1 UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO VANESSA SANTOS GODINHO PEREIRA FREQUÊNCIA DE INFRAÇÕES DE TRÂNSITO COMETIDAS POR MOTORISTAS MACEIÓ-AL 2013 2 VANESSA SANTOS GODINHO PEREIRA FREQUÊNCIA DE INFRAÇÕES DE TRÂNSITO COMETIDAS POR MOTORISTAS Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito. Orientador: Prof. Dr. Jorge Luís de Souza Riscado. MACEIÓ-AL 2013 3 VANESSA SANTOS GODINHO PEREIRA FREQUÊNCIA DE INFRAÇÕES DE TRÂNSITO COMETIDAS POR MOTORISTAS Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito. APROVADO EM ____/____/____ ________________________________________________________ PROF. DR. JORGE LUÍS DE SOUZA RISCADO. ORIENTADOR _______________________________________________________ PROF. DR. LIÉRCIO PINHEIRO DE ARAÚJO BANCA EXAMINADORA ________________________________________________________ PROF. ESP. FRANKLIN BARBOSA BEZERRA BANCA EXAMINADORA 4 DEDICATÓRIA A meus colegas de classe e professores que me ajudaram no processo de construção e enriquecimento de conhecimento, cada um com suas particularidades. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço à meus pais por apoiarem meus estudos e minhas escolhas profissionais, sempre com muito carinho e dedicação. 6 “Eduquem as crianças, e não será necessário castigar os homens” (PITÁGORAS) 7 RESUMO O presente trabalho versa sobre as infrações de trânsito cometidas por motoristas da categoria B, da cidade de Salvador-BA. A alta frequência destas tem sido motivo de espanto para os cidadãos que buscam por uma sociedade mais organizada. Os motivos que levam os motoristas a desrespeitarem as leis são os mais diversos e é sabido que os governantes precisam se engajar mais nas políticas sociais de trânsito, estimulando os motoristas a dirigir de acordo com a direção defensiva - não somente aqueles que acabaram de receber a autorização para dirigir, mas também os mais experientes. O trabalho sugere formas de como um bom comportamento no trânsito pode ser estendido por toda a vida do motorista responsável. A abordagem da pesquisa é quantitativa e foi utilizado um questionário com oito perguntas e quatro opções de resposta, distribuídos para 200 sujeitos, sendo que 100 sujeitos acabaram de receber a permissão para dirigir e os outros 100 dirigem há mais de seis anos. Desta forma, permitiu-se comparar se aqueles que dirigem há mais tempo admitem cometer uma frequência maior de infrações de trânsito. Os resultados ajudaram a confirmar o que era esperado: os motoristas mais experientes cometem uma frequência maior de infrações do que os menos experientes. Este fato precisa ser mudado para que possamos viver de forma mais harmônica e menos perigosa no ambiente de trânsito. Palavras-chave: Acidente de Trânsito, Carteira Nacional de Habilitação, Direção Defensiva. 8 ABSTRACT This research discusses the traffic violations committed by drivers of category B, the city of Salvador, Bahia. The high frequency of these has been a matter of astonishment to citizens seeking a more organized society. The reasons motorists to disregard the laws are diverse and it is known that governments need to engage more in social traffic, encouraging motorists to drive according to defensive driving not only those who have just received the authorization to drive, but also the most experienced. The paper suggests ways of how a good behavior in traffic can be extended throughout the life of the responsible driver. The research approach is quantitative and has been used a questionnaire with eight questions and four response options, distributed to 200 subjects, 100 subjects who had just received permission to drive and the other 100 head for over six years. Thus allowed to compare if those who run for longer admit committing a higher frequency of traffic violations. The results helped confirm what was expected: the more experienced drivers commit violations more frequently than less experienced. This fact needs to be changed so we can live in a more harmonious and less dangerous in traffic environment. Keywords: Traffic Accidents, Driver's License, Defensive Driving, . 9 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Gráfico 1 – Gênero dos sujeitos com anos de experiência em direção, em porcentagem. ......................................................................................... 29 Gráfico 2 – Faixa etária dos sujeitos com anos de experiência em direção, em porcentagem. ......................................................................................... 30 Gráfico 3 - Distribuição segundo ano de experiência em direção e transitar em velocidade superior à máxima permitida para o local, em porcentagem. ......................................................................................... 32 Gráfico 4 - Distribuição segundo ano de experiência em direção e avançar o sinal vermelho do semáforo, em porcentagem. .............................................. 32 Gráfico 5 - Distribuição segundo ano de experiência em direção e parar o veículo sobre a faixa de pedestres na mudança do sinal luminoso, em porcentagem. ......................................................................................... 33 Gráfico 6 - Distribuição segundo ano de experiência em direção e dirigir o veículo utilizando-se de fones de ouvido conectados a aparelhagem sonora, em porcentagem. ................................................................................... 33 Gráfico 7 - Distribuição segundo ano de experiência em direção e estacionar o veículo no passeio ou sobre faixa destinada a pedestre, em porcentagem. ......................................................................................... 33 Gráfico 8 - Distribuição segundo ano de experiência em direção e estacionar o veículo em desacordo com as condições regulamentadas especificamente pela sinalização, em porcentagem. ............................. 34 Gráfico 9 - Distribuição segundo ano de experiência em direção e deixar de usar o cinto de segurança, em porcentagem. ................................................... 34 Gráfico 10 - Distribuição segundo ano de experiência em direção e permitir que o passageiro não use o cinto de segurança, em porcentagem. ................ 34 10 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CNH – Carteira Nacional de Habilitação CTB – Código de Trânsito Brasileiro DETRAN – Departamento Nacional de Trânsito PPD – Permissão para Dirigir TRANSALVADOR – Superintendência de Trânsitos e Transporte de Salvador 11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 14 2.1 Trânsito ............................................................................................................. 14 2.2 Psicologia Social no Trânsito ......................................................................... 15 2.3 Processo de Aquisição da Carteira Nacional de Habilitação ....................... 16 2.4 Infrações de Trânsito mais Cometidas por Condutores da Cidade de Salvador ............................................................................................................. 18 2.5 Medidas de Redução e Prevenção de Infrações de Trânsito ....................... 18 2.6 Direção Defensiva - Especificidades .............................................................. 23 3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 27 3.1 Ética ................................................................................................................... 27 3.2 Tipo de Pesquisa .............................................................................................. 27 3.3 Universo ............................................................................................................ 27 3.4 Sujeitos da Amostra ......................................................................................... 27 3.5 Instrumento de Coleta de Dados .................................................................... 28 3.6 Plano de Coleta de Dados ............................................................................... 28 3.7 Plano de Análise de Dados.............................................................................. 28 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 29 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 36 APÊNDICE ................................................................................................................ 38 ANEXO ..................................................................................................................... 39 12 1 INTRODUÇÃO O ato de dirigir não corresponde simplesmente a conduzir um veículo. Cada sujeito tem sua história, personalidade, interesses, necessidades e busca satisfação dos seus desejos, o que gera conflitos no trânsito, pois cada um interpreta as regras estabelecidas de acordo com sua visão subjetiva do mundo. Nesta busca individual por satisfação, o condutor toma decisões para seu benefício próprio, tendo atitudes e comportamentos que podem colocar em risco a segurança no trânsito. Neste processo, alguns indivíduos agem de acordo com a lei, outros não. Deste modo, o homem, por meio de seus comportamentos, acaba estabelecendo de que forma o trânsito vai funcionar (TEBALDI & FERREIRA, 2004). Visto que cada sujeito tende a tomar decisões a partir de valores próprios, pensou-se na importância de desenvolver uma pesquisa que investigasse de que forma os motoristas poderiam pensar mais no coletivo. Dirigir é tomar decisões em um período curto de tempo e nem sempre essas são pautadas em um benefício comum. Muitos motoristas acabam por cometer números altos de infrações de trânsito. As infrações de trânsito podem culminar em acidentes graves, que podem envolver vitimas ou não. Segundo a Superintendência de Trânsito e Transporte do Salvador, o número de ocorrência de acidentes no ano de 2010 foi de 38.790 e no ano de 2011 o número caiu para 16.897 (levando-se em consideração que os dados foram atualizados no mês julho de 2011 e a contagem dos meses restantes não foi demonstrada). O indicie de acidentes com vitimas não fatais no ano de 2010 foi de 8.682 e de não fatais foi de 266. Já no ano de 2011 (no período de Janeiro à Julho), foram computados 4.301 acidentes com vitimas não fatais e 119 com vitimas fatais. Os dados demonstrados são alarmantes e devem servir como um aviso para os líderes soteropolitanos, de que adotem medidas que incentivem ainda mais a direção defensiva dos condutores. Conhecendo a prevalência de certos comportamentos que aumentam os riscos de desenvolvimento de acidentes de trânsito, torna-se possível intervir e mudar determinadas condutas, reduzindo assim o número de acidentes e mortes. Além disso, a segurança no trânsito é um problema atual, sério e mundial, absolutamente urgente no Brasil e no Estado da Bahia. Não obstante a importância e atualidade do tema, ainda são escassos os trabalhos que avaliam a segurança no trânsito e as características comportamentais dos condutores. 13 Diante dos fatos apresentados, o presente trabalho teve por objetivo verificar se os motoristas habilitados que dirigem há mais de seis anos relatam cometer um maior número de infrações de trânsito do que os motoristas recém habilitados (que dirigem desde que possuíram a Permissão Para Dirigir até seis anos de experiência em direção), pertencentes à categoria B, na cidade de Salvador, Bahia. A pesquisa é de importante colaboração social, pois chama atenção para o fato de que os líderes do nosso país podem pensar de que forma o comportamento desejado no trânsito pode ser perpetuado por mais tempo nas interações sociais, e não se limite aos motoristas recém-habilitados. 14 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Trânsito De acordo com o dicionário Michaelis (2010), a palavra “trânsito”, significa ação ou efeito de transitar; movimento de pedestres e veículos que transitam nas cidades ou estradas. Já o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), instituído pela lei nº 9.503, de 23 de Setembro de 1997, Artigo 1º, parágrafo 1º, considera “trânsito” a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga e descarga. Rozestraten (1988, p.4) define este conceito como sendo um “conjunto de deslocamentos de pessoas e veículos nas vias públicas, dentro de um sistema convencional de normas, que tem por fim assegurar a integridade de seus participantes”. Ferreira (2006) concorda com tal conceito quando se refere ao sistema de trânsito como um conjunto de todos os deslocamentos diários de pessoas pelas calçadas e vias públicas, ou seja, a movimentação geral de pedestres e veículos. Este sistema acontece em espaço público e reflete o movimento de múltiplos interesses, atendendo às necessidades de trabalho, educação, lazer, entre outros. Para garantir o equilíbrio entre estes interesses coletivos é que se estabelecem as leis de trânsito. As diversas definições apresentadas acima são complementares e todas levam a uma ideia de movimento, ou de algo que está em circulação. A mobilidade do cidadão no espaço social é um ponto importante quando se fala do trânsito, pois a liberdade de ir e vir, de atingir o destino desejado com segurança, de satisfação das necessidades é um direito de todos (FERREIRA, 2006). Atualmente, percebe-se que o trânsito é um grande problema urbano, o qual está no centro das atividades do mundo contemporâneo, já que deslocar-se é fundamental para a sobrevivência (PASTORE, 2008). Segundo Ferreira (2006), o trânsito consiste em um fenômeno complexo que, para ser compreendido, requer cada vez mais estudos e pesquisas. 15 2.2 Psicologia Social no Trânsito Para se entender o comportamento do condutor e consequentemente o trânsito, é necessário estudar a importância do grupo social imediato na formação do individuo. A Psicologia Social se encube disto e, segundo Machado (2011), esta é uma área da Psicologia que propõe analisar a realidade social, política e histórica de uma comunidade, estudando a interação entre indivíduos, grupo e sociedade. Segundo Lane (1993), o objetivo da Psicologia Social é conhecer o individuo no conjunto das suas relações sociais, tanto naquilo que lhe é especifico como naquilo em que é manifestação social. A Psicologia Social também se interessa em como o sujeito se relaciona com questões políticas, de consciência e de cidadania. Conforme Machado (2011), o trânsito é uma questão de cunho social. Ele reflete, de forma contínua, os conflitos existentes na sociedade em que está imerso, como por exemplo, a competição, a falta de educação, o egoísmo, a pouca consciência coletiva e um conceito de cidadania deturpado. Lemes (2011) concorda com a autora quando afirma que o comportamento no trânsito pode ser considerado uma manifestação do sistema cultural de um povo. Rozestraten (1988) afirma que o homem “dirige como vive”, ou seja, quem se comporta de maneira ajustada na sociedade, se comporta como tal no trânsito. Machado (2011) reforça que o trânsito nada mais é do que um fruto da sociedade que por sua vez, tem atributos e características próprias. Nota-se que vivemos numa sociedade desorganizada, desigual e muitas vezes desumanizada, que se preocupa pouco com o coletivo e muito com o individual. Tais fatores serão refletidos nas interações entre pessoas e grupos, portanto o trânsito não ficaria de fora desta descrição. Assim, pode-se dizer que o trânsito é caótico porque a sociedade é caótica. Por nossa sociedade ser muito autoritária e pouco altruísta, é frequente que os motoristas lembrem-se sempre de seus direitos no trânsito, porém os deveres ficam em segundo plano, quase que esquecidos. Sempre existiram conflitos quando se relacionam os interesses particulares e os interesses comuns, isto é, o que eu quero como individuo para o meu bem, e o que é melhor para a minha comunidade, pensando, neste momento, como cidadão. Esses interesses são muitas vezes difíceis de conciliar: por exemplo, eu quero ir até determinado lugar e tenho de aguardar os sinais de trânsito ficarem verdes para mim, dando direito à passagem para outros motoristas que tem a mesma pretensão que eu. Porém, se por algum 16 motivo, o sinal demora mais para o outro lado, meus interesses se sobrepõe à minha sensatez e me sinto automaticamente lesado (MACHADO, 2011) Machado (2011) sugere que, para que estes problemas deixem de ocorrer, as pessoas precisam resgatar a ideia do espaço urbano como local de democracia, de exercício de cidadania, de respeito e civilidade. É preciso educar as novas e velhas gerações para o mundo urbano, para a convivência e solidariedade. É preciso acreditar na Educação como fonte para mudança social e aplicá-la na prática da direção. 2.3 Processo de Aquisição da Carteira Nacional de Habilitação Conforme o artigo 143 do Código Brasileiro de Trânsito, o cidadão que seja penalmente imputável, saiba ler e escrever e possua Carteira de Identidade ou equivalente, pode se candidatar à obtenção de CNH das categorias A à E. A Carteira Nacional de Habilitação de categoria B, que está em foco na presente pesquisa, deve ser utilizada por: “Condutores de veículo motorizado, não abrangido pela categoria A, cujo peso bruto total não exceda a três mil e quinhentos quilogramas e cuja lotação não exceda a oito lugares, excluindo o do motorista”. Devido a um número alto de ocorrências de acidentes de trânsito no país, o Código de Trânsito Brasileiro começou a exigir uma preparação formal de condutores veiculares, de forma que sejam submetidos à cursos teórico-técnicos e de prática de direção veicular, nos quais aborda temas como direção defensiva, proteção ao meio ambiente e primeiros socorros (FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS, 2005). O artigo 147 do código ainda destaca que o candidato à habilitação deverá submeter-se a exames realizados pelo órgão executivo de trânsito, na seguinte ordem: de aptidão física e mental, escrito, sobre legislação de trânsito; de noções de primeiros socorros, conforme regulamentação do Conselho Nacional de Trânsito e de direção veicular, realizado na via pública, em veículo da categoria para a qual estiver habilitando-se. Ratificando o que foi descrito na cartilha pela Fundação Carlos Chagas (2005), o artigo 148 assinala que o curso de direção defensiva e de conceitos básicos de proteção ao meio ambiente relacionados com o trânsito, devem ser conteúdos obrigatórios. Ainda no artigo 148 é postulado que, primeiramente, o condutor recebe uma carteira provisória nomeada como Permissão para Dirigir, que é válida durante um ano. Caso o mesmo não tenha cometido nenhuma infração de 17 natureza grave ou gravíssima, ou seja, reincidente em infração média, tem o direito de recebimento da Carteira Nacional de Habilitação. O condutor que não tenha atendido tal critério disposto deve reiniciar todo o processo de aquisição de habilitação. Como forma de reduzir ainda mais o indicie de acidentes, pensou-se também nos cidadãos já habilitados e a renovação da CNH passou a ser demandada como uma maneira de atualizar o motorista mais experiente e estimular os comportamentos adequados no trânsito. (FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS, 2005). No sistema de avaliação também chamado de “autodidata”, o candidato já habilitado estuda as disciplinas “direção defensiva” e “primeiros socorros” por conta própria, através de apostilas educativas. Após isto, o candidato deve ser avaliado através de um teste que contém trinta questões, devendo acertar um mínimo de vinte e uma para obtenção do certificado (que equivale a 70% de acerto), durante o tempo de quarenta minutos. Caso o sujeito não acerte o mínimo exigido, terá que se matricular no curso de renovação da auto-escola que possui duração de três dias (cumprindo um total de quinze horas) e tem como conteúdo as mesmas matérias que compõe o teste (GUIATRANSITO). Segundo o artigo 147 do CTB, o exame de aptidão física e mental, além de ser preliminar para os outros exames, deve ser renovável a cada cinco anos para aqueles que já são habilitados. Para os condutores com mais de sessenta e cinco anos de idade, o exame deve ser feito a cada três anos. Mesmo que a CTB obrigue que a responsabilidade da formação de novos condutores seja da autoescola, é comum que as pessoas aprendam a dirigir de uma maneira informal, através de seus pais ou pessoas conhecidas sem especialização na área. De acordo com o CTB, as autoescolas devem conter instrutores devidamente capacitados e autorizados pelo DETRAN para a educação no trânsito. Porém, não é isto que vêm ocorrendo há alguns anos. O risco da educação informal é que muitas vezes as pessoas não sabem ensinar a dirigir de maneira correta e podem acabar transmitindo “vícios de direção” ao condutor iniciante. Assim, os erros e comportamentos inapropriados vão sendo repassados, mesmo que esta não seja a intenção de quem ensina. É essencial que o condutor comece a dirigir na autoescola e desenvolva competências e habilidades de direção em um ambiente favorável para tal objetivo. Os professores devidamente treinados possuem um olhar especializado em direção, portanto sabem fornecer feedbacks e corrigir o aluno mais apropriadamente (CRISTO, 2012). 18 2.4 Infrações de Trânsito mais Cometidas por Condutores da Cidade de Salvador De acordo com dados publicados pela Superintendência de Trânsito e Transporte do Salvador (TRANSALVADOR), as infrações de trânsito mais cometidas pelos condutores da cidade de Salvador nos últimos tempos são: Transitar em velocidade superior à máxima permitida para o local em até 20% - vias de trânsito rápido e vias arteriais, de natureza média, equivalente a quatro pontos na carteira e uma multa no valor de R$ 85,13; Transitar em velocidade superior à máxima permitida para o local em mais de 20% até 50% - vias de trânsito rápido e vias arteriais, de natureza grave, equivalente a cinco pontos na carteira e uma multa no valor de R$ 127,69; Transitar em velocidade superior à máxima permitida para o local em mais de 50% - vias de trânsito rápido e vias arteriais, de natureza gravíssima, equivalente a sete pontos na carteira e uma multa no valor de R$ 574,62; Avançar o sinal vermelho do semáforo, de natureza gravíssima, equivalente a sete pontos na carteira e uma multa no valor de R$ 191,54; Parar o veículo sobre a faixa de pedestres na mudança do sinal luminoso, de natureza média, equivalente a quatro pontos na carteira e multa no valor de R$ 85,13; Dirigir o veículo utilizando-se de fones de ouvido conectados a aparelhagem sonora, de natureza média, equivalente a quatro pontos na carteira e uma multa no valor de R$ 85,13; Estacionar o veículo no passeio ou sobre faixa destinada a pedestre, de natureza grave, equivalente a cinco pontos da carteira e uma multa no valor de R$ 127,69; Estacionar o veículo em desacordo com as condições regulamentadas especificamente pela sinalização, de natureza leve, equivalente a três pontos na carteira e multa no valor de R$ 53,20; Deixar o condutor ou passageiro de usar o cinto de segurança, de natureza grave, equivalente a cinco pontos na carteira e multa no valor de R$ 127,69. 2.5 Medidas de Redução e Prevenção de Infrações de Trânsito O trânsito pode envolver problemas que se configuram na perspectiva do meio ambiente, influenciam na qualidade de vida das pessoas e, muitas vezes, são casos de alarde na saúde pública (MORETZSOHN & MACEDO, 2005). Entre os fatores que favorecem a ocorrência de um elevado índice de acidentes, o fator 19 humano é considerado o principal, pois sem ele o trânsito não existiria. Por isso, os comportamentos no trânsito têm sido objeto de estudo tanto para as ciências do comportamento quanto para o campo da saúde pública (MARÍN-LEÓN & VIZZOTTO, 2003). Sabendo-se que a alta frequência de infrações de trânsito cometidas por motoristas podem gerar problemas que se adentram no campo da saúde pública, o governo oferece campanhas para a educação no trânsito e direção defensiva a fim de prevenir acidentes, mas ainda assim predomina-se a falta de consciência e de cidadania da população, o que torna o trânsito um lugar de expressão de aborrecimento e falta de respeito entre as pessoas (PASTORE, 2008). Uma forma encontrada de tentar prevenir comportamentos de transgressão e agressividade no trânsito é através da avaliação psicológica, porém alguns estudiosos têm discutido este procedimento. Tanto a literatura nacional em Psicologia do Trânsito quanto a internacional tem questionado se avaliar aspectos psicológicos dos motoristas traz uma efetiva colaboração para a redução dos acidentes ou das infrações. Muitos são os estudos que apontam a inexistência de pesquisas que comprovam a validade preditiva dos testes psicológicos em relação aos acidentes de trânsito e a dificuldade em se estabelecer critérios válidos de segurança (ABERG, 2003; ALCHIERI & STROEHER, 2002; GROEGER, 2003; RISSER, 2003; SILVA & ALCHIERI, 2007). Em particular, a Psicologia do Trânsito no Brasil sempre esteve vinculada à aplicação de testes no processo de habilitação de motoristas. Apenas a partir da década de 80 passou-se a buscar a ampliação do campo de atuação dos psicólogos no sistema de trânsito, locando o profissional do campo do trânsito para a educação e pesquisa. Outra forma de tentar prevenir as infrações de trânsito é sugerida por Hoffman & Filho (2011), que ressaltam que é imprescindível incluir, no currículo dos alunos do ensino básico e superior, uma educação para o trânsito, que está associada à educação social. Esta formação almeja a estimulação de hábitos de cidadania em crianças e adolescentes. A idéia é buscar métodos ativos que envolvam o aluno individual e socialmente em atividades com este cunho. E o que seria a educação para o trânsito? Os autores Hoffman & Filho (2011) salientam que a educação para o trânsito não se trata de oferecer conteúdos de instrução ou recomendações 20 práticas, mas de criar e exercitar com os alunos certos hábitos e atitudes que favoreçam a convivência correta e aceitação das normas sociais. Lemes (2011) concorda quando afirma que, uma maneira de tentar reduzir o número de infrações no transito, é através da Educação como matéria curricular obrigatória até o Ensino Médio, considerando que a grande parte da vida de uma pessoa é gastada em situações de deslocamento e trânsito, seja como condutor, passageiro ou pedestre. O objetivo é a formação de alunos como cidadãos responsáveis pela própria sobrevivência, praticando o respeito aos demais e às normas. Conforme Hoffman & Filho (2011, p.83) assinalam, a educação para o trânsito deve ser entendida como “um conjunto de valores, normas, princípios, hábitos, que determina e ajuda a possibilitar a convivência social entre as pessoas, mas com um conteúdo próprio”. Segundo Cristo (2012), o nosso modelo de educação atual está muito mais focado nos aspectos de descrição e de memorização das normas de circulação do que na reflexão e na compreensão das prováveis consequências, para si e para os outros. A forma como o conteúdo didático é transmitido para os alunos pode colaborar para que estes fiquem com a sensação de que devem simplesmente obedecer às regras, sem um motivo mais profundo ou importante. O autor assinala que este pode ser um dos motivos que levem os condutores a desrespeitar em alta frequência as normas de trânsito, ou que levem aos condutores com menos experiência à respeitar as normas por um curto período de tempo, não se mantendo à longo prazo. Com esta forma de educar vigente, é comum que os alunos memorizem as regras para serem aprovados na avaliação teórica e prática do DETRAN, mas depois esqueçam o que foi aprendido ou deliberem por vontade própria que determinada norma não precisa ser respeitada. Mesmo que o condutor saiba quais são as normas de trânsito, não significa que irá adquirir um comportamento adequado para o trânsito. Alguns podem ser motivados por outros fatores, tais como a falta de paciência, a pressa, e até o excesso de autoconfiança, comum nos motoristas que dirigem há mais tempo (CRISTO, 2012). O autor ainda se questiona: “Será então que nosso modelo de educação para o trânsito não está oferecendo subsídios, razões ou justificativas suficientes para que os nossos condutores obedeçam às leis?” A educação para o trânsito atual parece não dar razoes suficientes para que as pessoas obedeçam ao CTB. Desse modo, ela pode 21 não cumprir o seu escopo principal, que é o de possibilitar a boa convivência e a segurança nos deslocamentos dos indivíduos. É imprescindível que a educação no trânsito trabalhe as possíveis consequências do não cumprimento das normas. As multas e os danos materiais são o mínimo em termos de prejuízo. Os condutores devem imaginar como seria a dor da perda de um ente querido, de uma parte do seu próprio corpo ou até da possibilidade de nunca mais poder andar. O desafio da educação para o trânsito na formação do condutor é o de centrar-se nas consequências e nos riscos advindos do não cumprimento das normas de circulação em vez de focar apenas em sua memorização (CRISTO, 2012). Uma recomendação importante é que o professor se conecte com o “mundo” e valores de seus alunos, fornecendo condições e instrumentos para que estes aprendam e exercitem o respeito aos valores e normas de convivência social. O aluno não chega à sala de aula vazio de ideias e sim, com uma bagagem de experiências e opiniões formadas (HOFFMAN & FILHO, 2011). O artigo 76 do CTB (1997) determina que a educação para o trânsito seja promovida na Pré-Escola e nas Escolas de 1o, 2o e 3o grau. Ou seja, tanto na educação básica quanto na educação superior. O CTB (1997) também contempla que o Ministério da Educação e do Desporto, mediante proposta do Conselho Nacional de Transito, deve promover: I - A adoção, em todos os níveis do ensino, de um currículo interdisciplinar com conteúdos programáticos sobre segurança do transito; II - A adoção de conteúdos relativos à educação para o transito nas escolas de formação para o magistério e o treinamento de professores e multiplicadores; III - A criação de corpos técnicos interprofissionais para levantamento e análise de dados estatísticos relativos ao transito; IV - A elaboração de planos de redução de acidentes de transito junto aos núcleos interdisciplinares universitários de transito, com vistas à integração universidadessociedade na área do transito. (CTB, 1997, p 34) O artigo 78 do CTB (1997) ainda determina que sejam implementados programas destinados à prevenção de acidentes. Cristo (2012) critica o CTB quando assinala que o código expõe a maneira adequada de se comportar no trânsito, mas não demonstra as razões pelas quais os legisladores estabeleceram tais normas. O autor afirma que é difícil o condutor seguir uma norma sem antes entender sua importância e procedência e que o CTB 22 deve ser lido a partir de uma postura crítica e reflexiva, sendo papel do educador instigar tal postura dos alunos. Os autores Hoffman & Filho (2011) propõem algumas estratégias ao se tratar de educação para o trânsito. Primeiramente, ressaltam que o professor é modelo de comportamento para o aluno e suas atitudes repercutem no desenvolvimento do aluno. Portanto, o educador deve se atentar se está seguindo as normas estabelecidas dentro e fora de sala de aula, ao atravessar a rua, por exemplo. O professor deve também valorizar o aluno, ressaltando o que este já sabe a respeito do mundo do trânsito e possibilitando que o aluno expresse seus valores e crenças. Outro ponto ressaltado foi o sentimento de solidariedade, indispensável ao conteúdo programático. Alguns exemplos são o de ajudar os idosos a atravessarem a rua, ajudar pessoas portadoras de necessidades especiais na entrada e saída de veículos, etc. Segundo Hoffman & Filho (2011), algumas atividades em grupo se mostram bastante eficazes, como o debate, a mesa-redonda, os jogos e a simulação. São sugeridos exercícios de simulação de situações reais de trânsito, assim, os alunos podem representar personagens como condutor infrator, guarda municipal, pedestre, entre outros e, em seguida, discutir a cena representada ressaltando as normas que foram negligenciadas pelo condutor, como também outras questões que venham a aparecer no processo de realização da atividade. Além disso, a simulação de papéis sociais ajuda o aluno a se colocar no lugar do outro. Os jogos podem ser realizados por meio de maquetes de trânsito e normas elaboradas pelos próprios alunos. O pátio da escola também pode ser um cenário de jogo, no qual os alunos representam os diversos aspectos da circulação humana, podendo terminar com a realização de murais e painéis. Um dos quesitos para isso é a eliminação da conotação de competição, pois é natural que em situação de competitividade os alunos fiquem mais agressivos. A educação para o trânsito não pode ser tratada como um conteúdo independente. Seus conhecimentos se encontram nas áreas de ciências sociais e humanas, uma vez que integra o homem, o meio ambiente e a realidade social e assim, o contexto em que vive o aluno. Atualmente, é preciso que o profissional desta área assuma seu lugar na multiplicidade e na complexidade do sistema de trânsito em seus aspectos interdisciplinares, para que, assim, desenvolva outras formas de atuação. O profissional necessita estar engajado com o estudo das 23 cidades e do seu planejamento urbano, da saúde pública, do convívio humano, da diversidade, da pluralidade, das diferenças individuais e sociais e da mobilidade e circulação humana (MORETZSOHN & MACEDO, 2005). A Psicologia do Trânsito, além de estar ligada às diversas áreas da Psicologia, também requer contatos com profissionais de diferentes áreas, como por exemplo, Engenharia, Medicina do trabalho, Estatística, Ergonomia, Sociologia, Direito, Criminologia, entre outras (ROZESTRATEN, 1981). Segundo Lemes (2011), além da Educação, outro setor que deve ser aprimorado é o de fiscalização. A última atualização do CTB trouxe a definição dos crimes de trânsito inseridos nos artigos 302 ao 312, como também as penas para os infratores. Porém, tal inovação trouxe muitas controvérsias e algumas pessoas passaram a questionar a aplicabilidade das penas. É notória a falta de pessoal, as falhas de aplicação na lei e precariedade da integração do controle do trânsito pelo Estado, frustrando a ideia de gerar uma nova cultura entre os usuários. Dito isto, a autora sugere que a fiscalização deve ser mais rápida no atendimento às necessidades de controle dos acidentes e punição de comportamentos inapropriados, através da modernização ou investimento em equipamentos de alta tecnologia, do treinamento especializado e da remuneração adequada às responsabilidades dos fiscalizadores do trânsito. Outra preocupação é a impunidade dos crimes de trânsito. O CTB é conhecido por ser uma legislação rígida, mas que infelizmente não é refletida na prática. Os radares de velocidade só fazem o condutor reduzir a velocidade instantes antes de passar por este, significando dizer que o comportamento está sendo controlado pelo receio de ser punido. Neste caso, sugere-se que além da multa em dinheiro para pessoas que cometem tal infração, seja aplicada a obrigatoriedade em realizar trabalhos comunitários, referenciando novamente à presença de uma Educação para o Trânsito mais elaborada (LEMES, 2011). 2.6 Direção Defensiva - Especificidades É impossível falar sobre a possibilidade de redução de infrações de trânsito sem falar sobre a direção defensiva, já que esta é condição necessária para a queda de números de acidentes e transgressões no trânsito. A direção defensiva é um assunto que vem sido pensado e discutido pelos governantes do país desde 1997, 24 ano em que a lei no 9.503 instituiu o Código de Trânsito Brasileiro. É assinalado no segundo parágrafo do art. 1º: O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das respectivas competências, adotar as medidas destinadas a assegurar esse direito (Congresso Nacional, 1997). Segundo a Fundação Carlos Chagas (2005), para que o trânsito exista em condições seguras, é preciso que os cidadãos desenvolvam uma boa convivência social e assim sendo, alguns comportamentos precisam fazer parte da rotina do condutor. Comportamentos estes que não podem ser pautados em interesses individuais, as decisões no trânsito precisam ser baseadas em um bem coletivo. Alguns princípios e valores são a base para um bom relacionamento e convívio social deste âmbito: a dignidade da pessoa humana, a igualdade de direitos, a participação e o principio da corresponsabilidade pela vida social. A dignidade da pessoa humana é o princípio universal do qual derivam os Direitos Humanos e os valores e atitudes fundamentais para o convívio social democrático. A igualdade de direitos é a possibilidade de exercer a cidadania plenamente através da equidade, isto é, a necessidade de considerar as diferenças das pessoas para garantir a igualdade, fundamentando a solidariedade. A participação é o princípio que fundamenta a mobilização das pessoas para organizar-se em torno dos problemas de trânsito e suas conseqüências para a sociedade. Por fim, a corresponsabilidade pela vida social é descrita como uma forma de valorizar comportamentos necessários à segurança no trânsito e à efetivação do direito de mobilidade a todos os cidadãos. Tanto o Governo quanto a população têm sua parcela de contribuição para um trânsito melhor e mais seguro (FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS, 2005). Esses princípios também podem ser encontrados na Constituição da República Federativa do Brasil, promulgado em 1988 pelo Senado Federal. A direção defensiva pode ser caracterizada como “a forma de dirigir que permite a você reconhecer antecipadamente as situações de perigo e prever o que pode acontecer com você, com seus acompanhantes, com seu veículo e com os outros usuários da via”. (FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS, 2005, p. 12). 25 Segundo a cartilha desenvolvida pelo Detran – PE, a direção defensiva é definida como a conduta do cidadão que diminui a probabilidade de envolvimento em acidentes de trânsito, é agir de maneira adequada e segura. Quando é preventiva evita acidentes. Quando é corretiva, o acidente já ocorreu, porém pode ser corrigido de maneira a reduzir possíveis danos. Alguns elementos podem influenciar na incidência de acidentes, são eles: os veículos, os condutores, as vias de trânsito, o ambiente e o comportamento das pessoas. Os equipamentos de um veículo vão se desgastando conforme o uso e por isto, precisam ser checados periodicamente. Para que os sistemas de um automóvel funcionem adequadamente, o condutor deve atentar-se para uma manutenção preventiva, evitando que acidentes ocorram por conta de peças danificadas ou por mau estado de uso (FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS, 2005). Conforme a cartilha elaborada pelo Detran-PE, os condutores devem possuir ou adquirir algumas características que contribuam no comportamento de dirigir defensivamente. O conhecimento das leis de trânsito é a primeira delas, e é por isto que o papel da educação nas auto-escolas é tão importante. A cartilha ainda enfatiza que os condutores devem ter consciência de seus direitos e deveres na situação de trânsito. A atenção também é um quesito imprescindível ao motorista defensivo e deve ser direcionada a todos os elementos da via, às condições físicas e mentais do condutor e à manutenção do veículo. O comportamento de prever uma situação de risco pode ser treinado e evita o condutor de se envolver em acidentes. A tomada de decisões depende do tempo que se tem para adotar uma atitude adequada, é tentar agir de maneira ágil e correta ao mesmo tempo. O motorista deve desenvolver também habilidade para manuseio do veículo e execução de manobras com sucesso. Os acidentes de trânsito podem ter como causa uma conduta inapropriada do motorista devido à negligência, imprudência ou imperícia. A negligência ocorre quando o condutor deixa de realizar a manutenção do veículo. Imprudência é quando o condutor, mesmo que tenha conhecimento das leis e regras que regem o trânsito, deixa de respeitá-las. Já a imperícia é definida quando o condutor não possui conhecimentos técnicos ou habilidade para realizar as manobras necessárias ao ato de dirigir (Detran-PE). No que concerne às vias de trânsito, é preciso assinalar que as vias possuem diferentes características entre si e o condutor deve estar preparado para agir 26 cautelosamente em cada situação. Algumas circunstâncias são aqui destacadas: O condutor deve circular com uma velocidade que seja compatível com a via, respeitando a sinalização de velocidade máxima permitida; algumas vias possuem curvas e declives, que exigem certo cuidado na hora de fazer manobras; a ultrapassagem só é permitida onde há sinalização apropriada na pista de rolamento; o estreitamento de pista ocorre quando há algo que bloqueie o caminho e obrigue o motorista a mudar de pista ou desviar-se do objeto, fazendo isto com o máximo de cuidado possível; o acostamento, quando houver, deve ser usado com responsabilidade para fins emergenciais e para a circulação de ciclistas e pedestres quando não houver calçada; é importante atentar-se para as condições do piso da pista de rolamento, pois algumas pistas podem conter buracos profundos que precisam ser desviados; a pista de rolamento pode conter trechos escorregadios, obrigando o condutor a redobrar atenção e reduzir a velocidade; a sinalização de cada via deve ser respeitada, lembrando-se que existem sinalizações que permitem, que proíbem, que advertem ou que indicam pontos de interesse; as calçadas ou passeios públicos são espaços para uso do pedestre e não dos veículos; algumas vias podem conter muitas árvores e a vegetação vai variar de via pra via, algumas vezes dificultando o condutor de visualizar alguma placa ou sinalização e finalmente, o condutor deve atentar-se para pontos de cruzamento entre vias, nos quais deve parar ou reduzir a velocidade, sempre com cautela e observando as pistas que se cruzam (FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS, 2005). O condutor precisa ser satisfatoriamente hábil para dirigir sob diferentes condições, garantindo assim uma maior segurança para si mesmo e para outras pessoas envolvidas no trânsito. Alguns aspectos do ambiente, como a situação climática e elementos naturais podem dificultar o desempenho do motorista. Os principais são: Chuva, água na pista que provoca aquaplanagem, neblina, vento, fumaça proveniente de queimadas e diferentes condições de luz (FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS, 2005). 27 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Ética A presente pesquisa segue as exigências éticas e científicas fundamentais conforme determina o Conselho Nacional de Saúde – CNS nº 196/96 do Decreto nº 93933 de 14 de janeiro de 1987 – a qual determina as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. A identidade dos sujeitos da pesquisa segue preservada, conforme apregoa a Resolução 196/96 do CNS-MS, visto que não foi necessário identificar-se ao responder o questionário. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram coletados dados a respeito do sexo, idade, há quanto tempo dirige e quantas horas por semana dirige, para que se pudesse obter maiores informações sobre a população pesquisada. 3.2 Tipo de Pesquisa Trata-se de uma pesquisa de abordagem quantitativa. 3.3 Universo A pesquisa se ateve à investigar sujeitos residentes da cidade de Salvador (Bahia). 3.4 Sujeitos da Amostra O questionário foi respondido por 200 indivíduos de diferentes idades, do sexo feminino e masculino, moradores da cidade de Salvador-Ba, que possuíam CNH ou carteira provisória (Permissão Para Dirigir) da categoria B. Os sujeitos foram divididos em duas categorias diferentes, 100 sujeitos na categoria 1 (formada por motoristas que acabaram de adquirir a PPD – permissão para dirigir – até 6 anos de experiência em direção) e 100 sujeitos da categoria 2 (formada por motoristas que possuam mais de 6 anos de experiência em direção). 28 3.5 Instrumento de Coleta de Dados O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário de elaboração própria. Composto por oito perguntas, acerca da freqüência que o condutor comete algumas infrações de trânsito. Tais perguntas foram inspiradas na divulgação das infrações mais cometidas pelos motoristas da cidade de Salvador segundo a Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador. Como possibilidade de resposta, o sujeito poderia assinalar em uma escala de freqüência de 0 à 4 o que mais lhe compete. A numeração 0 significava nunca, 1 significava algumas vezes, 2 significava com freqüência, 3 significava na maioria das vezes e 4 sempre. Além disto, dados como sexo, idade atual, idade na qual teve permissão para dirigir e com que freqüência dirige na semana, foram solicitados. 3.6 Plano de Coleta de Dados Primeiramente foi entregue aos sujeitos, pessoalmente, antes da autoaplicação do questionário, um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (vide anexo A), o qual oficializa a participação dos sujeitos na pesquisa. Em seguida, os questionários foram entregues para os sujeitos delimitados na amostra de pesquisa, assegurando-lhes privacidade e anonimato (não sendo necessária a utilização de seu nome bem como documentos de identificação). Foi dado um tempo livre para a resposta das perguntas sendo solicitado aos participantes para que respondessem sinceramente, de acordo com suas experiências pessoais. No momento do preenchimento dos dados, os sujeitos encontraram-se isolados de outras pessoas para que a presença dos demais não influenciasse nas suas respostas. 3.7 Plano de Análise de Dados Os dados obtidos através da aplicação de questionários foram submetidos ao software estatístico Epi-Info, o qual possibilitou o cruzamento de algumas variáveis necessárias para a discussão e conclusão do trabalho. 29 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os dados que foram obtidos nesta pesquisa foram cruzados e dispostos em figuras. Nota-se que todas as figuras mostram de forma comparativa os 100 sujeitos que têm até 6 anos de experiência em direção e os outros 100 sujeitos que têm mais de 6 anos de direção, para uma melhor visualização do problema em questão. A Gráfico 1 mostra que a amostra de pesquisa teve em sua maioria, sujeitos do sexo feminino. Gráfico 1 – Gênero dos sujeitos com anos de experiência em direção, em porcentagem. Fonte: Dados da Pesquisa. Salvador/BA. 2013. O Gráfico 2 demonstra que os sujeitos da categoria 1, em sua maioria, pertenciam a faixa etária de 21 a 36 anos de idade. Os sujeitos da categoria 2, em sua maioria, pertenciam a faixa etária de 27 a 30 anos de idade. É importante ressaltar que, quando se fala que uma pessoa tem pouca experiência de direção em veículo, não significa dizer que a mesma tem pouca idade – leia-se “pouca idade” um (a) jovem com 18 anos. Alguns sujeitos da pesquisa eram pertencentes a categoria 1 e possuíam mais de 30 anos, por exemplo. 30 Gráfico 2 – Faixa etária dos sujeitos com anos de experiência em direção, em porcentagem. Fonte: Dados da Pesquisa. Salvador/BA. 2013. Os Gráficos de 3 a 10 dizem respeito às oito questões apresentadas nos questionários de 3 a 10 respectivamente. Tais ilustrações apresentaram gráficos com resultados curiosos que reforçaram o que foi exposto pelos autores na revisão bibliográfica. Nota-se que os sujeitos da categoria 1 apresentaram a maioria das respostas na frequência 0 (nunca), o que significa dizer que no último mês, a maioria dos condutores disseram não cometer nenhuma infração de trânsito perguntada no questionário, com exceção do Gráfico 10, que mostra os sujeitos divididos entre a frequência 0 (nunca) e 1 (algumas vezes). Sabe-se que os condutores que possuem a PPD recebem uma punição mais severa ao infringir as leis de trânsito, podendo ser esta uma explicação para a baixíssima frequência de infração. Porém, a PPD vai até 1 ano de experiência em direção, e a delimitação dos sujeitos da categoria 1 era de até 6 anos de experiência em direção, e ainda assim, a frequência 0 foi a mais marcada pelos sujeitos. Os sujeitos da categoria 2, diferentemente dos sujeitos da categoria 1 que concentraram suas respostas na frequência 0 (nunca), tiveram suas respostas mais variadas. Nos Gráficos 3 e 4 é notável que a maioria dos sujeitos se dividiram entre as respostas 1 (algumas vezes) e 2 (com frequência), sendo que pouquíssimos sujeitos escolheram a opção de resposta 0. Ainda se referindo a categoria 2, os Gráficos 5,6,7,8 e 9 mostram que as opções 0 e 1 de resposta foram as mais marcadas. O Gráfico 10 trouxe um desenho mais diferenciado das demais, pois 31 demonstra um resultado aproximado entre as duas categorias, que tiveram maiores marcações nas respostas 0 e 1. Os Gráficos de 3 à 10 mostram que os resultados da pesquisa estão compatíveis com o que foi apontado pela literatura. Como assinala Cristo (2012), é comum que os sujeitos aprendam e memorizem as leis de trânsito temporariamente, apenas para obter resultado satisfatório na avaliação do DETRAN. Os sujeitos saem da autoescola com o conteúdo armazenado, mas pouco a pouco vão perdendo a capacidade de aplicar tudo que fora ensinado na rotina do trânsito. O autor ainda afirma que mesmo que o condutor tenha memorizado as leis de trânsito, não significa que irá internalizá-las de forma a mudar sua postura ao dirigir. Conforme Machado (2011) expõe, enquanto a sociedade estiver organizada de maneira caótica, é impossível que o trânsito seja organizado, pois o trânsito é apenas uma fração da vida em comunidade. Dito isto, é comum que os condutores tendam a se adaptar à forma desajustada do trânsito e cometam um número maior de infrações conforme vão ficando mais experientes, pois a sociedade em si já é desajustada, e os exemplos de boa conduta estão ficando escassos em nossa sociedade. Tal ponto de vista encontrado na literatura é confirmado através dos resultados desta pesquisa (Gráficos 3 à 10), que mostram que os condutores mais experientes seguem menos as regras de trânsito e tendem a burlar mais as leis. Os sujeitos que acabaram de receber a PPD estão mais sob controle das punições (multa ou até mesmo perder a habilitação) do que da importância de respeitar as normas em sociedade. Os condutores temem receber uma multa ou uma punição severa, mas não temem invadir o espaço do outro. Devido a isto, os sujeitos recém-habilitados admitem cometer um numero baixo de infrações, como pode-se verificar nos Gráficos de 3 à 10. Sugere-se que a mudança no trânsito comece a partir da mudança no campo da Educação. Enquanto o modelo educacional não sofrer ajustes, será impossível uma convivência pacifica em qualquer grupo social. As crianças devem aprender desde pequenas que, para que se seja respeitado, é necessário respeitar o outro também (LEMES, 2011). O governo não oferece bons exemplos de condutas apropriadas no Brasil, visto que é um país no qual os políticos são, muitas vezes, símbolos de corrupção. Se as pessoas que ocupam cargos de grande importância são desrespeitosas e egoístas, porque devo pensar no outro? Por que se preocupar com o próximo, se ninguém se preocupa comigo? São questões comuns entre os cidadãos brasileiros, 32 que são refletidas diretamente no trânsito. Se a postura de todos não mudarem, a previsão para a convivência no trânsito será pessimista. Como afirma Lemes (2011), a fiscalização também é um fator que deve ser mais enraizado em nosso país. Para que as pessoas sigam as normas, é imprescindível que a fiscalização esteja mais presente. Em países desenvolvidos, nos quais os indicies de infrações de trânsito são baixíssimos, a fiscalização atua de forma frequente e concisa. Sugere-se que os agentes de trânsito sejam mais bem pagos, pois desta forma se recusam a aceitar propina de condutores irresponsáveis. Além disto, o número de agentes de trânsito nas ruas é baixo se comparado com o número de motoristas que burlam a lei diariamente. Gráfico 3 - Distribuição segundo ano de experiência em direção e transitar em velocidade superior à máxima permitida para o local, em porcentagem. Fonte: Dados da Pesquisa. Salvador/BA. 2013. Gráfico 4 - Distribuição segundo ano de experiência em direção e avançar o sinal vermelho do semáforo, em porcentagem. Fonte: Dados da Pesquisa. Salvador/BA. 2013. 33 Gráfico 5 - Distribuição segundo ano de experiência em direção e parar o veículo sobre a faixa de pedestres na mudança do sinal luminoso, em porcentagem. Fonte: Dados da Pesquisa. Salvador/BA. 2013. Gráfico 6 - Distribuição segundo ano de experiência em direção e dirigir o veículo utilizando-se de fones de ouvido conectados a aparelhagem sonora, em porcentagem. Fonte: Dados da Pesquisa. Salvador/BA. 2013. Gráfico 7 - Distribuição segundo ano de experiência em direção e estacionar o veículo no passeio ou sobre faixa destinada a pedestre, em porcentagem. Fonte: Dados da Pesquisa. Salvador/BA. 2013. 34 Gráfico 8 - Distribuição segundo ano de experiência em direção e estacionar o veículo em desacordo com as condições regulamentadas especificamente pela sinalização, em porcentagem. Fonte: Dados da Pesquisa. Salvador/BA. 2013. Gráfico 9 - Distribuição segundo ano de experiência em direção e deixar de usar o cinto de segurança, em porcentagem. Fonte: Dados da Pesquisa. Salvador/BA. 2013. Gráfico 10 - Distribuição segundo ano de experiência em direção e permitir que o passageiro não use o cinto de segurança, em porcentagem. . Fonte: Dados da Pesquisa. Salvador/BA. 2013. 35 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados da pesquisa puderam confirmar o que foi assinalado pelos autores utilizados na revisão bibliográfica. Os sujeitos da pesquisa mostraram, através de suas respostas, que conforme vão ficando mais experientes no trânsito (vão adquirindo mais anos de experiência em direção), tendem a burlar mais às leis de trânsito. Isto porque o sistema educacional da Educação para o Trânsito está mais pautado em um pré-requisito para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação do que um processo no qual o individuo cresce em termos de conduta e aprende a respeitar as demais pessoas da comunidade. As aulas sobre o trânsito devem ter seus conteúdos detalhados para as crianças, não somente para aqueles que pretendem tirar a CNH. A educação para o trânsito deve parar de ser associada com uma mera avaliação do DETRAN. A pesquisa, neste sentido, reforça o quanto desrespeitadas as leis de trânsito são e chama atenção dos governantes para que possam agir mais veementemente neste âmbito. Um limite apresentado no trabalho foi que o questionário solicitava a opinião do motorista quanto a si mesmo (o quanto este achava que cometia infrações de trânsito no ultimo mês). Para tal, foi preciso confiar na resposta do sujeito, acreditando que o mesmo estava sendo sincero e congruente com a forma como de fato, age no trânsito. Seria impossível extrair estes dados sem perguntar diretamente para o sujeito, pois seria inviável seguir os sujeitos e observá-los em ambiente natural, tirando nota das infrações cometidas no trânsito. Uma forma de tentar reduzir as omissões foi a de deixar o sujeito o mais a vontade possível, se distanciando deste no momento do preenchimento do questionário e explicando-lhe que o anonimato era garantido, além de lhe entregar o TCLE (vide anexo A). 36 REFERÊNCIAS ABERG, L. Problemas relacionados com a seleção de motoristas e a validade de testes. In: Estudos sobre a avaliação psicológica de motoristas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. p 25 - 32. ALCHIERLI, J. C., & STROEHER, F. Avaliação psicológica no trânsito: o estado da arte no Brasil sessenta anos depois. In: Avaliação e Medidas Psicológicas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002. p 234 - 345. CONGRESSO NACIONAL. Código de Trânsito Brasileiro. Brasília, 1997. CRISTO, F. de. Psicologia e Trânsito. 1ª ed. 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Revista de Psicologia da UnC, Concórdia, vol. 2, n 1, p. 15-22, 2004. 38 APÊNDICE QUESTIONÁRIO Sexo:_____ Idade:_____ Cidade onde mora/dirige: Salvador Possui carteira provisória (1) ou carteira definitiva (2)? _____ Com que idade recebeu a carteira provisória? _____ Dirige aproximadamente quantas horas por semana?_____horas Por favor, o questionário abaixo deve ser respondido com o máximo de veracidade possível. Saiba que o seu anonimato será garantido. Marque com um X a frequência do seu comportamento no trânsito do último mês, levando em consideração a escala abaixo: 0 = Nunca 1 = Algumas vezes 2 = Com frequência 3 = Na maioria das vezes 4 = Sempre 1. Com que freqüência você transitou em velocidade superior à máxima permitida para o local? 0 1 2 3 4 2. Com que freqüência você avançou o sinal vermelho do semáforo? 0 1 2 3 4 3. Com que freqüência você parou o veículo sobre a faixa de pedestres na mudança do sinal luminoso? 0 1 2 3 4 4. Com que freqüência você dirigiu o veículo utilizando-se de fones de ouvido conectados a aparelhagem sonora? 0 1 2 3 4 5. Com que freqüência você estacionou o veículo no passeio ou sobre faixa destinada a pedestre? 0 1 2 3 4 6. Com que freqüência você estacionou o veículo em desacordo com as condições regulamentadas especificamente pela sinalização? 0 1 2 3 4 7. Com que freqüência você deixou de usar o cinto de segurança? 0 1 2 3 4 8. Com que freqüência você permitiu que o passageiro não usasse o cinto de segurança? 0 1 2 3 4 39 ANEXO 40