the jills
música
Humor e H(ar)d rock
The Jills, que segundo os próprios
músicos não quer dizer
absolutamente nada e não tem
tradução possível para português,
é uma banda oriunda de Gaia que
faz bom rock´n´roll, com muito
humor à mistura. O seu segundo
EP, “Madonna is Our Mother”
(2007), conta com quatro temas
e um título sugestivo, bem ao
estilo da banda. Os sons, esses
ficam para desvendar num dos
seus muitos concertos, algures
pela cidade do Porto.
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Texto: Marta Almeida Carvalho
Fotos: The Jills
O humor está sempre presente no que fazem e, a
partir deste momento, fica à consideração do leitor
fazer a distinção entre o que é brincadeira e o que
realmente é sério ou segundo os próprios, numa
clara alusão aos leitores ingleses/ucranianos, “sintam-se livres de traduzir o texto para a vossa língua
materna. Sinceramente não queremos saber”. Mes-
mo que lhe soe a non-sense não desista e saiba
tudo sobre a banda que está a dar cartas no panorama musical.
“The Jills é constituída por ex-membros do Rancho
Folclórico de Santa Marinha, Gaia, de onde foram
expulsos por terem tentado introduzir sintetizadores e
cavaquinhos eléctricos na secção instrumental. Defi-
nem-se como uma banda de Death Lollypop Punk
Rock’n’Roll. Foram a primeira banda punk unplugged
portuguesa a alcançar o estrelato e são actualmente
uma das mais ilustres representantes deste movimento, ao lado de artistas como André Sardet, João
Pedro Pais e Mafalda Veiga”. Pois é! É assim que se
apresentam ao público e à imprensa. TóZé, Filipe,
Pedro e Rui, ou melhor Mr. Bike, voz e guitarra, Philstar, guitarra ou cavaquinho eléctrico, Les Casino,
baixo e ukelele e Leroy Jones, bateria e “caixa de
esmolas”, são os elementos da banda que aposta na
boa disposição como ingrediente a juntar ao excelente som que resulta dos seus acordes. O ano de
2004 marcou o arranque da sua actividade mas o
projecto já há muito que existia. The Jills resultou de
uma sintonia entre os elementos sobre a criação de
uma banda com tendências musicais de puro rock –
punk, blues. “A nossa música assenta numa essência puramente «rockeira», seguindo uma linha do tipo
Jimi Hendrix e Led Zeppelin”, referem, parodiando os
clichés gerados à volta do rock. “Brincamos com os
clichés produzidos, daí a definição de banda de Death
Lollypop Punk Rock’n’Roll, um disparate completo”,
asseguram. Explosivos em palco, aliam a força do
rock à diversão e ao humor, imagem de marca que o
nome da formação já carrega, sendo o “puro entretenimento” uma postura conscientemente assumida.
São autodidactas, adjectivo que consideram pretensioso, e dizem ter crescido musicalmente pelo próprio punho, uma vez que tocam juntos desde a adolescência. “Apesar de outros projectos musicais, desde
muito jovens que a nossa ideia era a de formar uma
banda com estas características, uma vez que nos
conhecemos há muito tempo”, contam. “Ao final de
dez ou quinze anos é natural que já saibamos tocar um
bocadinho”, referem com humor.
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Sons para «rockar»
Actualmente é uma banda que provoca um grande
furor, dentro do género musical, no Grande Porto. Assumem-se como um pouco bairristas e adoram a cidade. “Mas não tanto como o Pedro Abrunhosa”, asseguram. “One take only” (2005) e “Madonna is our
mother” (2007) são os EP`s já editados e mais uma
paródia. “Madonna não tem nada a ver com o rock que
tocamos. Ao dizermos que a senhora é nossa mãe criase um ambiente familiar entre nós”, explicam. As suas
influências musicais são abrangentes e englobam
nomes como “Turbonegro, ABBA, Debussy, Coros Evangélicos, Sistema Nacional de Saúde, Michel Platini, Zé
do Telhado, Ramones, Western Spaghettis, Spandau
Ballet, Gay motards, fado vadio, Heróis do Mar (rip),
as primas, francesinhas não-vegetarianas e caracóis”.
O processo criativo passa por todos os elementos.
Enquanto que Mr. Bike e Philstar podem lançar os
primeiros acordes numa guitarrada, as músicas resultam da participação global. As letras, essas não encerram preocupações nem ideais políticos ou sociais,
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optando, uma vez mais, pela paródia. “Há apenas o
cuidado de situar a letra no ambiente rockeiro”, asseguram. Les Casino, o «argumentista» da banda, que no
dia desta entrevista se encontrava de greve em solidariedade com os congéneres norte-americanos, explicou a complexidade do processo literário. “As letras
são feitas na hora, é tipo letra a metro”. Apesar da
opção pelo humor e de tudo parecer muito simplista,
esta é uma postura estratégica assumida pela banda.
“Quase todas entram em cena com grandes pretensões ao estrelato, optando por letras muito elaboradas
e grandes mensagens a transmitir. A nossa ideia é a
oposta. O rock é muito simples - uma série de acordes,
letras simples, puro entretenimento”. Apesar de ecléticos, com letras em francês e inglês, esta última língua foi a escolhida para contrariar Sam the Kid. Mas
os fãs que não stressem pois prometem equacionar a
probabilidade de cantar na língua materna, tornando-se
numa espécie de “prostitutas musicais”. “Podemos dizer
ou é um termo muito forte?” Em resposta, para ouvir,
curtir e «chorar» a rir, passe por www.myspace.com/
thejills999 ou thejills.blogspot.com Q
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The Jills - Viva Porto