Kleber Lima
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Introdução
Deus criou todas as pessoas para serem vencedoras?
Ou será que alguns nascem para acumular vitórias e outros para acumular
derrotas? Se tantas pessoas conseguem o sucesso, por que eu não consigo?
Esta dúvida pairava em minha mente quando estava insatisfeito com
minha vida. Questionei-me especialmente quando passava por dificuldades
financeiras porque acreditava que este seria o único meio de sentir-me seguro e
encontrar a felicidade.
Ao longo da vida deparamo-nos com situações desconfortáveis, derrotas
pessoais e profissionais. Criamos motivações negativas a cada dificuldade
encontrada. Com isso, acabamos agindo como se fôssemos um motor propulsor
que nos empurra para baixo.
Isso acontece muitas vezes porque pensamos que somos inferiores aos
demais, temos medo de perder o emprego ou de continuar desempregado, dos
negócios falirem, da violência, da derrota, das doenças, de casar e não ser feliz,
de não estar educando os filhos corretamente, etc.
Somamos todas estas inseguranças à pressão de seguir o que a
sociedade impõe. Não é incomum sermos influenciados pelos modismos que
indiretamente nos rotulam. Dentro de uma realidade conturbada e estressante
na qual vivemos, muitos buscam ansiosamente o sucesso a qualquer preço, mas
tão importante quanto alcançá-lo, é saber conquistá-lo com princípios cristãos.
Quando nossos verdadeiros valores estão camuflados, escondidos, enterrados,
começam a surgir os desencontros internos, as barreiras da vida ganham força
e começamos a patinar como um carro que acelera, usa toda sua potência,
queima os pneus, gasta gasolina, mas não sai do lugar.
Até quando vamos continuar sendo influenciados pelas atitudes de
fracasso?
Somos criaturas maravilhosas, com uma infinita capacidade de vencer.
Precisamos inverter a chave deste motor, para que nos impulsione para cima.
Existem, portanto, dois mundos em nossa mente: um que nos deixa presos,
incapazes de sermos quem queremos ser; e outro, que nos liberta, um mundo
de alegria, sucesso e vitórias, que conquistamos com uma vida justa, feliz e que
já existe dentro de cada um de nós e ao nosso redor, mas que precisa ser
redescoberto para que possamos aproveitar mais as oportunidades que a vida
nos oferece. Em outras palavras, o Bem e o Mal existem no mundo em que
vivemos.
Muitas pessoas procuram dar o máximo de si, ter bons resultados na vida,
serem bons pais, mães, filhos prestativos, executivos de sucesso, religiosos
ativos e, de sobra, precisam achar tempo para o lazer.
Sempre ouvimos dizer que ter paixão pela profissão, pelos negócios, nos
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relacionamentos é indispensável para quem deseja conseguir alcançar seus
objetivos na vida. Porém, precisamos primeiramente evoluir interiormente, para
que depois o sucesso aconteça.
Abrindo o coração a Deus, Ele nos mostra o que é necessário fazer para
atingirmos o tão sonhado sucesso. Deus é amor, portanto precisamos trocar
nossas paixões por amor e ter uma visão diferente a respeito do sucesso, dando
respostas aos diferentes papéis que encaramos todos os dias.
Assim, precisamos olhar para dentro de nós mesmos e fazermos uma
avaliação, trabalhando de forma equilibrada para construir uma nova maneira de
viver, um novo estilo de vida, um recomeço a cada dia. Convido você a fazer
esta viagem rumo ao fundo do seu coração, explorando o mais íntimo do seu
ser, para poder dar respostas aos diversos papéis que temos de encarar na
sociedade.
No final, você verá que sucesso é agir com o coração habitado por Deus.
Capítulo 1
Sinais de Deus
Na minha vida, sempre tive sinais da presença de Deus e acredito que
todos, de certa forma, também tenham recebido ou receberão essas “dicas
celestes”.
Lembro-me de uma aula de comunicação interpessoal com o professor
Adilson Martins de Souza, quando fiz minha pós-graduação. Era um dia daqueles
em que eu não queria ficar na aula... Na verdade, estava desempregado, sem
dinheiro, meus pais estavam pagando a especialização para mim, isso me
incomodava. Estava desanimado com a vida. Naquela noite, as perguntas sobre
por que tantas pessoas conseguem prosperar e outras não batiam à porta do
meu coração.
Estava com vontade de ir embora, mas acabei ficando. Na sequência da
aula, o professor Adilson deu uma dinâmica para testarmos o quanto cada um
seria capaz de expor suas ideias e suas necessidades para resolver os nossos
problemas e os dos outros, visando atingir uma determinada meta.
Éramos três pessoas no grupo, uma ficava com vendas nos olhos, outra
apenas observava, como olheiro, e a terceira, que era eu, explicaria para a
pessoa de olhos vendados qual seria a sua missão.
A dinâmica consistia em eu explicar para a pessoa de olhos vendados que
ela teria que formar uma figura, colocando palitos de fósforos em determinadas
posições sem poder ver o que estava fazendo. Neste caso, teria que formar uma
estrela; eu seria o responsável por explicar como era o formato daquela figura,
enquanto o olheiro só observaria, sem nada dizer.
Então, comecei explicando que determinado palito ficaria apontado em
diagonal, com a cabeça para baixo... E assim fui até que ele terminasse o
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desenho.
Mesmo achando interessante a dinâmica, continuava desanimado, queria
ir embora. Foi quando o professor Adilson, diante da classe, disse que havia
percebido que todos tinham virtudes e qualidades para demonstrar dentro de
uma determinada realidade, como atingir os objetivos. E seguiu elogiando os
grupos e as pessoas.
Quando chegou a vez de falar sobre meu grupo, elogiou-o também e,
dirigindo-se à classe, fez este comentário:
– O Kleber tem uma aptidão para explicar às pessoas o que elas precisam
para atingir o objetivo. Ele conseguiu passar para a pessoa vendada detalhes
importantes sobre como seria mais fácil ela formar a figura com os palitos, se
seguisse suas dicas.
Aquelas palavras eram tudo que eu precisava ouvir naquele momento.
Minha vontade de ir embora passou na hora e ainda desejei que a aula durasse
mais tempo.
Percebi ali um sinal de Deus e que, independentemente do que eu fosse
fazer daquele dia em diante, certamente estaria inclusa a aptidão de dizer para
as pessoas uma maneira de como conseguir atingir seus objetivos. Agora narro
esta história em um livro que fala justamente disto.
Outro sinal muito forte que tive na minha vida aconteceu quando estava
indo trabalhar em Jundiaí, interior do estado de São Paulo, cidade onde nasci.
Eram aproximadamente oito horas da manhã, havia uma brisa leve e alguns
poucos fachos de luz do sol se refletiam na rua, entre os prédios, casas e pontos
comerciais. Desci do ônibus em uma rua paralela ao local onde trabalhava, onde
muitas pessoas descem do transporte coletivo por se tratar de um ponto próximo
ao centro comercial da cidade. Andava rapidamente para rezar e agradecer a
Deus na catedral antes de começar o expediente.
Enquanto subia a rua com passos acelerados, deixava os colegas de
condução para trás e quando já estava bem à frente deles, deparei-me com um
mendigo que acabara de virar a esquina e vinha em minha direção.
Era um rapaz negro, forte, alto e que, apesar de maltrapilho, tinha o
semblante tranquilo. Enquanto estava concentrado em meus passos, com a
cabeça meio abaixada, entreolhando o asfalto e o resto da rua, nós nos
cruzamos e o rapaz, sem mexer a cabeça para o lado, disse em alto e bom som:
– Jesus te ama!
De início, fiquei meio atordoado, parecia ter levado um choque. Então,
olhei para trás e vi aquele homem descendo e passando entre as pessoas que
estavam subindo. Ele não olhou para trás, e toda aquela gente não reparou nele
que, com passos razoavelmente velozes, seguiu seu destino. Senti que Jesus
falou comigo por meio daquele homem.
Continuei meu caminho até a igreja, onde fiquei por aproximadamente dez
minutos diante do Cristo eucarístico e, aí, respondi:
– Eu também te amo!
Pedi proteção, um bom dia de trabalho e fui começar meu expediente.
Kleber Lima
Este fato ocorreu enquanto eu ainda terminava de escrever este livro.
Uma borboleta no shopping
Certa vez, quando ainda trabalhava em uma loja de moda masculina num
shopping da cidade de Campinas, interior de São Paulo, aguardava meu horário
para começar mais um dia de serviço, quando me deparei com uma cena
curiosa.
O lugar onde estava sentado era um ambiente muito agradável, em uma
área de lazer para crianças. Havia também uma livraria, perto de um café e um
supermercado; e apesar de tantos locais de comércio, era um ambiente muito
tranquilo antes de começar o expediente. O local ficava iluminado por luz natural
que entrava por meio de uma cúpula de vidro transparente, onde os raios de sol
proporcionavam a agradável sensação de mais um lindo dia.
Havia chegado mais cedo e comecei a observar o movimento dos
funcionários que passavam por ali, o simples ir e vir das pessoas, o caminhar
matinal que tantas vezes fazemos quando percorremos os caminhos para
chegar ao trabalho, à faculdade, à academia etc.
De repente, surgiu uma borboleta voando radiante pelo shopping,
iluminada pela luz que transpassava os vidros da cúpula. A luz ressaltava as
cores das asas da borboleta, deixando-a ainda mais bela. Suas cores estavam
ainda mais vivas e parecia estar no mais belo jardim, cercada pelas mais belas
flores; batia suas asas de tal forma que parecia feliz por se exibir.
Uma moça que passava pelo local, mesmo diante da beleza daquela
borboleta que voava naquele instante, teve uma reação diferente da que eu
esperava. Começou a correr de medo quando a mesma voou para perto dela,
como se o bichinho fosse lhe fazer algum mal, e chutava e abanava a pobre
borboleta, até que, de tanto insistir, ficou livre. A borboleta foi embora.
Na vida, muitas vezes fazemos como a moça. Estamos recebendo
presentes de Deus e não nos damos conta, não percebemos mais a beleza das
cores, o voo das borboletas e das aves, o canto dos pássaros, a luz do sol que
irradia as cores da natureza, deixando-as mais belas.
Criamos em nós uma “cúpula de vidro” pela qual vemos a luz do mundo,
mas não a sentimos e não a vivenciamos verdadeiramente.
Por trás desta cúpula, existem muitos sentimentos negativos que nos
afastam de um contato mais caloroso com a nossa verdadeira essência, nossos
verdadeiros valores, nos afastam de Deus.
Passamos muito tempo passeando fora do nosso habitat natural e
verdadeiro, vivendo uma vida enganosa onde os sentimentos bons, o verdadeiro
amor, as alegrias incontidas estão sendo esquecidas, deixando-nos incapazes
de irradiar luz para as pessoas e para o mundo. E por que isso ocorre?
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