Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados APRESENTAÇÕES ORAIS AO-01 - CHLAMYDIA TRACHOMATIS E NEISSERIA GONORRHOEAE EM SÍTIOS EXTRAGENITAIS – AMPLIANDO O DIAGNÓSTICO EM HOMENS INFECTADOS PELO HIV. EVELINE XAVIER PEREIRA DE SOUZA, ANA GABRIELA ÁLVARES TRAVASSOS, ISABELLA PEREIRA DA NÓBREGA, TATIANA HAGUIHARA, CAMILA DA SILVA CENDON DURAN, EDA MARIA VINHAES DANTAS, FABIELLE DE OLIVEIRA ROCHA DE BRITO, JULIA MARIA DE OLIVEIRA NEUMAYER, KAREN ABBEHUSEN, KARINA ADAMI, NATHÁLIA ARAÚJO LISBÔA, PATRÍCIA ALMEIDA, SHEYLA FERNANDES, FÁBIO BARRETO, EDUARDO NETTO, CARLOS BRITES - CENTRO ESPECIALIZADO EM DIAGNÓSTICO, ASSISTÊNCIA E PESQUISA (CEDAP) Introdução: Infecções sexualmente transmissíveis por Chlamydia trachomatis (CT) e Neisseria gonorrhoeae (NG) são predominantemente assintomáticas, mas podem estar associadas a epididimite, uretrite, proctite e prostatite. Pessoas vivendo com HIV/AIDS estão em maior risco de adquirir essas infecções e estas, por sua vez, estão relacionadas ao aumento da transmissão do HIV através de relações sexuais. Ainda são escassos os dados sobre a prevalência de CT e NG em sítios extragenitais. O objetivo deste estudo é identificar a prevalência de infecção anogenital por CT e NG em homens HIV+ e fatores de risco associados. Métodos: Estudo transversal, realizado com 105 homens infectados pelo HIV assistidos pelo Serviço de Coloproctologia do Centro Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa (CEDAP) no período de junho de 2013 a maio de 2014. A pesquisa por CT e NG foi realizada através de PCR (Cobas Amplicor Test CT/NG®) em amostra de urina e escovado anal, ambos obtidos durante o atendimento médico, independente de presença de sinais e sintomas. Dados sócio-demográficos e clínicos foram obtidos através de questionário padronizado. Resultados: Infecção por algum dos patógenos investigados foi encontrada em 13.3% das amostras(14/105). CT foi identificada em 5.7%(6/105) das amostras de ânus e em 1.0%(1/105) de urina. NG foi identificada em 5.7% (6/105) em ânus e em 1.0%(1/105) de urina. Não houve infecção nos dois sítios concomitantemente. A média de idade é 37.8 anos (+- 9.4), o início da vida sexual aos 14.9 anos (+- 3.7), a média do tempo de diagnóstico do HIV destes pacientes é de 205 meses, com 88.6% (93/105) em uso de antiretrovirais. Entre os pacientes, 77.1%(81/105) são pardos ou negros, 69.5%(73/105) são solteiros, 77.1%(81/105) tem ensino médio completo. Uso de álcool é referido por 73.3%(77/105), uso de drogas ilícitas por 20.2%(21/104) e tabagismo por 16.2%(17/105). Quanto à prática sexual, 29.5%(31/105) relataram relação apenas com homens, 13.3%(14/105) apenas com mulheres e 57.1%(60/105) com ambos os sexos. Sexo anal receptivo foi relatado por 79%(83/105) dos pacientes. 81%(85/105) referiram história prévia de DST. Fissura anal foi relatada pelo paciente em 29.1%(30/103) e identificada pelo médico em 34.4%(35/102) das avaliações. Nenhuma queixa ou alteração ao exame clínico foi associada à presença de infecção. História prévia de DST (p=0.051) e sexo anal receptivo (p=0.039) estão associadas à presença de infecção. Discussão: A investigação de CT e NG em homens é feita nos sintomáticos. Os estudos populacionais trazem uma prevalência de 2-9% de CT e 1-3% de NG. Observamos que 86% dos diagnósticos teriam sido perdidos se apenas a triagem urogenital tivesse sido realizada. Conclusões: A prevalência das infecções por CT e NG em pessoas vivendo com HIV é alta em relação à população geral. As infecções em sítios extragenitais assumem grande importância na transmissão do HIV e a investigação diagnóstica destas não deve ser neglicenciada. AO-02 INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS EM SÍTIOS EXTRAGENITAIS EM MULHERES INFECTADAS PELO HIV. JULIA MARIA DE OLIVEIRA NEUMAYER, ANA GABRIELA ÁLVARES TRAVASSOS, ISABELLA PEREIRA DA NÓBREGA, TATIANA HAGUIHARA, CAMILA DA SILVA CENDON DURAN, EVELINE XAVIER PEREIRA DE SOUZA, FABIELLE DE OLIVEIRA ROCHA DE BRITO, EDA MARIA VINHAES DANTAS, KAREN ABBEHUSEN, KARINA ADAMI, NATHÁLIA ARAÚJO LISBÔA, PATRÍCIA ALMEIDA, SHEYLA FERNANDES, FÁBIO BARRETO, EDUARDO NETTO, CARLOS BRITES. CENTRO ESPECIALIZADO EM DIAGNÓSTICO, ASSISTÊNCIA E PESQUISA (CEDAP) Introdução: Chlamydia trachomatis (CT) e Neisseria gonorrhoeae (NG) são responsáveis pelas infecções sexualmente transmissíveis bacterianas (ISTB) mais comuns em todo o mundo. Em pessoas infectadas pelo HIV, leva ao aumento da carga viral genital do HIV e risco de transmissão sexual (TS) e vertical (TV). Ainda são escassas as informações sobre infecção por CT e NG em sítios extragenitais. Este estudo objetiva avaliar a prevalência de infecção anogenital por CT e NG em mulheres HIV+, e identificar fatores de risco associados. Métodos: Estudo transversal, realizado com 295 mulheres HIV+ acompanhadas no Centro Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa (CEDAP) entre setembro/2013 e maio/2014. A pesquisa por CT e NG foi realizada através de PCR (Cobas Amplicor Test CT/NG®) em escovado endocervical e anal coletados durante o atendimento médico de rotina. Questionário padronizado foi utilizado para coleta de dados sócio-demográficos. Resultados: Infecção por algum dos patógenos foi encontrada em 6.8%(20/295) das amostras. CT foi identificada em 5.1%(15/295) das amostras de ânus e em 3.7%(11/295) de endocérvice. NG foi identificada em 0.7%(2/295) em ânus e em nenhuma de endocérvice. Ocorreu 1 coinfecção CT e NG em amostra de ânus (0.3%). Houve 2.4%(7/295) de infecções nos dois sítios concomitantemente, com 6 coinfecções por CT e 1 infecção por NG em ânus e CT em endocérvice. A média de idade é de 37.8 anos(+-10.9), início da vida sexual aos 16.4 anos(+- 3.4), a idade da 1ª. gestação foi aos 19.4 anos (+-4.7), média do tempo de diagnóstico do HIV destas pacientes é de 230 meses, com 82.4%(243/295) em uso de antirretrovirais. Entre as pacientes, 47.1%(139/295) são casadas ou convivem, 9.2%(27/295) nunca engravidaram e 10.5%(31/295) estavam gestantes no momento da coleta. Uso de álcool é referido por 53.2%(157/295), uso de drogas ilícitas por 9.5%(28/295). 97.6%(288/296) relataram relação sexual apenas com homens, 0.3%(1/295) apenas com mulheres e 2.0%(6/295) com ambos os sexos. Sexo anal receptivo foi relatado por 62.4%(184/295) das pacientes. 49.2%(145/295) referiram história prévia de DST. Cervicite ao exame clínico (p=0.041), estar gestante no Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados momento da coleta (p=0.003) e idade <=30 anos (p=0.001) estão associadas à presença de infecção. Discussão: A presença de infecções assintomáticas em região anal traz um aumento de TS destes patógenos e do HIV. O desconhecimento e questões culturais mantem as mulheres expostas a IST através de relações anais sem uso de preservativo. A investigação quanto a práticas sexuais desprotegidas, incluindo o sexo anal, ainda precisa ser ampliada. Conclusões: O diagnóstico de ISTB em sítios extragenitais precisa ser incluído nos protocolos de seguimento de mulheres infectadas pelo HIV, especialmente durante a idade fértil e o período gravídico-puerperal. O tratamento precisa ser instituído em tempo oportuno visando a redução destas infecções e prevenção da transmissão sexual e vertical do HIV. AO-03 - PAPILOMA VÍRUS HUMANO (HPV) EM MULHERES INFECTADAS PELO HIV ACOMPANHADAS EM SERVIÇO DE REFERÊNCIA EM SALVADOR – BAHIA. CAMILA DA SILVA CENDON DURAN, ANA GABRIELA ALVARES TRAVASSOS, ISABELLA PEREIRA DA NÓBREGA, TATIANA HAGUIHARA, EDA VINHAES, EVELINE XAVIER PEREIRA DE SOUZA, FABIELLE DE OLIVEIRA ROCHA DE BRITO, JULIA MARIA DE OLIVEIRA NEUMAYER, KAREN ABBEHUSEN, KARINA ADAMI, NATHÁLIA ARAÚJO LISBÔA, PATRÍCIA ALMEIDA, SHEYLA FERNANDES, FÁBIO BARRETO, EDUARDO NETTO, CARLOS BRITES. CENTRO ESTADUAL ESPECIALIZADO EM DIAGNÓSTICO, ASSISTÊNCIA E PESQUISA (CEDAP) Introdução: O HPV infecta mulheres em todo o mundo e sua persistência é necessária para o desenvolvimento do câncer do colo uterino. Mulheres infectadas pelo HIV apresentam maior taxa de prevalência e persistência da infecção pelo HPV em comparação a mulheres sem essa infecção. O HIV altera a história natural do HPV, gerando taxas de regressão diminuídas, progressão para lesões de alto grau e câncer cervical. O objetivo deste estudo é descrever o perfil epidemiológico de mulheres infectadas pelo HIV em investigação para o HPV e identificar fatores de risco associados à infecção pelo HPV. Métodos: Estudo descritivo de corte transversal realizado no Centro Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa CEDAP (Salvador-Bahia) no período de setembro de 2013 a março de 2014. Foram avaliadas 196 pacientes do sexo feminino infectadas pelo HIV, atendidas e acompanhadas neste centro. Excluídas pacientes virgens, histerectomizadas, em uso de antibióticos há menos de 30 dias ou com complicações obstétricas. Realizado questionário padronizado contendo variáveis sócio-demográficas e epidemiológicas. Durante avaliação ginecológica foi coletado material cervicovaginal posteriormente submetido à técnica PCR (Cobas HPV Test®), onde foram identificados os tipos 16,18,31,33,35,39,45,51,52,56,58,59,66 e 68. A análise foi feita usando o Statistical Package Social Sciences (SPSS), versão 20.0. Resultados: A média de idade das pacientes foi 37.2 anos (±11.0), 47.5%(93/196) se declararam negra, 42.9%(84/196) solteiras, 42.4%(83/196) possuem ensino médio completo, 66.3%(130/195) declarou renda entre 1-2 salários mínimos, média de idade de inicio de vida sexual foi de 16.4 anos(± 3.5), 1ª. gestação aos 19.8 anos(±4.5) e 82.1%(161/196) estão em uso de antiretrovirais. Presença de DNA-HPV de alto risco foi encontrada em 34.2%(67/196) das pacientes. Houve evidência de associação entre diagnóstico da infecção e menor tempo de diagnóstico do HIV (p=0.002), maior média de parceiros sexuais ao longo da vida (p=0.048), tabagismo (p=0.025), presença de verrugas genitais (p=0.008) e zona de transformação anormal no colo uterino(p=0.001) ao exame clínico, não possuir religião definida (p=0.031) e já ter realizado sexo por dinheiro (p=0.006). Discussão: Os resultados demonstram que a população estudada é semelhante quanto ao perfil sócio-demográfico independente da infecção pelo HPV. Maior exposição sexual, menor acesso aos exames diagnósticos estão associados a uma maior prevalência do HPV. A identificação através da biologia molecular permite definir mulheres com maior risco de lesões precursoras do câncer cervical. Conclusões: A identificação de fatores de risco associados à infecção pelo HPV em mulheres HIV+ permite desenvolvimento de estratégias de prevenção e tratamento desta infecção. As orientações quanto ao auto-cuidado, exames diagnósticos de rotina e tratamento precoce das lesões precursoras do câncer cervical podem modificar a história natural deste agravo. AO-04 - PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO E DIVERSIDADE DOS SUBTIPOS DO HIV-1 EM PACIENTES NÃO PROGRESSORES POR LONGO TEMPO (LTNP) EM ACOMPANHAMENTO EM UM SERVIÇO DE REFERÊNCIA EM INFECTOLOGIA, CURITIBA-PR. JUCELIA STADINICKI DOS SANTOS, DENIS LARGURA, BRUNA S SANSAO, EDUARDA GAMBINI BERALDO, SONIA MARA RABONI UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Introdução: Estudos sugerem que o comprometimento clínico de pacientes infectados com o HIV1 pode ocorrer de forma distinta, dependendo de características virais e de fatores próprios do hospedeiro. Dentre os indivíduos infectados pelo HIV-1 há um grupo com uma marcante progressão mais lenta para AIDS e são denominados LTNP. O presente trabalho tem como objetivo avaliar o perfil clínico-epidemiológico e a diversidade genotípica do HIV-1 em pacientes LTNP’s atendidos em um ambulatório de referência em infectologia. Material e Método: Pacientes com mais de 8 anos de diagnóstico de HIV-1, sem uso de TARV e que aceitaram participar do estudo foram incluídos no estudo. Coletas periódicas de sangue são realizadas para testes que visam à determinação da variabilidade genética do HIV-1 e avaliação de padrões inatos e genéticos do hospedeiro, além da coleta de dados de prontuário e entrevista. Resultados:Até o momento, 20 pacientes, que correspondem a 1,4% dos indivíduos em acompanhamento no Serviço de Infectologia do HC/UFPR foram identificados como LTNP’s. A distribuição por gênero é homogênea com uma mediana de idade de 40,4 anos (12;60). Quanto ao risco de infecção pelo HIV-1, 65% está relacionado com a atividade sexual (70% heterossexuais), transmissão vertical em 20% e o uso de drogas injetáveis em 15% dos casos. A mediana do tempo de diagnóstico do HIV-1 é de 12 anos (8;22) e a mediana para LT CD4+ é de 681,5 cels/mm3 (521;1261). Três pacientes (15%) são controladores de elite, com carga viral abaixo do limite de detecção e 5 pacientes (25%) apresentam carga viral baixa com até 2000 Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados cópias/ml e são definidos como controladores de viremia. Os demais pacientes (60%) apresentam carga viral variável em todas as contagens avaliadas. Observou-se uma frequência de alelos HLA-B protetivos em 12/13 (92%) dos indivíduos analisados, sendo que o alelo B*44 está presente em 2/3 (66%) dos pacientes controladores de elite. Deleção parcial do gene que codifica para o co-receptor CCR5 (Δ32) foi encontrada em 3 pacientes (15%). Na avaliação da genotipagem do HIV-1 foram identificados os seguintes subtipos: C (46%), B (31%), BC (15%) e BF (8%).Discussão:Dados obtidos até o presente momento caracterizam bem o grupo de LTNP’s estudado, com os parâmetros laboratoriais de alta contagem de LT CD4+ e baixa carga viral, presença de alelos HLA-B protetivos e a presença, em alguns pacientes, da variante CCR5-Δ32, relacionados com uma menor progressão clínica. Conclusão:A maioria dos estudos com LTNP’s é realizada em indivíduos com o subtipo B, sendo que mais pesquisas são necessárias para elucidar as interações vírushospedeiro em indivíduos LTNP’s com outros subtipos virais, buscando esclarecer as razões para a progressão mais lenta para a doença e, consequentemente, sendo importante para futuras opções terapêuticas para a infecção pelo HIV. AO-08 - AVALIAÇÃO DA RECONSTITUIÇÃO IMUNE EM GESTANTES SUBMETIDAS À QUIMIOPROFILAXIA PARA PREVENÇÃO DA TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV-1 E DO IMPACTO IMUNOLÓGICO DA DESCONTINUIDADE DO TRATAMENTO NO PÓS-PARTO. GEANE LOPES FLORES, JOSÉ HENRIQUE PILOTTO, CARMEM BEATRIZ GIACOIA GRIPP, MARIZA GONÇALVES MORGADO. FIOCRUZ INTRODUÇÃO: Nos últimos anos, a epidemia de aids no Brasil tem mostrado mudanças significativas em seu perfil, caracterizado principalmente pela sua feminização. O crescimento de casos de aids em mulheres, especialmente aquelas em idade reprodutiva, tem resultado em aumento da transmissão vertical do HIV-1. Portanto, a prevenção da transmissão vertical do HIV-1 é um grande desafio a ser enfrentado. Vários estudos têm mostrado uma redução da transmissão vertical do HIV-1 (<2%), com uso adequado de terapia anti-retroviral (TARV) durante a gravidez e o parto. Além disso, o uso da TARV está diretamente associado a uma significativa recuperação do sistema imunológico, com um aumento quantitativo dos níveis periféricos de células T CD4 +, acompanhado pela reversão de processos de infecção, tais como ativação celular persistente, e conseqüentemente, mudanças nos perfis de diferenciação celular. OBJETIVO: Este estudo visa investigar o perfil imunológico, em particular a reconstituição imunológica em mulheres grávidas infectadas pelo HIV-1, em diferentes momentos da TARV ou profilaxia da transmissão vertical, após o parto e descontinuidade do tratamento. MATERIAIS E MÉTODOS: Trinta e sete mulheres infectadas pelo HIV-1 e virgens de tratamento, recrutados no Hospital Geral de Nova Iguaçu-MS, foram avaliadas antes do início da TARV (Pré-TARV) parto (TARV) e seis meses após o parto (Pós-TARV). Nestes três momentos, as amostras de sangue das voluntárias foram coletadas para obter células mononucleares do sangue periférico, os quais foram criopreservados e posteriormente analisadas para diferentes fenótipos por citometria de fluxo. RESULTADOS: Com a TARV, o controle da replicação viral foi obtido, com um aumento significativo de células T CD4 +. Variações percentuais nos níveis circulantes de células T naïve, memória central e memória efetoras em ambas subpopulações, TCD4+ e CD8+, não foram detectados ao longo do estudo. Uma ativação celular persistente, traduzida por níveis elevados de linfócitos T CD8+/CD38+, foi observada nos três momentos analisados, inclusive no momento do parto, quando o controle da carga viral ocorre. DISCUSSÃO: Portanto, a ativação celular em mulheres grávidas sob TARV não está associado com a replicação viral, mas a outros fatores inerentes à gravidez e ao parto. CONCLUSÃO: Importante para a prevenção da transmissão vertical do HIV-1, a TARV não induziu alterações significativas na circulação das subpopulações celulares nesses pacientes, e sua suspensão não causou impacto nos perfis das células estudadas, pelo menos no curto prazo. AO-09 - POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO P300 NA AVALIAÇÃO DO COMPROMETIMENTO COGNITIVO EM IDOSOS COM HIV. JOÃO LUIZ CIOGLIA PEREIRA DINIZ, LUDIMILA LABANCA, UNAÍ TUPINAMBÁS, DENISE UTSCH GONÇALVES. FACULDADE DE MEDICINA DA UFMG Introdução: A prevalência das doenças neurodegenerativas associadas ao HIV aumenta com a maior sobrevida. O potencial evocado auditivo P300 é um teste que avalia função cognitiva, envolvendo atenção, avaliação do estímulo, julgamento e tomada de decisão. O objetivo desse estudo foi comparar o P300 de idosos com HIV em relação ao de idosos não infectados. Metodologia: Foram incluídos indivíduos de ambos gêneros com idade igual ou maior a 50 anos, divididos em dois grupos, na proporção de 1:2 na relação HIV/controle. O grupo de pessoas com HIV foi composto por 33 indivíduos em uso regular de medicação, idade média 57,76 anos (DP=5,79), sendo 20 (46%) homens. O grupo não infectado pelo HIV (controle) foi composto por 74 indivíduos, idade média 64,39 anos (DP=4,58), sendo 23 (31%) homens . Foram analisados latência e amplitude da onda P300, latência das ondas N1, P2 e N2 e a amplitude dos complexos N1-P2 e N2-P300. Os eletrodos foram colocados nas posições Fpz, A1 e A2. Resultados: O grupo com HIV apresentou latência aumentada do P300 quando comparado ao controle (p=0.028). As latências médias dos componentes N1, P2 e N2 não foram diferentes entre os grupos (p=0.262; p=0,419 e p=0,753 respectivamente), assim como não foi diferente a amplitude do complexo N2-P300 (p=0,784). A amplitude do complexo N1-P2 foi maior no grupo infectado (p=0.015). O desempenho no P300 foi pior dentre os indivíduos com HIV acima de 70 anos quando comparado aos controles (p=0.0138).Discussão: Diferenças no teste eletrofisiológico entre pessoas vivendo com HIV e indivíduos sem o vírus foram encontradas. Na comparação por faixa etária entre os grupos, o grupo HIV apresentou latências médias de P300 maiores que no grupo controle, apesar da menor idade média do grupo HVI. Na faixa de maior idade, a diferença da latência de P300 foi significativamente maior no grupo HIV, indicando que indivíduos mais velhos com HIV apresentaram pior desempenho cognitivo.Conclusão: A infecção pelo HIV parece acelerar o comprometimento Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados cognitivo avaliado pelo P300, tratamento antirretroviral regular. independentemente de AO-10 - PREVALÊNCIA DE INFECÇÃO POR HTLV-1 E HTLV-2 EM PACIENTES INFECTADOS PELO HIV EM SERVIÇO ESPECIALIZADO DE SÃO PAULO. CARLOS HENRIQUE BARRETO-DAMIÃO, ALEXANDRE DE ALMEIDA, CLÁUDIO TAVARES SACCHI, MARIA GISELE CONGALVES, LUCILA OKUYANA FUKASAWA, MARISTELA MARQUES SALGADO, LUIS FERNANDO DE MACEDO BRÍGIDO, FÁBIO TAKENORI HIGA, KAROLINE RODRIGUES CAMPOS, LUANA PORTES OZÓRIO COELHO, MARCELA BRITO DE SANTANA, MARIANA CAVALHEIRO MAGRI, TELMA MIYUKI OSHIRO, LEDA FÁTIMA JAMAL, MARIA DE FÁTIMA JORGE, MARIA LÚCIA ROCHA MELLO, RISIA CRISTINA SANTOS DE OLIVEIRA, WONG KUEN ALENCAR, ADELE CATERINO DE ARAUJO. INSTITUTO ADOLFO LUTZ, IMT/FFMUSP, CRT DST/AIDS SÃO PAULO, SP., BRASIL Introdução: Os vírus linfotrópicos de células T humanas (HTLV-1, HTLV-2 e HIV) são retrovírus com potencial patogênico distinto. O HTLV-1 pode causar leucemia/linfoma de células T do adulto e paraparesia espástica tropical/mielopatia associada ao HTLV-1. O HTLV2 não está associado a um tipo particular de doença e o HIV é o responsável pela pandemia mundial de Aids. Estes vírus podem infectar o mesmo indivíduo e a coinfecção pode tanto acelerar como retardar o desenvolvimento de doenças a eles relacionadas. As taxas de coinfecção HIV/HTLV-1 e HIVHTLV-2 variam de acordo com a região geográfica, a população de estudo e a época em que foi realizada a pesquisa. Altos percentuais de coinfecção foram detectados em pacientes com Aids de São Paulo na década de 1990 e associados ao uso de drogas injetáveis (UDI). O presente trabalho buscou determinar a taxa atual de coinfecção HIV/HTLV-1 e HIV/HTLV-2 em pacientes infectados pelo HIV em serviço especializado de São Paulo. Casuística e Métodos: Amostras de sangue de 1.600 pacientes do CRT/Aids de São Paulo que aceitaram participar do estudo e assinaram o TCLE (CAAE 11302512.0.3001.0068) foram encaminhadas ao Instituto Adolfo Lutz para serem avaliadas quanto à presença de anticorpos anti-HTLV-1/2 usando o kit EIA Murex HTLVI+II (Diasorin, UK) e o teste confirmatório de WB (WB 2.4, MP Biomedicals, USA). Nos casos soro reagentes foi realizada a pesquisa de DNA proviral de HTLV-1 e HTLV-2 nas células do sangue usando a técnica “in house” de PCR em tempo real pol. Resultados: Os resultados obtidos revelaram 50 soros reagentes na triagem (3,12%). Destes, houve confirmação de infecção por HTLV-1 em 22 casos (1,38%) e infecção por HTLV-2 em 11 casos (0,69%). Seis soros resultaram positivos para HTLV não tipado (0,38%), nove resultaram em perfil indeterminado (0,56%) e um resultou negativo à análise pelo WB 2.4. Pela PCR em tempo real houve detecção de mais quatro casos de infecção por HTLV-2 (total 15 – 0,94%) e mais um caso de infecção por HTLV-1 (23 casos – 1,44%). Houve associação entre infecção HTLV-1/2 e gênero feminino, cor negra ou parda, infecção pelo HCV e UDI. Conclusões e Discussão: A PCR em tempo real se mostrou útil para confirmar casos de infecção por HTLV-1 e HTLV-2 em amostras de sangue com resultado HTLV não tipado e Indeterminado à análise pelo WB. O baixo percentual de coinfecção HIV/HTLV detectado no presente estudo pode estar relacionado à introdução da politica de redução de danos no estado de São Paulo e a mudanças nas características epidemiológicas da população exposta ao HIV e no tipo de drogas ilícitas usadas no momento atual. Suporte: Ministério da Saúde/SVS/DDAHV # BRAK57; DECIT/SCTIE/MS, CNPq, FAPESP, SES-SPPPSUS # 2012/51220-8; FAPESP Bolsa IC # 2013/19775-2; CNPq Bolsa PD # 303545/2012-7. AO-11 - SOROPREVALÊNCIA PARA HIV I E II EM AMOSTRAS SANGUÍNEAS PROCESSADAS EM UM LABORATÓRIO DE PATOLOGIA CLÍNICA DE REFERÊNCIA DO BRASIL, ENTRE 2008 E 2010. FELICIANA LAGE DE OLIVEIRA MARINHO, VANESSA CRISTINA DE OLIVEIRA ALMEIDA, ELVIS CRISTIAN CUEVA MATEO, SUZANE PRETTI FIGUEIREDO NEVES, LEONARDO DE SOUZA VASCONCELLOS. INSTITUTO HERMES PARDINI E UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Introdução: A epidemia da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) representa fenômeno global, dinâmico e instável, sendo exaustivamente discutida pela comunidade científica e pela sociedade em geral. Segundo o Ministério da Saúde (MS), no período de 2003 a 2012, o perfil etário dos casos de HIV positivos mudou para indivíduos mais jovens, tanto entre os homens quanto entre as mulheres, e as maiores taxas de detecção de HIV foram observadas entre aqueles com 30 a 49 anos. Também foi observada uma tendência de aumento nas taxas de detecção entre os jovens de 15 a 24 anos e entre os adultos com 50 anos ou mais. Objetivos: Analisar estatisticamente os resultados dos exames de sorologias anti-HIV I e II processadas no Instituto Hermes Pardini (IHP) e descrever as características epidemiológicas dos indivíduos soropositivos, no período de 2008 a 2010 e a soroprevalência no âmbito privado e comparar com os dados fornecidos pelo MS. Método: Trata-se de estudo retrospectivo, por meio de consulta de resultados de exames laboratoriais arquivados em banco de dados do IHP. Todos os resultados de sorologia antiHIV I e II realizados e liberados no período de janeiro de 2008 a dezembro de 2010 foram compilados. Dados epidemiológicos como sexo, idade e região do país dos pacientes com resultados positivos foram analisados estatisticamente e comparados com os dados nacionais oriundos do MS - Boletim Epidemiológico de 2011. Resultados: Foram avaliados 816.922 resultados, oriundos de todo o território nacional, entre 2008 e 2010. Observou-se predomínio de exames da Região sudeste (59,5%), sede do laboratório, seguidos pelas regiões nordeste (21,1%), norte (8,2%), sul (7,8%) e centro-oeste (3,4%). Os índices anuais de positividade para sorologia anti-HIV I e II foram 1,52% (2008), 2,32% (2009) e 1,11% (2010). Dentre os soropositivos, 8,2% foram crianças (até 20 anos), 88% adultos (entre 20 e 60 anos) e 3,7% idosos (acima de 60 anos). Houve predomínio de soropositivos masculinos entre os adultos e os idosos (respectivamente 59,7% e 58,5% em 2008; 57,0% e 63,6% em 2009; e 57,0% e 61,0% em 2010). Já na população pediátrica, a positividade foi maior nas mulheres (59,5% em 2008; 53,4% em 2009 e 56,8% em 2010). Nas regiões sudeste e no centro-oeste, a sorologia foi positiva principalmente nos homens e nas regiões norte, nordeste e sul, a positividade foi Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados maior em mulheres. Comparando a casuística do IHP com os dados provenientes do MS, houve semelhança epidemiológica quanto ao sexo e à idade dos soropositivos. Conclusões: O perfil epidemiológico dos soropositivos para os anticorpos anti-HIV I e II assistidos pelo IHP foi semelhante aos dados do MS referentes à população brasileira. Os índices anuais de positividade e a distribuição da frequência populacional pelas cinco regiões do país foram característicos da cobertura assistencial do IHP, em todo o território nacional. Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados APRESENTAÇÕES EM PÔSTER P-01 - A COINFEÇÃO TUBERCULOSE/HIV NA REGIÃO CENTRO – OESTE. RENATA SOUZA CYRINO, LORRAYNE EMANUELA DUARTE DA SILVA, CRISTIANE JOSÉ BORGES, MARISE RAMOS DE SOUZA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS Introdução: A infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), leva o indivíduo à um quadro de imunodepressão, a medida em que esta se torna mais agressiva, o indivíduo se torna susceptível às chamadas infecções oportunistas, que podem ser ocasionadas por diversos agentes etiológicos como a Mycobacterium tuberculosis, causadora da Tuberculose (TB). Acredita-se que no ano de 2000, em todo o mundo, 11% de pacientes adultos com TB apresentavam infecção pelo HIV. Já no Brasil, estudos demostraram que a prevalência da coinfecção TB/HIV, pode variar entre 6,2% a 44,3%. Desta forma, o aumento da prevalência da coinfecção tem dificultado significativamente ações de controle da Tuberculose, além de ser um dos principais responsáveis pelo aumento da mortalidade de pacientes com o HIV. Objetivos: Identificar os casos de coinfecção Tuberculose/HIV, na região Centro Oeste. Materiais e Métodos: Os dados foram obtidos no dia 13/06/2014, através do SINAN, disponíveis no Datasus. Foram selecionadas as variáveis: HIV, que remete à sorologia para o vírus, os estados componentes da região Centro Oeste (Mato Grosso/MT, Mato Grosso do Sul/MS, Goiás/GO e Distrito Federal/DF), no período de 2009 a 2012. Resultados: Constatou-se 15.573 casos de Tuberculose notificados no SINAN, na região e período em questão, dentre estes, 30,7% não realizaram sorologia para o HIV, 11,4% estavam em andamento, 48% eram negativos, 9,6% eram positivos. E apenas 0,2% tiveram o campo HIV ignorado no momento de sua notificação, em números absolutos tem-se zero no estado MT, 1 caso MS, 22 em GO, e 2 no DF. Discussão: A quantidade de pacientes que não realizaram sorologia para o HIV é preocupante, pois demostra que o acompanhamento e assistência a este paciente não está sendo adequada. Evidencia-se um baixo número de preenchimento como ignorado ao campo, o que atribui fragilidade à confiabilidade dos dados. Apesar de ser um percentual baixo, se observado isoladamente, a quantidade de casos HIV positivos com tuberculose preocupa pois trata-se de uma das principais causas de morte em pacientes com HIV e ainda configura-se como um dos critérios para a definição da AIDS. A terapia antirretroviral para infectados com o HIV vem revelando-se como forte aliada na profilaxia desta infecção, destacando a necessidade de medidas profiláticas para a TB e prevenção de novos casos de HIV. Conclusão: Sendo a coinfecção Tuberculose/HIV considerada uma doença de cunho social, deve-se atentar para medidas de prevenção e assistência intersetoriais, englobando ações na área de saneamento, transporte, educação, moradia e alimentação, além do setor saúde, o qual deve-se se responsabilizar por medidas prevenção e fortalecimento da assistência, identificando áreas prioritárias e propondo ações cabíveis, conforme cada realidade. P-02 - ANÁLISE DAS EXPOSIÇÕES SEXUAIS DO SERVIÇO DE ATENÇÃO ESPECIALIZADO EM DST / AIDS (SAE/CSVC) DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE. CAMILA DA SILVA ALVES, CAROLINA HELOISA SANTOS BOROWICZ. SERVIÇO DE ATENÇÃO ESPECIALIZADO EM DST/AIDS-CENTRO DE SAÚDE VILA DOS COMERCIÁRIOS (PREFEITURA DE PA) Introdução: a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) da família Retroviridae. Estima-se que 75% a 85% das infecções ocorrem através de práticas sexuais, as quais são consideradas as mais importantes vias de transmissão. A exposição, diante do risco de infecção pelo HIV, depende do tipo de relação sexual, entre outros fatores. Objetivo: Identificar o perfil das exposições sexuais do ano de 2013, qualificando faixa etária, gênero, sorologia positiva na primeira testagem, as reincidências e os acompanhamentos das profilaxias antirretrovirais (ARV) e tipos utilizadas. Material e Método: Foi realizada uma pesquisa quantitativa em boletins de atendimento ambulatorial para exposição sexual e no Sistema de Controle Logístico de Medicamentos, preservando os registros e identificação dos indivíduos expostos do Serviço de Atenção Especializado em DST / AIDS (SAE/CSVC), do Município de Porto Alegre. O período analisado foi de Janeiro a Dezembro de 2013, foram revisadas as faixas etárias de maior incidência, a prevalência entre homens e mulheres, os casos positivos na primeira testagem, as reincidências, ARV utilizados para as profilaxias e quantos realizaram e concluíram todas as etapas do processo. Resultados: A taxa de exposição foi de 80,2% no sexo masculino, 17,8% no sexo feminino, a média de idade é de 30 anos em ambos os sexos; 64% desconheciam a sorologia do parceiro, 34% dos parceiros tinham a sorologia positiva e 2% tinham sorologia negativa; 69,4% pacientes procuraram atendimento nas primeiras 24h, 2% procuraram após as 72h. A testagem sorológica positiva foi de 2% dos pacientes. Em 49,5% dos casos a profilaxia indicada foi AZT+3TC+TDF, 23,7% utilizaram AZT+3TC+LPV+RTV, 2% utilizaram o mesmo tratamento do parceiro em TARV, 17,8% não tinham indicação para profilaxia e 1% recusaramse a realizar a profilaxia. Durante todo o processo 43,6% dos pacientes retornaram 01 vez em 30 dias, 10% retornaram pela segunda vez em 60 dias e 1% realizaram o terceiro retorno em 90 dias.Discussão: Os indivíduos do sexo masculino são os que mais se expõem sexualmente, mas em ambos os sexos a ocorrência é na faixa etária dos 30 anos, salientando a incidência entre relações homossexuais masculinas e a prevalência do desconhecimento da sorologia de seus parceiros, assim levando a procura por um atendimento nas primeiras 24h para realização de exames e início da profilaxia e menos da metade concluiu o tratamento. Observou-se, que os pacientes que retornaram para realizar o acompanhamento, foram aqueles que tiveram parceiro HIV positivo. Conclusão: o alto índice de indivíduos que desconhecem a sorologia dos seus parceiros, denota a necessidade de intensificar a orientação ao paciente exposto sexualmente com a finalidade de reduzir a transmissão do vírus HIV e prevenir futuras exposições. P-03 - ANÁLISE DO CONHECIMENTO DE PROFISSIONAIS ENFERMEIROS NA REDE PÚBLICA DE TRÊS LAGOAS A RESPEITO DO MANEJO SINDRÔMICO DA SÍFILIS. JESSÉ MILANEZ DOS SANTOS, ISABELA FERNANDA DE SOUZA CANO, Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados BARBARA RIBEIRO QUEIROZ, ANA LUIZA BARBOSA. AEMS - FACULDADES INTEGRADAS DE TRÊS LAGOAS / SECRETARIA MUNICIPAL DE TRÊS LAGOAS Devido à sua relevância entre as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s), marcada principalmente pela elevada incidência, a Sífilis tornou-se um dos problemas de saúde pública neste início de milênio. A Abordagem Sindrômica torna-se indispensável como apoio ao diagnóstico, principalmente nas formas assintomáticas. O objetivo desta pesquisa foi analisar o conhecimento de enfermeiros na Rede Pública de Três- Lagoas/MS a respeito do manejo na Abordagem Sindrômica da Sífilis. Trata-se de uma pesquisa com caráter exploratório, com a finalidade de investigar o nível de entendimento dos profissionais através de um questionário que foi desenvolvido para avaliar o conhecimento dos enfermeiros da Rede Pública Municipal de Três Lagoas/MS a respeito das habilidades no manuseio da Abordagem Sindrômica da Sífilis. Observamos nos dados colhidos, que há uma falta de rotinas e aplicação de protocolos afetando o acolhimento e a consulta de enfermagem. Sem atualizações, conforme observamos, os entrevistados não receberam capacitação adequada elaborada pelo Ministério da Saúde em Abordagem Sindrômica. Pressupomos que os enfermeiros possivelmente vêm lançando mão de recursos compensatórios, tais como a vivência, a experiência de outros profissionais e qualificação individual para exercer tais atividades. Obtemos uma discrepância do que é preconizado na resolutividade da Atenção Básica na Estratégia em Saúde da Família, onde 57% dos entrevistados não realizam Abordagem Sindrômica em pacientes que apresentam sinais e sintomas sugestivos de DST's. Intrigante o fato de que a maioria absoluta dos enfermeiros alegaram conhecer e conseguir classificar os estágios da Sífilis, contrapondo-se esse dado, 5% respondeu que prescreve medicamentos mediante Abordagem Sindrômica. Detecta-se partir dos discursos dos enfermeiros, um déficit de formação na graduação e capacitações em serviço pouco específicas em relação à prescrição de medicamentos. Uma melhora na vigilância epidemiológica, precocidade no diagnóstico e tratamento adequado são medidas essenciais para a eliminação da doença, já que podemos identificar um número que 80% dos entrevistados notificam as DST's. Considerando-se que a aplicabilidade da Abordagem Sindrômica de DST na atenção primária ainda é desconhecida no Brasil o que gera desinteresse nos profissionais em implementá-la, impossibilita identificar quais as limitações e/ou as facilidades para a sua inserção no cotidiano das práticas de saúde. Conclui-se com esse estudo que o seu uso constitui uma estratégia chave para identificar precocemente os casos de HIV e Sífilis, principalmente porque no Brasil, apesar do aumento do acesso à testagem do HIV ao longo dos anos, esse exame ainda está restrito a determinados segmentos da população. O elevado percentual de pessoas que retornaram para acompanhamento do tratamento aponta para boa aceitabilidade dessa estratégia e pode ser um indicador importante da qualidade do serviço. P-04 - ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE INDIVÍDUOS COM AIDS NO ESTADO DE GOIÁS: UM ESTUDO DE DADOS SECUNDÁRIOS. RENATA SOUZA CYRINO, LORRAYNE EMANUELA DUARTE DA SILVA, CRISTIANE JOSÉ BORGES, MARISE RAMOS DE SOUZA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS Introdução: Considerada um problema de saúde pública, a AIDS, apresenta um caráter pandêmico e clinicamente grave. A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) gera uma grave disfunção ao sistema imunológico, que caracteriza sua gravidade e torna o indivíduo susceptível a outras infecções e consequentemente à morte. A transmissão do HIV pode ocorrer de forma sexual, pelo sangue (parenteral e vertical) e através do leite materno, devendo se atentar a grupos mais vulneráveis, como as mulheres e adolescentes. Desta forma, é essencial que se conheça o perfil da população acometida pela AIDS, a fim de propor novas estratégias de controle, oferecer melhor assistência, identificar novos grupos de risco e avaliar a situação de saúde-doença da população em questão.Objetivo: Identificar o perfil dos indivíduos notificados com AIDS no estado de Goiás. Métodos:Trata-se de um estudo descritivo, os dados foram obtidos através do SINAN, SIM e SISCEL, coletados em 12/06/2014, disponíveis no Datasus. Foram selecionados casos de AIDS notificados no estado de Goiás, no período de 2010 a 2013. Resultados: Foram identificados no período em questão 3.248 casos de AIDS em Goiás, sendo que destes 68% do sexo masculino e 32% feminino. Desta população 3% estão distribuídos entre pessoas com até 19 anos de idade e 2% acima de 65 anos, enquanto faixas etárias como 20 a 35 anos apresentam 42% dos casos, 35 a 49 anos 41% e a faixa de 50 a 64 anos 12% dos casos. Segundo métodos de transmissão relatados na notificação 48% dos casos tiveram o campo ignorado, enquanto 0,5% tiveram sua transmissão de forma vertical, 0,1% por transfusão sanguínea, 0,06% eram hemofílicos e 1,6% usuários de drogas injetáveis (UDI). Além de 3% expostos por relação bissexual, 13% homossexual e 37% heterossexual. Discussão: O perfil de indivíduos com HIV no estado de Goiás caracteriza-se pela prevalência de casos no sexo masculino com faixa etária entre 20 e 49 anos, o que não difere em grande escala dos dados encontrados na literatura a nível nacional, bem como o tipo de exposição que em ambos prevalece a heterossexual. Porém, Goiás se destaca por apenas 1,6% dos casos na exposição de UDI, enquanto no Brasil este número é de 3%. O estado se assemelha também a níveis nacionais no que se diz respeito aos dados ignorados, o que gera preocupação a respeito da qualidade e veracidade dos dados. Conclusão: Medidas de qualificação de profissionais no que se diz respeito a notificação, são essenciais e urgentes, bem como outras ações de vigilância, como a prevenção da transmissão da AIDS e a assistência aos pacientes já infectados, fortalecendo assim o sistema de saúde e sua qualidade. P-06 - AVALIAÇÃO DA ADESÃO AO TRATAMENTO ANTIRRETROVIRAL DE ADOLESCENTES ATENDIDOS EM URUGUAIANA-RS. GRAZIELA SCHEUER, FERNANDA FERNANDES MIRANDA, NATALIA ZANINI, EDUARDA MARTINI, JULIANA SAATKAMP, ANDRESSA THOMAZ, EDUARDO ANDRÉ BENDER, RODRIGO JOSÉ FREDDO, SANDRA ELISA HAAS. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA – UNIPAMPA Introdução: A AIDS é uma doença causada pelo vírus HIV que ataca o sistema imunológico debilitando-o e, que, após a introdução da Terapia Antiretroviral (TARV) Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados passou a ser considerada uma doença crônica, que se tratada de maneira adequada, diminui, consideravelmente, a possibilidade de adoecimento e morte das pessoas vivendo com HIV/AIDS. Estudos comprovam que o tratamento é significativamente eficaz para o controle da doença e na melhoria da qualidade de vida. Os dados do Boletim Epidemiológico AIDS/DST de 2013 indicam que, de 1980 até junho de 2013, foram registrados 686.478 casos de AIDS no Brasil. E segundo o ministério da saúde e o programa nacional de DST e AIDS existem atualmente 11.000 adolescentes portadores de HIV/AIDS no país. Faz parte do dia-a-dia desses adolescentes com HIV/AIDS vivências e experiências tais como de efeitos adversos, da vulnerabilidade às doenças oportunistas, a necessidade de continuidade clínica e laboratorial constantes e a adesão ao tratamento medicamentoso. A baixa adesão ao tratamento farmacológico compreende um dos maiores perigos para a efetividade do tratamento de portadores de HIV, sendo de grande importância ter conhecimento acerca do tratamento a fim de aumentar a adesão. Objetivo: O presente estudo visa identificar a prevalência de adesão ao tratamento antirretroviral das adolescentes cadastrados no Serviço de Saúde Especializado em DST/AIDS de UruguaianaRS. Material e método: Realizou-se um estudo quantitativo a partir da avaliação dos prontuários de adolescentes cadastrados no serviço. Dos prontuários, extraíram-se dados como idade e sexo dos pacientes, presença ou ausência de doenças oportunistas, início da utilização da TARV, os medicamentos utilizados e a frequência de retirada da medicação no setor, em um período de 24 meses. Resultados e discussões: foram analisados os prontuários de 20 adolescentes cadastrados no serviço, sendo a maioria mulheres (60,0%) com média de 15,1 ± 2,19 anos de idade. Na amostra têm-se 100% de realização de TARV por uma média de 10,8 ± 4,11 anos, sendo a medicação retirada pelo responsável legal em 80% dos casos e, destes a mãe é o responsável legal em 43,75% das situações. Há presença de doenças oportunistas em 10% dos pacientes adolescentes e 35% dos pacientes atingiram 95% de frequência de retirada mensal de medicamentos como indicativo de adesão. Conclusões: O baixo número de pacientes que atingem frequência de 95% nas retiradas mensais de medicação indica que o tratamento está sendo realizado de forma inadequada, evidenciando a necessidade de ações de intervenção que visem regularizar esses parâmetros, assim reduzindo a não-adesão da Terapia Antirretroviral. P-07 - AVALIAÇÃO DA CO-INFECÇÃO PELO VÍRUS LINFOTRÓPICO DAS CÉLULAS T HUMANAS (HTLV 1/2) EM PACIENTES INFECTADOS PELO HIV-1EM MINAS GERAIS, BRASIL. ALEXANDRE BRAGA DE MIRANDA, POLIANE CRISTINA VERTÊLO, JOÃO LUIZ CIOGLIA PEREIRA DINIZ, MARINA LOBATO MONTEIRO, DENISE UTSCH GONÇALVES. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) Introdução: Os aspectos epidemiológicos da coinfecção HIV/HTLV são pouco conhecidos no Brasil, embora seja tema de grande interesse científico. Ambos os retrovírus infectam o linfócito T CD4+, porém enquanto o HIV leva a destruição deste, o HTLV associa-se ao DNA do hospedeiro. Material e Métodos: O objetivo foi avaliar a frequência de co-infecção HTLV-HIV na região metropolitana de Belo Horizonte e comparar os fatores de risco e sócio-demográficos entre a população com infecção pelo HIV e co-infecção HTLV/HIV. O estudo foi realizado no centro de referência em doenças infecciosas da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais. No período de 24 meses, 600 pacientes foram avaliados. Resultados: A frequência de co-infecção foi de 2,3% (12 indivíduos); 78,57% eram co-infectados pelo HTLV-1 e 14,28% pelo HTLV-2. A contagem média de linfócitos T CD4 antes de se iniciar a terapia antiretroviral (TARV) no grupo dos indivíduos co-infectados é de 341 céls/mm³, independente da causa. Nos mono-infectados pelo HIV a contagem média é de 437 céls/mm³. Em relação à carga viral, não há diferença importante quando comparamos os dois grupos, imediatamente antes de se iniciar TARV (log de 3,87 nos co-infectados x log de 3,29 nos mono-infectados). Após o inicio da TARV a resposta imune comportou-se, nos dois grupos com elevação média de 147 céls/mm³ no grupo de coinfectados e de 36 céls/mm³. Ambos os grupos experimentaram queda na contagem da carga viral após o inicio da TARV. Após início do tratamento, a primeira carga viral demonstrou queda significativa em ambos os grupos (queda média de 2,18log no grupo dos co-infectados e 1,58log no grupo dos mono-infectados). Discussão e Conclusão: A co-infecção HIV /HTLV 1 e 2 é descrita em vários locais no mundo e varia de acordo com a região avaliada. Minas Gerais é considerado um estado de média prevalência da infecção pelo HTLV, variando entre 3,4 a 6,6 por 1000 doadores de sangue. Entretanto, estes dados referem-se à população de indivíduos considerados de baixo risco, portanto não sendo um bom índice de referencia para pacientes considerados de risco verdadeiramente elevado para aquisição do vírus. Em relação à imunidade, os pacientes co-infectados apresentavam uma contagem de células T cd4 menor que a de monoinfectados imediatamente antes de se iniciar a terapia antiretroviral. Vários estudos apontam que pacientes infectados pelo HTLV-1 apresentam doenças oportunistas com contagem maiores de linfócitos T CD4. Entretanto, neste caso, o inicio de terapia de anti-retroviral deu-se numa contagem mais baixa que nos pacientes mono-infectados. A melhora imune também foi mais robusta inicialmente nos pacientes co-infectados, embora a TARV não tenha efeito direto sobre o HTLV. P-08 - AVALIAÇÃO E ANÁLISE COMPARATIVA DE PROTOCOLOS DE TRATAMENTO CLÍNICO EM ADULTOS PARA PESSOAS VIVENDO COM HIV/ AIDS. JULIANA CARNEIRO GONÇALVES, MICHELINE MARIE MILWARD DE AZEVEDO MEINERS, EMÍLIA VITÓRIA DA SILVA, MARIA INÊS DE TOLEDO. UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA A Aids é uma das DST que mais preocupam o mundo. Ela foi descrita pela primeira vez na década 80 e persiste como uns dos problemas de maior importância até hoje. Dados de 2012 da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que cerca de 35 milhões de pessoas são portadores do vírus HIV no mundo. A farmacoterapia disponível atualmente para tratar as pessoas infectadas tem como objetivo melhorar a qualidade de vida e aumentar a sobrevida. Atualmente existe uma grande preocupação com o tratamento da Aids devido as dificuldades na cobertura da população alvo e a adesão ao tratamento, sendo estes fatores essenciais para atingir os resultados desejados pela TARV. Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados Esta pesquisa teve como objetivo avaliar protocolos de tratamento clínico destinado a adultos. Nove protocolos clínicos para tratamento de adultos foram avaliados usando-se doze critérios selecionados e adaptados a partir de documento da UNAIDS (1999). Também foi realizada uma análise comparativa entre as recomendações de tratamento de primeira linha para cada protocolo. Foram revisados nove protocolos de diferentes regiões, incluindo América do Sul e do Norte, África, Europa e Oceania. Segundo os critérios de avaliação da UNAIDS, três protocolos receberam a classificação A (cumpriam todos os critérios), dois receberam classificação B (cumpriam parcialmente os critérios) e o restante foi classificado como C (cumpriam poucos critérios). A principal diferença encontrada nas recomendações para o tratamento de primeira linha entre os protocolos analisados está relacionada à classe da terceira droga de escolha. Em países na América do Norte e Europa o protocolo apresenta um maior número de combinações disponíveis como primeira linha de tratamento. Enquanto os demais países seguem prioritariamente as diretrizes preconizadas pela OMS. Verificou-se a necessidade de aperfeiçoamento na elaboração de protocolos clínicos, seguindo as recomendações da UNAIDS ou outro critério que permita a transparência na metodologia adotada para a elaboração e o nível de evidência do tratamento recomendado. P-09 CARACTERÍSTICAS CLÍNICODEMOGRÁFICAS DOS USUÁRIOS DE ANTIRRETROVIRAIS ATENDIDOS NA FARMÁCIA ESCOLA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO. BRUNA MACIEL DE ALENCAR, THAÍS MESSIAS PEREIRA DA CUNHA, MARIA INES TOLEDO, JANETH DE OLIVEIRA SILVA NAVES, DAYDE LANE MENDONÇA DA SILVA. UNIVERSIDADE DE BRASILIA Introdução: Após 30 anos do surgimento da epidemia de aids, o perfil das Pessoas que Vivem com HIV/aids (PVHA) sofreu importante mudança. A feminização, heterossexualização, pauperização e interiorização da epidemia mostraram a necessidade de ampliar o acesso da população à prevenção e assistência ao HIV/aids. Neste contexto, a descrição do perfil sócio demográfico associado as características clínicas, aspectos comportamentais, crenças e atitudes em relação a Terapia Antirretroviral (TARV) permitem o conhecimento das demandas dos usuários bem como dos pontos de vulnerabilidade que necessitam de ações corretivas ou de monitoramento contínuo. Materiais e Métodos: Realizou-se um estudo transversal descritivo com 175 PVHA, em uso de TARV e atendidas na Farmácia Escola do Hospital Universitário de Brasília (FE-HUB/UnB), através de entrevista semiestruturada, para avaliar as seguintes variáveis: dados demográficos, esquemas terapêuticos usados, contagem de carga viral e de linfócitos T-CD4+ (LT-CD4+), relato de reações adversas, comorbidades, uso de medicamentos, álcool e drogas, e possíveis interações medicamentosas com a TARV. Resultados: Entre os entrevistados, 70% era do sexo masculino e com idade média de 41,5 ± 10,2 anos. O tempo médio de diagnóstico foi de 8,2 ± 5,9 anos e de 7 anos ± 5,7 anos de uso da TARV. Não houve diferença estatística significante entre os grupos em uso de esquemas de 1a linha de tratamento e aqueles em uso de esquemas de 2a linha. Em ambos os grupos, a maioria das PVHA apresentava perfis laboratoriais ideais (carga viral indetectável e LT-CD4+ maior que 500 células/ml). Entre os participantes, 37,1% interromperam a terapia pelo menos uma vez nos últimos 30 dias anteriores à entrevista, sendo “esquecimento” o motivo mais frequente, alegado por 29,8% das pessoas. Quanto às comorbidades, 38% responderam positivamente, com média de 1,18 ± 0,78 por pessoa. Foram identificados 36 casos de interações medicamentosas, sendo 7 classificadas como graves, entre TARV e medicamentos utilizados concomitantemente. Vinte e quatro pessoas relataram a ocorrência de infecções oportunistas. A maioria das PVHA que relatou ter suprimido dose da TARV apresentava valores ideais de contagem de carga viral e LTCD4+. Perfil semelhante foi percebido nas pessoas que relataram consumo álcool ou outras drogas. Conclusão: O estudo permitiu o conhecimento das características clínicodemográficas, aspectos comportamentais e atitudes das PVHA, atendidas na FE-HUB/UnB, a respeito da TARV. Os achados sugerem a possibilidade das pessoas com autopercepção de saúde preservada realizarem manejos da terapia ou apresentarem comportamentos de risco à efetividade e segurança da TARV. Desta forma, estratégias para garantir à adesão e reconhecimento precoce de reações adversas, interações medicamentosas e falhas terapêuticas podem contribuir para a prevenção do uso irregular ou abandono da TARV e os consequentes prejuízos ao tratamento do HIV/AIDS. P-10 - CARACTERIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DE COINFECÇÃO HIV/TUBERCULOSE NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE: REVISÃO INTEGRATIVA. KLEBIA KAROLINE DOS SANTOS NECO, GABRIELA SOUZA DAMÁSIO, ISABELLE CHRISTINE MARINHO DE OLIVEIRA, HELOISA MARTINS FRANÇA, JESSICA DAYANE DANTAS COSTA, PRISCILA DA COSTA CARNEIRO, ALEXSANDRA RODRIGUES FEIJÃO. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE Introdução: A tuberculose (TB) é uma das doenças transmissíveis mais antigas do mundo e altamente infecciosa, apresentando distribuição mundial com tendência decrescente de morbidade e mortalidade nos países desenvolvidos. Entre os principais sujeitos a adquirirem a doença encontram-se os infectados pelo HIV, devido principalmente o comprometimento no sistema imunológico e a multirresistências aos tuberculostáticos. Em virtude disso, atualmente, a coinfecção de HIV-TB continua sendo uma das principais causas de morte em indivíduos portadores do HIV. Portanto, este trabalho objetiva expor as principais características epidemiológicas de casos de coinfecção HIV/ Tuberculose notificada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Estado do Rio Grande do Norte. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, realizada no mês de agosto de 2013, utilizando-se as bases de dados do Google Acadêmico, BIREME e tabelas de notificações do SINAN. Na pesquisa foram selecionados artigos dos últimos cinco anos, em idioma português. E utilizadas tabelas do SINAN de 2008 a 2012, elegendo-se como características epidemiológicas: a faixa etária, situação encerrada, forma de infecção, tipo de entrada, sexo e escolaridade, todos notificados e confirmados no Estado de acordo com o ano de diagnostico. Resultado: Observou-se a Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados predominância de casos de coinfecção HIV/tuberculose em pessoas com faixa etária entre 20-29 anos, sexo masculino e de baixa escolaridade. Quando comparado os índices de casos diagnosticados e tipo de entrada, percebeu-se que houve um aumento significativo no número de casos, assim como na situação de encerramento da doença. Além disso, com o passar dos anos houve um crescimento em todas as características observadas. Discussão: Este fato é preocupante, pois indica propagação da doença de forma desenfreada, evidenciada pela análise dos dados e comparação com os artigos selecionados. Isso se deve, em parte, a negligência das autoridades sanitárias e profissionais de saúde nas ações de vigilância, prevenção e controle das doenças, assim como, a influência de alguns fatores predominantes como: o estilo de vida, a marginalização, pobreza, o baixo nível de instrução, a falta de acesso aos serviços públicos de saúde, a não adesão ou abandono do tratamento, a não compreensão da doença, e outros aspectos. Conclusão: Dessa forma, a criação estratégias e políticas públicas de saúde destinadas ao combate e controle da doença, juntamente com condutas de enfermagem voltadas para a educação em saúde, acompanhamento, investigação de casos suspeitos e confirmação de casos novos, adequação ao uso das medicações e incentivo ao tratamento, são ações que oferecem uma maior sobrevida para o indivíduo coinfectado, bem como minimiza a transmissão para outras pessoas, acarretando, na redução das taxas de coinfecção HIV/TB e na melhoria da qualidade de vida. P-11 - DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES HIV/AIDS EM USO DE TERAPIA ANTIRRETROVIRAL COMBINADA. FERNANDA BISSIGO PEREIRA, CARMEN LUCIA OLIVEIRA DA SILVA, CAROLINE BARBOSA SCHIMITZ, ALEXANDRE RAMOS LAZZAROTTO. FACULDADE DA SERRA GAÚCHA (FSG) Introdução: A determinação do estado nutricional com base nos dados clínicos, bioquímicos, antropométricos e dietéticos de crianças e adolescentes HIV/AIDS em uso de Terapia Antirretroviral Combinada (TARV) é fundamental para o controle dos efeitos colaterais e adversos observados nesta população e, dentre eles, as alterações corporais e metabólicas. Apesar de estudos evidenciarem que as alterações decorrem do uso da TARV, existe uma carência de trabalhos com esta população no Brasil, tornando-se necessário uma investigação mais delimitada sobre o estado nutricional. Assim, o objetivo é verificar se a utilização da TARV está associada com as alterações nos parâmetros antropométricos, bioquímicos e dietéticos de crianças e adolescentes HIV/AIDS. Material e Métodos: Estudo transversal com 81 crianças e adolescentes entre 5 e 18 anos, de ambos os sexos, em uso de TARV oriundos do Ambulatório de HIV/AIDS em Pediatria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Foram coletados dados clínicos, imunológicos, virológicos e bioquímicos (colesterol total, triglicerídeos e glicose). O estado nutricional foi avaliado através de parâmetros antropométricos (massa corporal total, estatura, circunferências e dobras) e os dietéticos foram obtidos através da análise de ingestão de macro e micronutrientes. Os dados foram analisados no SPSS, versão 17.0 (p<0,05) através do coeficiente de correlação de Pearson, teste t-student, teste de Mann-Whitney e KruskalWallis e o teste de Wilcoxon. Resultados: Não houve diferença significativa entre o tipo de TARV utilizada, ou seja, com e sem Inibidor de Protease (IP) em relação as variáveis antropométricas e dietéticas. Crinaças e adolescentes em uso de TARV com IP apresentaram níveis significativamente mais altos de colesterol total (p=0,026) e triglicerídeos (p=0,001) do que os sem uso de IP. Não houve associação entre o tempo de uso de TARV atual (com IP e sem IP) com as variáveis antropométricas, bioquímicas e dietéticas. Discussão: Os resultados mostraram adequação no estado nutricional associado aos parâmetros antropométricos e dietéticos, entretanto, as alterações de colesterol e triglicerídeos com uso de IP refletem a necessidade de mudanças nas orientações nutricionais, considerando que o desenvolvimento da dislipidemia constitui-se como o maior fator de risco para a progressão da aterosclerose desde a infância. Conclusão: Conclui-se que o tipo de TARV não interferiu no estado nutricional e dietético das crianças e adolescentes, porém, há necessidade de adequação no consumo alimentar de acordo com as recomendações nutricionais vigentes. A TARV com IP interferiu nos parâmetros bioquímicos (colesterol e triglicerídeos). A partir destes achados, sugerem-se novas perspectivas de investigação, principalmente no que concerne ao controle dos lipídios sanguíneos associados ao esquema terapêutico, atarvés de intervenção dietoterápica capaz de modificar níveis sanguíneos alterados de colesterol e triglicerídeos. P-13 - FREQUÊNCIA DE USO DE PRESERVATIVOS ENTRE INDIVÍDUOS EM ACOMPANHAMENTO EM UM SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA ESPECIALIZADA EM HIV/AIDS NO SUL DO PAÍS. DAILA ALENA RAENCK DA SILVA, KAREN OLIVEIRA FURLANETTO, MARIANA PODELESKI TEJADA DE BARROS, BRUNA BERNARDES BITENCOURT DE OLIVEIRA, IANNY GABRIELA FERRÃO GARRONI ALVES, LUCIANA BARCELLOS TEIXEIRA. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL / PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE Introdução: A aids é uma doença que compromete o sistema imunológico e aumenta a suscetibilidade a doenças oportunistas. Devido ao elevado número de casos no país, é considerada um problema de saúde pública. Nesse contexto, a recomendação de uso de preservativo é uma das principais estratégias de prevenção e promoção da saúde sexual e reprodutiva, tanto para a população em geral, quanto para as pessoas vivendo com HIV. Objetivo: Conhecer a frequência de uso de preservativos entre indivíduos com resultado positivo de testagem anti-HIV, que iniciaram acompanhamento de saúde, em um serviço público especializado no atendimento em HIV/Aids, na cidade de Porto Alegre. Métodos: Esse trabalho apresenta dados descritivos dos registros de um serviço de saúde. Durante a primeira consulta no serviço, um instrumento é aplicado aos pacientes, com intuito de conhecer o perfil dos ingressantes. Posteriormente, as informações são digitadas num banco de dados institucional. O período avaliado nesse estudo foi de janeiro de 2012 a dezembro de 2013. As análises descritivas apresentadas foram realizadas no programa SPSS. Resultados: No período indicado, o serviço iniciou acompanhamento de 267 pacientes soropositivos para o HIV, dos quais 71,5% eram homens. O grupo foi constituído predominantemente por pessoas de cor branca (54,3%); e a Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados média de idade foi de 34 ±10,6 anos. Referente à escolaridade, 64,7% do grupo possuía ensino médio completo ou mais anos de estudo. Em relação ao uso do preservativo com parceiro fixo, observou-se que 62 indivíduos usavam em todas as relações (23,2%), 25 usou em mais da metade das relações (9,4%), 39 usou menos da metade das relações (14,6%) e 82 nunca usava (30,7%). A mesma análise realizada com parceiros eventuais demonstrou que 83 ( 31,1%) usou preservativo em todas as relações, 28 (10,5%) nunca usou, 25 (9,4%) usou menos da metade das relações e 29 (10,9%) usou em mais da metade. Conclusões: Apesar da feminização da epidemia, verificou-se o predomínio de homens, e elevada escolaridade no grupo. Observou-se que a frequência do uso do preservativo é variável conforme o tipo de parceiro, sendo que um número elevado de indivíduos com parceiro fixo nunca usou, achados em conformidade com a literatura. Os dados apontam a necessidade de trabalhar adesão ao uso de preservativo neste serviço de saúde. P-14 GRAU DE INFORMAÇÕES DOS PROFISSIONAIS DE SALÕES DE BELEZA SOBRE AIDS E HEPATITE. ANA CRISTINA AZEVEDO MOREIRA, FERNANDO LIMA DA SILVA, JULIANE KELY FAGUNDES SILVA, JOSÉ LUIZ MOREIRA DE CARVALHO. UFBA Introdução: devido à utilização de instrumentos perfurocortantes, profissionais e clientes de salões de beleza estão expostos ao risco de contágio por sangue contaminado com os vírus HIV e da hepatite. Material e método: aplicação de questionários semiestruturados a 149 profissionais em salões de beleza instalados em SalvadorBA. Resultados: 33,7% conceituaram a AIDS como doença gravíssima e mortal; 23,5%, como doença sexualmente transmissível ou contraída através de instrumentos não estéreis; 14,8% como a pior das doenças. Sobre a transmissão, 40,3% responderam relações sexuais sem uso de preservativo; 22,2%, através de materiais pérfuro-cortantes, e 0,6 % por contato com o portador. Para a hepatite, a maioria dos entrevistados conceituaram-na fazendo alusões à AIDS. 73,2% afirmaram ser vacinados contra a hepatite B. Discussão: sobre o conceito de AIDS os entrevistados atribuíram diversos significados para esta questão. Os mais frequentes foram aqueles associados com a gravidade da doença (33,7%), considerando que esses profissionais se referiam à mesma através de expressões negativas como: “é a morte; a treva; a pior das doenças; tudo de ruim; um pecado milenar”. Em relação às formas de transmissão do HIV/AIDS, dos 149 entrevistados, 40,3% mencionaram as relações sexuais sem o uso de preservativo e 30,2% através de contato com sangue contaminado ou transfusão e doação de sangue, além de leite materno, saliva e secreções. Sobre o conceito de hepatite, 21,5% dos entrevistados conceituaram na comparando de forma errônea com a AIDS, doença muito mais divulgada pela mídia, enfatizando, assim como na AIDS, o grau de gravidade da doença. Sobre as formas de transmissão da hepatite, 15,4% dos profissionais ou não responderam ou não sabiam. Em relação á vacinação contra a hepatite B, um percentual significativo de profissionais não foram vacinados (26,2%), embora a vacina contra esta forma de hepatite esteja disponível para esta categoria profissional, gratuitamente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Conclusão: os resultados obtidos mostraram que parcela relevante dos profissionais entrevistados tinham conhecimentos insuficientes sobre o conceito e transmissão da AIDS e principalmente com relação à hepatite. A ocorrência de manicures, pedicures e podólogos ainda não imunizados contra a hepatite B e o fraco conhecimento deles sobre essas doenças indicaram a necessidade de campanhas de vacinação e cursos destinados a esse público. P-15 - INFLUÊNCIA DA MULTIPARCERIA SEXUAL NA INFECÇÃO PELO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA EM JOVENS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA COM METANÁLISE. CLÁUDIA LAYSE ALMEIDA SOUZA, MARCELLA ALVES DA PAZ, JOÃO MÁRCIO NUNES DE ALENCAR, YANNA MARA DA CRUZ SILVA, GLEIBSON MOURA FERREIRA, WENDELL SOARES CARNEIRO, ULISSES UMBELINO DOS ANJOS, JORDANA DE ALMEIDA NOGUEIRA, JAILSON ALBERTO RODRIGUES. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ Introdução: A adoção de práticas consideradas insalubres, vulnerabilizantes ou mesmo desviadas dos padrões sociais, tem conferido a determinados segmentos populacionais, a citar os jovens, prioridades nas discussões sobre ações em saúde. Desde o surgimento da infecção pelo HIV e sua manifestação através Aids, o mundo testemunhou grandes conquistas no sentido de prevenir e controlar esse grave problema de saúde pública. Objetivo: Identificar a influência da multiparceria sexual na vulnerabilidade à infecção pelo HIV nos jovens. Material e Métodos: Trata-se de uma revisão sistemática com metanálise de estudos observacionais, onde se realizou um levantamento bibliográfico no banco de dados PubMed (National Center for Biotechnology Information/ National Library of Medicine), no Journal Adolescent Health e ADOLEC (Biblioteca Virtual em Saúde do Adolescente). Dos 29 artigos aprovados pelo instrumento de avaliação da qualidade dos artigos, oito deles tinham amostra composta por participantes de idade entre 1526 anos. Os mesmos foram analisados também, a partir da escala de PEDro (Physiotherapy Evidence Database) e, seis (06) deles foram aprovados para compor a amostra. Resultados e Discussão: Após aplicação da escala de PEDro, os artigos apresentaram pelo menos um resultadochave para as comparações estatísticas inter-grupos, que fossem pertinentes à temática prática da multiparceria sexual por jovens. A partir disso, foi possível extrair uma medida metanálitica. A análise dos dados quantitativos apresentados foi realizada baseando-se em um modelo estatístico de efeitos aleatórios, em que a inferência é condicionada a estudos já realizados, isto é, tem característica retrospectiva. A partir disso, apresenta-se a medida síntese da razão de riscos (odds ratio) de Mantel-Haenzel, com respectivo intervalo de confiança (IC), ao nível de significância de 0,05. É possível verificar que a medida sumário (OR = 2,66) ratifica a multiparceria sexual como um fator ou comportamento de risco para infecção pelo HIV, ou seja, sua adoção torna o indivíduo mais vulnerável. Diante dessa medida síntese, é possível notar, a adoção dessa prática pode aumentar em 2,66 vezes as chances de o jovem ser infectado pelo vírus. Hove significância estatística das medidas estimadas, confirmando a existência de heterocedásticidade dos estudos, com um valor Q = 233,9; p-valor < 0,0001 e, estatística I2 = 97,8% . Conclusão: A multiparceria sexual mostra-se então, como Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados um forte determinante da infecção pelo HIV, especialmente nessa etapa da vida que é permeada por diversas particularidades. Torna-se importante salientar a existência de limitado quantitativo de estudos que abordam a relação da multiparceria sexual e infecção pelo HIV. P-16 - INFLUÊNCIA DO USO DA CAMISINHA MASCULINA POR IDOSOS NA VULNERABILIDADE AO HIV: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA COM METANÁLISE. JOÃO MÁRCIO NUNES DE ALENCAR, MARCELLA ALVES DA PAZ, CLÁUDIA LAYSE ALMEIDA SOUZA, YANNA MARA DA CRUZ SILVA, LUNNA GUERRA CAVALCANTE, WENDELL SOARES CARNEIRO, ULISSES UMBELINO DOS ANJOS, JORDANA DE ALMEIDA NOGUEIRA, JAILSON ALBERTO RODRIGUES. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ Introdução: Tem-se observado um importante aumento no número de pessoas idosas infectados pelo HIV, normalmente essa população não se considera vulnerável a infecção, especialmente quando se trata de uma infecção sexualmente transmissível - IST tão estigmatizante. Portanto, essa forma de se perceber pode induzir os idosos a práticas sexuais vulnerabilizantes. Nessa perspectiva, o presente estudo justifica-se pela necessidade de se conhecer a influência desse comportamento sexual dos idosos, a utilização do preservativo, frente à infecção pelo HIV. Objetivo: Averiguar a influência do uso da camisinha masculina por idosos na vulnerabilidade à infecção pelo HIV. Material e métodos:Desenvolveu-se uma revisão sistemática da literatura, com metanálise, entre estudos observacionais, o qual tem característica retrospectiva, sendo realizadas pesquisas nas seguintes bases de dados: SciELO, Lilacs, biblioteca eletrônica da UFMG e da USP e Google acadêmico. Foram selecionados 38 artigos e após avaliação e aplicação da escala de PEDro, (Physiotherapy Evidence Database)foram eleitos 6 deles para compor a amostra do estudo. Resultado e discussão: Após a avaliação dos textos encontrados, por se enquadrarem nos critérios de inclusão estabelecidos e na temática do estudo, dos 38 artigos apenas 6 continham dados condizentes e suficientes para a realização dos procedimentos meta-analíticos. A análise dos dados foi realizada baseando-se em um modelo estatístico de efeitos fixos, em que a inferência estatística é condicionada a estudos já realizados. Para tal, apresenta-se a medida síntese da razão de riscos (odds ratio) de Mantel-Haenzel, com respectivo intervalo de confiança (IC), ao nível de significância de 0,05, conforme se observa no forest plot. A partir do forest plot é possível verificar que a medida sumário (OR = 1,643) ratifica o uso do preservativo como um fator ou comportamento de proteção contra a infecção pelo HIV, ou seja, sua adoção torna o indivíduo menos vulnerável. Diante dessa medida síntese, é possível notar que o não uso do preservativo pode aumentar em 1,643 vezes as chances de o idoso ser infectado pelo HIV.Conclusão: Os resultados foram satisfatórios na comprovação do uso da camisinha como influência positiva para a prevenção do HIV em idosos. Além disso, os testes estatísticos realizados confirmaram a existência de evidências dos benefícios trazidos pelo uso do preservativo nessa faixa etária, visando minimizar a vulnerabilidade ao HIV. Poucos são os estudos representativos que abordam a variável em questão ou que fazem correlação entre as práticas sexuais da pessoa idosa e o não uso da camisinha com o HIV/AIDS. Isso faz com que se permeiem as incertezas e imprecisões limitantes das ações em saúde. P-17 - INTEGRAÇÃO DO CENTRO DE TESTAGEM E ACONSELHAMENTO E ATENÇÃO BÁSICA: RELATO DE EXPERIÊNCIADA CONSOLIDAÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO. JULIANA BEUX KONNO, DIANE MICHELY CASSARO, CESAR RAVACHE, FABIO OLIVEIRA DE FREITAS, MARIA APARECIDA MARTINS DE SOUZA, SONIA TERESINHA PESSI MORANTE, EDINÉIA MARIZA SIEROTA, ELIANA PEDROSO, ELIZABETH APARECIDA RIBEIRO DE LIMA, ELIANE MARIA THEODORO RODRIGUES, JOSEANE GOMES LEAL, MARINA COUTINHO ANTES, SERELI MARIA MEINERZ, PATRICIA FERNANDA BOIÇON, MAUREN SCHULZ DA SILVA, MARIA CRISTINA CANO. PREFEITURA MUNCICIPAL DE TOLEDO-PR Os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) são serviços de saúde que, articulados com a atenção básica, representam uma estratégia importante na via de acesso ao aconselhamento e ao diagnóstico do HIV, das hepatites B e C e da sífilis, além de atuar também na prevenção dessas e das demais doenças sexualmente transmissíveis. Sabe-se que apesar da política nacional de DST/AIDS enfatizar a importância da integração dos vários pontos da rede de atenção, ainda há um obstáculo difícil de ser superado. Diante da necessidade de integrar os serviços, desde o ano de 2012 a Unidade de Saúde São Francisco juntamente com o Centro de Testagem e Aconselhamento, ambos localizados no município de Toledo-Pr, procuram desenvolver atividades em conjunto. A Estratégia Saúde da Família no bairro São Francisco foi implantada no ano de 2011, sendo composta por 2 equipes e ficando responsável por uma população estimada em 5770 pessoas (SIAB/MS/2013). O CTA foi implantado no ano 2000, logo em seguida, em 2001, ocorreu a implantação do SAE (Serviço de Atendimento Especializado). Desde então o programa de DST/HIV/AIDS e Hepatites Virais está situado junto ao Consórcio Intermunicipal de Saúde Costa Oeste do Paraná (CISCOPAR), que é composto por 18 municípios. A parceria entre serviço especializado e atenção básica ocorre na forma de campanhas, a unidade de saúde municipal promove eventos relacionados à saúde do homem, da mulher, do idoso, bem como campanhas de vacinação, em que o CTA se insere na realização de atividades nesses eventos como aconselhamento pré e pós teste, testagens convencionais e rápidas, além de entrega de preservativos e orientações individuais com foco exclusivo na prevenção e promoção de saúde. Nesses 3 anos de parceria entre os serviços, foram realizados 4 eventos, sendo que foram atendidas cerca de 542 pessoas, ou seja, 9,4% da população da área de abrangência da unidade. Do total de atendimentos, 221 indivíduos foram testados para HIV, sífilis ou hepatites virais B e C, sendo que até o momento não foram diagnosticados casos positivos para as doenças investigadas. Apesar de nos eventos não terem surgido casos reagentes, deve-se ocorrer uma sensibilização constante da população para a realização das testagens, visto que mesmo com eventos disponíveis, ainda é baixa a procura espontânea por exames e orientações. Observa-se na rotina de atendimentos na unidade de saúde em questão, que apesar do CTA estar localizado na região central do município, muitos usuários e profissionais de saúde desconhecem a localização e os serviços oferecidos pela instituição. Dessa forma, a execução de atividades extramuros promove uma eficiente Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados divulgação, possibilitando maior integração com os demais pontos da rede de atenção, beneficiando o usuário que é o protagonista das ações que devem ser oferecidas tanto pela atenção básica, quanto especializada. teste rápido para as comunidades que normalmente não tem acesso às campanhas de grande porte que acontecem no município e não atingem esta parcela da população em constate situação de vulnerabilidade social. P-18 - NÃO FIQUE NA DÚVIDA: FIQUE SABENDO. UMA ESTRATÉGIA PARA AMPLIAÇÃO DE DIAGNÓSTICO PARA HIV E HEPATITES VIRAIS EM ESPAÇOS DE GRANDE VULNERABILIDADE UTILIZANDO TESTE RAPIDO. SUSE MAYRE MARTINS MOREIRA AZEVEDO, NAYALA DE JESUS BISPO, JOSÉ ANTÔNIO LOYOLA FOGUEIRA. CENTRO DE REFERÊNCIA EM DST/AIDS E HEPATITES VIRAIS DR. JÚLIO BRITO A Aids e as Hepatites Virais são doenças que passam despercebidas na vida das pessoas, até quando, os sinais e sintomas começam a aparecer e as doenças se manifestam, em geral, tardiamente com graves conseqüências para a saúde da pessoa. Dessa forma é importante que seja feito um diagnostico dessas doenças mesmo antes do surgimento de qualquer sintoma. No ano de 2006 o Ministério da Saúde, por meio do atual Departamento Nacional de DST/AIDS e Hepatites Virais lançou o projeto Fique Sabendo. A proposta do Fique Sabendo visa ampliar o diagnóstico precoce, por meio de testes rápidos, ao mesmo tempo em que vincula e acolhe as pessoas com testes reagentes para HIV e Hepatites Virais nas redes de atenção à saúde, oferecendo acesso ao tratamento, aconselhamento individual e acompanhamento, com foco na melhoria de qualidade de vida e na garantia do direito humano à saúde. Os casos reagentes detectados nessas campanhas são encaminhados para o tratamento nos Centros de Referência em DST/AIDS e Hepatites Virais ou nas unidades básicas, nos municípios onde já estão acontecendo ações de descentralização do serviço. No município de Itabuna o tratamento de Aids e Hepatites Virais(HV) é realizado no Centro de Referência Dr. Julio Brito, onde a pessoa recebe atendimento médico e de enfermagem, acompanhamento psicológico, nutricional, fisioterápico e de assistência social e onde é dispensado todos os medicamentos. A proposta deste projeto foi desenvolver ações do Fique Sabendo em comunidades do município de Itabuna que se encontram distantes do Centro de Referência, bem como em outras cidades que utilizam o nosso municípios como referência na área de saúde. O projeto teve como objetivos: Ampliar o diagnostico precoce de HIV e HV entre populações com vulnerabilidade acrescida por meio de Testes Rápido; levar informação à população sobre vulnerabilidade e formas de transmissão e prevenção à AIDS e Hepatites Virais, orientando sobre sexo seguro; acolher as pessoas com diagnóstico positivo para o tratamento. As campanhas aconteceram em diversos espaços do município de Itabuna e em outros municípios integrantes da 7ª Diretoria Regional de Saúde - Bahia. O projeto aconteceu no ano de 2013 e foram realizados 849 testes onde tivemos 18 resultados reagentes para HIV, 15 para Hepatite B, e 08 para Hepatite C e todas as pessoas estão sendo acompanhadas pela equipe multidisciplinar do Centro de Referencia. Para o desenvolvimento do projeto foi montada uma equipe com os seguintes profissionais: 01 gerente de projetos, 01 biomédica, 01 técnica em laboratório, 01 digitador, 01 enfermeiro, 01 psicóloga, 01 aconselhador e 02 recepcionistas. Com este projeto foi possível perceber a importância de levarmos o P-19 - PERCEPÇÃO E PRÁTICAS ADOLESCENTES A RESPEITO DA SEXUALIDADE E CONTÁGIO PELO HIV/AIDS: UMA AVALIAÇÃO DE VULNERABILIDADE EM ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO DA REDE PÚBLICA NO MUNICÍPIO DE URUGUAIANA-RS. MARIÉLE RODRIGUES BARBOSA, DIONATAN DOS SANTOS DELEVATI, LUCAS COSTA DE SOUZA, GRACIELA DUTRA SEHNEM, SANDRA ELISA HAAS, VANUSA MANFREDINI. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA Após três décadas da descoberta do vírus da Imunodeficiência Humana, a AIDS continua sendo foco no cenário epidemiológico mundial, conduzindo a discussões compreendendo comportamento sexual, crenças e valores. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde até o ano 2012 foram registrados 656.701 casos de AIDS. Em 10 anos houve um crescimento de 27,1% para 30,9% no Sul. O Rio Grande do Sul é o estado de maior incidência, sendo a cidade de Alvorada com maior ocorrência, a cidade de Uruguaiana-RS aparece em 4º lugar no ranking estadual. O comportamento sexual de adolescentes é um desafio para a saúde pública, em decorrência de múltiplos fatores de exposição e risco para o HIV/AIDS, bem como suas repercussões psicossociais e econômicas. O objetivo desse estudo foi identificar a percepção de vulnerabilidade de adolescentes acerca de sexualidade e infecção pelo HIV/AIDS em estudantes do ensino médio da rede pública no município de UruguaianaRS. O estudo foi realizado com adolescentes, de ambos os sexos, constituintes do ensino médio de duas escolas públicas do município de Uruguaiana-RS escolhidas aleatoriamente. Trata-se de um estudo descritivo, onde foi desenvolvido um questionário fechado do tipo estruturado com 23 questões, previamente testadas para adequação quanto à linguagem, sequência e clareza, abordando assuntos relacionados à: infecção e prevenção ao HIV, preconceito, valor à vida e sonhos futuros, sendo evidenciada a vulnerabilidade desse indivíduo através de erros e acertos no questionário. Foi criado um índice de vulnerabilidade conforme o número de erros e acertos dos jovens, os quais foram classificados em: não vulnerável (todas as questões corretas), pouco vulnerável (1 a 4 erros), vulnerável (5 a 9 erros), muito vulnerável (12 a 23 erros). Os dados referentes à idade foram expressos como média e desvio padrão, os demais parâmetros avaliados foram expressos em prevalência. A amostra inicial contou com 287 estudantes de ambos os sexos, sendo que 6 foram excluídos devido a adulteração no questionário totalizando 281 estudantes. A idade média da população foi de 16 ± 1 anos. De acordo com a classificação, 65% considerado vulnerável, 34% pouco vulnerável, 0,8% muito vulnerável e 0% não vulnerável. Estudos sugerem que existem várias hipóteses sobre a razão que leva os adolescentes a não agregar o conhecimento sobre HIV/AIDS às práticas de prevenção, dentre elas esta a adoção de representações sociais da AIDS como sendo a “doença do outro”, “doença de adulto”, de “gente velha” ou de “grupos de risco”. Dada a complexidade da prevenção do HIV, é preciso entender a vulnerabilidade como um todo, sendo indispensável intervenções preventivas Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados efetivas através de ações educativas em saúde fundamentadas em estratégias dialógicas e construtivas incentivando os elementos básicos da vulnerabilidade individual e que façam sentido nos diversos contextos socioculturais em que os adolescentes estão inseridos e vivenciam sua sexualidade. P-20 - PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES INTERNADOS COM HIV/AIDS EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA EM SALVADOR/BAHIA NO PERÍODO DE 2008 A 2011. LUCIANA MATOS E SILVA, DALVA DE ANDRADE MONTEIRO. FTC Introdução: O perfil epidemiológico dos pacientes com HIV/AIDS sofreu diversas mudanças nos últimos anos, fato que demanda busca de informações atualizadas objetivando aprimorar a prática de intervenção em saúde. O seguinte estudo tem como objetivo descrever dados clínicos e epidemiológicos de pacientes internatos com HIV/AIDS do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) localizado em Salvador entre 2008 e 2011. Método: Estudo descritivo e retrospectivo com abordagem quantitativa cujos dados foram obtidos através de fichas de notificação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde, de pacientes internados com diagnóstico de HIV/AIDS no HGRS de 2008 até 2011, disponíveis no Núcleo de Vigilância Epidemiológica situado no referente hospital. Foram coletados dados sociodemográficos e informações relacionadas ao contágio e evolução da doença para realizar a avaliação. Resultados: No período de estudo foram registrados 447 casos, a maioria do sexo masculino (62%). A média de idade foi 37,14 + 10,96. A raça/cor mais prevalente foi à parda(44%), seguida de branca(14%), preta(13%) e indígena(0,8%). Do total dos pacientes, 23,7% apresentaram baixa escolaridade, 14% possuíam ensino médio, 7,2% possuíam nível superior e 55% não foram declarados. Do total de pacientes, 75% residiam na cidade de Salvador enquanto 25% foram procedentes do interior do estado. Do total de prontuários, 84% foram referentes á adultos com AIDS, 12,7% considerados apenas HIV positivos, 3,3% eram gestantes. Comportamento heterossexual foi relatado em 45% dos casos e 20% declararam manter relações sexuais com pessoas do mesmo sexo. 4% dos pacientes eram usuários de drogas injetáveis e 2% foram contaminados por transmissão vertical. Os sinais e sintomas mais reportados foram: caquexia(56%), astenia(51%), febre(33%), diarreia(27%), tosse persistente(26%). 48% dos pacientes tiveram a contagem de linfócitos menor que 350 cél/mm3. As comorbidades mais prevalente foram candidíase oral(34%), toxoplasmose cerebral(15%), tuberculose(18%) e herpes(5%). Em relação a evolução do internamento, 59% permaneceram vivos, 16% foram a óbito por AIDS, 1,7% faleceram por outras causas, 23,3% não foram declarados. Discussão: O perfil dos pacientes estudados é composto em sua maioria por indivíduos do sexo masculino, em idade reprodutiva, heterossexuais e procedentes de Salvador. Comparando as informações obtidas com dados da literatura nacional, este estudo apresentou resultados semelhantes, porém maiores taxas de prevalência de gestantes com HIV e de doenças oportunistas, e menores taxas de óbito. O grande número de pacientes infectados chama atenção para a necessidade de aperfeiçoamento de estratégias de enfrentamento da síndrome.Conclusão: O estudo aponta a necessidade no direcionamento de atividades de prevenção e melhorar a assistência e tratamento da doença, visando destiná-los às áreas mais afetadas e fortalecer os sistemas de apoio social. P-21 - PERFIL DOS ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO FRENTE ÀS QUESTÕES SOCIOEDUCATIVAS: ORIENTAÇÃO SEXUAL, PREVENÇÃO E INFECÇÃO PELO HIV/AIDS NO MUNICÍPIO DE URUGUAIANA-RS. DIONATAN DOS SANTOS DELEVATI, MARIÉLE RODRIGUES BARBOSA, NATALIA BARRIONUEVO FAVERO, LUCAS COSTA DE SOUZA, VANUSA MANFREDINI, GRACIELA DUTRA SEHNEM, SANDRA ELISA HAAS. UNIPAMPA As doenças sexualmente transmissíveis constituam um grande problema de saúde pública, sendo o HIV/AIDS caracterizado como epidemia mundial. Durante a adolescência, ocorrem diversas transformações fisiológicas e psicológicas, em consequência dessas mudanças os adolescentes são o grupo mais vulnerável a assuntos relacionados à infecção pelo HIV, essa faixa etária caracteriza-se pela fase da descoberta e adoção de novos comportamentos, o que justifica este ser um público alvo para a educação em saúde. O objetivo deste estudo foi investigar o perfil do estudante do ensino médio da rede pública no município de Uruguaiana-RS frente a questões socioeducativas relacionado à orientação sexual, prevenção e infecção pelo HIV/AIDS. O estudo foi realizado junto a adolescentes, de ambos os sexos, integrantes do ensino médio de duas escolas públicas do município de Uruguaiana-RS escolhidas aleatoriamente. Trata-se de um estudo descritivo, em que foi desenvolvido um questionário fechado do tipo estruturado, previamente testado para adequação quanto à linguagem, sequência e clareza das questões abordando aspectos relacionados à idade, sexo, orientação sexual, início da atividade sexual, educação sexual e a relação pais e filhos, infecção pelo HIV. Após a coleta de dados os estudantes puderam esclarecer suas dúvidas e questionamentos sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e sexualidade foram abordados. Os dados referentes à idade foram expressos como média e desvio padrão, os demais parâmetros avaliados foram expressos em prevalência. A amostra inicial contou com 287 estudantes de ambos os sexos, sendo que desses 6 foram excluídos devido a adulteração no questionário totalizando 281 estudantes. A idade média da população foi de 16 ± 1 ano. Quanto ao item sexo, 40% definiram-se do sexo masculino, 57% feminino e 3% não responderam. Quanto à orientação sexual, 76,3% definiram-se heterossexuais, 4,8% bissexuais, 3,4% homossexuais e 15,5% abstiveram-se da resposta. Quanto ao vírus HIV, 98,7% afirma não ser portador do vírus HIV e 1,3% não responderam. Quanto ao início da atividade sexual, 37,5% entre 15 e 20 anos, 30,6% antes dos 15 anos e 30,6% declaram-se virgens. Quanto à relação entre pais e filhos e a educação sexual, 56,9% relatam conversar sobre sexo e 42,3% relatam não haver diálogo. Ao término da realização do questionário os alunos apresentavam muitas dúvidas referentes a orientação sexual. A maioria desconhecia o significado de cada conceito, podendo ser em decorrência do pouco diálogo com seus pais ou acesso a informação. Alguns estudos propõem que o conhecimento sobre sexualidade e seus riscos, é uma medida favorável para a promoção da saúde do adolescente. É imprescindível a aplicação de ações socioeducativas e rodas de conversa para esclarecimento de dúvidas entre os adolescentes, deixando-os livres para questionamentos. Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados P-22 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS PACIENTES QUE REALIZARAM CITOPATOLÓGICO DE COLO UTERINO EM UNIDADE DE SAUDE DA FAMILIA. JULIANA BEUX KONNO, DIANE MICHELY CASSARO, CESAR RAVACHE, FABIO OLIVEIRA DE FREITAS, SONIA TERESINHA PESSI MORANTE, EDINÉIA MARIZA SIEROTA, ELIANA PEDROSO, ELIANE MARIA THEODORO RODRIGUES, ELIZABETH APARECIDA RIBEIRO DE LIMA, JOSEANE GOMES LEAL, MARIA APARECIDA MARTINS DE SOUZA, MARIA CRISTINA CANO, MARINA COUTINHO ANTES, MAUREN SCHULZ DA SILVA, PATRICIA FERNANDA BOIÇON, SERELI MARIA MEINERZ. PREFEITURA MUNCICIPAL DE TOLEDO-PR Nos últimos anos houve uma preocupação com o aumento de câncer do colo de útero, sendo a terceira neoplasia maligna mais comum entre as mulheres, no Brasil. Esta problemática se torna inquietante, quando se considera que a detecção precoce do câncer cérvico uterino pode ocorrer através de um exame tecnicamente simples e de baixo custo. O papanicolau apesar de não estabelecer diagnóstico definitivo, conduz, através de protocolo do Ministério da Saúde, a um atendimento diferenciado para cada paciente, proporcionando uma maior resolutividade. Trata-se de um estudo epidemiológico, observacional longitudinal e retrospectivo, onde foram analisados os resultados dos citopatológicos de colo de útero, em uma Unidade de Saúde da Família no município de Toledo-PR, no período de 1 ano (janeiro a dezembro de 2013). A amostra é composta por mulheres residentes na área de abrangência da UBS São Francisco, com idades entre 25 e 64 anos; De acordo com SIAB/MS de 2013 a população feminina, na faixa etária do estudo é estimada em 1.961 mulheres, sendo que neste mesmo ano foram coletados 603 exames nesta faixa etária. Com relação à idade, houve uma maior demanda dos 25 a 44 anos, correspondendo a 56,38% dos exames realizados. Isto demonstra que quanto maior a idade, menor a procura pelo exame, o que é considerado um viés importante visto que um dos princípios da saúde da família está focado na prevenção. No que se concerne à raça, escolaridade e ocupação houve predomínio da raça branca com 60,92%, do 1º grau incompleto com 40,25% e do lar com 43,72%, respectivamente. Do total dos exames realizados 87 (14,42%) apresentam alguma alteração associada a processos préneoplásicos ou malignos, destacando-se a presença de células atípicas de significado indeterminado em células escamosas e/ou glandular em 57 exames (65,51%), seguido de neoplasia Intra-Epitelial Cervical I com 25 exames (28,73%) e Neoplasia Intra Epitelial Cervical II e III com 5 exames (5,74%). Destaca-se que do total de exames alterados 18 (20,68%) apresentavam o Vírus do Papiloma Humano (HPV). Das alterações identificadas através do resultado dos exames, 64 mulheres (73,56%) foram encaminhadas para nova coleta no período de 6 meses, conforme protocolo do INCA, 18 (20,68%) foram encaminhadas ao serviço de referência para seguimento, e 04 (5,74%) para colposcopia. Houve 14 casos de abandono (16,09%). Apesar do conhecimento amplamente divulgado sobre o câncer cérvico uterino e suas medidas de controle, muitas mulheres continuam morrendo em razão da detecção tardia deste tipo de câncer. Perante a realidade enfrentada, observou-se que apesar da facilidade de acesso a realização do exame, necessitamos ainda de uma sensibilização das mulheres sobre a importância do seguimento e tratamento em tempo hábil. P-23 - PREVALÊNCIA DE DISLIPIDEMIAS EM PACIENTES INFECTADOS PELO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (HIV) EM USO DE TERAPIA ANTIRRETROVIRAL ATENDIDOS EM UNIDADE DE REFERÊNCIA EM SALVADOR-BA. CAMILA MOREIRA DE SOUZA, IVANA DINIZ LÍRIO, NIVALDO MENEZES FILGUEIRAS FILHO. ESCOLA BAHIANA DE MEDICINA E SAÚDE PÚBLICA (EBMSP) Introdução: Os primeiros casos da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) foram descritos em 1981 e, atualmente, há aproximadamente 42 milhões de pessoas infectadas no mundo. Em 1996, a terapia antirretroviral combinada altamente ativa (HAART) foi instituída, aumentando a expectativa de vida e tornando as alterações metabólicas, como as dislipidemias, mais evidentes. Apesar do vírus possuir atividade pró – inflamatória associada a um padrão aterogênico, o maior enfoque dado a AIDS e alterações metabólicas é sobre efeitos colaterais da terapêutica antirretroviral, especificamente os inibidores de protease. As dislipidemias tem alta prevalência nesta população, mas há poucos estudos no Brasil sobre esta associação. A região nordeste é a terceira com o maior número de casos e, a presença de uma unidade de referência na Bahia atendendo pacientes de todo o Estado, configura uma amostra relevante para demonstrar esta associação. O principal objetivo deste estudo foi identificar a prevalência de dislipidemias em pacientes infectados pelo HIV em uso da terapia antirretroviral. Material e método: Foi realizado estudo observacional de corte transversal envolvendo pacientes de ambos os sexos, maiores de 18 anos, com infecção pelo HIV confirmada e em uso de terapia antirretroviral atendidos no CEDAP, entre os meses de setembro de 2012 e abril de 2013. Foram utilizados dados dos prontuários e transcritos para um questionário. Os pacientes dislipidêmicos foram classificados pelos critérios da IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Estes foram divididos em dois grupos de acordo com as classes de antirretrovirais. O grupo I foi composto por aqueles que usavam terapia antirretroviral com, no mínimo, um inibidor de protease e o grupo II por aqueles em uso da terapia, porém sem esta classe de antirretroviral. A divisão possibilitou identificar a prevalência de dislipidemias e os tipos mais frequentes nos pacientes em uso de inibidores de protease. Todos os cálculos foram realizados com auxílio do SPSS (versão 17.0). Resultados: Participaram do estudo 65 pacientes entre 29 e 79 anos, 55% do sexo feminino e 71% não – brancos. As médias de colesterol e LDL foram 218,17 e 135,69 mg/dL e as medianas de triglicérides de HDL foram 154 e 46 mg/dL, respectivamente. Dentre os pacientes, 85% apresentavam dislipidemias, estas foram mais prevalentes naqueles em uso de inibidores de protease (64%), sendo HDL baixo (22%) e hipertrigliceridemia com HDL baixo (14%) as mais frequentes. Discussão: Este estudo mostrou que a prevalência de dislipidemias é extremamente elevada nesta população, principalmente naqueles em uso de inibidores de protease, dados concordantes com a literatura. Conclusão: Deverão ser adotadas medidas que visem melhorar o perfil lipídico para que a terapia Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados antirretroviral acarrete mais benefícios do que riscos para os pacientes. P-24 - PREVALÊNCIA DOS CASOS DE HIV/AIDS NO PERÍODO DE JULHO DE 2011 À JUNHO DE 2012 EM UM MUNICÍPIO DO ESTADO DE RONDÔNIA. JORDANA FERREIRA DE SOUSA CAMILO, AMANDA ALMEIDA DE OLIVEIRA. CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE JI-PARANÁ O vírus HIV é o agente etiológico da AIDS. Sua transmissão ocorre nas relações sexuais sem o uso de preservativo, pelo compartilhamento de seringas e objetos pérfuro-cortantes, contato com fluidos corporais ou na transmissão vertical. No objetivo de identificar a taxa de prevalência do HIV/AIDS no município de Ji-Paraná-RO durante o período de julho de 2011 à junho de 2012 adotou-se uma metodologia de caráter quantitativo, descritivo e transversal, utilizando o método de leitura de 58 prontuários de usuários cadastrados no SAE DST/AIDS buscando identificar o número de atingidos, o sexo e a faixa etária durante o mês de setembro de 2013. A taxa de prevalência (por 100.000 hab.) de AIDS no Brasil notificados no Sinan neste período foi de 9,18 e na cidade de Ji-Paraná de 49,11. Em estudos Castilho (2010) relatou que o crescimento da epidemia da AIDS concentrou-se em cidades de “pequena magnitude”. Para Rodriguês-Junior e colaboradores (2004) a epidemia de AIDS permanece concentrada nos centros urbanos e a interiorização é caracterizada pela ocorrência irregular e de pequena magnitude. No Brasil a razão entre homens e mulheres é de 1,67 e na cidade de Ji-Paraná de 2,05. A partir de 1990, constatou-se uma transição do perfil epidemiológico resultando na heterossexualização, feminização, pauperização e interiorização da epidemia conforme cita Rodriguês-Junior e colaboradores (2004). O maior número de notificação no país por faixa etária do sexo feminino está entre os 30-34 e 35-39 anos com 544 e 539 casos respectivamente. Para Ji-Paraná obtêm-se maiores valores entre os 30-34 e dos 40-44 e dos 45-49 com 4 e 3 casos respectivamente. Para o sexo masculino no Brasil os valores por faixa etária acompanham os apresentados no sexo feminino onde no intervalo de 30-34 anos são 1141 e dos 3539 têm-se 1031 casos notificados. Para Ji-Paraná as faixas etárias com maior notificação são dos 20-24 anos com 10 casos e dos 30-34 com 9 casos. Pottes e colaboradores (2007) realizaram um estudo com 3.565 casos de AIDS, sendo 10,8 por cento com 50 anos ou mais e 89,2 por cento com 20 a 39 anos. As taxas de incidências ano a ano comportaram-se de maneira semelhante para os dois grupos etários, ao longo do período estudado. Infere-se que a taxa de prevalências dos casos de HIV/AIDS em Ji-Paraná é alta obedecendo ao novo perfil sócioespacial que a doença alcançou no Brasil. P-25 REGISTRO DE DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS E RESPOSTA DA TERAPIA ANTIRRETROVIRAL. THAÍS MESSIAS PEREIRA DA CUNHA, DAYDE LANE MENDONÇA DA SILVA, MARIA INÊS DE TOLEDO. UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA Introdução: A falta de adesão à terapia antirretroviral (TARV) é um dos principais determinantes de falha virológica. Alguns estudos apontam que, para obter sucesso terapêutico há necessidade de uso de no mínimo 95% das doses recomendadas. Objetivos: Este trabalho teve como objetivo descrever a resposta da TARV em pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA) utilizando os registros de dispensação como indicadores de adesão ao tratamento. Método: Trata-se de estudo transversal realizado no Hospital Universitário de Brasília, no Distrito Federal. Foram coletados os dados de dispensação no período de janeiro de 2011 a junho de 2013 e os resultados de carga viral e linfócitos TCD4 foram obtidos dos prontuários. A adesão das PVHA foi avaliada de acordo com a retirada de antirretrovirais e as respostas virológica e imunológica dos esquemas foram analisadas. Resultados: Foram incluídos no estudo 274 PVHA, sendo a maioria do sexo masculino (68%), com idade média de 44 ± 9,9 anos, tempo médio de uso da TARV, estimado pelo tempo de cadastro no Siclom, de 7 ± 3,6 anos. Cerca de 90% dos indivíduos usavam esquemas de ARV de acordo com o protocolo de tratamento vigente. Em relação a adesão, 41% retiraram medicamentos para 95% ou mais do tempo de tratamento, 29% para 80 a 94,9% e 30% para menos de 80% do tempo de tratamento. Entre os pacientes com boa adesão (≥95%) 91,2% apresentaram carga viral indetectável e 92% contagem de linfócitos TCD4+ maior que 200 células / mm3. Discussão: O registro de dispensação mostrou-se útil na avaliação das respostas da TARV e o sistema de controle nacional da dispensação de TARV deve ser usado como estratégia para evitar o abandono em indivíduos com retirada irregular de medicamentos. Conclusões: Os esquemas de tratamento da aids avaliados apresentaram boas respostas virológica e imunológica. No entanto, ainda são necessários esforços para melhorar a adesão ao tratamento. P-28 - TESTES RÁPIDOS DE HEPATITES VIRAIS, SÍFILIS E HIV EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE TOLEDO – PR. JULIANA BEUX KONNO, DIANE MICHELY CASSARO, FABIO OLIVEIRA DE FREITAS, CESAR RAVACHE, MARIA APARECIDA MARTINS DE SOUZA, SONIA TERESINHA PESSI MORANTE, EDINÉIA MARIZA SIEROTA, ELIANA PEDROSO, JOSEANE GOMES LEAL, ELIZABETH APARECIDA RIBEIRO DE LIMA, MARIA CRISTINA CANO, MARINA COUTINHO ANTES, MAUREN SCHULZ DA SILVA, PATRICIA FERNANDA BOIÇON, SERELI MARIA MEINERZ, ELIANE MARIA THEODORO RODRIGUES. PREFEITURA MUNCICIPAL DE TOLEDO-PR As doenças transmitidas sexualmente impactam intensamente na saúde pública mundial. Partindo desse pressuposto diversas políticas vêm sendo implantadas com o objetivo de desenvolver métodos de prevenção e diagnóstico precoce, destacando-se a revogação das portarias nº 34/2005 e 151/2009 que legalizam a aplicação dos testes rápidos para triagem das hepatites virais (B e C), sífilis e o diagnóstico do HIV. Trata-se de um estudo do tipo observacional longitudinal na população adstrita da UBS São Francisco do Município de Toledo, Pr. Sendo os critérios de inclusão: residir na área de abrangência da UBS São Francisco. Além disso, o período estudado é de Março de 2013 a Março de 2014. A realização dos exames é feita em dois períodos semanais, totalizando 14 vagas disponíveis. A população da área de abrangência da unidade é composta, de acordo com SIAB/MS, de 5770 pessoas. Foram realizados 492 testes rápidos perfazendo Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados 8,53% do total da população de abrangência. Um índice ainda baixo frente a população a ser atingida, mas considerável se pensando na facilidade de acesso e o pouco tempo de implantação na Unidade de Saúde da Família do município. Dos exames realizados tivemos: 119 testes sorológicos para hepatite B, sendo 3 exames reagentes (11%); 107 testes para hepatite C, com ausência de reagente, 129 testes para sífilis, com 6 exames reagentes (4,60%) e 137 exames para HIV com 1 reagente (11%). Houve um predomínio de mulheres na realização dos exames, onde a cada 10 exames, 7 foram feitos em mulheres. No entanto, também se observou um número maior de testes reagentes na população masculina. Tendo em vista a reorientação do modelo assistencial pela Estratégia Saúde da Família, aproximando os profissionais de saúde e a comunidade, temos uma melhora no acolhimento e aconselhamento dos pacientes que realizam os testes rápidos na UBS. Também temos uma rapidez no tempo de realização dos testes e no tratamento, haja vista que qualquer paciente com resultado positivo já é encaminhado à consulta médica da unidade ou ao centro de referência municipal. Além disso, constata-se que a população masculina deva ser sensibilizada para fazer mais testes, pois se observou mais exames reagentes nesse gênero. Sabe-se que a sensibilização é uma tarefa árdua, porém não impossível quando realizada por toda equipe de saúde no âmbito da atenção básica. P-29 USO DE ACETATO DE MEDROXIPROGESTERONA (AMP) E CONDOM ENTRE MULHERES INFECTADAS PELO HIV ACOMPANHADAS EM SERVIÇO DE REFERÊNCIA EM SALVADOR – BAHIA. FABIELLE DE OLIVEIRA ROCHA DE BRITO, ANA GABRIELA ALVARES TRAVASSOS, KARINA DE SA ADAMI GONÇALVES BRANDÃO, ISABELLA PEREIRA DE NÓBREGA, TATIANA HAGUIHARA, CAMILA DA SILVA CENDON DURAN, EDA MARIA VINHAES DANTAS, EVELINE XAVIER PEREIRA DE SOUZA, JULIA MARIA DE OLIVEIRA NEUMAYER, KAREN ABBEHUSEN, NATHÁLIA ARAÚJO LISBÔA, PATRICIA MARIA ALMEIDA SILVA, SHEYLA DE ALMEIDA FERNANDES, EDUARDO NETTO, CARLOS BRITES. CENTRO ESTADUAL ESPECIALIZADO EM DIAGNÓSTICO, ASSISTÊNCIA E PESQUISA Introdução: A pandemia do HIV traz consigo hoje o dilema do planejamento familiar entre pessoas vivendo com HIV/AIDS. O aumento do número de mulheres infectadas em idade reprodutiva e a melhoria das condições de sobrevida de portadores do vírus implicam em decisões participativas quanto ao uso de métodos contraceptivos. O uso de condom diminui de forma eficaz o risco de transmissão do HIV, porém não evita gravidez na mesma proporção. As recomendações atuais preconizam o uso da dupla contracepção com camisinha e hormônios, em especial aqueles de via não oral e com progestágenos isolados, apresentando menor interação medicamentosa com a terapia antirretroviral e melhorias hematológicas. Métodos: Estudo descritivo de corte transversal realizado no Centro Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa CEDAP (Salvador-Bahia) no período de setembro de 2013 a maio de 2014. Avaliadas 336 pacientes infectadas pelo HIV, através da aplicação de questionário padronizado, contendo variáveis sóciodemográficas e epidemiológicas. A análise foi feita usando o Statistical Package Social Sciences (SPSS), versão 20.0. Resultados: Das 336 entrevistadas, 60,3% usavam métodos contraceptivos hormonais antes do diagnóstico do HIV, destas, 8,3% utilizavam AMP. Setenta mulheres ( 20,8%) relataram uso deste método após o diagnóstico do HIV. O uso de condom correspondeu a 36,6% e 50,3% antes e depois do diagnóstico do HIV, respectivamente. Destaca-se o percentual de 49,7% de pacientes infectadas sem uso de condom e 26,5% que usavam apenas condom como método contraceptivo. Foram comparadas pacientes infectadas pelo HIV, usuárias e não usuárias de AMP e aquelas que usavam condom em todas as relações ou não, quanto a idade, etnia, escolaridade, relação conjugal estável, renda, religião, gestação prévia, alcoolismo, tabagismo, uso de drogas ilícitas, uso de terapia antirretroviral (TARV), sexo por droga ou dinheiro, infecções sexualmente transmissíveis prévias, tempo de tratamento e diagnóstico de HIV, sem diferenças significantes. Mesmo diante do uso de TARV, não houve diferença no uso de condom. Quando estratificada por idade menor ou igual a19 anos (adolescentes), após o diagnostico do HIV, foi percebido um maior uso de AMP por pacientes nessa faixa etária (p= 0,02 IC95% 1,25-10,25). Discussão: O uso de AMP como contraceptivo nesta população aumentou após o diagnóstico do HIV. Os aspectos avaliados neste desenho não revelaram as razões para escolha deste método. É preocupante o percentual de pacientes não usuárias de condom e ainda as que não fazem uso de dupla proteção. Conclusões: As motivações para o uso de métodos contraceptivos seguros em concomitância com uso da TARV é de suma importância nesta população. Serão necessários novos estudos que identifiquem os perfis das usuárias e norteiem estratégias de adesão aos métodos. P-30 - UTILIZAÇÃO DE EVENTOS CLÍNICOS E MEDICAMENTOS RASTREADORES PARA AMPLIAR A DETECÇÃO DE REAÇÕES ADVERSAS EM PACIENTES COM AIDS. PAMELA ALEJANDRA SAAVEDRA, MARIA INÊS DE TOLEDO. UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA Introdução: A crescente prática de Farmácia Clínica em hospitais brasileiros trouxe a necessidade de adaptar, testar e utilizar instrumentos de coleta de dados para facilitar a identificação de suspeitas de reações adversas a medicamentos (RAM). As RAM são reconhecidamente causas de danos aos pacientes, de aumento do tempo de internação e elevação dos custos em saúde. Objetivo: Testar o uso de rastreadores para detecção de suspeitas de RAM em pacientes internados para tratamento de doenças infecciosas. Método: Foi realizado monitoramento intensivo de todos os pacientes internados pela especialidade de Doenças Infecto Parasitárias do Hospital Universitário da Universidade de Brasília por equipe de farmacêuticos pesquisadores, clínicos e estagiários do Curso de Farmácia da Faculdade de Ciências da Saúde. O período de estudo foi de março de 2013 a março de 2014. Foram excluídos pacientes com tempo de internação menor que 48 horas. Foi realizada uma busca ativa de suspeitas de RAM por meio do seguimento farmacoterapêutico usando-se eventos clínicos rastreadores. Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados Adicionalmente foram revisadas as prescrições dos pacientes com diagnóstico de HIV/Aids para identificação de medicamentos rastreadores prescritos. Em ambas as situações, foram testadas listas de rastreadores adaptadas da lista proposta pelo Institute for Healthcare Improvement para aumentar a sensibilidade a possíveis RAM. Os resultados foram submetidos a revisão de farmacêuticos clínicos e do centro de informação de medicamentos (CEBRIM) para avaliação da causalidade das suspeitas de RAM. A pesquisa recebeu ajuda financeira do Ministério da Saúde e foi aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade de Ciências da Saúde/UnB. Resultados: Foram acompanhadas 134 internações de 112 pacientes com tempo médio de internação de 11,4 dias (1528 dias de seguimento). Mais de 40% dos pacientes tinham diagnóstico de aids, sendo 73% do sexo masculino com média de idade de 38 anos. Foram encontrados 12 (11%) pacientes com suspeitas de reações adversas a medicamentos identificadas por meio da lista de eventos clínicos rastreadores. Nos 48 pacientes com aids, as prescrições foram revisadas e confrontadas com a lista de medicamentos rastreadores, sendo que 19 (40%) pacientes tinham prescrição de 30 rastreadores. Os medicamentos rastreadores mais frequentes foram os anti-histamínicos prescritos para nove pacientes. Discussão: O seguimento farmacoterapêutico mostrou frequência de 11% de pacientes com suspeita de RAM enquanto que os rastreadores indicaram frequência maior, auxiliando na detecção de reações não identificadas durante o seguimento. No entanto, a lista de medicamentos rastreadores precisa ser adaptada para a população estudada. Conclusão: O emprego de rastreadores para ampliar a sensibilidade a RAM mostrou-se útil e parece ser uma ferramenta prática e de fácil manejo para uso pelos farmacêuticos clínicos em hospitais contribuindo para a segurança do paciente e o uso racional de medicamentos. P-31 - VERTENTES EPIDEMIOLÓGICAS DA AIDS NO ESTADO DA BAHIA NO PERÍODO DE 1984- 2012: UMA ANÁLISE DE DADOS SECUNDÁRIOS. POLYANNA FALCÃO LIMA DE ALMEIDA, VALTERNEY DE OLIVEIRA MORAIS. ESCOLA BAHIANA DE MEDICINA E SAÚDE PÚBLICA Introdução: Dentre as doenças/infecções sexualmente transmissíveis, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida é um dos maiores problemas de saúde pública no Brasil. A propagação dessa doença mostra uma epidemia que sofre alterações no decorrer dos anos. Inicialmente uma doença dos homens homossexuais dos grandes centros urbanos, atualmente caracterizada pelos processos de heterossexualização, feminização, juvenilização e interiorização, além do crescimento significativo na população idosa e da redução no número de óbitos. Objetivo: Descrever as características epidemiológicas dos pacientes de AIDS no estado da Bahia entre 1984-2012. Metodologia: Abordagem descritiva, utilizando dados secundários do SIM, SINAM, SISCEL, disponíveis no DATASUS e, IBGE. A fim de descrever os casos de notificação de AIDS por ano, por sexo, por faixa etária, segundo categoria de exposição e número de óbitos. Esses dados foram apresentados em valores absolutos, proporcionais e cálculos de incidência, utilizando-se gráficos, tabelas e mapas. Resultados: A mediana do número de casos notificados no sexo masculino foi de 392 e nas mulheres 196. Em números absolutos, nos primeiros cinco anos do estudo notificou-se 15 casos no sexo feminino, enquanto que nos últimos 5 anos esse número passou a ser 3.095 casos, ratificando a tendência de feminização dessa epidemia. Observa-se também que apesar das tendências de juvenilização e do crescimento na populaçaõ idosa, em todos os anos a faixa etária em que mais prevaleceu a notificação foi entre 20-49 anos. A via principal de transmissão do vírus continua sendo a sexual. Todos os municípios analisados tiveram tendência de crescimento, contudo a AIDS ainda permanece centralizada nos locais de maior urbanização e desenvolvimento. Observa-se também uma redução no número de casos de óbitos por HIV, como pode ser constatado avaliando em 1996, o qual foi responsável por 60,3% dos casos notificados, enquanto que em 2012 houve 33% de óbitos decorrentes dessa epidemia. Conclusão: As vertentes epidemiológicas da AIDS no estado da Bahia seguem o perfil nacional. P-32 ESTUDO CASO-CONTROLE PARA COMPARAÇÃO DA RECONSTITUIÇÃO IMUNE COM RELAÇÃO AO SEXO NOS PACIENTES COM AIDS SOB TERAPIA ANTIRRETROVIRAL EM SALVADORBAHIA. Rachel da Silveira Lucas Matos, Lucas Almeida Santana Rocha, Clara de Lima Brites Alves. Faculdade de Medicina – UFBA e Programa de Pós Graduação em Medicina e Saúde – UFBA Introdução: Células T CD4+ são o alvo preferencial do HIV, tendo assim em sua contagem absoluta e taxa de declínio, um forte valor preditivo prognóstico, utilizado para determinar a necessidade de terapia antirretroviral. O defeito imune primário na AIDS é resultado da redução no número e na efetividade dos linfócitos T CD4+, e na sua relação com os linfócitos T CD8+ . Objetivo: Comparar a reconstituição imune entre os sexos masculino e feminino em pacientes com AIDS, sob terapia antirretroviral em Salvador, Bahia. Metodologia: Estudo retrospectivo, tipo caso controle. Foram analisados dados dos exames de 283 pacientes. A associação de variáveis categóricas foi feita utilizando-se o teste do chi-quadrado com a correção de Yates. Resultados: Percebeu-se que 66,3% dos indivíduos do sexo masculino conseguiu alcançar a reconstituição (total ou parcial), enquanto no sexo feminino este percentual foi de 78,1%. Além disso, 65,7% das mulheres alcançaram a reconstituição completa versus 41,2% dos homens. Discussão: Existem três mecanismos de restauração imunológica: produção de novos linfócitos pelo timo, proliferação homeostática de células T CD4+ residuais e o aumento da meia-vida das células T CD4+. Estudos revelaram que existe relação entre a densidade do receptor CCR5 na superfície das células T CD4+ entre um dos seus ligantes naturais (CCL3L1) e entre o crescimento ou declínio da contagem de linfócitos T CD4+. As possíveis explicações para os resultados encontrados incluem a maior produção tímica em mulheres, além do efeito anti-apoptótico nas células T CD4+ dos esteróides femininos. O fator mais Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados relevante considerado pelos autores foi a expressão maior da CCR5 nos indivíduos do sexo masculino em comparação com o sexo feminino. Conclusões:As mulheres constituíram o grupo de melhor reconstituição imunológica sob o uso de terapia antirretroviral quando comparadas aos indivíduos do sexo masculino.