NOME: Patrícia Monteiro Lima Email: [email protected] MATRICULA: 23498723424 Auto-avaliacao: 9,74 Tempo gasto na redacao: 123 minutos TÓPICO: GÊNERO E SEXUALIDADE Filme: Terra Fria, 2005, de Niki Caro Gênero uma simples palavra que define as diferenças psicológicas, sociais e culturais entre homens e mulheres, difere, portanto de sexo que tem haver com as diferenças anatômicas e fisiológicas. Mesmo que pareça fácil de entender é algo que gera polêmica, possui teorias (como a Freudiana), estudos, tipos diferentes de feminismo (como liberal, radical e “negro”) dentre outras discussões. Mas porque tanta polêmica em torno do fato: ser homem ou mulher? Terra Fria um nome um tanto propício para um filme que conta a luta de uma mulher contra a exploração masculina, não digo na mina (local onde trabalhava), mas na sociedade a qual pertencia. Ao assisti-lo não posso negar o sentimento de revolta que experimentei, uma raiva descomunal, mas o mais engraçado foi os meus pensamentos: “puxa vida isso não existe”, “até parece que os homens são desse jeito”, “será que vivo em uma bolha?”, “para que ela foi trabalhar ali será que não existe outros meios de sobrevivência?”, então me lembrei da frase inicial do filme que dizia baseado em uma história real. È fácil analisar de fora, a partir de seu mundo confortável; apontar, julgar e criticar. Para as pessoas daquela sociedade era fácil julgar a protagonista (Josey) colocá-la como a culpada dos seus problemas. Era mais confortável para o pai de Josey ser indiferente diante de alguém que lhe causa vergonha, para mãe era mais simples dizer siga a sociedade e não sofrerá, para quem estava no mesmo barco (colegas de trabalho) o medo da mudança era maior do que o sofrimento do dia a dia e quanto ao resto das pessoas não resta duvidas é mais fácil apontar as falhas do que compreender o que há por trás das mesmas. Acredito nas diferenças entre homens e mulheres, não importa o que as teorias dizem sobre como surgiu essas diferenças, seja na caverna onde homens iam caçar e mulheres ficavam em casa cuidando da prole, ou qualquer outra hipótese. A questão é fisicamente somos diferentes, não se pode negar que no geral as mulheres perdem numa luta corporal contra um homem, mas o ponto aqui não é esse e sim como construímos o papel desses na sociedade. Não quero fazer uma audiência na defesa das mulheres contra homens opressores, desejo apenas pensar no que nos tornamos. Somos ainda seres humanos? Ou meras marionetes da sociedade? Será que estamos tão isentos do que acontece no mundo? Ficamos extremamente enfurecidos quando a mídia mostra casos em que homens estupram o sexo oposto, mas continuamos a nutrir na cabeça de nossas crianças que os homens devem ser os garanhões, afirmamos que esses possuem mais necessidades sexuais, usamos as mulheres como símbolo para atrair homens a determinado produto (exemplo propagandas de cerveja). Aceitamos os padrões de beleza que nos são impostos, e então criticamos quem está fora dele, será que realmente devemos ser enformados? Será que aceitar as diferenças é mais difícil do que moldar todas as pessoas, com suas singularidades, em uma única forma? Muitas vezes acreditamos que não fazemos parte de toda essa teia, não somos influenciados ou não influenciamos e que realmente vivemos numa bolha. Não nos damos conta de que nossas decisões são baseadas naquilo que foi incutido em nossa mente quando criança e ainda continua sendo. É cômodo negar que nunca se olhou no espelho, e mesmo saudável, quisesse mudar algumas coisas. Que nunca criticou, mesmo que na mente, uma prostituta sem saber de sua história. Que nunca disse para um garotinho que homens não choram, ou ameaçou uma menina dizendo “se você continuar a chorar a barata (bicho) vai te pegar”. Ou simplesmente deixou de fazer algo por vergonha do que os outros iriam pensar. E por fim, você diz que nunca deu um conselho a alguém. Para finalizar quero citar a frase de Edmund Burke que diz “Basta que os homens bons não faça nada para que o mal triunfe.” Cabe ao leitor interpretá-la como quiser, entretanto não posso deixar de comentar que mesmo que existam polêmicas entorno de sexo e gênero seja por causa da nossa história como sociedade (dominação masculina) ou por ser uma diferença expressa, dentre outras conjetura; somos ainda seres humanos e independente do sexo ou gênero deveríamos tratar nossos semelhantes dignamente.