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Sistema de notificação de eventos adversos na unidade de terapia
intensiva do hospital universitário de Juiz de Fora
Jaqueline Silva Castro1
Tatiana Dornelas de Oliveira2
RESUMO
Contexto: Os eventos adversos podem ser entendidos como injúrias não intencionais
ocorridas com o usuário dentro de uma unidade hospitalar. Esses incidentes não são
relacionados ao processo da doença base, mas sim decorrentes da atenção à saúde e de
fatores humanos, organizacionais ou técnicos. Sua presença compromete a segurança do
paciente e são um grande desafio para o aumento da qualidade no setor da saúde
atualmente. Os eventos devem ser controlados, transformando riscos não gerenciados
em gerenciados e consequentemente diminuindo a possibilidade de ocorrência do
acidente. Assim, o gerenciamento desses riscos diz respeito ao processo de identificação
e controle de eventos incertos, eliminando ou minimizando os que podem afetar os
recursos do sistema. Para reduzir a quantidade de ocorrências, uma das formas de
controle pode ser feita através de um sistema de notificação de eventos adversos,
contendo campos claros e específicos para o relato do profissional de saúde.
Justificativa: o controle da ocorrência de eventos adversos é de extrema importância
em um hospital e fundamental para a segurança do paciente. Ao ser aplicado no setor de
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) torna-se essencial, visto que é onde se encontram os
pacientes mais graves de uma Instituição Hospitalar. Objetivo: Analisar a implantação
das folhas de notificações de eventos adversos para serem preenchidos pelos
profissionais da saúde inseridos na UTI do Hospital Universitário de Juiz de Fora,
1
Graduada em Ciências Econômicas, UFJF (2012). Pós-graduada em Gestão em Saúde,
Acreditação e Auditoria, UFJF (2014). Atualmente é residente em Gestão Hospitalar no Hospital
Universitário/UFJF. E-mail: [email protected]
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Graduada em Administração de Empresas, Faculdades Integradas Vianna Junior/Certificação
FGV (2010). Pós-graduada em Gestão Empresarial, FGV (2012) e em Gestão em Saúde, Acreditação e
Auditoria, UFJF (2014). Atualmente é residente em Gestão Hospitalar no Hospital Universitário/UFJF. Email: [email protected]
2
avaliando o instrumento como meio de comunicação no setor. Metodologia: Trata-se de
um estudo retrospectivo e qualitativo, baseado na análise de um formulário de
notificação próprio, preenchidos pelos profissionais de enfermagem atuantes no setor de
UTI, no período de Abril de 2013 à Abril de 2014. Ressalta-se que os dados obtidos no
preenchimento das folhas serão mantidos em sigilo. Resultados: Verificou-se baixa
adesão inicial à utilização do instrumento e quando utilizado, o mesmo era preenchido
com falta de informações. Após a compilação dos dados coletados foi possível observar
que os profissionais tinham receio de preencher a folha de notificação de eventos
adversos, principalmente devido à possibilidade de retaliação. Conclusões: A finalidade
para a qual a notificação de eventos adversos foi elaborada e implantada foi cumprida.
O setor pôde contar com um instrumento de controle e de dados concretos para que as
falhas pudessem ser corrigidas e reduzidas, auxiliando na comunicação entre os
profissionais do setor.
Palavras-chave: Indicadores de qualidade, eventos adversos, segurança do paciente.
INTRODUÇÃO
Um Hospital Universitário envolve a junção de conhecimentos, relacionando
diferentes áreas e profissionais. Essa heterogeneidade acaba por deixar o ambiente da
instituição hospitalar mais vulnerável à ocorrência de eventos adversos (PAIVA, PAIVA,
BERTI; 2010).
Segundo
a Agência
Nacional
de Vigilância
Sanitária
(ANVISA)
o
gerenciamento dos riscos diz respeito à “aplicação sistemática de políticas,
procedimentos e práticas de gerenciamento às tarefas de análise, avaliação, controle e
monitoração de risco.” (ANVISA, 2010, p. 4). Sendo assim, os hospitais devem ter
maneiras de controlar os riscos, transformando-os em riscos gerenciados e
consequentemente diminuindo a possibilidade de ocorrência do acidente com o
enfermo.
Nascimento et al (2008, p. 2) define que os “eventos adversos são ocorrências
indesejáveis, porém preveníveis, de natureza danosa ou prejudicial que comprometem a
segurança do paciente que se encontra sob os cuidados dos profissionais de saúde.”
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As ocorrências não esperadas oriundas de falhas no atendimento hospitalar vão
de encontro à busca de oferecer ao cliente serviços com qualidade, livre de riscos, danos
e com total segurança do paciente, podendo ocasionar problemas aos pacientes e aos
prestadores de serviço (NASCIMENTO, 2008).
Alguns acontecimentos podem aumentar o risco da ocorrência de eventos
adversos, tais como o
avanço tecnológico com incompatibilidade do aperfeiçoamento pessoal
necessário, distanciamento das ações próprias de cada profissional,
desmotivação, ausência ou limitação da sistematização e
documentação do cuidado de enfermagem, delegação de cuidados sem
supervisão adequada e sobrecarga de serviços. (BECCARIA et al;
2009, p. 1).
A presença de efeitos adversos também acarreta o prejuízo financeiro. No Reino
Unido e Irlanda do Norte, a maior permanência do paciente internado por causa da
ocorrência de Eventos Adversos (EAs) vale o montante de dois bilhões de libras por ano
e os gastos em sentenças litigiosas do Sistema Nacional de Saúde chegam a 400 milhões
de libras por ano. Nos Estados Unidos a situação não é diferente, os valores devidos a
EAs variam entre 17 e 29 bilhões de dólares anuais (MENDES et al, 2005).
Um estudo realizado em 1999, nos Estados Unidos, sobre a qualidade da
assistência à saúde revelou que pelo menos 44.000 pessoas morrem todos os anos por
conta de erros médicos. O dado mais alarmante é que esse valor pode ser aumentado até
98.000 mortes por ano (KOHN, CORRIGAN, DONALDSON; 1999).
Nos hospitais, o envolvimento dos profissionais da enfermagem com eventos
adversos pode ser visualizado em algumas situações como: erros na medicação, quedas,
extubação e cateteres entre outros (NASCIMENTO et al, 2008).
Esses incidentes não são relacionados ao processo da doença base, mas sim
decorrentes da atenção à saúde e de fatores humanos, organizacionais ou técnicos. A
presença dessas ocorrências compromete a segurança do paciente e são um grande
desafio para o aumento da qualidade no setor da saúde atualmente (PAIVA, PAIVA,
BERTI; 2010).
Esses eventos são indesejados, embora possam ser prevenidas (NASCIMENTO
et al, 2008). O sistema de informações passa a ser significativo para a redução de custos
e a prevenção de falhas em uma instituição de saúde. Algumas dessas informações são
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obtidas a partir de dados da prestação de cuidados da enfermagem, utilizadas para
monitorar e avaliar a qualidade do serviço prestado (PAIVA, PAIVA, BERTI; 2010).
No Brasil, estudo realizado em três hospitais de ensino mostrou que
em 1.103 pacientes a incidência foi de 84(7,6%) acometidos por EAs
e, destes, 54 (66,7%) poderiam ser evitados. Tal fato evidencia que a
incidência de EAs em pacientes nos três hospitais é semelhante ao de
estudos internacionais e que a proporção de EAs evitáveis é muito
maior nos hospitais brasileiros (CARNEIRO et al, 2010, p. 2).
Esse tipo de investigação é considerado recente e normalmente visto pelos
profissionais de saúde com vergonha e receio de repreensão, posto que podem estar
associados à falta de atenção ou treinamento incorreto e insuficiente. Devido a isso
ocorrem as subnotificações, já que os envolvidos tendem a esconder o fato ao invés de
estudá-lo a fundo visando à prevenção de novas ocorrências semelhantes (PADILHA,
1998 apud BECCARIA et al; 2009).
A Joint Commision on Acreditation of Healthcare Organizations
(JCAHO), organização não governamental americana que avalia a
qualidade dos serviços de hospitais dentro dos EUA, recomenda que
existam ferramentas para medir e monitorar a performance de uma
instituição e propõe a utilização de instrumentos de notificação.
Sugere, ainda, que exista uma análise crítica sobre as causas de sua
ocorrência e implantação de medidas de qualidade (SCHNEIDER,
1998 apud BOHOMOL, RAMOS; 2006, p. 33).
Visando a garantia da existência de métodos de prevenção, deve-se notificar e
analisar os erros, além de estabelecer ações corretivas e preventivas (PAIVA, PAIVA,
BERTI; 2010). Em 2001, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária criou o Projeto
Hospitais Sentinela visando à vigilância de produtos e serviços, garantindo qualidade
aos pacientes, sendo que, uma das metas a serem atingidas para monitorar e avaliar a
qualidade da instituição é a ocorrência dos EAs (CARNEIRO et al, 2010).
A apuração desses dados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) merece uma
análise particular, dado que é um cenário onde estão os pacientes com características
mais graves, necessitando da maior atenção e o menor erro possível (SILVA; 2003).
O Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora iniciou o
controle dos eventos adversos que ocorrem na Unidade de Terapia Intensiva em Março
do ano de 2013.
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OBJETIVO
O objetivo geral deste trabalho foi analisar a implantação das folhas de
notificações de eventos adversos para serem preenchidos pelos profissionais da saúde
inseridos na UTI do Hospital Universitário de Juiz de Fora, avaliando o instrumento
como meio de comunicação no setor.
MÉTODO
Trata-se de um trabalho baseado em um estudo retrospectivo e qualitativo
desenvolvido no setor de Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Universitário da
Universidade Federal de Juiz de Fora, unidade Santa Catarina, a partir das informações
coletadas nas notificações/investigações preenchidas pelos profissionais da saúde que
atuam no setor.
A metodologia para a confecção do formulário de notificação/investigação foi
baseada na literatura vigente, contendo campos específicos, de fácil preenchimento.
Após a confecção da folha de notificação, as instruções de preenchimento foram
repassadas ao setor através de treinamentos e em reuniões. A identificação do incidente
ocorrido com o paciente ocorre em duas partes: 1ª parte – Notificação do evento; 2ª
parte – Investigação do evento.
A primeira parte é subdividida em três elementos: tipo de notificação,
especificando se a ocorrência foi preventiva (não chegou a ocorrer o dano) ou corretiva
(o dano ocorreu); dados do paciente, contendo data e hora da ocorrência, número do
leito e do prontuário, as iniciais, idade e diagnóstico do enfermo; descrição do evento,
no qual o profissional seleciona o tipo de evento ocorrido e quais as condições, já prédefinidas, que contribuíram para a ocorrência do evento. Logo após esse detalhamento,
o profissional deve fazer um relato sucinto da ocorrência.
Os possíveis tipos de eventos são: queda, úlcera por pressão, falha na medicação,
falha na hemotransfusão, falha na alimentação via oral, falha em dieta enteral, falha em
nutrição parenteral, falha em cateteres venosos, falhas em vias aéreas artificiais, falha
em cateter vesical, falha em cirurgia e falha por desabastecimento.
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Na segunda parte os profissionais devem marcar as possíveis causas do
problema. Os campos desse componente são baseados no diagrama de Ishikawa: mãode-obra, material, meio ambiente, método, medição, maquinário.
Para estudo deste trabalho, avaliou-se a qualidade das informações preenchidas
pelos funcionários do setor.
RESULTADOS
Durante o período de Abril de 2013 à Abril de 2014 verificou-se a baixa
receptividade inicial por parte da equipe inserida na Unidade de Terapia Intensiva do
Hospital, sendo que, com o tempo, a importância do trabalho foi demonstrada e houve
um aumento no número de registros.
As notificações devem conter todos os elementos completos. No entanto,
observa-se que, em alguns casos, o instrumento era preenchido com falta de alguns
dados, não havendo clareza no relato, o que prejudica a qualidade da informação.
Após a compilação dos dados coletados foi possível observar que os
profissionais tinham receio de preencher a folha de notificação de eventos adversos,
principalmente devido à possibilidade de represália.
DISCUSSÃO
A cidade de Juiz de Fora, localizada na região da Zona da Mata Mineira, possui
516.247 mil habitantes, de acordo com a última pesquisa do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística. Atualmente possui 165 estabelecimentos de saúde que atendem
o Sistema Único de Saúde, dentre eles está o Hospital Universitário da Universidade
Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF).
O HU-UFJF é um centro de referência no atendimento à pacientes da rede SUS,
prestando serviços a uma área de mais de 90 municípios da região e estado do Rio de
Janeiro, atendendo todos os níveis de atenção, contemplando atividades de ensino,
pesquisa e extensão, além de preparar profissionais, em nível de Graduação e PósGraduação.
A UTI do hospital possui nove leitos, sendo um de isolamento. Conta com
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especialistas 24 horas por dia para o tratamento de enfermos graves, sendo 28 técnicos
de enfermagem, seis enfermeiros, médicos, residentes e acadêmicos.
O paciente internado em UTI de qualquer hospital necessita de procedimentos
essenciais, sendo assim é muito importante que todas as condutas sejam precisas e
corretas. Os autores Carvalho et al (1999 apud BECCARIA et al, 2009, p. 5) defendem
que “a chave para a redução de erros é simplificar os processos reduzindo o número de
etapas padronizando o sistema.”
Os autores Rosa e Perini (2003, p. 2) relatam que
os anos 90 marcam um aumento das abordagens sensacionalistas na
mídia sobre erros na saúde e um crescimento das contendas judiciais,
tanto em número de processos quanto no valor financeiro das
indenizações. O paciente tornou-se mais contestador e exigente,
forçando uma mudança de atitude dos prestadores de serviços. A
assistência à saúde passou a ser, cada vez mais, uma forma de
prestação de serviços sujeita às leis contratuais e suas consequências
nas áreas cível e penal.
Algumas pesquisas mostram que a maior parte dos eventos ocorridos em
pacientes à beira do leito poderia ser evitada, impedindo maior sofrimento e até mesmo
reduzindo recursos utilizados (KOHN, CORRIGAN, DONALDSON; 1999).
Estudos realizados na Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard
evidenciaram que mais 20% dos pacientes internados em UTI sofrem algum tipo de
evento adverso (CHABOYER et al; 2008).
O sistema de notificação de falhas em hospitais possui alguns benefícios, tais
como: “permite aprender com os erros ocorridos; monitorar e detectar potenciais para
futuros erros; permite que investigações sejam feitas prontamente a fim de se ter uma
compreensão do que ocorreu para os casos de reclamações; permite dar um feedback
das informações apuradas (...).” (AHLUWALIA, MARRIOT; 2005 apud MONZANI;
2006, p. 30).
No entanto, caso o objetivo do hospital seja utilizar o sistema para punições, o
método não cumprirá o seu objetivo, visto que os funcionários terão receio em
preenchê-lo. Assim, ocorrerão muitas subnotificações, passando a falsa ideia de que o
número de falhas está baixo. Para que cumpra a sua função, o objetivo da notificação de
eventos adversos deve ser a correção e minimização dos erros futuros. (MONZANI;
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2006).
Antes da efetiva implantação do controle de eventos adversos no HU-UFJF, o
setor de Qualidade, com auxílio de duas residentes de Economia e Administração,
confeccionaram a folha de notificação de acordo com as normas da ANVISA. Após a
conclusão desse passo, o processo foi implantado na UTI e os profissionais da
enfermagem passaram a efetivamente notificar os incidentes.
Mensalmente, esses dados são coletados pelos responsáveis, que analisam e
calculam os indicadores de acordo com o nível de utilização dos leitos/dia.
Posteriormente, esses dados são levados aos profissionais da assistência, para que sejam
verificadas as maiores incidências e possíveis maneiras de diminuir as mesmas.
Durante o período inicial de implantação do sistema de notificação, as folhas
eram identificadas com o nome do notificante. Esse fato pode ter causado desconfiança
nos funcionários da UTI, fazendo com que ocorressem as subnotificações. Quando esse
fato foi constatado, a folha foi alterada para que fosse feita de forma anônima.
Destaca-se o fato de que a notificação por parte dos funcionários no Hospital
Universitário da UFJF era feita de forma voluntária, o que reforçava ainda mais a
confiança da instituição em seus colaboradores.
Diversas vezes a folha de notificação teve que ser atualizada a fim de se adequar
a realidade dos profissionais que atuam na UTI do HU-UFJF. Sendo assim, o objetivo
era deixar as informações solicitadas expostas da maneira mais clara possível, até se
alcançar um modelo que fosse o mais indicado e que é atualmente o modelo utilizado no
setor. Apesar de a folha atual ser bem próxima da realidade dos profissionais, a mesma
está sujeita a alterações para se adequar às condições do setor.
A manutenção do sistema de notificação de eventos adversos deve ser realizada,
visto que se trata de uma importante ferramenta de qualidade para o hospital e seu
paciente. A importância das informações alcançadas conduzirá a possíveis mudanças no
processo para que a segurança do enfermo seja ampliada e seu atendimento livre de
falhas e riscos.
CONCLUSÃO
A investigação de risco através da notificação de eventos adversos mostrou-se
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uma ferramenta de comunicação útil aos profissionais envolvidos com a UTI do
Hospital Universitário, auxiliando na avaliação de incidentes antes não registrados.
O instrumento implantado tornou-se, também, importante fonte de informação
para as pessoas envolvidas com o setor, alertando para a busca constante da segurança
do paciente.
Somente pelo fato de existirem eventos adversos, mesmo que com
subnotificações, os dados são importantes, pois neles estão evidenciadas a qualidade do
serviço prestado. Dessa maneira, o levantamento dos mesmos torna-se ainda mais
relevante, posto que com o estudo e as reflexões do que ocorreu é possível direcionar a
equipe, buscando medidas de prevenção para falhas futuras.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A finalidade para a qual a notificação de eventos adversos foi elaborada e
implantada foi cumprida. O setor pôde contar com um instrumento de controle e de
dados concretos para que as falhas pudessem ser corrigidas e reduzidas, auxiliando na
comunicação entre os profissionais do setor.
Como dito anteriormente, as notificações foram realizadas de maneira
voluntária. Sendo assim, é possível que tenham ocorrido subnotificações, ou seja,
alguns incidentes podem não ter sido registrado pelos profissionais do setor. Dessa
forma, é necessária uma manutenção do trabalho, estimulando o preenchimento da folha
de notificações em caso de ocorrência dos incidentes, visto que é um instrumento de
muita valia para estudos dos interessados no hospital.
Devido à falta de agilidade no processo, torna-se essencial a criação de um
sistema eletrônico de notificação dos eventos ocorridos. Um sistema informatizado
traria muitos benefícios, tais como o aumento da qualidade das informações registradas
e a rapidez no registro, fomentando o desenvolvimento de ações mais rápidas com o
paciente. Após a implantação de um sistema nesses moldes, será possível expandir a
investigação de risco para todos os setores do Hospital Universitário.
Por fim, ressalta-se que as falhas ocorridas não devem ser desconsideradas e
precisam ser vistas como um desafio para todos os profissionais de saúde que buscam a
excelência na qualidade do atendimento ao enfermo, visando preveni-las para garantir a
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segurança do paciente internado.
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