TÍTULO: UTILIZAÇÃO DA ÁGUA DO LENÇOL FREÁTICO NO PREPARO DE ARGAMASSAS NA
CIDADE DE SANTOS - S.P.
CATEGORIA: EM ANDAMENTO
ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA
SUBÁREA: ENGENHARIAS
INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA
AUTOR(ES): WELLINGTON DE SOUSA FERREIRA, VALTER HIROSHI ALMEIDA SAKAMOTO
ORIENTADOR(ES): ADÉRITO JUNIOR DELGADO
1. RESUMO
O presente trabalho busca estudar a viabilidade de utilização da água do
lençol freático da cidade de Santos no preparo de argamassas. Para o presente
estudo foram coletadas amostras em pontos determinados da cidade e submetidas à
análise química com a finalidade de quantificar a presença de cloretos totais. Na
sequência foram preparados corpos de prova com as amostras coletadas nas quais
foram submetidas a testes de resistência à compressão. Ainda serão realizados
ensaios para determinação do tempo inicial de pega e ensaios para verificar se os
cloretos presentes serão capazes de migrar da argamassa.
2. INTRODUÇÃO
A escassez e esgotamento dos recursos hídricos tem sido uma das principais
preocupações governamentais, visando fornecer uma parcela de contribuição para a
preservação destes recursos, o presente trabalho abordará o aproveitamento da
água do lençol freático da cidade de Santos – S.P. no preparo de argamassas para
a construção civil. O crescimento imobiliário da última década gerou diversos polos
de trabalho, atualmente a indústria da construção civil atua de maneira intensa em
cidades costeiras e segundo Souza et al. (2010) a crescente urbanização da região
requer o rebaixamento do lençol freático para a realização das escavações e
execuções das fundações previstas para as construções, todavia esse volume de
água retirado do lençol freático raramente apresenta uma destinação adequada,
sendo assim, este trabalho busca analisar uma forma de utilizar da água do lençol
freático no processo construtivo e tecnológico da construção civil no preparo de
argamassas.
3. OBJETIVO
O trabalho busca pesquisar a viabilidade técnica da utilização da água do
lençol freático, na cidade de Santos - S.P. para o preparo de argamassa na
construção civil, correlacionando os níveis de cloretos encontrados nos pontos de
coleta das amostras com a resistência à ruptura, assim como a possível migração de
íons cloretos para fora da argamassa, ocasionando possíveis ataques nas estruturas
em contato com a argamassa.
4. METODOLOGIA
As amostras foram coletadas do lençol freático, nos seguintes pontos: Rua
Comendador Alfaia Rodrigues, a aproximadamente 1,2Km de distância da praia e
aproximadamente 800m do estuário, Rua da Constituição, aproximadamente 3,5Km
da praia e aproximadamente 1Km do estuário, Avenida Dr. Bernardino de Campos
aproximadamente 500m da praia, diretamente na praia na Avenida Bartolomeu de
Gusmão, 187 e a fornecida pela concessionária da região diretamente da torneira.
Os cloretos livres foram determinados da titulação de Mohr, apresentada por Vogel
(2002). Os ensaios seguiram a NBR 7215/1996, os corpos de prova forma rompidos
com as idades de 3 e 7 dias sendo a idade de 28 dias não atingida até a presente
data do resumo, atualmente encontra – se em andamento o teste para quantificar a
quantidade de cloreto capaz de migrar da argamassa.
5. DESENVOLVIMENTO
A argamassa tem ganhado cada vez mais importância dentro dos aspectos
construtivos, sua versatilidade e capacidade de ajuste da sua trabalhabilidade
tornam esse material coadjuvante dentro do meio construtivo. Hanai (1992) descreve
a qualidade da argamassa sendo tão importante para a durabilidade das
construções como a epiderme é para a proteção do corpo humano, tendo essa a
mesma importância para a armadura, desta forma os agregados e a água de mistura
tomam aspectos extremamente importantes para sua produção com máxima
qualidade e eficiência, dando ênfase neste aspecto Pereira; Cincoto (2001) relatam
que para a água poderá ser salobra contendo um alto teor de cloreto, podendo ser
satisfatória se atender a recomendação de 500ppm para cloretos e 1000ppm para
sulfatos para sua utilização, sendo assim o presente estudo busca analisar o
desempenho da resistência e a difusão dos íons cloretos através da argamassa e
um determinar um limite seguro para uma possível utilização da água do
rebaixamento do lençol freático dos pontos analisados na cidade de Santos – S.P.
6. RESULTADOS PRELIMINARES
Até a presente data foram obtidos os valores de cloretos, em miligrama por
litro de NaCl (cloreto de sódio), através da titulação de Mohr, assim como os
resultados de resistência à compressão de amostras com idades de 3 e 7 dias. Foi
observado que a distância do ponto de coleta em relação à praia influencia
diretamente na concentração de cloretos presentes na água, sendo que na amostra
mais distante da praia a quantidade de cloretos foi inferior à quantidade presente na
água da concessionária. Também foi observado que a resistência das amostras com
3 dias não apresentou grandes variações de resultados em sua resistência, exceto a
amostra com água da praia na qual estava presente a maior concentração de
cloretos, apresentando uma resistência elevada em comparação com as demais
amostras. Já as amostras com 7 dias, moldadas com água dos pontos de coleta,
apresentaram uma resistência elevada em comparação com a amostra moldada
com a água da concessionária.
7. FONTES CONSULTADAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7215: Cimento
Portland: Determinação da resistência à compressão. Rio de Janeiro, 1996.
HANAI, J. B. Construções de Argamassa Armada: fundamentos tecnológicos para
projeto e execução. São Paulo: Pini, 1992.
PEREIRA, L. F. L.; CIANCOTO, M. A. Determinação de Cloretos em Concretos
de Cimento Portland: Influência do tipo de cimento. São Paulo: USP, 2000. Boletim
Técnico da Universidade de São Paulo.
SOUZA, J. C. S. et al. Alternativa de reutilização das águas descartadas proveniente
do rebaixamento do lençol freático na construção civil. XVI CONGRESSO
BRASILEIRO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS E XVII ENCONTRO NACIONAL DE
PERFURADORES DE POÇOS, 2010, Revista Águas Subterrâneas, v.29 nº 1,
2015.
VOGEL, A. I. Análise química quantitativa. 6ª ed. Rio de janeiro: LTC, 2002.
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