Relatório da II Oficina de Formação Profissional “Aplicação das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Nutrição: desafios e possibilidades”. Rio de Janeiro, 27 de junho de 2015. Realização: Conselho Regional de Nutricionistas – 4ª Região/Comissão de Formação Profissional. Comissão organizadora: Comissão de Formação Profissional - CRN-4 (Stella Maria Pereira de Gregorio, Celina Szuchmacher Oliveira, Luciléia Granhen Tavares Colares e Maria do Carmo Rebello Gomes); Grupo de Trabalho: Ana Maria Florentino, Cristina Pinheiro Mendonça, Kátia Ayres Monteiro, Lucia Pereira de Andrade, Eliane Moreira Vaz, Marta Maria Antonieta de Souza Santos, Miriam Ribeiro Baião, Rita de Cássia Perrelli, Virgínia Nascimento Barroso, Inês Rugani Ribeiro de Castro, Thaís Salema e Giane Moliari; Secretárias: Margareth dos Santos Barros e Sheyla Maria de Moura. A partir do recebimento do ofício-circular CFN nº 37/2015 (Anexo I), que apresentava o roteiro para realização das oficinas regionais, além de um questionário composto por cinco questões, foi elaborado um roteiro com dados de identificação dos cursos de Nutrição das Instituições de Ensino Superior (IES) e seis questões, a saber: 1) Que práticas pedagógicas são realizadas pelos docentes? De que forma essas práticas colaboram para a construção de uma formação humanista, crítica e reflexiva para inserção social do nutricionista? 2) Como a estrutura do curso contribui para a formação de um perfil de egresso generalista, humanista e crítico? 3) Como a inovação, a flexibilidade, a interdisciplinaridade e a interprofissionalidade têm sido trabalhadas na formação profissional no seu curso? 4) Como os integrantes do curso (direção, coordenação, NDE, docentes, discentes) percebem a gestão do projeto pedagógico, refletindo especialmente sobre a autonomia, disponibilidade docente, participação discente, infraestrutura da IES e outra questão importante para sua realidade? 1 5) Como você considera a relação da carga horária do seu curso com o perfil esperado do egresso? 6) A partir das reflexões acima, o que seria necessário para implementar transformações que contribuam para uma formação humanista, crítica e reflexiva que considere um conceito ampliado de saúde? Em seguida, o roteiro foi enviado às Coordenações dos 20 (vinte) Cursos de Nutrição, das IES públicas e privadas do estado do Rio de Janeiro, com prazo de 15 (quinze) dias para resposta. Além disso, foram encaminhados convite e ficha de inscrição (Anexo II), para a II Oficina de Formação Profissional, tendo como público alvo: Docentes: 06 vagas 01 para diretor 01 para coordenador 01 para docente em alimentação coletiva 01 para docente em nutrição clínica 01 para docente em saúde coletiva 01 para docente em ciência dos alimentos Discentes: 02 vagas Na véspera do evento foi enviada mensagem eletrônica a todos os 107 inscritos, com orientações de acesso ao local do evento, mapa de localização, meios de contato e programação. A II Oficina de Formação Profissional “Aplicação das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Nutrição: desafios e possibilidades”, foi realizada no dia 27 de junho de 2015, na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Compareceram 52 participantes entre diretores/coordenadores dos cursos de graduação, docentes das diferentes áreas de atuação (ciência dos alimentos, nutrição clínica, saúde coletiva, alimentação coletiva) e discentes. Nove Cursos de Nutrição das seguintes IES estiveram representadas: Centro Universitário Celso Lisboa, Universidade Federal Fluminense, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Estácio de Sá, Universidade federal do Rio de Janeiro (campus Macaé), Universidade 2 do Estado do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Centro Universitário Augusto Motta e Universidade Veiga de Almeida. Dentre as entidades representativas da categoria, esteve presente somente a Associação de Nutrição do Rio de Janeiro - ANERJ. Compuseram a Mesa de Abertura do evento: a Presidente do Conselho Regional de Nutricionistas (CRN-4), Kátia Cardoso dos Santos, a Coordenadora da Comissão de Formação Profissional (CFP) do CRN-4, Stella Maria Pereira de Gregorio e a Diretora da Escola de Nutrição da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro UNIRIO, Giane Moliari. Após abertura do evento, a coordenadora da CFP do CRN4, Stella Maria Pereira de Gregorio, apresentou o histórico das ações sobre Formação Profissional, encontros nacionais e oficinas regionais, realizadas no período de 2012 a 2014. Em seguida, a Profª Drª Victoria Maria Brant Ribeiro, pedagoga, com experiência em Sistemas Educacionais, proferiu a palestra “Formação Profissional em Saúde: o papel dos formadores”, como forma de sensibilizar para a discussão nos grupos de diálogo. Posteriormente, a Profª Thaís Salema apresentou a Dinâmica do AquárioCarrossel e Tarjetas, que foi adotada nos grupos de diálogos (Anexo III). Os membros da comissão organizadora convidaram os participantes a se dirigirem às salas de aula, de acordo com a etiqueta identificadora, com os seguintes símbolos: cavalo marinho, corais, estrela do mar e ostra. Sendo o público presente em número inferior ao total de inscritos, foi necessário redimensionar o número de participantes por sala, onde foram utilizadas as dinâmicas “Aquário/Carrossel/Tarjetas”. Após esclarecimentos sobre as dinâmicas, os participantes foram divididos em duas salas. Na primeira concentraram os grupos “Estrela do Mar” e “Corais” e na segunda os grupos “Cavalo Marinho” e “Ostras”. Os participantes da sala “Estrela do Mar” e “Corais” ficaram com a proposta de dialogar, inicialmente, sobre as duas primeiras perguntas: 1) Que práticas pedagógicas são desenvolvidas pelos professores no cotidiano da graduação? Como são realizadas? O que pode ser feito para melhorar as práticas pedagógicas? e 2) Como a Organização e a carga horária do curso contribuem para a formação do nutricionista generalista, humanista e crítico? O que pode ser feito para melhorar a formação? Enquanto, na sala “Cavalo Marinho” e “Ostras” houve o debate sobre, as seguintes perguntas: 3) Como a inovação, a flexibilidade, a interdisciplinaridade e a 3 interprofissionalidade tem sido trabalhadas no curso? Quais os desafios e propostas de superação? 4) Como você avalia seu curso, refletindo especialmente sobre a autonomia, a infraestrutura, bem como a motivação de professores e estudantes para uma formação humanista, crítica e reflexiva? O que pode ser feito para melhorar o curso? As atividades iniciaram às 14:30 horas e foram encerradas às 18:30 horas. Os membros da comissão organizadora coordenaram as atividades desempenhando o papel de moderadores e relatores das salas, conforme a Dinâmica Aquário-Carrossel-Tarjetas: Aquário O aquário é uma forma de conversação que pode ser utilizada para dialogar, de forma interativa, sobre uma temática com grandes grupos. Principais vantagens: permite que diversas pessoas participem e partilhem suas opiniões; não há distinção dos participantes, já que todos têm oportunidade de contribuir; pode ser utilizado em substituição ao formato de mesa de debates e envolver um grande número de pessoas. Desenvolvimento do aquário Cinco cadeiras foram dispostas em um círculo central (aquário). As cadeiras restantes foram dispostas em círculo concêntrico pelo lado de fora do aquário. Três participantes se voluntariaram para ocupar as cadeiras do aquário, enquanto os demais participantes ocuparam as cadeiras do círculo externo. No aquário, duas cadeiras ficaram vagas, para serem ocupadas por participantes do círculo externo, que se revezaram, contribuindo na discussão. O moderador introduziu uma questão e os participantes do aquário começaram a conversar sobre a mesma. Os participantes do círculo externo assistiram com atenção ao que estava ocorrendo dentro do aquário e receberam tarjetas coloridas, onde deveriam ser registrados dois elementos centrais da discussão (tarjeta azul) e duas propostas de melhoria ou transformação (tarjeta rosa). Foi esclarecido ao grupo que, a qualquer momento, dois participantes do círculo externo poderiam ocupar as cadeiras vagas e juntarem-se ao aquário. Estes novos membros se 4 integrariam à conversa e apresentariam sua opinião e/ou fariam uma pergunta aos integrantes originais do aquário e quando esgotasse o assunto, se retirariam, deixando as cadeiras novamente vagas para outros interessados. Portanto, a sua permanência no aquário seria transitória. A discussão seguiu com os participantes entrando e saindo do aquário, num período de 30 (trinta) minutos, para cada questão. Desenvolvimento do Carrossel Parte dos integrantes do círculo maior, após o término da discussão da questão proposta em sua sala, passou para a sala seguinte e vice-versa. Essa movimentação visou ao enriquecimento da discussão, tendo em vista as várias combinações de participantes. Após a conclusão da dinâmica, os participantes realizaram a avaliação da oficina, a partir das respostas aos itens: Pontos Fortes; Pontos Fracos; Como entrei; Como estou saindo (Anexo IV). O evento teve seu encerramento nas próprias salas de aula. Os relatos das reflexões da II Oficina de Formação Profissional, serão apresentados por pergunta formulada. 1) Que práticas pedagógicas são desenvolvidas pelos professores no cotidiano da graduação? Como são realizadas? O que pode ser feito para melhorar as práticas pedagógicas? Houve concordância de que as práticas pedagógicas tradicionais, conteudistas, são as mais desenvolvidas nas diferentes IES. Algumas exceções foram apresentadas, como ensino baseado na problematização, promoção de diferentes atividades extra muro e aplicação de metodologias ativas como elemento motivador. Destacaram que essas práticas pedagógicas inovadoras, geralmente, apresentam um excelente retorno dos alunos. Por outro lado, um docente relatou que em sua experiência de sete a oito anos utilizando essa metodologia, na disciplina que ministra, vem enfrentando dificuldades com solicitação constante da retirada desse componente curricular. As práticas integradas foram citadas, como “tempero” entre a teoria e a prática. A promoção de atividades de campo, com o objetivo da realização de pequeno projeto de pesquisa, vem permitindo ao discente conhecer, refletir, buscar soluções e construir conceitos, com a vivência 5 prática. Outro dado relevante mencionado sobre as práticas integradas foi a forma precoce de inserção dos discentes, dos primeiros períodos, em atividades afins do profissional. Alguns docentes mencionaram a utilização de práticas pedagógicas tradicionais mescladas com metodologias diferenciadas, como a elaboração de murais interativos e construção de portfólio. Os discentes presentes mencionaram que as metodologias ativas fazem com que o aluno “saia da sua zona de conforto, é o momento em que mais se aprende, aprende-se muito com a prática”, porém muitos docentes perdem o foco empobrecendo os resultados esperados. Outro fato mencionado foi a limitação enfrentada pelos alunos, dos cursos noturnos, para participar de atividades durante o dia, como visitas, projetos de extensão, de pesquisa, entre outras. Foi mencionado, por uma docente de IES particular, a participação em Consórcio existente na área de Educação, onde os docentes passam por uma imersão de estudo em metodologias ativas, como sala invertida em que os alunos trabalham textos e estudo de caso, por exemplo. Além das metodologias ativas foram citadas as atividades estruturadas (complementares) e o ensino a distância, como práticas pedagógicas. Apesar de haver “coro” entre os participantes, sobre a importância da utilização das metodologias ativas, como práticas pedagógicas ideais, foram apontadas algumas dificuldades em aplicá-las, como a preparação dos discentes e docentes, a infraestrutura da IES, como por exemplo, bibliotecas e acesso à internet. Ressaltaram, ainda, limitações para o uso dessas práticas pelos docentes horistas que necessitam ter uma carga horária grande em sala de aula para sobreviver, limitando o seu tempo para preparar as atividades diferenciadas; resistência de discentes que chegam de escolas tradicionais apresentando dificuldades na construção de conceitos e dificuldade em circular entre a teoria e prática; O que pode ser feito para melhorar as práticas pedagógicas? Realizar cursos de formação pedagógica para o docente; Institucionalizar alguns processos de metodologias ativas; Institucionalizar as atividades práticas; Promover integração entre diferentes componentes curriculares, cursos e campus; 6 Sensibilizar os docentes para a utilização de metodologias ativas, por meio do Núcleo Docente Estruturante; Promover “Conselhos de Classe”, por período, a fim de romper barreiras, eliminar as “caixinhas de disciplinas” e promover discussões integradoras entre discentes e docentes; Propor espaços de discussão, com trocas de experiências, como a oficina que está sendo realizada; Discutir as práticas pedagógicas, como a implementação de atividades estruturadas e projetos de extensão, envolvendo os discentes em atividades de campo de forma precoce; Oferecer bolsas (auxílio financeiro) para estimular o envolvimento de discentes em projetos de extensão; Que os discentes tenham oportunidade de vivenciar a prática após a teoria; Preparar os coordenadores e diretores para que possam ser integradores; Estimular a realização de “sessões docentes” com o objetivo de integração entre cursos; Integrar os formadores pertencentes à área básica e específica de formação; Desconstruir o formato departamental, verificado em muitas IES, e trabalhar com áreas de saber; Abrir espaços para que os discentes possam propor mudanças curriculares e atividades práticas; 7 2) Como a Organização e a carga horária do curso contribuem para a formação do nutricionista generalista, humanista e crítico? O que pode ser feito para melhorar a formação? Alguns docentes mencionaram que a carga horária atual é suficiente, entretanto mal distribuída para formar o nutricionista generalista, humanista e crítico. No Quadro 1 são apresentadas a carga horária e o tempo mínimo de integralização dos cursos presentes. Quadro 1: Carga horária e tempo mínimo de integralização dos cursos participantes da II Oficina de Formação Profissional. IES Carga Horária Tempo Mínimo de (h) Integralização UFRJ - RJ 3.721 4 anos UFRJ - Macaé 4.500 4 anos e meio UERJ 3.775 4 anos UNIRIO 4.235 5 anos UFF 4.000 5 anos UNESA 3.354 4 anos UCL 3.390 4 anos UVA 4.130 4 anos UNISUAM 3.628 4 anos Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ - RJ, UFRJ – MACAÉ, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, Universidade Federal Fluminense - UFF, Universidade Estácio de Sá – UNESA, Centro Universitário Celso Lisboa – UCL, Universidade Veiga de Almeida - UVA e Centro Universitário Augusto Motta – UNISUAM. Foram citados os estágios, a carga horária equitativa dos mesmos e o envolvimento de outros formadores, como facilitadores para a formação do nutricionista generalista e humanista. Outro elemento mencionado pelos participantes foi a importância de trazer conteúdos dos componentes curriculares do básico para a área profissional. A reflexão foi direcionada para a elevada carga horária do básico com componentes curriculares engessados, em detrimento dos componentes específicos. Outro fato apontado, diz respeito à carga horária mais ou menos elevada de algumas “disciplinas”, que determinam maior ou menor “poder” às áreas do conhecimento. Essa reflexão poderia ser um elemento motivador para a promoção da reforma curricular. 8 Destacaram, ainda, que o equilíbrio da carga horária, entre as diferentes áreas, contribuirá para a formação de um profissional crítico. Encerrando a discussão foi apresentada a criação da LIGA pelos estudantes da UFRJ, organização política dos discentes de Nutrição, e que a Associação de Nutrição do Estado do Rio de Janeiro (ANERJ) encampará como Liga Estadual Estudantil. O que pode ser feito para melhorar a formação? Promover a Reforma curricular; Fomentar o equilíbrio da carga horária dos diferentes componentes curriculares que compõem a formação do nutricionista; Otimizar a carga horária, com práticas pedagógicas inovadoras, integradoras e efetivas para o aprendizado; Realizar práticas com diferentes componentes curriculares, otimizando o tempo; Desenvolver atividades integradoras, extrapolando a formalização da estrutura das disciplinas, a fim de driblar a carga horária restrita de alguns componentes curriculares; Promover flexibilidade curricular, permitindo que o aluno conclua ou não o curso no tempo mínimo de integralização; Instituir componentes curriculares eletivos que possam integrar a área de humanidades com a Nutrição. 3) Como a inovação, a flexibilidade, a interdisciplinaridade e a interprofissionalidade têm sido trabalhadas no curso? Quais os desafios e propostas de superação? A discussão no aquário foi iniciada com a palavra de um docente do setor privado, que relatou o trabalho com metodologias ativas de aprendizagem e que vem se intensificando na universidade, o desenvolvimento de atividades específicas (embora descontínuas), que aglutinam vários cursos visando a promoção da integração através do diálogo entre as diferentes áreas do saber. Entretanto, a viabilização dessas estratégias necessita de carga horária suficiente entre os docentes responsáveis para o seu planejamento. Não basta conhecê-las, elas precisam ser incorporadas no dia a dia do processo ensino-aprendizagem. O obstáculo apontado para o 9 desenvolvimento dessa prática é o fato de os docentes receberem proventos por hora/aula em sala de aula, tornando a atividade de planejamento uma ação voluntária e de “boa vontade”. Na sequência, representantes de universidades públicas identificaram a predominância da fragmentação do ensino como consequência, tanto da pouca flexibilidade das grades curriculares, quanto da própria estrutura institucional (ênfase na departamentalização). Por outro lado, crescem experiências de integração e estratégias que possibilitam a construção da interdisciplinaridade e da interprofissionalidade, através de Programas de Extensão e da modalidade de Internato para diferentes áreas do curso, além da intensificação de Conselhos de classe que permitem o diálogo frequente entre as diferentes áreas que constituem o projeto pedagógico do curso. Dessa forma, as seguintes recomendações destacaram-se como estratégias que favorecem a interdisciplinaridade: Desenvolvimento de programas de extensão e a realização de práticas integradas desde os primeiros períodos do curso permitindo o diálogo entre as disciplinas do mesmo curso e dessas com outros cursos. Necessidade de reforçar e/ou criar o eixo de formação para o SUS. Quanto à flexibilização curricular, colocado como desafio aos atuais currículos de formação do nutricionista, os mesmos (currículos) são cada vez mais desafiados pelo corpo discente, que diante da possibilidade da participação em projetos de pesquisa e extensão, com recebimento de bolsa, tem “aberto janelas” à participação como por exemplo, trancamento de disciplinas curriculares. Dessa forma, os cursos que oficialmente seriam concluídos em 08 períodos letivos estão sendo concluídos em 8,5 períodos. 4) Como você avalia seu curso, refletindo especialmente sobre a autonomia, a infraestrutura, bem como a motivação e a disponibilidade de professores e estudantes para uma formação humanista, crítica e reflexiva? O que pode ser feito para melhorar o curso? Foi identificado que existe motivação do corpo social da instituição (docentes e discentes). Entretanto, existem impedimentos estruturais e regimentais, que dificultam o aprofundamento das reflexões e desenvolvimento de ações necessárias ao alcance de uma formação humanista, crítica 10 e reflexiva. Outro aspecto apontado foi com relação às grades curriculares que, por sua rigidez, acabam asfixiando as possibilidades de uma formação generalista. Foi salientado o protagonismo que as entidades de classe devem desempenhar na definição sobre o que é um profissional humanista, crítico e reflexivo. Sob que referenciais teórico metodológicos devem ser pensadas essas categorias. Os elementos centrais da discussão, bem como as propostas de melhoria ou transformação para cada questão discutida pelos grupos das duas salas e registradas nas tarjetas coloridas pelos participantes da oficina durante a dinâmica encontram-se no Anexo V. Foi planejada uma oficina para o estado do Espírito Santo, porém, devido à baixa adesão das IES, não foi possível sua realização, pois, das seis IES convidadas, apenas uma confirmou sua presença. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A trajetória de acompanhamento da formação e aprimoramento profissional, vem sendo percorrida pelo Sistema CFN/CRN desde 2001, com a realização de diversos eventos. A partir de 2012, durante o XXII CONBRAN, realizou-se a oficina “Formação do Nutricionista e sua realidade de Trabalho”, que sinalizou para os Conselhos Regionais, a necessidade de aprofundar a discussão sobre a qualidade da formação profissional. O CRN4, realizou em 13 de julho de 2013 a I Oficina “Qualidade da Formação e Exercício Profissional: presente e futuro”, que contribuiu para o Encontro Nacional de Formação Profissional, em Brasília, no mesmo ano, onde foram abordados os seguintes eixos temáticos: Docente e Discentes como Sujeitos Políticos na Formação Profissional; Formação Profissional e Educação Continuada; Realidade e Limitações no exercício profissional; e Campos potenciais para atuação. No XXIII CONBRAN de 2014, em VitóriaES, durante a II Oficina do Sistema CFN/CRN, sobre “Discussão e Reflexão dos Eixos discutidos no Encontro Nacional de Formação Profissional”, saiu a indicação de Revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais - DCN. 11 Assim, para atender à demanda proposta pelo CFN, o CRN4 realizou, em 27 de junho de 2015, a II Oficina de Formação Profissional, cujo tema foi “Aplicação das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Nutrição: desafios e possibilidades”. O grande mérito dessa II Oficina foi promover o encontro das IES públicas e privadas, aprofundar o debate sobre as DCN entre coordenadores de cursos de Graduação em Nutrição, docentes e discentes. Ao final, os grupos destacaram os elementos centrais da discussão e apresentaram inúmeras propostas de melhoria ou transformação da situação atual. Sem dúvida, a II Oficina representou um marco inicial na discussão das DCN, cujos resultados serão encaminhados ao CFN. Por outro lado, cabe ressaltar, que os participantes manifestaram em suas avaliações, a satisfação em estarem reunidos coordenadores, docentes e discentes para juntos debater tema tão pertinente, além de revelarem explicitamente, o sentimento de preocupação e compromisso com a Formação e o Exercício Profissional. 12 ANEXO I OFÍCIO CIRCULAR DO CFN 13 ANEXO II FICHA DE INSCRIÇÃO ENVIADA ÀS IES PARA PARTICIPAÇÃO NO EVENTO II Oficina de Formação Profissional Data: 27 de junho de 2015 Horário: 13:00 às 18:00 horas Local: Auditório Vera Janacópulos - Av. Pasteur, nº 296 - Prédio da Escola de Nutrição da UNIRIO, Urca/RJ. FICHA DE INSCRIÇÃO Nome da Instituição de Ensino Superior: Função Nome Completo No de Inscr. CRN-4 E-mail Celular/Telefone Diretor da Unidade Coordenador de curso Docente Alimentação Coletiva Docente Nutrição Clínica Docente Saúde Coletiva Docente Ciência de Alimentos Estudante Estudante 14 ANEXO III PROGRAMA DA OFICINA 15 ANEXO IV AVALIAÇÃO DO EVENTO Os participantes receberam um questionário para avaliação do evento com as seguintes perguntas: pontos fortes, pontos fracos, como entrei e como estou saindo. A avaliação foi recolhida ao final do evento. Segue abaixo a avaliação dos participantes: PONTOS FORTES Organização das dinâmicas (proposta); Somente um turno do Encontro; A fala da professora Victoria Brant. Excelente a integração e reconhecimento de outras realidades. A dinâmica adotada; A fala da Victoria. Palestra da Victória; Dinâmica adotada. Momento para todos refletirem sobre a formação. Participação de docentes de várias áreas da Nutrição. Troca de experiência com pessoas de diversos cargos (diretores, coordenadores, PONTOS FRACOS A não adesão dos profissionais; Pouca participação dos alunos. Tempo curto. Achei que poderia ter sido uma tarde inteira para discussão. Tempo insuficiente para discutir com mais profundidades o roteiro de questões de cada tema. Dia (sábado), e horário da realização da Oficina. Pouca participação de instituições privadas. Horário (sábado). Na verdade, a parte da tarde. O ideal, pela manhã. Pouco tempo para aprofundar nas discussões. COMO ENTREI Com muitas expectativas. Representando minha instituição. Já estava passando por um momento de repensar minha prática docente e a forma de discutir os conteúdos da disciplina, o que sempre faço, e mas como estava em final de período isso está mais forte neste momento. Animada com o encontro. Com a expectativa de trocar experiências para melhorar a formação de nossos alunos. Intrigada e curiosa. COMO ESTOU SAINDO Com expectativas atendidas, mas com a criação de outras tantas expectativas, ou seja, estou bem, da forma como gosto, desafiada, estimulada. Satisfeito! E com muitas ideias!!! Acho que o evento reforça questões que já me tocam, para as quais estou/sou sensível. Lamento que outras pessoas da minha instituição não estejam aqui e sempre faltem a eventos como este. Às vezes tenho a sensação de que eventos como esse atraem apenas pessoas já sensibilizadas ao tema. Fico me perguntando como trazer isso para minha instituição. 16 PONTOS FORTES docentes e discentes) Possibilidade de discussão e reflexão sobre diferentes realidades e experiências na formação de Nutricionista. Organização, a dinâmica, dia da semana. Novo currículo do curso que deve ser implementado em universidades, para uma melhor formação de profissional. A palestrante, professora Victoria Brant, pela forma de apresentação, além do conteúdo em si. E a dinâmica do aquário. Show!!! Reunir as Universidades para discussão. Palestra da professora Victoria; Dinâmica do aquário. Todo o evento foi muito bom, mas as trocas de informações e vivências foram o ponto alto. PONTOS FRACOS Organização do debate em forma de aquário. Representatividade dos professores das Universidades. Horário. Não houve. Dia e horário (poderia ser pela manhã). Horário e dia. Sistematização final. Não conseguir debater todas as 6 perguntas. Falta de sistematização geral. Faltou um debate final e um retorno do Conselho sobre as questões levantadas. COMO ENTREI Indicação da Coordenação da UNISUAM. Como Diretora do INJC /UFRJ, representando minha instituição. UFRJ - Macaé Com dúvidas sobre a atuação do profissional na área social. Como docente e entidade – UFRJ, Anerj e CRN4. Com disponibilidade para discutir o tema da formação. Tendo uma visão pequena sobre o que é a vivência de um docente. Convite. Convidada por professora. Recebi informação do CRN4. Com muita expectativa de integrar e conhecer a realidade regional da formação do nutricionista. Curiosa. Motivada. Motivada. COMO ESTOU SAINDO Alentada e reflexiva. Acreditando que as dificuldades encontradas para a formação são as mesmas nas diferentes IES. Muito instrumentalizada e com mais tarefas e desafios. Empolgada, reflexiva, animada e encorajada. Como profissional nutricionista mais preocupada com a formação deste profissional e com o meu papel no desempenho do cargo que hora ocupo, como diretora de uma Unidade formadora. Motivada e cheia de ideias. Com maiores informações e mais motivada a mudança e práticas humanistas. Mais animada. Muito pela dinâmica de discussão. Com disponibilidade de continuar a discussão. Cheia de ideias. 17 PONTOS FORTES Assuntos pertinentes. Dinâmica de grupo. A discussão dos profissionais. Organização; Clima agradável; Localização. O formato do debate. Discussão em grupos com perguntas orientadoras. Discussões muito proveitosas; Dinâmica possibilitando a participação de muitos. PONTOS FRACOS COMO ENTREI COMO ESTOU SAINDO Sabendo como pensam os professores e conhecendo mais sobre sua vida profissional. Gostei muito. Mais a par e estimulada para com as atividades relacionadas às modificações e melhorias curriculares. Acho muito bom esse tipo de evento. Bastante satisfeita, com muitas reflexões e possibilidades de discussões internas/externa. Bem ativa em relação às atividades acadêmicas da minha faculdade. Reflexiva. Reflexiva. 18 ANEXO V ELEMENTOS CENTRAIS DA DISCUSSÃO E PROPOSTAS DE MELHORIA OU TRANSFORMAÇÃO PARA CADA QUESTÃO DISCUTIDA DURANTE A OFICINA, REGISTRADOS NAS TARJETAS COLORIDAS. 1. Que práticas pedagógicas são desenvolvidas pelos professores no cotidiano da graduação? Como são realizadas? O que pode ser feito para melhorar as práticas pedagógicas? ELEMENTOS CENTRAIS DA DISCUSSÃO Necessidade de formação pedagógica docente nas metodologias ativas. Incluir aluno na construção de conceitos e aprendizado pautado na prática Práticas pedagógicas tradicionais Metodologias ativas Aprender também fora de sala de aula Algumas iniciativas pontuais mais modernas e sempre com os mesmos professores A dificuldade com as metodologias ativas é do professor e do aluno Integração entre teoria e prática Metodologias tradicionalistas muito mais presentes nas faculdades Experiências criativas de integração entre disciplinas e práticas Desafio de integrar disciplinas e práticas Metodologia ativa ser incluída de forma gradual em todas as disciplinas, do primeiro ao último período Favorecer experiência prática, com respaldo Mesclar o tradicional, com o inovador (metodologia ativa) Dificuldade do aluno para receber a metodologia ativa e do docente de aplicá-la Práticas pedagógicas desenvolvidas: mural interativo, oficina culinária, aprendizagem baseada em problemas, problematização, portfólio reflexivo. Práticas pedagógicas integrando disciplinas PROPOSTAS DE MELHORIA OU TRANSFORMAÇÃO Realização de encontros semestrais para discussão sobre componentes curriculares dentro dos cursos. Fomentar formação dos professores. Mesclar os métodos e institucionalizar os inovadores. Partir para a formação do docente no método ativo e tradicional. Cursos de metodologias ativas. Reflexão sobre a necessidade de integrar os formadores. Preparar professores para realizar atividades atípicas com os alunos. A instituição deve prover infraestrutura para realização de atividades atípicas. Implantar carga horária prática em todas as disciplinas teóricas. Conscientizar os professores da importância da mudança. Ter nos programas pedagógicos propostas de mudanças nas práticas pedagógicas. Elaborar mais atividades extra-curriculares ou fora de sala de aula. Relacionar as teorias e conceitos com a prática profissional. Avaliar os métodos aplicados nas disciplinas ministradas. Aplicação de práticas e teorias inovadoras. Dar mais ênfase às práticas. Integrar teoria e prática. Realizar oficina permanente de capacitação pedagógica com professores. Permitir que o aluno saia da sala de aula para viver outras experiências. 19 ELEMENTOS CENTRAIS DA DISCUSSÃO Realização de oficinas fora do ambiente acadêmico, integrando comunidade e curso. Práticas bem demarcadas para cada disciplina. Cada professor tem sua autonomia e não há um modelo de práticas que permeia todo curso. Necessidade de sair de sala de aula. Realização de práticas. Integração entre professores e disciplinas. Práticas integradas, diagnóstico/intervenção. Unir metodologia tradicional à metodologia ativa, mesmo que na transição haja uma dificuldade para elaborar avaliações das disciplinas. A falta de preparo dos alunos para receberem metodologias ativas parte da formação tradicional dos mesmos, além do despreparo dos formadores. Por mais que o sistema seja tradicional, são colocadas metodologias ativas em aulas. Aplicação de práticas inovadoras juntamente com a teoria não é aceita pelos alunos. Diálogo entre os professores de diferentes áreas. Institucionalizar os processos de integração. Ampliar a abordagem das disciplinas ministradas com enfoque na saúde, cultura, aspectos sociais, econômicos e questões ambientais. Falta de preparo. Acomodação. Diversificação de métodos e integração de conteúdo/prática. Práticas atípicas. Práticas tradicionais Otimização do tempo durante a carga horária prática. PROPOSTAS DE MELHORIA OU TRANSFORMAÇÃO Trabalhos de intervenção realizados por estudantes, mas, principalmente, motivados por professores. Realização de oficinas e trabalhos interativos. Pensar na formação do formador. Aproveitar momentos de práticas por mais de um docente. Criar espaços de discussão coletiva e interdisciplinar. Os professores da gestão devem articular formas de integração e capacitação dos professores. Tirar o aluno é sempre válido como prática pedagógica. Conhecer vida real. Trazer externos para falar nas disciplinas. Mesclar metodologia tradicional com metodologia ativa. Projetos de extensão e atividades complementares podem ser melhor desenvolvidos. Papel integrador do coordenador do curso. Criar sessões docentes/espaços para reflexão. Associação em projetos de extensão. Atividade estruturada. Formas de estimular os discentes e docentes em busca do diferencial. Integração e foco Definir no conjunto das áreas de atuação profissional do nutricionista, tipos de práticas, em quê e com qual diretriz, seriam ad mínimas norteadoras para que todas as IES tomassem como compromisso mínimo coletivo, sendo a coordenação realizada pelas entidades profissionais (tipo protocolo mínimo). Organizar oficinas de formação pedagógica envolvendo diferentes universidades. Realizar fórum para partilhamento de experiências de práticas pedagógicas inovadoras (acertos, barreiras, lições aprendidas). Aderir a projetos de extensão 20 ELEMENTOS CENTRAIS DA DISCUSSÃO PROPOSTAS DE MELHORIA OU TRANSFORMAÇÃO Misturar as metodologias tradicionais e Incluir na teoria elementos de desafio prático ativas. em temas específicos. Preparar para Atividades práticas, visitas técnicas, visita adversidades para se chegar ao ideal. às comunidades etc. Circular, entre teoria e prática para colocar o aluno na realidade da profissão. Ter professores preparados para a metodologia ativa. Oficinas de “novas metodologias” para a formação de professores (a meu ver as metodologias ditas ativas são metodologias antigas e hoje estão maquiadas, com nova roupagem). Novas propostas para avaliação, como desenvolvimento de projetos, seja ele de caráter social. Práticas integradas. Conselho de classe. Que as três entidades profissionais em conjunto com a executiva dos estudantes e as IES do estado invistam no curso de formação em metodologias de ensino, com ênfase em ABP, lógico, coordenado pela Profa. Victória Brandt. Articulação entre departamentos dos cursos e áreas da nutrição com o objetivo de partilhar práticas pedagógicas inovadoras e exitosas (Ex. Conselho de classe da UERJ). 21 2. Como a organização e a carga horária do curso contribuem para a formação nutricionista generalista, humanista e crítico? O que pode ser feito para melhorar a formação? ELEMENTOS CENTRAIS DA DISCUSSÃO Revisar a carga horária Atividade estruturada A carga horária, além do valor em si, pode ser melhor trabalhada no conjunto de disciplinas sobre temas próximos. Assim, práticas integradas são um caminho. O uso da carga horária tem a ver com a busca do equilíbrio entre os saberes que conferem o caráter generalista à formação que se deseja. Mudança Integração entre as áreas Organização e carga horária não garantem a formação generalista, humanista e crítica. Precisam estar articuladas às práticas pedagógicas. Perfil de professores generalistas para a disciplina atingir esse objetivo. Na UFRJ a carga horária e organização não contribuem para a formação humanista e reflexiva. Otimizar a carga horária. Estrutura departamentalizada. Formação continuada Desconstrução da divisão departamental na organização dos cursos. Divisão da carga horária é malfeita. Aumento da carga horária para práticas Apoio institucional às atividades práticas que podem ser inseridas precocemente na matriz curricular. Ciclo básico é massacrante; carga horária extensa e nos primeiros períodos do curso. Docentes que não disponibilizam tempo para atividades práticas. Como modificar sem exigir tanto do docente? PROPOSTAS DE MELHORIA OU TRANSFORMAÇÃO Carga horária prática com maior importância Projeto de extensão Garantir na carga horária dos cursos espaços de troca, reunião, de forma que isso se torne orgânico enquanto atividade docente e discente. Aproveitar a carga horária de atividades complementares e propor atividades que fomentem a formação generalista, humanista e crítico. Práticas integradas de ensino Espaço para discussão e trocas estudanteprofessor. Incluir projetos e extensão, iniciação e prática, na carga horária. Revisão da grade curricular; espaços para atividades outras que não apenas de sala de aula. Dialogar com os professores do ciclo básico, como forma de adaptar o conteúdo com a prática e conhecimentos específicos da Nutrição, para melhor aproveitar a carga horária e não estendê-la. Inserir, nos 1º e 2º períodos, disciplinas com interface com a Nutrição. Distribuição das cargas horárias dos conteúdos. Processo de construção contínuo: teoria + prática. Integração entre cursos de Nutrição de várias IES. Aprofundar a reflexão teórica sobre as palavras chave “generalista”, “humanista” “crítico”. Melhor aproveitamento da distribuição da carga horária. Equiparação de carga horária entre áreas. (equidade) Manter a carga horária, mas distribuir melhor entre teoria e prática com pesos iguais (isso seria um generalista). 22 ELEMENTOS CENTRAIS DA DISCUSSÃO Sempre achamos que é preciso aumentar a carga horária do curso Carga horária mal aproveitada. (fala do aluno) Carga horária mínima do curso de Nutrição e divisão de áreas Otimizar a carga horária prática das disciplinas: atividades complementares, atividades de extensão e atividades estruturadas. A carga horária deve estar desvinculada da cultura conteudista. Inclusão de prática nas disciplinas Práticas integradas, experiências fora de sala de aula, notícias sobre saúde e nutrição debatidas em sala de aula, aulas em laboratório de informática, visitas, etc. Interdisciplinaridade Rever a carga horária das disciplinas em relação ao conteúdo ministrado, pois poderá ocorrer repetição desses conteúdos. Discutir sobre formação do profissional nutricionista em relação às áreas de atuação e as disciplinas correlatas. Dificuldade de relacionar com o prático. As disciplinas precisam ter seus conteúdos atualizados: Ementas e carga horária inadequadas. Conteúdos sociais, humanistas somente nos últimos períodos. Formação do Formador. Heterogeneidade da estrutura curricular entre as universidades públicas, no que diz respeito ao equilíbrio entre as 4 áreas da formação. Participação em projetos de extensão. Não há necessidade de grande carga horária Dissociar a visão acadêmica da visão comercial. PROPOSTAS DE MELHORIA OU TRANSFORMAÇÃO Rever quesito de “supervisão de estágio” nas DCN. Disciplinas que preparem o aluno para a capacidade humanista e reflexiva desde o início do curso. Melhor distribuição de carga horária entre as diferentes áreas de ensino para haver melhor equilíbrio na formação generalista. A formação do professor é fundamental para formação humanista e reflexiva, independente da carga horária de sua disciplina. Experiência de forma integrada ao oferecer, por exemplo, estatística, epidemiologia e avaliação nutricional, mesmo com a carga horária diferenciada. Disciplina eletivas como “humanidades”, que favoreçam a formação reflexiva e humanista. Rever DCN. Incorporação de conteúdos sobre populações negligenciadas, educação e cultura, cultura afro, meio ambiente. Criação de novas disciplinas “Comida no sistema alimentar”. Encadeamento das disciplinas. Mostrar as realidades. Práticas pedagógicas. Créditos complementares. Inserir conteúdos humanistas, reflexivos e críticos em todas as disciplinas; equilíbrio da carga horária entre as áreas; novas disciplinas ”introdução a alimentação e nutrição” no início do curso; quebra de pré-requisito favorece flexibilidade; encadeamento de disciplinas é importante. Inserir precocemente, componentes curriculares que já discutam a realidade profissional. Ouvir o aluno, talvez voltar os conselhos de classe. Conhecer qual profissional que formamos. Integrar mercado x ensino x conscientização. 23 3. Como a inovação, a flexibilidade, a interdisciplinaridade e a interprofissionalidade têm sido trabalhadas no curso? Quais os desafios e propostas de superação? ELEMENTOS CENTRAIS DA DISCUSSÃO INOVAÇÃO Práticas integradas tem cunho inovador Integrar conteúdos sobre meio ambiente, humanidades. Diferentes cenários de ensino A importância de colocar as questões das comunidades não tradicionais. As inovações são papel do corpo docente e discente. Pode-se inovar sem grandes elaborações, mas com ações alcançáveis. FLEXIBILIDADE A flexibilidade depende dos corpos discente e docente. Escutar o aluno INTERDISCIPLINARIDADE Grupos de trabalho Reuniões de núcleo docente Diálogos entre as áreas Adequação da abordagem de disciplinas de áreas básicas com a Nutrição. Integrar dentro do próprio curso de Nutrição para a interprofissionalidade. INTERPROFISSIONALIDADE Integração entre os docentes e discentes em relação às disciplinas com enfoque na participação de profissionais de outras áreas. Experiências exitosas em universidades, na tentativa de incorporar, a inovação, a flexibilidade, a interdisciplinaridade e a interprofissionalidade na prática docente, nas disciplinas e na estrutura do curso. Experiências exitosas com metodologias ativas já existem com outros nomes, mas o maior problema está na falta de carga horária para o professor da IES privada. PROPOSTAS DE MELHORIA OU TRANSFORMAÇÃO Práticas integradas Utilizar diferentes cenários de ensino Integração entre faculdades Fazer convênios com outras instituições que não a Universidade, para participação dos alunos. Participação em grupos de discussão (coletivos). Participação de docentes nos coletivos de alunos (coletivo negro, de mulheres) para pensar formas de aprofundar a interprofissionalidade e inovar. Se debruçar nos currículos (matriz curricular) para fazer a interdisciplinaridade. Trabalhar usando ferramentas que possibilite a troca de conhecimentos. Professor se aproximar do aluno 24 4. Como você avalia seu curso, refletindo especialmente sobre a autonomia, a infraestrutura, bem como a motivação e a disponibilidade de professores para uma formação humanista, crítica e reflexiva? O que pode ser feito para melhorar o curso? ELEMENTOS CENTRAIS DA DISCUSSÃO Por se tratar de faculdades públicas, existe autonomia, porém a infraestrutura depende de verbas que provém do governo. Importância da participação do CA para colaborarem com as discussões. Infraestrutura precária na UFRJ. A UNIRIO tem 10 laboratórios novos e UERJ- infraestrutura de laboratórios boa Discutir teoricamente os conceitos e categorias das DCN e pensar não só espaço, mas também, um documento que adote a tarefa de apresentar bases metodológicas para esses conceitos. Quadro de professores. Infraestrutura de laboratórios. Infraestrutura. A Diretriz Curricular estabelece que devemos formar profissionais críticos e reflexivos. Mas será que estamos formando este profissional? E o mercado de trabalho deseja um profissional crítico e reflexivo? Desmotivação profissional dentro da área da nutrição. Infraestrutura dos cursos, principalmente nas universidades públicas. Conversa entre departamentos e profissionais para uma mudança positiva. Estrutura curricular engessada que não permite que o aluno faça extensão, IC, monitoria sem atrasar o curso. Liberdade dos alunos na aproximação com os professores além da sala de aula, ampliando a formação. Mudanças estruturais podem ser start de motivação e de diálogos internos. PROPOSTAS DE MELHORIA OU TRANSFORMAÇÃO Reuniões de Conselho de Classe e educação permanente. Relacionar a CH do curso com o número de períodos, permitindo que o aluno consiga desenvolver atividades extras como extensão, pesquisa, monitoria. No caso da UERJ, haverá necessidade de ampliação de pelo menos um semestre. Parceria do corpo docente com o discente. Construir laboratórios que viabilizem a práticas interdisciplinares. Elementos: aulas práticas, equipamentos, materiais, laboratórios. Sugiro que esse tipo de oficina seja realizada em dia de semana, privilegiando que esse espaço seja entendido como parte da carga horária de trabalho docente. Construção de documentos norteadores da formação em Nutrição, com base para o entendimento das categorias-chave que objetivam o nutricionista (humanista, crítico, generalista, reflexivo). Mudança emergencial da estrutura curricular, para que assim os estudantes consigam agir em Extensão e IC, já que a formação curricular não propicia ao estudante uma vivência. Melhor integração entre o corpo docente e discente. Motivar preceptores de estágio com oficinas de formação pedagógica. Mudar estrutura que segregam professores por áreas para ter maior integração. Ex: extinguir os departamentos. Incentivo à abertura de espaços de diálogo para professores e alunos. Incentivo às “transformações” pessoais, sair da “zona de conforto” e ousar. Criação de NDE; cadastro de preceptores de estágio, 25 ELEMENTOS CENTRAIS DA DISCUSSÃO A infraestrutura precária dificulta a formação. Falta de autonomia até mesmo didática, nas instituições particulares. Necessidade contínua de ações para favorecer a motivação de professores e alunos frente às dificuldades permanentes de infraestrutura. Autonomia docente limitada na elaboração de questões voltadas ao ENADE. Falta de conhecimento docente em relação ao conhecimento do curso de nutrição. MOTIVAÇÃO – HOSPITAL UNIVERSITÁRIO – INFRAESTRUTURA (limitante, mas que gera resultado). Comodismo x motivação. Dificuldades pessoais de motivação, que muitas vezes nenhuma mudança estrutural poderá atingir. Mas investir nos verdadeiros potenciais de mudança. – Dificuldades de implantação de reforma curricular com práticas integradas. – Aluno desmotivado com a experiência ruim que tem com os preceptores nos locais de estágio. Autonomia relativa: Barreira 1: estrutura departamental Barreira 2: acomodação do corpo docente Motivação e disponibilidade devem ser “regada” por processos institucionais contínuos. Programa integrado de nutrição aplicada; problema na infraestrutura e de espaço. Estágios de clínica como oportunidade de crítica e reflexão sobre humanização (paciente sedado x profission. Al e postura). Baixa estrutura dos hospitais universitários. Tempos na grade curricular para extensões para alunos. Preocupação com qualidade dos PROPOSTAS DE MELHORIA OU TRANSFORMAÇÃO Didática docente. Instrumento como o ENADE não deve nortear um curso de Nutrição. Possibilitar/ otimizar espaço físico e de horário para refletir a estrutura do curso. Esse modo de pensar deve abranger aluno e professor. Inserção da Pós-graduação no curso. Inserção de projeto de extensão no curso. A disponibilidade para uma formação humanística, crítica e reflexiva seria potencializada pela criação de espaços/instrumental institucionais para diálogo. Necessidade de horários (carga horária livre) para espaços de integração e de realização de atividades extraclasse. Modificação de estrutura administrativa que favoreça a integração, motivação e etc. (estrutura departamental engessada que dificulta tais ações). Melhor formação dos preceptores. Incluir aluno no NDE. Documentos norteadores humanistas/críticas. Reforma curricular Aumentar motivação com encontros de integração. Reforma de regimento. Estágio como parte para reflexão e crítica sobre atuação ética profissional e humanização. Cozinha experimental, culinária em dietoterapia (UERJ) policlínica. Calendário de planejamento e reflexão (reuniões plenárias). Oficinas pedagógicas. Professores de outra formação. Aproximação com estudantes ENEM + ANERJ e sindicato. Criar oportunidades de reflexão e problematização de temas “candentes”. Oferecer como atividade complementar. Instituir processos de trabalho continuados previstos em calendário (garantir espaço no 26 ELEMENTOS CENTRAIS DA DISCUSSÃO preceptores e na formação pedagógica. Graduação formando especialista. Existe uma centralização das integrações por parte da Enfermagem – isso acontece em várias instituições. Isto acontece com as outras graduações, dificultando a integração. Pós-Graduação forma pesquisador, não docente. É preciso pensar formação docente. Acho que um elemento importante é a questão da grade curricular. Pensar processos e estratégias para pensar motivação, reflexão crítica. Assumir com todos os cursos, na estrutura de formação, a participação direta das entidades: associação, conselho, sindicato e a executiva de estudantes. Participação dos estudantes é importantíssima. Grande valor das contribuições dos estudantes com base em suas experiências e vivências da universidade. Estrutura administrativa muito rígida/fechada e não propicia a autonomia, os estatutos e segmentos (regras ultrapassadas) da Universidade como um todo. Infraestrutura ainda insuficiente. Como repensar a estrutura departamental. Problematizar o NDE que só tem representação dos docentes; e os alunos? Melhor compreensão do que são inovações,flexibilização,interdisciplinarid ade (e não multidisciplinaridade) e interprofissionalidade. Identificação de espaços/oportunidades para integração. PROPOSTAS DE MELHORIA OU TRANSFORMAÇÃO calendário para reunião), para: formação docente, planejamento coletivo e balanço do percurso. Aproximar os docentes de forma a dialogar, pensar estratégias inovadoras para aproximação (NDE é interessante, conselho de classe, mas muitas vezes são voltadas para pensar a formação e motivação do aluno, não do professor. Discutir formação de docentes. Muitas vezes aprendemos a ser professores na prática e a discussão sobre educação fica focada para professores de EAN, come se fosse apenas dele esse “conteúdo”. Inserção de casos verídicos/cotidianos para discussão de dilemas éticos. Maior envolvimento dos alunos, criando espaço na gestão dos cursos. A infraestrutura pode ser limitante, mas não é impedimento para inovar e fazer algo que mexa no “queijo”, que é de todos do corpo social de uma unidade acadêmica. Isto não é detalhe se a motivação é muito canalizada à demanda prioritária que é a produção científica. Explorar potencialidade de interdisciplinaridade entre as disciplinas do período (ou semestre) e criar uma ou duas atividades por período que represente a interdisciplinaridade. Interdisciplinaridade deve iniciar antes dos estágios. Explorar nutrição nas disciplinas das áreas básicas. Abrir a entrada de profissionais de outra formação dentro do quadro de professores efetivos do departamento. Ouvir mais os alunos. Incentivar a integração das diversas áreas de conhecimento e mesclar profissionais de outras áreas no corpo docente. Conselho de classe entre as áreas de nutrição. Transformar os estágios em internatos e pensar que os internatos da saúde poderiam ser um só, com projeto de atuação dos alunos no campo em forma de equipe multidisciplinar. 27 ELEMENTOS CENTRAIS DA DISCUSSÃO Distância entre teoria e prática profissional. A extensão é fundamental na formação dos alunos. Teoria x prática – somente se pratica nos estágios no final. Valorização de processos de trabalho integradores: conselhos de classe, práticas integradas, diálogo entre os professores sobre as disciplinas, integração das disciplinas do básico com Nutrição. Desafio: fragmentação da formação e da prática docente. Elementos centrais: projeto pedagógico que prevê integração cursos (UNISUAM) Nas IES particulares, dificuldades de metodologias ativas, uma vez que professores recebem por hora/aula. Disciplinas dos ciclos básicos mais integradas com Nutrição. Falta de extensão nas disciplinas. Desenvolver mais projetos de extensão multiprofissionais. Selecionar e treinar melhor os professores que não são da área de Nutrição para estarem aptos a darem aula no curso, com assuntos voltados ao curso. Pouca integração entre os próprios professores da Nutrição e pouca ou nenhuma com outros cursos. Espaço físico pode ser pensado para facilitar a integração/interprofissionalidade. Valorização da Extensão com estratégico para integração e aproximação academia (serviços) comunidade. Falta de maturidade dos formadores na questão de enfrentamento das dificuldades de estrutura. Transformação PROPOSTAS DE MELHORIA OU TRANSFORMAÇÃO Criação de disciplinas com conteúdo integradores/interdisciplinares. Criação de editais tipo Pró-PET Saúde. Formação voltada para o SUS. Práticas integradas em saúde. Elaboração, discussão, construção de documento teórico que discuta as DCN, seus conceitos e categorias-chave e traga referencial teórico para a reflexão sobre quem é esse profissional crítico, generalista e humanista. (Que inovação? De que flexibilidade falamos? Interdisciplinaridade? Interprofissionalidade? Investir no diálogo e no planejamento de atividades voltadas para a vivência precoce no campo da prática profissional buscando as 3 entidades profissionais e a representação estudantil para nos disciplinarmos na metodologia participativa e problematizadora. Fóruns de diálogos entre universidades. Disciplinas no ciclo profissional com outras graduações – medicina, enfermagem e educação física. Potencialidades para integração: integração dos alunos em curso de extensão que permitirá esta interdisciplinaridade. Trazer professores do curso básico para os conselhos do curso de nutrição. Experiência de conselho de classe com participação conjunta de professores e alunos. Experiência de disciplina integrada com outros cursos como a disciplina saúde da comunidade do curso de Macaé. Práticas integradas. Projetos integralizadores em todas as áreas (clínica, saúde coletiva e ciência dos alimentos). Aulas práticas juntamente com outros cursos. Disciplinas não diretamente ligadas à nutrição como: sociologia, psicologia e administração. Que nesse espaço de discussão sejam pactuados e discutidos os conceitos presentes nas DCN. Os professores precisam de formação para implementarem inovação, interdisciplinaridade e interprofissionalidade. 28 ELEMENTOS CENTRAIS DA DISCUSSÃO PROPOSTAS DE MELHORIA OU TRANSFORMAÇÃO já começa em aproveitar o que se tem à A divisão, dentro das instituições, de setores, mão. departamentos, currículo, dificultam a Formação básica não é voltada para a interdisciplinaridade. Professores plurais (com Nutrição; pouca integração com outros formação completa – menos fragmentado). cursos; pouca integração dentro dos Ampliar a institucionalização da extensão. próprios cursos. Internato para as áreas de estágio. Visita de profissionais para sala e sala para a realidade. Inserir extensão nas disciplinas. Disciplinas do ciclo básico mais voltadas para a nutrição. Criação ou fortalecimento de espaços institucionais para discussão. Ter cursos dinâmicos e ativos. 29