AUTORIZAÇÃO E CREDENCIAM ENTO D E CURSOS A DISTÂNCIA: UMA TRAJETÓRIA DE INCERTEZAS Enilton Ferreira Rocha http://lattes.cnpq.br/1682585826032961 Resumo A educação a distância tem demonstrado um excelente desempenho no Brasil, embora algumas contradições lancem sobre essa trajetória uma nuvem de incertezas. As recentes estatísticas, publicadas na mídia brasileira, dão margem a alguns questionamentos quanto aos critérios e à política de autorização e credenciamento do MEC para cursos na modalidade a distância. Este artigo discorre sobre esse cenário, relatando algumas publicações, bem como algumas considerações sobre esse antagonismo na EaD brasileira. Palavras-chave Referenciais de qualidade do MEC, Gestão de Polos Educacionais, Comissão de Avaliadores do MEC, Profissionalização do Professor, Sistema Educacional, Autorização e Credenciamento. Crescimento e contradições Nos últimos cinco anos, a EAD, no Brasil, tem demonstrado a sua força, a sua capacidade de expansão e difusão. Apresentou um crescimento de 18%, de 2008 para 2009, com a marca de um milhão de alunos, em dezembro de 2009 (SEED- MEC), matriculados em cursos superiores e de pós-graduação autorizados e credenciados pelo MEC. 1 B R A SIL J Á SOM A C ER C A DE 3 M ILH ÕE S DE D IS TÂ NC I A ( FOLH A D IR I GIDA, N OV EM B R O 2 00 9 ) ALU NOS A Festejar os números expressivos da educação a distância no Brasil e apresentar expectativas de expansão para os próximos anos. Esse foi o foco principal da palestra do Secretário de Educação a Distância do MEC, Carlos Eduardo Bielschowsky, na Sessão Plenária realizada na manhã de segunda, dia 28, no Ciaed. Como prévia do mais recente Censo EAD, divulgado durante o evento, o professor afirmou que, em dezembro de 2008, o país já somava 2.648.031 alunos matriculados em cursos a distância, em todos os segmentos. “Na verdade, agora, já em setembro de 2009, estimo que estejamos perto da casa dos três milhões de estudantes”, afirmou. O salto da modalidade no Brasil é, de fato, impressionante. Dos cinco mil alunos registrados na graduação a distância no ano de 2000, são registrados atualmente cerca de 1 milhão de matriculados em cursos superiores em EAD. ”Claro que gostaria de falar aqui somente desse crescimento, de coisas boas. Mas é preciso destacar outros pontos, não tão agradáveis”, disse Bielschowsky, que se referia, na verdade, a questões como o descredencimento de instituições que ofertavam EAD, como o que ocorreu recentemente com a Unitins. Segundo especialistas do setor, esse crescimento era esperado diante do avanço significativo das TICs,1 em especial, das tecnologias educacionais digitais e interativas. Do ponto de vista educacional, esse crescimento recebeu uma grande contribuição das IES – Instituição de Ensino Superior, que acreditaram e investiram na EaD como um Sistema Educacional viável, que pode ser oferecido de modo aberto e flexível e que se apresenta, pelos seus resultados, como um “caminho sem volta”. No âmbito dos resultados acadêmicos com qualidade, a história da EaD no Brasil registra algumas contradições: milhares de vagas (vestibular) canceladas pelo MEC, resultado de irregularidades apontadas por seus avaliadores credenciados; várias autorizações e credenciamentos de cursos superiores suspensos ou cancelados pelo MEC por irregularidades constatadas em suas visitas de inspeção e recredenciamento. Observando-se essas estatísticas publicadas na mídia brasileira, surge a seguinte pergunta: Por que essa contradição? Fica difícil identificar as causas desse cenário contraditório da EaD brasileira, mesmo considerando que, a educação a distância é uma criança por aqui, e que seus métodos, processos e organização estrutural ainda são bastante incipientes diante da sua complexidade. Contudo uns indicadores, de certa forma, podem sugerir alguns erros: 1 TICs – Tecnologias de Informação e Comunicação 2 1) Particionamento do trabalho e da competência do professor Analisando, criticamente, a prática brasileira na EaD, observa-se que o modelo do “ PósFordismo em EaD” é bastante atual do ponto de vista da gestão do trabalho do professor. A atividade docente está sendo descaracterizada de forma injusta e constrangedora, impondo ao professor, em alguns casos, a divisão do seu trabalho e da sua competência sob o argumento da racionalidade e homogeneidade pedagógica, ou da massificação da aprendizagem virtual. Nesse sentido, Mattar, “BLOG de Mattar“,2 dezembro de 2008, faz duras críticas em seus neologismos “impostutor e aututor”, tanto do ponto de vista da fragmentação do trabalho do professor, da fragilidade do processo educacional nessa configuração, quanto do plano de carreira e remuneração do professor na EaD: O que eu tenho defendido é o seguinte: o peso no conteúdo tira o valor do tutor, o peso na interação aumenta o valor do tutor. A procura dos alunos pelos tutores pode ser baixa, como disse o Breno, mas isso já pressupõe um modelo de tutor passivo, ou do tutor que, no fundo, é apenas um monitor, aquele a quem alguém tem que procurar quando tiver dúvidas, não o tutor animador da inteligência coletiva, como defende o Pierre Lèvy. E o aututor, outro neologismo que tenho utilizado, é uma solução que procura compensar os dois lados da balança. Como disse a Fada, o aututor está ligado à idéia de criatividade e o impostutor, apenas à de reprodução do conhecimento. Quando eu perguntei ao Ijuí: “mas você não é professor?”, ele me respondeu: “não, sou apenas tutor!”. Mas, afinal de contas, um tutor então não é um professor? Estão utilizando por aí o nome ‘tutor’ para uma nova categoria salarial, que ganha menos que um professor. Ora, mas, então, onde está o professor na EaD? Esse cenário apresenta-se mais crítico com o AVAL e a influência do MEC - SEED, pelas ações e contratações de professores com a função de “tutores” na UAB – Universidade Aberta 2 http://blog.joaomattar.com/2008/11/12/do-impostutor-ao-aututor/ 3 do Brasil. Influenciados por essa nova configuração do trabalho docente, institucionaliza-se, na rede privada, a figura dos tutores, com a função de “atravessadores” da aprendizagem a distância, com dois agravantes, do ponto de vista pedagógico ou andragógico3: Assume, involuntariamente, como tutor, a função do professor responsável pela orientação da aprendizagem, tendo que se responsabilizar pelo diálogo e reconstrução de um conhecimento que não é do seu domínio, nem da sua competência acadêmica, quando é contratado para atuar como monitor ou suporte técnico de informática. Na maioria dos casos, o contato direto com o aluno, tanto no âmbito dos processos psicossociais, quanto dos processos educacionais, coloca-o diante de situações constrangedoras, por falta de autonomia, em toda a trajetória acadêmica do educando, durante a integralização da matriz curricular. 2) Polos educacionais na EaD: uma gestão além da questão pedagógica Do ponto de vista da educação a distância, entende-se como polo educacional uma unidade de uma determinada instituição de ensino responsável pela gestão técnicoadministrativa, virtual e de apoio presencial, no âmbito educacional, da gestão pedagógica, da gestão tecnológica de apoio educacional, bem como a unidade responsável pela gestão da secretaria acadêmica e da gestão de resultados fora da sede da IES - Instituição de Ensino Superior. Contudo o que se vê, na prática, são núcleos de educação a distância, os NEAD, assumindo o espaço desses polos que, na realidade, são centros de produção de conteúdo e acompanhamento pedagógico de alunos e professores da EaD. Essa involuntária descaracterização dos polos pelos NEADs tem deixado marcas no caminho da socialização e da difusão da EaD pelas universidades e instituições de ensino superior brasileiras. Se observarmos as políticas e portarias do MEC a esse respeito, veremos que há, de certa forma, um incentivo a essa descaracterização ou a essa concepção errônea acerca do papel e funcionalidade acadêmica dos polos educacionais, cujo objetivo socioeconomico é o de flexibilizar, democratizar e promover a interiorização da Educação no país criando, dentre outras possibilidades, condições de expansão na oferta de vagas para o trabalho e o crescimento econômico sustentável da região onde se localiza o polo. 3 Andragogia: ciência que estuda o modo de ensinar e reaprender com o adulto 4 Segundo o Secretário de Educação a Distância do MEC, Carlos Eduardo Bielschowsky, Setembro, 2009: Em 2010, esperamos contar já com 850 polos. E, para 2012, esperamos atender 600 mil alunos. Se a previsão do MEC de implantação de 850 polos educacionais da UAB - Universidade Aberta do Brasil - até 2012 acontecer de fato, podemos imaginar o que isso representará para o país se esses polos tiverem a configuração, o objetivo e a gestão a partir da sua concepção original. Mas, então, onde está o problema? O primeiro diz respeito a sua concepção como espaço ou unidade educacional subordinada a uma estrutura organizacional da IES. Observa-se que grande parte dos problemas na implantação desses polos, por algumas IES brasileiras, está no modo como eles são institucionalizados, como eles são estruturados e organizados, pois, na maioria das situações, são encampados por um centro, ou núcleo de produção de conteúdos e materiais didáticos para a EaD, absorvendo, ainda, o quartel general da pedagogia instrucional e a informática de apoio aos processos do NEAD. Alguns deles são meros espaços físicos de encontros dos alunos com os seus professores para as aplicações de provas presenciais. Nesse contexto, apresentam-se como um núcleo de produção e orientação pedagógica instrucional, longe de sua missão enquanto espaço de fomento para o trabalho no laboratório pedagógico.4 Longe da sua importância como órgão ou estrutura organizacional, autônomo e integrado a sua IES, responsável pelas diretrizes da EaD no polo, pela secretaria acadêmica do polo e pelos estatutos educacionais e políticas de gestão de pessoas na EaD. O que se observa, na maioria dos casos, são pequenos galpões alugados, terceirizados, ou espaços mínimos de atendimento ao aluno, sem nenhum vínculo com a identidade social, cultural e educacional da IES de que deveria ser parte integrante. Graças à intervenção do MEC, esse quadro tem melhorado, mas, ainda, é lastimável a situação da maioria dos polos educacionais da EaD nas instituições de ensino superior privadas. 4(espaço extraclasse de socialização acadêmica e profissional do aluno; espaço de integração entre alunos, professores e a instituição de ensino). 5 No âmbito da UAB, há um esforço muito grande realizado pela ação dos convênios com prefeituras e instituições de ensino em locais fora da sede das universidades e instituições federais, mas a situação de desencontro é bem próxima da observada no setor privado. O segundo refere-se ao desconforto institucional e organizacional que esses polos representam para os alunos. Não só do ponto de vista da falta de ligação dos polos com a identidade da IES, mas, principalmente, em relação ao aspecto psicossocial e ao aspecto cognitivo da relação aluno-escola. Alguns especialistas da EaD criticam esse cenário imposto ao estudante da EaD no Brasil. Segundo Moran, Oficina - Parâmetros de eficácia e qualidade na EaD - Maio, 2009: É fundamental permitir que o aluno se sinta em um pedaço da sua instituição de ensino, quando muitas vezes se sentem em um espaço estranho. Convém destacar que a EaD não é uma modalidade de ensino, mas um Sistema Educacional e, como tal, precisa ser encarada com seriedade, com respeito aos seus contextos, sistemas e sujeitos da aprendizagem. É preciso dar oportunidade ao aluno de sentir-se parte do sistema educacional em que está envolvido. É preciso criar condições de integrar o aluno à escola e as suas comunidades social, cultural e econômica. Interiorizar a educação superior no país é extremamente oportuno, mas banalizar a sua forma é inaceitável. Afinal, educação é sinônimo de complexidade, de diversidade e exige “coerência” em suas ações. 3) Profissionalização do professor na EaD Dentre as questões de maior relevância, objeto da reflexão a que se refere este texto, está a falta de destreza pedagógica e tecnológica do professor da EaD. No ensino médio, a situação é para lá de caótica, em relação ao estágio em que se encontram milhões de professores da rede pública. São vários os fatores para esse quadro de incertezas: formação de professores descontinuada e descontextualizada; acesso restrito às novas tecnologias e mídias interativas educacionais; baixo poder aquisitivo e de mobilidade socioeconômica, plano de carreira e remuneração abaixo da crítica, entre outros. Nos contextos do ensino superior, a situação, também, é lastimável se levarmos em conta a precariedade do trabalho docente. Na maioria dos casos, são convencidos ao exercício de sua profissão, sem a condição mínima para exercê-la, do ponto de vista da EaD. Observa-se que há 6 um grande desencontro entre a teoria e a prática, entre a ação e a reflexão sobre essa ação, no dia a dia do professor da educação a distância. Segundo António Nóvoa, Professores e a sua formação, 1995: A racionalidade prática: reflexão na ação – o êxito do profissional depende da sua capacidade de manejar a complexidade e resolver problemas práticos, através da integração inteligente e criativa do conhecimento e da técnica. Mas o que isso poderia influenciar no credenciamento para a EaD? Do ponto de vista de indicadores de eficácia e qualidade na EaD, acredita-se que esse item deveria estar no topo da lista em ordem de importância e impacto nos resultados educacionais, mas o que se observa é exatamente o contrário: muitas instituições de ensino superior, sequer, possuem um plano de formação continuada para o seu efetivo docente. E se os tem, na maioria dos casos, estão defasados ou fora dos contextos e dos currículos da sociedade globalizada e cibernética em que vivemos. Apesar dos esforços do governo federal, a avaliação desse item, na lista de pré-requisitos para autorização e credenciamento para a EaD, está muito aquém do necessário para a profissionalização do professor e o respeito ao seu trabalho como principal sujeito de mudanças na sociedade acadêmica, social e econômico-profissional. Principal sujeito de ligação entre a autocognição do aluno e a proposta do laboratório pedagógico virtual, principal personagem na articulação do ensino, pesquisa e extensão universitários. . 4) Sistema educacional ou modalidade educacional Navegando pelos ambientes virtuais de aprendizagem, inseridos em alguns grandes projetos de oferta de cursos a distância, lendo alguns projetos pedagógicos publicados na oferta de cursos a distância, participando de algumas mesas redondas, seminários e oficinas sobre a gestão de resultados da EaD no país, observa-se que há uma grande tendência em oferecer a EaD como uma modalidade educacional, embora pesem sobre essa forma de entendimento e de institucionalização, todas as fragilidades e a caracterização de uma concepção errônea para a educação a distância, aberta e flexível. 7 Esse posicionamento contraditório é tão sério que, até nos seminários e congressos onde as comunidades científica e acadêmica se reúnem em torno das teorias e práticas educacionais na EaD, a visão sistêmica é muito pouco demonstrada, explorada, valorizada, resultado de pesquisas, de experimentos e práticas simplificadas ou banalizadas na EaD. Observa-se que, mesmo nos processos de autorização e credenciamento, essa visão é distorcida ou negligenciada, entendendo-se como Projeto de Implantação de Educação a Distância, o Projeto Político Pedagógico. Nesse contexto, as fragilidades, as angústias, os desencontros e os resultados abaixo do esperado ficam evidentes no dia a dia dos professores, dos alunos e dos gestores da EaD. Ainda é grande a resistência pela análise e estudo dos quatro modelos de gestão da EaD como objetos de sistematização da educação a distância. A literatura é incipiente, ou quase inexistente, e aliada a isso, a visão comercial infiltrada no modelo educacional brasileiro, abrindo espaço para a banalização dos processos educacionais a distância. O projeto pedagógico ou andragógico é essencial à consecução dos objetivos de formação do egresso, mas isso não é tudo para a gestão da EaD enquanto sistema educacional complexo, enquanto celeiro de pesquisa e diversidades, de incentivo à dúvida, de perguntas sem respostas, de planejamento e controles, de formação humanizadora e sócio-cultural do aluno pela atividade extra-classe virtual. É preciso entender e compreender a EaD além das tecnologias, além da pedagogia... É preciso entender e compreender os seus sub-sistemas: de Administração e Sustentabilidade, Educacional, Sub-Sistema Tecnológico e Midiático e, finalmente, o Sub-Sistema da Visão Sistêmica da EaD, instrumento valioso de planejamento, desenvolvimento e de gestão de resultados. Convém destacar que essa proposta sistêmica tem grande significado do ponto de vista da difusão, da democratização, da gestão e institucionalização da EaD, mas para isso é preciso haver pessoas envolvidas, adequadamente, políticas governamentais de democratização da EaD e incentivo ao investimento em novas pesquisas e recursos tecnológicos. 5) Autorização e credenciamento: uma faca de dois gumes Em se tratando do aspecto legal, da moralização, do cuidado e respeito com a complexidade do processo educacional e da institucionalização da EaD no Brasil, da afinidade que tem a EaD com a democratização da “educação de qualidade além dos grande centros”, 8 acredita-se que esse mecanismo encabeçado pelo MEC teria sentido, mas diante dos resultados divulgados, recentemente, pelos principais canais televisivos e jornalísticos, estamos longe desse propósito, muito longe desse objetivo. A idéia pode ser compreendida como uma necessidade, mas as ações e fatos demonstram que a realidade é outra. A comissão de avaliadores do MEC São vários os casos em que essa idéia reveste-se de incertezas: • Avaliadores (ad hoc), selecionados, na maioria das vezes, por seu currículo acadêmico, sem experiência na lida com os processos, pressupostos e contextos da virtualidade, mas blindados pelas teses de doutorado e dissertações de mestrado, nas áreas de conhecimento do curso que avaliarão. • Falta de foco nas visitas “inquisitivas”, resultado, às vezes, da falta de competência e segurança, gerando uma avaliação distorcida, fragmentada e fragilizada pela falta de experiência dos avaliadores. • Visitas orientadas por instrumentos governamentais produzidos em “gabinetes” acadêmico-filosóficos, longe da realidade da maioria das IES, que lutam com dificuldades sociais, econômicas e culturais da dimensão e diversidade brasileira, ou que utilizam modelos pedagógicos mercantilistas, projetos pedagógicos de banalização da educação em prol do lucro, da massificação do aprendizado. • Parâmetros de avaliação para autorização e credenciamento baseados no ensino presencial e em doutrinas que agridem a legítima missão da EaD, aberta e flexível. • Parâmetros que descaracterizam e fragilizam o trabalho do professor, fazendo uma descabida distinção entre a importância do trabalho do docente na educação presencial e desse mesmo trabalho, na educação a distância, como se fosse legítima essa dicotomia educacional. 9 Trajetória de incertezas Nesse contexto, apesar do avanço significativo da oferta de cursos superiores e de pósgraduação a distância, fica no ar a desconfiança sobre a sua legitimidade, sobre a sua consistência metodológico-científica e, principalmente, sobre a sua sustentabilidade. Observa-se que há uma grande angústia e uma incerteza quanto à qualidade dessa oferta, dessa autorização e credenciamento, dessa trajetória da EaD no país. Hajam vista, as recentes publicações de casos de insucesso de grandes instituições de ensino da rede privada. M E C C A NC E L A V Á R I O S PÓ LO S D E E NS I NO A D I S T A NC I A ? E A GO R A ? Acabei de ver essa noticia, entre as faculdades estão UNIP E UNISA de ensino a distância, pq estão irregulares. E agora? Me inscreví no prouni e a primeira e segunda opção são UNIP. Como ficam todos os bolsistas? (blog de ESTUDANDES DA EaD, 11 fevereiro de 2010). M E C SU SPE N DE 1 0 M IL VAG AS DE E NSI NO A DI ST ÂN CI A Qua, 17 de Fevereiro de 2010 23:17 Glória Tupinambá Mais de 10 mil vagas em vestibulares de curso a distância foram suspensas no Brasil pelo Ministério da Educação (MEC). O cancelamento atinge cinco instituições privadas de ensino superior do país e se deu com base em medidas cautelares publicadas esta semana no Diário Oficial da União. Segundo o MEC, as universidades, faculdades e centros universitários ofereciam vagas em pólos de ensino não credenciados pelo governo federal e, por isso, estão impedidos de receber novos alunos a partir deste ano. As instituições têm prazo de 10 dias para prestar esclarecimentos e corrigir as irregularidades. Em inspeção da Secretaria de Educação a Distância (Seed), foram encontrados 108 pólos sem credenciamento. Eles pertencem à Faculdade do Noroeste de Minas (Finom), com sede em Paracatu (MG); à Universidade Estácio de Sá (Unesa), do Rio de Janeiro; à Universidade Paulista (Unip), de São Paulo; ao Centro Universitário de Maringá (Cesumar), no Paraná; e à Universidade de Santo Amaro (Unisa), no interior de São Paulo. Os pólos, que funcionam como uma base presencial, são locais obrigatórios para as instituições e devem oferecer material de apoio aos cursos e biblioteca para os alunos. No caso da faculdade mineira, a Finom, o MEC informa que ela está credenciada desde 2005 para a oferta de curso a distância em apenas um pólo, o de Paracatu. No entanto, a instituição, com 3.955 estudantes matriculados, 10 teria aberto outros dois pólos não credenciados pelo ministério, em Feira de Santana (BA), e em São Paulo (SP). As irregularidades foram constatadas pela equipe de supervisão e regulação da Seed e, de acordo com o MEC, a medida cautelar, já prevista em decreto presidencial, foi tomada para evitar prejuízos aos novos estudantes. Por isso, os vestibulares que estiverem em andamento devem ser suspensos e os alunos que fizeram inscrição para este primeiro semestre não podem fazer os cursos. (HOMEPAGE UVMG) Diante dessa triste realidade, fica a pergunta: devemos continuar nessa linha de raciocínio em que a EaD, para ser de qualidade, sustentável e legítima precisa ser autorizada e credenciada por instrumentos governamentais? Ou haveria outros mecanismos para a autorização e credenciamento baseados em indicadores de eficácia e de qualidade, construídos e realimentados por especialistas das principais classes sociais brasileiras, usuários do sistema nacional brasileiro? Homepage: www.wr3ead.com.br Skype: [email protected] Email: [email protected] BIBLIOGRAFIA: [1] Nóva, António, 1995 - Professores e a sua formação. [2] SEED, MEC (2007) - Referenciais de Qualidade para a EaD. Disponível em: (http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/legislacao/refead1.pdf) [3] CAPES-UAB - Modelo de Polo de Apoio Presencial. Disponível em: http://www.uab.capes.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=17:modelo -de-polo-de-apoio-presencial-&catid=10:polos&Itemid=31 11 [4] SEED, MEC, 2005 - Decreto 5.622 de 19-12-2005. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12907:legi slacoes&catid=70:legislacoes [5] Rocha, Enilton.Ferreira, 2010, 1º ENPED - "DOCÊNCIA VIRTUAL - UM NOVO CONTEXTO PARA DESCOBRIR NOVAS COMPETÊNCIAS". Disponível em: www.wr3ead.com.br e www.enped.com.br. [6] Mattar, João, 2008 - Blog de Mattar (Do Impostutor ao Aututor). Disponível em:http://blog.joaomattar.com/2008/11/12/do-impostutor-ao-aututor/ [7] Rocha, Enilton. Ferreira (2010) - Polos educacionais na Ead: uma gestão além da pedagogia. Disponível em: (http://www.wr3ead.com.br/img/artigos/28_polos%20educacionais%20na%20EaD.pdf) [8] Rocha, Enilton.Ferreira, (2007) - Educação a distância ou educação distante? Tudo uma questão de método. Disponível em: (http://www.wr3ead.com.br/img/artigos/3_educacaodistante.pdf) e (http://www3.mg.senac.br/Revistasenac/edicoes/edicao1.htm) 12