RELATÓRIO SEMINÁRIO INTERNACIONAL AÇÕES PREVENTIVAS NOS LOCAIS DE TRABALHO E SEUS BENEFÍCIOS NA SAÚDE DO TRABALHADOR (PREVENTIVE INTERVENTIONS IN THE WORKPLACE AND RESULTING HEALTH BENEFITS) São Paulo, 3 a 5 de dezembro de 2008 Dezembro 2008 Sumário Realização e apoio …………………………………………………………………………… 02 Comissão organizadora ................................................................................................. 02 Apresentação …………………………………………………………………………………… 04 Sobre o Senac-SP ……………………………………………………………………………... 04 Justificativa ……………………………………………………………………………………… 05 Objetivo …………………………………………………………………………………………. 05 Concepção e estrutura do evento ……………………………………………………………. 06 Reunião preparatória de planejamento do Seminário ……………………………………... 07 Programa do Seminário ……………………………………………………………………….. 09 Fotos do evento ………………………………………………………………………………… 13 Síntese das palestras ………………………………………………………………………….. 14 Folder do evento .............................................................................................................. 26 1 Realização: Apoio: Comissão Organizadora Beatriz Amaral Furlaneto – Senac-SP Keila Modesto Tramonte – Senac – SP Berenice Goelzer – Senac-SP (consultora) Dorival Barreiros – Senac-SP Mariana Prado de Andrade – Senac-SP (consultora) Gerente de Desenvolvimento – Senac-SP Ana Paula Agostini Leal El Kouri 2 3 Apresentação Com a finalidade de contribuir para as ações de melhoria da saúde do trabalhador nos ambientes de trabalho, mediante a apresentação e discussão de medidas práticas e avaliação de resultados, o Senac São Paulo promoveu o seminário internacional Ações Preventivas nos Locais de Trabalho e seus Benefícios na Saúde do Trabalhador, realizado no Centro de Convenções do Campus Senac, em São Paulo, de 03 a 05 de dezembro de 2008. O evento constituiu-se de palestras e discussão de experiências, agrupadas em tópicos relevantes e relacionados à aplicação de instrumentos eficazes para a prevenção de doenças e acidentes ocupacionais nos diversos ambientes de trabalho. Contou com palestrantes especialistas de organizações nacionais e internacionais, assim como pesquisadores da área de Saúde Ocupacional. O Seminário foi destinado a profissionais de Saúde Ocupacional de instituições governamentais, médicos e enfermeiros ocupacionais, higienistas ocupacionais, engenheiros de segurança, gestores, pesquisadores e outros profissionais atuantes ou interessados na área. Sobre o Senac-SP O Senac São Paulo – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Administração Regional do Estado de São Paulo é uma instituição educacional não-governamental, cuja missão é proporcionar o desenvolvimento de pessoas e organizações para a sociedade do conhecimento, por meio de ações educacionais comprometidas com a responsabilidade social. Foi instituído em 1946 e atualmente oferece uma variedade de atividades educacionais por meio de uma estrutura composta, atualmente, pelo Centro Universitário Senac – Campus Águas de São Pedro, Campus Campos do Jordão e Campus Santo Amaro, na zona sul da capital – e outras 53 unidades distribuídas pela Grande São Paulo e interior do Estado. Sua programação inclui produtos e serviços em vários campos do conhecimento e em todas as modalidades: do ensino superior, com cursos de graduação, pós-graduação (lato e stricto sensu) e extensão universitária, aos já tradicionais cursos técnicos e livres. Atua em consultoria e treinamento mediante o Atendimento Corporativo, dirigido exclusivamente à construção das melhores soluções para as iniciativas pública, privada e do terceiro setor, ajustáveis às necessidades e interesses de cada cliente. Braço importante de todo esse trabalho é a Editora Senac São Paulo, com premiações destacadas e milhões de exemplares vendidos em diversas áreas profissionais e de interesse geral. Atua em Saúde Ocupacional desde a década de 70, quando da aprovação das Portarias de regulamentação e obrigatoriedade do SESMT – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, acompanhando desde então, a publicação e atualização das normas regulamentadoras e demais instrumentos legais. Em 1980, impulsionou sua atuação neste campo, com o propósito de contribuir para o desenvolvimento profissional, mediante a oferta de cursos de nível técnico. A partir de 2001, ampliou sua programação oferecendo cursos de pós-graduação, tais como: Higiene Ocupacional, Ergonomia, Gestão Integrada de Meio Ambiente, Saúde e Segurança no Trabalho. Entre os eventos promovidos pela instituição, destacam-se atividades do Dia Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho. Considerando sua experiência e contribuição para a saúde do trabalhador em todos esses anos, o Senac São Paulo apresentou, em 2006, uma proposta para se tornar Centro Colaborador da 4 Organização Mundial de Saúde. O evento Ações Preventivas nos Locais de Trabalho e seus Benefícios na Saúde do Trabalhador faz parte dessa proposta e constituiu mais uma iniciativa relevante para o desenvolvimento da área, fruto do empenho da Instituição e de seus colaboradores internos e externos. Justificativa Educar e treinar pessoas para a prevenção de riscos e doenças ocupacionais é um dos propósitos capitais em todo o projeto de melhoria das condições de trabalho nas organizações. Esse trabalho exige, entretanto, uma conscientização de todos os atores envolvidos, entre os quais gestores, profissionais especializados e trabalhadores, quanto ao uso competente de instrumentos adequados e eficazes, submetidos a uma avaliação constante de resultados. O desenvolvimento de novos instrumentos, como toolkits, sempre que a situação exigir, é outro passo importante para a prevenção. As instituições e empresas necessitam aprofundar a discussão da prevenção no campo da saúde ocupacional, considerando os projetos para tal fim como investimentos essenciais para a produtividade e melhor desempenho no trabalho. Do ponto de vista do trabalhador, aprender a prevenir é fator essencial para sua saúde e permanência produtiva no trabalho. Atualmente, quando se fala em prevenção, vários aspectos devem ser levados em consideração, envolvendo todos os fatores de risco relacionados ao trabalho que podem afetar a saúde física e mental das pessoas, ou seja, agentes químicos, físicos e biológicos, fatores ergonômicos e psicossociais. O estabelecimento do nexo causal entre fator ocupacional de risco e efeito na saúde é bastante complexo, principalmente quando se tratam de riscos ainda não muito estudados ou aqueles cujos efeitos demoram muito a aparecer e/ou podem ser confundidos com patogenias nãoocupacionais, mas pesquisas vêm sendo realizadas e as organizações têm lhes dado crescente atenção. O seminário Ações Preventivas nos Locais de Trabalho e seus Benefícios na Saúde do Trabalhador apresentou os principais fatores de risco relacionados ao ambiente de trabalho, bem como os danos resultantes para a saúde do trabalhador, enfatizando as intervenções preventivas disponíveis para os diferentes riscos e os resultados já alcançados. Constituiu-se, nesse sentido, uma contribuição prática à preservação da saúde no trabalho. Objetivo O Seminário teve como objetivo apresentar, disseminar e estimular a implementação de ações preventivas nos locais de trabalho, incluindo o uso de toolkits produzidos dentro do Plano de Trabalho da Organização Mundial de Saúde do período 2001–2005, e aqueles já produzidos ou a serem desenvolvidos dentro do Plano de Trabalho para 2006-2010, bem como outros materiais educativos no campo da Saúde Ocupacional. 5 Concepção e Estrutura do Evento O evento é parte da proposta do Senac São Paulo para se tornar Centro Colaborador da Organização Mundial de Saúde e está inserido nas áreas de atividade AA3: Practical Approaches to Reduce Occupational Risks e AA4: Education, Training and Technical Materials do Plano de Trabalho da Organização Mundial de Saúde para 2006-2010. Sua concepção contou com a colaboração de Berenice Goelzer, especialista em higiene ocupacional e ex-colaboradora da OMS, Dorival Barreiros, especialista em programas de gerenciamento de riscos e sistema de gestão em Segurança e Saúde no Trabalho, docente do Centro Universitário Senac-SP e pesquisador da FUNDACENTRO, e gestores e técnicos responsáveis pela área de Saúde Ocupacional do Senac São Paulo. Para definição da estrutura do evento, foi realizado em maio de 2008 um workshop preparatório, cujo programa está a seguir: 6 Reunião Preparatória Planejamento do Seminário Internacional Ações Preventivas nos Locais de Trabalho e seus Benefícios na Saúde do Trabalhador (Preparatory Meeting for Planning the Seminar on Preventive Interventions in the Workplace and Resulting Health Benefits) 16 de maio de 2008 Esta reunião ocorreu paralelamente ao IV Workshop em Gestão Integrada, no dia 16 de maio de 2008 e teve por objetivo preparar e planejar o Seminário Internacional Ações Preventivas nos Locais de Trabalho e seus Benefícios na Saúde do Trabalhador (Preventive Interventions in the Workplace and Resulting Health Benefits), identificar recursos de educação preventiva nos locais de trabalho e elaborar protocolos para apresentação de trabalhos. Programa 09h30 - 10h30 Sessão de abertura: apresentação do Senac São Paulo e apresentação do Projeto do SENAC, dentro do Plano de Trabalho da OMS 2006-2010 e do evento Preventive Interventions in the Workplace and Resulting Health Benefits - justificativa, histórico, linhas gerais do WHO Work Plan). 10h30 – 12h Prevenção e Controle de Exposição a Agentes Químicos – Experiência da FUNDACENTRO com o toolkit (Marcela Ribeiro – FUNDACENTRO). 13h30 – 15h30 Apresentação do programa preliminar do Seminário Ações Preventivas nos Locais de Trabalho e seus Benefícios na Saúde do Trabalhador, a se realizar em dezembro de 2008 (Equipe técnica de Saúde Ocupacional da GD4). Apresentação de modelo do formato de “estudo de caso” para elaboração dos papers a serem apresentados, verbalmente ou em pôsteres, no Seminário de dezembro de 2008. (Equipe técnica de Saúde Ocupacional da GD4). Discussão do modelo de “estudo de caso”: dificuldades em prepará-lo, tempo requerido para o preparo, linguagem adequada e outros aspectos. Sessão “brainstorm” sobre tópicos específicos do Seminário: Identificação dos toolkits e outros recursos de educação preventiva disponíveis sobre: • Controle Químico (Chemical Control) • Controle de Silicose (Silica Control) • Gerenciamento de Riscos Psicossociais (Psychossocial Risk Management) • Aspectos Ergonômicos (Ergonomics Checkpoints) • Prevenção de ferimentos com materiais perfurantes para trabalhadores da saúde (Prevention of Needlestick Injuries in Healthcare workers) 7 • Outros Identificação de instituições ou universidades que trabalham nestas áreas, ou que se proporiam a trabalhar para apresentar resultado em novembro. 16h – 17h • Sessão “brainstorm ” sobre tópicos específicos do Seminário (continuação): • Formato do Seminário (keynote speeches, papers, posteres, mesas redondas, tempos, etc.) • Resultados esperados e formas de disseminação • Conclusões e Encerramento _____________________________________________________________________ Instituições participantes: FUNDACENTRO, SESI-SP, SESI-DN, COREN-SP. 8 Programa do Seminário Dia 3/12/2008 - Quarta-feira 9h30 - Solenidade de Abertura Alcinéa Meigikos dos Santos - Coordenadora de Higiene do Trabalho da Fundacentro Ana Paula Agostini Leal El Khouri -Gerente de Desenvolvimento da área de Saúde Ocupacional do SENAC-SP Augusto Gouvêa Dourado - Gerente de Segurança e Saúde no Trabalho da Divisão de Saúde do Departamento Regional - SESI/SP 10h - Palestra Magna: A importância e os Benefícios da Prevenção em Saúde Ocupacional Palestrante: Berenice I. F. Goelzer - Engenheira Civil pela UFRGS, Mestre em Saúde Pública e Higiene Industrial pela Universidade de Michigan, USA. Certificada pelo American Board of Industrial Hygiene – CIH (USA) e ABHO (Brasil). Cientista, responsável por Higiene Ocupacional na Organização Mundial da Saúde, Genebra, durante 25 anos (até 2000). Professora em instituições, como UFRGS e FSP-USP. Atualmente consultora em Higiene Ocupacional e editora da Newsletter da IOHA (Associação Internacional de Higiene Ocupacional). Membro da ABHO, ACGIH, AIHA, BOHS e IOHA. 11h– Ações de Prevenção no Trabalho: Implementação Necessária Palestrante: Claudina Nogueira - Mestre em Ciências (Bioquímica Médica) da Universidade de Witwatersrand, Johannesburg, África do Sul. Atuou no Instituto Nacional de Saúde Ocupacional (NIOH), Johannesburg, África do Sul, de março de 1990 a 2003, no cargo de cientista de pesquisa, na Seção de Bioquímica. Chefe da Seção de Comunicação e Colaboração Internacional do NIOH Instituto Nacional de Saúde Ocupacional, Johannesburg, África do Sul, desde julho de 2003. Gerente da Área de Atividade 6: Comunicação e “Networking” - Programa da Rede Global (2006-2010) dos Centros Colaboradores em Saúde Ocupacional da Organização Mundial de Saúde (OMS), desde 2006. Coordenadora (África do Sul) do Programa Fogarty International Center, University of Michigan,” para treinamento e formação em Saúde Ocupacional e Ambiental na África Austral, desde 1996. 14h – As Condições de Trabalho de Fundições em Pólo de Metais Sanitários Palestrante: Carlos Sérgio da Silva - Mestre e Doutor em Ciências (Química Analítica) pelo IQ -USP. Pesquisador do Setor de Riscos Químicos da FUNDACENTRO, desde 1988, com pesquisas em Segurança e Saúde dos Trabalhadores em processos produtivos que utilizam metais e seus compostos. 15h30 – Avaliação Qualitativa de Riscos Químicos: Princípios Básicos para o Controle de Substâncias Nocivas à Saúde em Fundições Palestrantes: Marcela Gerardo Ribeiro - Graduada em Química. Doutora em Química (Química Inorgânica), Especialista em SST pelo Centro de Formação da OIT. Coordenadora de Pesquisa do Laboratório de Química Orgânica (Coordenação de Higiene do Trabalho), FUNDACENTRO. 16h30 – Cenário do Arcabouço Legal Favorável à Prevenção Palestrante: Marcos Domingos da Silva - Mestre em Higiene Ocupacional pela Colorado State University, EUA. Higienista Ocupacional. Presidente da ABHO - Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais (2006 -2009). Tecnologista sênior da FUNDACENTRO. Professor do PECE – Programa de Educação Continuada em Engenharia da USP (Engenharia de Minas e Petróleo). 9 Dia 4/12/2008 – Quinta-feira 9h - A Ergonomia no Cerne da Sustentabilidade dos Negócios Palestrante: Mario Cesar Rodriguez Vidal - Engenheiro de Produção, POLI/UFRJ. Mestre em Engenharia de Produção, COPPE/UFRJ. Especialista em Ergonomia e Doutorado em Ergonomia na Engenharia, CNAM/Paris. Pós-doutorado em Engenharia Cognitiva AMHIIS/Toulouse. Presidente da Unión Latinoamericana de Ergonomía - UAERGO. Professor Associado da COPPE/UFRJ e Coordenador do GENTE/COPPE. Coordenador do CESERG. Especialização Superior em Ergonomia COPPE/UFRJ. Consultor Sênior em Ergonomia. 10h - Levantamento das Condições de Trabalho em Micro e Pequenas Empresas do Ramo de Alimentos e Bebidas Palestrante: Lícia Maria Barreto do Nascimento - Engenheira Civil. Especialista em Segurança do Trabalho. Consultora Técnica do Núcleo de Segurança e Saúde no Trabalho. Coordenadora de Projetos e Programas em Ergonomia no SESI-BA. 11h30 – Prevenção de Riscos Associados aos Resíduos de Serviços de Saúde Palestrante: Fabíola Maria Gonçalves Ribeiro - Engenheira Química e Engenheira Sanitária pela Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia. Mestranda em Engenharia Civil - Área de Concentração em Saneamento e Meio Ambiente, da UNICAMP. Consultora nas áreas de Planejamento Físico Territorial, Disposição de Resíduos Sólidos Urbanos, elaboração de Estudos de Impacto Ambiental e Relatórios de Impacto Ambiental, licenciamento de atividades potencialmente poluidoras, participação em Comitês de Bacias Hidrográficas, atividades de treinamento e docência. 14h - Demonstrating the Business Value of Industrial Hygiene (Programas de Higiene Ocupacional: uma Estratégia para Demonstrar seu Valor para Tomadores de Decisão em nível Executivo) Palestrante: Michael Brandt - Dr. PH pela Universidade de Michigan, Escola de Saúde Pública – Departamento e Programa de Saúde Ocupacional e Ambiental. Gerente Técnico de Operações no Laboratório Nacional de Los Alamos. Vice-presidente da Associação Americana de Higiene Industrial. Professor- adjunto associado na Universidade de Oklahoma, Professor-clínico associado da Tulane University e Universidade do Novo México 15h – Agentes Ambientais em Marmorarias Exposição a poeiras Palestrante: Ana Maria Tibiriçá Bom - Química Industrial. Mestre e doutora em Saúde Pública pela FSP-USP. Tecnologista da FUNDACENT RO (Coordenação de Higiene do Trabalho), área de agentes químicos. Especialista em qualidade de laboratórios, desenvolvimento de métodos de coleta e análise de agentes químicos. Coordenadora do Laboratório de Microscopia, Gravimetria e Difratometria de Raios-X e do Grupo Técnico de Marmorarias do Programa Nacional de Eliminação da Silicose. Exposição a Ruído e Vibrações em Mãos e Braços Palestrante: Irlon Angelo da Cunha - Engenheiro Eletrotécnico e de Segurança do Trabalho. Higienista Ocupacional (certificado ABHO). Mestre e doutor em engenharia pela UNICAMP e EPUSP. Tecnologista da FUNDACENTRO (Coordenação de Higiene do Trabalho), atuando na área de agentes físicos e em segurança do trabalho. Docente em cursos de formação e especialização em SST. 17h – Cursos, Treinamentos e Avaliações Ambientais como Fatores Preponderantes para a Redução dos Custos nas Empresas Palestrantes: José Francisco dos Santos Pinto - Administrador de Empresas. Especialista em Tecnologia Educacional, Desenvolvimento de Recursos Humanos e Engenharia de Meio Ambiente. 10 Técnico em Segurança do Trabalho. Auditor nas áreas Ambiental, Segurança do Trabalho e Qualidade e Formação. Consultor em Melhoria do Ambiente do Trabalho, Empreendedorismo, Qualidade e Meio Ambiente (Programa de Produção Mais Limpa - P+L). Atualmente responsável pela DIPRE - Divisão de Projetos Especiais da Gerência de Segurança do Trabalho – Diretoria de Saúde da FIRJAN. José Luiz Pedro de Barros - Engenheiro Elétrico - Rede Telecomunicação, Especialização: Engenharia de Segurança do Trabalho – UFF, Política Estratégica - ESG/ADESE, Avaliação de Imóveis – UFF, Perícia Judicial – UFF, Sistema de Gestão - OIT - Turin – Itália, Sistema de Gestão Micro Empresas - OIT - Turin – Itália e Auditor de Sistema Gestão OSHAS 1800 1-QSP. Dia 5/12/2008 - Sexta-feira 9h - Incentivos Governamentais e a Promoção da Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho Palestrante: Rogério Galvão da Silva - Engenheiro químico com especialização em engenharia de segurança do trabalho e em higiene do trabalho, mestre e doutor em saúde pública. Tecnologista da Coordenação de Segurança no Processo de Trabalho da FUNDACENTRO. 10h - Manuais de SST - Ferramenta para prevenção e gestão em SST Palestrante: Augusto G. Dourado - Gerente de Segurança e Saúde do SESI-SP. Bacharel e Mestre em Química pelo IQ -USP. Especialista em Administração Industrial pelo Instituto Mauá de Tecnologia. Especialista em Segurança e Saúde no Trabalho pela UFBA. 11h30 - Avaliação de Níveis de Ruído em Fones de Ouvido Palestrante: Jair Felício - Engenheiro Eletricista, com especialização em Segurança do Trabalho. Pós-graduação “Aperfeiçoamento em Telecomunicações”. Mestre em Engenharia pela EP-USP. Higienista Ocupacional. Membro fundador da ABHO. Atual vice-presidente de Administração da ABHO (gestão 2006-2009). Membro da ACGIH e da AIHA (desde 1994). Atua há mais de 25 anos em Telecomunicações, notadamente em Higiene Ocupacional. 14h - Trabalho e Saúde. A gestão do risco como instrumento da prevenção de doenças ocupacionais Palestrante: Olga Mayan - Engenheira Química pela Faculdade de Engenharia pela UP Universidade do Porto, Portugal. Doutora em Ciências Biomédicas, especialidade Saúde Comunitária, pelo Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar - UP, Portugal. Professora do ensino superior no Instituto Superior da Maia (licenciatura em Segurança e Higiene do Trabalho); Universidade do Porto (pós -graduação em Medicina do Trabalho e Mestrado em Saúde Pública). Coordenadora de mais de 50 projetos de investigação, predominantemente na área de Saúde Ocupacional. 15h - Considerações Técnicas sobre a Gestão das Exposições Ocupacionais à Radiação Eletromagnética Palestrante: Solange Schaffer - Mestre em Sistema Integrado em Saúde no Trabalho e Meio Ambiente pelo Centro Universitário Senac. Especialista em Higiene do Trabalho pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa, SP. Licenciada em Pedagogia pela Universidade Metodista, SBC. Atualmente é pesquisadora da FUNDACENTRO em gestão de políticas públicas voltadas à radiação eletromagnética. Membro titular do Ministério do Trabalho e Emprego - Comissão Nacional de Bioeletromagnetismo (CNBem), presta assessoria técnica a Ministérios Públicos do Trabalho. 16h30 - Estratégia para Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído Palestrante: Eduardo Giampaoli - Físico. Higienista certificado pela ABHO. Mestre em Engenharia Mecânica na área de Ruído e Vibrações. Realiza estudos e pesquisas na área de Higiene Ocupacional na FUNDACENTRO. Membro de grupos de estudo para a elaboração NR-15 e da NR17, referente às condições ambientais de trabalho, NR-9 (PPRA). Docente de cursos na área de 11 Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho. Autor de publicações, como “Riscos Físicos” e Normas de Higiene Ocupacional da FUNDACENTRO: “Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído - NHO 01” e “Avaliação da Exposição Ocupacional ao Calor – NHO 06”, e “Características de Absorção Acústica de Tijolos Transformados em Absorvedores de Ruído de Baixa Freqüência”. 17h30 - Um Olhar Preventivo para a Gestão em Segurança e Saúde no Trabalho frente à Implantação da NR 32 Palestrante: Vera Lucia Cantalupo - Pedagoga. Técnica de Segurança do Trabalho. Coordenadora de Projetos de Qualidade com base na ISO 9001:2000. Representante Assistente da CNIF do GTT e da CTPN da NR 32. 12 Fotos do Seminário Palestra de Fabíola Maria Gonçalves Ribeiro Palestra de Claudina Nogueira Palestrantes: Berenice Goelzer e Claudina Nogueira Esq / dir: Michael Brandt, Olga Mayan, Claudina Nogueira, Berenice Goelzer (palestrantes); Ana Paula Agostini Leal El Kouri e Beatriz A. Furlaneto (Senac-SP) 13 Síntese das Palestras A importância e os Benefícios da Prevenção em Saúde Ocupacional Berenice I. F. Goelzer - Engenheira Civil pela UFRGS, Mestre em Saúde Pública e Higiene Industrial pela Universidade de Michigan, USA. Certificada pelo American Board of Industrial Hygiene – CIH (USA) e ABHO (Brasil). Cientista, responsável por Higiene Ocupacional na Organização Mundial da Saúde, Genebra, durante 25 anos (até 2000). Professora em instituições, como UFRGS e FSP-USP. Atualmente consultora em Higiene Ocupacional e editora da Newsletter da IOHA (Associação Internacional de Higiene Ocupacional). Membro da ABHO, ACGIH, AIHA, BOHS e IO HA. [email protected] Esta palestra teve por objetivo revisar o impacto humano, econômico e social da exposição a fatores ocupacionais de risco e enfatizar a crucial importância de sua prevenção, cujos benefícios são incontestáveis. Foram apresentados os princípios fundamentais da prevenção primária, incluindo exemplos de medidas específicas, particularmente as menos exploradas, tais como mudanças nas práticas de trabalho, escolha adequada ou substituição de materiais, processos e equipamentos, organização racional das tarefas, entre outras. A importância da integração de tais medidas em programas de prevenção e controle abrangentes, multidisciplinares, eficientes e sustentáveis será discutida, bem como a necessidade de conhecimentos sólidos e especializados para o estabelecimento de metas e objetivos adequados, realistas e coerentes para que tais programas sejam válidos. Foi destacada a grande relevância do trabalho multidisciplinar, pois este é essencial, em vista da multiplicidade de fatores ocupacionais de risco e da diversidade de estratégias e técnicas para sua avaliação, prevenção e controle. Foi apresentada uma sinopse dos obstáculos mais frequentes à aplicação de conhecimentos teóricos em intervenções preventivas eficazes nos locais de trabalho, enfatizando a necessidade de intensificar esforços para superá-los, a fim de assegurar os benefícios resultantes para a saúde, para o meio ambiente e para a sociedade. Ações de Prevenção no Trabalho: Implementação Necessária Claudina Nogueira - Mestre em Ciências (Bioquímica Médica) da Universidade de Witwatersrand, Johanesburgo, África do Sul. Atuou no Instituto Nacional de Saúde Ocupacional (NIOH), Johanesburgo, África do Sul, de março de 1990 a 2003, no cargo de cientista de pesquisa, na Seção de Bioquímica. Chefe da Seção de Comunicação e Colaboração Internacional do NIOH - Instituto Nacional de Saúde Ocupacional, Johannesburg, África do Sul, desde julho de 2003. Gerente da Área de Atividade 6: Comunicação e “Networking” - Programa da Rede Global (2006-2010) dos Centros Colaboradores em Saúde Ocupacional da Organização Mundial de Saúde (OMS), desde 2006. Coordenadora (África do Sul) do Programa Fogarty International Center, University of Michigan, para treinamento e formação em Saúde Ocupacional e Ambiental na África Austral, desde 1996. [email protected] Um programa de saúde e segurança no local de trabalho é um plano de acção para prevenir acidentes e doenças do trabalho. 14 Vários elementos contribuem para um plano ideal de saúde e segurança no trabalho, incluíndo – responsabilidade individual, comités e regras de saúde e segurança ocupacional, boas práticas de trabalho, orientação contínua dos trabalhadores, treinamentos, inspecções regulares, relatórios e investigações de acidentes de trabalho, procedimentos de emergência, primeiros socorros e assistência médica, promoção e campanhas sobre saúde e segurança ocupacional, itens específicos ao local e tipo de trabalho. Além destes elementos essenciais, para um programa ter sucesso é necessário abranger as disciplinas de higíene e segurança, saúde e medicina ocupacional. Existem responsabilidades a todos os níveis no ambiente de trabalho – e essas responsabilidades várias são atribuídas à gerência, aos supervisores e aos trabalhadores. A OIT e a OMS definem como objectivos para a saúde ocupacional, os seguintes itens: - promoção e manutenção do bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores de todas as ocupações; - prevenção da deterioração de saúde dos trabalhadores causada pelas condições de trabalho; - protecção aos trabalhadores contra os riscos de factores ou agentes prejudiciais à saude; - colocação e manutenção do trabalhador em emprego adequado às suas aptidões físicas e psicológicas. O desenvolvimento de novas técnologias e processos de trabalho, a globalização, e os riscos emergentes contribuem para o desenvolvimento de doenças profissionais. Os riscos e as exposições ligados aos processos de trabalho já bem estabelecidos continuam a contribuir para o desenvolvimento de doenças ocupacionais, porque os sistemas de controlo de exposições e riscos continuam a ser inadequados em muitos sectores. Todos os programas de saúde e segurança ocupacional incorporam um grande elemento de prevenção – a nível primário, secundário e terciário. A nível de prevenção primária encontra-se a promoção da saúde e a protecção específica do trabalhador, o que inclui muitos elementos de higíene ocupacional, tais como a identificação e o controlo de riscos e de exposições no local do trabalho. A prevenção secundária engloba diagnóstico precóce e tratamento imediato de doenças ligadas ao trabalho, assim como a limitação de incapacidade. A prevenção terciária refere-se à rehabilitação dos trabalhadores . Esta palestra focalizou os três níveis de prevenção, no que diz respeito à saúde do trabalhador, e, especificamente, aos elementos do nível primário. As Condições de Trabalho de Fundições em Pólo de Metais Sanitários Carlos Sérgio da Silva - Mestre e Doutor em Ciências (Química Analítica) pelo IQ -USP. Pesquisador do Setor de Riscos Químicos da FUNDACENTRO, desde 1988, com pesquisas em Segurança e Saúde dos Trabalhadores em processos produtivos que utilizam metais e seus compostos. [email protected] A FUNDACENTRO desenvolveu de 2002/2006 um projeto de pesquisa para avaliar as condições de trabalho em fundições de metais sanitários em pólo industrial no Estado do Paraná. O projeto amparou tecnicamente um Termo de AJUSTAMENTO assinado entre empresários, MTE e Ministério Público para modificações no ambiente de trabalho. O trabalho desenvolvido foi realizado em conjunto com a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego/PR, Ministério Público do Estado do Paraná, Sindicato dos Metalúrgicos de Maringá, sendo que a parte referente a pesquisa contou com pesquisadores da FUNDACENTRO do Centro Estadual 15 do Paraná, Centro Regional de Minas Gerais e Centro Técnico Nacional/SP, além de pós -graduandos Faculdade de Ciências Farmacêuticas e Instituto de Química da Universidade de São Paulo, resultando um doutorado em monitorização biológica e um mestrado em avaliação ambiental. Foram realizados: a avaliação ambiental de fumos metálicos, sílica, calor e ruído e o monitoramento biológico e avaliação otorrinolaringológica dos trabalhadores. Foram avaliadas amostras de sangue e urina de 273 trabalhadores, sendo 178 expostos e 95 como grupo controle, destinadas à determinação de chumbo sanguíneo, e cádmio, manganês e níquel urinários. Foram avaliados os trabalhadores dos setores de fusão e vazamento. Em relação aos riscos físicos, foram realizadas avaliações de calor e ruído e a maioria dos resultados deram acima do valor permitido pela legislação brasileira. Durante o desenvolvimento da pesquisa, realizou-se palestras, separadamente para trabalhadores e para técnicos e empresários sobre: os riscos químicos e físicos nas fundições, normas regulamentadoras e sobre os resultados das avaliações realizadas. Foi produzido um DVD com filmagens realizadas nas empresas, antes, durante e após o processo de modificação no ambiente e nas condições de trabalho previsto no termo de ajustamento. O DVD mostra o processo produtivo, os riscos químicos e físicos e os danos à saúde causados pelos mesmos. Avaliação Qualitativa de Riscos Químicos: Princípios Básicos para o Controle de Substâncias Nocivas à Saúde em Fundições Marcela Gerardo Ribeiro - Graduada em Química. Doutora em Química (Química Inorgânica), Especialista em SST pelo Centro de Formação da OIT. Coordenadora de Pesquisa do Laboratório de Química Orgânica (Coordenação de Higiene do Trabalho), FUNDACENTRO. [email protected] Metodologias chamadas de abordagens pragmáticas foram desenvolvidas a fim de facilitar a recomendação de ações preventivas, sem esperar por avaliações quantitativas, muitas vezes complicadas e dispendiosas. O International Chemical Control Toolkit (ICCT) é uma abordagem pragmática que se baseia no conceito conhecido como control banding, processo pelo qual uma faixa de risco (risk band) é formada pela combinação do fator de risco intrínseco a determinado produto químico (hazard band), com a faixa de exposição ao mesmo (exposure band). Cada faixa do risco está associada a uma medida de controle, a ser aplicada a fim de im pedir que as substâncias perigosas causem danos à saúde dos trabalhadores. A Fundacentro, centro colaborador da OMS, assumiu o compromisso de desenvolver um projetopiloto para elaboração Toolkits (ferramenta de avaliação e controle de riscos químicos baseada no control banding) voltados a segmentos específicos da indústria brasileira (gráficas e fundições). O material elaborado foi apresentado às empresas que aceitaram participar do projeto. Foi lido e discutido conjuntamente (empregados/empregadores), para avaliar a objetividade da orientação proposta. Essa etapa foi importante para assegurar que o manual apresentava um vocabulário usual e retratava, sob vários aspectos, a situação de trabalho. O material foi então publicado sob a forma de manual, e encontra-se disponível no site da Fundacentro (www.fundacentro.gov.br/CTN/pub_eletronicas.asp?D=CTN). 16 A partir das atividades desenvolvidas, pode-se concluir que a ferramenta proposta é importante para melhorar a avaliação de riscos nos segmentos estudados. Os manuais elaborados são de fácil leitura e compreensão, além de apresentar sugestões claras e concisas. Pode ser uma maneira fácil de reduzir e controlar a exposição a agentes químicos no local de trabalho. O desenvolvimento desse material é o início de um longo processo para implementação de estratégias que permitam o controle da exposição aos agentes químicos, através de uma metodologia simples de avaliação dos riscos químicos. Cenário do Arcabouço Legal Favorável à Prevenção Marcos Domingos da Silva - Mestre em Higiene Ocupacional pela Colorado State University, EUA. Higienista Ocupacional. Presidente da ABHO - Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais (2006 -2009). Tecnologista sênior da FUNDACENTRO. Professor do PECE – Programa de Educação Continuada em Engenharia da USP (Engenharia de Minas e Petróleo). [email protected] O Brasil tem a sua história de prevenção das doenças do trabalho desde a década de 30, com a promulgação da Lei 185, Decreto 399 e Portaria CSM 51, porém, com um caráter pecuniário que visava compensar o trabalhador exposto às condições insalubres. Em princípio para incrementar o salário mínimo, pois era uma forma de ajuda ao trabalhador na compra de alimentos. Posteriormente, na CLT de 1943, essa compensação financeira ficou mais abrangente, ganhando impulso para se perpetuar até os dias de hoje. O que parecia, no início, uma simples ajuda monetária para complementar o salário mínimo dos operários foi se ampliando no decorrer das décadas e, hoje, atinge todo o universo de trabalhadores, não importando a categoria, nem o nível salarial. Além disso, ganhou amplitude ao permitir a aposentadoria especial para os que se expõem à uma listagem de agentes agressivos à saúde. Também afetou a formação dos profissionais que atuam na área de prevenção de acidentes e doenças do trabalho, a partir de um currículo educacional estabelecido nos anos 70, quando os índices dos infortúnios laborais atingiram níveis alarmantes. Isso fica claro quando se nota a postura legalista que predomina entre os engenheiros e técnicos de segurança do trabalho, sem esquecer os médicos do trabalho. Felizmente, a situação atual tende a mudar, mediante novas medidas adotadas pelo Ministério da Previdência Social, Ministério Público do Trabalho, Justiça Trabalhista e até pelas próprias empresas, que não querem uma imagem pública associada aos acidentes e doenças ocupacionais. Surge, portanto, uma nova tendência de privilegiar as medidas de controle dos riscos ambientais, contrária à prática pecuniária de compensar a exposição às condições insalubres. A Ergonomia no cerne da sustentabilidade dos negócios Mario Cesar Rodriguez Vidal - Engenheiro de Produção, POLI/UFRJ. Mestre em Engenharia de Produção, COPPE/UFRJ. Especialista em Ergonomia e Doutorado em Ergonomia na Engenharia, CNAM/Paris. Pós-doutorado em Engenharia Cognitiva AMHIIS/Toulouse. Presidente da Unión Latinoamericana de Ergonomía - UAERGO. Professor Associado da COPPE/UFRJ e Coordenador do GENTE/COPPE. Coordenador do CESERG. Especialização Superior em Ergonomia COPPE/UFRJ. Consultor Sênior em Ergonomia. [email protected] 17 A partir das propostas dos processos de melhoria da qualidade, da gestão integrada e da adoção do Balanço social, reunidas sob o rótulo de Governança corporativa, as grandes corporações, autodenominadas de classe mundial, passaram a apresentar, juntamente com seu relatório financeiro, um Relatório de Sustentabilidade de Negócios, importante peça, por exemplo, para captação de capitais em diversas bolsas no mundo. Esse relatório alimenta-se, em parte, dos efeitos que a ação ergonômica pode produzir numa empresa e, neste sentido, sugere uma ação sistemática na vida organizacional. Os delineamentos ergonômicos que se produzam sob estas diretrizes não são, entretanto, de aplicabilidade exclusiva nas organizações de grande porte, podendo ser disseminados, enquanto Cultura de Ergonomia, a empreendimentos de pequeno porte. Levantamento das Condições de Trabalho em Micro e Pequenas Empresas do Ramo de Alimentos e Bebidas Lícia Maria Barreto do Nascimento - Engenheira Civil. Especialista em Segurança do Trabalho. Consultora Técnica do Núcleo de Segurança e Saúde no Trabalho. Coordenadora de Projetos e Programas em Ergonomia no SESI-BA. [email protected] No âmbito das ações do Serviço Social da Indústria do Estado da Bahia (SESI-Ba), o presente estudo buscou descrever as condições de trabalho em micro e pequenas empresas do ramo ALI-BEBI, e avaliar a saúde e a capacidade para o trabalho dos trabalhadores selecionados. O levantamento colocou em evidência os seguintes fatores de risco e situações geradoras de desconforto: exigências de transporte manual de cargas; trabalho em pé e em série; presença de bancadas improvisadas; instalações perigosas, principalmente, no tocante à precária manutenção das máquinas; exposição ao microclima penoso, associado à inadequação do projeto e a produção de materiais largamente empregado no ramo ALI-BEBI. No global, é possível oferecer à empresa alternativas de transformação das situações verificadas, tomando como base os itens da NR -17 e os Checkpoints - Pontos de Verificação Ergonômica da OITFundacentro. Prevenção de Riscos Associados aos Resíduos de Serviços de Saúde Fabíola Maria Gonçalves Ribeiro - Engenheira Química e Engenheira Sanitária pela Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia. Mestranda em Engenharia Civil - Área de Concentração em Saneamento e Meio Ambiente, da UNICAMP. Consultora nas áreas de Planejamento Físico Territorial, Disposição de Resíduos Sólidos Urbanos, elaboração de Estudos de Impacto Ambiental e Relatórios de Impacto Ambiental, licenciamento de atividades potencialmente poluidoras, participação em Comitês de Bacias Hidrográficas, atividades de treinamento e docência. [email protected] O manual “Prevenção de Riscos Associados aos Resíduos Serviços de Saúde” (Preventing Risks from Healthcare Waste - HCW – toolkit) está sendo produzido pelo Senac São Paulo como um dos projetos propostos pela Instituição para sua designação como Centro Colaborador da Organização Mundial de Saúde (OMS). Destina-se a contribuir na prevenção de riscos associados ao manejo de Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) oferecendo ferramentas que auxiliem no aperfeiçoamento das práticas de gerenciamento dos RSS adotadas nos estabelecimentos geradores, colaborem na 18 identificação de suas deficiências e na resolução dos problemas em seu estágio inicial e auxiliem os profissionais das áreas de Saúde e Segurança Ocupacional a selecionar procedimentos seguros para o manuseio dos RSS, visando proteção à saúde do trabalhador. O documento contém informações que contribuem para a identificação dos riscos associados ao manejo dos RSS e o reconhecimento da importância do gerenciamento dos RSS na prevenção de riscos, bem como aspectos de segurança ocupacional no manejo dos RSS (legislação, normas e medidas de prevenção). Demonstrating the Business Value of Industrial Hygiene (Programas de Higiene Ocupacional: uma Estratégia para Demonstrar seu Valor para Tomadores de Decisão em nível Executivo) Michael Brandt - PHD pela Universidade de Michigan, Escola de Saúde Pública – Departamento e Programa de Saúde Ocupacional e Ambiental. Gerente Técnico de Operações no Laboratório Nacional de Los Alamos. Vice-presidente da Associação Americana de Higiene Industrial. Professoradjunto associado na Universidade de Oklahoma, Professor-clínico associado da Tulane University e Universidade do Novo México [email protected] Algorithms, formulas, and matrices that show the value and return on investment for safety programs and accident and injury avoidance have become key tools for OEHS professionals to demonstrate the value of their work, their programs, and their impact on operations. But how are the benefits and value associated with health hazard control measures and industrial hygiene programs that target reducing worker risk through occupational exposures control, protecting worker health, and eliminating chronic work-related diseases justified to senior executive decision makers? The initial version of strategy to answer these questions has been completed and was used to develop several case studies. Eliminating lead from a raw material stream, substituting a less toxic material for a chromate primer, and installing engineering controls to eliminate exposure to nanoparticles are examples of hazard control measures that achieve two compatible objectives: 1) protect worker health, and 2) reduce operating costs, and, in each cases, demonstrate the benefits and value of these industrial hygiene programs and activities. So why don’t most executive managers tie industrial and occupational hygiene programs and work activities to financial positives? Communicating the business value that a health protection investment contributes is not an easy task, yet increasingly, environmental and occupational health professionals are being asked to demonstrate the specific financial benefits of an occupational health project before it can be approved. According to a recent report from the National Association for Business Economics, weakening market conditions and soaring commodity prices are reducing profit margins at companies, and discretionary funding for improvement projects is also reduced. In this market, companies are cutting costs, and new expenditures are approved only when a demonstrated financial return on investment can be demonstrated through a financial analysis presented as a business case in support of a project. This means that now, more than ever, occupational and environmental health professionals must use their business skills and acumen to develop the business case arguments that financially justify and demonstrate the benefits and value of their proposed health protection investments to an organization. In 2005, the American Industrial Hygiene Association began multiyear project to (1) specifically study the mechanisms that allow environmental and occupational health professionals to demonstrate business impact of health protection and industrial hygiene programs at their organizations, and (2) to create a strategy that provides a framework to illustrate the value of industrial and occupational hygiene programs and activities. This six-phase study analyzed the qualitative and quantitative 19 impacts of environmental and occupational hygiene programs and work activities. The most instructive results came from in-depth case studies of the companies selected to participate in the study. These reviews provided concrete examples of ways in which industrial and occupational hygiene activities affect the corporation in a positive manner. Through the field studies the strategy was tested and refined to evaluate the value of industrial and occupational hygiene activities. In this presentation the steps involved in the AIHA Value Strategy will be discussed, the results of several case studies will be presented, and the conclusions drawn from this research project will be discussed. Agentes Ambientais em Marmorarias Exposição a poeiras Ana Maria Tibiriçá Bom - Química Industrial. Mestre e doutora em Saúde Pública pela FSP-USP. Tecnologista da FUNDACENTRO (Coordenação de Higiene do Trabalho), área de agentes químicos. Especialista em qualidade de laboratórios, desenvolvimento de métodos de coleta e análise de agentes químicos. Coordenadora do Laboratório de Microscopia, Gravimetria e Difratometria de Raios -X e do Grupo Técnico de Marmorarias do Programa Nacional de Eliminação da Silicose. [email protected] Exposição a Ruído e Vibrações em Mãos e Braços Irlon Angelo da Cunha - Engenheiro Eletrotécnico e de Segurança do Trabalho. Higienista Ocupacional (certificado ABHO). Mestre e doutor em engenharia pela UNICAMP e EP-USP. Tecnologista da FUNDACENTRO (Coordenação de Higiene do Trabalho), atuando na área de agentes físicos e em segurança do trabalho. Docente em cursos de formação e especialização em SST. [email protected] A exposição a agentes ambientais em marmorarias tem causado doenças ocupacionais em trabalhadores desse segmento produtivo entre as quais se destacam a silicose e PAIR, ocasionadas, respectivamente, pela exposição à poeira contendo sílica cristalina e ao ruído, além de outros danos à saúde. Nas atividades de acabamento de rochas ornamentais em marmorarias, têm predominado o processo a seco, com a utilização de ferramentas manuais principalmente elétricas. Os estudos desenvolvidos pela Fundacentro tiveram como objetivo conhecer o processo produtivo, avaliar as medidas de controle e caracterizar a exposição ocupacional, de modo a propor recomendações para melhoria das condições de trabalho. Foram realizadas avaliações da exposição à poeira e ruído com base nos procedimentos técnicos descritos nas Normas de Higiene Ocupacional da Fundacentro. No caso da avaliação da exposição à vibração em mãos e braços, utilizaram-se procedimentos previs tos em normas internacionais. Os resultados obtidos foram comparados com os níveis de ação e limites de exposição previstos na legislação brasileira e aqueles recomendados por instituições internacionais. Os resultados das exposições a poeira e ruído encontrados estavam acima dos limites de exposição. Os estudos indicaram que, na grande maioria dos casos, os sistemas de exaustão existentes para o controle da poeira eram ineficientes. As avaliações realizadas em atividades de acabamento com ferramentas que utilizavam água indicaram que a umidificação do processo era a medida de controle mais indicada em conjunto com outras ações complementares. Além da redução da poeira, observou-se a possibilidade de redução da exposição ao ruído e à vibração em mãos e braços em marmorarias que haviam implantado o acabamento a úmido com a utilização de ferramentas pneumáticas importadas de menor porte e mais leves que as ferramentas elétricas predominantes no processo de acabamento a seco. Os estudos realizados subsidiaram o Grupo Técnico de Marmorarias do Programa Nacional de Eliminação da Silicose para o desenvolvimento de um conjunto de ações voltadas ao controle da exposição a esses agentes 20 ambientais, entre as quais: a publicação de Portaria Nº 43 de 11 de março de 2008 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) proibindo o acabamento a seco de rochas ornamentais; a elaboração de um manual de referência contendo recomendações de SST aplicável às marmorarias, disponível na página institucional da Fundacentro; suporte às ações do Ministério Público do Trabalho, das Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego (MTE) e dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador; e a realização de um seminário nacional para divulgação de todas essas informações. Cursos, Treinamentos e Avaliações Ambientais como Fatores Preponderantes para a Redução dos Custos nas Empresas José Francisco dos Santos Pinto – Administrador de Empresas. Especialista em Tecnologia Educacional, Desenvolvimento de Recursos Humanos e Engenharia de Meio Ambiente. Técnico em Segurança do Trabalho. Auditor nas áreas Ambiental, Segurança do Trabalho e Qualidade e Formação. Consultor em Melhoria do Ambiente do Trabalho, Empreendedorismo, Qualidade e Meio Ambiente (Programa de Produção Mais Limpa - P+L). Atualmente responsável pela DIPRE - Divisão de Projetos Especiais da Gerência de Segurança do Trabalho – Diretoria de Saúde da FIRJAN. [email protected] José Luiz Pedro de Barros - Engenheiro Elétrico - Rede Telecomunicação, Especialização: Engenharia de Segurança do Trabalho – UFF, Política Estratégica - ESG/ADESE, Avaliação de Imóveis – UFF, Perícia Judicial – UFF,Sistema de Gestão - OIT - Turin – Itália, Sistema de Gestão Micro Empresas - OIT - Turin – Itália, Auditor de Sistema Gestão OSHAS 18001-QSP. [email protected] Abordou a importância do investimento das empresas na formação de seus colaboradores através de cursos e treinamentos e a Avaliação de Riscos Ambientais como ferramenta para a implantação e implementação dos Programas de Segurança e a elaboração de Laudo de Insalubridade e LTCAT (Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho) para o atendimento a exigências legais trabalhista e previdenciária, reduzindo de forma significativa os custos com os respectivos encargos e a diminuição dos passivos trabalhistas. Incentivos Governamentais e a Promoção da Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho Rogério Galvão da Silva - Engenheiro químico com especialização em engenharia de segurança do trabalho e em higiene do trabalho, mestre e doutor em saúde pública. Tecnologista da Coordenação de Segurança no Processo de Trabalho da FUNDACENTRO. [email protected] Esta palestra partiu de duas questões: a) Por que o governo deveria incentivar a melhoria da SST? b) Como o governo deveria incentivar essa melhoria? O uso de incentivos oferece a oportunidade de cobrir lacunas deixadas pela forma tradicional de regulamentação e também a possibilidade de estimular melhorias tecnológicas e inovações. Cada incentivo tem suas vantagens e limitações, e nenhum deles isoladamente é suficiente para garantir bons resultados em todo o universo de organizações. Destaca-se que os incentivos podem encorajar a busca de resultados que vão além do alcance da conformidade legal, e numa condição de melhor custo-benefício para o Estado. 21 São apresentados seis tipos de incentivos: flexibilização das alíquotas de contribuição do seguro acidente do trabalho (SAT), flexibilização da ocorrência das fiscalizações programadas dos ambientes e condições de trabalho, reconhecimento público em SST, publicidade negativa em SST, publicidade de dados comparativos do desempenho da SST entre organizações do mesmo segmento e estabelecimento de requisitos de SST nas licitações públicas. Manuais de SST - Ferramenta para prevenção e gestão em SST Augusto G. Dourado - Gerente de Segurança e Saúde do SESI-SP. Bacharel e Mestre em Química pelo IQ -USP. Especialista em Administração Industrial pelo Instituto Mauá de Tecnologia. Especialista em Segurança e Saúde no Trabalho pela UFBA. [email protected] O Serviço Social da Indústria, Departamento Regional de São Paulo – SESI-SP elabora manuais de segurança e saúde no trabalho para as indústrias, por ramo de atividade, que descrevem os riscos ocupacionais por etapa do processo produtivo nas indústrias e sugerem medidas para o controle desses riscos. Os objetivos são reduzir a exposição ocupacional a fatores de riscos e motivar para o aprimoramento das condições e das práticas de trabalho. Os manuais são desenvolvidos por equipe multidisciplinar em várias etapas que incluem levantamento bibliográfico, treinamento técnico em relação aos processos produtivos, contatos com entidades representativas do ramo, profissionais da área e fornecedores de insumos, avaliações de campo nas indústrias, tabulação e avaliação das informações levantadas. Os manuais contemplam, ainda, o histórico e tipificação do ramo, programas e ações de SST, legislação e bibliografia, além de material desenvolvido especialmente para o trabalhador, como cartilhas e cartazes. A apresentação didática e bem ilustrada dos diferentes riscos ocupacionais, suas causas, as possíveis repercussões na saúde dos trabalhadores e as sugestões de medidas de controle formam uma rica fonte de informações para o aprimoramento das indústrias. A apresentação detalhada e sistematizada auxilia a desenvolver e implantar medidas preventivas adequadas. A gestão em SST é motivada principalmente pela defesa do cumprimento dos objetivos das Normas Regulamentadoras, do envolvimento dos trabalhadores e do desenvolvimento de melhorias contínuas. Avaliação de Níveis de Ruído em Fones de Ouvido Jair Felício - Engenheiro Eletricista, com especialização em Segurança do Trabalho. Pós-graduação “Aperfeiçoamento em Telecomunicações”. Mestre em Engenharia pela EP-USP. Higienista Ocupacional. Membro fundador da ABHO. Atual vice-presidente de Administração da ABHO (gestão 2006-2009). Membro da ACGIH e da AIHA (desde 1994). Atua há mais de 25 anos em Telecomunicações , notadamente em Higiene Ocupacional. [email protected] Com o avanço técnico-científico e a necessidade de rapidez nas comunicações dos diversos segmentos da economia e da vida moderna, a utilização de fones de ouvido não se restringe mais somente aos serviços de Telefonia (telefonistas, atendentes, técnicos e cabistas), operadores de telemarketing ou teleatendimento. Estende-se a outras profissões, como pilotos de aeronaves e de helicópteros, músicos, operadores de áudio e vídeo, além de profissionais de inúmeras outras atividades que necessitam utilizar fones para comunicações, como na indústria naval, do petróleo, da mineração (telemineração, mineração remota), etc. Com isso, a avaliação de risco de surdez ocupacional deve ser adequada à realidade de milhares de pessoas hoje envolvidas com a utilização de fones de ouvido. Essa questão se amplia quando se considera uma legião de pessoas que 22 diariamente passa horas ouvindo música em seus tocadores digitais de música com o volume tão alto que qualquer um ao lado delas pode também ouvir os mesmos sons. Devido, principalmente, aos outros tipos de exposição mais difundidos, a exposição ocupacional ao ruído é um assunto bastante discutido e há, inclusive, critérios adequados de avaliação dos níveis sonoros. Estes estão, no entanto, voltados para os sons que podem ser medidos na zona auditiva em campo aberto, mas não no interior do pavilhão auricular, que é o caso do presente trabalho. A palestra abordou um estudo cujo objetivo é apresentar as medições sonoras atualmente realizadas no interior do pavilhão auricular; demonstrar que o estudo da avaliação do nível sonoro em atividades que utilizam fones de ouvido ainda é incipiente, complexo e oneroso; identificar qual (is) norma(s) é (são) mais adequada(s) para avaliar os níveis de ruído em fones. A metodologia parte da revisão da literatura, utilizando como materiais e métodos, de forma comparativa, os resultados das experiências e dos estudos do autor e de outros especialistas frente às normas disponíveis pertinentes relativas aos critérios metodológicos de medição dos níveis de ruído em fones de ouvido. A conclusão do estudo aponta os parâmetros necessários para uma avaliação confiável e subsídios para o desenvolvimento de uma Instrução Técnica ou elaboração de uma Norma de Higiene Ocupacional – NHO - específica para este tipo de avaliação. Trabalho e Saúde. A gestão do risco como instrumento da prevenção de doenças ocupacionais Olga Mayan - Engenheira Química pela Faculdade de Engenharia pela UP - Universidade do Porto, Portugal. Doutora em Ciências Biomédicas, especialidade Saúde Comunitária, pelo Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar - UP, Portugal. Professora do ensino superior no Instituto Superior da Maia (licenciatura em Segurança e Higiene do Trabalho); Universidade do Porto (pósgraduação em Medicina do Trabalho e Mestrado em Saúde Pública). Coordenadora de mais de 50 projetos de investigação, predominantemente na área de Saúde Ocupacional. [email protected] O trabalho, embora constituindo um importante vetor da realização individual e do desenvolvimento das sociedades, inclui aspectos negativos para a saúde dos trabalhadores. Estes aspectos estão associados às condições estruturais do espaço de trabalho, aos materiais e à organização do trabalho e também às condições ambientais do local de trabalho. É importante encontrar mecanismos que permitam a prevenção e controle dos riscos profissionais, nomeadamente a avaliação e gestão dos riscos. A gestão dos riscos profissionais é um processo que permite fazer o diagnóstico das condições de trabalho, identificar os riscos, bem como selecionar as medidas mais adequadas para a sua prevenção e controle, e também estabelecer indicadores que permitem monitorar as ações a desenvolver. Este processo, permitindo o controle dos riscos, pode constituir um instrumento útil para a prevenção das doenças profissionais, quando a sua informação é enquadrada nos programas de vigilância da saúde dos trabalhadores. 23 Considerações Técnicas sobre a Gestão das Exposições Ocupacionais à Radiação Eletromagnética Solange Schaffer - Mestre em Sistema Integrado em Saúde no Trabalho e Meio Ambiente pelo Centro Universitário Senac. Especialista em Higiene do Trabalho pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa, SP. Licenciada em Pedagogia pela Universidade Metodista, SBC. Atualmente é pesquisadora da FUNDACENTRO em gestão de políticas públicas voltadas à radiação eletromagnética. Membro titular do Ministério do Trabalho e Emprego - Comissão Nacional de Bioeletromagnetismo (CNBem), presta assessoria técnica a Ministérios Públicos do Trabalho. [email protected] Os estudos sobre a exposição humana à radiação eletromagnética apresentam divergências científicas, políticas, sociais e econômicas. A indefinição de políticas públicas adequadas à realidade brasileira sobre este tipo de exposição vale-se dos atuais questionamentos sobre as incertezas científicas dos efeitos à saúde e os níveis de referência mundialmente estabelecidos. As divergências científicas centram-se em possíveis efeitos adversos decorrentes de exposições contínuas e prolongadas a níveis baixos de radiação eletromagnética, uma vez que os padrões estabelecidos consideram somente exposições de curto prazo e em níveis altos. O número exíguo de pesquisas nacionais e internacionais e a complexidade das atividades exercidas por trabalhadores expostos a este tipo de radiação nos locais de trabalho refletem incoerências no atendimento às legislações existentes, por grande parte das empresas dos setores de eletricidade, de radiodifusão e de telecomunicações. Por outro lado, a ausência de recomendações técnicas explícitas nessas legislações, quanto à adoção de ações que minimizem os riscos, contribui para a inadequada gestão das exposições ocupacionais à radiação eletromagnética. Estratégia para Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído Eduardo Giampaoli - Físico. Higienista certificado pela ABHO. Mestre em Engenharia Mecânica na área de Ruído e Vibrações. Realiza estudos e pesquisas na área de Higiene Ocupacional na FUNDACENTRO. Membro de grupos de estudo para a elaboração NR-15 e da NR -17, referente às condições ambientais de trabalho, NR-9 (PPRA). Docente de cursos na área de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho. Autor de publicações, como “Riscos Físicos ” e Normas de Higiene Ocupacional da FUNDACENTRO: “Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído - – NHO 01” e “Avaliação da Exposição Ocupacional ao Calor - NHO 06”, e “Características de Absorção Acústica de Tijolos Transformados em Absorvedores de Ruído de Baixa Freqüência”. [email protected] Abordou os distintos critérios para avaliação da exposição ocupacional ao ruído, que implique risco potencial de surdez ocupacional, tendo por base a NR 15 e a NHO 01, e a importância da seleção do critério a ser seguido no processo de avaliação. Definiu os parâmetros de medição, o significado de cada um deles e como estão relacionados. Discutiu os procedimentos de avaliação, a representatividade de cada medição e de um conjunto de medições, e a interpretação dos resultados obtidos. 24 Um Olhar Preventivo para a Gestão em Segurança e Saúde no Trabalho frente à Implantação da NR 32 Vera Lucia Cantalupo - Pedagoga. Técnica de Segurança do Trabalho. Coordenadora de Projetos de Qualidade com base na ISO 9001:2000. Representante Assistente da CNIF do GTT e da CTPN da NR 32. [email protected] Com base nos parâmetros estabelecidos na NR 32, apresentou um panorama das principais ações de prevenção para a área de saúde, diante das dificuldades de implantação da Norma, aplicável em todo o País. Focalizou uma Norma de gestão e controle de riscos e sua implantação na realidade de um Hospital Psiquiátrico no interior de São Paulo, onde a principal ferramenta de gestão foi o planejamento e a criatividade de seus funcionários e a postura corajosa da Diretoria da entidade. 25 Folder do evento 26