CORES E BORBOLETAS: ARTE - EDUCAÇÃO Vera Marta Wehebrink1 Aurora Terezinha Doering Brustolin2 Universidade Comunitária da Região de Chapecó - Unochapecó Resumo: As cores se fazem presente nos mais diversos espaços e elementos acompanhando a evolução humana, recebendo enfoques e valorização diferenciada através dos tempos. Desenvolvendo o tema: ¨Cores e borboletas: arte-educação¨, com o estudo das cores a partir da observação de algumas espécies de borboletas, deve-se a uma paixão alimentada desde a infância por estes extraordinários insetos. Surgiu então a problemática: de que maneira é possível desenvolver uma proposta artística através dos estudos das cores em algumas espécies de borboletas? O interesse nesse estudo também se deve ao trabalho de Fritz Plaumann, visto com freqüência na observação e captura desses insetos e objetivando sua valorização no meio ambiente. Para fundamentar o trabalho foi feita uma pesquisa teórica e para um aprofundamento maior o trabalho contempla um estudo a respeito da vida e da obra do entomólogo Fritz Plaumann, idealizador e protagonista do maior museu localizado na América Latina, situado em Nova TeutôniaSC. Embasada teoricamente esta pesquisa foi aplicada na docência do ensino de artes em sala de aula no município de Seara-SC, na Escola Raimundo Corrêa com o Ensino Fundamental e no CEI Dona Ilse com a Educação Infantil. Foram realizadas varias atividades com os alunos, experimentação de materiais e criação de estudos artísticos, até que estes atingiram a materialização eficaz da essência da temática. Finalizando as atividades envolvendo o tema foi realizada uma produção final, onde cada aluno criou a sua borboleta com formas diferenciadas como, detalhes, repetição de formas, a borboleta inteira, entre outros. Os resultados mostraram a importância do tema nas atividades realizadas e a conscientização dos alunos em relação às espécies de borboletas. O trabalho revela a conscientização ambiental a respeito da importância das espécies e também sua relação com a arte através do estudo das cores. Palavras-chave: Cores. Borboletas. Arte-educação. 1. Introdução A cor presente nos mais diversos espaços, objetos e seres manifesta-se em especial nas asas das borboletas. Inúmeras são as cores presentes no corpo destes extraordinários insetos e esta é exatamente a problemática da pesquisa: De que maneira é possível desenvolver uma proposta artística através dos estudos das cores em algumas espécies de borboletas? Sabe-se que ao longo dos tempos, o homem vem buscando encontrar respostas que envolvem a reprodução, o nascimento, a alimentação, os hábitos e outras características destes insetos que encantam em especial pela coloração, que não passa despercebida aos olhos humanos. 1 Vera M. Wehebrink – Acadêmica do curso de Artes Visuais Licenciatura. [email protected] 2 Aurora T.D Brustolin- Orientadora - Mestre em Educação: Docência no Ensino Superior, Professora da Unochapecó. [email protected] A relação do homem com a borboleta nem sempre foi harmoniosa, a falta de conhecimentos a seu respeito foi determinante para a diminuição de exemplares das diferentes espécies, bem como a extinção de algumas delas. O vôo elegante contribui em muito para se tornar um alvo fácil nas mãos humanas. Por intermédio deste trabalho, buscou-se contribuir na conscientização ambiental quanto à importância da preservação destes insetos, retratando em especial alguns exemplares de borboletas que fazem parte do acervo do Museu Entomológico Fritz Plaumann localizado no interior do município de Seara-SC, mais precisamente no distrito de Nova Teutônia, pretendendo desenvolver um estudo mais aprofundado sobre suas formas e cores. A pesquisa foi aplicada na docência do ensino de artes em sala de aula no município de Seara-SC, na Escola Raimundo Corrêa com o Ensino Fundamental e no CEI Dona Ilse com a Educação Infantil. Foram realizadas varias atividades com os alunos, experimentação de materiais e criação de estudos artísticos. Finalizando as atividades envolvendo o tema foi realizada uma produção final, onde cada aluno criou a sua borboleta com formas diferenciadas como, detalhes, repetição de formas, a borboleta inteira, entre outros. O trabalho traz consigo além de uma conscientização a respeito das espécies através do museu Fritz Plaumann, o estudo das cores nos mais diversos aspectos e a relação com a educação ambiental. Assim, o presente estudo, demonstra que, há a necessidade de ampliar o conhecimento das cores bem como a contribuição que a natureza vem dando em relação à estética, apresentado num âmbito educacional. 2. Cores e borboletas O mundo habitado pelo ser humano é constituído de cores. Cores que interferem nos hábitos, nas relações pessoais, nas formas de expressão e nas manifestações pessoais ou coletivas de uma sociedade. A cor se faz presente nos mais diversos espaços e surge como um alimento para a vida, sua infinita tonalidade marca o potencial humano que não cessa quando o objetivo é inovação. Na pré-história, o homem já fazia uso da pintura para representação de sua realidade. Graças a esta forma de registros hoje é possível conhecer fragmentos dessa época. Os homens primitivos descobriam as cores pela experiência. As pinturas rupestres eram feitas com os mais variados tipos de pigmentos naturais: plantas, terra, carvão, e até o sangue dos animais que caçavam. Pedrosa (1999) destaca que, é possível identificar nos dias atuais, simbologias da cores presentes entre os povos primitivos, ou seja, que de certa maneira estas simbologias persistem até os dias atuais. O vermelho lembrando fogo, sangue, representava também força, terror, morte e luto. O amarelo lembrando o sol, o ouro, frutos maduros, relacionado também com riquezas e poder. O branco por sua vez a luz e a paz. Já o preto, a escuridão, o perigo a maldade. No círculo cromático é possível diferenciar claramente as denominadas cores primárias, cores secundárias, valores e complementares. Independentemente dos atributos físicos das tintas, é necessário conhecer as propriedades das cores para combiná-las com harmonia. A elaboração de cores através de pigmentos naturais retirados de flores, plantas, terra, dão conta de esclarecer o quanto a cores são importantes. As diferentes culturas fazem uso da cor de acordo com os conhecimentos obtidos através dos tempos. Os significados elaborados e aplicados no cotidiano são decorrentes de uma soma de elementos que se processam contínua e processualmente. De acordo com Pedrosa (1999), quando o homem se conscientiza da existência de diferentes colorações entre os elementos da natureza já tem um longo caminho percorrido na luta pela preservação das espécies. O querer produzir a coloração que consegue distinguir nos seres e nas coisas, assinala o começo de uma história que se prolonga até aos nossos dias. Numa ação de caráter predatório, tal como a da caça ou da coleta de frutos, ele utiliza os elementos minerais, da flora e da fauna, para colorir e ornamentar o próprio corpo, seus utensílios, armas e as paredes das cavernas (1999, p.37). Para o autor, nas diferentes épocas, as sociedades organizadas sempre estabeleceram códigos completos e complexos, ou certos elementos da simbologia das cores, atribuindo-lhes “caráter mágico”. A variedade de significados de cada cor, ao longo dos tempos, está intimamente ligada ao nível de desenvolvimento social e cultural das sociedades. Para Oliveira (1997), a cor-pigmento é a substância empregada para obter os mesmos resultados do fenômeno cor-luz. Cores estas que são elaboradas a partir de matérias primas encontradas na natureza, através de materiais de origem vegetal, animal e mineral que passam por processos industriais. Em nenhuma outra época a cor teve tanta importância como nos dias atuais. As grandes indústrias de corantes e de iluminação tornam cada vez mais abrangentes as possibilidades de escolha de cores. Independentemente dos atributos físicos das tintas, é necessário conhecer as propriedades das cores para combiná-las com harmonia. A cor presente nos mais diversos espaços, objetos e seres manifesta em especial nas asas das borboletas. Inúmeras são as cores presentes no corpo destes extraordinários insetos. Sabe-se que ao longo dos tempos, o homem vem buscando encontrar respostas que envolvem a reprodução, o nascimento, a alimentação, os hábitos e outras características destes insetos que encantam em especial pela coloração, que não passa despercebida aos olhos humanos. A relação do homem com a borboleta nem sempre foi harmoniosa, a falta de conhecimentos a seu respeito foi determinante para a diminuição de exemplares das diferentes espécies, bem como a extinção de algumas delas. O vôo elegante contribui em muito para se tornar um alvo fácil nas mãos humanas, como descobriu Fritz Plaumann em suas pesquisas. Em Spessatto (2001), encontramos um pouco da história do inusitado pesquisador de insetos, Fritz Plaumann, que nasceu na Alemanha na cidade de PreussischEylau, no dia 02 de maio de1902. Filho de Friedrick Willh em Plaumann e Hulda Plaumann, desde criança demonstrou um interesse muito aguçado por insetos. Seu pai era um grande incentivador e parceiro de sua curiosidade. Por motivo da Segunda Guerra Mundial, a família Plaumann abandonou a Europa, pois lá a situação não estava nada fácil. Preocupado com os acontecimentos e a crise batendo às portas, o governo da Alemanha sem muitas alternativas tratou de incentivar a migração de seu povo para outros países. O autor registra, que a viagem dos Plaumann para o novo continente iniciou em 01/10/1924. Muitas foram as surpresas, medos, tristezas, enjôos, dúvidas vivenciadas a bordo do navio cargueiro. Os dias intermináveis a bordo do navio deixou a família ansiosa pela nova vida que buscavam longe dos amigos, familiares, na comunidade escolhida para refazer a vida. A nova realidade na qual estava envolvida a família Plaumann, era totalmente diferente da que desfrutavam na Europa. Mas não podiam desanimar diante dos obstáculos. Graças a esta realidade, Fritz, o único filho dos Plaumann pode dar sequência a suas anotações meteorológicas. Em Nova Teutônia, Seara-SC, sua casa foi seu laboratório e seu museu. Próximo a residência construiu uma área para seu trabalho com bancadas, estufas e estantes. Ergueu um galpão para criação de formas jovem de insetos como ninfas, larvas e pupas. Para obtenção do material de trabalho como alfinetes e livros vendia parte de sua coleção para pesquisadores de país e do exterior. Spessatto (2001) conta que Fritz manteve contato com estudiosos de outros países durante anos, que em muito contribuíram para o êxito de seu trabalho. Apenas quem visita e olha com olhos de curiosidade o ambiente é capaz de entender a grandiosidade de um trabalho de toda uma vida do entomólogo, em prol da natureza. Figura 1: Museu Entomológico Fritz Plaumann Acervo: Vera Marta Wehebrink Conforme consta registrado no livro: O diário de Fritz Plaumann, (2001) muitas foram as propostas indecorosas enviadas ao colecionador por parte de comerciantes que buscavam o comércio clandestino desses insetos. Ele conta que o processo de encontrar, capturar e depois armazenar as borboletas é considerado complexo, mas, Fritz Plaumann, de posse de avançados conhecimentos e com a prática da coleta, capturava as borboletas segurando-as pelo tórax, o que as paralisava em pouco tempo. A construção de um orquidário demonstra a paixão e o respeito do ilustre pesquisador que em depoimento faz as seguintes colocações: “Dediquei tanto que possível da minha vida ao estudo da fauna regional e em especial pela Entomologia. Dependo de outros países para classificar o material coletado. E tudo o que aqui fiz foi para o proveito do nosso Brasil, que tornou-se a minha segunda pátria. Reconheço que é preciso fiscalização a fim de evitar abusos. Sempre rejeitei encomendas de material para fins industriais. Muito tempo não vai me restar para continuar com os estudos, e um dia a morte vai por tudo a fim, porém nada vou levar junto comigo para o outro mundo. A coleção e o levantamento da fauna regional servirão de base para estudos futuros.” (SPESSATTO, 2001) Com sua humildade entrelaçada a sua sabedoria o entomólogo construiu uma vida repleta de verdades, amor, e acima de tudo muito profissionalismo, onde buscou de suporte da natureza apenas o necessário para desenvolver o que hoje é o cartão postal do município de Seara. Por intermédio de suas sensatas atitudes deixou um legado de informações e imagens que servem de fonte de pesquisa para o mundo inteiro. A borboleta fêmea cientificamente conhecida como MorphoAnaxibia que faz parte do acervo do museu Fritz Plaumann, é um dos símbolos do município de Seara, SC e sua escolha se deve ao reconhecimento dado pelo trabalho desenvolvido pelo entomólogo. Como forma de valorização e embelezamento desta terra, adotada pelo pesquisador como sua pátria-mãe, o município arquitetou um abrigo para passageiros, o qual foi construído no perímetro rural e urbano em formato de uma borboleta como mostra foto abaixo. Figura 2: Abrigo para passageiros Acervo:Vera Marta Wehebrink Figura 3: Placas - nome das ruas Acervo:Vera Marta Wehebrink A borboleta símbolo, já faz parte da cultura do município de Seara SC. Está estampada também nas apostilas do Programa Positivo, adotado pela Secretaria Municipal de Educação como material didático pedagógico que contribui na aprendizagem dos alunos; nas placas que identificam as ruas da cidade; no cartão utilizado para organizar o estacionamento rotativo nas principais ruas da cidade. Além disso, este símbolo ainda pode ser encontrado em envelopes, arquivos, pastas e outros materiais utilizados pela administração municipal. Embora exista toda essa valorização pelos órgãos públicos, a degradação do meio ambiente, o desmatamento indiscriminado, o avanço de urbanização de áreas onde antes havia parques e vegetação apropriada com plantas integrantes da dieta das borboletas nas diferentes fases do seu ciclo de vida, está sendo drasticamente alterada, colocando em risco a perpetuação e sobrevivência das mesmas. De acordo com o rumo dos acontecimentos, tudo indica que muitas espécies de borboletas ainda não foram e quem sabe jamais serão descobertas. A todo o momento a imprensa divulga que muitas delas são caçadas à exaustão, devido a sua beleza. O homem em nome de sua soberania as mata para a composição de peças artesanais ou para fazerem parte de coleções particulares sem a preocupação de qualquer interesse ou conteúdo científico. A postura adotada por Fritz Plaumann, o fez reconhecedor de sua sabedoria, uma vez que retirou da natureza elementos e os tornou acervo para que estes pudessem ser conhecidos pelas gerações futuras. Por certo, ele já previa o desmatamento, as queimadas, o uso de agrotóxicos, o descaso pela natureza. E assim criou o espaço para pesquisas que muito contribuirão para avaliar o homem e sua performance. O acervo composto por Fritz Plaumann, é uma obra de arte, e assim como esta, existem muitas outras. Diversas teorias tentam retratar as obras edificadas pelo ser humano e são conhecidas como teorias da arte. Assim cada uma, com sua concepção defendem os interesses que a ela importam. Não existe, pois, teoria da arte que advenha da crítica (que durante muito tempo foi apenas uma questão de gosto), nem crítica da arte que se justifique pela teoria. Por outras palavras: a teoria da arte não se fundamenta na arte; não é autônoma e precisa se fundir numa teoria exterior ao campo artístico, neste caso numa filosofia. (CHALUMEAU, 1997, p. 11) Para os estudiosos da área, toda obra de arte resulta da combinação de elementos como: formas, cores e linhas. O corpo das borboletas é na verdade um grande e tangível espaço de pesquisas, através deste trabalho foi possível definir alguns pontos de referência do que elas podem representar. Como se percebe, a cor se faz presente nos mais diversos espaços e surge como um alimento para a vida, sua infinita tonalidade marca o potencial humano que não cessa quando o objetivo é inovação. “A arte deve corresponder a uma necessidade interior, buscando, por certo, suas fontes em sua época, mas, sobretudo, gerando o futuro” (KANDISKY, 1996, p. 12). De acordo com Pedrosa (1999), quando o homem se conscientiza da existência de diferentes colorações entre os elementos da natureza já tem um longo caminho percorrido na luta pela preservação das espécies. O querer produzir a coloração que consegue distinguir nos seres e nas coisas, assinala o começo de uma história que se prolonga até aos nossos dias. Numa ação de caráter predatório, tal como a da caça ou da coleta de frutos, ele utiliza os elementos minerais, da flora e da fauna, para colorir e ornamentar o próprio corpo, seus utensílios, armas e as paredes das cavernas. (p.37). A variedade de significados de cada cor, ao longo dos tempos, está intimamente ligada ao nível de desenvolvimento social e cultural das sociedades. O mundo habitado pelo ser humano é constituído de cores. Cores que interferem nos hábitos, nas relações pessoais, nas formas de expressão e nas manifestações pessoais ou coletivas de uma sociedade. Entende-se então que é o pigmento que dá cor a tudo o que é material. As asas das borboletas exibem uma enorme diversidade de padrões de cores, entre espécies e dentro da mesma espécie, sendo que estas formam um modelo ideal para estudos de diferentes tipos de variação morfológica, numa perspectiva altamente integrada, englobando vários níveis de análise: desde os genes responsáveis pela produção de variação aos processos ecológicos que esta variação influencia. As asas são coloridas e sobrepostas, revestidas de pequenas escamas, semelhantes a um pó colorido formando desenhos de rara beleza. As cores podem ser fortes, suaves, metálicas, que podem ser visualizadas por diferentes refrações da luz. As borboletas são insetos da ordem dos lepidópteros, que voam durante o dia, ou pelo menos na claridade do amanhecer ou do crepúsculo, ao contrário da grande maioria das mariposas, que voam à noite. As escamas que revestem o corpo, as pernas e, total ou parcialmente, as asas das borboletas tem cores brilhantes, principalmente nos exemplares masculinos (ENCICLOPÉDIA MIRADOR INTERNACIONAL, 1986, p. 1476). É possível afirmar que as borboletas chamam atenção pela beleza que exibem através das cores que trazem em seu corpo, além disso, são imprescindíveis como bioindicadores, ou seja, locais que abrigam diferentes espécies destes insetos revelam a diversidade de vegetais ali existentes. Fritz Plaumann descobriu 1.500 novas espécies de insetos sendo que 150 levam o seu nome, o acervo do museu possui 80.000 exemplares de insetos, e 17.000 espécies diferentes. Em 22 de setembro de 1994, Fritz Plaumann faleceu, aos 92 anos de idade. 3. Atividade docente Na docência apliquei o tema Cores e Borboletas: arte educação, na escola Básica Raimundo Corrêa localizada em Seara – SC. Para apresentação uma dinâmica com a simbologia das cores: Vermelho - sou a Paixão, me admire. Branco – sou a Paz, me siga. Preto – sou a Morte, me afaste. Lilás – sou a Espiritualidade, me abrace, e assim por diante. Após fiz uma um brincadeira com uma imagem de ilusão óptica das cores, onde eles tinham que falar a palavra e não a cor. Para fazer um trabalho sobre as cores primárias e secundárias expliquei que iríamos trabalhar com as cores, então eles teriam que fazer duas pinturas uma com as cores primárias e outra secundárias. Já na creche municipal Dona Ilse, situada na Rua Grápia, no Bairro Industrial, em Seara – SC, a turma onde apliquei foi o Pré II. Entreguei para cada aluno um crachá em forma de círculo com as cores azul, amarelo e vermelho. Onde fizeram um desenho atrás do crachá, e em seguida eles trocaram os crachás com os colegas e fizeram a apresentação. Na 5ª série do Ensino Fundamental, expliquei um pouco sobre as cores, onde surgiu, o que são os pigmentos naturais, cores primárias, secundárias, cores quentes, frias, simbologia e assim por diante, em seguida fizeram um trabalho prático com as cores primárias e secundárias. Figuras 4 e 5: Alunos da 5ª série produzindo seu trabalho com cores primárias. Acervo: Vera Marta Wehebrink No pré II, para trabalhar com as cores, expliquei a técnica da folha dobrada com pingo de tinta. Coloquei um pouco de tinta como verde, laranja, vermelho entre outras em uma folha. Então dobrei a folha ao meio, para que a tinta se espalhasse e formasse uma figura, exemplo uma borboleta, coração, enfim uma forma diferente. Então eles pediram as cores que queriam, e após ter colocado as cores, eles dobravam a folha ao meio e apertavam para a pinta se espalhar. Então abriam a folha e saia uma forma: “é uma borboleta, que linda”, “a minha é uma flor bem bonita”, “o meu é um coração”. E assim por diante, eles adoraram fazer isso. Figuras 6 e 7: Pré II - Trabalhos feitos com as tintas primárias e secundárias. Acervo: Vera Marta Wehebrink Na turma da 5ª após ter terminado o trabalho das cores comecei a contar para eles um pouco da vida do entomólogo Fritz Plaumann, de onde veio, o que costumava fazer, sobre os insetos, e do museu. Então, ensinei para eles uma dobradura de borboleta. Figuras 8 e 9: Dobradura feitas pelos alunos do Ensino Fundamental. Acervo: Vera Marta Wehebrink Trabalhando com esse tema ainda entreguei para eles uma cruzadinha sobre insetos onde eles tinham que procurar o nome de alguns insetos que se encontram no museu Fritz Plaumann. Em seguida ouvimos a música “Proteção as borboletas” do grupo Etnia; depois de ouvir escreveram o que a música quis passar. Na educação Infantil ainda para trabalhar com as cores eles brincaram com peças coloridas, montando um inseto como borboleta, besouro enfim o que eles conseguiriam. Figuras 10 e 11: Peças coloridas de montar, individual e em grupo com os da Educação Infantil. Acervo: Vera Marta Wehebrink Alguns alunos montavam os objetos bem colorido, outros só com uma cor. Após eles terem feito o inseto, o grupo tinha que montar um objeto com o objetivo de integração no grupo. Perguntei-lhes se conheciam o símbolo de Seara-SC, eles falaram que “sim, uma borboleta”. Então mostrei imagens de algumas espécies de borboletas e expliquei um pouco da vida do entomólogo Fritz Plaumann. Em seguida fiz um diagnóstico das borboletas mortas, mostrei como elas são, a parte do corpo, as asas que são frágeis, que cada espécie tem cores e formas diferentes, e comentei que achei-as mortas. Então mostrei para cada aluno as três espécies. No Ensino Fundamental, para a produção final mostrei exemplos de alguns estudos e protótipos feitos no decorrer do Curso de Artes Visuais – Bacharel. Na aula eles trouxeram imagens de borboletas e cada um começou a fazer a sua borboleta, onde eles tinham que juntar cor e borboleta no trabalho final. Eles começaram a fazer o seu protótipo e depois passaram em uma folha A3, o trabalho final ficou muito bom. Cada aluno fez a sua borboleta, uns usaram a repetição de uma parte dela, outros só um detalhe, ampliando, fazendo formas diferenciadas, enfim cada um fez a sua borboleta. No final cada aluno apresentou o que fez, as cores que utilizou, e a importância delas e da conscientização que devemos ter em relação às borboletas. Figuras 12 e 13: Trabalho Final – Ensino Fundamental - 5ª série. Acervo: Vera Marta Wehebrink No pré II para trabalhar um pouco mais das borboletas contei uma história de borboletas “Eram dez lagartas”. A história conta que eram 10 lagartas e uma ia se perdendo das outras, só sobrou uma, no final todas as 10 lagartas se transformaram em borboletas. A produção final foi feita com massinha de modelar. Eles tinham que fazer a borboleta deles, cada um a sua. Criaram vários tipos de borboletas diferentes: coloridas, pequenas, grandes, outras só de duas cores enfim, formas diferentes, como mostram as imagens abaixo. Figuras 14 e 15: Trabalho Final – Educação Infantil - Pré II. Acervo: Vera Marta Wehebrink Os trabalhos realizados na docência a partir do embasamento teórico da pesquisa saíram bem criativos, coloridos, cada um diferente do outro. Mostrou que as atividades propostas foram bem resolvidas tanto na educação infantil como no ensino fundamental. Os resultados na construção do conhecimento em arte assim como a produção artística foram positivos, bem como também a conscientização dos alunos em relação à conservação das espécies de borboletas no meio ambiente. Finalmente o trabalho traz consigo além de uma conscientização e sensibilização a despeito das espécies a preservação entre as mesmas, também tem como intenção a importância das cores nos mais diversos aspectos. 4. Considerações finais Compreender como se desencadeia o relacionamento entre os indivíduos e como estes entendem o meio onde vivem, é um desafio que atravessa o tempo e as gerações. As pinturas rupestres feitas nas cavernas a partir de elementos naturais permitem ao homem do século XXI, compreender fragmentos de como os homens primitivos viviam, como se protegiam, que recursos empregavam para obter seus alimentos; enfim como sobreviviam. Lenta e constantemente o homem aprimora seus instrumentos de defesa de coleta e os utiliza para produzir seus alimentos. Através da interferência do homem, o meio ambiente sofre mutações. Como os demais elementos a cor também recebe nova conotação. A partir do avanço da ciência, a cor se torna elemento indispensável principalmente no que tange a industrialização. A cultura passa a valorizar expressões artísticas e reconhece os artistas como disseminadores do conhecimento. Através da elaboração de obras, estes intelectuais contribuem na divulgação da arte em suas diferentes dimensões. O trabalho traz consigo além de uma conscientização ambiental e sensibilização a respeito das espécies, a preservação entre as mesmas, relacionando à importância das cores nos mais diversos aspectos da arte. REFERÊNCIAS CHALUMEAU, Jean Luc. Trad. TAIPAS, Paula. As teorias da arte: filosofia crítica e história da arte de Platão aos nossos dias. Lisboa: Instituto Piaget, 1997. ENCICLOPÉDIA MIRADOR INTERNACIONAL. São Paulo: Companhia Melhoramentos Ltda, 1986. KANDINSKI, Wassily. Do espiritual na arte e na pintura em particular. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996. PEDROSA, Israel. Da cor à cor inexistente. 7 ed. Rio de Janeiro: Léo Christiano Editorial Ltda. 1999. SPESSATTO, Mary Bortolanza (org). O diário de Fritz Plaumann. Chapecó: Argos, 2001.