa estar sempre atenta
com o desenrolar das atividades para antecipar a necessidade de entrega de
materiais (pois se faltar material na obra acarretará um prejuízo para todos
(Empreiteiros e Construtora) em função do tempo parado e se vier material
em excesso acarretará em um congestionamento dentro do canteiro
dificultando o transporte interno de materiais e as execuções dos serviços), e
as mudanças nas acomodações para não atrapalhar o andamento da Obra.
Já em um canteiro de obras vertical, como é o caso do Condomínio Hípica
Boulevard (conforme Foto 6-8), o problema da falta de espaço é bem menor,
ou melhor ele acontece apenas no início da Obra.
Foto 6-8 Canteiro de Obras, Condomínio Hípica Boulevard (Construtora Cyrela)
57
No início o problema se caracteriza durante os serviços de execução das
fundações até o início da estrutura do corpo do prédio, pois a partir deste
momento tem-se toda a área das lajes dos subsolos disponíveis para
acomodações de materiais, empreiteiros, almoxarifado, refeitório, etc. Uma
vez que os o grande volume de serviços que estão sendo executados desta
fase da obra até a fase final se localizam no corpo do prédio e no pavimento
térreo.
Com isso torna-se possível obter grandes áreas para que da melhor maneira
possível respeitando e colocando em pratica as normas vigentes se possa
estocar materiais (conforme Foto 6-10 e Foto 6-12), montar almoxarifado
(conforme Foto 6-9), instalar refeitório (conforme Foto 6-11), etc, nos
subsolos de obras verticais como a obra Hípica Boulevard.
Foto 6-9 Almoxarifado da Obra Hípica Boulevard (Construtora Cyrela)
58
Foto 6-10 Armazenamento de Portas, Canteiro de Obras do Condomínio Hípica
Boulevard (Construtora Cyrela)
Foto 6-11 Refeitório, Canteiro de Obras do Condomínio Hípica Boulevard (Construtora
Cyrela)
59
Foto 6-12 Armazenamento de Azulejos, Canteiro de Obras do Condomínio Hípica
Boulevard (Construtora Cyrela)
Em um canteiro de obras vertical, como o do Condomínio Hípica Boulevard,
não existe uma sub-divisão em suas instalações (Locais Fixos e Locais
Móveis), pois em função da área disponível nos subsolos é possível
acomodar todas as instalações sem a necessidade de durante a execução
dos serviços da obra ter que mudá-los muitas vezes de lugar.
É claro que alguma mudança sempre será necessário fazer, em qualquer
tipo de obra, se não for em função do espaço físico será em função do
cumprimento do cronograma de execução dos serviços.
Com o privilégio de ter espaço suficiente disponível para adequar todas as
instalações necessárias do canteiro, a equipe do canteiro de obras vertical
tem a possibilidade de programar a entrega de material para um
determinado serviço de uma forma global, sem ter que dividir esta entrega
em várias fases em função da execução dos serviços.
60
É muito bom para a equipe da obra poder contar com esta possibilidade,
pois é uma preocupação a menos o fato de não ter que receber o mesmo
material aos poucos, pois não corre o risco de deixar a execução do serviço
do material em questão parado, o que acarretaria um enorme prejuízo para a
obra, sem se esquecer que a execução dos serviços são seqüenciais e
portanto um determinado serviço parado muitas vezes pode acarretar a
paralisação de diversos serviços na obra.
Por outro lado, a equipe de um canteiro de obras vertical tem a preocupação
de manter organizado, uma área construída muitas vezes maior que a área
de um canteiro de obras horizontal. Pois em um canteiro horizontal as
atividades da obra se desenvolvem sempre no térreo, local de construção da
obra como um todo, e um canteiro vertical existe diversos níveis de
pavimentos onde estão sendo executados diversos serviços ao mesmo
tempo.
O transporte dos materiais, pesados ou em grande volume, no canteiro de
obras do Condomínio Villágio Della Hípica é executado por uma
Retroescavadeira, esta máquina no canteiro tem a função tanto de
transportar material como de executar serviços. Para o transporte de
materiais, à máquina desloca-se até o ponto onde se armazena o material a
ser transportado, operários da obra carregam a máquina com o material e a
mesma o transporta o material até seu ponto de aplicação.
61
Foto 6-13 Retroescavadeira na função de transportar material, Condomínio Villágio
Della Hípica (Construtora Cyrela)
Foto 6-14 Retroescavadeira na função executar serviços, Condomínio Villágio Della
Hípica (Construtora Cyrela)
62
Já o transporte de materiais, pesados ou em grande volume, no canteiro de
obras do Condomínio Hípica Boulevard, é executado por um elevador
Cremalheira, este elevador no canteiro tem a função de transportar materiais
e trabalhadores, nunca podendo transportar material e trabalhadores ao
mesmo tempo. Para o transporte do material funcionários transportam o
material, em carros com pneus rolantes, até o elevador que transporta o
material até o pavimento onde o mesmo deverá ser utilizado.
6.2 Análise Crítica / Sugestiva
Conforme foi relatado durante o embasamento teórico, não é simples
executar o planejamento de um canteiro de obras vertical, onde há espaço,
quase sempre, suficiente para as acomodações necessárias durante
praticamente todas as fases de execução da obra. Imagine então, executar o
planejamento de um canteiro de obras horizontal onde os espaços são muito
restritos e em todas as fases de execução da obra é difícil adequar este
problema.
Na obra de casas Villágio Della Hípica, é importante por em prática o
conceito de dimensionamento das áreas de estocagem de materiais em
função das frentes de trabalho para, que a equipe da obra possa controlar
de uma forma adequada à demanda de material necessária para o
abastecimento das frentes de serviço que estão em execução durante a fase
da obra em questão.
É bom ressaltar, que mesmo havendo um bom trabalho por parte da equipe
da obra, Villágio Della Hípica, em controlar o abastecimento adequado de
materiais no canteiro de obras e com isso procurar adequar, da melhor
maneira possível, a falta de espaço físico para a acomodação de todas as
instalações necessárias no canteiro de obras, afirma o autor que, será
63
necessário, uma boa quantidade de criatividade e jogo de cintura, por parte
da equipe da obra, Villágio della Hípica, para que seja possível manter
durante todas as fases de execução da obra uma boa organização e assim
proporcionar condições satisfatórias para que as atividades das frentes de
serviço sejam executadas com a qualidade esperada, e exigida por todos
dentro da empresa.
Em relação à obra Hípica Boulevard, fica explicito que o embasamento
teórico se encaixa perfeitamente com o tipo de canteiro de obras desta obra.
Portanto para que a equipe, desta obra, obtenha um resultado satisfatório no
controle de execução dos serviços e na organização física do canteiro, e
assim satisfazer as expectativas de todos da empresa perante a qualidade
na execução da obra, é necessário que se aplique o conceito de planejar a
execução da obra em função da divisão dos serviços a serem executados
para a realização da obra em fases.
Através desta divisão da execução da obra em fases, basta à equipe ser
organizada e implementar os conceitos mencionados neste trabalho para
que seja, até certo ponto tranqüila a execução da obra até a sua fase final.
O autor por ter trabalhado em por 2 (dois) anos em uma obra vertical
(Ipiranga Premium / Construtora Cyrela) similar a obra Hípica Boulevard e
estar trabalhando à 9 (nove) meses na obra horizontal Villágio Della Hípica.
Afirma ter encontrado os maiores problemas, para manter organizado e
controlar a demanda necessária de materiais, para dar condições à
execução dos serviços nas frentes de trabalho, durante todas as fases de
execução, na obra Villágio Della Hípoca. Justamente pela falta de espaços
durante toda a execução da obra.
Sobre o tipo de transporte escolhido em ambas as obras, afirma o autor que
na obra Villágio Della Hípica a questão do custo benefício foi 100%
alcançado. Pois o transporte pesado de materiais é executado por uma
64
retroescavadeira, que tem como principal função, na obra, abrir valas para
execução de frentes de trabalho e acaba sendo utilizada também como o
equipamento que executa o transporte pesado da obra.
Já na obra Hípica Bouleverd, o equipamento escolhido para o transporte
interno de material, o elevador Cremalheira, também é adequado. Mas é
necessário analisar mais profundamente para poder dizer se foi a melhor
escolha em função do custo benefício oferecido pelo mesmo.
65
7 CONCLUSÕES
Pode-se observar, que na prática nem todas as especificações normalizadas
e recomendadas para a implantação de um canteiro de obras acontecem de
verdade e isso é ruim, pois sabemos que as Normas são desenvolvidas para
padronizar de uma forma correta a atividade em questão. Se analisarmos
que as normas são desenvolvidas para que os trabalhadores possam
desenvolver suas funções com mais segurança para si e dentro de um
ambiente de trabalho que seja favorável e propicie um melhor desempenho
e com isso maior produtividade na execução dos serviços, podemos concluir
que a não implantação das normas vigentes acaba prejudicando a todos que
estão envolvidos diretamente ou indiretamente na execução dos serviços da
obra.
No canteiro de obras Villagio Della Hípica, em função da falta de espaço
para a locação das instalações necessárias, nem todos os ambientes da
obra (almoxarife, refeitório, sanitários, etc) foram instalados com o
cumprimento dos requisitos impostos pela Norma, por exemplo, as
instalações sanitárias dos chuveiros não respeita o número mínimo de
pontos necessário em função do número de funcionários da obra. Já no
canteiro de obras Hípica Boulevard, em função de um amplo espaço para a
acomodação de todas as instalações necessárias para o funcionamento do
canteiro, nota-se que todos os requisitos das Normas de implantação de um
canteiro de obras foram seguidos.
Ficou comprovado, que a organização de um canteiro de obras é o principal
fator para que a obra consiga, nas dificuldades do dia a dia, exercer o
mínimo controle necessário sobre canteiro e assim não prejudicar o
andamento dos serviços nem perder o prazo da obra.
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Constatou-se que é muito diferente organizar um canteiro de obras vertical e
um canteiro de obras horizontal, pois no canteiro de obras vertical o espaço
físico disponível é suficiente com isso se pode implantar os conceitos de
divisão da execução da obra em diversas fases distintas de planejamento,
todas obviamente correlacionadas, e com isso consegue-se instalações
apropriadas para comportar o armazenamento de todo o material da obra
em ótimas condições sem danificar o mesmo durante as diversas fases de
execução da obra.
Já no canteiro de obras horizontal este espaço é totalmente restrito, e com
isso as instalações necessárias para dar estrutura de suporte ao canteiro e
os espaços físicos para o armazenamento de materiais, dificilmente, ou
melhor, nunca são disponíveis de forma adequada como deveriam ser. Não
se pode esquecer, que muitas vezes durante a execução da obra é
necessário a transferência destas instalações para outros lugares, pois as
mesmas são executadas em locais onde em função da execução dos
serviços nas frentes de trabalho tornam-se os próximas lugares a se
executar algum tipo de serviço.
Em função disto é necessário um controle diário, por parte da equipe da
obra, para dimensionar a demanda necessária de abastecimento de
materiais para atender as necessidades na execução dos serviços nas
frentes de serviços em execução, pois assim não há desperdício na
utilização de lugares que podem estar alojando instalações importantes na
estrutura do canteiro de obras no armazenamento de materiais que serão
utilizados em frentes de serviços que nem fazem parte da fase atual de
execução da obra.
No canteiro de obras vertical, não há uma preocupação diária sobre
mudança de local de armazenamento de determinado material em função do
andamento dos serviços, pois a obra desenvolve 90% dos seus serviços no
corpo do prédio e as instalações se concentram nos subsolos da obra.
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Em relação ao abastecimento de material, o canteiro de obras vertical tem a
possibilidade de receber todo o material da obra, referente a um tipo de
serviço, para ser estocado em função da disponibilidade de espaços físicos
para o devido armazenamento. Isso já não acontece com um canteiro de
obras horizontal, pois a espaço físico é muito restrito e o abastecimento do
canteiro referente a um determinado material é controlado pela equipe da
obra de acordo com o consumo do mesmo no canteiro, conforme
mencionado anteriormente, tomando-se muito cuidado em não deixar este
material faltar no canteiro, pois acarretaria um prejuízo financeiro a todos na
obra por manter mão-de-obra parada sem produção e acarretar um atraso
no prazo de entrega da obra.
Já o Planejamento de Execução dos Serviços de uma obra horizontal é feito
para no máximo duas ou três semanas, pois a falta de espaço físico faz com
que se torne incompatível a equalização das acomodações necessárias
tanto para as instalações como para o armazenamento dos materiais com o
desenvolvimento dos serviços dentro do canteiro de obras.
Portanto em um canteiro de obras vertical, consegue-se, a longo prazo,
fazer um planejamento de execução dos serviços considerando todas as
etapas da obra sem a necessidade de mudar este planejamento de uma
forma radical em função da falta de espaço ou do início de novas atividades
no canteiro de obras e sim apenas fazer pequenas alterações com o
decorrer das atividades quando necessário.
Em função de todo trabalho desenvolvido, pode-se afirmar que, não se pode
planejar a implantação de um canteiro de obras horizontal, tomando como
modelo o planejamento de uma obra vertical, e vice versa, pois a diferença
na disponibilidade de espaços faz com que o controle na organização e
dimensionamento na demanda de abastecimento dos materiais no canteiro
de obra para proporcionar boas condições de execução dos serviços nas
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frentes de trabalho sejam muito diferentes entre esses dois tipos de canteiro
de obras.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABNT. NR 7. Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional.
ABNT. NR 9. Programa de prevenções de Riscos Ambientais.
ABNT. NR 18. Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção.
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Município de São Paulo. São Paulo: Pini, 1999.
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2000.
AZEREDO, H.A. O Edifício até a sua Cobertura. São Paulo: Edgard
Blucher, 1997.
CIMINO, R. Planejar para Construir. São Paulo: Pini, 1987.
ROUSSELET, E.S. Manual de Procedimentos para Implantação e
Funcionamento de Canteiro de Obras. Rio de Janeiro, RJ, 35p.
FERREIRA, E. A. M. / FRANCO, L. S. Proposta de uma Metodologia para
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SOBES. Manual de Procedimentos para Implantação e Funcionamento
de Canteiro de Obras na Indústria da Construção, São Paulo, SP, 30p.
CYRELA. C. Obra Villágio Della Hípica. 2003.
CYRELA, C. Obra Hípica Boulevard. 2003.
CYRELA, C. Obra Ipiranga Premium. 2002.
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Estudo comparativo entre um canteiro de obras horizontal e outro