2º Semestre • 2013 | 12ª edição
ENTREVISTA
Hélio Mattar fala
sobre a urgência
da mudança
para um mundo
sustentável
COMO FAZER
Férias: bom
momento para os
filhos aprenderem
o valor do
dinheiro
O exemplo vem de casa
Atitudes diárias praticadas pelos
pais contribuem para a formação dos
filhos sobre o consumo consciente
Um amplo conceito de educação
para alunos, famílias, professores
e escolas crescerem juntos.
AMPLIANDO FUTUROS
O FTD Sistema de Ensino trabalha para ampliar as perspectivas do futuro para todos
os envolvidos no processo ensino-aprendizagem, oferecendo soluções educacionais
inovadoras e diferenciadas:
• Plano de ação em gestão escolar.
• Avaliação e diagnóstico educacional e institucional.
• Consultoria educacional e formação continuada – PUC.
• Conteúdo impresso e digital integrado e disponível
em multiplataforma (PC, notebook, tablet etc.).
• Material didático com abordagem metodológica
totalmente alinhada – da Educação Infantil ao Ensino Médio.
• Plataforma digital que integra usuários e disponibiliza ferramentas e conteúdos
específicos para alunos, família, professores, coordenadores e direção.
Para conhecer os diferenciais e soluções do FTD Sistema de Ensino,
solicite a visita de um consultor comercial:
0800 729 3232
[email protected]
WWW.FTDSISTEMADEENSINO.COM.BR
2
Ampliando Futuros
Combinação
única de bons
valores e
excelência.
O Grupo Marista conta com milhares
de pessoas que, diariamente, vivenciam e disseminam importantes valores humanos e cristãos com o compromisso de promover e defender os
direitos das crianças e dos jovens.
Faz parte do jeito Marista a busca
constante por excelência. Na área da
Presidente do grupo marista
Ir. Délcio Afonso Balestrin
Superior Provincial
Ir. Joaquim Sperandio
Superintendente Executivo do
grupo marista
Marco Antônio B. Cândido
Superintendente Executivo da Área
de Educação
Paulo Serino
Diretor-executivo da Rede de Colégios
Ir. Paulinho Vogel
Assessoria de Comunicação
Camila Matta, Danielle Sasaki, Fabiana Ferreira,
Fernanda Jacometti, Irene Simões, Karen Fukushima,
Leandro Martins e Vivian Lemos
Comunicação e Marketing Colégios
Ana Carolina J. Ranocchi, Camilla Stivelberg, Carlos
Eduardo Cruz, Elaine dos Santos Cezaro, Eziquiel M.
Ramos, Fábio S. Aparício, Fernando C. Domanski,
Guilherme F. Neto, Keila R. D. de Castro, Kely C. de
Souza, Luiza B. Fleury, Mayara A. Haudicho, Mayara
Gutjahr, Natália S. C. Raso, Natália V. de Souza,
Raquel A. Bortoloso, Tamiris Domingos, Tatiane
Pereira, Yolanda Drumon, Washington M. Silva.
Rua Imaculada Conceição, 1155, Prado Velho
Curitiba-PR | Prédio Administrativo PUCPR
8º andar - CEP: 80215-901 | Tel.: (41)3271-6500
www.colegiosmaristas.com.br
educação, da escola à universidade,
formamos pessoas e trazemos resultados comprovados. Em atividades
nas áreas de saúde e comunicação,
levamos sempre a melhor qualidade
para públicos de diferentes condições e necessidades. Em todas essas
áreas, a ação social está presente
BRASÍLIA
Colégio Marista de Brasília - Ensino Fundamental
SGAS 609 CONJ A - Bairro Asa Sul - Brasília-DF
CEP 70200-690 | (61) 3442-9400
Colégio Marista de Brasília - Ensino Médio
SGAS 615 CONJ C - Bairro Asa Sul - Brasília-DF
CEP 70200-750 | (61) 3445-6900
Colégio Maristinha Pio XII - Educação Infantil e
1º Ano do Ensino Fundamental
SGAS 609, Módulo C - Bairro Asa Sul - Brasília-DF
CEP 70200-690 | (61) 3442-9400
SÃO PAULO
Colégio Marista de Ribeirão Preto
Rua Bernardino de Campos, 550 - Higienopólis
Ribeirão Preto-SP - CEP 14015-130 | (16) 3977-1400
Colégio Marista Arquidiocesano
Rua Domingos de Moraes, 2565 - Vila Mariana
São Paulo-SP - CEP 04035-000 | (11) 5081-8444
Colégio Marista Nossa Senhora da Glória
Rua Justo Azambuja, 267 - Cambuci - São Paulo-SP
CEP 01518-000 | (11) 3207-5866
PARANÁ
Colégio Marista Paranaense
Rua Bispo Dom José, 2674 - Seminário - Curitiba-PR
(41) 3016-2552
Colégio Marista Santa Maria
Rua Prof. Joaquim de M. Barreto, 98 - São Lourenço
Curitiba-PR CEP 82200-210 | (41) 3074-2500
com iniciativas alinhadas ao posicionamento institucional, mas também
atuamos diretamente, por meio de
uma ampla rede de solidariedade.
Bons valores e excelência.
Nossa missão é proporcionar essa
combinação única para a construção
de um mundo melhor.
Colégio Marista de Cascavel
Rua Paraná, 2680 - Centro - Cascavel-PR
CEP 85812-011 | (45) 3036-6000
Colégio Marista de Londrina
Rua Maringá, 78 - Jardim dos Bancários - Londrina-PR
CEP 86060-000 | (43) 3374-3600
Colégio Marista de Maringá
Rua São Marcelino Champagnat, 130 - Centro
Maringá-PR - CEP 87010-430 | (44) 3220-4224
Colégio Marista Pio XII
Rua Rodrigues Alves, 701 - Jardim Carvalho
Ponta Grossa-PR - CEP 84015-440 | (42) 3224-0374
SANTA CATARINA
Colégio Marista São Francisco
Rua Marechal F. Peixoto, 550L - Chapecó- SC
CEP 89801-500 | (49) 3322-3332
Colégio Marista de Criciúma
Rua Antonio de Lucca, 334 - Criciúma-SC
CEP 88811-503 | (48) 3437-9122
Colégio Marista São Luís
Rua Mal. Deodoro da Fonseca, 520 - Centro
Jaraguá do Sul-SC - CEP 89251-700 | (47) 3371-0313
Colégio Marista Frei Rogério
Rua Frei Rogério, 596 - Joaçaba-SC - CEP 89600-000
(49) 3522-1144
GOIÂNIA
Colégio Marista de Goiânia
Avenida Oitenta e Cinco, 1440 - Santa Marista
Goiânia-GO - CEP 74.160-010 | (62) 4009-5875
Projeto gráfico Estúdio Sem Dublê
DIAGRAMAÇÃO Julyana Werneck
Foto DE CAPA Letícia Akemi
12ª Edição | 2º Semestre 2013
Periodicidade Semestral
Revisão Lumos | Bureau de Traduções
Jornalista Responsável
Rulian Maftum / DRT Nº 4646
Supervisão Danielle Sasaki (Grupo Marista) e Maria Fernanda Rocha
(Lumen Comunicação)
Redação rede Michele Bravos, Julio Cesar Glodzienski, Elizangela
Jubanski
Redação Local Aline Andres (Joaçaba), Andressa Ferreira (Goiânia),
Camilla Stivelberg (Brasília), Daniela Nogueira (São Paulo e Ribeirão
Preto), Erika Gonçalves (Cascavel, Londrina e Maringá), Janaína
Mônego (Chapecó), Kelly Erdmann (Jaraguá do Sul e Criciúma), Mahani
Siqueira (Curitiba e Ponta Grossa), Yolanda Drumon (Colégio Marista
Arquidiocesano).
R. Amauri Lange Silvério, 270
Pilarzinho Curitiba-PR – CEP: 82120-000
Tel.: (41) 3271-4700
Capa Márcia Yamada e Camila
Ayumi Honda do Colégio Marista
Assunção, de Porto Alegre (RS)
www.grupolumen.com.br
Locação Hotel Deville
Quer anunciar? Entre em contato conosco
pelo fone (41) 3271-4700 ou pelo site
www.grupolumen.com.br
© Todos os direitos reservados.
Todas as opiniões são de
responsabilidade dos respectivos
autores.
3
índice
capa
8
Educação
vem de casa.
Quando o assunto
é consumismo, os
pequenos seguem
os passos dos pais.
1ª impressão
dia a dia
entrevista
5
6
14
Baseada nos princípios e
valores herdados por Marcelino
Champagnat, a Rede Marista de Colégios
propõe aos seus alunos uma existência
que não seja pautada pelo ritmo ou
poder de consumo.
Afim de evitar o desperdício de
alimentos, Colégios Maristas
investem na formação dos pequenos
como agentes disseminadores do
consumo consciente.
essência
solidariedade
38
Irmãos Maristas falam
sobre o voto de pobreza e a
presença Marista entre os indígenas.
40
Saiba como as Unidades
Sociais Maristas aderem
a práticas mais conscientes de
consumo.
índice
como fazer
compartilhar
42
44
17
diversão
olhar
curiosidade
46
48
50
Férias é sinônimo de lazer
e experiências de valor.
Com uma programação bem feita, é
possível fazer sobrar diversão e não
faltar dinheiro.
Reúna toda a família
e relembrem antigas
brincadeiras. Para se divertir, basta
imaginação!
4
A preocupação com o futuro
do planeta começa agora.
Em entrevista, Hélio Mattar, diretorpresidente do Instituto Akatu, fala sobre
as mudanças necessárias no modo de vida
das pessoas.
Alunos e professores dão
dicas de livros, músicas,
sites, programas de TV, entre outros,
relacionada ao tema central desta
edição.
Ademar Batista Pereira
traz uma reflexão sobre
hábitos consumistas que vão contra
a sustentabilidade.
seu colégio
Confira as
matérias
elaboradas
exclusivamente para o
seu Colégio.
Mito ou verdade? Descubra
se comprar alivia ou não o
estresse do dia a dia.
Consumo,
1ª impressão
logo existo!
A edição da Em Família deste semestre aborda o tema do consumismo –
aquele ato desenfreado que, sem necessidade, nos leva a querer cada vez mais
e cada vez melhor, em busca do preenchimento de uma lacuna. Sabemos
quão difícil é a tarefa de saciar essa sede.
Somemos a isso os milhões de seres que
compõem o planeta. Quanto isso representa em termos de meio ambiente, da
destruição que causa, do insuficiente
poder de reposição da natureza frente
ao ritmo, quase que incontrolável, de retirada de recursos do seu meio?!
A educação, segundo os princípios e valores Maristas, herdados de
Champagnat, que compõem a proposta pedagógica e educacional dos
Colégios Maristas, assim como das
demais instituições que fazem parte
do Grupo Marista, propõe que a existência das pessoas não está pautada
pelo ritmo ou pelo poder com que
consomem. Fazemos, portanto, o possível para que os alunos Maristas e suas
famílias encontrem em nossos espaços
educativos as condições e os princípios
que os fazem “existir”, não a partir do
que consomem, mas a partir de valores
sólidos, capazes de lhes preencher as
lacunas existenciais inerentes a todos
os seres humanos.
Oxalá tenhamos em nossa sociedade, em nosso país, em nossa cidade pessoas cada vez mais livres e conscientes
de sua cidadania, pautadas por valores
humanos e cristãos para respaldar suas
ações e preencher a lacuna de seus corações. Quem sabe não venhamos a ter
uma sociedade constituída de pessoas
que trabalham, amam, sejam felizes e,
logo, existam.
Deixo ao leitor, na liberdade de sua
consciência e de sua cidadania, a tarefa
de concluir a frase: só faço parte da existência pelo fato de estar...
A educação, segundo os
princípios e valores Maristas, herdados de Champagnat, que compõem a
proposta pedagógica e
educacional dos Colégios
Maristas, assim como das
demais instituições que
fazem parte do Grupo Marista, propõe que a existência das pessoas não está
pautada pelo ritmo ou pelo
poder com que consomem.
Ir. Paulinho Vogel
Diretor-Executivo
da Rede Marista
de Colégios
© Foto: João Borges
Quem ler o título acima certamente
se lembrará da célebre frase “penso,
logo existo”, do filósofo francês René
Descartes (1569-1650), ao estabelecer
o primeiro princípio de sua filosofia.
Descartes cunhou sua curta oração
quando, ao imaginar que tudo era ilusão e, ao mesmo tempo, perceber que
ele próprio existia enquanto matéria,
então ele mesmo não era ilusão e, uma
vez que estava pensando em tudo isso,
concluiu que existia, daí: penso, logo
existo. Para Descartes, pensar é condição para existir. Fazer parte da existência material é consequência da sua
faculdade humana de pensar, estar incluído, sentir-se membro de uma comunidade de seres pensantes. Assim,
conclui-se: só faço parte da existência
pelo fato de estar pensando.
Outro dia, andando pelo shopping center, vi quantas coisas existem
das quais não preciso para ser feliz.
Fiquei contente por isso. Ainda andando pelo mesmo espaço, vi como
foi difícil para uma mãe convencer o
filho sobre algo de que ele não precisava. Mas me assustei também quando percebi o quanto nos identificamos com os outros a partir daquilo
que consumimos. Parece que se não
o fizermos, não nos sentiremos incluídos. Vestir a marca X, Y ou Z nos
permite sentir que existimos. Talvez seja isso. O ato de consumir nos
preenche uma lacuna importante da
vida, fazendo-nos sentir pertencentes, incluídos, membros, enfim, existentes. É um círculo vicioso ao qual
nos prendemos. Assim, conclui-se: só
faço parte da existência pelo fato de
estar consumindo.
5
© Foto: Sxc.hu
dia a dia
Muito além do
prato de
comida
Preocupados com o desperdício
de alimentos e cientes da
necessidade de desenvolver
ações para a conscientização
do consumo adequado de
alimentos, os Colégios Maristas
desenvolvem várias ações para
trabalhar com os pequenos
Por Julio Glodzienski
6
Um rejeito no café da manhã ou no almoço, no lanche ou no jantar e o desperdício de alimentos acaba
se tornando uma rotina no dia a dia. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), um terço dos alimentos produzidos
é desperdiçado por ano no mundo todo. Isso significa
que 1,3 bilhão de toneladas de comida têm como destino a lixeira.
Pode-se dizer que esse comportamento tornou-se
um hábito que passa despercebido aos nossos olhos.
Peguemos como exemplo um pacote de bolacha. Por
qual motivo você jogaria um terço desse pacote no
lixo? A coordenadora psicopedagógica da Educação
Infantil e do Ensino Fundamental I do Colégio Marista Cascavel (PR), Marcia Ionara Eichstadt Piovezani,
explica que o desperdício “é questão de educação alimentar, tem a ver com excesso de compra, má gestão
dos alimentos em casa e não aproveitamento integral
de talos, cascas, entre outros”.
Desenvolver com as crianças uma cultura de reaproveitamento as torna professores e agentes de incentivo à importância do melhor aproveitamento de
alimentos. Ações que representam um mundo saudável e mais comprometido. “É através de atitudes como
essas que elas passam a orientar suas famílias sobre
os cuidados para um consumo consciente”, explica
Ana Paula Teixeira da Rosa, educadora de culinária e
de letramento do Centro Social Marista (Cesmar) do
Rio Grande do Sul.
É pensando nesse mundo mais consciente que os
Colégios Maristas estão comprometidos e preocupados com o desenvolvimento desse pensamento nos
seus alunos. Para isso, promovem, com as crianças e
os adolescentes, atividades capazes de desenvolver a
consciência dos alunos em relação ao consumo.
© Fotos: Acervo dos Colégios
De olho no cardápio
Cultivando o próprio alimento
Pequenos cozinheiros
Um exemplo das ações dos Colégios Maristas é o trabalho desenvolvido no Colégio Maristinha Pio XII,
de Brasília (DF), como conta a assistente psicopedagógica Sara Cristina da Costa: “Temos trabalhado a
consciência no momento do lanche
e estimulado o consumo de frutas,
além de repassar mensalmente às
famílias um cardápio com sugestão
de lanches saudáveis elaborados por
uma nutricionista.”
No Ateliê do Gosto, um espaço dentro do Colégio, as crianças,
juntamente com os professores,
criam receitas saudáveis que incluem o reaproveitamento de folhas e cascas dos alimentos – muitos produzidos na própria horta.
Depois, os alunos são convidados
a experimentar a receita, comprovando essa divertida experiência.
“Entendemos que, quando a criança faz parte e se sente inserida no
processo, ela demonstra facilidade
para provar o que elabora junto
com os colegas”, completa Sara.
São nessas pequenas ações que
as crianças começam a perceber
que existem outras soluções para
aqueles alimentos que não agradam
tanto e também aprendem a utilizar
o que tem disponível nos armários
de casa. Esse é um trabalho contínuo. “Quando falamos da formação das crianças, entendemos que,
a cada dia, temos que fortalecer os
conceitos que queremos que levem
como aprendizado. Eles são a ponte
entre escola e família. Por meio do
que aprendem aqui, entendemos
que relatam e cobram posturas de
seus pais e familiares”, analisa a assistente.
O Colégio Marista de Cascavel (PR) promove atividades de
culinária em que trabalham com
as crianças os processos de produção dos alimentos, bem como
o uso de alimentos naturais e industrializados. As crianças cultivam nos canteiros, participando
desde a preparação do solo, semeadura, transplantes das mudas e colheita até a utilização
dos alimentos ali cultivados na
realização de receitas. “Os alunos
podem perceber, mediante essas
atividades, a importância de consumir alimentos nutritivos e naturais, em detrimento dos industrializados”, conta Marcia Ionara,
coordenadora psicopedagógica.
É por meio dessas ações que
as crianças percebem todo o processo de cultivo do alimento até
que ele chegue à mesa ou às prateleiras dos supermercados. “Os
alunos passam a relacionar um
planeta sustentável com a diminuição do consumo de alimentos
industrializados, que possuem
embalagens que irão poluir o
meio ambiente”, completa a coordenadora.
Os projetos pedagógicos, destinados a cada faixa etária, buscam estimular o consumo adequado. “Sempre que possível, as
crianças são incentivadas a consumir alimentos nutritivos essenciais para manter a saúde do
corpo”, diz Marcia.
Com a ideia de estimular o
consumo consciente e fomentar
uma mudança na postura das
pessoas, ainda que por pequenos gestos, o Centro Social Marista (Cesmar), do Rio Grande do
Sul, desenvolve um projeto de
culinária. Para Ana Paula Teixeira da Rosa, educadora de culinária e de letramento, as pessoas,
por vezes, não se dão conta do
desperdício que realizam. “Acredito no efeito multiplicador. Se
cada um dos receptores adotar
uma pequena mudança em seu
cotidiano para reduzir o desperdício ou estimular sua família e
seus amigos nessa linha, haverá
uma grande diferença”, explica.
Na cozinha, eles aprendem
a ser criativos e a buscar alternativas alimentares, além de
aprender inúmeras formas para
preparar e consumir um mesmo alimento. “Esse projeto tem
como objetivo conscientizar as
pessoas sobre a importância do
reaproveitamento de alimentos
que geralmente são descartados
– e, junto a eles, vários nutrientes essenciais para o bom desenvolvimento do organismo humano”, completa Ana.
As hortas, de onde os alunos
colhem os alimentos para a produção das receitas, também foram criadas para promover qualidade de vida. O foco está em
estimular boas práticas ambientais e mostrar aos alunos algo
muito além de valores nutricionais.
7
capa
Pais que dão
exemplo
responsável
Atitudes diárias podem auxiliar os filhos na prática do consumo
consciente. São exemplos corriqueiros que tornam o ‘ter’ uma
atitude responsável
© Foto: Letícia Akemi
Por Elizangela Jubanski
8
A rotina da casa é naturalmente absorvida pelas crianças. O que os pais consomem, como gastam e de que forma descartam são ações que integram o dia a dia da
família. Essas atitudes acabam se tornando
perceptíveis aos pequenos, que incorporam cada detalhe e costume da família.
Nessa perspectiva, é cada vez mais importante discutir a real necessidade do
consumo e, além disso, como fazê-lo de
forma consciente. Em época de tecnologia de ponta e acesso ao crédito fácil,
consumir demasiadamente é quase um
convite irrecusável. Saber mediar e decidir o que realmente se embrulha para
levar para casa é o mais sensato quando
se tem crianças observando toda atitude
dos pais. A educadora e professora Ana
Cristina Malacrida, do Colégio Marista
Maringá (PR), acredita que a prática do
bom exemplo é o método mais eficaz
para orientar os filhos.
“Levar os filhos, quando crianças, para
comprar roupas e permitir que participem de todo o processo de procurar pelo
artigo de melhor qualidade, antes de simplesmente sair comprando, cria a cultura de consumo responsável. Não ceder
a todo e qualquer desejo material dos filhos também contribui para essa mesma
formação, contrariando o consumo impulsivo”, descreve a educadora, que ainda
defende que o valor dos brinquedos e de
qualquer objeto devem ser colocado em
xeque a cada oportunidade. “Não se deve
repor, de pronto, artigos estragados por
falta de zelo dos filhos. Isso reforça a importância de valorizar e cuidar do que se
tem, já que a tendência entre as crianças
e os jovens é de descaso com suas posses,
justamente por não as terem adquirido
com o salário do próprio trabalho”, reforça.
Exemplos, sim
Camila Ayumi Honda, 7 anos, estuda
no Colégio Marista Assunção, de Porto
Alegre (RS), e sabe bem o que são exemplos do dia a dia. A família mora em uma
casa com regras de consumo responsável
e reaproveitamento de recursos. Os pais
da estudante acreditam que a forma de-
sencanada que Camila tem com relação
às compras é reflexo da educação com
limites financeiros. “Ela tem consciência do que é esbanjar alguma coisa. Não
pode ver uma torneira pingando que sai
correndo para fechar. Ela não se interessa pelas roupas e calçados da moda, ela
é muito tranquila quanto a isso”, revela a
mãe, Márcia Yamada, 37 anos, que é engenheira agrônoma.
Sem problemas com pedidos de "eu
quero" em passeios, a mãe recorda um
episódio na aula de patinação em que outras garotas estavam com calças e blusas
especiais para o momento. “Não vi problema algum em levar Camila com uniforme e camiseta da escola. Não acredito
que esse consumismo seja essencial durante essa fase da vida”, completa.
No entanto, a mãe enxerga que na adolescência a filha pode querer desfrutar
de algum tipo de exagero. “Pode até ser
normal nessa fase. Ir a uma festa e querer
um vestido novo, por exemplo. Não vejo
problemas, mas aí entra a questão da política. Você está merecendo? Está tendo
um bom comportamento? Espero que ela
continue aceitando essa forma que nossa família tem e valorize cada conquista”,
aponta Márcia.
Não ceder a todo
e qualquer desejo
material dos filhos
também contribui para
essa mesma formação,
contrariando o consumo
impulsivo.
Ana Cristina Malacrida,
professora do Colégio
Marista Maringá (PR)
9
© Foto: Arquivo pessoal
capa
Família Grochowicz:
quatro filhos e muito
diálogo.
Família Honda na prática
As lâmpadas da casa foram totalmente substituídas por fluorescentes. “Duram mais e consomem
menos”, defende a mãe. Três recipientes de lixo fazem a separação:
o reciclável, o convencional e os
restos de comida. O último vai para
as galinhas. “Temos cachorros, galinhas, árvores e muito verde. Pensamos que estar próximo à natureza
é dar qualidade de vida à família”,
conta Márcia. Outro recurso importante para a consciência do que
se consome é a cisterna construída
no terraço da casa. “Toda a água da
chuva vai para essa cisterna. A gente
usa a água para molhar a horta e as
outras árvores frutíferas”, finaliza.
Participantes do processo
Para criar o vínculo sobre a importância do que se compra, o médico veterinário Eduardo Grochowicz, pai de quatro alunos do Colégio
Marista Pio XII, de Ponta Grossa
(PR), acostumou a prole a participar
do processo de compra. “Nas compras do dia a dia, em supermercados e shoppings, eles sempre estão
presentes e são muito conscientes
10
com aquilo que nos pedem. Aqueles
itens que nós consideramos supérfluos, deixamos que eles comprem
com seu próprio dinheiro, ganhado
com afazeres domésticos ou de presentes dos tios e avós”.
Os trigêmeos Guilherme, Giovana
e Gabriela têm 10 anos e, segundo o
pai, acostumaram-se com o revezamento de brinquedos, roupas e até
mesmo com o tempo que os pais se
dedicam a eles. Já a mais nova, Luiza,
que está com 6 anos, precisa de um
"empurrãozinho" dos pais na hora da
partilha. “Por ter nascido anos depois,
tivemos que trabalhar mais nessas
questões de ter e compartilhar. Mas
sempre procuramos dar aos quatro
aquilo que é razoável, sem exageros e
sempre de maneira equilibrada para
todos”, conta Eduardo.
A família Grochowicz na
prática
Mesmo com muito diálogo, Eduardo e a esposa Fernanda sabem
que, o que vale mesmo são exemplos práticos dentro de casa. “Valorizamos as coisas, não deixamos
nada pelo chão e, depois de usar,
guardamos. Com os brinquedos,
pedimos que façam igual. Quando
estamos com roupas novas, procuramos não nos sujar, para que percebam o cuidado com objetos que
acabaram de ser comprados. Também ensinamos o valor do trabalho
e de quanto dinheiro é necessário
para termos aquilo de que precisamos”, detalha Eduardo. Para os pais,
o conceito mais importante é que
eles valorizem as pessoas pelo que
são e nunca pelo que possuem.
Ensinamos o valor do
trabalho e de quanto
dinheiro é necessário
para termos aquilo que
precisamos.
Eduardo Grochowicz,
pai de Guilherme,
Giovana, Gabriela
e Luiza.
O papel da escola
A prática do consumo consciente é um assunto sempre
em pauta dentro das salas de
aula. O diretor-educacional
da Rede de Colégios Maristas,
Flávio Sandi, alerta para as
inúmeras frentes em que esse
tema pode ser trabalhado.
“Podem ser realizadas oficinas
para reflexão e prática do reaproveitamento de materiais
para criação de brinquedos,
fantasias e produções artísticas. Também há possibilidade
de os alunos calcularem a
quantidade de folhas que
gastam por dia e criação de
soluções para combater o uso
excessivo de papéis; medição
da água utilizada nos banheiros e proposição de estratégias para evitar desperdício
da água; comemoração dos
aniversários com simplicidade, substituindo presentes de
pela presença significativa
na vida do aniversariante;
debates em aula a respeito de
propagandas que veiculadas
na mídia; além de projetos
que nascem dos próprios estudantes, imprimindo o sentido
de buscar nos caminhos da
ação, a criação da cultura do
consumo consciente”.
O diretor-educacional
também evidencia que essa
educação deve acontecer
em parceria entre escola
e família. “A relação entre
escola e família é importante
para práticas educativas de
qualquer natureza. Exemplos
que testemunhem consciência planetária, provenientes
tanto da escola como da família, correspondem ao modo
mais coerente de educar”,
finaliza Sandi.
Abastecer a despensa está mais caro,
este ano, no Brasil. Com a alta da inflação, os brasileiros estão mais responsáveis na hora de consumir. É o que
aponta a pesquisa nacional Consumo
Consciente, elaborada pela Federação
do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) em parceria com
o Instituto Ipsos, em junho desse ano.
Na maioria das questões levantadas
pela pesquisa – preservação do meio
ambiente, uso de sobras nas refeições,
análise do produto antes de comprar e
uso de sacolas plásticas –, o percentual
de importância desses aspectos cresceu,
pelo menos, 2%. Ainda que historicamente privados de uma série de bens de
consumo, produtos de ponta e supérfluos, os brasileiros estão se tornando
cada vez mais responsáveis na hora de
adquirir.
Sumaya viveu no
país do consumo e
soube administrar
a compra
consciente.
É o caso de Sumaya Costa, 40 anos,
fonoaudióloga e mãe das alunas Laura
e Ana Luiza, do Colégio Marista Santa
Maria, em Curitiba (PR), que morou
durante cinco anos nos Estados Unidos para acompanhar o doutorado do
marido. Ela não se deixou levar pelo
consumo desenfreado dos norte-americanos e aproveitou a estadia na terra
do Tio Sam para descobrir a importância do consumo consciente. “Lá, eles
induzem a compra em quantidade,
nos dando a falsa impressão de que
quanto mais você comprasse daquele produto, mais você economizaria.
Mas, na prática, isso não era verdade.
Quanto mais você tinha em casa, mais
rapidamente você consumia o produto e logo precisava comprá-lo novamente”, lembra.
© Foto: Arquivo pessoal
© Foto: Sxc.hu
A gente consome?
capa
A família Costa na prática
“Em casa, nós só descartamos
produtos como eletrodomésticos
e móveis se não existir conserto ou
se for muito ultrapassado. Quanto a
brinquedos e roupas, tudo que não
é usado é doado. Se for necessário
reutilizar ou reaproveitar alguma
coisa, isso é feito sem dificuldades.
Nós sempre primamos por qualidade, entendendo que o mais caro não
é sempre o melhor ou o necessário”,
descreve Sumaya.
A influência da propaganda
das, de uma maneira geral, refletem
um cenário de magia, felicidade e
prazer que nem sempre se torna
real após a aquisição dos produtos
que foram anunciados. As crianças
esperam ter o que viram no comercial. Por sua vez, brinquedos que se
movem sozinhos inibem o jogo simbólico, tão importante para as crianças”, acredita Sabrina.
Pensar sobre o consumo é pensar
sobre os valores que organizam a família e a sociedade em que se vive.
“Podemos refletir acerca do tema,
concluir que o consumo exacerbado
é prejudicial para a formação de indivíduos mais solidários e fraternos,
mas se não praticarmos o exercício
da escolha e da necessidade, não teremos argumentos e exemplos para
que as crianças se inspirem e possam replicar”, finaliza a educadora.
© Fotos: Letícia Akemi
Até mesmo em canais direcionados às crianças, com programação
especial e infantil, as propagandas fazem parte da grade de exibição. Sempre muito coloridas, elas soam como
um convite irrecusável à compra.
O que acontece é que os pequenos
ainda não possuem discernimento
com atos de manipulação e, principalmente, midiática. Eles acabam
seduzidos pelo consumo, sem fazer
ideia de como avaliar a informação
recebida por meio da propaganda.
Para a pedagoga Sabrina Souza,
professora do Colégio Marista Rosário, de Porto Alegre (RS), os pais
devem auxiliar a criança a ter discernimento sobre propagandas e
mensagens publicitárias. “Não há
como promover uma reflexão sem
o diálogo e o acompanhamento dos
responsáveis, principalmente se
esse for um fator de preocupação. É
necessário coerência entre o discurso e a prática de consumo da família”, explica.
Outro fator que a pedagoga aponta é justamente a magia que esses
anúncios publicitários levam aos
olhos dos pequenos. “As propagan-
A vida de
publicitário e o
exemplo como
pai: Guilherme e
Betina.
Em casa, é outra coisa
O publicitário Guilherme Gomide
é um dos fundadores da Agência Casa,
uma das maiores agências de publicidade de Curitiba (PR). Responsável
por traçar boas estratégias para que
propagandas ganhem destaques nas
programações, Gomide é pai de duas
crianças e se vê entre dois fatores importantes: a influência capitalista que
a profissão traz e a responsabilidade
de ensinar o consumo consciente.
Com 3 anos de idade, Betina – a
primogênita do publicitário – passa mais tempo vendo vídeos direcionados em canais na internet do
que na televisão. “Ironicamente, ela
passa mais tempo no You Tube. Mas
quando está na sala ou em qualquer
ambiente que tenha televisão, me
preocupo com o que está vendo e
que programação é aquela”, afirma
Gomide. O mais novo, Lorenzo, com
três meses, ainda é isento do mundo
da publicidade.
Apesar disso, Betina adora um
vestido novo. “Ela é extremamente vaidosa, gosta de maquiagem e
quando vamos ao shopping é um terror. Tenho um lado consumista pelo
meio em que vivo e quando saímos
acabo extrapolando. Ainda bem que
minha esposa faz um ótimo contrapeso”, explica.
não é consumista e é adepta ao "viver mais e comprar menos".
“Pouco antes do nascimento de
Lorenzo, comprei uma fantasia e um
daqueles estojos enormes de lápis
de cor, giz de cera, canetinhas e tudo
mais. Ela me fez guardar o kit de cores para entregá-lo somente quando
comemorássemos outra coisa. Está
guardado ainda. Ela põe o freio lá
em casa”, conta.
A família Gomide na prática
Para que exista equilíbrio na família Gomide o papel da mãe é fundamental, segundo o publicitário.
“Esse gosto por compras que a Betina tem é impacto da minha profissão e do ambiente, porque o exemplo da mãe é bastante consciente”.
De acordo com Gomide, a esposa
Comece hoje mesmo
Atitudes simples e responsáveis podem ajudar as crianças a ter uma visão
mais reaproveitável dos objetos e menos deslumbrada do mundo consumista.
Reutilize
Nem sempre aquilo que quebrou ou estragou deve ser jogado fora. Explique
que há outras funcionalidades e até mesmo o conserto para determinados
objetos.
Desperdício
Comidas, água, luz, entre outros. Esbanjar alguns recursos faz com que a
criança não dê valor às facilidades que tem em casa. Mostre o quanto são
importantes e o porquê de não desperdiçá-los.
As propagandas, de
uma maneira geral,
refletem um cenário
de magia, felicidade
e prazer que nem
sempre se torna real
após a aquisição dos
produtos que foram
anunciados.
Sabrina Souza, professora do
Colégio Marista Rosário,
em Porto Alegre (RS)
Preço
No mercado, no shopping, na feira. Pesquise preço e pergunte quanto custa.
É importante a criança ter a noção do dinheiro e quanto determinadas coisas
custam.
Roupas
Não ceda de imediato a um pedido de roupa nova. Argumente e pergunte a
necessidade daquela peça para o momento. Doe roupas antigas e evite o acúmulo desnecessário.
Lixo
A separação do lixo reciclável é uma das formas mais importantes de mostrar
à criança para onde vão os descartes de casa, o que pode ser reaproveitado e o
que farão com o lixo convencional.
Planejamento
É importante que as crianças entendam que há um planejamento financeiro
com os gastos da família. Qualquer aquisição de bens materiais deve ser
explicada à criança com justificativas orçamentárias.
13
© Fotos: Bio Barreira
entrevista
Por uma
sociedade do
bem-estar
Menos trabalho e mais tempo com a família.
Celulares atualizados, mas sem ser preciso
adquirir um novo aparelho. As medidas
podem parecer utópicas, mas fazem parte de
um novo modelo de civilização – o nosso, em
breve. Confira o que Hélio Mattar, diretorpresidente do Instituto Akatu pelo Consumo
Consciente, tem a dizer sobre esse futuro
Por Michele Bravos
14
Para que daqui a 40 anos exista um planeta Terra que
supra as necessidades dos seus futuros 9 bilhões de habitantes, é preciso que as mudanças comecem já. Em
entrevista à revista Em Família, o diretor-presidente do
O que o brasileiro
faz que, na sua
opinião, figura na
lista de práticas
de consumo
irresponsáveis?
Levantar a
bandeira do
anti-consumismo
não é a saída.
Como encontrar
o equilíbrio
adequado para
quem produz
e para quem
consome?
Os brasileiros não são diferentes
de outras populações deste mundo
fortemente consumista. Genericamente, o brasileiro peca no desperdício: de alimentos, de roupas e de
tecnologia. Desperdiçamos cerca de
50% dos alimentos perecíveis e parte
disso se dá porque se uma fruta ou
verdura está um pouco machucada,
a gente não considera alimento. Se
há uma pequena sobra de um almoço ou de um jantar, ela não é utilizada em outra refeição. Não usamos os
talos, as cascas e as sementes como
parte das nossas receitas. As pessoas
tendem a ter mais roupas do que elas
precisam, subutilizando-as.
No Brasil, há também um grande
descarte de telefones celulares. Esses
rejeitos vão para o lixão, causando
poluição. Mais importante do que
isso é as pessoas se perguntarem se
precisam de todas as funcionalidades de um novo aparelho.
Em primeiro lugar, é importante dizer que consumo consciente
não é deixar de consumir. A causa
do consumo consciente é a favor de
um consumo diferente, em que os
impactos sociais, ambientais, econômicos e individuais sejam menores. Hoje, se todos os habitantes do
planeta viessem a consumir dentro
do modelo de produção e consumo
atual, precisaríamos de cinco planetas Terra.
É preciso sair de um modelo de
produção de alta obsolescência e ir
na direção de produtos mais duráveis. Aí entra a questão econômica.
É preciso passar de uma economia
fortemente industrial para uma de
serviços. Desmaterializar é central
em um novo modelo de consumo.
Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, Hélio Mattar,
fala sobre medidas necessárias para a conscientização
da população, a urgência da mudança e como seria esse
novo modo de viver.
Que medidas são
necessárias para
que a prática
do consumo
consciente seja
implantada em
um Brasil em que
“poder comprar”
está associado ao
desenvolvimento
econômico do
país?
Precisamos de uma educação que
forme crianças e jovens dentro de
valores civilizacionais diferentes dos
de hoje. Os impactos gerados pelo
consumo precisam ser colocados
como um elemento importante na
tomada de decisão sobre o que comprar, como usar e como descartar.
Nessa formação de novos hábitos,
as empresas desempenham papel
importante. Se a empresa não oferecer outro conjunto de produtos e
serviços menos demandantes de recursos naturais, não teremos a possibilidade de seguir na direção de uma
sociedade do bem-estar – mesmo
que os consumidores tenham consciência de que isso é preciso.
Mas as empresas não farão isso
sozinhas. Aí é essencial que o governo tenha uma atuação forte, na direção de campanhas de conscientização para os consumidores (crianças
e adultos).
Por vezes, o
processo de
conscientização
ocorre
lentamente.
Quando falamos
em consumismo e
suas interferências
globais, há
tempo hábil para
essa mudança
gradativa?
A nova sociedade precisará mais de
cooperação que de competição para
atender ao tempo curto que temos
pela frente para mudar de um sistema
insustentável para um sustentável.
Se começássemos hoje, precisaríamos de uma geração para fazer essa
mudança completamente. Mas mais
importante que fazer a mudança rapidamente é fazer a mudança seguramente. É mudar a tendência do sistema, fazer com que consumidores e
produtores passem a trabalhar para
essa sociedade sustentável.
Precisamos de uma educação que
forme crianças e jovens dentro de
valores civilizacionais diferentes
dos de hoje.
15
entrevista
Para acelerar esse processo, algumas condições são essenciais. A
principal condição é que os formadores de opinião passem a mostrar,
publicamente, qual é esse novo modelo de consumo e de produção.
Temos também que sair de uma publicidade consumista e ir para uma
publicidade mais sustentável.
Nesse processo de mudança de
consciência, é importante que todas
as mídias sejam intensamente utilizadas. Aí vem o otimismo do Akatu
com relação às mudanças que vão
acontecer. Nunca, em nenhum outro momento da história, as pessoas
tiveram tanta possibilidade de se comunicar e de serem impactadas pela
mídia. Quando falo em mídia, falo
em televisão, rádio, jornal, revista e
redes sociais.
De que forma o
Akatu pretende
superar esse
desafio?
Nas redes sociais, podemos ganhar maior velocidade para essa
mudança. Os grupos que se formam
nas redes sociais podem não apenas criar novos valores, mas criar
referências para as pessoas. Essas
referências podem fortalecer novos
valores, que passarão a ser reconhecidos pela sociedade. As pessoas só
vão manter os novos hábitos se eles
forem reconhecidos pela sociedade
como um modelo que todos valorizam e reconhecem. O ser humano
é suscetível a esse reconhecimento,
especialmente porque o consumo
faz parte da forma como as pessoas
estabelecem a sua identidade. Isso
desde sempre. A mídia tem o papel
de fortalecer esse novo modelo de
consumo a tal ponto que todos queiram fazer e se sentir parte da nova
sociedade.
Falamos aqui de
uma mudança
na forma como
consumimos, o
que geraria uma
mudança na
civilização. Na
prática, como
seria essa nova
civilização?
Os grupos que se formam nas redes
sociais podem não apenas criar
novos valores, mas criar referências
para as pessoas.
16
As pessoas pensam que, nesse novo
modelo, serão chamadas a se sacrificar. Elas precisam entender que, na
nova sociedade, as pessoas não vivem
para trabalhar, mas trabalham para
viver. As relações, os afetos, as amizades e os amores são centrais na vida de
cada um.
Atualmente, dos 25 aos 65 anos, as
pessoas estão integralmente devotadas ao trabalho. Trabalhando menos,
haveria mais empregos, por exemplo.
No novo modelo, saímos da sociedade do desperdício, do descartável e
de uma produção fortemente globalizada e vamos para a sociedade do
aproveitamento integral, do durável e
de uma produção mais local.
Os produtos serão totalmente diferentes. O produto material passa a ser
virtual, como já tem acontecido com a
música e a literatura, que chegam sem
o uso de recursos naturais. O foco sai
do tangível e vai para a experiência,
para a emoção.
O produto durável é um produto
que vai precisar de assistência técnica, no caso de um eletroeletrônico
ou automóvel, para funcionar durante anos e ser atualizado seguindo
as últimas tecnologias disponíveis.
Na sociedade sustentável, o uso de
costureiras e brechós vai se multiplicar, assim como a doação e as trocas
de roupas, em que eu disponibilizo o
que não estou mais usando e recebo
aquilo que está mais de acordo com o
que quero no momento. Medidas que
promovem bem-estar sem desperdício de recursos naturais.
© Foto: Bio Barreira
De que forma essa
conscientização
pode ser mais
acelerada, com
mais impacto
na população
e repercussão
efetiva?
índice
destaque
30
A aluna Mariana
Severo Takatsu (ao
centro) avalia a experiência
de participar do programa
Maristão Faz Ciência e conta
como o trabalho auxiliou no
seu desenvolvimento pessoal.
com a palavra
ens. médio
18
20
O que pensa a
Direção-Geral.
Estilo Marista: mesmo
com a padronização dos
uniformes, alunos não deixam de
imprimir sua personalidade com
acessórios da moda.
educar
22
Avaliamos o desempenho
de uma turma munida de
tablets em paralelo à outra nos
moldes tradicionais.
diz aí
caleidoscópio
você sabia?
26
28
32
gente nossa
ser melhor
34
36
Um motivo para não ser
consumista? Veja o que
pensam os alunos.
O ex-aluno Lucas Furtado
Maia conversou conosco e
lembrou com entusiasmo sua época
de escola, os amigos e o carinho que
tem pela PJM.
Relembre os principais
acontecimentos do Colégio.
UIP de Planaltina recebe
doações do Maristão
Atitudes simples, como
desligar a tela dos
computadores entre um uso e outro,
são capazes de gerar economia
e garantir mais vida útil aos
equipamentos.
com a palavra
Filhos novos,
novos pais.
18
O fato é que vivemos tempos de
profundas e rápidas mudanças, que
afetam sobremaneira percepções,
sentimentos, juízos e, principalmente, relações. É claro que a família vem mudando, mudaram as
relações entre pais e filhos. E todas
essas mudanças impactam a escola
de algum modo.
Minha experiência na direção do
Maristão aponta que os pais não
querem transferir responsabilidades
suas para a escola. Os pais também
estão aprendendo com esses novos
tempos e esses novos filhos. Eles têm
incertezas e vacilam diante de emergências diárias. Nessas horas, geralmente, os pais esperam encontrar
na escola um saber capaz de ajudá-los a tomar decisões ou encaminhar questões. É bem verdade que,
às vezes, intempestividades criam
certo desconforto nas conversas.
Entretanto, tenho observado que o
que os pais mais querem é sentir-se
acolhidos e adequadamente orientados para conduzir situações inesperadas com seus filhos.
Também observo que as crianças
e os jovens de hoje são cada vez me-
Colégio Marista de Brasília | Maristão
nos conformados com a passividade. Eles nasceram em um tempo em
que o acesso à informação é rápido
e amplo, contribuindo para que dependam pouco ou quase nada de
pessoas intermediárias, sejam os
pais ou os educadores. Eles querem
pensar por conta própria, querem
decidir, querem atuar.
A proposta de educação Marista é
fortalecer a parceria entre escola e
família. Nessa tarefa, não cabe oposição. Educadores e pais Maristas
são solidários na formação de crianças e jovens Maristas para um mundo melhor.
José Leão da
Cunha Filho
Diretor-Geral
© Foto: Acervo do Colégio
Recentemente, acompanhei um
processo seletivo para uma vaga na
área educacional. A entrevistadora
quis saber do candidato, com formação em Pedagogia e Psicopedagogia, como percebia os jovens e a
escola atualmente.
A resposta foi rápida e confiante.
O candidato afirmou que as famílias
estão perdendo a capacidade de fazer sua parte na educação dos filhos
e, consequentemente, transferem a
responsabilidade para a escola. Esta,
por sua vez, fica confusa, pois perde o foco do ensino para cuidar de
relações mal resolvidas entre pais e
filhos. Como consequência, os educadores, de modo geral, veem sua
autoridade escorrer por entre os dedos, elevando sensivelmente o nível
de estresse. Simples assim.
Não quero discutir o ponto de
vista do candidato, mesmo porque
há algumas evidências que podem
justificá-lo. O curioso é que o olhar
aponta razões para fora da escola. E
ao apontar a família como provável
responsável, esquece-se que também ela está impactada por mudanças que são mais gerais.
ens. médio
estilo
Marista
Mesmo com a padronização dos uniformes,
alunos não deixam de imprimir sua
personalidade com acessórios da moda
O uso do uniforme escolar é obrigatório para o acesso e a permanência dos estudantes em todas as
atividades do Colégio Maristão. A
camiseta do uniforme com a logo
da Escola é a única peça que é exigida para os estudantes do Ensino
Médio, mas os alunos devem seguir
regras pré-estabelecidas para frequentar as aulas.
Mesmo com a padronização, os
alunos do Colégio Maristão conseguem manter o estilo, cada um
à sua maneira, por meio do uso de
acessórios, mochilas e até penteados diferentes.
Em geral, as meninas escolhem
brincos, esmaltes, relógios, anéis e
outros tipos de acessórios coloridos, enquanto os meninos preferem
investir em tênis e em bermudas
descoladas. As mochilas também se
destacam dentre os alunos que gostam de imprimir sua personalidade
na hora de ir para a escola.
Benefícios do uso do uniforme
O uso obrigatório do uniforme,
ainda que apenas da camiseta, facilita a vida dos alunos na hora da es-
20
colha da roupa para ir à escola. Além
disso, as roupas escolares oferecem
praticidade na hora da lavagem e,
por isso mesmo, sua durabilidade
torna seu uso mais vantajoso. Alguns
psicólogos entendem que os uniformes podem evitar o consumismo
precoce de crianças e adolescentes,
minimizando eventuais diferenças
sociais orientadas pelas grifes.
Há, ainda, a preocupação com a
segurança dos alunos. Estar uniformizado pode ajudar um estudante
caso ele tenha problemas fora da
escola. A roupa com o nome da instituição pode oferecer uma dimensão extra de segurança, uma vez que
facilita a referência para aqueles que
estão por perto.
Para a supervisora da Assistência
de Alunos, Rovena Monteiro, o uso
do uniforme é importante porque
ajuda na identificação dos alunos,
sugere disciplina e o respeito às regras. “É importante a escola estabelecer uma padronização, pois evita
que alguns alunos se sobressaiam
sobre os outros, evitando, também,
o constrangimento de roupas inadequadas ao ambiente escolar. Um ou-
Colégio Marista de Brasília | Maristão
tro motivo é o reconhecimento dos
nossos alunos em diferentes espaços. O uniforme traz o sentimento de
pertencimento a uma coletividade,
indica que o indivíduo faz parte de
um determinado grupo, mostra um
certo acolhimento a quem está integrando a comunidade. Além disso,
o uso de uniforme proporciona uma
maior praticidade, mais organização
ao estudante e à instituição de ensino”, declarou Rovena.
O que pode e o que não pode
No Guia do Estudante e da Família
2013, distribuído aos pais na hora da
matrícula de seus filhos e também
disponível no site do Colégio Maristão, é possível encontrar as regras relacionadas ao uso dos uniformes pelos alunos. É necessário usar camisa
do uniforme, calça comprida ou bermudão, tênis ou sapato fechado.
Contudo, não é permitido o uso de
shorts, camisetas customizadas, bonés, toucas, chinelos e minissaias.
Para a aula de Educação Física, os
alunos podem usar bermudas, camisetas do uniforme, meia e tênis para
ambos os sexos.
O uniforme traz o
sentimento de pertencimento a uma coletividade, indica que o
indivíduo faz parte de
um determinado grupo, mostra um certo
acolhimento a quem
está integrando a comunidade.
Gustavo Zapponi - 3º B
Darlucy Gomes - 1º A
“Acho essencial o uso de
uniforme na escola. Entendo que devem haver regras
e sei que é importante padronizar, pois o ambiente
escolar pede respeito.
Eu me visto como eu
gosto. Não me preocupo muito com o que vou
transmitir. Acho também
que roupas de marca não são prioridades, dá pra se
vestir muito bem sem mostrar etiqueta.”
“Apenas a camiseta é
item obrigatório no Ensino Médio, isso nos dá a
possibilidade de montar
mais looks que no Ensino
Fundamental.
Para mim, legal é se vestir de um jeito diferente
e ter um estilo próprio. O
mais importante é não se
importar com o que o acham e, sim, se sentir bem. Eu
gosto de usar lacinhos no cabelo, sei que tem gente
que não curte, mas eu gosto desse estilo meigo, me
sinto bem assim e vou continuar usando.”
Guilherme Enzo - 2º C
Fernanda Cortês - 3º E
“Para mim, a personalidade é mais importante do
que a roupa que você veste.
Todo mundo é diferente e é
importante respeitar o estilo de cada um, mesmo que
você não se identifique com
a vestimenta da pessoa.
O que eu acho legal é se
vestir do jeito que você se
sinta confortável, não seguir necessariamente uma regra, e roupa de marca não é essencial.
Eu uso óculos e acho que esse acessório já imprime
um estilo particular, o corte de cabelo também.”
“A roupa que a gente
veste vai muito além da
nossa personalidade. A
imposição do uso de uniforme pela escola é importante, pois acho que
colégio não é um ambiente apropriado para desfile
de moda, mesmo assim a
gente tenta sair do convencional, usando acessórios diferentes. Para mim, o
mais importante é estar confortável e se sentir bem.”
DicaS DE MODA
A blogueira Carol Hudson, do Blog Estilo
(www.blogestilo.com.br), dá algumas dicas e
lembra que o mais importante é se vestir com
conforto, pois é na escola que os alunos passam
grande parte de seu dia.
Dicas para ambos:
• Eu sempre usei e abusei dos acessórios pra incrementar o look, essa é uma dica super válida para
quem utiliza o uniforme, pois dá um up no visual.
• Usar uniforme facilita a vida, o processo de se
arrumar para a aula é mais ágil e automático:
blusa de uniforme, calça e tênis!
• Para as mochilas, a dica é encher de bottons,
para dar uma cara fashion. Pra fugir do tradicional modelo escolar, existem varias opções em
couro, camurça, jeans, coloridas e estampadas.
Mas vale lembrar que as mochilas tradicionais,
além do maior espaço para materiais, quando
bem ajustadas não prejudicam a coluna.
• Cintos também são acessórios super bacanas
para dar charme ao look.
Dicas para as meninas:
• No cabelo, um rabo com uma fita ou uma
tirinha diferente; uma trança (que, por si só,
já deixa a gente mais bonita e diferente);
arquinhos, tiaras e prendedores já dão um ar
feminino ao visual.
• A onda de maxi brincos, maxi colares e mix de
pulseiras também ajuda muito. Mas cuidado pra
não exagerar no tamanho do brinco e do colar,
afinal de contas, são muitas horas de aula.
• Já o mix de pulseiras – esse, sim! – eu acho que
vale caprichar! A única ressalva é nos momentos de Educação Física, esses acessórios não são
apropriados, acabam atrapalhando e podem
até machucar.
• Um dos acessórios que mais amo é o lenço, pois
é super versátil e deixa o look superglamouroso.
Ele pode ser usado na cabeça, no pescoço, como
cinto e até mesmo, como pulseira ou tornozeleira, além de poder ser usado na mochila, pra dar
uma estilizada.
Dicas para os meninos:
Não existem tantas opções, mas nem por isso
vocês precisam ficar no basicão!
• Usar um tênis bacana e diferente é super legal;
• O mix de pulseiras também vale para os mais
modernos e fashionistas;
• Faça um corte de cabelo bem alinhado ou
moderninho.
Colégio Marista de Brasília | Maristão
21
educar
Tablets
no Maristão 2013
aos estudantes foi o Samsung Galaxy Tab 10.1.
O teste com a turma escolhida –
denominada “Turma Tablet” – teve
a duração de um ano letivo, período durante o qual os alunos foram
monitorados por um grupo de pais,
professores e coordenadores. A comissão avaliou o desempenho da
sala munida da nova ferramenta
em paralelo a uma sala nos moldes
tradicionais, ou seja, sem o tablet,
que, por sua vez, foi nomeada de
“Turma Controle”. Além de analisar
o comportamento dos alunos com o
dispositivo e a eficiência do equipamento, também foi objeto de avaliação o comportamento dos estudan-
tes diante da liberação do acesso
à internet.
Todo o processo de teste com
os tablets foi previamente comunicado aos pais e alunos, os quais
puderam, antes do início, optar
por participar ou não do projeto.
Os alunos que escolheram participar assinaram um termo de
compromisso e responsabilidade
pelo uso do dispositivo emprestado pelo Colégio. Além disso, antes
do início dos procedimentos, os
professores envolvidos passaram
por uma capacitação pedagógica
com vistas à adaptação dos instrumentos para a dinâmica de
sala de aula.
© Fotos: Acervo do Colégio
Após a inauguração, em 2011, da
Sala Interativa Marcelino Champagnat, que tem por finalidade preparar
alunos e professores para o mundo
tecnológico em um ambiente moderno e inovador, o Colégio Maristão passou a navegar no universo
dos tablets.
Em 2012, o Colégio fez um teste-piloto com o novo dispositivo com
a finalidade de verificar a adaptação, na dinâmica escolar de sala de
aula, dos alunos e professores no
manuseio do equipamento. Para
tanto, uma turma do 1º ano do Ensino Médio com 43 estudantes foi escolhida para a avaliação. O modelo
adquirido pela escola e emprestado
22
Colégio Marista de Brasília | Maristão
ANÁLISE
Depois de um ano de análise, o Colégio Maristão
concluiu que o uso do tablet não trouxe impacto negativo nem positivo no desempenho dos alunos. “As duas
turmas terminaram o ano com notas e avaliações comportamentais similares”, contou a Diretora Educacional
Andréa Studart Correia Galvão.
Neste ano de 2013, o Colégio reorganizou o projeto.
Foram adquiridos novos tablets e realizados investimentos no corpo docente. A partir de agora, qualquer
professor que quiser fazer uso dos equipamentos poderá usá-los em suas aulas, independentemente da turma
ou do ano. Os alunos podem trazer de casa seus dispositivos e quem não tiver pode pegar emprestado da escola.
Para Andréa, os tablets estão cada vez mais presentes no cotidiano de crianças e adolescentes, e fica cada
vez mais claro que a utilização dessa ferramenta em sala
de aula é inevitável. Porém, para a adoção do tablet ou
de qualquer gadget na escola, é necessário preparar o
professor. A diretora explica que não adianta o professor preparar uma aula normal e querer usar o tablet. É
necessário desenvolver uma aula específica para usar o
equipamento.
“Em relação aos tablets, hoje, nosso foco é desenvolver o professor e não mais o aluno, como em 2012. Todos
eles estão fazendo cursos semipresenciais de letramento
digital, porque percebemos que toda a responsabilidade
recai sobre eles. Os estudantes naturalmente já sabem
mexer no aparelho, mas precisam aprender o poder que
ele tem para auxiliar nos estudos e o professor precisa
mostrar isso a eles”, explica Andréa.
A Analista de Tecnologia Educacional do Maristão Julianna Cauchick Fontes Vieira afirma que alunos e professores ainda não estão preparados para uma mudança
radical no sistema de educacional. Contudo, ela garante
que as novas ferramentas prometem mudar o conceito
de ensinar daqui para frente. “O Colégio teve a cautela
de introduzir o tablet de forma gradual e experimental.
Essa prudência do Marista fez com que a Escola percebesse a importância de qualificar seu grupo docente.
Nós fomos educados com giz, quadro negro, papel e caneta, é difícil imaginar uma sala de aula diferente dessa.
Mas o mundo se modernizou, evoluiu, e não podemos
deixar de incorporar as novas tecnologias. Por isso, é
necessário preparar professores e estudantes para esse
novo rumo que a educação está tomando”, analisa.
O professor de Biologia Lúcio Flávio Pereira Bravin
admite que o tablet ajuda a dinamizar a aula e acredita
que esse seja o novo caminho da educação no mundo.
“Acredito na agilidade e no encontro das informações
que o tablet pode trazer, na multiplicidade de meios disponíveis para ensinar o conteúdo”, responde.
O biólogo conta que criar um ambiente que prenda
a atenção desses novos alunos pertencentes a uma geração totalmente conectada está cada vez mais difícil.
“Esses novos alunos já nasceram com a tecnologia. É
maçante para eles ficar apenas observando o professor.
Essa nova geração gosta de interagir, discutir e se aprofundar no assunto”, analisa Bravin.
O professor de Geografia César Berçott afirma que
trazer o tablet para sala de aula é um grande desafio,
pois caberá ao professor saber articular as informações
e lidar com esses novos alunos. “Ter um aluno que te traz
novas informações, que pesquisa, que checa a informação e que te questiona, muda a forma de ensinar. Essa é
a abertura que a internet trouxe e isso é sensacional. A
figura do professor mudou e a relação aluno-professor
também. Precisamos estar prontos para esses novos desafios”, declara Berçott.
Os professores concluem que usar o tablet em sala de
aula exige mais criatividade, mas o equipamento deixa a
aula mais prazerosa. Outro ponto destacado foi a possibilidade de abrir o debate e a possibilidade de pesquisas
bibliográficas instantâneas.
Colégio Marista de Brasília | Maristão
23
educar
O tablet para os estudantes. O que eles pensam:
Ana Luiza Carvalho da Cunha (2º F)
“Eu adorei a experiência. Depois que eu me acostumei, ele começou a ser um
equipamento de auxílio e suporte nas aulas. Eu sou muito apegada à tecnologia,
ela veio para facilitar nossa vida, não consigo imaginar as salas de aula sem.”
Frederico Lorenz Beck (2º F)
“O tablet é muito prático, ajuda na pesquisa, na leitura e nos estudos, mas também é um
equipamento de distração. As novas tecnologias vieram pra ficar, porém é necessário ter
autocontrole e entender que a sala de aula é lugar para estudo e que elas são um complemento das disciplinas. Precisamos fazer valer o voto de confiança que a escola nos deu.”
Taís de Campos Barreto Pereira (2º F)
“Eu achei a iniciativa da escola superpositiva. O tablet como aparelho de pesquisa é ótimo,
mas é preciso maturidade para usá-lo. Eu acho que mais do que nunca é necessário um esforço do professor em colocá-lo nas suas aulas, por isso acredito que é preciso um maior investimento neles e uma maior responsabilidade dos alunos na utilização do equipamento.”
Julia de Moraes Elias (2º F)
“Eu acho que as aulas tradicionais aliadas às novas tecnologias rendem muito mais.
Mas grandes conquistas geram grandes responsabilidades. Você tem que usar a internet e as tecnologias a seu favor, com responsabilidade e parcimônia. Hoje, eu organizo
as aulas e dinamizo meu dia e meus estudos por meio de plataformas interativas
e aplicativos. Na minha opinião, ter apenas o livro como único meio de pesquisa acadêmica é limitador. A internet me permite abrir horizontes, pesquisar e buscar outras
fontes de informação. O passo que a escola deu abrindo as portas para a modernidade
e criando um novo rumo para educação foi uma atitude fantástica e sem volta.”
Curiosidade
iTunes U
Um levantamento feito pelo Centro de Tecnologia
de Informação Aplicada da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP-CIA) da FGV
mostra que, atualmente, o Brasil tem 118 milhões
de computadores e tablets em uso, em uma proporção de três dispositivos para cada cinco habitantes.
Em 2014, esse número deve chegar a 140 milhões de
equipamentos, ou dois para cada três habitantes.
24
Colégio Marista de Brasília | Maristão
O Grupo Marista, por meio de sua Rede de Colégios, se uniu ao iTunes U, o maior catálogo mundial
de conteúdo educacional.
A Rede de Colégios do Grupo Marista disponibilizou na plataforma conteúdos para apoiar e enriquecer o ensino, por meio de cursos completos em
e-books, vídeo-aulas e aplicativos didáticos.
SAIBA COMO DOAR
EU SOU A
SANTA CASA.
A S A N T A CA S A D E CUR IT IB A EX I S T E PA RA
A J UD A R P ES S O A S CO M O O L EO NE L . MA S , PA RA
CO N T IN UA R ES T E T R A B A L H O , PRE C I S A MO S
D A S UA D O A ÇÃ O . V O CÊ P O D E C O NT RI B U I R
IN V ES T IN D O EM V ID A S CO M A P E NA S U M C L I QU E .
LEONEL CESAR PADILHA, 34 ANOS.
A CES S E W W W . D O ES A N T A CA S A .O RG .B R
PACIENTE DA SANTA CASA DE
E CO N T R IB UA .
CURITIBA DESDE 1996.
A BOLSA DE VALOR À VIDA É A PLATAFORMA DE DOAÇÕES ON-LINE
DA SANTA CASA DE CURITIBA. PARA DOAR, BASTA ACESSAR O SITE
E ESCOLHER UMA DE NOSSAS ÁREAS DE INVESTIMENTO:
UNID ADE DE
INTERNAÇÃO
UTI
CENTRO
CIRÚRGICO
UNIDADE DE
DOR TORÁCICA
AMBULATÓRIO
QUEM AJUDA
A SANTA CASA
AJUDA PESSOAS.
© Fotos: Acervo do Colégio
diz aí
Luanda Maria Campelo
3º E
Marina Moreira Antonucci de
Carvalho
2º A
Fernanda Lisboa
3º B
“Consumir, para muitos, é uma
tentativa de busca de sentido para
a existência, que visa suprir o ‘ser’
por meio da aquisição instantânea. A
causa disso é a pressão da mídia, que
nos faz acreditar que a imersão em
um contexto social está diretamente
ligada à posse de nossos produtos.
Como a dinâmica de renovação
tecnológica é insana e diariamente
são lançados novos bens de consumo,
o constante desejo de comprar
o último modelo gera um ciclo
vicioso de felicidade momentânea e
consequente frustração. A conclusão
é: produtos não preenchem o espírito
humano, esse é um bom motivo para
reduzir o consumo desenfreado.”
“O consumismo pode ser definido
como uma espécie de distúrbio
em que as pessoas consomem de
modo inconsciente e demasiado. É
uma característica bem capitalista,
originada de uma certa alienação. Se
pararmos para pensar, muitos dos
problemas de hoje são intensificados
pelo consumismo: a superficialidade,
o individualismo, a desigualdade
e uma certa hierarquização da
sociedade, que possui como aspecto
de classificação os bens que cada
um possui. O consumismo vai muito
além do ato de comprar e pode sair do
nosso controle.”
“Hoje em dia, é muito difícil não se
tornar consumista devido ao ambiente
em que vivemos e às influências
que sofremos do meio externo. A
cada dia aparecem novos produtos
e cabe a cada um ter controle e ver o
que realmente é necessário naquele
determinado momento.”
26
Colégio Marista de Brasília | Maristão
Daniel Monteiro
3º B
Ana Luíza Falcomer
2º I
Pedro Ibarra
1º A
“Valorizar mais as pessoas pelo que
elas são e não pelo que têm!”
“Distanciar-se um pouco da visão
consumista da sociedade permite
que reconheçamos e valorizemos as
atitudes de real valor. Valor este não
palpável ou contábil, mas dotado de
um conhecimento capaz de conduzir
as relações de caráter humano e
torná-las mais sólidas e intensas.”
“O consumismo ataca a liberdade e
coloca as pessoas em um ciclo vicioso
de compras compulsivas e dívidas. O
consumo é necessário, porém nada é tão
prazeroso quanto ser livre e, por isso,
me afasto desse mal do século XXI.”
Opinião da Educadora
“Consumir”, segundo o Aurélio, significa “gastar ou corroer até a destruição; devorar, destruir, extinguir [ ...] e “gastar,
aniquilar, anular.” São conceitos extremamente negativos. Porém, consumir com responsabilidade faz bem e é uma
questão de postura positiva diante da vida.
O movimento de consumir deveria estar pautado em alguns questionamentos: Estou realmente precisando? Quais
serão os benefícios? Esta aquisição proporcionará satisfação pessoal ou atingirá outras pessoas também? Este é o melhor
momento? Tudo muito simples e prático, não é? E por que não fazemos isso na maioria das vezes? Acredito que dependerá de como nos relacionamos com os nossos desejos e que valor atribuímos a eles.
Este tema trabalhado, assertivamente, no ambiente familiar e escolar possibilitará aos jovens discernimento frente a
suas escolhas, evitando a má utilização e distribuição dos recursos naturais, resguardando o nosso planeta.
Ao consumir com atitudes éticas e com uma visão holística, viveremos em uma sociedade mais fraterna e humana.
"A verdadeira riqueza é o amor de Deus partilhado com os nossos irmãos". - Papa Francisco
RENATA PORTILHO
Assistente Psicopedagógica
Colégio Marista de Brasília | Maristão
27
caleidoscópio
© Fotos: Acervo do Colégio
1 - Na última semana de junho, o Colégio homenageia seu fundador, São Marcelino
Champagnat. Nesse período, acontece uma gincana envolvendo toda a Escola, refletindo sobre a história e a missão Marista.
2 - O professor homenageado no projeto Vida e Docência deste ano foi Márcio Padilha,
um verdadeiro exemplo na arte de ministrar aulas de História.
3 - No TOP 5 são premiados os cinco alunos mais bem colocados de cada ano nos simulados. Os simulados, realizados no 1º trimestre, foram do modelo Enem e PAS/UnB.
1
2
2013
3
EVENTOS
PREMIAÇÕES
5
4
4 - A equipe de street dance foi primeiro lugar no 15º Dançarqui na categoria Dança Urbana Juvenil, com a
coreografia “África”, da professora Louise Lucena.
5 - Cerimônia de entrega de certificados e premiação para os alunos que participaram da IV Simulação Internationali Marista. A SIM é uma simulação de organismos nacionais e internacionais, como STF, ONU e etc.
28
Colégio Marista de Brasília | Maristão
6 - Professores realizam curso de Letramento Digital. O curso desenvolve o uso de diferentes
linguagens e recursos tecnológicos para dinamização da aula interativa.
7 - Estudantes tiveram aula de Redação à Distância (EAD) com foco nas provas do PAS/UnB.
6
7
7
FORMAÇÃO
8 - No dia 10 de junho, os alunos do 9º ano do Maristinha tiveram aulas nos laboratórios de Biologia,
Química e Física e na Sala Interativa do Maristão.
9 - Os alunos de 1º ano experimentaram o novo
aplicativo da FTD digital, o FTD_Bio1, na aula de
Biologia. Ao acionarem o aplicativo, eles exploraram as imagens do livro em 3D na tela do tablet.
8
9
8
9
Colégio Marista de Brasília | Maristão
29
destaque
Aluna
Mariana
Takatsu
Aluna avalia a experiência de participar do
programa Maristão Faz Ciência e de como o
trabalho auxiliou no seu desenvolvimento pessoal
© Fotos: Acervo pessoal
Em 2011, um grupo de alunos orientados pelos professores de Geografia, Nilson Ferreira Caetano, e de Biologia, Lúcio Bravin, estudaram o tratamento e a distribuição de água em Brasília e na cidade de Wellington,
capital da Nova Zelândia.
A pesquisa foi baseada em comparações no sistema
de água e esgoto das duas capitais com o objetivo de
melhorar o tratamento e distribuição de água no Distrito Federal.
A estudante Mariana Severo Takatsu, de 17 anos,
participou da pesquisa e de todo o processo de análise.
Hoje, cursando o 3º ano do Ensino Médio, a brasiliense
pretende cursar Oceanografia no sul do país.
Muito responsável e extremamente elogiada por professores e coordenadores, a aluna avalia a experiência de
participar do programa Maristão Faz Ciência e de como
o trabalho auxiliou no seu desenvolvimento pessoal.
Como foi a experiência de participar do projeto
Maristão Faz Ciência? Como era o estudo do projeto?
Foi um projeto muito divertido e que me ensinou
muita coisa, principalmente sobre como seria um projeto real de faculdade. Nós fizemos um estudo sobre o saneamento básico e
o tratamento de água e esgoto, comparando a prática realizada aqui com a da capital da Nova Zelândia.
Uma das principais conclusões apontadas pela nossa
pesquisa foi a igualdade de distribuição do recurso na
capital neozelandesa. Pudemos verificar que as questões
socioeconômicas não interferem no sistema e que não
há diferença na quantidade e na qualidade da água que
chega até os bairros centrais e periféricos. Nós comparamos esse trabalho feito na Oceania com o da Agência
Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do
O consumismo faz com que a
humanidade exija do mundo
muito mais do que ele tem a
oferecer, faz com que as pessoas
queiram usar muitos recursos
que logo irão acabar, ou poluir
e utilizar inutilmente recursos
como a água.
30
Colégio Marista de Brasília | Maristão
Distrito Federal (Adasa) e da Companhia de Saneamento
Ambiental do Distrito Federal (Caesb) para comparar os
resultados de Wellington com os de Brasília.
Wellington
Quais as lições que você pode tirar dessa experiência?
Uma das lições mais surpreendentes que eu tirei foi
sobre o tratamento do esgoto na NZ. O cheiro do esgoto
que sentimos aqui em Brasília é muito forte; lá na Nova
Zelândia, o ar que sai do tratamento é completamente
tratado e não exala nenhum mau cheiro, o que seria uma
ideia muito boa para ser implantada aqui no Brasil.
*
Você acha importante a escola abrir o debate para
esses assuntos?
Acho muito importante que a escola proporcione
esse tipo de atividade. Ajuda a desenvolver habilidades que você não desenvolveria normalmente, além
de o nosso tema ajudar a conscientizar muito em relação ao uso da água.
Você tem colocado em prática o aprendizado?
Eu aprendi muito sobre como fazer pesquisa, mas o
que mais adquiri de conhecimento foi a produção de
texto em formato de artigo, o que foi muito útil e já utilizei algumas vezes em trabalhos na escola.
Hoje, como você lida com o consumo?
Eu tenho bastante consciência de quanto a nossa sociedade é consumista e, apesar de tentar ser menos consumista, ainda me considero uma pessoa que compra
bastante e gasta bastante com coisas inúteis, como marcas mais caras e que não têm produtos tão diferentes assim das mais baratas. Mas, por causa do que eu já estudei,
tento doar ou reutilizar ao máximo tudo que posso – por
exemplo, computadores que já são mais ultrapassados.
Com relação ao meio ambiente, você acha que as
atitudes consumistas interferem na preservação
da natureza?
O consumismo faz com que a humanidade exija do
mundo muito mais do que ele tem a oferecer, faz com
que as pessoas queiram usar muitos recursos que logo
irão acabar, ou poluir e utilizar inutilmente recursos
como a água.
Considero o consumo um problema muito grande do
mundo de hoje. Do jeito que o mundo está, daqui a não
tanto tempo assim, as pessoas não vão ter mais mundo,
porque vamos ter "gastado" ele inteiro. A água, que era
o recurso que eu estava estudando e que é muito importante para a sobrevivência de qualquer um, é um exem-
plo de algo que pode acabar fazendo uma falta absurda
para, por exemplo, os meus netos.
Como sua família analisou a sua participação no
projeto?
Minha família ficou muito feliz por eu estar participando de um projeto desse tipo na escola, ainda mais
pelo tema abordado. Eles acham muito importante cuidar do meio ambiente e me deram muita força para continuar no projeto.
Você repassa a lição para amigos e familiares?
Esse tipo de lição normalmente é a minha família que
passa para mim, mas para alguns amigos eu falo, aconselho e até brigo com eles quando acho que estão exagerando e digo para eles serem mais sensatos. Que dicas você pode passar para seus amigos?
Não é necessário usar as marcas mais caras, nem gastar água para coisa inúteis, como lavar a garagem, nem
usar saquinhos plásticos quando vai ao supermercado,
nem viajar sempre apenas pra comprar e por aí vai.
Estar cursando o último ano do Ensino Médio
significa encerrar um ciclo escolar de anos. Como
você enxerga essa mudança?
Essa mudança é muito drástica e ainda nem caiu a ficha de que eu realmente estou no final do meu último
ano de escola. Quando terminar, tudo vai estar diferente,
vou estar focada realmente no que vou fazer pelo resto
da minha vida e em descobrir como vou me desenvolver
para me tornar quem quero ser, e, às vezes, essa é a parte
mais difícil.
Colégio Marista de Brasília | Maristão
31
você
você sabia?
sabia?
Para o
bem do
planeta
Atitudes simples, como desligar a tela dos computadores entre um uso e outro,
são capazes de gerar economia e garantir mais vida útil aos equipamentos
va. Nesses locais, os cuidados com a
economia de energia elétrica exigem
uma atenção especial:
• Sempre configure o computador
para o modo Repouso (o modo Protetor de Tela nem sempre garante economia de energia adequada). Caso
não saiba como fazer, solicite a ajuda
do assistente mais próximo.
• Nos intervalos entre aulas que
ocorrem nos espaços que têm com-
M
Y
CM
MY
de luz nas salas da administração da
escola, orientou professores e funcionários a apagarem as luzes das salas
que não estiverem em uso e optou por
fazer uso de lâmpadas fluorescentes,
que possuem desempenho melhor e
apresentam maior economia do que
as do tipo incandescentes.
Junto com funcionários e professores, os alunos também podem ajudar nesse esforço com apenas algumas iniciativas simples:
• Apague a luz! O consumo elétrico
das luzes das salas de aula representa
uma fatia expressiva dos gastos com
eletricidade.
• Em ambientes com ar-condicionado, procure manter a porta e as janelas sempre fechadas, garantindo,
assim, o uso eficiente do equipamento.
O Colégio Marista disponibiliza
aos seus alunos diversas dependências voltadas para o uso de computadores, como o CRA e Sala Interati-
*Fonte: Revista Exame
32
C
Colégio Marista de Brasília | Maristão
© Fotos: Acervo do Colégio
Você sabia que 1,2 bilhão de pessoas no mundo vive sem acesso à
eletricidade? Que países e entidades
em geral precisarão investir, por ano,
600 bilhões de dólares para garantir o
acesso universal à energia até 2030?
Que, juntos, Estados Unidos e China respondem por 40% do consumo
global de energia? Que no ranking
mundial, o Brasil encontra-se na sétima posição de maior consumidor
de energia e que, anualmente, nós
desperdiçamos uma quantidade de
energia equivalente ao total consumido pela população do Estado do
Rio de Janeiro? Que em números isso
representa 15 bilhões de reais por
ano? E que 1 milhão de residências
brasileiras ainda carecem de acesso à
rede elétrica?*
Essas informações são importantes quando queremos debater que
tipo de ações podemos realizar para
economizar energia elétrica, seja em
casa ou na escola. O Marista tem feito
a sua parte: instalou temporizadores
putador, procure sempre desligar o
monitor do computador.
• Sempre desligue o computador
quando tiver certeza de que a máquina não voltará a ser utilizada naquele
dia. Evite desligar e ligar o computador muitas vezes durante o dia, pois
esse procedimento pode danificar o
equipamento (o mesmo vale para escâneres e impressoras).
O meio ambiente agradece!
CY
CMY
K
O FTD Digital Arena é a primeira plataforma tecnológica de imersão
multicultural do Brasil, que reúne características de um planetário
digital e uma sala de projeção com tecnologia 3D de alta definição.
Um espaço tecnológico e multidisciplinar inédito que oferece propostas
educacionais, culturais e entretenimento às escolas, universidades
e público em geral. Confira a programação completa no site.
O Reino da Luz
Seleção Natural
As Fronteiras do
Sistema Solar
O Recife Encantado
WWW.
FTDDIGITALARENA.
COM.BR
/ E S P A C O D I G I TA L A R E N A
@ D I G I TA R E N A
Câmpus da PUCPR, rua imaculada conceição, 1155.
acesso pelo portão 1 – (41) 3271-6322.
gente nossa
Ex-aluno
O advogado de 25 anos fez todo o
seu Ensino Médio no Maristão e chegou a trabalhar na Pastoral do Colégio
durante um ano. O ex-aluno conversou com a Em Família e lembrou com
entusiasmo sua época de escola, os
amigos e o carinho que tem pela PJM
(Pastoral Juvenil Marista).
Quais são suas principais lembranças do Colégio?
As amizades que construí com
meus colegas, professores e funcionários. As viagens que realizei com
o grupo do futsal e atletismo e também com a PJM. A principal lembrança que tenho é da Camar/PJM,
onde construí verdadeiras amizades
que carrego comigo até hoje. Grande
parte da formação intelectual, humana e cristã que tenho hoje adquiri
no Marista!
Qual foi sua melhor época na
escola?
O 3º ano, pois acredito que foi o
ano em que melhor conciliei os estudos com a diversão.
Você participava de alguma
atividade da Pastoral? Tirou alguma lição desse aprendizado?
Você recomendaria às crianças
de hoje a participarem?
Minha participação na Camar
(Caminhada Marista) da PJM (Pastoral Juvenil Marista) é a minha lembrança mais marcante e que faz parte da minha vida até hoje. Foi onde
conheci grandes amigos e cultivei
34
amizades verdadeiras com ex-alunos, alunos e professores. Não caberia na reportagem, nem na revista, a
quantidade de coisas que aprendi ao
longo dos anos nas atividades pastorais de que participei. Acredito que
nenhum aluno Marista deveria sair
do Colégio sem participar de ao menos um projeto da Pastoral. Digo isso
não só pela experiência de aluno e
ex-aluno, mas pela oportunidade
que tive de trabalhar na Pastoral do
Maristão durante um ano.
Você faz ou fez algum trabalho
voluntário? Por quê?
Participo até hoje da Camar, que
é um encontro de jovens católicos e
que acolhe não somente católicos,
mas todos que desejam participar.
Trabalhar na Camar foi um dos primeiros trabalhos voluntários que fiz e
que me sensibilizou para a importância de servir de forma desinteressada.
O serviço voluntário é, com certeza,
uma das mais altas formas de caridade, o sair de si mesmo para doar-se ao
outro, sem esperar nada em troca.
O que o Marista representou na
sua vida?
Não vejo a minha vida, minha história sem o Marista. O vínculo que
possuo com o Colégio está marcado
no coração e na alma, sou ex-aluno,
mas jamais serei ex-Marista. Acredito
que a vida Marista seja como o Sacramento da Crisma na vida de quem realmente soube viver o "ser Marista", é
uma marca indelével na nossa alma.
Colégio Marista de Brasília | Maristão
© Foto: Arquivo pessoal
Lucas
Furtado
Maia
Lucas na Missa
das Rosas.
Lembra-se de alguma história
bacana por que passou na época
de escola?
Várias! Mas uma das mais marcantes foi a viagem ao interior da Bahia,
Ruy Barbosa, para conhecer um projeto que os alunos ajudaram a tornar
realidade: a construção de cisternas
para captação de água da chuva. Foi
uma viagem que marcou pelo conhecimento de uma dura realidade do interior do nordeste do nosso país. Marcaram a pobreza, mas, acima de tudo,
a alegria e a gratidão das famílias que
nos receberam.
As amizades que você fez na
época de escola permanecem até
hoje? O que você acha disso?
Permanecem. As que mais permanecem, com quem mais me encontro, são os amigos que construí
na Camar e na PJM. Vivo com a certeza de ser verdadeira a afirmação
de que as amizades edificadas em
Cristo são eternas.
© Foto: Acervo do Colégio
ser melhor
Quadrilha na Festa Junina do Maristão.
UIP de Planaltina recebe doações
arrecadadas na Festa Junina do Maristão
A Pastoral do Colégio Maristão
realiza, desde 2011, um trabalho solidário com jovens da Unidade de Internação de Planaltina (UIP), antigo
Centro de Internação de Adolescentes de Planaltina (Ciap), que abriga
hoje 84 adolescentes do sexo masculino entre 15 e 20 anos que cumprem
medidas socioeducativas.
Este ano, com a renda de toda a
bilheteria da Festa Junina promovida
pelo Colégio, os estudantes do Maristão arrecadaram fundos para melhorias na UIP, o que tornou a ação
evangelizadora maior e mais integradora, pois os estudantes Maristas desenvolveram toda a ação em favor do
bem de jovens que foram privados
dos mesmos privilégios que eles têm,
frequentando uma escola particular,
com ensino regular e de qualidade.
Essa não é a primeira vez que o
Colégio faz uma doação à Unidade.
Em 2011, o Maristão, em parceria
com a editora FTD, doou cerca de
300 livros didáticos, CDs e dicionários para a UIP. O objetivo da doação
foi desenvolver um curso pré-ves-
36
tibular para os internos, ação que
também aconteceu durante a Semana Champagnat, neste ano, como
gesto solidário na gincana. Os alunos
deram o pontapé inicial em relação
aos benefícios a serem direcionados
aos jovens do ainda Ciap.
Mais do que ajuda material, o Maristão investiu na capacitação dos
agentes socioeducadores, para que
eles sejam transmissores de informação e conteúdo para os menores.
Tal suporte foi dado pelos professores do Marista que participaram dessa formação como voluntários.
Já as aulas para os internos foram
ministradas por monitores da Universidade de Brasília (UnB) em oficinas de acompanhamento pedagógico e por professores da Secretaria
de Educação do Governo do Distrito
Federal (GDF).
Na época, o Diretor-Geral do Marista, Irmão Valter Pedro Zancanaro,
contou que a Instituição pretendia
suprir uma lacuna com essa parceria, a fim de, pelo menos, oferecer
condições mais justas de acessibili-
Colégio Marista de Brasília | Maristão
dade desses jovens ao Ensino Superior. “Quando conhecemos a UIP, os
próprios meninos pediram um ensino melhor lá dentro. Eles querem
estudar para, quando saírem de lá,
terem uma profissão, fazerem o vestibular e conseguirem um emprego”,
declarou o diretor.
O Maristão também arrecadou 3
mil livros de literatura para a Unidade e os agentes tiveram um treinamento intensivo com direito a um
dia de spa na chácara da Instituição.
“Não queríamos que essa ação se
tornasse uma simples doação. Queríamos investir na formação dos
agentes – cuidar dos cuidadores”,
contou José Leão da Cunha Filho,
atual Diretor-Geral do Maristão.
A intenção da ação foi criar um
ambiente escolar educativo e inclusivo dentro da UIP, preparando os
jovens para provas de vestibular e
concursos e formando adolescentes
para a vida. Para o Professor Leão, a
ideia foi levar o peso da filosofia Marista e sua excelência em ensino para
dentro do Centro.
© Fotos: Arquivo pessoal
essência
Ir. Nilvo Luiz
Favretto
Irmão Marista
da Província Rio
Grande do Sul e
pedagogo
Missão Marista
entre os indígenas
Ao fundar o Instituto Marista, São
Marcelino Champagnat deu prioridade à educação como espaço privilegiado de evangelização no ambiente escolar, fazendo a catequese
e despertando a devoção à Maria e o
amor a Jesus.
Os povos indígenas também merecem a nossa atenção. Desde 2002,
marcamos presença significativa entre os indígenas na tríplice fronteira
Brasil, Colômbia e Peru. A educação
escolar indígena tem um caráter peculiar e específico: deve valorizar sua
cultura, seus mitos, suas crenças, sua
tradição e sua língua – o que está garantido na Constituição Federal, no
artigo 210. Por isso, catequizar esse
povo passa a ser um desafio muito
grande, pois devemos respeitar as
suas peculiaridades.
Em nossa região, existem muitos povos indígenas com diferentes
línguas e costumes. Podemos citar
Ticunas, Matis, Matsés, Marubo, Kanamary, Kulina, entre outros. A partir
do contato com pessoas de fora, esses
povos passaram a sentir a necessidade
de ter acesso à educação para poder
se relacionar com a sociedade, estabelecer um mínimo de igualdade de
condições e não serem “enrolados” ou
“enganados” pelos “brancos”.
Atualmente, a nossa presença
se dá no Vale do Javari por meio do
acompanhamento pedagógico de
professores indígenas, com visitas às
38
comunidades-escolas. Acompanhamos de perto e in loco o trabalho educativo de cada professor, ajudando-os em suas dúvidas, necessidades
e sua metodologia a fim de garantir
uma educação diferenciada e de qualidade. Assim, surgiu a necessidade
da construção do Projeto Político Pedagógico (PPP) de cada povo.
A Secretaria Municipal criou uma
Coordenação Pedagógica, da qual
faço parte. O trabalho é desafiador.
Considero que o mais difícil é “respeitar” a diversidade sem ferir os seus
costumes. O tempo desses povos é
bem diferente do nosso. Tem outra lógica, outro tempo.
Há etnias que já elaboraram o seu
PPP com a assessoria de ONGs. Apesar de nem sempre se levar em conta a
qualidade, as diferenças e as especificidades de cada povo e sua cultura são
respeitadas – e muito.
Acreditamos que para esse trabalho
há sempre espaço para algum voluntário que se sinta chamado a colaborar conosco, tais como profissionais
da área da Pedagogia, linguistas para
estruturação da língua materna, elaboração de gramáticas, cartilhas, livros de literatura e dicionários.
Juntos, podemos continuar o sonho de Champagnat e partir para a
construção do bem-viver.
O voto de pobreza
perante o
do mundo atual
A vida religiosa tem seu sentido
profundo no seguimento de Cristo:
pobre, casto e obediente. Ele nasceu pobre, em um presépio. Morreu
na cruz, despojado de tudo. Recebeu sepultura em uma tumba emprestada por um amigo. Tendo essa
história como exemplo, os Irmãos
fazem o voto de pobreza, depois de
6 a 8 anos de formação, e se empenham em ter o coração desapegado
dos bens deste mundo e entregá-lo
unicamente a Deus e a serviço do
próximo.
Nosso espelho fundamental é
Cristo, em sua pobreza e em sua
confiança no Pai do Céu. Depois,
Nossa Senhora, Champagnat e os
primeiros Irmãos. A vivência de
cada um se traduz em diversas manifestações que vão nos fazendo
entender o que é ser "pobre", no
sentido evangélico do termo.
Não é um voto fácil de viver e,
muitas vezes, ele corre o risco de
ser tratado como um conjunto de
palavras que traduzem uma mentira. Por isso mesmo, nós, Irmãos
Maristas, estamos continuamente
nos examinando a respeito das exigências desse voto.
Todos esses e outros pensamentos vêm traduzidos para nós em
nossas Constituições. O número 29
das Constituições do Instituto reza:
“O conselho evangélico de pobreza
implica uma vida pobre de fato e
de espírito1. Renunciamos a dispor
de qualquer dinheiro ou outro bem
material de algum valor2, sem autorização. Para usar dinheiro, o Irmão
age sob a dependência de seu superior imediato. Presta-lhe contas
regularmente das quantias postas
a seu dispor. Tudo quanto o Irmão
adquirir por seu trabalho ou por ser
membro do Instituto, e o que receber a título de aposentadoria, subvenções, seguros, salários ou benefícios sociais, pertence ao Instituto”
(C. 668, c).
Nosso modo de vida, nosso
voto de pobreza
Uma das características da vida
religiosa é a comunidade, na qual
colocamos em comum tudo o que
temos. Tudo o que existe na comunidade – moradia, móveis, bibliotecas, conduções, dinheiro, pertence
à comunidade e está apenas a serviço dos Irmãos. Assim, podemos
cumprir nossa missão: a santificação pessoal, da comunidade, e levar
o bem ao povo de Deus – de modo
especial às crianças e aos jovens
menos favorecidos.
Pessoalmente, cada Irmão não é
dono de nada. Ao falecer, um Irmão
pode deixar uma grande herança
espiritual, mas nenhuma herança
material para distribuir entre seus
parentes.
Como se vive o voto de
pobreza?
Há muitas demonstrações da vivência do voto: vestir-se bem, mas
sem exibicionismo; alimentar-se
bem, mas sem excessos; ter uma
moradia simples da qual se cuida
como se fosse sua; ter o necessário para bem cumprir a missão; ter
um grande espírito de família; dar a
contribuição do próprio trabalho,
sem perder tempo. Os superiores
têm a obrigação de cuidar para que
nada falte aos Irmãos de sua comunidade, como alojamento, alimentação, cuidados com a saúde,
roupas, livros, meios didáticos, estudos, viagens, férias, e o que mais
signifique de gastos indispensáveis.
Nossa pobreza se reflete também
nas nossas obras. Nelas nada deve
faltar do que é necessário ao seu bom
funcionamento. Essa é uma lição que
aprendemos com Champagnat e os
primeiros Irmãos: “Melhor não construir do que construir mal”.
Naturalmente, quando nos encontramos com este nosso mundo
do consumismo, nosso voto de pobreza e, sobretudo, o “espírito de pobreza” sofre sérios desafios. Por isso
mesmo, somos chamados a prestar
atenção sobre como viver a pobreza
religiosa neste mundo. Todos os
bens de que dispomos têm um
modo de serem usados e têm uma
finalidade: levar os ensinamentos de
Deus para todo o mundo.
1
“Perfectae Caritatis”= “A caridade perfeita”
(Documento do Concílio Vaticano II), 13, 2
2
c. 600
© Foto: Divulgação
consumismo
Ir. Cláudio Girardi
Irmão Marista do
Grupo Marista
39
© Fotos: Letícia Akemi
solidariedade
Dois pesos,
duas medidas,
um mundo
É dever de todos aderir a práticas
mais conscientes de consumo,
independentemente da classe social.
Unidades Sociais Maristas também
contribuem no diálogo por um
mundo mais sustentável
Por Michele Bravos
40
As consequências negativas de
um consumo desenfreado não escolhem classe social. No entanto,
são as atitudes do coletivo – independente de sua condição social
– que têm interferido no planeta e
interferirão no futuro.
Para a construção de um modelo civilizacional diferente do atual,
em que as pessoas consumirão o
necessário e valorizarão mais as relações interpessoais, é necessário
que as transformações se iniciem
nos níveis básicos da educação –
tanto pública quanto particular. A
coordenadora pedagógica Gillys
Vieira da Silva, do Centro Social
Marista Ecológica, localizado em
Almirante Tamandaré (região metropolitana de Curitiba), afirma
que “se os alunos aprendem boas
práticas dentro da escola, eles levarão esses ensinamentos para a
vida lá fora”.
Práticas de consumo consciente
estão no escopo da educação Marista, sendo aplicadas tanto nos Colégios como nas Unidades Sociais,
espaços educativos que atendem
comunidades menos favorecidas
socioeconomicamente.
No Centro Social Marista Ecológica (PR), inúmeras ações são
desempenhadas junto aos alunos,
de modo a incentivá-los a práticas
conscientes de consumo. Entre
elas: assembleias, para discutir
temas relacionados à cidadania:
aulas de robótica, com reutilização de materiais eletrônicos e
conscientização alimentar para
uma alimentação saudável e evitar desperdícios.
A aluna Dayane Choinski Nascimento, 13 anos, do 8º ano do
Centro Social Marista Ecológica,
afirma que a educação que tem
recebido tem lhe ajudado a construir novos hábitos – mais sustentáveis. “O ensino aqui mudou
a minha vida, a minha forma de
pensar. Tenho mais consciência
sobre o mundo.” Ela ainda conta
que tem aderido a práticas que representam economias para o bolso dos pais. “Sou preocupada com
o desperdício de água e de dinheiro. Tento reaproveitar o material
escolar, pois é uma economia para
a minha família e, assim, também
ajudo a não gerar tanto lixo para o
mundo.”
No Centro-Oeste do país, os
esforços também caminham na
direção de um mundo mais consciente. É no Mato Grosso do Sul
que o Centro Social de Dourados
realiza o projeto Maristeca. “O
projeto é desenvolvido junto aos
educandos nas oficinas de educomunicação e educação ambiental
e visa a abordagem do consumo
consciente, trocas solidárias e criação de uma moeda social: a Maristeca”, explica Roselâine Godinho,
assistente social da Unidade.
A ideia tem como inspiração um
modelo bem-sucedido da região, a
moeda social Pira-Pirê, a qual tem
contribuído para o fortalecimento
da economia na comunidade.
BOAS IDEIAS
Conheça mais sobre as práticas
desenvolvidas no Centro Social
Marista Ecológica
Exercendo cidadania
São momentos que ocorrem periodicamente,
dentro da sala de aula e intermediados
por um professor, em que os alunos são
instruídos sobre algum tema relacionado à
cidadania. Nessa ocasião, eles também são
convidados a dialogar sobre os assuntos
apresentados e buscar soluções viáveis para
a realidade da comunidade. Consumismo já
foi tema de conversa. Agora, estão na fase
de sugerir o que fazer com os excessos.
Peças antigas, novas funções
É na aula de robótica que os alunos
colocam a criatividade para funcionar e
descobrem novas funções para chips,
monitores de computador, placas de
memórias e tantas outras peças. “Eu acho
bom aprender a reutilizar esses materiais.
Faço coisas que nem imaginava”, diz o
aluno Paulo Henrique Assis, 13 anos, do
8º ano do Centro Social Marista Ecológica.
O que nós queremos
Para evitar o desperdício de alimentos,
algumas práticas foram adotadas pelo
Centro Social. A primeira foi realizar um
diálogo sobre o cardápio disponível e as
possibilidades de alteração, tendo em
vista o custo e a questão nutricional.
Paralelo a isso, também foi feito um
trabalho de conscientização sobre o senso
de coletivo, “assim prevalece um olhar
do grupo e não para as necessidades
individuais, fortalecendo a construção
coletiva, explica Gillys.
Ovelhas bem alimentadas
Outra ação implantada foi a destinação
das sobras de frutas, verduras e legumes
para as ovelhas que fazem parte do
espaçotempo da Unidade. Os alimentos
deixaram de ser temperados na hora
do preparo, pois, assim, suas sobras
poderiam complementar a alimentação
dos animais. Os alunos participam
efetivamente, ajudando na pesagem
dos restos e alimentando as ovelhas.
Vale destacar que este ano houve uma
redução no orçamento para compra de
ração, sendo o recurso utilizado para o
desenvolvimento de outras ações.
41
© Foto: Divulgação - Turismo e Negócios
como fazer
Sobra
diversão
e não falta
dinheiro
Vai chegando o período de férias e a criançada só pensa em uma coisa: qual será a programação? Por eles, não passam nem um dia
em casa. A tarefa a ser empreendida pelos pais
é conciliar lazer com gastos conscientes e experiências de valor.
Para que o discurso do consumo sem exageros não vá embora no primeiro dia de férias, a
psicóloga Renata Kreutz, mãe de Maria Eduarda, 11 anos, aluna do Colégio Marista Rosário,
do Rio Grande do Sul (RS), conta que a conversa
com os filhos é muito clara. “Férias é momento
de curtir em família, de descobertas. Não significa poder gastar mais. Afinal, os compromissos
financeiros continuam os mesmos na volta.”
Explicar aos filhos o propósito do passeio ou
viagem previamente também é eficaz.
A psicopedagoga Adriana Torres, assessora
pedagógica da agência de viagens Meeting Way,
especializada em viagens focadas no enriquecimento cultural e nas experiências diferenciadas, explica que o segredo está muito mais na
frequência com que essas práticas são vivenciadas pela família do que propriamente em uma
organização pontual. “Uma simples saída para
42
São Paulo guarda passeios enriquecedores, dentre eles:
o Museu da Língua Portuguesa, o planetário do Parque
Ibirapuera, o Aquário de São Paulo e o local onde Dom
Pedro I deu o grito da independência.
Férias é sinônimo de
lazer e experiências
de valor. Deixe as
compras para outra
hora e aproveite o
tempo em família
Por Michele Bravos
um cinema tende a ser um sucesso, desde que
planejada de uma forma calma e amistosa com
foco no tema tratado e não na aquisição de brinquedos e pipoca.”
A advogada Eliane Massari, mãe de Victoria,
15 anos, e Igor, 11, ambos alunos do Colégio Marista Nossa Senhora da Glória, de São Paulo (SP),
exemplifica que se os pais focam a viagem para o
consumo, as crianças, naturalmente, já saem de
casa com a proposta clara de que “vamos viajar
para comprar e gastar”.
Além disso, ela reforça que a conduta dos pais
precisa ser condizente com o que pregam. “Tudo
depende do planejamento inicial da viagem. É
preciso mostrar que a viagem por si trará valor ao
conhecimento deles, pois cada local tem características valiosas que podem ficar esquecidas se a
finalidade for só comprar.”
Decisões conjuntas
O planejamento da viagem pode e deve ser
compartilhado com os filhos. Aos pais cabem as
escolhas de período, local e realização da viagem,
já os filhos podem decidir algumas opções do roteiro, como lugares para visitar ou almoçar. “Es-
sas decisões dentro do percurso são
essenciais para que os filhos se sintam
atuantes e participantes no contexto
familiar”, diz Adriana.
A psicopedagoga orienta que o
diálogo com os filhos deve ser bem
aberto, informando, inclusive quanto
poderão gastar por dia. “O hábito do
planejamento financeiro é uma dificuldade para muitos pais, mas compartilhá-lo com as crianças traz segurança, domínio e comprometimento
com a situação.”
Mesada para viagem
Se a mesada já faz parte da rotina
dos filhos, essa é uma prática que pode
ser mantida para a viagem. A quantia
dada ao filho não deve ser muito além
do que se dá normalmente e, em uma
viagem, esse valor deve estar de acordo com o planejamento da família.
Mas se a mesada não faz parte do
dia a dia dos filhos, as férias não são
um bom momento para iniciar essa
ação. Pensando no consumo consciente nesse período, uma possibilidade é incentivar os pequenos a economizar para a viagem, por exemplo:
“Em vez de comprar isto hoje, vamos
guardar este tanto para você usar na
viagem”, diz Adriana.
Essa regra vale para viagens nacionais e internacionais. “Em uma viagem para o exterior, procuramos mos-
trar aos nossos filhos o valor da nossa
moeda em relação à moeda de outros
países. Eles entendem muito bem e
fazem suas próprias conversões, porque também economizam as mesadas
para comprar lembrancinhas”, conta
Renata.
Compras que cabem na mala
Viajar e não trazer nenhum souvenir do lugar visitado é quase impossível. “Sempre compramos algo que represente e simbolize nossa passagem
pelo local. Algo que dure a vida toda,
servindo de ícone e símbolo: toda vez
que olharmos, vamos nos lembrar dos
momentos vividos”, diz Eliane. E não
há problema nisso. É importante que
mesmo na hora das lembrancinhas
os pais prefiram optar por presentes
que valorizem os momentos vividos.
O ponto chave é: atribuir significado à
determinada compra.
Eliane conta que, certa vez em
uma viagem, uma colega, que vivia
em um momento de economias
apertadas, tirava fotos de tudo, até de
objetos que não ia comprar. “Ela dizia: ‘Não comprei, mas estou levando
a recordação de outro jeito. E esse jeito que levo vai ficar para sempre, pois
vai ficar na minha lembrança’. Achei
show o que ela falou e fez sentido
para mim. São lembranças que não
se estragam com o tempo.”
Dicas
Idade certa para viajar
A partir de 3 anos
Nessa fase, as crianças já adquirem
um aproveitamento maior das aprendizagens. Começa a fazer sentido para
elas a construção entre o pessoal e o
meio, que deve ser valorizada.
São indicadas atividades de percepções permanentes e descobertas enriquecedoras, em contato com a natureza, por exemplo.
Vale ressaltar que a saída antes dos
3 anos também é funcional e possível, mas nem sempre adequada
pela logística das necessidades desta faixa etária.
A partir dos 5 anos
A criança já tem certa autonomia.
A proposta estende-se para locais
que valorizem o desdobramento da
ação individual em valorização das
percepções do meio. As opções já são
bem maiores, bem como o tempo e
as intenções de cada proposta.
Em Minas Gerais, as crianças podem
se encantar ao conhecer de perto as
histórias aprendidas na escola, passeando pelas cidades de Tiradentes,
Ouro Preto e Diamantina. O complexo Inhotim também pode fazer parte do roteiro, com mais de 500 obras
de artes (na foto, a obra Troca-Troca,
de Jarbas Borges), algumas expostas
a céu aberto, envoltas por um Jardim
Botânico de 97 hectares. Não vai faltar
espaço para a criançada se divertir!
Pais, sejam menos ansiosos! Muitas vezes os pais querem rodar horas no
shopping, ir ao cinema, fazer compras. Tudo no mesmo dia. Excesso de propostas
desfoca o aproveitamento e a criança não consegue dar o devido valor ao passeio.
l Programa cultural na rotina das crianças. Uma boa opção é idealizar um teatro
ou uma ida ao museu com uma conversação anterior sobre o tema da peça ou da
exposição escolhida, seguida de um lanche posterior, em que todos se dispõem a
verbalizar o que acharam e sentiram. É uma atitude que valoriza a saída, de forma
focada e não consumista.
Mesada para as férias. Incentive os filhos a direcionarem as economias da
mesada para as férias.
l
l Lembrancinhas que cabem no bolso. Opte por lembranças que realmente
tenham relação com a experiência vivida na viagem. Não precisam ser presentes
caros. Fotos são sempre boas opções!
© Fotos: Divulgação
l Viagem programada em conjunto. Exponha para os filhos o propósito e o
orçamento da viagem. Convide-os para tomar algumas decisões sobre as férias.
© Fotos: Divulgação
l
43
compartilhar
Moda
Para as meninas, a dica vai para a página do Facebook Cabide Novo. Lá, elas podem fazer
trocas de peças de roupas que não usam mais ou até mesmo vender. Vale a pena, pois o preço
é bem mais em conta. Na página, as pessoas combinam os valores, o que trocar, e depois
compartilham para mostrar que deu certo. O grupo funciona bem e é importante contra o
consumismo exagerado e o apego às coisas materiais.
Isadora Iladi de Liz, 10 anos, 6º ano do Ensino Fundamental do Colégio Marista Criciúma (SC)
Você já ouviu falar de consumo consciente? Nos tempos atuais, a
humanidade sente na pele as consequências de centenas de anos de
consumo desenfreado e irresponsável. Assim, é necessário pensar em uma
nova forma de consumo, que não ignore o impacto ambiental e que tenha
como objetivo o bem-estar social. Esses e outros aspectos são abordados
no livro Inteligência Ecológica, de Daniel Goleman, lançado em 2009.
Michel Goulart, professor de História e Filosofia no Colégio Marista Criciúma (SC)
44
© Fotos: Divulgação
LIVRO
Leitura
Você sabia que o consumo exagerado acarreta em uma
demanda muito grande de energia, minérios e água? Por
isso, necessitamos de um modelo de desenvolvimento
econômico, que não comprometa o meio ambiente e a
sociedade. É como relata o pesquisador austríaco Gerard
Gilnreiner, da Universidade de Cracóvia, em seu texto
Estratégias de minimização de lixo e reciclagem e suas
chances de sucesso, publicado em 1992. A leitura vale a
pena para despertar a reflexão.
Beatriz Santana, professora de Geografia no Colégio Marista
de Goiânia (GO)
internet
Livro
O livro que indico é intitulado Vida para consumo – A
transformação das pessoas em mercadoria (2008), de Zygmunt
Bauman. Neste livro, o sociólogo polonês analisa como a sociedade
moderna de produtores foi gradualmente se transformando em
uma sociedade de consumidores. Na nova organização social,
os indivíduos se tornam, ao mesmo tempo, promotores de
mercadorias e também as próprias mercadorias que promovem.
Bauman examina o impacto das atitudes e dos padrões
consumistas em diversos aspectos aparentemente desconexos da
vida social, política e democrática, como estratificação e divisão
social, comunidades e parcerias, construção de identidade,
produção e uso de conhecimento, adoção e propagação de valores.
Uma boa dica para não exagerar no consumo
de jogos eletrônicos, mas se divertir com
algo novo, é a troca de games. No Facebook,
há um grupo criado pela loja Oops Store
para promover a troca de jogos que não são
mais usados. A ideia funciona. Lá, o pessoal
pode postar o que não quer mais. Quem se
interessar, precisa ter algo em troca para
dar. Então, é só combinar o escambo. Além
disso, há também o Dia da Troca, que
acontece na própria loja. Fica a dica para um
reaproveitamento mais divertido.
Acesse: www.facebook.com/oopsstorecco
João Victor Santin Carraro, 15 anos, 1ª série do
Ensino Médio do Colégio Marista São Francisco (SC)
Liane Pascoali Danieli, Diretora Educacional no Colégio Marista
São Francisco (SC)
45
diversão
Nada além da imaginação
Depois de reservar uma brecha diária para curtir os filhos em casa, é hora de aprender a brincar apenas com
um elemento essencial: a família! Tão importante quanto compreender o que é ter responsabilidade de consumo é saber driblar os diversos brinquedos nada sustentáveis, coloridos, que piscam o todo tempo e deixam a
garotada extasiada.
Para isso, apresentamos (ou melhor, relembramos)
brincadeiras muito divertidas que unem oportunidades
Por Elizangela Jubanski
importantes: a percepção de que, na verdade, para brincar, a criança só precisa de imaginação. Para o filósofo
francês Gilles Brougére, especialista em Educação Infantil, “a criança não brinca em uma ilha deserta, ela brinca com as substâncias materiais e imateriais que lhe são
propostas. Ela brinca com o que tem na mão e com o que
tem na cabeça”.
Diante disso, prepare-se para uma imersão nas brincadeiras que nunca se desgastam.
Pedra, papel ou tesoura
Pedra: mão fechada.
Papel: mãe aberta.
Tesoura: dedo indicador e médio.
Os participantes escondem
as mãos atrás das costas e
escolhem um deles. Ao dizer
"pedra, papel ou tesoura", todos
mostram a mão. Pedra ganha da
tesoura; tesoura ganha do papel
e papel ganha de pedra.
Todos formam um círculo. Na
brincadeira, um escolhido para
começar o "telefone sem fio"
diz uma frase com pelo menos
cinco palavras no ouvido de
quem estiver sentado à sua
direita. Esse que ouviu a frase
deve repassar àquele ao lado,
que deve dizer ao próximo e
assim sucessivamente. O último
conta, em voz alta, a frase que
ouviu e todos comparam se ela
chegou em sua forma original
ao participante. Sai cada coisa,
acredite!
46
© Fotos: Letícia Akemi
Telefone sem fio
Sombras chinesas
Essa brincadeira é imaginação pura.
Consiste em compor figuras com
as mãos diante de uma lâmpada,
projetando a sombra na parede de
forma que sejamos capazes de imitar
os movimentos do animal ou do que
quisermos.
Pique-esconde
Uma pessoa é escolhida para vendar os
olhos ou fechá-los para que não veja
o restante das pessoas se esconder.
Ela conta até o número 31 e depois sai
pela casa ou quintal à procura dos que
estão camuflados pelos esconderijos do
local. Na medida em que encontra os
participantes, aquele que está à procura
de todos corre para o ponto inicial para
"bater" a descoberta do participante.
Não esqueça que o último participante
que consegue se manter escondido pode
apelar para o clássico: "31 salva todos".
Adoleta
Nessa brincadeira, a criatividade é a
cantoria, já que nada, além das mãos,
será preciso. Os participantes recitam
ou cantam versos e seguem o que está
proposto na letra: mãos para cima,
mãos ao lado, tocam o amigo, imitam
bichos, viram de costas e tudo mais o
que o verso mandar. Para brincar, é
preciso ao menos dois participantes,
mas é possível bater palmas em grupo
ou em rodas.
47
O desperdício e a
sustentabilidade
Por Ademar Batista Pereira, presidente da
Federação dos Estabelecimentos Particulares
de Ensino da Região Sul (Fepesul)
É preciso
políticas
concretas
que levem a
sociedade a
repensar sobre
o desperdício.
48
O mundo em que vivemos está focado
na produção e no comércio de produtos
cada vez mais descartáveis e mais baratos, fabricados em maior escala – visando baixar o custo unitário. Com isso,
acontece um consumo desenfreado de
coisas supérfluas, como flores, perfumes,
presentes e brinquedos – em sua maioria, pequenas coisas bem embaladas em
frascos ou caixas bonitas e coloridas. Na
hora da compra, o comércio também dá
a "pitada" no pacote de presente com outra embalagem, que, para finalizar, coloca
em outra bela sacola. Ou seja, compramos
uma coisa supérflua para presentear, gastamos três ou quatros embalagens para
embelezar ainda mais o presente ou apenas para mostrar que aquilo foi comprado
na loja tal.
Essas embalagens serão jogadas no
lixo, em sua grande maioria. Algumas pessoas podem até amenizar e separar como
resíduos sólidos para reciclagem na ideia
de proteger o meio ambiente. No entanto, essa consciência também deveria ser
ativada antes, já que para produzir essas
embalagens são necessários muitos recursos naturais e químicos. Além de gerar
uma grande quantidade de poluição no
seu processo de fabricação, quando separamos para reciclagem são necessários
novos recursos para reciclar, como combustível, água, energia e mais poluição no
processo de reciclagem. Em Curitiba (PR),
o projeto Lixo Que Não É Lixo, que existe
há mais de 20 anos com cooperativas de
reciclados, separa apenas 20% dos resíduos sólidos. No Brasil, menos de 10% são
reaproveitados. Mesmo que separássemos
tudo e reciclássemos estaríamos fazendo
pouco para a sustentabilidade.
Precisamos urgentemente rever nossos
hábitos, evitar comprar tantos supérfluos
e, ao comprar, procurar adquirir coisas
mais úteis e, principalmente, não utilizar
tantas embalagens. É preciso políticas
concretas que levem a sociedade a repensar sobre o desperdício. No Brasil, temos
uma noção de que devemos taxar ou penalizar a indústria ou quem produz o resíduo, mas enquanto o consumidor não for
levado a essa consciência do consumo
exacerbado e de compras que destroem o
mundo, penas também deveriam ser estudadas. Não teremos sustentabilidade e,
sem uma vida mais sustentável os problemas que enfrentaremos serão imprevisíveis. Vale a reflexão.
© Foto: Arquivo pessoal
olhar
A história do seu filho
merece cuidado.
Alunos do Colégio Marista Pio XII.
Atual desde sempre. Marista.
Desde o início nos dedicamos a uma formação de valores.
Ser ético, por exemplo, é algo fundamental ontem, hoje,
amanhã e sempre.
Nada mais atual do que ser tradicional.
Assim pretendemos dar continuidade à formação integral
do seu filho. Afinal, os valores que passamos aqui possuem
propósitos. O que ele aprende no Marista interfere em sua
vida e na sociedade.
Programe-se para o período de rematrículas
dos Colégios Maristas.
curiosidade
Comprar
alivia o estresse?
Mito ou verdade? Será que as pessoas fazem compras
como uma forma de aliviar o estresse? Por que ele
pode ser um incentivador do consumismo? Diante das
várias cobranças que recebemos de todos os lados, por
vezes criamos mecanismos para aliviar a tensão, como
comprar. O problema é que esse alívio imediato pode se
tornar mais um motivo estressante.
Sim, comprar alivia mesmo o estresse!
Segundo a professora da PUCPR Fernanda Renata Mendonça, também consultora
em psicologia organizacional e do trabalho, indo ao shopping ou ao mercado, a
pessoa sai do ambiente e da situação que
a estressa e distrai a mente com estímulos atrativos.
É nessa frustração que o consumidor compulsivo não se
satisfaz com a compra de um
objeto (bem ou serviço). Para
a consultora, “ele tem um alívio pequeno na tensão, mas
esta logo se eleva novamente,
pois o estímulo não é percebido como suficiente. Assim,
a pessoa volta a comprar um
produto mais inovador ou
outro produto, pois emerge
uma nova necessidade.”
Outra questão que pode se apresentar é o sentimento de culpa que surge após adquirir algo.
Isso ocorre porque a pessoa, ao realizar a comprar, sai da situação estressante e passa a analisar
os fatos mais racionalmente, identificando que,
por vezes, não havia necessidade de adquirir
determinando produto/serviço. Além disso, há,
ainda, a possibilidade de a pessoa se transformar
em um consumidor compulsivo, comprando
por impulso e deixando a razão de lado.
Comprar é bom. Quem não gosta de adquirir novidades que atire a primeira pedra!
Mas consumir em excesso tem seus aspectos negativos. Quando as compras começam a exceder o orçamento financeiro pessoal, é hora de se monitorar, pois um novo
estresse pode ser desenvolvido diante de
resultados negativos no saldo bancário.
50
O consumismo acaba se tornando uma “válvula de escape” para aliviar o estresse. O
que se passa é que, ao consumir, tira-se o foco do problema e da tensão. A energia
psíquica é deslocada para
objetos de consumo, visando
a uma satisfação imediata.
Por Julio Glodzienski
Mas, afinal, o que é estresse?
Do inglês stress, o termo significa pressão, influência ou
tensão. No dicionário, encontra-se a seguinte definição:
“conjunto de reações do organismo a agressões de ordem
física, psíquica e outras capazes de perturbar-lhe a homeostase (equilíbrio)”. Suas manifestações variam positiva
ou negativamente de pessoa
para pessoa.
Mas cuidado! Algumas vezes sua
tensão pode não ser
totalmente suprida
após algumas compras, como afirma a
professora Fernanda. Se o desejo continua não satisfeito,
o indivíduo volta
a consumir ou se
frustra.
Busque outras formas de aliviar as tensões causadas pelo dia
a dia. Praticar esportes, fazer massagens, ler, manter uma vida
organizada e dormir bem são formas que podem melhorar a
qualidade de vida. Dessa forma, você não estará sendo um consumista desenfreado, e, sim, consciente de suas necessidades.
O planeta agradece!
Encontre
a MPB
na internet.
Acesse o novo site:
www.lumenfm.com.br
INTEGRANDO
INOVAÇÃO E VALORES.
Em breve, você vai
conhecer as novidades
da FTD para todos os
níveis de ensino e se
encantar com os livros
educacionais digitais,
que integram conteúdos
multimídia para
enriquecer suas aulas.
0800 772 2300
www.ftd.com.br
Download

O exemplo vem de casa - Marista Online