XXVII Congresso de Iniciação Científica da UNESP III Fórum Internacional de Iniciação Científica da UNESP Análise de tecnologias de conversão energética de resíduos agroflorestais e agroindustriais. Jorge Lyra Videira José Antônio Perrella Balestieri Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – Câmpus Guaratinguetá Introdução Resultados e Discussão Uma vez que a biomassa é tão importante no Brasil, tanto quanto na participação no PIB quanto na matriz energética, é notável que a geração de resíduos agroflorestais e agroindustriais também tenha um volume muito grande. Milhares de toneladas de resíduos são dispostas de forma inadequada, sendo que poderiam ser utilizadas como uma fonte de energia. Além de baratear os custos da produção, essa energia contribuirá num âmbito ambiental pois o resíduo estará sendo reciclado ao invés de descartado. Para os fluídos testados, os ciclos sem o trocador de calor se mostraram impraticáveis devido as limitações tecnológicas, exceto para o R134a que apresentou um rendimento baixo (4%). Já os ciclos com o trocador apresentaram resultados satisfatórios para todos os fluídos testados, em especial o R245fa que teve o maior rendimento (11,1%). Objetivos O objetivo deste trabalho é estudar todo o processo que envolve a geração de energia mecânica a partir dos resíduos de biomassa. Além disso, será simulado um ciclo termodinâmico para este fim com os dados obtidos durante o trabalho. Material e Método Primeiramente foram analisados os seguintes métodos de conversão de biomassa em energia térmica: gaseificação, pirólise e combustão. Este último foi o empregado neste trabalho devido sua maior viabilidade. Em seguida foram pesquisadas as disponibilidades anuais e os poderes caloríficos de três resíduos agroflorestais: casca de coco, resíduos de pinho e casca de castanha de caju. Bem como o tratamento destes para serem queimados: produção do carvão a partir da casca de coco e de pellets a partir dos resíduos de madeira. Após isso, o ciclo Rankine Orgânico foi o ciclo termodinâmico selecionado por ser o mais adequado para esta aplicação. Entre os fluídos operantes mais indicados foram selecionados 5 para a simulação do ciclo: R134b, R600a, R123 e R245fa, R227ea. Essa simulação foi feita de duas formas: uma com um trocador de calor entre a saída da turbina e a saída da bomba, e um sem. Ambos serão simulados pelo software Engeneering Equation Solver. Os parâmetros do ciclo foram selecionados de modo a se obter o maior rendimento total possível. Por último foi testado um ciclo Rankine com trocador operado a vapor com os mesmos Figura 1 - Ciclo Rankine parametros do ciclo com o Orgânica com trocador de calor trocador de calor. (2015). Financiamento Combustível Casca de Carvão de Casca Pellets pinho castanha de caju de coco Vasão de combustível [kg/s] PCI [kJ/kg] ɳ Total ɳ Turbina Vazão de fluído operante[kg/s] W Bomba [kW] 0,182 1,82 5,84 10-3 18907,6 0,111 0,894 13,72 30750 0,112 0,894 223,35 18754 0,111 0,89 0,44 18,18 296,03 0,58 6559,64 12,71 W Turbina [kW] 402,9 Tabela 1 – Resultado da simulação do ciclo utilizando o fluído R245fa O ciclo operado a vapor apresentou um rendimento maior, 25,84%, e gerou 14,59MW de potência. Conclusões A combinação que apresentou maior rendimento foi a do ciclo com o trocador de calor empregando o fluído R245fa. A implementação do ciclo é mais indicada para o caso da utilização da casca de castanha de caju devido a potência gerada estar no limites ideais de um ciclo ORC. Já o caso do carvão da casca de coco pode-se utilizar o ciclo a vapor. Figura 2 - Diagrama T-s do ciclo ORC com trocador de calor utilizando o R245fa como fluído de trabalho (2015). Bibliografia SONNTAG, R. E.; BORGNAKKE, C.; WYLEN, G. J. V. Fundamentos da Termodâmica. 7. ed. traduzida. São Paulo: Edgard Blücher, 2003. 577p. Agradecimentos Agradeço ao Profº Perrella pela orientação e oportunidade de trabalhar com o tema.