METODOLOGIA CIENTÍFICA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA Conforme Andrade (1997) uma pesquisa bibliográfica pode ser desenvolvida como um trabalho em si mesmo ou constituir-se numa etapa de elaboração de monografias, dissertações, etc. Enquanto trabalho autônomo, a pesquisa bibliográfica compreende várias fases, que vão da escolha do tema à redação final. De modo geral, essas fases apresentam algumas semelhanças como as da elaboração dos trabalhos de graduação. Escolha e delimitação do tema A escolha do tema deve ser feita segundo alguns critérios. Antes de mais nada pesquisar a acessibilidade a uma bibliografia sobre o assunto, pois todo trabalho universitário baseia-se, principalmente, na pesquisa bibliográfica. Outros requisitos importantes são: a relevância, a exeqüibilidade, isto é, a possibilidade de desenvolver bem o assunto, dentro dos prazos estipulados, e a adaptabilidade em relação aos conhecimentos do autor. Escolhido o tema, faz-se necessário delimitá-lo, ou seja, definir sua extensão e profundidade, o tipo de abordagem. É importante que os objetivos sejam claramente estabelecidos a fim de que as fases posteriores da pesquisa se processem de maneira satisfatória. Após essa definição, convém definir um plano de trabalho para orientar os procedimentos seguintes. Esse plano é provisório e passa por reformulações sucessivas. Deve ser razoavelmente elaborado quando se iniciar o trabalho de confecção de fichas. A coleta de dados De posse do tema, deve-se procurar na biblioteca, através de fichários, catálogos, abstracts, uma bibliografia sobre o assunto, que fornecerá os dados essenciais para a elaboração do trabalho. Selecionadas as obras que poderão ser úteis para o desenvolvimento do assunto, procede-se, em seguida, à localização das informações necessárias. Localização das informações Tendo em mãos uma lista de obras identificadas como fonte prováveis para determinado assunto, procura-se localizar as informações úteis, através das leituras: Leitura prévia ou pré-leitura: procura-se o índice ou sumário, lê-se o prefácio, a contracapa, as orelhas do livro, os títulos e subtítulos, pesquisando-se a existência das informações desejadas. Através dessa primeira leitura faz-se uma seleção das obras que serão examinadas mais detidamente; Leitura seletiva: o objetivo desta leitura é verificar, mais atentamente, as obras que contêm informações úteis para o trabalho. Faz-se uma leitura mais detida dos títulos, subtítulos e do conteúdo das partes e capítulos, procedendo-se, assim, a uma nova seleção. Leitura crítica/analítica: agora a leitura deve objetivar a intelecção do texto, a apreensão do seu conteúdo, que será submetido à análise e à interpretação; Leitura interpretativa: entendido e analisado o texto, procura-se estabelecer relações, confrontar idéias, refutar ou confirmar opiniões. Caso seja necessário ampliar o levantamento bibliográfico, deve-se procurar na bibliografia de cada obra, nas rodapé, nas referências bibliográficas, a indicação de outras obras e autores que poderão ser consultados. Documentação dos dados: anotações e fichamento As leituras realizadas numa pesquisa bibliográfica devem ser registradas, documentadas, através de anotações. As anotações tornam-se mais acessíveis, funcionais, se forem feitas em fichas. Fichar é transcrever anotações em fichas, para fins de estudo ou pesquisa. A vantagem de se utilizar o método de fichamento para a documentação dos dados está na possibilidade de obter-se a informação exata, na hora necessária. Além disso, pela facilidade do manuseio, remoção, renovação ou acréscimo de informações, o uso de fichas é indispensável na tarefa de documentação bibliográfica. As fichas ocupam pouco espaço, podem ser facilmente transportadas, possibilitam a ordenação do material relativo a um tema, facilitando o estudo e a elaboração de trabalhos. Elas se prestam a vários tipos de anotações: fichas de indicação bibliográfica (autor, obra, assunto): seguem às normas da ABNT- o conjunto de elementos constantes da bibliografia como indicações bibliográficas, são as seguintes: autor, título, número da edição, local de publicação, editora, data de publicação. de transcrições, para citações: trechos selecionados de autores que poderão ser usados como citações no trabalho ou servir para destacar idéias fundamentais de determinados autores. de apreciação: anotações a respeito das obras, no que se refere a seu conteúdo ou estabelecer comparações com outras da mesma área. Anotam-se críticas, comentários e opiniões sobre o que se leu. de esquemas: podem referir-se a resumo de capítulos ou de obras, quanto a planos de trabalho. de resumo: os resumos podem ser descritivos (aponta as partes principais) ou informativos (dispensa a leitura do texto original), dependendo da sua finalidade. de idéias sugeridas pelas leituras etc.: idéias para a realização de trabalhos ou para complementar um tipo de raciocínio ou de exemplificação no trabalho. (idéias “cometa”) Não basta anotar em fichas, é preciso saber usá-las e organizá-las, para que o método de fichamento cumpra suas finalidades. Toda ficha deve ter indicações precisas a respeito de seu conteúdo e, muitas vezes, de suas finalidades. Essas indicações começam pelo cabeçalho, que especifica o tema ou assunto ou ainda a finalidade do conteúdo fichado. (facilita a consulta e manuseio da ficha) Em seguida, anotam-se as indicações bibliográficas, ou seja, autor, obra, local de impressão, editora, data e, se for o caso, o capítulo ou as páginas da obra em questão. Esta é uma anotação necessária e deve ser repetida no alto de todas as fichas, se o trabalho consta de várias. O corpo da ficha refere-se a seu conteúdo: esquema, resumo, citação, etc. Quando o trabalho (resumo, esboço, esquema) exige certo número de fichas, torna-se necessário numerá-las, não só por questão de ordem, mas também para prevenir surpresas desagradáveis. Um ponto muito importante no que diz respeito às fichas é nunca misturar assuntos ou autores. Cada ficha deve conter assunto relativo a um autor. Referência ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à Metodologia do trabalho científico. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997.