Aquisição de dados Documento técnico nº5 Edição de Abril de 2010 Documento Técnico – Aquisição de dados A biblioteca técnica da Schneider Electric é muito vasta tendo um elevado número de publicações sobre os mais variados temas : - Automatismos Industriais, Supervisão e Comunicação - Distribuição Eléctrica O Centro de Formação em Portugal optou desde há muito por traduzir e adaptar algumas destas publicações de modo a enriquecer as suas acções de formação com informação mais técnica. Esta publicação pretende complementar as acções de formação nas áreas da automação industrial/aquisição de dados. Nota: Declinamos toda a responsabilidade derivada da utilização das informações e esquemas reproduzidos na presente publicação bem como por eventuais erros ou omissões, contidos na presente publicação. Esta publicação corresponde à compilação e adaptação de diversos documentos relativos aos automatismos industriais e detecção de dados da Schneider Electric. Fátima Borges (Engª) Centro de Formação da Schneider Electric Portugal Email : [email protected] 2 Documento Técnico – Aquisição de dados 1 Introdução................................................................................................................5 2 As diversas funcionalidades da detecção...........................................................7 3 As diferentes tecnologias de detecção................................................................8 4 As funções anexas dos detectores ....................................................................10 5 Interruptores de posição electromecânicos – Fim-de Curso ..........................11 5.1 Constituição dos interruptores fim-de-curso ................................................................. 13 5.2 Movimentos de detecção .............................................................................................. 15 5.3 Modo de funcionamento dos contactos ........................................................................ 16 5.4 Interruptores fim-de-curso para aplicações correntes .................................................. 18 5.5 Interruptores fim-de-curso para aplicações especiais .................................................. 20 6 Pressostatos-vacuostatos ..................................................................................22 6.1 Sensores electrónicos de pressão................................................................................. 24 7 Encoder – Codificadores......................................................................................25 8 RFID – sistemas de identificação por rádiofrequência ....................................27 8.1 Princípio de funcionamento .......................................................................................... 28 9 Detectores de proximidade indutivos ................................................................30 9.1 Constituição e funcionamento........................................................................................ 31 9.2 Curvas e distâncias de detecção .................................................................................. 33 9.3 Curvas de cálculo dos coeficientes de correcção......................................................... 35 9.4 Precauções relativamente à alimentação dos detectores ............................................ 36 9.5 Detectores para aplicações específicas ........................................................................ 41 10 Detectores capacitivos .......................................................................................43 11 Detectores fotoeléctricos ...................................................................................44 11.1 Constituição e funcionamento...................................................................................... 45 11.2 Definições associadas à detecção fotoeléctrica .......................................................... 47 11.3 Equivalência eléctrica .................................................................................................. 48 11.4 Processos de detecção................................................................................................ 49 11.5 Modos de funcionamento............................................................................................. 55 11.6 Determinação do alcance de trabalho ......................................................................... 56 11.7 Associação dos detectores em série e paralelo .......................................................... 58 11.8 Tipo de ligações ........................................................................................................... 59 12 Fibra óptica..........................................................................................................60 12.1 Fibras de vidro ............................................................................................................. 61 12.2 Fibras de Plástico ........................................................................................................ 62 12.3 Cabeças ópticas........................................................................................................... 63 13 Detectores para aplicações específicas ...........................................................64 14 Detectores ultrasónicos .....................................................................................66 3 Documento Técnico – Aquisição de dados 14.1 Modo de funcionamento .............................................................................................. 68 14.2 Performances da detecção a ultrasons ....................................................................... 69 15 A visão artificial...................................................................................................70 15.1 Pontos chave da visão artificial.................................................................................... 71 15.2 Tipos de Iluminação..................................................................................................... 72 15.3 Sistemas de iluminação ............................................................................................... 73 15.4 Modos de exploração................................................................................................... 76 15.5 A óptica ........................................................................................................................ 78 16 Bibliografia ...................................................................................................................... 79 4 Documento Técnico – Aquisição de dados 1 Introdução A aquisição de dados engloba todos os constituintes que dão informações sobre o estado de um produto, de uma máquina ou de uma instalação. Estes constituintes podem detectar um estado, controlar um nível, acompanhar a posição de um móvel ou identificar um objecto e as suas características. Consoante a tecnologia, os interruptores fim-de-curso electromecânicos, os detectores de proximidade indutivos e os detectores fotoeléctricos, detectam os estados, controlam a presença, a ausência e a passagem de um objecto, a cor do objecto, o seu tamanho, um estado perigoso, etc.. Os interruptores de bóia, termóstatos, pressostatos e vacuostatos indicam uma variação de nível, de temperatura ou de pressão. Estes aparelhos fornecem informações tipo “tudo ou nada”, segundo níveis fixos pré-determinados. Os codificadores incrementais e absolutos destinam-se ao acompanhamento contínuo da posição linear ou angular de um móvel. Os leitores/descodificadores de códigos de barras permitem a identificação óptica. A identificação indutiva, baseada na utilização de etiquetas electrónicas e blocos de leitura/escrita, alia a função de detecção às de memorização e permuta de dados pormenorizados com a unidade de tratamento. A função “detecção” é assim essencial uma vez que é o elemento que fornece parte das informações num processo industrial. Com efeito, num sistema automático, os detectores asseguram o envio das informações: - de todos os acontecimentos necessários à condução, para ser tida em conta pelos sistemas de comando, 5 Documento Técnico – Aquisição de dados - do desenvolvimento das diferentes fases do processo, aquando da execução do programa. 6 Documento Técnico – Aquisição de dados 2 As diversas funcionalidades da detecção As necessidades de detecção são muito variadas. As necessidades mais elementares são: - o controlo de presença, de ausência ou de posicionamento de um objecto, - a verificação de passagem ou da barragem de objectos e de contagem. São normalmente utilizados dispositivos “tudo ou nada”, é o caso de aplicações típicas de detecção de peças em cadeias de produção ou em actividades de manutenção, assim como na detecção de pessoas ou veículos. Existem outras necessidades mais específicas, tal como a detecção de presença ou de nível de gás ou de um líquido, de forma, de posição (angular, linear) ou de etiquetas com leitura e escrita de informações codificadas. A estas necessidades juntam-se numerosas exigências, particularmente no que respeita ao ambiente de instalação. Os detectores deverão segundo o caso, resistir a: - humidade, imersão (ex. estanquecidade reforçada), - corrosão (indústrias químicas ou mesmo instalações agrícolas, etc), - variações fortes de temperatura (regiões tropicais), - e mesmo vandalismo (ex. instalados no exterior). Para responder a todas estas necessidades, os construtores criaram uma gama variada de detectores com diferentes tecnologias. 7 Documento Técnico – Aquisição de dados 3 As diferentes tecnologias de detecção Os construtores de detectores utilizam processos de medida física variados. Os principais, são : - mecânicos (pressão, força) para os interruptores electromecânicos de posição, - electromagnetismo (campo, força) para os captores magnéticos, detectores de proximidade indutiva, - luz (potência ou desvio luminoso) para as células fotoeléctricas, - capacidade para os detectores de proximidade capacitiva, - acústica (tempo de propagação de uma onda) para os detectores ultrasónicos, - fluido (pressão) para os pressostatos/vacuostatos, - óptica (análise de imagem) para a visão artificial. Cada um destes princípios apresenta vantagens e limitações. Alguns apresentam como vantagem a robustez, necessitando contudo de contacto com a peça a 8 Documento Técnico – Aquisição de dados detectar, o que os limita em algumas aplicações., outros podem ser instalados em ambientes agressivos, tendo como limitação o facto de só detectarem determinado tipo de peças (por ex.: peças metálicas). Nos parágrafos que se seguem, apresentamos as diferentes tecnologias de detecção, de modo a facilitar a compreensão e os imperativos de instalação e da exploração dos detectores disponíveis no mercado dos automatismos e equipamentos industriais. 9 Documento Técnico – Aquisição de dados 4 As funções anexas dos detectores Diferentes funções foram desenvolvidas para facilitar o emprego dos detectores e a autoaprendizagem foi uma delas. Esta função permite através de um simples apoio sobre um botão definir o domínio de detecção efectivo do dispositivo, poe exemplo a definição do alcance máximo mínimo e (eliminação do plano posterior e de plano anterior muito preciso +/- 6 mm para os detectores de ultra-sons) assim como a definição do ambiente de funcionamento para os detectores. 10 Documento Técnico – Aquisição de dados 5 Interruptores de posição electromecânicos – Fim-de Curso A detecção realiza-se através de um contacto físico (orgão de comando) com um objecto ou um móvel. A informação é transmitida ao sistema de tratamento de dados, através de um contacto eléctrico (tudo ou nada). Estes dispositivos (orgãos de comando e contacto eléctrico) são designados por interruptores de posição. Eles estão presentes em todas as instalações automatizadas tal como em muitas outras aplicações de acordo com as inúmeras vantagens inerentes à sua tecnologia. Os interruptores fim-de-curso classificam-se em duas grandes famílias: - interruptores de comando que nos equipamentos de automatismo, se destinam à detecção de presença ou de passagem. São ligados às entradas das unidades de tratamento de dados; - interruptores de potência, inseridos nas fases de alimentação dos accionadores. De um modo geral, as suas funções limitam-se à segurança. Os interruptores fim-de-curso electromecânicos são utilizados em aplicações muito variadas em virtude das suas numerosas qualidades: funcionamento seguro (fiabilidade dos contactos, manobra positiva de abertura (norma CEI 947-5-1), grande precisão (fidelidade nos pontos de contactode 0,1 a 0,01 mm, conforme os modelos), imunidade natural às perturbações electromagnéticas, convivialidade (aplicação simples, funcionamento visível), etc. Os principais factores de selecção de um interruptor fim-de-curso com comando mecânico, são : - protecção contra choques ou projecção de líquidos, - tipo de ambiente: humidade, poeiras, corrosão, temperatura, - espaço disponível para alojar, fixar e regular o aparelho, - condições de exploração: frequência de manobras, natureza, massa e velocidade do móvel a controlar, precisão e fidelidade exigidas, possibilidade de excesso de curso num ou noutro sentido, esforço necessário para accionar o contacto, - número de ciclos de manobra, 11 Documento Técnico – Aquisição de dados - número e natureza dos contactos: acção dependente ou brusca, possibilidade de regulação, - natureza da corrente, valor da tensão e da corrente a controlar. 12 Documento Técnico – Aquisição de dados 5.1 Constituição dos interruptores fim-de-curso Os interruptores fim-de-curso são constituídos a partir de três elementos de base: um contacto eléctrico, um corpo e uma cabeça de comando com o seu dispositivo de ataque. Na sua maioria, estes aparelhos são compostos a partir de diferentes modelos de corpo equipados com um contacto eléctrico, cabeças de comando e dispositivos de ataque. Assim, a manutenção faz-se muito facilmente pela troca de qualquer um destes elementos. Contacto eléctrico É o denominador comum da maior parte dos aparelhos. Existe em versões 1 NA/NF, 2 NA/NF simultaneamente, e 2 NA/NF decalados de acção brusca e NA/NF decalados de acção dependente. Corpo Existem diferentes versões: normalizado CENELEC ou de atravancamento reduzido, fixo ou extraível, metálico ou termoplástico, com uma ou mais entradas de cabo. 13 Documento Técnico – Aquisição de dados Cabeças de comando, dispositivo de ataque Existem numerosos modelos que podem ser associados ao corpo que contem o elemento de contacto: - Cabeças de movimento rectilínio: botão ou rodízio no topo, com alavanca e rodízio (ataque lateral ou vertical). - Cabeças de movimento angular: alavanca com rodízio termoplástico ou de aço, de comprimento fixo ou regulável, posição angular de 360º regulável de 5 em 5º ou de 45 em 45º por rotação da anilha dentada , ataque em um ou 2 sentidos, - haste rígida, de aço ou poliamida, ataque em 1 ou 2 sentidos, - mola ou haste com mola, ataque em 1 ou 2 sentidos, - multidirecções com haste flexível ou rígida com mola. Nos modelos com ataque em 1 ou 2 sentidos, a selecção do sentido faz-se por simples regulação da cabeça. Cabeças tipo Botão Cabeças Rotativas Multi-directionais Alav.s 44. 45. Cabeças ZCE01 / 05 / Alav. Alav. 53. 54. 14 Documento Técnico – Aquisição de dados 5.2 Movimentos de detecção As cabeças de comando podem ter diferentes movimentos, de modo a permitir a detecção em múltiplas posições e adaptar-se assim facilmente aos objectos a detectar. Os movimentos são: - angular, - rectilínio, - multi-direccional. 15 Documento Técnico – Aquisição de dados 5.3 Modo de funcionamento dos contactos A oferta caracteriza-se pela tecnologia utilizada pela manobra dos contactos. * Contactos a acção brusca ou também designada como ruptura brusca A manobra dos contactos é caracterizada por um fenómeno de histerése, isto é, por pontos de abertura e fecho distintos. Posição repouso Aproximação Basculamento ou contacto Manobra positiva A figura representa as diferentes posições de um contacto de acção brusca A velocidade de deslocamento dos contactos móveis é independente da velocidade da ordem do comando. Esta particularidade permite obter “performances” eléctricas satisfatórias mesmo em caso de fracas velocidades de deslocamento do orgão de comando. Cada vez mais os interruptores de posição com contactos de acção brusca possuem contactos com manobra positiva de abertura. Este aspecto diz respeito à manobra de abertura e define-se do seguinte modo: - um aparelho satisfaz no que respeita a esta prescrição quando todos os seus elementos de contactos de abertura possam ser levados com garantia à sua posição de abertura, logo sem qualquer ligação elástica entre os contactos móveis e o orgão de comando ao qual o esforço é aplicado. Isto diz respeito ao contacto eléctrico do interruptor de posição, mas também ao orgão de comando que deve transmitir o movimento sem deformação. No caso de aplicações de segurança , impõe-se que se utilizem aparelhos com manobra positiva de abertura. • Contactos a acção dependente ou também designada como ruptura lenta Este modo de funcionamento é caracterizado por: - pontos de abertura e fecho idênticos, 16 Documento Técnico – Aquisição de dados - uma velocidade de deslocamento dos contactos móveis igual ou proporcional à velocidade do orgão de comando (que não deve ser inferior a 0,1 m/s=6 m/min). Abaixo destes valores a abertura dos contactos faz-se muito lentamente, o que se torna desfavorável para o bom funcionamento eléctrico do contacto (risco de arco durante demasiado tempo), - a distância de abertura é igualmente dependente do orgão de comando. Estes contactos são naturalmente de manobra positiva de abertura por parte dos construtores : o botão age directamente sobre os contactos móveis. 17 Documento Técnico – Aquisição de dados 5.4 Interruptores fim-de-curso para aplicações correntes Existem diferentes tipos de interruptores, com formas e características adaptadas às diferentes aplicações e ambientes. De seguida apresentamos alguns dos exemplos mais representativos. Aparelhos compostos Corpo metálico Um primeiro tipo de interruptor, com entrada por bucim incorporado e corpo metálico, fixo ou extraível, é utilizado habitualmente nos equipamentos mecânicos de tratamento ou transformação de materiais, devido às suas qualidades de robustez e precisão. O srgundo tipo de aparelho, com corpo fixo ou extraível e entrada roscada por bucim, obedece à norma CENELEC EN 50041 (entre eixos de fixação 30*60 mm). É próprio para utilização em máquinass-ferramentas ou outras instalações de acabamento, em que os imperativos de produtividade exigem cadências de comutação elevadas, ou seja, grande duração de vida eléctrica e mecânica, grande precisão e bom comportamento aos óleos de corte. Corpo plástico Também obedece à norma CENELEC EN 50041. O corpo plástico com uma entrada roscada para bucim, confere-lhe o duplo isolamento. É adequado para os equipamentos da indústria agro-alimentar e química. Por outro lado, os dispositivos de comando por alavanca com rodízio de grande diâmetro permitem a utilização em instalações de manipulação e transporte. Aparelhos não compostos Corpo plástico Estes interruptores têm um corpo plástico com isolamento duplo. Encontram-se disponíveis com diversos dispositivos de comando (movimento rectilíneo, angular, multidirecções) e são utilizados nos sectores industrial e terciário. 18 Documento Técnico – Aquisição de dados Corpo metálico É um aparelho compacto com invólucro monobloco e cabo de ligação disponível em vários comprimentos. A estanquecidade e o óptimo comportamento mecânico tornam-no particularmente adequado para aplicações em ambientes severos. Por outro lado, as pequenas dimensões permitem integrá-lo em espaços reduzidos. 19 Documento Técnico – Aquisição de dados 5.5 Interruptores fim-de-curso para aplicações especiais Aparelhos para manipulação-elevação Estes aparelhos com invólucro metálico, têm dispositivos de ataque que podem ser accionados por qualquer tipo de móvel dada a sua concepção particularmente robusta. Destinam-se mais especificamente a aplicações de manipulação e elevação. Os dispositivos de ataque, de movimento angular, têm retorno ao zero (só haste, haste ou alavanca com rodízio) ou posições fixas (haste em cruz ou em T). Estes modelos estão equipados com dois contactos NA+NF de acção brusca ou com dois contactos NA+NF de acção dependente . Em ambos os casos, os contactos são de manobra positiva de abertura. Podem ser accionados de três maneiras diferentes: dois contactos para cada sentido, dois contactos para um só sentido, um contacto para cada sentido. Controladores de desalinhamento Destinam-se ao controlo do desvio de bandas transportadoras. A alavanca de rolo comanda um primeiro contacto NA/NF de acção brusca para uma inclinação de 10º. (sinalização do defeito) e um segundo contacto NA/NF quando a inclinação atinge 18º (paragem do transportador). Existem duas versões: invólucros em poliéster pré impregnado para ambientes corrosivos. Interruptores de potência Também designados por interruptores fim-de-curso, são inseridos nas fases de alimentação dos accionadores e têm uma função última (em aparelhos de manipulação por exemplo). Bipolares, tripolares ou tetrapolares, podem cortar, conforme os modelos, correntes térmicas até 260 A (até 1000 A, com fabrico especial). 20 Documento Técnico – Aquisição de dados Realizações especiais Certos interruptores fim-de-curso podem ser de fabrico especial, quando destinados a aplicações específicas ou a condições de ambiente diferentes: com invólucro antideflagrante para atmosferas explosivas, com estanqueidade reforçada, que confere maior resistência aos agentes externos, para ambientes corrosivos, etc. Interruptores de segurança Os interruptores de segurança garantem a protecção dos operadores de máquinas pequenas. São accionados por uma chave solidária com a porta ou a chave de protecção da máquina. Quando a porta, se fecha ou a chave de protecção entra na cabeça do interruptor, accionando um dispositivo de encravamento múltiplo, fecha um contacto NF (contacto de acção dependente e manobra positiva de abertura). Este contacto não deve nunca comandar o arranque da máquina. A sua função limita-se a autorizar o arranque, que só pode ser consequência de uma acção voluntária sobre os órgãos de comando previstos para esse efeito. Está excluída a possibilidade do fecho de um protector provocar a colocação em funcionamento de uma máquina. A abertura da porta provoca a retirada da chave e a abertura forçada do contacto do interruptor. Existem duas famílias de interruptores de segurança: - interruptores para pequenos protectores, - interruptores para máquinas de maiores dimensões, instalações de acabamento de material, etc. Alguns modelos estão equipados com sinalizadores para facilitar a manutenção e a exploração sem possibilidades de erro. Existe uma versão com encravamento por electroíman destinada às máquinas em que o perigo subsiste após ter sido dada ordem de paragem (inércia, tensão, temperatura, pressão, etc). 21 Documento Técnico – Aquisição de dados 6 Pressostatos-vacuostatos Estes aparelhos são um complemento dos constituintes electromecânicos, indispensáveis em muitos casos, para o funcionamento das instalações e dos equipamentos automáticos. Estes produtos fazem o controlo da posição de móveis, de nível de líquidos, de pressão e de temperatura. Controlo de pressão – Pressostatos e Vacuostatos Estes aparelhos destinam-se a regular ou controlar pressões ou depressões nos circuitos pneumáticos ou hidráulicos. Quando a pressão ou a depressão atinge o valor de regulação, o contacto NA/NF de acção brusca muda de estado. Quando o valor da pressão ou depressão , diminui, tendo em conta o diferencial que pode ser regulado em alguns modelos, os contactos retomam à posição inicial. Os pressostatos são frequentemente utilizados para: - comandar o arranque de grupos compressores em função da pressão no reservatório, - verificar a circulação de um fluido de lubrificação ou de refrigeração, - verificar a pressão em certas máquinas-ferramentas equipadas com macacos hidráulicos, - parar uma máquina em caso de pressão baixa. Os principais critérios de selecção destes equipamentos, são os seguintes: - tipo de funcionamento, vigilância de um valor ou regulação entre dois valores de pressão, - natureza dos fluidos (óleos hidráulicos, água, ar, etc.), - valor da pressão a controlar, - ambiente, 22 Documento Técnico – Aquisição de dados - natureza do circuito eléctrico, circuito de comando (caso mais habitual), circuito de potência (pressostato de potência). us Nautil 23 Documento Técnico – Aquisição de dados 6.1 Sensores electrónicos de pressão Aparelho electrónico, permitindo facilmente a parametrização do mesmo antes da instalação com a possibilidade de modificação durante a operação. 24 Documento Técnico – Aquisição de dados 7 Encoder – Codificadores O controlo da deslocação, da posição e da velocidade de um móvel, é um problema que se coloca frequentemente num grande número de máquinas e instalações: máquinas de acabamento, aparelhos de manipulação, robots, máquinas de corte em comprimento, etc…. Os sistemas de detecção convencionais (interruptores fim-de-curso, detectores indutivos ou fotoeléctricos) proporcionam soluções perfeitamente satisfatórias para inúmeras aplicações: detectores colocados em locais fixos pré-determinados, contagem dos impulsos emitidos por um detector à passagem de cames ou accionado por uma roda dentada, codificação de posição por cames que são lidas por detectores montados no móvel. Mas, estes sistemas esgotam-se rapidamente quando o número de posições a controlar é mais elevado, ou quando a velocidade de deslocamento dá lugar a uma frequência de contagem incompatível com as características dos detectores. Com os codificadores ópticos rotativos, o posicionamento do móvel é controlado totalmente pelo sistema de tratamento, deixando de ser feito fisicamente por detectores repartidos pela máquina ou pela instalação. Grande velocidade de deslocamento, adaptação dos pontos de desaceleração sem intervenção física na máquina, paragens rigorosas são vantagens dos codificadores que permitem optimizar os tempos de transferência e contribuem significativanente para satisfazer os imperativos de aumento de produtividade e de flexibilidade em todos os campos de produção industrial. Um encoder rotativo opto-electrónico é um sensor de posição angular. ● Mecanicamente acoplado a um eixo móvel duma máquina, no eixo do encoder gira um disco que contém uma sucessão de sectores opacos e transparentes. ● A luz dos LED’s passa através dos sectores transparentes do disco. Esta luz é detectada por díodos fotosensíveis. ● Os díodos fotosensíveis, por sua vez, geram um sinal eléctrico que é amplificado e convertido num sinal de onda quadrada antes de ser transmitido a um sistema de processamento ou a um variador de velocidade electrónico. 25 Documento Técnico – Aquisição de dados Versões configuráveis (encoders incrementais 58mm com multi-resolução, configurável por dip switches) e versões com protocolo de comunicação integrado (CANopen e Profibus DP). A gama divide-se em: - Encoders incrementais - Encoders absolutos mono-volta - Encoders absolutos multi-volta - Encoders absolutos multi-volta com protocolo de comunicação 26 Documento Técnico – Aquisição de dados 8 RFID – sistemas de identificação por rádiofrequência A identificação rádiofrequência (RFID) é uma tecnologia de identificação automática, relativamente recente, adaptada às aplicações que necessitem do seguimento de objectos ou de pessoas (traçeabilidade, controlo de acessos, armazenamento). O princípio é o de associar a cada objecto uma capacidade de memorização acessível sem contacto, em leitura e em escrita. Os dados são armazenados numa memória acessível por simples ligação radiofrequência, sem contacto nem campo de visão, a uma distância que pode ir de alguns centímetros a vários metros. Esta memória apresenta-se sob a forma de uma etiqueta electrónica, no interior da qual existe um circuito electrónico e uma antena. São aparelhos estáticos, sem peças em movimento ao nível do detector, donde a duração de vida é independente do número de ciclos de manobras. Apresentam boa capacidade de adaptação a ambientes industriais, tendo uma boa resistência às vibrações e aos choques. Possuem funções de aprendizagem por simples apoio sobre um botão para definr o alcance de detecção. Aprendizagem do alcance mínimo e máximo. 27 Documento Técnico – Aquisição de dados 8.1 Princípio de funcionamento Um sistema RFID é composto pelos elementos seguintes: - Uma etiquieta electrónica, - Uma estação de leitura/escrita (ou leitura RFID). O leitor : este modula a amplitude do campo abrangido pela sua antena para transmitir as ordens de leitura ou de escrita à lógica de tratamento da etiqueta. Simultaneamente, o campo electromagnético criado pela sua antena alimenta o circuito electrónico da etiqueta. A etiqueta: esta transforma as suas informações e envia-as para a antena do leitor modulando o seu consumo próprio. Esta modulação é detectada pelo circuito de recepção do leitor que a converte em sinais numéricos Descrição dos elementos: As etiquetas electrónicas : são compostas por três elementos principais reunidos numa caixa Uma antena: esta deve estar adaptada à frequência da portadora, e pode apresentar diversas formas: - Bobine em fio de cobre, com ou sem núcleo de ferro, ou ainda sob a forma de circuitos integrados, ou impressa para frequências inferiores a 20 MHz. - Dipolo em circuito impresso, ou impressa para altas frequências (>800 MHz). Um circuito lógico de tratamento: o seu papel é o de assegurar a interface entre as ordens captadas pela antena e a memória. A complexidade é função das aplicações (ex. cartas de pagamento protegidas com algorítmos de cryptagem). Uma memória: vários tipos de memórias são utilizadas para armazenar as informações nas etiquetas electrónicas. SIMPLES de configurar. Não existe um programa específico para tal, pois a estação configura-se automaticamente para o tipo de protocolo, velocidade de comunicação e ambiente. O endereçamento na rede é configurado com utilização de um cartão electrónico. Aberto a etiquetas electrónicas disponíveis no mercado que cumpram os standards ISO 14443 e ISO 15693. Aberto a redes industriais (MODBUS RTU, ETHERNET, UNITELWAY, PROFIBUS*,...). 28 Documento Técnico – Aquisição de dados Estações compactas incluindo RFID e de rede no mesmo invólucro Consola de programação e manutenção Etiquetas industriais 29 Documento Técnico – Aquisição de dados 9 Detectores de proximidade indutivos Estes aparelhos utilizados principalmente em aolicações industriais, detectam sem contacto, qualquer objecto metálico: controlo de presença ou ausência, detecção de passagem, controlo de sequência, posicionamento, codificação, contagem. O emprego dos detectores de proximidade indutivos oferece inúmeras vantagens: - compatibilidade com os automatismos electrónicos devido à possibilidade de cadências elevadas, - duração de vida independente do nº de ciclos de manobra (não têm peças móveis, logo não há desgaste mecânico, contactos de saída estáticos), - adaptação aos ambientes húmidos e corrosivos, - detecção de objectos frágeis, pintados de fresco, etc.. 30 Documento Técnico – Aquisição de dados 9.1 Constituição e funcionamento Um detector de proximidade indutiva detecta, sem contacto físico, a presença de qualquer objecto feito de um material condutor. É composto por um oscilador, cujas bobinagens constituem a parte sensível, e um estágio de saída. O oscilador cria à frente da face sensível um campo electromagnético alternando com uma frequência de 100 a 600 Hz, conforme os modelos. Quando um objecto condutor penetra neste campo, desenvolvem-se correntes induzidas circulares na sua periferia (efeito de coroa). Estas correntes constituem uma sobrecarga para o sistema oscilador, pelo que provocam uma redução da amplitude das oscilações à medida que o objecto se aproxima, até ao bloqueio completo. A detecção do objecto concretiza-se quando a redução da amplitude das oscilações é suficiente para provocar uma mudança de estado da saída do detector. Transdutor Oscilador Estágio Tratamento (Bobina) sinal de saída e de alimentação Ligação para e do exterior Objecto metálico Detector proximidade Amplitude das Detecção oscilações Sinal antes do tratamento Ponto de Ponto de actuação desactuação 1 0 31 Documento Técnico – Aquisição de dados A figura anterior mostra como a intensidade do campo electromagnético diminui rapidamente à medida que o objecto se afasta da face sensível do detector. 32 Documento Técnico – Aquisição de dados 9.2 Curvas e distâncias de detecção As curvas e as distâncias de detecção são determinadas por meio de uma placa de medição quadrada, com 1 mm de espessura, em aço macio (Fe 360). O lado deste quadrado é igual ao diâmetro da face sensível (detectores cilíndricos) ou a 3 vezes o alcance nominal Sn (detectores rectangulares). Para traçar a curva de detecção, a placa é colocada a diferentes distâncias da face sensível, paralelamente a esta, até aos pontos em que se dá a comutação da saída. A curva de detecção obtem-se ligando estes pontos. A norma CEI 947-5-2 especifica a terminologia utilizada para definir as distâncias de detecção dos detectores de proximidade indutivos. Alcance nominal ou alcance estipulado Sn É o alcance convencional utilizado na designação do aparelho e que figura no catálogo dos fabricantes. Não tem em conta as dispersões (de fabrico, de temperatura, de ambiente e da tensão de alimentação). Alcance real Sr O alcance real Sr é medido à tensão estipulada Un e à temperatura ambiente estipulada (20º C). Deve estar compreendida entre 90 % e 110 % do alcance nominal Sn do detector. 0,9 Sn ≤ Sr ≤ 1,1 Sn Alcance útil Su O alcance útil Su é medido nos limites admissíveis da temperatura ambiente (20ºC) e da tensão de alimentação. Deve estar compreendido entre 90 % e 110 % do alcance real Sr. 0,9 Sr ≤ Su ≤ 1,1 Sr Alcance de trabalho Sa O alcance de trabalho Sa está compreendido entre 0 e 81 % do alcance nominal Sn. É o domínio de funcionamento em que a detecção da placa de medida é garantida sejam quais forem as dispersões de tensão ou de temperatura. Sa ≤ 0,9 * 0,9 Sn 33 Documento Técnico – Aquisição de dados Para se encontrar o valor do alcance de trabalho temos que aplicar na fórmula seguinte os coeficientes de correcção (material, temperatura, tensão e dimensões da peça a detectar). d ≤ Sn Sa = Km x Kd x Kθ x Kt Em que : Km: coeficiente de correcção do material Kd: coeficiente de correcção das dimensões da peça a detectar Kθ: coeficiente de correcção de temperatura Kt: coeficiente de correcção de tensão (considera-se 0,9 V) d: distância mínim a de detecção segura do objecto a detectar 34 Documento Técnico – Aquisição de dados 9.3 Curvas de cálculo dos coeficientes de correcção Kd Km 1 1 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,5 Aço a detectar Sn Magnésio Tipo 316 Tipo 304 Aço inoxidável Dimensões lado do objecto 2 Sn 3 Sn 4 Sn Latão Alumínio Cobr Dimensões do objecto a detectar Tipo de material do objecto Aplicar um coeficiente de correcção Km a determinar segundo o quadro acima Aplicar um coeficiente de correcção Kd segundo a curva acima. Variação da tensão de alimentação 1,1 0,9 -25 0 20 e dispersão de fabrico 50 70 T Variação da temperatura ambiente t Aplicar um coeficiente de correcção Kθ a segundo o quadro acima Aplicar em todos os casos um coeficiente de correcção Kt = 0,9 35 Documento Técnico – Aquisição de dados 9.4 Precauções relativamente à alimentação dos detectores Os detectores podem ser alimentados em tensão contínua ou alternada, conforme os modelos. Alimentação em tensão alternada Os limites de tensão do detector devem ser compatíveis com a tensão nominal da fonte. Alimentação em tensão contínua Os limites de tensão do detector e a taxa de ondulação admissível devem ser compatíveis com as características da fonte. Se esta fonte tiver origem numa rede alternada monofásica, a tensão deve ser rectificada e filtrada, verificando-se: - se a tensão de crista de alimentação é inferior ao limite máximo admitido pelo detector, - se a tensão mínima de alimentação é inferior ao limite máximo admitido pelo detector, - se a tensão mínima de alimentação corresponde ao limite mínimo garantido para o detector, - se a taxa de ondulação não é superior a 10%. Contactos de saída Os detectores encontram-se disponíveis com saídas: - NA: transístor ou tiristor de saída conduz na presença de uma peça, - NF: o transístor ou tiristor de saída não conduz na presença de uma peça, - inversor NA/NF: duas saídas complementares, uma que conduz e uma que não conduz na presença de uma peça. 36 Documento Técnico – Aquisição de dados Ligações eléctricas Os detectores classificam-se em duas grandes categorias: os detectores a 2 fios e os detectores a 3 fios. Técnica 2 fios Na técnica de 2 fios ligam-se em série com a carga a comandar. Apresentam: - uma corrente residual Ir que é uma corrente que atravessa o detector no estado aberto (estado de não condução), - uma tensão de defeito Ud , tensão aos terminais do detector no estado fechado (de condução), sendo necessário verificar a sua eventual influência sobre a carga (níveis de actuação e desactuação). Os detectores tipo 2 fios encontram-se disponíveis: - em alimentação a corrente contínua, não polarizados, - em alimentação a corrente contínua/alternada. Os aparelhos de corrente contínua não polarizados estão protegidos contra sobrecargas e curto-circuitos. As polaridades de ligação são indiferentes (não existe o risco de erro de ligação). A carga tanto pode ser ligada ao potencial positivo como ao negativo. Quando estão associados a autómatos programáveis, os detectores tipo 2 fios de corrente contínua tanto se ligam a entradas de lógica positiva como negativa. Associação dos detectores tipo 2 fios A ligação em série só é possível com aparelhos multitensão. Exemplo: detectores 110/220 V, ligação em série de dois aparelhos com uma alimentação 220 V. A queda de tensão nos terminais de carga é igual à soma das tensões de defeito dos detectores. Em caso de ligação em série com um contacto mecânico, o detector deixa de ser alimentado quando este contacto abre. Quando o contacto fecha, o detector só funciona após o tempo de atraso à disponibilidade. A ligação em paralelo de detectores tipo 2 fios entre si ou com um contacto mecânico não é aconselhável. 37 Documento Técnico – Aquisição de dados Técnica 3 fios: Os detectores tipo 3 fios são alimentados em corrente contínua. Têm dois condutores para a alimentação e um para a transmissão do sinal de saída. Alguns aparelhos têm um condutor suplementar para transmissão de um sinal complementar (tipo 4 fios NA+NF). Todos eles estão protegidos contra a inversão dos condutores de alimentação. A maior parte está também protegida contra sobrecargas e curto-circuitos. Estes aparelhos não apresentam corrente residual e a tensão de defeito é desprezável. Logo, apenas é necessário ter em conta o limite de corrente comutada para verificar a compatibilidade entre o detector e a carga. Os detectores tipo 3 fios existem em duas versões: - aparelhos de base com saída PNP (carga ligada ao potencial negativo) ou saída NPN (carga ligada ao potencial positivo), - Aparelhos programáveis que permitem, conforme a polaridade de ligação, realizar uma das quatro funções PNP/NA, PNP/NF, NPN/NA, NPN/NF. Associação dos detectores tipo 3 fios A ligação em paralelo de detectores tipo 3 fios não tem qualquer restrição. Mas, no caso da ligação em série, devem-se ter em conta os seguintes pontos: - o 1º detector suporta a corrente consumida pela carga e as correntes em vazio dos outros detectores, - cada um dos detectores provoca, no estado “actuado”, uma queda de tensão de cerca de 2V, Quando o 1º detector actua, o 2º detector só funciona após o tempo de atraso à disponibilidade, - utilizar díodos anti-retorno com cargas indutivas. 38 Documento Técnico – Aquisição de dados Os detectores indutivos podem apresentar-se sob a forma cilíndrica ou rectangular. Detectores cilíndricos A norma CEI 947-5-2 descreve as características dos detectores de proximidade indutivos cilíndricos (comportamento às perturbações electromagnéticas, níveis de severidade em corrente contínua e alternada). Estes aparelhos podem ainda ter o invólucro metálico ou plástico, dependendo do tipo de utilização e do ambiente de instalação. Tipo de ligação Os detectores cilíndricos podem ser fornecidos com: - cabo moldado , garantindo excelente resistência às projecções de líquidos (IP 68), - ligador tipo macho integrado ou montado na ponta de um cabo, com diferentes modelos de ligadores tipo fêmea, direitos ou em cotovelo. Esta versão com ligador proporciona uma diminuição dos tempos de paragem da máquina em caso de substituição do detector, pois evita-se a necessidade de desligar os cabos e, portanto os riscos de erro. Funcionalidades de base ou universais A gama de detectores cilíndricos inclui: - produtos de base com uma saída NA ou NF ou 2 saídas complementares NA+NF. As saídas existem em versão PNP ou NPN. Estes aparelhos monotensão ou monocorrente , são particularmente indicados para aplicações repetitivas, - produtos com funcionalidades universais multitensão e/ou multicorrentes, alguns dos quais com saída programável PNP/NPN – NA/NF. 39 Documento Técnico – Aquisição de dados Detectores rectangulares Os detectores rectangulares encontram-se disponíveis com corpo plástico ou metálico, forma compacta ou normalizada. Estes detectores apresentam funcionalidades idênticas aos detectores cilíndricos, com aparelhos alimentados em corrente contínua polarizados e em corrente alternada, tipo 2 fios. Os aparelhos para corrente contínua polarizados não estão protegidos contra sobrecargas nem curto-circuitos. As polaridades de ligação devem então ser respeitadas. A carga pode ser ligada ao potencial positivo ou ao negativo. Normalmente os alcances nominais são superiores aos detectores cilíndricos. Estes aparelhos são especialmente indicados para aplicações nas quais a trajectória do objecto a detectar tem por vezes falta de precisão (manipulação, transporte, etc.). Tipo de ligação Por cabo, ligador ou a terminais. Entre-eixos de fixação idênticos aos dos interruptores fim-de-curso. 40 Documento Técnico – Aquisição de dados 9.5 Detectores para aplicações específicas Para além dos detectores tipo 2 fios e 3 fios destinados a todas as aplicações correntes de detecção de presença, existem igualmente detectores para aplicações específicas. Detectores analógicos Os detectores de proximidade analógicos estão preparados para dar valores de deslocamentos, deformações, amplitudes e frequências de oscilação, dimensão, posição, concentricidade. O funcionamento baseia-se no princípio de amortecimento de um oscilador. Este transforma a aproximação de uma peça metálica em variação de corrente proporcional à distância face sensível/peça a detectar. Detectores para atmosferas explosivas - Atex São utilizados nomeadamente em zonas de segurança intrínseca (atmosferas explosivas), associados a um relé de segurança intrínseca ou com uma entrada estática equivalente. 41 Documento Técnico – Aquisição de dados Detectores para controlo de rotação Os detectores de controlo de rotação, permitem comparar a frequência dos impulsos emitidos por um móvel com uma frequência regulável por potenciiómetros no detector. As funções de leitura de informações e comparação estão agrupadas no mesmo aparelho. Estes aparelhos existem para corrente alternada e contínua. São apropriados para a detecção de subvelocidades resultantes de escorregamento, ruptura de banda ou de acoplamento, sobrecarga, etc. Detectores para controlo de sequência Estes detectores, alimentados em corrente alternada, têm um sinal de saída temporizado à acção ou ao repouso. A temporização é regulável de 1 a 20 segundos por potenciómetro. É eliminada quando o potenciómetro fica a zero. O contacto de saída é programável NF ou NA. 42 Documento Técnico – Aquisição de dados 10 Detectores capacitivos Os detectores capacitivos destinam-se à detecção de objectos ou produtos não metálicos, de todos os géneros (papel, vidro, plástico, líquidos, etc.). Um detector de posição capacitivo, compõe-se de um oscilador cujos condensadores constituem a face sensível. Detecção da presença de todo o tipo de objectos por alteração dieléctrica independentemente do tipo de material ou condutividade. Estes detectores estão equipados com um potenciómetro para regulação de sensibilidade. Esta tecnologia de detecção não é muito utilizada actualmente devido aos problemas inerentes ao facto de detectarem qualquer tipo de material. 43 Documento Técnico – Aquisição de dados 11 Detectores fotoeléctricos Os detectores fotoeléctricos permitem a detecção de objectos de todos os géneros (opacos, transparentes, reflectores, etc.) nas mais diversas aplicações para os sectores industrial e terciário. Existem 5 sistemas de base de detecção fotoeléctrica: - barragem, - reflex, - reflex polarizado, - proximidade, - proximidade com eliminação do plano posterior. 44 Documento Técnico – Aquisição de dados 11.1 Constituição e funcionamento O funcionamento deste detector baseia-se no seguinte: Um detector fotoeléctrico detecta um alvo que pode ser um objecto ou uma pessoa por meio de um feixe luminoso. A detecção é efectiva quando o alvo penetra no feixe luminoso e modifica suficientemente a quantidade de luz recebida pelo receptor para provocar uma mudança de estado da saída. É realizada por dois processos: - bloqueio do feixe pelo alvo, - reenvio do feixe ao receptor pelo alvo. O emissor é constituído por um díodo electroluminoso (LED) e o receptor é um fototransistor. Estes constituintes electrónicos são utilizados devido ao seu grande rendimento luminoso, à sua insensibilidade aos choques e às vibrações, ao excelente comportamento às temperaturas, à sua duração de vida praticamente ilimitada e à sua rapidez de resposta. Conforme os modelos de detectores, a emissão é feita por raios infravermelhos ou em luz visível, verde ou vermelha. Espectro luminoso Para insensibilizar os sistemas à luz ambiente, a corrente que atravessa o LED emissor é modulada para produzir uma emissão de luz pulsatória. 45 Documento Técnico – Aquisição de dados Modulação do feixe luminoso O feixe luminoso emitido tem 2 zonas: - uma zona de funcionamento aconselhável, na qual a intensidade do feixe é suficientemente elevada para garantir uma detecção normal. Conforme o sistema utilizado, barragem, reflex ou proximidade, o receptor, o reflector ou o objecto a detectar devem situar-se nesta zona, - uma zona em que a intensidade do feixe deixa de ser suficiente para garantir uma detecção fiável. 46 Documento Técnico – Aquisição de dados 11.2 Definições associadas à detecção fotoeléctrica Alcance nominal Sn É a distância máxima aconselhada entre o emissor e o receptor, reflector ou alvo, incluindo uma margem de segurança. É o alcance indicado nos catálogos e que serve como referência de comparação entre os diferentes aparelhos. Alcance de trabalho Sa É a distância que garante uma fiabilidade de detecção máxima, tendo em conta os factores ambientais (poeiras, fumos, etc.) e uma margem de segurança. Sa ≤ Sn Atraso à disponibilidade É o tempo necessário para que a saída assuma o seu estado “fechado” ou “aberto” após a colocação sob tensão. Frequência de comutação É o nº máximo de alvos que o sistema é capaz de detectar por unidade de tempo, tendo em conta os atrasos à acção e ao repouso. Exprime-se geralmente em Hz. 47 Documento Técnico – Aquisição de dados 11.3 Equivalência eléctrica Os detectores fotoeléctricos encontram-se disponíveis: - técnica 2 fios com saída estática. Os detectores tipo 2 fios são alimentados em série com a carga a comandar, - técnica 3 fios com saída estática PNP (carga ligada ao potencial negativo) ou NPN (carga ligada ao potencial positivo). Estes detectores estão protegidos contra a inversão da alimentação, sobrecargas e curto-circuitos da carga, - técnica 5 fios com saída a relé (1 contacto inversor NA/NF). Estes detectores têm isolamento galvânico entre a tensão de alimentação e o sinal de saída. Corrente residual Ir (detector tipo 2 fios) É a corrente que atravessa o detector no estado “aberto”. Tensão de defeito Ud (detector tipo 2 fios) É a tensão residual nos terminais do detector no estado “fechado”. 48 Documento Técnico – Aquisição de dados 11.4 Processos de detecção Os detectores fotoeléctricos detectam um alvo por dois processos: - Bloqueio do feixe: na ausência de alvo, o feixe luminoso chega ao receptor. Quando um alvo penetra no feixe, bloqueia-o. Na ausência de luz no receptor este detecta a presença de um objecto. Há três sistemas que funcionam por este processo, baseado nas propriedades absorventes dos objectos a detectar (barragem, reflex, reflex polarizado). - Reenvio do feixe, na ausência de alvo, o feixe luminoso não chega ao receptor. Quando um alvo penetra no feixe, reenvia-o para o receptor. Quando a luz chega ao receptor há detecção. Há dois sistemas que funcionam por este processo, baseado nas propriedades de reflexão dos objectos (proximidade, proximidade com eliminação do plano posterior). Os cinco sistemas de base Sistema barragem O emissor e o receptor encontram-se em dois invólucros separados. Este sistema permite obter os maiores alcances de detecção. O feixe é emitido em infravermelhos . Este processo de detecção consegue detectar qualquer tipo de objectos (opacos, reflectores, etc.), com excepção de objectos transparentes. Este tipo de detectores, devido à sua grande margem de ganho, são perfeitamente indicados para ambientes poluídos (fumo, poeiras, locais sujeitos a intempéries, etc.). O alinhamento entre o emissor e o receptor deve ser feito cuidadosamente. Para facilitar esta tarefa, alguns modelos estão equipados com díodos electroluminescentes que controlam a intensidade do feixe luminoso que chega ao 49 Documento Técnico – Aquisição de dados receptor. Para além da função de auxílio ao alinhamento, estes díodos assinalam igualmente uma sujidade excessiva das lentes, que pode dar origem a defeitos de detecção. Sistema reflex O emissor e o reflector encontram-se no mesmo invólucro. Na ausência de alvo, o feixe que o emissor emite é reenviado para o receptor por intermédio do reflector. Este é constituído por inúmeros triedros, tri-rectangulares de reflexão total e que têm a propriedade de reenviar qualquer raio luminoso incidente na mesma direcção. A detecção é feita quando o alvo bloqueia o feixe entre o emissor e o receptor. Assim, este processo não é adequado para detecção de objectos reflectores que poderiam reenviar o feixe para o reflector. O alcance nominal de detecção de um detector fotoeléctrico reflex é cerca de duas a três vezes inferior ao de um sistema barragem. Este tipo de detector apresenta também uma margem de ganho inferior ao sistema barragem, pelo que apesar de ainda ser possível utilizá-lo num ambiente poluído, será conveniente consultar as curvas de ganho do construtor para garantir se a detecção é efectuada ou não a uma determinada distância (alcance de trabalho). Selecção do reflector O reflector é parte integrante de um sistema de detecção reflex. A sua selecção, instalação e manutenção condiciona o bom funcionamento do detector que lhe está associado. 50 Documento Técnico – Aquisição de dados A dimensão do reflector deve ser sempre inferior à do objecto a detectar Os alcances referidos nas características do produto, são definidos com reflectores cujas dimensões são sempre indicadas. Caso se utilizem reflectores mais pequenos, tendo em conta as dimensões dos objectos a detectar, o alcance fica reduzido. Quando pretendemos detectar um objecto em que o detector e o reflector esteja entre 0 e 10% do alcance nominal (zona morta), o sistema não funciona convenientemente porque a maior parte da luz é reenviada para o emissor. Para conseguir um bom funcionamento nesta zona, é necessário utilizar um reflector com triedros grandes. O reflector deve ser montado num plano perpendicular ao eixo óptico do detector. Os alcances indicados são calculados para um ângulo máximo de 10%. Para ângulos maiores, deve-se considerar uma diminuição do alcance. 51 Documento Técnico – Aquisição de dados Sistema reflex polarizado Os objectos brilhantes que não bloqueiam o feixe, mas reflectem uma boa parte da luz para o receptor, não podem ser detectados por um sistema reflex standard. Nesse caso, utilizamos o sistema reflex polarizado. Este tipo de detector que emite uma luz vermelha visível, está equipado com dois filtros polarizados opostos: - um filtro no emissor que só deixa passar os raios emitidos num plano vertical, - um filtro no receptor que só deixa passar os raios recebidos num plano horizontal. Na ausência de objecto, o feixe emitido, polarizado verticalmente, é reenviado pelo reflector depois de ter sido despolarizado. O filtro polarizado deixa passar a luz reflectida no plano horizontal. Em presença de um objecto, o feixe emitido é reenviado pelo objecto sem sofrer modificação. O feixe reflectido, polarizado verticalmente, é portanto bloqueado pelo filtro horizontal do receptor. Os critérios para a selecção do receptor, funcionamento em zona próxima e emprego em ambientes poluídos, são os mesmos que para um sistema reflex standard. O funcionamento de um reflex polarizado pode ser perturbado pela presença, no feixe, de determinados materiais plásticos que despolarizam a luz que os atravessa. Por outro lado, é aconselhável evitar a exposição directa das ópticas às fontes de luz ambiente. 52 Documento Técnico – Aquisição de dados Sistema proximidade Do mesmo modo que para o sistema reflex, o emissor e o receptor estão reunidos num mesmo invólucro. O feixe luminoso, emitido em infravermelhos, é reenviado para o receptor por qualquer objecto suficientemente reflector que penetre na zona de detecção. O alcance nominal de um sistema de proximidade é inferior ao de um sistema reflex. Por este motivo, este sistema não é aconselhável em ambientes poluídos. O alcance depende: - da cor do objecto a detectar e do seu poder de reflexão (a um objecto de cor clara é detectado a maior distância do que um objecto de cor escura), - das dimensões do objecto a detectar (o alcance diminui com as dimensões). Os alcances nominais referidos nos catálogos dos fabricantes, são definidos com uma peça padrão de cor branco Kodak 90% com as dimensões 20*20 cm. Estes detectores estão muitas vezes equipados com um potenciómetro de regulação da sensibilidade. Para uma dada distância alvo/emissor, a detecção de um alvo menos reflector requer um aumento de sensibilidade. Isto pode provocar a detecção do plano posterior, se este for mais reflector do que o alvo. Neste caso para se garantir unicamente a detecção do alvo, deve-se utilizar um sistema de proximidade com eliminação do plano posterior. 53 Documento Técnico – Aquisição de dados Sistema de proximidade com eliminação do plano posterior Os detectores de proximidade com eliminação do plano posterior estão equipados com um potenciómetro de regulação do alcance que permite “focar” uma zona de detecção evitando a detecção de um plano posterior. Podem detectar, praticamente à mesma distância, objectos de cor e poder reflector diferentes. A tolerância de funcionamento deste tipo de sistema de detecção em ambientes poluídos é superior à de um sistema standard, uma vez que o alcance real não evolui em função da quantidade de luz , reenviada pelo alvo. 54 Documento Técnico – Aquisição de dados 11.5 Modos de funcionamento Os detectores fotoeléctricos podem funcionar de dois modos: - comutação clara, em que a saída é activada quando o feixe luminoso chega ao receptor (ausência de alvo em barragem e reflex, presença de alvo em proximidade), - comutação sombra, em que a saída é activada quando o feixe luminoso não chega ao receptor (presença de alvo em barragem e reflex, ausência de alvo em proximidade). Conforme os modelos de detectores, o funcionamento em comutação clara ou sombra é definido ou programável pelo utilizador. A programação faz-se por cablagem. 55 Documento Técnico – Aquisição de dados 11.6 Determinação do alcance de trabalho O alcance necessário para se obter uma detecção fiável só pode ser definido em função do ambiente. De facto, qualquer sistema óptico é influenciado pelas variações da transparência do meio, variações resultantes de poeiras, fumos, perturbações atmosféricas, etc.. Os fabricantes já consideraram uma margem de segurança nos alcances nominais Sn que indicam para os seus detectores fotoeléctricos. No entanto, em caso de poluição ambiente ou depósitos nas lentes ou nos reflectores, é necessário considerar um factor de correcção suplementar. A aptidão para um detector fotoeléctrico funcionar num ambiente poluído depende da sua reserva de ganho. As curvas de ganho que são estabelecidas para cada modelo de detector dão, em leitura directa, o alcance de trabalho em função do ambiente. Urilizam-se geralmente os seguintes níveis: - ganho ≥ 5, para ambientes ligeiramente poeirentos, - ganho ≥ 10, para ambientes poluídos, muito poeirento, nevoeiro leve, - ganho ≥ 50, para ambiente extremamente poluído, nevoeiro ou fumo densos, montagem no exterior, sujeito a chuvas. O ganho 1 corresponde ao sinal mínimo necessário para fazer comutar a saída. Os alcances nominais Sn dos detectores são dados sempre para um ganho ›1. Em barragem deve-se utilizar a curva de ganho ou aplicar os seguintes coeficientes aos alcances indicados: 1 : ambiente limpo 0,5 : ambiente ligeiramente poluído 0,10 : ambiente muito poluído 56 Documento Técnico – Aquisição de dados Em reflex standard ou polarizado e dada a não linearidade do ganho, apenas a leitura da curva de ganho, permite definir o alcance de trabalho que garante uma detecção fiável em meio perturbado. Em proximidade o alcance de trabalho depende principalmente da capacidade de reflexão do objecto a detectar. Contudo, se o ambiente for ligeiramente poluído e no caso de aparelhos com grande alcance nominal, recomenda-se a consulta da curva de ganho. Em proximidade com eliminação do plano posterior, a curva de ganho não é significativa, uma vez que o alcance do detector não depende da quantidade de luz recebida. Exemplo de curvas de ganho 57 Documento Técnico – Aquisição de dados 11.7 Associação dos detectores em série e paralelo A ligação de detectores tipo 2 fios em série ou paralelo é desaconselhada. Para os detectores tipo 3 fios a ligação em série é desaconselhada, contudo para a ligação paralela não existem quaisquer restrições. Para os detectores 5 fios, não existem restrições quer para a ligação série ou paralela. 58 Documento Técnico – Aquisição de dados 11.8 Tipo de ligações Os detectores fotoeléctricos podem ser fornecidos com: - cabo moldado, apresentando um grau de estanquecidade elevado, - placas de terminais com parafusos, comprimento e tipo de cabos adaptáveis às necessidades do utilizador, - ligador, o que permite uma grande rapidez de intervenção em caso de substituição dos aparelhos, sem riscos de erro de cablagem. Tipos de saída Encontram-se disponíveis dois tipos de saídas: - saídas a relés, contacto inversor NA/NF : corrente comutada elevada, aplicações simples, - saídas estáticas PNP ou NPN : interfaces para autómatos programáveis, longa duração de vida, cadências de manobra elevadas. 59 Documento Técnico – Aquisição de dados 12 Fibra óptica O princípio baseia-se na propagação das ondas luminosas na fibra óptica e na sua propriedade de reflexão total interna. Os detectores de fibras ópticas são constituídos por amplificadores, que contêm o emissor e o receptor de luz, desfazados em relação ao ponto de detecção. A luz é transportada entre o ponto de detecção e o amplificador por fibra óptica, que dadas as suas pequenas dimensões, podem integrar-se nos locais mais exíguos. Estes aparelhos também estão perfeitamente indicados para a detecção de alvos muito pequenos (parafusos, anilhas, cápsulas, etc.). Existem em sistema barragem e proximidade. Os amplificadores são os mesmos para os dois sistemas. São utilizados dois tipos de fibra: fibras de vidro com amplificadores que emitem raios infravermelhos e fibras de plástico com amplificadores que emitem luz vermelha visível. 60 Documento Técnico – Aquisição de dados 12.1 Fibras de vidro O núcleo das fibras de vidro é constituído por um feixe em sílica, com com algumas dezenas de microns de diâmetro. Estas fibras são sobretudo utilizadas em aplicações para ambientes corrosivos, susceptíveis de deteriorar as fibras de plástico, ou em caso de temperatura ambiente elevada. Existem em duas versões: uma versão standard para temperaturas ambientes de 90ºC e uma versão com revestimento inox que pode ser utilizada até 200ºC. 61 Documento Técnico – Aquisição de dados 12.2 Fibras de Plástico O núcleo das fibras de plástico é constituído por um “condutor” único, com diâmetro de 0,25 a 1 mm. As fibras de plástico são hoje em dia utilizadas frequentemente devido: - à simplicidade de aplicação, que pode ser feita pelo utilizador utilizando apenas uma guilhotina fornecida com a fibra. O único ponto que tem que ser respeitado é o valor mínimo de raio de curvatura: 25 mm para núcleos de diâmetro de 1 mm e 10 mm para núcleos de diâmetro de 0,25 mm. Qualquer raio de curvatura com valores inferiores provoca o enfraquecimento, ou até mesmo o completo desaparecimento do feixe luminoso, - aos desempenhos, que são idênticos aos das fibras de vidro. As fibras plásticas podem ter vários diâmetros, ser direitas ou em espiral, com ponteira standard ou moldável. As fibras barragem podem ser equipadas com lentes adicionais que multiplicam o alcance nominal. Contudo, o principal interesse destas lentes reside não no aumento do alcance, mas sim no aumento da margem de ganho, que permite a utilização das fibras plásticas em ambientes poluídos. 62 Documento Técnico – Aquisição de dados 12.3 Cabeças ópticas As cabeças ópticas, tal como as fibras ópticas, são destinadas à detecção de alvos pequenos. Caracterizam-se pela utilização de um amplificador permitindo a miniaturização das cabeças ópticas. Existem no sistema barragem, reflex e proximidade. Estes detectores são propostos em técnicas 3 fios, PNP ou NPN, função clara ou sombra programável. Os amplificadores são de saída estática ou a relé conforme os modelos. 63 Documento Técnico – Aquisição de dados 13 Detectores para aplicações específicas Existem detectores fotoeléctricos para aplicações específicas, tal como: - detecção de cores, - detecção de água, - etc.. Sector embalagem: Sector manipulação: 64 Documento Técnico – Aquisição de dados Construção e terciário,…: 65 Documento Técnico – Aquisição de dados 14 Detectores ultrasónicos São constituídos electricamente por um transdutor electroacústico (efeito piezoeléctrico) que converte a energia eléctrica que lhe é fornecida em vibrações mecânicas, graças aos fenómenos de piezoelectricidade. A figura abaixo representa o princípio de funcionamento de um transdutor electroacústico. Emissão Feixe acústico emitido Recepção Onda acústica recebida Eléctrodo superior Eléctrodo inferior O princípio consiste em medir o tempo de propagação da onda acústica entre o detector e o alvo. A velocidade de propagação é de 340 m/s no ar a 20 ºC. Por ex. para 1 m, o tempo a medir é de aproximadamente 3 ms. Este tempo é medido com um contador de um microcontrolado. A vantagem dos detectores ultrasónicos é de poderem funcionar a grandes distâncias (até 10 m), mas sobretudo de serem capazes de detectar qualquer tipo de objecto, que possa reflectir o som , independentemente da forma ou da cor. O estágio de saída controla um comutador estático (transistor PNP ou NPN), um contacto NA ou NF, ou então um sinal analógico (corrente ou tensão) directamente ou inversamente proporcional à distância do objecto medido. 66 Documento Técnico – Aquisição de dados Particularidades dos detectores a ultrasons Definições : Zona de não detecção : Zona compreendida entre a face sensível do detector e o alcance segundo o qual nenhum objecto pode ser detectado com fiabilidade. É impossível detectar correctamente um objecto nesta zona. Deve-se evitar a passagem de objectos nesta zona durante o funcionamento do detector. Isto poderá provocar a instabilidade das saídas. Zona de detecção : domínio no qual o detector é sensível. Segundo os modelos de detectores, esta zona pode ser fixa ou ajustável por intermédio de um simples botão de pressão. Factores de influência : Os detectores de ultrasons estão particularmente adaptados à detecção de objectos de dureza elevada e apresentando uma superfície plana perpendicular ao eixo de detecção. Contudo, o funcionamento do detector de ultrasons pode ser perturbado por diferentes factores : - As correntes de ar bruscas e de forte intensidade podem acelerar ou desviar a onda acústica emitida pelo produto (ejecção da peça por jacto de ar). - Os gradientes de temperatura importantes no domínio de detecção: uma temperatura elevada alterada por um objecto, cria zonas de temperaturas diferentes que modificam os tempos de propagação da onda e não permitem uma detecção fiável. - Os isoladores de som: os materiais tais como o algodão, os tecidos, a borracha, absorvem o som. Para estes produtos o modo de detecção « reflex » é o mais aconselhado. - O ângulo entre a face do objecto a detectar e o eixo de referência do detector: desde que este ângulo seja diferente de 90°, a onda não é mais reflectida no eixo do detector e o alcance de trabalho diminui. Este efeito é tanto mais acentuado quanto maior for a distância entre o objecto e o detector. Acima de ±10°, a detecção deixa de ser possível. - A forma do objecto a detectar: um objecto anguloso é mais difícil de detectar. 67 Documento Técnico – Aquisição de dados 14.1 Modo de funcionamento • Proximidade : um único detector emite a onda sonora e depois capta-a após reflexão sobre um objecto. • Réflex : um único detector emite a onda sonora, depois recepciona-a após reflexão sobre um reflector. O reflector, neste caso, é uma parte plana e rígida (pode ser uma parte da máquina). A detecção do objecto faz-se então por corte da onda. Este processo está particularmente adaptado para a detecção de materiais amortecedores ou objectos angulosos. Proximidade ou reflex com ângulo de reenvio. • Modo barragem : o sistema barragem é composto por 2 elementos (produtos) independentes que são colocados um frente ao outro (um emissor de ultrasons e um receptor). 68 Documento Técnico – Aquisição de dados 14.2 Performances da detecção a ultrasons Não existe contacto físico com o objecto, pelo que não há desgaste, permitindo assim a possibilidade de detectar objectos frágeis ou pintados de fresco. Possibilidades de detectar todo o tipo de material, qualquer que seja a sua cor, à mesma distância, sem regulação ou aplicação de factores de correcção. 69 Documento Técnico – Aquisição de dados 15 A visão artificial Considerada o olho da máquina. Através de uma fotografia tirada por uma câmara , conseguimos registar as características físicas de um objecto que são numerosas. É assim possível conhecer: -as suas dimensões, -a sua posição, -o seu aspecto (estado da superfície, cor, brilho, presença de defeitos), -as suas marcas (logótipo, caracteres,…). O utilizador pode assim automatizar funções complexas: -de medição, -de guia, -e de identificação. Controlo de uma peça mecânica. As setas indicam as zonas verificadas pelo sistema. 70 Documento Técnico – Aquisição de dados 15.1 Pontos chave da visão artificial A visão industrial é composta por um sistema óptico (iluminação, câmara e óptica), associado a uma unidade de tratamento e um comando de accionadores. Iluminação É necessário existir uma boa iluminação, bem adaptada, de modo a criar um contraste suficiente e estável, para visualizar em perfeitas condições os elementos a controlar. Câmara e óptica A qualidade da imagem depende da escolha da óptica e da câmara (contraste e nitidez) e isto para uma distância definida entre câmara/objecto e tendo em conta o objecto a detectar (dimensões, estado de superfície e detalhes). Unidade de tratamento A imagem proveniente da câmara é transmitida à unidade de tratamento, que contém os algoritmos de adaptação e análise da imagem necessários à realização de todos os controlos. Os seus resultados, são de seguida transmitidos ao automatismo ou comandando directamente um accionador. 71 Documento Técnico – Aquisição de dados 15.2 Tipos de Iluminação As tecnologias de iluminação: Iluminação fluorescente de alta frequência Apresenta uma luz branca e tem uma duração de vida elevada (5.000 horas), sendo o volume ou “campo” de iluminação importante. Iluminação de halogéneo Apresenta também uma luz branca, sendo neste caso a sua duração de vida curta (500 horas) e apresenta uma potência muito elevada, podendo cobrir um “campo” de iluminação muito importante. Iluminação a LED’s (Díodo Emissor de Luz) É a tecnologia priveligiada nos nossos dias. Apresenta uma luz homogénea com uma duração de vida extremamente elevada (30.000 horas). Existe também em cores mas neste caso os “campos” cobertos estão limitados a cerca de 50 cm. Estas iluminações podem ser aplicadas de diferentes modos. São utilizados 5 sistemas distintos de modo a fazer sobressair as características que se pretendem controlar. 72 Documento Técnico – Aquisição de dados 15.3 Sistemas de iluminação - Angular Consiste num conjunto de LED´s montados em anel. É um sistema de iluminação muito potente, permitindo iluminar objectos no seu eixo, pela parte inferior. Aplica-se em controlo de precisão. - Retro Iluminação Iluminação colocada atrás do objecto e em face com a câmara. Permite colocar em evidência a silhueta do objecto (sombra chinesa). Aplica-se para a medição de objectos ou análise de elementos opacos. 73 Documento Técnico – Aquisição de dados - Linear directa Utilizada para colocar em evidência uma pequena superfície do objecto a controlar e criar uma zona de sombra. Aplica-se para a pesquisa de defeitos precisos. - Rasante Permite fazer a detecção de um “bordo” de um recipiente, controlar uma etiqueta, detectar os defeitos sobre uma superfície vidrada ou metálica. Aplica-se para o controlo de caractéres impressos, para verificar o estado de uma superfície e detectar sulcos no material. - Coaxial Permite focalizar superfícies lisas perpendiculares ao eixo óptico, orientando a luz para um espelho semi-reflector. 74 Documento Técnico – Aquisição de dados Aplica-se para controlo, análise e medida de superfícies metálicas ou outras superfícies reflectoras. Na figura abaixo, poderemos verificar as dimensões (em polegadas), dos detectores utilizados na indústria. As ópticas devem ser adaptadas a cada formato de captores, de modo a poderem utilizar a totalidade dos pixels. Æ Câmara CMOS Progressivamente suplantada pela CCD. Apresenta um custo baixo, pelo que é normalmente utilizada para aplicações básicas. Æ Câmara Vidicon (tubo) Uma tecnologia já obsoleta. 75 Documento Técnico – Aquisição de dados 15.4 Modos de exploração Varrimento As câmaras ora utilizam a tecnologia de imagem entrelaçada ou a de “scan progressivo”, isto é “full frame” Caso as vibrações e a tomada de imagem sejam frequentes é aconselhado utilizar um captor de tecnologia “scan progressivo”. Os captores de tecnologia CCD permitem a exposição de todos os pixels ao mesmo tempo. Æ Varrimento entrelaçado O sistema de varrimento entrelaçado é munido de um sistema vídeo. O seu princípio consiste em analisar a imagem por varrimentos sucessivos . A figura acima representa um varrimento entrelaçado. Uma primeira trama, representada pelo traço a negro, analisa as linhas ímpares. A segunda trama, a verde, analisa as linhas pares. ÆVarrimento progressivo É o tipo de imagem utilizada em informática. O seu princípio baseia-se em descrever ao mesmo tempo todas as linhas da imagem. 76 Documento Técnico – Aquisição de dados A utilização deste tipo de varrimento permite a supressão da cintilação da imagem, obtendo assim uma imagem estável. Varrimento entrelaçado Varrimento progressivo 77 Documento Técnico – Aquisição de dados 15.5 A óptica A distância focal (f em mm) é dada pela fórmula seguinte. D : distância do objecto (mm) h: tamanho da imagem (mm) H: tamanho do objecto (mm) Distância focal Objecto distância focal correspondente ao ângulo de campo. Deste modo, quanto menor fôr a distância focal, maior é o campo coberto. A escolha é feita em função da distância D e do tamanho do campo visual H. A unidade de tratamento A sua electrónica tem 2 funções: colocar em forma a imagem e analisá-la já melhorada. 78 Documento Técnico – Aquisição de dados 16 Bibliografia - Caderno técnico Aquisição de Dados nº129 da Schneider Electric - Catálogos de detecção da Schneider Electric - Site da Schneider Electric www.schneiderelectric.com - Pesquisa Internet 79