Presença – 3º. Encontro – Tornando-se uma força da natureza
Iniciamos o encontro conversando sobre a viagem do Fabrice e Carlos à Omã, e assim
fomos fazendo as pontes entre o que eles compartilhavam conosco e a leitura do
terceiro capítulo.
Omã é um país muito diferente e que com as pessoas voltadas para fora. No nosso
modelo mental temos árabe como um sujeito sisudo, mas o que eles viram foi
exatamente o oposto, pessoas alegres e brincalhonas. Ruas muito seguras, famílias
sentadas na rua, na praia, em rodas e conversando.
A dinâmica da reunião em Omã, proporcionou inclusão das pessoas dos 47 diferentes
países que lá estavam, através de exercícios que incentivam o diálogo, a troca de
experiências, o falar e o ouvir. (Relato detalhado sobre a viagem encontra-se no
documento enviado pelo Fabrice ao grupo anteriormente)
O compartilhamento desses exercícios pelo Fabrice e Carlos, propiciaram reflexões
importantes que destaco destaco a seguir:
Porque precisamos de tanta informação para revisitar o que já sabemos? Cada
vez mais precisamos que alguém nos informe que aquilo é aquilo...
Essa questão me tocou bastante, o que tenho feito com tanta informação sobre a
maestria pessoal? Como tenho colocado isso em prática?
Dicotomia entre científico e sabedoria – porquê nos distanciamos? Cris nos lembra
que o Peter Senge diz que não nascemos seres humanos, nos tornamos um. E que
por meio da competição nos tornamos mais parecidos uns com os outros. Pelo
aprendizado e cooperação mais a nós mesmos. Estou disposto a aprender com você?
Sou o dono do projeto, como vou escutar o outro? E minha carreira?
Diego menciona que o melhor jeito de fazer as coisas dá trabalho, nem sempre é o
mais fácil.
Cris retoma dizendo que o modo mais fácil é o científico, igual ao de todo mundo. Os
modelos são de mão única e quando eu não me insiro, não insiro o outro. Mesmo no
mundo acadêmico não podemos nos colocar. Peter, Otto e Jaworski transpuseram
essa fase e viraram contadores de história.
Fica um convite para que sejamos audaciosos a desenhar a mão dupla, o eu inserido,
eu fazendo parte dessa proposta, e que ela seja natural.
Mesmo num escritório de advocacia, a Sandra nos coloca que é possível levar as
pessoas a se reconhecerem como pessoas. Sempre gostamos de aprender com o
outro, vejam como as crianças aprendem. É um processo natural.
Cris lembra que a SOL trabalha com crenças e ideologias sobre o humano sendo que
a metodologia, a técnica, é apenas a ferramenta. A intenção é de tranformar o humano
pela rede de conversas no mundo, pelo poder da conversa e a inteligência do coletivo.
Rever a nós – a mudança começa com você – senão fica a distância entre você e a
técnica. Estou a serviço disso? É a sua escolha... Fortalecer o meu acreditar, não cair
na armadilha do mais fácil, não julgar as escolhas dos outros – é a história deles. Cris
lembra da passagem do livro de Martin Buber – Eu e Tu - citada no livro Presença –
que fala sobre a transformação da vontade e da liberdade verdadeira e que transcrevo
a seguir, pois vale a pena rever na íntegra:
O homem livre é aquele que quer, mas não com um querer autocentrado e arbitrário.
(...) Ele acredita no destino e acredita que o destino precisa dele (...) mas não sabe onde
encontrá-lo. Sabe, contudo, que precisa entregar-se de corpo e alma. As coisas não serão
como ele decidiu; mas o que tem de ser, só será quando ele decidir o que é capaz de querer.
Deve sacrificar sua vontade insignificante e refreada, controlada por coisas e instintos, à
vontade maior, definida para o ser predestinado
Então ele deixa de intervir, mas ao mesmo tempo não permite que as coisas simplesmente
aconteçam. Ouve o que brota de si mesmo, perscruta a caminhada de seu ser no mundo – não
para obter o amparo do mundo e sim para concretizá-lo conforme o mundo assim o deseja1
Que crenças nos separam do outro? Que crenças nos aproximam do outro? – Nosso
trabalho é criar ambientes de inclusão, diálogo, colaboração.
Aprendizagem organizacional não é apenas das organizações, acontecem em
qualquer ambiente. Onde tem aprendizagem, tem o humano. Tornarmo-nos uma força
da sua própria natureza interior junto com a força da natureza do outro.
Flávia compartilha conosco sua vivência ao assistir o conceito do Nelson Freire – não
tem distância entre ele e a técnica mas sim, integração total dele com o piano – isto é
Presença.
Simone coloca que podemos incluir todos os envolvidos numa reunião. Quem está
ausente dos diálogos/projetos que estou tocando atualmente? Como posso incluí-los?
Cris nos chama à responsabilidade – Somos a SOL em ação - Sermos uma
comunidade de prática, um mesmo indivíduo em qualquer contexto – a técnica se
dissolve, só fica com a experiência. Há dificuldade das pessoas entenderem que
podemos confiar uns nos outros para solucionar problemas. Investigar no nosso
modelo mental medos, crenças, praticarmos o U para estarmos convictos do que
queremos.
Adam, no último livro, mostra a dinâmica entre poder e amor, ilustrando numa escala
de 0 a 10.
10 poder 0 amor = abuso
10 amor 0 poder = sentimentalismo
5,5 = neutro, em cima do muro, medo de ser feliz.
A vida é busca pelo 10-10. O ganha ganha é falso, pois a lógica da cooperação, inclui
perda.
1
SENGE et al., 2007, pg. 141 
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