O espaço do radiojornalismo nas emissoras AMs de Juiz de Fora1 Rosiléa Archanjo de ALMEIDA2 Gilze Freitas BARA3 Resumo: Este artigo pretende analisar o espaço do jornalismo nas rádios AMs de Juiz de Fora, a partir do conteúdo jornalístico presente atualmente nas emissoras em estudo: Solar AM (1010 KHz) e Globo AM (910 KHz). A intenção é expor a relevância do gênero jornalístico para uma emissora AM e mostrar o papel do radiojornalismo na transmissão de informação, que atinge diretamente a vida dos ouvintes e da sociedade. Buscamos tal tema através de observações no radiojornalismo da cidade, que sofre um reflexo do radiojornalismo nacional, com o declínio de pessoal e emissoras que são realmente voltadas para o gênero em estudo. As emissoras Solar AM e Globo AM são os objetos de estudo deste trabalho, por serem as únicas AMs de Juiz de Fora que possuem departamentos específicos de radiojornalismo. Entrevistas, pesquisas bibliográfica e empírica compõem a base deste artigo, que busca traçar o perfil do jornalismo atual no rádio AM juiz-forano. Nesse estudo é apresentada a quantidade percentual do espaço jornalístico presente na programação das duas emissoras estudadas. Apesar de a notícia ser um dos pontos fundamentais do tripé do rádio AM, nas duas rádios analisadas o espaço dedicado à informação é restrito: 7,82% na Rádio Solar e 7,55% na Rádio Globo, que possui apenas 0,67% de espaço destinado às notícias locais. Isso fere um dos critérios de noticiabilidade, que o rádio, de forma geral, tem facilidade para evidenciar, que é a proximidade das notícias com o público. A realidade da produção jornalística nas emissoras AMs de Juiz de Fora ganha atenção ao verificarmos que apenas duas emissoras tem um espaço para o jornalismo, e mesmo assim, o gênero não é trabalhado de forma completa por ambas. Para a realização do artigo estudamos preceitos sobre rádio e radiojornalismo, através da bibliografia pesquisada, que embasa as conclusões e os apanhados empíricos. Palavras-chave: rádio; jornalismo; programação; informação; sociedade 1 INTRODUÇÃO Entre os meios de comunicação de massa, o rádio é considerado o mais popular. José Sérgio Rocha (2012) cita que, em Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) realizada em 2006, 87% dos domicílios possuem rádio. O rádio ocupa o terceiro lugar entre os eletrodomésticos, perdendo apenas para o fogão e para a televisão. A geladeira vem depois, em quarto lugar. O rádio vai de encontro à capacidade do ser humano de ouvir a mensagem sonora sem ter que interromper outras atividades que esteja fazendo. Além disso, é um veículo imediatista, que pode transmitir a informação instantes após o acontecimento. Ao considerar que as emissoras AMs têm uma relação mais estreita com o ouvinte, pode-se afirmar que a busca pela informação é a atração principal que o público procura na programação dessas rádios. A notícia, que é transmitida por essas emissoras, interfere na vida da sociedade. Este trabalho destina-se a analisar o espaço que o jornalismo ocupa atualmente nas rádios AMs de Juiz de Fora. Partimos da hipótese de que as emissoras AMs diminuíram significativamente a produção de radiojornalismo. A proposta de pesquisa é realizar um estudo do jornalismo produzido em duas emissoras de Juiz de Fora: as rádios Solar AM e Globo AM. A Solar está no ar desde 1926 (Rádio Sociedade de Juiz de Fora – PRA-J), sendo a primeira rádio de Minas Gerais. Atualmente conta com uma grade baseada em programas musicais sertanejos, sem o 1 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, como requisito parcial para a conclusão do Curso de Graduação em Jornalismo. 2 Graduanda em Jornalismo pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora. E-mail: [email protected] 3 Professora do curso de Jornalismo do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora e orientadora da presente pesquisa. Graduada em Jornalismo, Especialista em Comunicação Empresarial e Mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). E-mail: [email protected] espaço que anteriormente era dedicado ao radiojornalismo. Já a Globo AM é uma afiliada da rede nacional do Sistema Globo de Rádio. A maior parte do jornalismo é transmitida pela rede, com pouco espaço para a produção das afiliadas. 2. O RÁDIO E SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS O rádio é um veículo de comunicação que transmite sons a longas distâncias sem a utilização de fios. A transmissão é feita através das ondas hertzianas4 e a recepção desses sons pode ser efetuada nas várias regiões onde o sinal do meio chega. Luiz Artur Ferrareto (2000) explica como funciona a emissão e a recepção de áudio através do aparelho, o que recebe o nome de radiodifusão. “Emissão e recepção de programas informativos e de entretenimento, por meio de ondas eletromagnéticas entre um ponto de transmissão determinado (a emissora de rádio) e diversos pontos não determinados onde estão os ouvintes”. (FERRARETO, 2000, p. 92). O rádio possui várias características que o colocam, ainda nos dias de hoje, como meio preferencial quando se trata da transmissão de notícias. Embora a tecnologia tenha se dissipado em todo o mundo e se transformado em ameaça para o veículo, o rádio se transformou para se adaptar à realidade tecnológica, como afirma Dóris Fagundes Haussen (2009, p. 11, meio digital): “O que não significa, necessariamente, o fim do veículo – que já se encontra em diversos suportes – mas a necessidade de adequação do mesmo a uma realidade cada vez mais volátil, veloz e tecnologicamente avançada [...]”. O rádio está próximo do fato, no momento em que acontece. Com a utilização de um aparelho celular, por exemplo, a notícia pode ser transmitida e recebida pelos ouvintes diretamente do local em que ocorre. Daí uma característica importante do meio: a instantaneidade, como cita Cyro César (2005, p. 164): “O rádio é simples de operar, por isso é um meio ágil, que consegue informar de maneira quase simultânea a ocorrência de qualquer evento. A rapidez da informação conquista o ouvinte, que pode acompanhar um fato pelo rádio no exato momento em que acontece”. (CÉSAR, 2005, p. 164). Embora a instantaneidade na transmissão de informações torne a mensagem efêmera em poucos minutos, o rádio não a deixa ficar obsoleta, utilizando-se de flashes que podem dados durante a programação, atualizando os fatos. Além disso, a inserção do veículo na internet garante a postagem de informação quase que simultaneamente ao momento da ocorrência do fato. Dependendo da cobertura, a audiência de uma emissora AM pode atingir várias cidades que estejam a milhares de quilômetros distantes do estúdio, o que não acontece, por exemplo, com as FM, como lembra Ferrareto (2000, p. 31): “Nas transmissões em frequência modulada, as restrições são semelhantes às da TV, com o alcance reduzindo-se significativamente em relação ao rádio em amplitude modulada”. 4 Radiações eletromagnéticas da mesma natureza dos raios da luz. Foram descobertas e estudadas, sucessivamente, pelos físicos, Maxwell e Hertz. A utilização das ondas para as primeiras transmissões é devida a Guilherme Marconi. Fonte: http://netopedia.tripod.com/tecnolog/radio.htm. Acesso em: 2 de Jun. 2012. Conforme o locutor e sociólogo Edson José de Oliveira (2012), em entrevista concedida à autora, a abrangência do rádio AM também proporciona a recepção em lugares que ainda não possuem acesso às novas tecnologias. “Imagine um ouvinte na selva amazônica, sem internet ou celular [...]. Com um simples rádio de pilha, ele fica sabendo do que acabou de acontecer em qualquer parte do mundo. Esta é a grande diferença do rádio AM para os outros meios de comunicação”. (OLIVEIRA, 2012). Em relação ao ouvinte, o rádio tem como diferencial o despertar da imaginação através da audição. Conforme César (2005, p. 163), “[...] o som do rádio faz com que o ouvinte exercite a imaginação, despertando sua sensibilidade”. Para o autor, o sentimento de impacto gerado no ouvinte é relacionado à maneira como o locutor coloca a emoção. O público do rádio é heterogêneo e abrange diversas classes socioeconômicas, com anseios e necessidades diferentes. O veículo se aproxima do ouvinte através da companhia que ele exerce e dos serviços prestados. A confiança que o receptor tem no veículo é proveniente do papel do rádio na vida da sociedade. “O rádio, além de simples companhia, pode contribuir para melhorar a cultura, a saúde e a educação no Brasil, dando uma chance para que as pessoas, mais bem informadas, consigam ter uma qualidade de vida melhor”. (CÉSAR, 2005, p. 165). Para Milton Jung (2004, p.39) uma das “características do rádio é a proximidade com o ouvinte, a conversa direta com o cidadão [...]”. Essa intimidade ainda é responsável pela audiência que o veículo tem atualmente. A relação do rádio com o ouvinte é explicada por César (2005, p. 165): “Isso acontece em grande parte, porque o rádio é portátil: pode ser levado para qualquer lugar, a qualquer hora”. As novas tecnologias também possibilitam ao ouvinte a recepção das transmissões radiofônicas. Em termos econômicos, o rádio é um bem de baixo custo para quem o adquire em comparação à compra de uma televisão ou à assinatura de um jornal impresso, ou internet (CÉSAR, 2005). A coloquialidade da linguagem radiofônica aproxima o veículo do ouvinte, que pode ou não ter instrução educacional. Quaisquer classes sociais podem entender as mensagens transmitidas. A utilização de um discurso compatível a quem está ouvindo o rádio garante o entendimento e a empatia, permitindo, com facilidade, o entendimento do receptor. “Pela abrangência do veículo e pelas características do rádio, o discurso radiofônico deve ser o mais claro, preciso e conciso dos discursos jornalísticos, usando, com o máximo de propriedade, o repertório do seu público-alvo”. (FERRARETO, 2000, p. 34). A linguagem radiofônica é simples e se constitui no texto direto, enxuto, claro e coloquial para o entendimento do ouvinte. Além disso, Ferrareto (2000, p. 26) lembra que a linguagem também “inclui especificamente os recursos de redação e de sonoplastia, possuindo regras especificas para a elaboração de textos e a produção de programas [...]”. O veículo também mescla recursos com o objetivo de atrair a atenção do ouvinte. Segundo Ferrareto (2000, p. 26), “a linguagem radiofônica engloba o uso da voz humana, da música, dos efeitos sonoros e do silêncio que atuam isoladamente ou combinados entre si de diversas formas”. Além dessas vantagens, outro ponto forte do veículo é o radiojornalismo, que leva ao ouvinte as notícias com o intuito de deixar a sociedade bem informada. 3. O RADIOJORNALISMO E SUA CONSOLIDAÇÃO NO BRASIL A notícia é a matéria-prima do radiojornalismo. Os acontecimentos radiofonizados devem ser de interesse e importância para a sociedade. “Há, portanto, um nível de transformação do fato em notícia, ou seja, o profissional com base em determinados critérios, torna o acontecimento uma mensagem jornalística”. (FERRARETO, 2000, p. 194). Conforme Ferrareto (2000), o jornalista deve analisar os critérios de noticiabilidade: se o acontecimento é atual (é o mais recente em relação à transmissão); se é próximo (ocorre próximo do público); se é proeminente (envolve pessoas importantes do ponto de vista do público); e se é universalista (interessa o maior número de pessoas do público). Para Ferrareto (2000, p. 194), “abstraindo-se as distorções sensacionalistas, admite-se, como regra geral, que a unidade básica do poder noticioso de um acontecimento é a anormalidade, o seu inusitado”. A partir dos critérios de noticiabilidade, radiojornais ou programas noticiosos transmitem aos ouvintes a informação em forma de notícia. Corresponde a uma versão radiofônica dos periódicos impressos, reunindo várias formas jornalísticas (boletins, comentários, editoriais, seções fixas – meteorologia, trânsito, mercado financeiro... – e mesmo entrevistas). Os assuntos são agrupados por editorias, regiões geográficas, similaridade ou, mais recentemente, em fluxo. (FERRARETO, 2000, p. 55). Os plantões de notícias, em casos importantes e urgentes, entram na programação ao vivo, sem horário determinado. Teoricamente, nas emissoras AMs, a notícia deveria ocupar um espaço maior com o radiojornalismo. A história do radiojornalismo brasileiro tem vários noticiosos que estabeleceram uma identidade com a sociedade. Os jornais radiofônicos surgiram como atividade estruturada na década de 1940. O Grande Jornal Falado Tupi pode ser citado como exemplo. Coripheu de Azevedo Marques e Armando Bertoni criaram o primeiro radiojornal brasileiro moderno que reproduziu a estrutura comum à imprensa escrita (FERRARETO, 2000). Entretanto, o radiojornal que marcou o país e merece destaque é o Repórter Esso, da Rádio Nacional, que estreou às 12h55 do dia 28 de agosto de 1941. No espírito de aproximação brasileira com os Estados Unidos, irrompe nos receptores o Repórter Esso, identificado por uma característica musical e textos de abertura que ficariam na memória de milhares de ouvintes em todo país: - Prezado ouvinte, bom dia. Aqui fala o Repórter Esso, testemunha ocular da história, apresentando as últimas notícias da UPI. (FERRARETO, 2000, p. 127). O Repórter Esso veiculava, em seu conteúdo, o noticiário da agência de notícias United Press International, patrocinado pela Esso Brasileira de Petróleo. Como contribuição, o Repórter Esso introduziu no radiojornalismo do Brasil um modelo de texto direto, linear e sem adjetivações. O radiojornal, com apresentação estruturada e ágil, configurou-se no primeiro noticiário escrito especialmente para o veículo (FERRARETO, 2000). Conforme Ferrareto (2000), o imediatismo fazia com que as informações chegassem à redação e fossem elaboradas para a entrada do noticiário em suas edições regulares: “Na Nacional, o Repórter Esso chegou a ser transmitido em cinco edições diárias de segunda a sábado (8h, 12h55, 18h30, 20h25 e 22h05) e duas aos domingos (12h55 e 20h55)” (FERRARETO, p. 127). Quando alguma notícia era muito importante, havia uma edição extraordinária. Outras emissoras passaram a retransmitir o noticioso um ano após a sua estreia. “[...] a Nacional, no Rio, e a Record, em São Paulo, transmitiam o informativo que, em julho do ano seguinte, estende-se para o Rio Grande do Sul (Farroupilha), Minas Gerais (Inconfidência) e Pernambuco (Jornal do Comércio) [...]”. (FERRATEO, 2000, p. 127). Emissoras como a Rádio Clube de Pernambuco copiaram o formato do noticioso, “Durante a tarde, assim como pela manhã, tinha notícia de hora em hora com o Repórter Classe, um formato reduzido do Repórter Esso. [...] e às 8h da noite O Mundo Em Suas Mãos, uma versão do Repórter Esso [...]”. (OLIVEIRA, 2012). O âncora mais famoso do Repórter Esso foi o gaúcho Heron Domingues, que assumiu na Rádio Nacional o posto de locutor exclusivo em 3 de novembro de 1944. “[...] Em 1948, ele implanta e passa a dirigir a Seção de Jornais Falados e Reportagens da Nacional, o primeiro departamento de uma emissora no país dedicado ao jornalismo [...]”. (FERRARETO, 2000, p. 129). Em 31 de julho de 1948 foi fundada pelo locutor esportivo Gagliano Netto, a Emissora Continental do Rio de Janeiro. Segundo Flávia Lúcia Bespalhok (2006, p. 53), a maior contribuição da Emissora Continental foi o desenvolvimento da reportagem e o espaço ocupado durante a programação. No período compreendido entre junho de 1951 a dezembro de 1952: “Há também um retrospecto numérico das transmissões realizadas: 113 reportagens internacionais, 154 reportagens interestaduais, 516 reportagens locais, 1.186 comandos e 810 edições extraordinárias de informativos”. (Bespalhok, 2006, p. 53). A Continental impulsionou o radiojornalismo no país. Conforme Ferrareto (2000, p. 139), os slogans “„Emissora Continental, a que está em todas‟ e „Continental, a serviço do povo por toda parte‟ traduzem a importância que a reportagem tinha na rádio”. Com a Continental tiveram início as grandes coberturas jornalísticas e a destinação de um maior espaço para o jornalismo: “Eram no mínimo quatro informativos por hora, sem contar as edições extraordinárias. [...] observa-se que a cada hora entravam três noticiários, [...] aos dez minutos entrava o “Informativo D8”, aos 30 minutos o “Repórter Continental” e aos 50 minutos o “Repórter Carioca”. (BESPALHOK, 2006, p. 55). O radiojornalismo, contudo, não foi destaque exclusivamente nas emissoras cariocas. Em Juiz de Fora o gênero também fez parte da história das rádios AMs, como a Solar e a Globo, nossos objetos empíricos de estudo. 4. O ATUAL ESPAÇO DO RADIOJORNALISMO NAS EMISSORAS AMs DE JUIZ DE FORA A Rádio Sociedade de Juiz de Fora, com prefixo PRA-J, foi fundada em 20 de outubro de 1925 por José Pinto Cardoso e teve suas primeiras experiências nas transmissões radiofônicas da cidade um ano depois. Em 1° de janeiro de 1926 foi inaugurada a primeira emissora de Juiz de Fora, sendo também a primeira de Minas Gerais: “De início restrita às classes mais abastadas, principalmente pelo valor dos receptores e pela forma de funcionamento (através das rádios-sociedades, em que os sócios pagavam mensalidades para que a emissora fosse ao ar), a Rádio Sociedade de Juiz de Fora começa a se popularizar [...]”. (RIBEIRO, 2006, p. 35). Cardoso Sobrinho, que era sobrinho do fundador, formou em 1929, uma sociedade para fazer a manutenção da emissora, que passou a se chamar PRB-3. Em novembro de 1946, a Rádio PRB-3 foi comprada por Assis Chateaubriand5 e passou a integrar o grupo dos Diários e Emissoras Associados. Por duas décadas, a emissora seguiu como a única na cidade. A rádio era popularmente chamada de Super B3, uma referência ao complexo de superioridade de Chateaubriand, como lembra Márcia Regina Andreola (ANDREOLA, 1995 apud LINS; BRANDÃO, 2012, p. 80). Em 1980 o empresário Juracy de Azevedo Neves, adquiriu o controle acionário da PRB-3 e fundou o Sistema Solar de Comunicação6. O Aralito foi considerado o primeiro radiojornal de Juiz de Fora. O noticioso era transmitido pela PRB-3 nos anos 1930 (ASSIM, 2001 apud RIBEIRO, 2006, p. 36, meio digital). Os trabalhos jornalísticos eram baseados nas notícias de agências do Rio de Janeiro e de São Paulo. O noticioso que merece destaque em Juiz de Fora é o Noticiarista T-9 da Rádio Industrial7. “Com um nome que fazia alusão ao prefixo da emissora (ZYT-9), o radiojornal era transmitido em quatro edições diárias: às nove da manhã, meio dia, cinco da tarde e nove da noite” (RIBEIRO, 2005, p. 36). O noticioso seguia o modelo do Repórter Esso. O radiojornalismo em Juiz de Fora também se fez presente nas grandes coberturas, como eventos esportivos e o carnaval. 5 A PRB-3 e a Industrial foram pioneiras nas coberturas, “[...] aliás, a Rádio Empresário de mídia do Brasil foi dono do conglomerado Diários e Emissoras Associados, que já foi considerado o maior da história da imprensa no país. 6 Aglomerado de comunicação de Juiz de Fora composto pelas emissoras de rádio Solar AM/FM, pelo jornal Tribuna de Minas, pela Esdeva Indústria Gráfica e pelo Teatro Solar. 7 Emissora de rádio fundada pelo empresário e radialista Alceu Nunes da Fonseca em 1949. A Industrial de prefixo ZYT-9 com frequência 1080 KHz (atualmente Rádio Capital), passou a ser a concorrente direta da PRB-3. Industrial foi inaugurada apenas uma semana antes do carnaval de 49 e já de início fez uma grande cobertura da festa popular” (RIBEIRO, 2012, p. 37). Outro jornalístico que merece lembrança é a Ronda Policial, que seguia o modelo de programas do gênero. A atração, que permaneceu por mais de 53 anos no ar, teve como primeiro apresentador José Carlos de Lery Guimarães. Inicialmente foi apresentada na Rádio Industrial com o título de “Repórter Policial T-9”. Depois Lery Guimarães transferiu o programa para a PRB-3, quando passou a se chamar “Ronda Policial”, como lembra (RIBEIRO, 2006). 4.1 RÁDIO SOLAR AM A Rádio Solar AM integra o grupo Solar de Comunicação. A emissora é local e ocupa a mesma frequência que antes era das rádios Sociedade e PRB-3. A emissora fica no ar de 5h à 0h. Desde dezembro de 2008, a Solar, tem sua programação voltada para a música sertaneja. Em entrevista concedida, o diretor artístico da emissora, Gil Horta Rodrigues Couto (2012), afirma que “houve uma mudança muito radical quando a emissora deixou de transmitir as programações que ela tinha e mudou a linha inclusive o conceito da rádio. Passou a ser uma rádio sertaneja [...]”. Couto (2012) lembra que o estilo de programação atual da Solar já se faz presente em emissoras FMs da cidade. Fica muito vago querer fazer uma programação musical na AM numa cidade que já existe este ambiente de programação nas FMs [...] A cidade é grande, mas ela não é tão grande que não possa comportar uma emissora de rádio em AM que faça a vez de trabalhar junto com outras demandas em termos de fazer com que a cidade cresça mais. (COUTO, 2012). Conforme o site www.radiosolaram.com.br, atualmente a grade diária de programação da emissora é a seguinte8: 5h: Viola na Cidade, 7h: As Primeiras do Dia, 7h30: Manhã Legal, 9h: Show de Sucessos, 12h Clássicos, 13h: Clube do Batidão, 14h: Brasil Sertanejo, 17h: As Mais Pedidas Sertaneja, 18h: Clássicos, 19h: A Voz do Brasil, 20h: Show da Noite. Nos finais de semana, a programação ganha dois programas, que não são transmitidos de segunda à sexta-feira. Às 11h, é apresentado o programa Pediu Tocou e às 19h, o Sertanejo Universitário. 4.2 RÁDIO GLOBO AM Conforme Rocha (2012), às 21h do dia 1º de dezembro de 1944 foi inaugurada, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a Rádio Globo, emissora que daria origem ao Sistema Globo de Rádio. Roberto Marinho, filho de Irineu Marinho, deu início à programação, com prioridade para a música, o esporte e a notícia. 8 Este artigo foi produzido e apresentado antes da nova programação da Rádio Solar AM, que entrou no ar dia 16 de julho. A atual programação de segunda a sexta-feira é a seguinte: 5h: Sertanejo Legal, 7h: As primeiras do dia, 7h30: Prada 1010, 8h: Rádio Vivo, 12h: Tarde Maravilha, 17h: Parada 1010, 17h30: Ronda Policial, 18h: Super Bate Bola, 19h: A voz do Brasil, 20h: Show da Noite. Em Juiz de Fora, o empresário Josino Aragão fundou em 1995, o Sistema Regional de Comunicação (Sircom). Inicialmente compunham o grupo: TVE (afiliada da TVE Brasil), jornal Diário Regional, Rádio Juiz de Fora AM (frequência 910 KHz), e Rádio Educativa Pio XII FM (frequência 107,7 MHz). Com o tempo, a TVE passou a ser retransmissora da Rede Minas, que, por sua vez, é afiliada da TV Brasil. A Rádio Educativa Pio XII agora pertence ao empresário Armando Campos e recebe o nome de FM 107. E a Rádio Juiz de Fora AM se transformou no ano de 2002, em uma afiliada do Sistema Globo de Rádio. A grade local da Globo AM limita-se ao espaço cedido pela rede. O diretor artístico da emissora em Juiz de Fora, Jovane Rosa de Lima (2012), explica em entrevista concedida à autora, a atual programação da Rádio Globo na cidade. “Das 6h às 9h tem a locução local do programa Show do Antônio Carlos [...], das 10h às 13h tem o programa local Manhã da Globo. Na parte da tarde fico no plantão, dando notícias nos intervalos dos programas Boa Tarde Globo, às 13h, e Globo Estrada, às 15h”. Segundo Lima (2012) a partir das 17h a programação volta a ser local com o Globo Cidade. Às 17h30 é transmitido o Globo Esportivo Local. A emissora se dedica também às coberturas esportivas, realizadas através da transmissão de jogos de futebol, principalmente das partidas em que o Tupi9 participa. A grade de programação da emissora durante a semana, expressa no site radioglobo.globoradio.globo.com está detalhada a seguir: 5h: Globo Estrada 1ª Ed., 5h50: Mensagem de Paz, 6h: Show do Antônio Carlos, 9h: Momento de Fé, 10h15: Manhã da Globo, 13h Boa Tarde Globo, 15h:Globo Estrada 2ª Ed., 17h: Globo Cidade, 17h30: Globo Esportivo (local), 18h: Globo Esportivo (nacional), 19h: A Voz do Brasil, 20h: Botequim da Globo. Nos finais de semana, a grade é totalmente diferente da apresentada de segunda à sexta-feira. 4.3 RADIOJORNALISMO EM JUIZ DE FORA Acompanhando as mudanças nacionais na produção do gênero, pode-se notar uma diminuição no radiojornalismo produzido nas rádios AMs de Juiz de Fora. Na Rádio Solar, a equipe de radiojornalismo é formada por dois jornalistas e três estagiários, além do coordenador Paulo César Magela (COUTO, 2012). Na Rádio Globo, este número cai para dois jornalistas e um estagiário (LIMA, 2012). O número de pessoal observado nas emissoras juiz-foranas é um reflexo da realidade nacional do radiojornalismo. “[...] o rádio AM perdeu grande parte de sua audiência com o surgimento da televisão, depois ainda mais com o FM. E para completar com a internet. Esta última, se de um lado contribui para o 9 Clube mais tradicional do futebol juiz-forano, que completou 100 anos no dia 26 de maio de 2012. progresso das comunicações, de outro prejudica outros meios e consequentemente os postos de trabalho”. (OLIVEIRA, 2012). A atuação das equipes de radiojornalismo é outra característica que deve ser observada nas transmissões das emissoras AMs da cidade. Na Solar “a maioria das notícias são locais [...]. A reportagem do jornal Tribuna de Minas sai e os jornalistas da rádio vão junto” (COUTO, 2012). Já o departamento de jornalismo da Globo trabalha em conjunto com a central de informação do Sircom, que compreende o jornal Diário Regional e a TVE. O jornalista do impresso, por exemplo, dá a informação, e os locutores da rádio transmitem a notícia para os ouvintes. “A equipe de jornalismo vai para rua só em alguns casos, por não ter unidade móvel [...]” (LIMA, 2012). Na Rádio Solar AM, segundo Couto (2012), “atualmente o jornalismo se faz presente na emissora com o jornal As Primeiras do Dia das 7h às 7h30, e os informes Notícias na Solar10”. Com a nova programação a ser implantada em julho11 de 2012, voltará o noticioso Repórter 101012 (COUTO, 2012). A Rádio Globo tem em sua programação a inserção do noticioso O Globo no Ar que é transmitido em rede de hora em hora. Restam para a cidade espaços mais curtos para o noticiário local. No jornalismo, O Globo no Ar é o forte da emissora. O noticioso de cinco minutos é transmitido de hora em hora cheia em toda rede e conta com notícias nacionais e internacionais. Já o jornalismo local se faz presente com os informativos Girando com a Notícia, que entra no ar nas meias horas com duas ou três notícias. Já o Cidadão Globo, é um espaço voltado para a prestação de serviço e entra no ar a qualquer hora do dia. (LIMA, 2012). Com o pequeno espaço destinado ao jornalismo local na Globo, a prioridade é para as notícias da cidade, mas, mesmo assim, há a inserção de informações nacionais em programas como o Globo Cidade. Se de segunda à sexta-feira o radiojornalismo da cidade sofre com os pequenos espaços nas grades, nos finais de semana a situação se agrava. Na Rádio Globo, Lima (2012) explica que “o jornalismo é gravado no final de semana. Se acontecer algo grave, a notícia é dada por telefone”. Já na Rádio Solar: “No sábado há jornalismo, no domingo só se acontecer algo importante [...]. O jornalismo no final de semana em Juiz de Fora é fraco, seria desinteressante colocar apenas as notícias de outros estados” (COUTO, 2012). Embora esporadicamente, coberturas jornalísticas ainda são realizadas na cidade, como por exemplo, carnaval e futebol. Fora essas, apenas os fatos de extrema importância são transmitidos ao vivo. Um exemplo recente de cobertura realizada pelas duas emissoras foi a de um incêndio que começou no final da tarde da segunda-feira, 24 de outubro de 2011, na esquina da Avenida Getúlio Vargas com a Rua Floriano Peixoto. O maior incêndio da história da cidade durou mais de 18 horas, e destruiu seis prédios comerciais. 10 Noticiários transmitidos de hora em hora, com a duração de cinco minutos. Com edições de segunda a sexta das 8h às 18h. 11 Idem 8 12 Noticiário com a duração de cinco minutos, transmitido na antiga programação da Rádio Solar AM. A Rádio Globo disponibilizou equipes para a cobertura. “No incêndio os profissionais foram para rua e fizeram a transmissão de um programa direto do local. Ali havia necessidade, para pegar o incêndio e dar informações do trânsito” (LIMA, 2012). Na Rádio Solar não foram noticiadas informações do incêndio durante a madrugada, já que não existe programação nesse horário. “Houve as primeiras informações, depois veio o desdobramento” (COUTO, 2012). A diferença em relação ao radiojornalismo atual em coberturas, para o praticado na década de 50, nas emissoras PRB-3 e Industrial, pode ser evidenciada se observarmos a cobertura do incêndio no Clube Juiz de Fora. No centenário da cidade em 1950, aconteceu o famoso incêndio no Clube Juiz de Fora e os repórteres das duas rádios esmeravam-se na cobertura. Às três horas da manhã, enquanto as labaredas subiam pelo prédio, as reportagens não cessavam de irradiar a tragédia e ficaram até duas horas da tarde do dia seguinte comentando o incêndio. (LINS; BRANDÃO, 2012, p. 87). A partir das programações atuais das rádios estudadas, observamos que é restrito o espaço dedicado pelas duas emissoras ao radiojornalismo local. Em nossa análise, constatamos que, a Rádio Solar tem 18h diárias de programação (segunda à sexta-feira), excluindo a transmissão do noticioso A Voz do Brasil. O noticiário local As Primeiras do Dia, que ocupa meia hora na programação da Solar, corresponde a 2,77% de espaço na grade da emissora. Os boletins Notícias na Solar vão ao ar 11 vezes ao dia (8h, 9h, 10h, 11h, 12h, 13h, 14h, 15h, 16h, 17h e 18h), com a duração de cinco minutos cada, o que totaliza 55 minutos na programação, ou 5,05% de espaço na grade. Somados ambos programas jornalísticos, concluímos que o radiojornalismo ocupa aproximadamente uma hora e meia, ou 7,82% na programação da Rádio Solar. A Rádio Globo transmite 24 horas de programação diária (segunda à sexta). Se excluirmos o noticioso A Voz do Brasil, temos um total de 23 horas de programação produzida pela própria emissora. O noticioso O Globo No Ar é apresentado em 19 edições (0h, 1h, 2h, 3h, 4h, 5h, 7h, 8h, 9h, 11h, 12h, 13h, 14h, 15h, 16h, 17h, 21h, 22h e 23h), com a duração de cinco minutos. Isso significa 95 minutos na programação, ou seja, 6,88%. Já os boletins locais Globo Girando com a Notícia são apresentados em sete edições diárias (10h30, 11h30, 12h30, 13h30, 14h30, 15h30 e 16h30), com a duração de um minuto e meio cada. No total, são apenas nove minutos e meio dedicados ao radiojornalismo local, o que corresponde a 0,67% na grade da emissora. Somados os dois programas jornalísticos, temos um total de 104 minutos e 30 segundos de radiojornalismo na emissora, ou seja, 7,55% de espaço na programação. Mesmo com as dificuldades, para Lima (2012) o espaço do jornalismo na emissora é suficiente: “Por exemplo, das 6h às 9h, cada intervalo a gente tem que vir com notícia [...] Tem que dar informação”. Entretanto na observação realizada, dia 29 de maio, notamos que durante o horário citado por Lima (2012), nenhuma informação de Juiz de Fora foi ao ar na programação local. O espaço ficou restrito aos comerciais e às notas de falecimento. Por sua vez, Couto (2012) avalia que na Solar AM, o jornalismo é bem trabalhado, mas admite que o espaço dedicado à notícia local poderia ser maior. 4.4 PROPOSTAS No noticiário local há a possibilidade de mudanças, sobretudo com a Solar. Como citado anteriormente, a emissora tem como objetivo voltar com sua tradicional programação incluindo mais jornalismo, utilidade pública e a participação do ouvinte. “[...] dar ênfase maior ao jornalismo, para que a cidade tenha novamente uma voz no rádio” (COUTO, 2012). A proposta é trazer de volta programas de grande apelo na história da emissora. “Reformulação na programação de imediato, com a volta dos programas Rádio Vivo, com Marcelo Juliane, Ronda Policial e Super Bate Bola. A volta da unidade móvel, com saída dos carros à rua”. (COUTO, 2012). Também na Rádio Globo, um dos projetos da emissora para alavancar a audiência é a inserção da unidade móvel. Neste momento está sendo pensado na unidade móvel e na reformulação do site, para inserir novos jornalistas, e assim ter o plantão do final de semana. [...] Outro projeto é tornar a programação mais local [...] A exemplo do Domingo na Globo, que é da rede mas que conseguimos fazer local. Você regionaliza a programação, valoriza e promove a cultura local. (LIMA, 2012). Na pesquisa realizada neste artigo, foi possível observar que ambas emissoras são conscientes da necessidade de uma readequação na programação, com o intuito de dar mais ênfase ao jornalismo, que promove informação e prestação de serviço à sociedade juiz-forana, que atualmente é carente de espaço nas emissoras da cidade. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar de a notícia ser um dos pontos fundamentais do tripé do rádio AM, nas duas emissoras estudadas o espaço dedicado à informação é restrito: 7,82% na Rádio Solar e 7,55% na Rádio Globo, que possui apenas 0,67% de espaço destinado às notícias locais. Isso fere um dos critérios de noticiabilidade, que o rádio, de forma geral, tem facilidade para evidenciar, que é a proximidade das notícias com o público. Ao concluir este artigo, que teve como proposta analisar o espaço do radiojornalismo local nas emissoras AMs de Juiz de Fora, notamos que as entrevistas e a pesquisa empírica foram nossas principais referências para a composição da nossa análise. Também foi imprescindível a pesquisa bibliográfica para basear nossas observações. Ressaltamos que o espaço voltado ao radiojornalismo na cidade diminuiu, afetando diretamente o ouvinte, que anseia pela informação e aspira por mais espaço para o gênero jornalístico. Somos cientes que este trabalho é apenas mais uma referência para futuros estudos sobre o radiojornalismo, entretanto acreditamos ter conseguido exercer nossa proposta ao analisar a informação que é transmitida no rádio e afeta a vida da sociedade. Ao demonstrar, por meio de nossa pesquisa empírica, o curto espaço dedicado ao radiojornalismo nas duas principais emissoras AMs de Juiz de Fora, esperamos alertar jornalistas e responsáveis não apenas pelas rádios locais, mas também pelas emissoras nacionais que enfrentam a mesma situação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BESPALHOK, Flávia Lúcia Bazan. A prática da reportagem radiofônica na emissora Continental do Rio de Janeiro. Bauru, 2006. Disponível em: <http: // www.faac.unesp.br/posgraduacao/Pos.../pdfs/fla_bespalhok.pdf>. Acesso em 30 de Mar. 2012. CÉSAR, Cyro. Rádio: a mídia da emoção. São Paulo. Summus, 2005. COUTO, Gil Horta Rodrigues. Entrevista concedida à Rosiléa Archanjo, 30 abr. 2012, na Rádio Solar situada em Juiz de Fora na Rua Espírito Santo, n. 95. FERRARETO, Luiz Artur. Rádio: O veículo, a história e a técnica. Porto Alegre. Sagra Luzzatto, 2002. HAUSSEN, Doris Fagundes. O Jornalismo no rádio atual: o ouvinte interfere?. In: Congresso Brasileiro das Ciencias da Comunicação. Curitiba. Anais... São Paulo: Intercom, 2009. Disponível em:<http: // www.intercom.org.br/papers/nacionais/2009/.../R4-0189-1.pdf>. Acesso em: 15 de Set. 2011. JUNG, Milton. Jornalismo de rádio. São Paulo: Contexto, 2004. LIMA, Jovane Rosa de. Entrevista concedida à Rosiléa Archanjo, 2 mai. 2012, na Rádio Globo situada em Juiz de Fora na Rua Oscar Vidal, n. 416. LINS, Flávio; BRANDÃO, Cristina. Cariocas do Brejo entrando no ar: o rádio e a televisão na construção da identidade juiz-forana (1940-1960). Juiz de Fora: UFJF, 2012. OLIVEIRA, Edson José de. Entrevista concedida à Rosiléa Archanjo, 5 mai. 2012, em sua residência situada em Juiz de Fora na Avenida Pedro Timponi, n. 450, Bl. C, ap.203, Nova Benfica. RIBEIRO, Paulo José de Oliveira. S.O.S Radiojornalismo: caminhos para a informação de Rádio em Juiz de Fora. Juiz de Fora, 2006. Disponível em: <http: // www.facom.ufjf.br/documentos/downloads/.../pdf/PRibeiro.pdf>. Acesso em: 30 de Mar. 2012. ROCHA, José Sérgio. Sobre a rádio. Disponível em: < http://radioglobo.globoradio.globo.com/sobre-aradio/2010/01/13/DEZEMBRO-DE-44-O-INICIO.htm>. Acesso em: 11 de Mai. 2012.