Ecologia comportamental de abelhas sem ferrão: preferência de forma e simetria floral Júlia Lopes Henke Iniciação Científica/ CNPq Orientador Gabriel A. R. Melo/ Co-orientador Laércio P. Amaral Neto Introdução/ Objetivos Estudos de comportamento dos visitantes florais são de grande importância para a compreensão dos sistemas de polinização. Entre as características florais para atrair os polinizadores estão a forma e a simetria. Buscando aumentar o conhecimento nesta área foi investigada a preferência por simetria floral de operárias forrageiras da espécie Melipona mondury em flores artificiais. Métodos As abelhas foram treinadas a visitarem flores artificiais contendo solução de glicose 50%. Estas eram duas radiais e duas bilaterais, apresentadas na vertical (experimento 1) e horizontal (experimento 2). Foram utilizadas vinte e quatro abelhas em cada experimento, cada abelha realizando dezesseis escolhas. Foi registrado o número de aproximações das abelhas em cada flor. Para determinar se houve diferença na preferência foi utilizado um teste-t. Resultados/ Discussão As abelhas apresentaram uma preferência significativa por flores bilaterais na horizontal e por flores radiais na vertical (fig. 1). Essa diferença pode ser explicada pela necessidade por uma área de pouso na vertical, a qual é maior nas flores radiais. Na horizontal, a forma da flor bilateral possivelmente auxilia as abelhas a localizarem o centro da flor, que contém a solução atrativa, otimizando seu forrageio. Fig 1. Médias de escolhas por flores bilaterais (b) e por flores radiais (r) na posição horizontal à esquerda (t= 2,85, p<0,01) e na posição vertical à direita (t= -3,81, p<0,001). Conclusões Os resultados obtidos diferem do padrão encontrado na natureza (maioria das flores radiais na horizontal e bilaterais na vertical). Mais testes são necessários para determinar as causas dessa diferença.