PPGCOM ESPM // SÃO PAULO // COMUNICON 2014 (8 a 10 de outubro 2014)
Comunicação, Consumo e Religião: da construção de uma fábrica de
seda à construção de espaços para o consumo religioso1
Maria Neusa dos Santos2
Resumo
Esse artigo visa tratar das interfaces da comunicação, consumo e religião no
Santuário de Santa Paulina que movida pelo espírito da revolução industrial e a
explosão dos novos estilos de vida, constrói uma fábrica de seda na cidade de Nova
Trento-SC em 1896 como forma de ajudar a população local. Após um século desta
história, em resposta a cultura do consumo presente também no mundo religioso, no
bairro de Vigolo em Nova Trento-SC, local da origem dos trabalhos de Santa Paulina
é construído um Santuário em sua homenagem e vários outros cenários do consumo
religioso que chega a receber cerca de 100 mil pessoas ao mês. Novamente, o
Santuário de Santa Paulina é para Nova Trento-SC uma das principais fonte de
crescimento econômico da cidade.
Palavras-chave: Santa Paulina, Santuário, Consumo, Religião
1
Trabalho apresentado no Grupo de Trabalho – G4- Comunicação, Consumo e Institucionalidades do
4º Encontro de GTs - Comunicon, realizado nos dias 08, 09 e 10 de outubro de 2014.
2
Mestranda em Comunicação e Práticas de Consumo do PPGCOM da ESPM, bolsista da
CAPES/PROSUP, jornalista e pós graduada em Gestão Estratégica de Marketing. [email protected]
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Este artigo, a propósito, trará a importância da construção da fábrica de seda na cidade
de Nova Tento-SC, movida pelo espírito da revolução industrial, em contra ponto com o
consumo religioso do século atual, na construção do santuário Santa Paulina.
Com a chegada da modernidade e a explosão dos novos estilos de vida, a revolução
industrial alterou o cotidiano das pessoas, promovendo o fascínio pelo ferro e as novas
transformações da indústria, mas ao mesmo tempo instaurou as incertezas e instabilidades na
vida das famílias. O êxodo rural levou, em seguida, a imigrações em massa. Uma solução
encontrada pelo camponês foi, em vez de mudar a sociedade que estava em transformação,
mudar de sociedade e, a forma encontrada, foi a emigração .
Segundo, (ZANINI, 2006) o século XIX e o início do século XX foi um momento
marcado por enormes ondas emigratórias na Europa. Entre 1800 e 1930, 40 milhões de
europeus deixaram seus países em busca de melhores condições de vida, principalmente, nas
Américas. Fato este
ocorrido também com a família Visintainer, hoje, Santa Paulina.
Vivendo período de crises, como toda a Europa, Amábile Lúcia Visintainer, nome de batismo
da jovem que se tornou santa, emigrou com seus pais e mais quatro irmãos para a província
de Santa Catarina em 25 de setembro de 1875 (BESEN, 2002, p. 5).
Os migrantes cruzavam fronteiras e, frequentemente, atravessavam oceanos
[..] restrições reduziram a corente migratória para os Estados Unidos e, [..]
em torno de 62 milhões de pessoas deixaram a Europa em busca de outros
lugares onde se fixar. [..] a migração era uma aventura, um caminho para a
liberdade, para a sobrevivência econômica ou para a segurança pessoal. (
GAY, 1988,p. 45).
A família de Amábile, como a maior parte das famílias italianas imigrantes, era
católica praticante. A religiosidade dos italianos de acordo com Berri (1988) não era
fundamentada nas verdades ensinadas pela Teologia, mas na crença dos ensinamentos que
eram transmitidos de pais para filhos, sendo confirmada através da doutrinação coordenada
pelo pároco da vila, que representava Cristo na terra.
Ao chegarem a Santa Catarina, recebem toda essa assistência religiosa, dos jesuítas
que estavam presentes no local. Influênciada pela experiência religiosa trazida da Itália e
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reforçada no Brasil, Amábile passa a ser um elo de ligação entre a comunidade e a igreja.
Assim, percebendo que a região onde moravam era desprovida de casas religiosas e existindo
a necessidade de pessoas para cuidarem dos doentes, Amábile, aos 25 anos de idade, deixa a
casa paterna com a permissão de seu pai, com a aprovação do padre local e junto a uma
amiga chamada Virginia passaram como afirma Célia Cadorin ( 2002, p. 15) “a morar em
uma pequena ‘casebre’ no bairro de Vigolo, no dia 12 de julho de 1890. O chamado
hospitalzinho, onde inicialmente as duas jovens cuidaram de uma mulher vitima de câncer,
Ângela Lúcia Viviane, não havendo um lugar apropriado para ela ficar nem ninguém da
família que a pudesse cuidar, Angela ficava sob cuidado de Amábile e Virginia”. Ainda,
segundo a postuladora da causa de Santidade de Paulina, Cadorin conta que criação do
hospitalzinho 3 está relacionada a outros fatores, externos: precariedade do atendimento à
saúde daquela localidade desde do inicio do seu povoado, em 1876, assim a primeira forma
de assistência á saúde dos moradores de Vigolo e região foi ‘Hospitalizinho’, aberto por
Amábile e sua amiga, Virginia, que ai sediaram sua congregação religiosa, a “ obra da
Imaculada”.
Do ‘hospitalzinho à construção de uma fábrica de seda: Modernidade,
capitalismo e religião.
Após a morte da doente, o “hospital” passa a atender todos os tipos de pessoas
necessitadas. A obra cresce, as jovens passam a seguir o caminho da vida religiosa e
assim, as dificuldades financeiras aumentam, tornando os poucos recursos
insuficientes para sustentar as irmãs, as noviças e os assistidos. Por isso, Santa
Paulina, de idealizava uma fábrica de seda.
Determinei estabelecer uma pequena fábrica de tecelagem oferecendo, assim,
um meio eficaz para a educação religiosa da juventude feminina de Nova
Trento e, ao mesmo tempo, dar a este povo um meio de vida” – escreveu
Madre Paulina no diário da comunidade religiosa. ( CADORIN, 2002, p. 57)
3
M. DOROTÉRIA, História da Congregação, p. 75
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Era mais uma das iniciativas de Santa Paulina, para solucionar os problemas
financeiros surgidos com o aumento das vocações no pequeno convento, bem como
solucionar outros problemas com as crianças órfãs e alguma ocupação para juventude
de Nova Trento-SC.
De espírito empreendedor, em 03 de junho de 1896, Santa Madre Paulina,
escreve uma carta ao pároco da cidade de Brusque, expondo o desejo de ir até à
cidade aprender algo a mais sobre a industrialização da seda e pedindo espaço para
ficar por uma semana, conta Cadorin:
No dia 29 de outubro de 1896, foi dada a bênção da “Filanda”, ou seja,
fábrica de seda, mandada construir pela Madre Fundadora , depois de adquirir
prática em Brusque e preparar os teares com o Sr. Giacomo Furlani, e que
começou a funcionar no dia 3 de novembro de 1896”. ( CADORIN, 2002; p.
65)
Réplica do interior da fábrica4localizada no museu em Nova Trento-SC
Ao abordarmos a indústria de seda no município de Nova Trento-SC,
queremos trazer à tona aspectos de uma atividade econômica que fez o nome deste
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Foto Neusa Santos
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antigo núcleo colonial ser conhecido dentro e fora do país devido à qualidade da seda
produzida, conforme veremos nas cartas e figuras a seguir. Segundo o
desenvolvimento da indústria, cresceu tanto que foi levada à exposição, como conta
Zanini:
as primeiras amostras de seda produzida em Nova Trento foram mandadas
para análise de laboratório e os resultados apontavam-na ser de melhor ou
igual qualidade que a chinesa [..] em 1887, a fábrica produzia duas toneladas
de casulos e uma média de 600 quilos de seda fiada. Neste mesmo ano alguns
produtos da fábrica de seda foram expostos no Desterro, hoje a cidade de
Florianópolis, causando boa impressão”. (ZANINI, 2006, p.40)
Segundo Sandra Jatahy Pesavento, em 1889, foi realizada uma Exposição
Universal para celebrar o centenário da Revolução Francesa .
As exposições universais idealizam o valor de troca das mercadorias.
Criam um quadro no qual seu valor de uso passa para o segundo plano.
Inaugura uma fantasmagoria a que o homem se entrega para se distrair. A
indústria de diversões facilita isso, elevando-o ao nível de mercadoria. O
sujeito se entrega ás suas manipulações, desfrutando a sua própria
alienação e a dos outros. ( PESAVENTO, 1997, p. 37).
No ano seguinte, o incentivador e colaborador de Santa Paulina, em 1889, o
Cel. Henrique Boiteux, enviou amostras de manufaturados de seda à Preparatória da
Exposição universal que se realizaria no Rio de Janeiro. “As exposições universais
foram precedidas por exposições nacionais da indústria, a primeira das quais ocorreu
em 1798, no Campo de Marte. (MATTOS, 2006)
Nessa ocasião, o jornal desterrense “ Tribuna Popular”, fez alusão aos
produtores da seda da seguinte forma:
São dignos de nota, ainda, os finíssimos e apreciáveis trabalhos da seda
preparados em Nova Trento e enviados à Exposição pelo distinto chefe liberal
daquela localidade, o Sr. Tenente Coronel Henrique Carlos Boiteux. É
admirável o modo por que essa importantíssima indústria, que é de grande e
opulento futuro para nós, dia a dia, aumenta e prospera naquela risonha e
aprazível localidade, que está destinada pela sua situação, ardor juvenil de
seus habitantes para as artes e industrias, a ocupar saliente e elevado entre os
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outros pontos mais adiantados e florescentes desta província”. (DCIIC, 1986;
p. 213)
Réplica do interior da fábrica5localizada em Nova Trento-SC
Dez anos depois, Irmã Vicência Theodora da Imaculada Conceição,
diretora da fábrica, dirigiu-se ao governador, pedindo ajuda em uma carta de
10 de junho de 1907, quando Madre Paulina já vivia na cidade de São Paulo.
Exmo. Sr. Governador. A fábrica de tecidos em seda nacional, iniciada em
Nova Trento, em 1894, dirigida pelas Irmãs da Imaculada Conceição,
esforçou-se até agora de desenvolver ao bem do publico a indústria da seda
exclusivamente nacional. Esta fábrica apresentou trabalhos na Exposição de
São Luiz detendo a medalha de ouro e, na Exposição Agrícola de
Florianópolis, foi a medalha de 1ª classe. Também tem a honra de apresentar
neste ano ao governo Federal. A fábrica existente em município pobre e
desprovida de engenhos e teares aptos para a tecedura da seda, teve até agora
de se utilizar dos destinados ás obras de algodão, o que exige tempo e
trabalho todo a Mão, extraordinários e sem poderem os tecidos alcançarem a
fineza e o brilho desejado. Também sendo eminente a esta estação da
circulação do bicho da seda, a fabrica destituída de recursos, vê-se n’este ano
impossibilitada de comprar casulos dos colonos, os quais já desanimados, vão
abandonar este ramo de indústria que lhe custa trabalho extraordinários.
Conhecendo que o Governo Estadual, desejoso de desenvolver a indústria do
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Foto Neusa Santos
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Pais e, singularmente, de Santa Catarina, em virtude da lei votada pelo poder
Legislativo do Estado, está autorizado a auxiliar as fábricas destinadas a
beneficiar a seda, a Diretora da 1ª fábrica de seda, vem respeitosamente
solicitar o dito auxilio, de que deste já professa-se sumamente reconhecida.
(DCIIC, 1986, p. 502)
Foto de diploma recebido nas exposições Nacionais6
Assim, a fábrica “recebeu o auxilio de dois mil réis do governo e estes foram
empregados na construção de novas oficinas de fiação e fornos para aquecer os
casulos.” ( CADORIN, 2002).
Entre os anos de 1903 a 1909, as irmãs de Nova Trento-SC enviam a seda para
ser vendida em São Paulo, conforme cartas de Santa Paulina que, a partir de 1904,
passou a viver
em São Paulo-SP, embora a fábrica e um grupo de irmãs
permanecessem em Nova Trento-SC.“ Soube que você vendeu a seda branca, mas
ainda não recebeu o dinheiro. A outra peça de 24m já terminamos. (CARTAS,CIIC,
p. 1904)
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Foto Neusa Santos
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Tecidos originais na réplica fábrica7localizada em Nova Trento-SC
Da fabricação das sedas à construção de cenários de consumo
Dois séculos depois, com a beatificação de Madre Paulina, em 1981 e a
canonização em 2002, a partir de então, políticos e empresários passaram a valorizar
cada vez mais o potencial dessa atividade como incentivo para um maior
desenvolvimento do estado. Dessa forma, a visão do estado de Santa Catarina, voltase para a religiosidade, na qual se encontra um novo filão de consumo e
alavancamento do município através do titulo da primeira santa do Brasil, canonizada
em 19 de maio de 2002. O números de peregrinos e devotos da santa crescem a cada
dia, levando à construção de um Santuário em 2006. Desse modo, as peregrinação
tornam-se hoje ‘fenômeno religioso’, sendo cerca de 1008 mil peregrinos ao mês,
segundo dados de pesquisa realizada em 2011 pela SANTUR 9 . Émile Durkhein,
define os fenômenos religiosos como representações coletivas:
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Foto Neusa Santos
Pesquisa da SANTUR turismo realizada em 2011, disponível em www.santur.com.br
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Secretaria do Turismo e Cultura do estado de Santa Catarina
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A religião é uma coisa eminentemente social. As representações religiosas
são representações coletivas que exprimem realidades coletivas; os ritos são
maneiras de agir que só surgem no interior de grupos coordenados e se
destinam a suscitar, manter ou refazer alguns estados mentais desses grupos
(Durkheim, 2003, p. XVI)
O santuário de Santa Paulina tornou-se um dos maiores centros de visitação
do estado de Santa Catarina (SANTUR, 2011), passando a ser um espelho do
consumo religioso, como diz Bourdieu (2005), que o maior mérito de Weber foi ter
salientado que a urbanização contribuiu para a racionalização e moralização da
religião, favorecendo o desenvolvimento de um corpo de especialistas incumbidos
da gestão dos bens de salvação. A religião entendida pelo autor só se concretiza na
medida em que as relações sociais se emancipam da subordinação rural que “obsta a
racionalização das práticas e crenças religiosas: entre outras, a subordinação ao
mundo natural que estimula a idolatria da natureza” (BOURDIEU, 2005, p. 34).
O espaço do sagrado é o seu próprio mundo e com isso, peregrinar é
vivenciar uma experiência não compartilhada, uma experiência solitária, mesmo
quando feita em grupo. O peregrino engole a paisagem, devora a imagem e se
abastece e se fortifica porque ‘as pessoas não se guiam mais por prescrições
dogmáticas, passando à cultura do consumo, em que Edgar Morin diz: “ [...] uma
cultura constitui um corpo complexo de normas, símbolos, mitos e imagens que
penetram o indivíduo em sua intimidade, estruturam os instintos, orientam as emoções
(MORIN, 1997, p. 15).
Com os turismos, os territórios nacionais e internacionais se reconhecem e se
relacionam, as migrações se multiplicam, os modos de vida se padronizam. Bauman afirma
que:
[..] vê refletida a imagem do sujeito pós-moderno idealizado, que evita fixarse em qualquer identidade durável, detentos de uma mobilidade que lhe
permite proteger-se contra a inclemência dos lugares estrangeiros sempre que
“ as coisas ameaçam escapar do controle, ou quando seu potencial de
diversão parece ter-se exaurido”( BAUMAN, 1998, p.114).
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A mobilidade social no espaço torna-se uma condição de existência. Dessa forma,
observamos a influência do planejamento turístico sobre o desenvolvimento da urbanização
de nova Trento SC, já que essa atividade exerceu influências determinadas para o progresso
socioeconômico da região.
Hoje, o santuário é que movimenta a economia local, entre a gastronomia típica da
região, os demais objetos, entre os quais o peregrino, também, retorna à sua casa e leva
lembranças, fotografias, postais, vestuários e souvenirs , e por presente Daniel Miller,
define:
O presente deflagra o ato de separação entre o individuo e o domicilio com o
ato de separação entre a extravagância é o ethos normativo do compra, que é
o da economia. Aquilo que o comprador faz em favor de seu lar é
determinado pela economia, ao passo que sua presença individual é
representada pelo presente”. ( MILLER, 2002, p.63)
Os consumidores ascendem à condição de mercado não como simples lugar
de troca de mercadorias, mas como parte de interações socioculturais mais complexas,
onde se destacam a distinção e personalização simbólica dos objetos comprados.
Assim, a religião torna-se espetáculo de consumo, não só pelo olhar externo, mas
pelo próprio olhar interno do adepto, à medida que as modernas transformações
culturais vão impactando a maneira como os fiéis manifestam e vivem a religião,
mesmo que a opção seja viver os costumes e a tradição.
Considerações finais
A religião e o consumo, também na atualidade, constroem novos estilos e espaços
para a junção da oração, das trocas de culturais, da comunicação e nele para a prática do
consumo. Lúcia Bueno afirma que:
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O estilo de vida moderno modela-se nas experiências da aproximação e da
associação inédita entre literatura, arte, política, moda, gastronomia,
decoração e as mais diversas práticas de consumo numa dinâmica que cada
vez mais mescla arte e vida cotidiana, alta cultura e culturas populares,
subjetividade e materialidade. Nas metrópoles dos séculos XIX e XX, os
espaços mais valorizados têm sido os que agregam cultura, consumo e lazer
(BUENO, 2008, p. 12-13).
Com 123 anos de história iniciada por Santa Paulina num pequeno hospital,
seguida da construção de uma pequena fábrica de seda e hoje, um Santuário, nos
quais destacam os fenômenos das peregrinações advindas do Brasil e vários países da
Europa, América Latina e África, entre outros.
Com a construção do Santuário, a figura de Santa Paulina, está na mídia de SC,
sendo foco das notícias de cada semana e, com isto, vem sendo reconhecida, representando
uma nova estrada para o consumo da religião, tendo a SANTUR10 como propagadora que
há cerca de três anos, por ser uma agência de fenômeno do turismo de Santa Catarina,
criou o roteiro “caminho da fé”, curso e percurso que passa por várias localidades, outras
cidadezinhas, tendo como meta chegar à Nova Trento - Vígolo, no Santuário de Santa
Paulina. Desse modo, o Santuário Santa Paulina se define como o “novo” na contribuição da
economia local e estadual de Santa Catarina.
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Secretaria de Turismo de Santa Catarina
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htpp://www.santuariosantapaulina.org.br
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