I Congresso Internacional de Pesquisa em Letras no Contexto Latino-Americano e
X Seminário Nacional de Literatura, História e Memória
21 a 23 de Setembro de 2011
UNIOESTE – Cascavel/PR
Uma reflexão acerca da pluralidade de imagens do professor apresentadas em diferentes
gêneros discursivos
COTTICA, Ângela Maria (PG-UNIOESTE)
SEIDE, Márcia Sipavicius (UNIOESTE)
RESUMO: A partir do resgate de várias imagens e modelos de professor, buscar-se-á saber
como este profissional tem sido visto em livros, propagandas e filmes enfim, em diferentes
gêneros discursivos que chegam até a sociedade e direta ou indiretamente formam e/ou
transformam concepções. Sabe-se que distintas imagens apresentadas por esses gêneros
trazem consigo intuitos diferentes, que atingem pessoas de níveis culturais mais ou menos
elevados, distorcendo a imagem profissional do professor, que ora é estereotipada e
caricaturesca, ora é humanizada e valorizada. Para o presente trabalho, foi feita uma busca de
imagens de professores encontradas em propagandas / campanhas variadas que atingem um
grande e diversificado público, bem como na literatura e no cinema, sendo analisadas a partir
do contexto sócio-histórico de produção e suas representações. Constata-se a partir das
análises realizadas no trabalho, que a representação do professor não tem imagem definida,
mas que há a busca incessante para que o professor seja valorizado, e profissionalmente,
atinja um padrão equiparado a perfeição, por ser ele alguém que forma os profissionais do
futuro. Conclui-se que a pluralidade de imagens, surge em virtude de não haver clareza sobre
qual é realmente a função do professor, tendo em vista o fato de a sociedade despejar no
docente funções diversas que denunciam fracassos institucionais.
PALAVRAS-CHAVE: Professor. Imagem. Gêneros Discursivos. Dialogismo.
ABSTRACT: From the rescue of several images and kinds of teachers, it is hoped will know
how this profissional has been seen in books, advertisements and films, finally, in different
discursive genres that come up to the society and directly or indirectly form and/or transform
conceptions. It is known that distint images presented by these genres bring with themselves
different intentions, which affect people from higher or lower cultural levels, distorting the
professional images of the teacher, and that one sometimes is stereotypical caricature,
sometimes is humanized and valued. To the present issue, it was done a search about teacher‟s
images found in the media, mainly among the various campaigns as well as literature and
movies, this campaigns were analyzed from the historical/social context, genres and their
comprehensions. It is testified from the analysis realized at work, the teacher representation
has no clear image, but there is a continuous search to the teacher be valued professionally
and reach a standard equivalent to perfection, because he is a person that forms professionals
to the future. It is concluded that the plurality of images, comes because there‟s no clarity
about indeed, what is the teacher‟s role with a view that the society dumps to the teacher
several functions which denounce institutional failures.
KEY WORDS: Teacher. Image. Discursive Genres. Dialogism.
INTRODUÇÃO
No mundo todo, poucas profissões gozam de tanto prestígio junto à sociedade quanto
os professores. No entanto, nos encontramos perdidos em meio a muitas imagens e discursos
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que mesmo não sendo reais ou condizentes com a realidade, buscam uma representação e
acabam por tornar o professor um profissional multifacetado.
A sociedade, no decorrer dos anos, estabeleceu diferentes representações quanto à
imagem do professor, desde as mais simpáticas, competentes e humanizadas até as mais
autoritárias, estereotipadas e caricaturescas. Este fato nos leva a refletir sobre como e por que
surgem estas múltiplas imagens.
As representações construídas em torno dos docentes, ao longo da história da
educação, revelam um profissional com a vida muito observada e sujeita à críticas, tendo até
mesmo suas condutas regradas pela sociedade.
Sabe-se que distintas concepções surgem a partir de diversos enunciados, que com
seu poder discursivo, trazem muitas particularidades e diferentes intuitos que atingem pessoas
de níveis culturais mais ou menos elevados, com diferentes graus de percepção e criticidade, o
que acaba muitas vezes por distorcer a imagem profissional do professor.
Mas será que existe uma imagem ideal que possa representar o profissional em
questão?
De que forma os gêneros discursivos contribuem na formação das imagens formadas
socialmente?
Verifica-se a partir da análise das diversas imagens, que transmitir conhecimento a
crianças e adultos, é tido pela maioria das pessoas como sacerdócio, como uma missão
sublime, o que justifica essa busca constante por uma imagem ideal.
Pensando nisso, far-se-á neste trabalho um resgate de várias imagens e modelos de
professor que perpassam em alguns meios de comunicação de massa, bem como na literatura,
e a partir deste resgate objetiva-se saber como este profissional é apresentado pelos diversos
gêneros discursivos. Para tanto, cada imagem estará sendo analisada a partir do contexto
histórico/social de produção no qual se insere, da particularidade que compõe cada gênero e
de suas possíveis interpretações.
Como ponto de partida em busca de respostas que tornem menos conflitantes estas
indagações, buscar-se-á primeiramente entender o que são os gêneros do discurso.
UMA BREVE ABORDAGEM SOBRE GÊNEROS DISCURSIVOS
Na atualidade são inúmeros os gêneros discursivos que nos permeiam. Cada um
possui suas especificidades, porém é possível que todos sejam construídos com o mesmo
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intuito: o processo interativo. Mesmo se pensar que cada qual tem intenções diversas pode-se
observar uma perspectiva dialógica em sua construção, pois têm por objetivo estabelecer a
interação discursiva.
Portanto, ideais subentendidos podem influenciar nas escolhas e/ou concepções em
construção de um leitor. Um locutor utiliza-se de uma construção linguística e, através desta,
é possível configurar o já dito ou não-dito, ou seja, a intenção que se quer disseminar ou um
ideal que se pretende deixar subentendido. Assim, conforme as concepções de Bakhtin (2003,
p.317), que desenvolveu seus estudos na área das vozes presentes num enunciado, “Na
pluralidade premeditada (consciente) de estilos, sempre há relações dialógicas entre estilos.”
Ou seja, o discurso admite uma relação dialógica que é constitutiva do sujeito falante.
Enunciados, palavras, textos trazem sempre outros textos e outras palavras, impregnadas de
sentido, vindas do outro. O estudioso russo (2003) refere-se, ainda, ao fato de que a
linguagem não é apenas expressão desse mundo constituído por várias linguagens sociais e
histórico/ideológicas, mas também a construção de algo novo e irreproduzível.
Um texto é um todo de sentido e, nessa perspectiva, existe sempre algo para além das
palavras-objeto, algo que remete o leitor para a compreensão do texto para fora dos limites
estreitos da palavra.
Em decorrência desta perspectiva, a discussão acerca dos gêneros discursivos está
sendo amplamente propagada no âmbito educacional, apesar de, segundo Marcuschi (2009),
já existir no Ocidente há pelo menos vinte e cinco séculos. Esta emergência decorre de uma
concepção dialógica da linguagem, que remete o sujeito a ideia de interação, ou seja, há uma
preocupação para que o ato comunicativo ofereça ao locutor e interlocutor a possibilidade de
compreensão e interpretação mútua.
Se considerarmos que os gêneros discursivos demonstram, graças a seu contexto
produção, o funcionamento de uma sociedade (como por exemplo os contos de fadas, que
inicialmente eram contos direcionados à adultos, e tinham como finalidade informar,
disseminar alguma mensagem à sociedade de um outro momento da história) e refletirmos
acerca da era tecnológica na qual vivemos, é possível compreender o porquê temos tantas
possibilidades discursivas, tornando o estudo dos gêneros imprescindível. Basta olhar em
volta, que tudo o que vemos ou recebemos é informação. Isto se concretiza em textos que os
representam, denominados por Bakhtin (2003) de Gêneros do Discurso e por Bronckart
(1999) de Gêneros Textuais.
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Assim, não se concebe a comunicação verbal, desvinculada de um gênero, pois toda
comunicação verbal estaria atrelada a um texto. Segundo Marcuschi (2009, p. 154)
...a comunicação verbal só é possível por algum gênero textual. Daí a
centralidade da noção de gênero textual no trato sociointerativo da produção
lingüística. Em conseqüência, estamos submetidos a tal variedade de gêneros
textuais, a ponto de sua identificação parecer difusa e aberta, sendo eles
inúmeros, tal como lembra Bakthin (1979), mas não infinitos.
Enquanto numa tradição de estudo de gêneros estes se pautavam apenas na
literatura, o que temos hoje é um de estudo de gênero pensando nas múltiplas possibilidades
de textos existentes e mais especificamente, no que tange as perspectivas sociodiscursivas.
Assim, pode depreender-se que os gêneros estão situados numa relação sócio-histórica como
formas de concretização e legitimação discursiva de contextos diversificados. Como afirmou
Bronckart (1999, p.103) “a apropriação dos gêneros é um mecanismo fundamental de
socialização, de inserção prática nas atividades comunicativas humanas”, reforçando a
concepção de que a linguagem se concretiza no gênero, e demarcam a sociedade de uma
época. Postula ainda Marcuschi (2009, p.162)
que “o gênero textual não cria relações
deterministas nem perpetua relações, apenas manifesta-se em certas condições de suas
realizações. Desde que nos constituímos como seres sociais, nos achamos envolvidos numa
máquina sociodiscursiva”.
Então, diante da diversidade de gêneros, o que determina a seleção de qual melhor se
aplica a situacionalidade pretendida pelo locutor, é o querer-dizer deste locutor que, tendo em
vista a esfera de circulação de seu discurso, a sua temática e seu interlocutor, seleciona um
gênero que o representará numa determinada situação, adaptando-o à sua individualidade e a
sua subjetividade. Esta escolha está direcionada a um certo interlocutor e quando haverá
reciprocidade da compreensão enunciativa é, segundo Bakhtin (1997, p.123) “o fenômeno
social da interação verbal”. Segundo o autor ainda (2003, p.272), “toda compreensão plena é
ativamente responsiva e não é senão uma fase inicial preparatória da resposta”. Decorre destas
inferências uma posição dialógica da linguagem, frente aos gêneros discursivos, sendo pois,
uma posição interacionista, através da qual os sujeitos fazem uso da linguagem nas mais
variadas formas de materialização, com o intuito de se comunicarem, se fazerem entender e
terem uma resposta esperada, além de possuírem uma intencionalidade com este ato.
Pensando nesta perspectiva dialógica foram escolhidos como corpus de análise para
este trabalho o gênero propaganda, com um cunho de campanha, promovida por órgãos
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federais, obras literárias, incluindo a literatura infanto-juvenil e três filmes. Enquanto as
propagandas têm como suporte revistas de ampla circulação nacional, as obras literárias têm
como suporte livros. Já os filmes são veiculados no cinema e/ou televisão. É possível observar
que o veículo de publicação promove uma diversificação de público-alvo, tendo em vista os
meios sociais por onde circulam, sendo apresentados a pessoas com concepções e leituras de
mundo diferentes. .
ANÁLISE DE IMAGENS FORMADAS ATRAVÉS DOS GÊNEROS DO DISCURSO AO
LONGO DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
Passar-se-á a análise de algumas obras literárias, que com sua representatividade ,
fizeram e fazem circular discursos permeados por várias vozes sociais, criando imagens e
formando concepções diferentes em diversos momentos da história da educação.
Solteirão, ranzinza, autoritário, mandão, que não domina o assunto, se veste mal ou
de forma ridícula, entusiasta, mau-humorado, arrogante, inseguro, ditador que não dá espaço
para o aluno, ou, por outro lado excessivamente maternal („tia‟), abnegado sem consciência de
que ser professor é uma profissão. Estas são apenas algumas das representações que
permeiam em gêneros discursivos.
Desta maneira, pode-se perceber a linguagem como espaço onde se organiza a
percepção a partir de significados variáveis, uma vez que os indivíduos que integram esta
linguagem são diversos, singulares e convivem com diferentes discursos sociais. Toda
linguagem está ligada a uma imagem e esta imagem busca representação do que gostaríamos
que fosse real. Desta forma toda imagem é polissêmica, ou seja, é repleta de mensagens que
podem significar diversas coisas, não podendo ter interpretação única porque cada indivíduo é
único e, portanto, para cada um dos múltiplos envolvidos num discurso as representações
serão diferentes. Na concepção bakhtiniana
Na realidade, não são palavras o que pronunciamos ou escutamos, mas
verdades ou mentiras, coisas boas ou más, importantes ou triviais, agradáveis
ou desagradáveis, etc. A palavra está sempre carregada de um conteúdo ou
sentido ideológico ou vivencial. É assim que compreendemos as palavras e
somente reagimos àquelas que despertam em nós ressonâncias ideológicas
ou concernentes à vida. (BAKHTIN, 1997, p.95 – grifo do autor)
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Desta forma, a presente reflexão se dá a partir da concepção de literatura como um
discurso que se materializa em texto tornando-se parte de sistemas organizados – sociedade,
língua, ideologias. Pretende-se entender como a literatura contribuiu para semear diversas
imagens do professor na sociedade, ressaltando que a apresentação destas imagens não
passam despercebidas em esfera social alguma, em decorrência do status social ocupado por
este profissional. Para poder analisar cada um dos diferentes modelos de professor das obras
escolhidas, faz-se ainda imprescindível o resgate do contexto de produção.
Assim começa-se por recuperar informações sobre a situação educacional do Brasil
na passagem do século XIX para o século XX, relacionando desde então, o contexto com os
diversos gêneros discursivos que buscam retratá-lo. Ao observar o contexto daquela época,
constata-se que havia muitas críticas quanto ao abandono educacional e a maioria das
províncias brasileiras caminhavam rumo ao futuro com grande parte da população analfabeta,
tanto no campo como nas cidades.
De acordo com Louro (1997), as escolas eram fundadas por ordens e congregações
religiosas femininas e masculinas, nas quais os professores deviam ser pessoas de moral
intocável, provindas de um ambiente doméstico decente e saudável, pois as famílias iriam
confiar-lhes seus filhos e filhas.
Neste momento, começou a se impor um modelo de educação fundado nas aulas
régias: os professores passam a dar aulas nas suas casas. Professores estes que agiam de forma
severa, autoritária e que utilizavam a palmatória. Recomenda-se às mestras e aos mestres a
severidade e a firmeza, precisavam conter gestos e sorrisos, a recusa de qualquer afago ou
aproximação física. Para garantir o bom trabalho da mulher professora, eram colocados
homens como autoridade superior na escola.
No romance O Ateneu, de Raul Pompéia, uma das obras mais importantes do
Realismo Brasileiro, temos um exemplo desta rigidez e também as marcas por ela deixadas na
vida do aluno. O personagem Sérgio, já adulto, conta sobre seu tempo de aluno no Colégio
Ateneu. A ação do livro transcorre no ambiente fechado e corrupto do internato, onde
convivem crianças, adolescentes, professores e empregados.
O romance inicia-se com o pai de Sérgio advertindo “Vais encontrar o mundo, disseme meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta.” (POMPÉIA, 1980, p.11). Dr. Aristarco
era o diretor do colégio. Figura soberba, cheia de empáfia e que visava apenas o lucro. Sérgio
vai narrando as decepções, os medos, as dúvidas, a rígida disciplina, as amizades, os
acontecimentos em torno da própria sexualidade, as questões nem sempre respondidas. O
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mundo da escola é sempre vista e retratado a partir da perspectiva particular do Sérgio. Desse
modo, a instituição, os colegas, os professores e o diretor Aristarco são representados em
função de certa ótica, claramente caricatural, em que os erros, hipocrisias e ambições são
projetados e realçados.
Misturando alegria e tristezas, decepções e entusiasmos, Sérgio, pacientemente
reconstrói, por meio da memória, a adolescência vivida e perdida entre as paredes do famoso
internato. A obra acaba com o incêndio do Ateneu provocado pelo estudante Américo. No
incêndio o diretor fica perdido, estático com o que está acontecendo com o seu patrimônio e
naquele mesmo dia é abandonado pela esposa.
Observe este fragmento que retrata a severidade com que eram tratados os alunos no
colégio Ateneu, e que representava a imagem educacional da época. Esta passagem evidencia
que os pais esperavam exatamente esta rigidez da escola. Pompéia descreve:
− De (...) de joelhos como um penitente expiando a culpa de uma raça. O
diretor chama-lhe cão , diz que tem calos na cara. Se não tivesse calos no
joelho, não haveria canto do Ateneu que ele não marcasse com o sangue de
uma penitência. O pai é do Mato Grosso; mandou-o para aqui com uma carta
em que o recomendava como incorrigível, pedindo severidade... (POMPÉIA,
1980, p.28)
Ainda pensando no modelo tradicional de escola, podemos citar a obra Um pipi
choveu aqui, de Sílvia Orthof, a professor Dona Carola também é apresentada de forma
estereotipada, ou seja, ranzinza, chata, intransigente. É a típica professora que não tem
vínculo afetivo com os alunos, demonstrando até não se importar com eles, preocupava-se
apenas com conteúdo que devia ser passado. A autora narra:
A professora zangada, não quer ser interrompida, responde, toda enfezada,
muito danada da vida:
− Estou explicando, sobre a água que evapora.
Não interrompa a minha fala!
Quando eu falo não é hora de sair da sala! (ORTHOF, 1983, p.11)
Trata-se da história de um menino chamado Pedro Pedroca que assiste a uma aula
expositiva que trata do processo climático da chuva. Enquanto que Dona Carola explica o
processo da chuva, Pedro Pedroca vai sentindo vontade de fazer xixi e levanta a mão pedindo
permissão para ir ao banheiro, mas Dona Carola, como não permite ser interrompida não dá
autorização ao menino. Ele pensa então que fazer uns pinguinhos de xixi nas calças o deixa
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aliviado e conseguirá assistir até o final da explicação. Porém ao liberar esses pinguinhos ele
solta todo o xixi e acaba por molhar todo o chão. Nesse momento, ele faz uma ligação entre o
processo que estava sendo explicado pela professora e o seu xixi, relacionado a água da chuva
que evapora e o xixi que sai da gente, deixando evidente que havia compreendido o que a
professora explicava, mas de forma prática, no entanto, isto não importava à Dona Carola. A
professora totalmente intolerante e incompreensiva expulsa Pedro da sala. O garoto sai
chateado e ao deixar a escola, começa a chover.
Dona Carola apresenta resquícios da época das aulas régias, que exigiam
do
professor um comportamento severo e enérgico. As mulheres que não se casassem e não
constituíssem família, seguiriam no magistério não por opção, mas por não exercerem um
papel importante na sociedade. Assim, as “solteironas” como eram chamadas, acabavam
vendo o magistério como um trabalho árduo, como um castigo, um caminho tortuoso e
frustrante, e acabavam descontando seus recalques nos alunos, como mostra o fragmento:
A professora Dona Carola,
Muito antiga na antiga escola
Expulsava e repetia
Porque a chuva, chovendo chovia.
Dona Carola explicava, com uma voz que sabia o que dizia,
Era uma voz esganiçada, que baixava e que subia, ai, que voz
tinha a Carola, falava, que agonia, falava, falava, muito, logo
depois repetia, repetia, que agonia, enquanto a turma ouvia,
escutava, ai, sofria! Dizia Dona Carola, ditava, lia, relia,
escrevia e copiava, mais uma vez explicava porque a chuva chovia.
(ORTHOF, 1983, p. 06)
Vista de forma negativa pelos alunos, as professoras que se enquadram no perfil de
Dona Carola, acabam, no final das historias, pagando por seu comportamento arredio e
rabugento, o que retrata de certa forma a vingança dos alunos, ou seja, a forma que os alunos
encontram de punir a professora. É o que acontece com o personagem Pedro, que como fica
evidenciado no fragmento abaixo, fica imaginando que o seu xixi evaporou e vai molhar Dona
Carola, vai inundar a escola e com isso se sentirá vingado. Percebe-se ainda neste fragmento a
imagem de bruxa que o menino internaliza da professora, só que ao invés da vassoura, ela está
montada no quadro-negro.
E choveu, choveu, choveu,
Lá vai Dona Carola,
montada num quadro negro,
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que já virou barcarola,
a chuva é meio amarela?
Será imaginação?
Será que o xixi do chão evapora, vira nuvem,
Inunda toda uma escola,
Encharca a velha Carola,
Será a chuva amarela?
Se for, bem feito pra ela! (ORTHOF, 1983, p.20)
Na segunda metade do século XIX, a educação passou a ser vista como obrigatório e a
alfabetização da mulher como algo necessário, já que cabia a ela a formação dos homens. Afirmava-se
que o magistério só seria eficiente se a mulher o assumisse, pois a escola pareceria um lar e a criança
não sofreria grande impacto na passagem da casa para a sala de aula. Na verdade, tal conceito foi
imposto para mascarar o fato de as mulheres serem trabalhadores baratos para exercer a tarefa
pedagógica, ou seja, pelo fato de as mulheres ocuparem um espaço de trabalho indesejado pelos
homens, não haveria competições entre eles, um sendo dominante e o outro dominado. Em outras
palavras, o magistério complementaria o trabalho doméstico feminino e, como era uma atividade
complementar, não precisaria ser muito bem remunerada, para que prevalecesse a superioridade
econômica do homem.
Também contribuiu para a supremacia da mulher no magistério, o fato de que ela tinha
como destino desempenhar o papel de esposa e mãe. Ela deveria ser, em primeiro lugar, o pilar de
sustentação do lar: a mãe virtuosa, a educadora das gerações futuras; possuir, além de sólida formação
cristã, moral inquestionável e bons princípios. Ou seja, a mulher tinha de abnegar-se de seus anseios e
necessidades e exercer o seu papel social de educadora dos filhos. As mulheres carecem tanto mais de
instrução porquanto dão a primeira educação aos seus filhos. São elas que fazem os homens bons e
maus; são as origens das grandes desordens, como dos grandes bens; os homens moldam a sua
conduta aos sentimentos delas.
Diante dessa imagem „grandiosa‟ da professora que correspondia à mãe, as normalistas
veem nos alunos a imagem de filhos espirituais a se dedicam abnegadamente. Na obra A fada que
tinha ideias, de Fernanda Lopes de Almeida, a imagem da professora de horizontologia está atrelada a
uma imagem maternal pela relação de afetividade entre Clara Luz e a professora (relação mãe-aluno),
pois a professora já não apresenta a imagem de detentora do saber e da ordem. Sem pensar se era
proibido ou não, passou a dar aulas no horizonte, como desejava Clara Luz. A própria disciplina,
horizontologia, nos remete a ideia de um rompimento com o tradicional: buscar novos horizontes para
o conheciemnto, as lições de vida que extrapolam os limites da sala de aula.
Podem ser observados sinais de ruptura na imagem do professor autoritário também na obra
de Ziraldo, Uma professora maluquinha, que ensinava sim, mas também aprendia com seus alunos, os
quais aprenderam Português, Matemática, História, Geografia...através de aulas criativas e bem
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humoradas. “Com ela não tinha castigo. Tinha julgamento. Se um lá fizesse alguma coisa que
parecesse errada, ela convocava o „júri‟. Um aluno para a acusação, outro para a defesa. O resto da
turminha era o corpo de jurados”(ZIRALDO, 1995, p.39). Uma imagem adorável de professora
construída, mesmo ela tendo fugido com o namorado, no final do livro. A história é contada pelos
próprios alunos e ao final desta, lembram dela com muita saudade e agradecem à vida a oportunidade
de terem tido uma professora inesquecível, ignorando a fraqueza dela e demonstrando respeito pela
sua vida pessoal. Com certeza o que ela lhes ensinou ajudou-os muito para a vida, não havia
necessidade de criticar suas atitudes.
Outra imagem diferente ainda circula pela literatura. Em Sangue Fresco, de Marinho, a
imagem da professora idealizada é radicalmente invertida, ou seja, os estereótipos de bondade e de
generosidade são substituídos pelos da beleza: Jandira não só era uma boa professora de Estudos
Sociais como também uma professora „boa‟. Quando Jandira se apresenta aos alunos, é recebida com
muito barulho e assobios, o que quebra o distanciamento entre professor e aluno. Na verdade, Jandira
quebra todos os protocolos, tanto no que diz respeito ao comportamento, quanto na aparência, pois o
trajar discreto, típico das professoras tradicionais é substituído por roupas sensuais.
No que se refere ao caráter, ética ou profissionalismo, preceitos básicos para qualquer
professor, eles não têm respaldo em Jandira, que assume um comportamento totalmente avesso a estes
conceitos. Ela é namorada do chefe de uma quadrilha que rapta crianças para vender seu sangue. Fato
que torna-se mais fácil devido ao poder de sedução que Jandira exerce sobre os adolescentes, tornadoos „presas fáceis‟. A protagonista da história faz uso da respeitada imagem de professora em benefício
dos próprios interesses, não manifestando qualquer traço de preocupação pelo bem estar ou pela
integridade física dos alunos, sequestrados pelo bando.
Surge então a imagem da „professorinha‟ objeto de desejo, a qual fazia parte dos sonhos dos
adolescentes. “A professora Jandira estava luminosa, vestia uma saia-calça azul claro, de tecido anaruga e bolsa palha, três correntinhas no pescoço e um enorme rubi vermelho no dedo anular da mão
esquerda” (MARINHO, 1990, p.66).
Ainda como modelos docentes constituintes do cenário educacional, podemos citar
os professores dos filmes Sociedade dos poetas mortos, O sorriso de Monalisa e o Clube do
Imperador. Os três filmes focalizam a escola tradicional, mas com os protagonistas
representando professores de tendência libertadora, que preocupam-se em transformar a
sociedade através da conscientização dos alunos, ou seja, procuram tornar os alunos sujeitos
críticos. Ocorre então o choque entre a tendência tradicional e a libertadora, pelo fato das
linhas e objetivos educacionais serem opostos. Enquanto a tendência tradicional educa com o
intuito de apenas fazer com que os alunos servissem, sem questionar, ao sistema, a libertadora
busca transformar os alunos em sujeitos autônomos. Por consequência, estes professores são
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considerados como „avançadinhos‟ pela sociedade e pelos próprios colegas de profissão e esta
imagem compromete, principalmente no caso da mulher que passa a ser vista como
promíscua.
A princípio, os alunos estranham e alguns se recusam a aceitar esta nova maneira de
ensinar, pois sendo tais instituições extremamente tradicionalistas, seria comum que os alunos
já estivessem moldados nesta tendência, mas aos poucos são despertados e passam a ser mais
conscientes e críticos, agindo a partir de convicções próprias.
Nestes filmes, evidencia-se a ideia de professores que fazem da profissão um
sacerdócio, que fazem do „ensinar‟ o principal objetivo de suas vidas, colocando sempre os
alunos em primeiro lugar, se abstendo assim de uma vida própria. Renegam seus desejos e
vontades, de certa forma indo contra seus próprios ensinamentos.
Remetendo-se ainda às representações que circulam pela mídia, observa-se que os
gêneros discursivos por ela veiculados alcançam maior popularidade, por atingirem as
grandes massas, ou seja, pessoas de diferentes esferas sociais e com diferentes leituras de
mundo.
Nos dias atuais, percebe-se que as imagens tornaram-se ainda mais variadas, como
se professor, após ter feito uma longa caminhada obedecendo ao tradicionalismo, quando se
viu frente ao modelo libertador, acabou por perder o rumo (dificuldade de encontrar uma
representação ideal, pois agora, a escola assumia e assume papel de outros: família, igreja...).
Permanecem marcas ideológicas dos modelos passados, no entanto, um ponto
relevante que influenciou par que houvessem mudanças, foi a maneira de pensar dos pais.
Enquanto que nos séculos passados os pais exigiam rigidez por parte da escola, atualmente,
delegam poder ao filho e extraem do profissional, além de responsabilizarem a escola, o
professor e o sistema pela possível falha na educação das crianças, menos a falha deles
mesmos na função de educadores primeiros.
Os meios de comunicação, no dia dos professores de 15/10/2004, divulgaram
incessantemente uma propaganda do Governo Federal, em homenagem aos professores:
“Professor! Educação é minha estrada, muito obrigado!” Essa chamada acompanhada da letra
de um rap: “Conjugo o verbo aprender, vem do talento de ensinar, não tem dia, não tem hora,
vem da vontade de doar. Ela ta na minha, educação! Ele ta na minha, Professor, muito
obrigado!...” (MEC, 2004)
Tratava-se de uma homenagem, porém é possível depreender outras interpretações
na entrelinhas dos enunciados. Vontade de se doar a qualquer hora, como se para educação e
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X Seminário Nacional de Literatura, História e Memória
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para o professor não houvesse uma organização, horários; como se para a educação servisse
qualquer tempo do professor, enquanto na realidade sabe-se que é um caminho árduo e de
grande responsabilidade.
E, ele quem „tá na minha‟? Pela letra, o professor, entretanto é transmitida uma ideia
implícita de que pode ser a dominação do aluno em relação ao professor. No entanto sabe-se,
que por toda a história da educação os papéis não foram bem esses. Sabe-se também, que a
ideia do Governo talvez não fosse essa, mas a colocação das palavras pode produzir um efeito
de sentido oposto ao que se pretendia transmitir. Além disso, a propaganda apresentada pela
Revista Época de 11 de outubro de 2004, bem como em outras revistas, trouxe a letra do rap
empregado numa variante coloquial, apresentando marcas de oralidade e muito próximas a
linguagem do jovem, fato que também respalda a análise de que o professor pode ser
dominado pelo aluno.
Nesta perspectiva torna-se pertinente citar o que afirma Bakhtin (1997, p.282) que
“ a língua penetra na vida através de enunciados concretos que a realizam, e é também através
dos enunciados concretos que a vida penetra na língua.”
As propagandas que circulam em revistas se constituem em uma grande força
formadora de opiniões. Observemos como é vinculada a imagem do professor nesta fonte. No
ano de 2002, a Revista Veja, por várias edições seguidas divulgou a propaganda do Instituto
Brasil Voluntário, na campanha Faça Parte, que buscava incentivar os jovens a se tornarem
voluntários para trabalharem na educação.
Ao analisar a unidade sociocomunicativa da propaganda podem ser observados
diversos fatores que menosprezam o trabalho do professor. A chamada de autoria do Instituto
Brasil Voluntário apresenta a imagem de uma jovem em frente a uma lousa, caixa de giz e
apagador e no quadro a seguinte frase: “Jovens têm sempre aquela mania de querer mudar o
mundo. É com isso que estamos contando.” Sabendo que este Instituto é órgão
governamental, pode-se perceber várias intenções nas entrelinhas deste discurso, começando
pelos fatores pragmáticos, que a partir do jogo de imagens e de escritas usam características
que exaltam os jovens a ponto de motivá-los a serem voluntários sem que questionem o
porquê disto.
A propaganda faz referência aos anos 70, quando os jovens foram fundamentais para
a mudança de uma situação: “...não espere acontecer...” (Prá não dizer que não falei das flores
– Geraldo Vandré). Ainda no enunciado, “...mude o mundo...” as palavras fazem acreditar que
o poder está nos jovens, já que mudar o mundo implica em ter poder. A propaganda enfatiza o
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convite aos jovens argumentando que basta apenas um pouco de tempo e de talento, que não é
difícil, não precisa se esforçar, não dá trabalho nenhum, não precisa ser intelectual, que o
jovem só irá fazer o que gosta. O ideal é que todos aceitem sem refletir, a ideia de que ser
voluntário é ser nobre, é ser um cidadão que doa seu tempo, trabalho e talento, de maneira
espontânea e não remunerada, para causas de interesse social e comunitário.
Outra vez é preciso ressaltar que os discursos semeados nestes meios de
comunicação, atingem grande popularidade e a sua aceitabilidade depende do conhecimento
de mundo e da capacidade crítica do interlocutor.
Enfim, é através da ambiguidade, má interpretação, imagens escrachadas que os
professores entram na vida das pessoas que confiam a eles a educação de seus filhos. Imagens
que não são as reais e que torna cada vez mais difícil a definição do papel real e a
representação do professor.
Denota-se que esta pluralidade de imagens surge em virtude de não se ter clareza
primeiramente sobre qual é a função do professor. A sociedade evoluiu e perdeu
características básicas que designavam papéis às diversas instituições que compunham a vida
das pessoas e acabou por despejar para a escola e consequentemente para o professor funções
diversas, que denunciam fracassos destas outras instituições sociais, e como os fracassos são
muitos, cada vez mais o professor precisa se desdobrar para tentar alcançar êxito na árdua
tarefa que é educar e formar cidadãos, ficando cada vez mais distante a imagem de
transmissor de conhecimento científico.
CONCLUSÃO
A diversidade de gêneros discursivos cumpre o papel, nesta pesquisa, de apresentar
muitas imagens e ideologias a respeito do profissional professor. Este ora cumpre o modelo
de personagem autoritária, ridícula e esteriotipada, ora evolui para um profissional ciente de
seus deveres, mas que nem por isso deixa de expressar seus sentimentos e viver uma vida
além das paredes de uma escola.
A partir dos enunciados analisados, depreendem-se também diversas indagações
sobre o que é realmente ser professor, verificando que ele cumpre uma trajetória ambígua,
manipulada por interesses políticos e sociais, que acabam por projetá-lo num jogo de imagens
que acabam por ajudar a esconder falhas de um sistema. Muitas vezes é apontado como o
grande responsável pelos problemas da educação; em dados momentos por uma conduta
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tradicionalista, em outros por ser muito permissivo. A representação do professor não tem
modelo definido e a pluralidade de imagens surge, em virtude de não haver clareza sobre qual
é realmente a função do professor.
Para muitos a profissão de professor é tida quase como impossível tamanha a
atribuição de funções designadas a este profissional no atual contexto educacional. Vive-se
um momento em que ainda, os choques ideológicos entre tendências tradicionalistas e
inovadoras são eminentes.
Desta forma, respostas verdadeiras não são possíveis, justamente porque as pessoas
constituem-se em seres únicos e subjetivos, cada qual carregado com suas próprias convicções
e verdades, mesmo que para muitos, ter convicções sobre algo seja repetir o discurso de
outros sem questionar. Poucos são os indivíduos que recusam informações que o cercam ou
encorajam a duvidar de tudo aquilo que se considera estabelecido.
É neste ponto que os gêneros do discurso assumem um papel de grande importância,
pois é a partir da interação entre locutor e interlocutor que conceitos são disseminados,
formando e transformando concepções. Isto se dá através de enunciados variados que acabam
por representar as múltiplas faces que compõem a tão visada profissão professor.
Finalmente, paralelo a imagens negativas, tem-se também belíssimas imagens
profissionais do professor, demonstrando como este, mesmo estando perdido em meio a tantas
imagens tem uma recompensa superior: o reconhecimento dos alunos. Espera-se que mesmo
não possuindo uma imagem definida, aqueles que passam pelas mãos deste profissional, um
dia que sabe, poderão como forma de reconhecimento, resgatar o prestígio que o professor já
teve, dando a classe a representação e o respeito que lhe é devido. É isso que faz com que o
professor não desista e de certa forma acabe por assumir quase que sozinho um compromisso
que é de todos: o dever de ensinar.
REFERÊNCIAS:
ALMEIDA, Fernanda Lopes de. A fada que tinha ideias. 24. ed. São Paulo: Ática, 1997.
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. 4. ed. São Paulo, Martins Fontes, 2003.
_________. Marxismo e filosofia da linguagem. 8. ed. São Paulo, Editora Hucitec, 1997.
BOJUNGA, Lygia. Seis vezes Lucas. 3. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1999.
BRONCKART, Jean-Paul. Atividade de linguagem textos e discursos – Por um
interacionismo sociodiscursivo. 2. ed. São Paulo, Educ, 2009.
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FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. (manuscrito em português de 1968). Publicado com
prefácio de Ernani Maria Flori. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1970.
LOURO, Guacira Lopes. Mulheres na sala de aula. In: Marly Del Priori (org). História das
mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 1997.
MARCUSCHI, Luiz A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. 3. ed. São
Paulo, Parábola Editorial, 2009.
MARINHO, João Carlos. Sangue Fresco. 12. ed. São Paulo: Global, 1990.
ORTHOF, Sylvia. Um pipi choveu aqui. 6. ed. São Paulo: Global, 1998.
POMPÉIA, Raul. O Ateneu. 7. ed. São Paulo: Ática, 1980.
REVISTA ÉPOCA. São Paulo: Globo, ed. 334, 11 de outubro de 2004, p. 74-75.
REVISTA VEJA. São Paulo: Abril, ed.1761, ano 34, nº 29, 24 de julho de 2002, p.94-95.
VOLI, Franco. A Auto-Estima do Professor. São Paulo: Loyola, 1998.
ZILBERMAN, Regina. O professor: entre o quadro-verde e o sino. Proleitura, p. 01-02-03.
UNESP. Dezembro/99. Ano 6. Num. 24.
ZIRALDO. Uma professora muito maluquinha. São Paulo: Melhoramentos, 1995.
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