P A R A P E N T E V E N T O S F A V O R Á V E I S Ê Destina-se a todos níveis de piloto Procedimentos e manobras em voo Saber utilizar os manobradores é um ponto fundamental para se obter uma boa pilotagem em segurança. É a partir da cadeira com as mãos nos manobradores que o piloto controla a asa. Desta forma o piloto define o rumo e as manobras a executar. Há que ter em conta o vento real, as condições atmosféricas, influenciam a pilotagem sobre a trajectória. O piloto pode optar por fazer mais depressa ou mais devagar os voos rectilíneos e as viragens. Ao puxar simetricamente os manobradores, baixa o bordo de fuga e consequentemente aumenta a resistência e a sustentação, a asa desacelera, a sustentação passa por um máximo correspondendo à taxa de afundamento mínima, de seguida decresce enquanto a resistência continua a aumentar. Se travarmos ainda mais e permanecermos muito tempo nesta posição a asa entrará em perda. A velocidade máxima da asa é obtida com os manobradores em cima “0%”. Quando se diz que travamos 100%, equivale descer os manobradores cerca de 60 cm. Este valor pode variar de asa para asa. Como utilizar os manobradores 1 2 3 4 1. 0% velocidade máxima (mãos em cima). 2. 20% máxima finesse – 12 cm de manobrador. 3. 40% taxa de queda mínima – 24 cm de manobrador. 4. 100% velocidade mínima – 60 cm de manobrador “mais lento”. cuidado com a perda . Voltar em parapente Quando um manobrador é accionado, por exemplo do lado direito, sucedem dois fenómenos: • Um fenómeno aerodinâmico : o bordo de fuga é abaixado, cava o perfil e faz com que a asa trave à direita. Inicia-se um movimento de rotação em redor do eixo vertical. Este movimento por si é insuficiente para assegurar a volta, já que a asa “derrapa” alterando pouco a sua trajectória. • Um fenómeno mecânico : ao ser exercido uma força no manobrador com o braço direito, o piloto gera um desequilíbrio com o peso do corpo para o lado direito. A asa inclina-se para a direita. Este movimento sozinho, também não é suficiente para assegurar a volta. A combinação destes dois fenómenos, permitem ao piloto voltar para um dos lados de uma forma eficaz. Para iniciar uma volta, o piloto acciona o manobrador do lado desejado e inclina o corpo para esse lado. Quanto maior for a inclinação com o corpo, menor será o raio de volta. Para sair de uma volta, alivia o respectivo manobrador e deixa-se de inclinar para esse mesmo lado. ⇒ Voltas à máxima velocidade : Um só manobrador é puxado, devido à sua grande velocidade a asa inicia uma volta relativamente larga com uma força centrifuga significativa. Como resultado a perda de altura é relativamente elevada. Como já foi referido, quanto mais o manobrador for puxado e o piloto se inclinar para o lado da volta, mais pequeno será o raio de volta e maior será a perda de altura. ⇒ Voltas levemente travadas : Ao voar com os manobradores aproximadamente a 30%, o manobrador interior (lado da volta) é puxado ainda mais para baixo, enquanto que o manobrador exterior mantém a sua posição nos 30%. A volta é mais plana e de menor raio que a volta à máxima velocidade. Como a força centrifuga é inferior (menor velocidade), a asa não se inclinará tanto e será mais eficiente, o que significa menor perda de altura. Esta técnica é aconselhada em voo de ascendência dinâmico e térmico. ⇒ Voltas hiper-travadas : Com ambos os manobradores a 60% ou mais, a velocidade da asa é lenta, a volta é apertada e muito lenta; esta manobra representa bastante perigo, existe a possibilidade da asa entrar em perda. È uma das situações mais perigosa do parapente que deve ser literalmente evitada, (não voar com os manobradores abaixo dos 60%). ⇒ Voltas 90º e 180º : A técnica a utilizar é baseada das técnicas já referidas, para voltas de menor raio freiamos por exemplo 40% do lado interior, do lado exterior manter nos 20% e inclinamos o corpo cerca de 30%. Se pretendermos fazer uma volta mais suave e consequentemente de raio mais aberto aplicamos a mesma percentagem nos manobradores, inclinamos o corpo apenas 10%. Com os mesmos valores aplicados nos manobradores, o raio de volta (mais aberto ou fechado) é proporcional à inclinação dada pelo piloto. ⇒ Espira l: O piloto ao executar uma série de 360º com o manobrador superior a 50%, a asa entra bastante inclinada numa descida em espiral e com grande perda de altura. Quanto mais tempo o piloto mantém o manobrador interior puxado, mais rápidas serão as voltas. Podem-se atingir taxas de afundamento bastante elevadas. As voltas de 360º, nunca devem ser efectuadas perto do relevo. Imagine quando se dirige para a descolagem, o vento sopra lateralmente, obrigando-o a efectuar uma curva de forma muito especial que designamos por deriva. A preocupação fundamental é virar o bordo de ataque um pouco para o vento. O ângulo da deriva é mais acentuado, quanto mais forte for o vento ou quanto menor for a nossa velocidade. Durante esta trajectória o piloto vai efectuando sucessivas correcções até atingir o campo de aterragem, quanto mais vento lateral, maior será a curva da trajectória e consequentemente teremos que voar quase na totalidade contra o vento. Se o piloto não virar o bordo de ataque para o lado do vento, será arrastado e nunca chegará ao campo de aterragem. Vento 30 km/h