Designação
Title
Divisão social do trabalho e evolução das profissões. A profissão de economista em
Portugal
Social Division of Work and Evolution of Professions: The Profession of Economist in
Portugal
Unidade de I&D da FCT
FCT R&D Unit
Instituto de Sociologia
Institute of Sociology
Entidade(s) financiadora(s)
Junta Nacional de Investigação Científica
Funding Organisation(s)
Investigador responsável
Head Researcher
António Teixeira Fernandes
Área científica
Scientific Area
Sociologia
Sociology
Data de início
Starting date
1993
Data de conclusão
Ending date
1997
Investigadores
Researchers
Carlos Gonçalves
Resumo
Abstract
O objecto deste trabalho circunscreve-se ao equacionamento da emergência e
consolidação da profissão de economista em Portugal. De modo mais preciso, pretende-se
obter respostas para uma questão global: qual a dinâmica, a forma e o encadeamento
temporal que caracterizam a construção social dos economistas?
Desenvolvemos uma análise alicerçada numa abordagem construtivista sobre o social.
Abordagem que induz ao estudo das profissões como construídos sócio-históricos. Por
outro lado, perspectivamos a construção social da profissão de economista como
resultante da conjugação de plurais processos sociais: a dinâmica económica do
capitalismo; a expansão e diversificação das actividades estatais; a consolidação da
ciência económica no campo científico; a constituição e sedimentação do ensino
universitário da economia; a produção, circulação e apropriação dos conhecimentos
económicos; a criação e divulgação do título e das definições da profissão; o trabalho
social e político desenvolvido pelas instâncias de representação política dos economistas
com o objectivo de conquistar privilégios materiais e simbólicos; a acção do Estado.
Ao longo do texto demonstra-se como a construção social da profissão de economista
ocorreu balizada em três grandes períodos. O primeiro, os antecedentes longínquos da
profissão, que vai do início dos anos 10 ao final dos anos 40, abrangendo a I República e
as duas primeiras décadas do Estado Novo. O segundo, emergência e início da
consolidação da profissão, estendeu-se desde os anos 50 até à queda do Estado Novo. O
terceiro, consolidação plena da profissão, desenvolveu-se desde Abril de 1974.
A institucionalização dos economistas como profissionais apresenta-se longa no tempo,
permeada por rupturas e continuidades, por contradições e conflitos e enformada por uma
complexa trama de factos, acontecimentos e processos sociais. Ela é igualmente marcada
pela singularidade face a outras profissões organizacionais.
This study will focus on the appearance and consolidation of the profession of economist in
Portugal. More precisely, it will seek an answer to a general question: what dynamic, form
and temporal evolution characterise the social construction of economists?
The analysis is based on a constructivist approach to the social, an approach which leads
to the study of professions as socio-historical constructs. On the other hand, the social
construction of the profession of economist is examined as resulting from the conjugation of
manifold social processes: the economic dynamics of capitalism; the expansion and
diversification of state activities; the consolidation of economic science in the scientific field;
the constitution and sedimentation of university education in economics; the production,
circulation and appropriation of economic knowledge; the creation and dissemination of the
title and definitions of the profession; the social and political work developed by the entities
of political representation of economists, with the objective of attaining material and
symbolic privileges; the action of the State.
The study will demonstrate how the social construction of the profession of economist took
place in three major periods. The first, the remote origins of the profession, from the 1910s
to the end of the 1940s, covering the 1st Republic and the first two decades of the ‘Estado
Novo’. The second, appearance and beginning of the consolidation of the profession, going
from the 1950s to the fall of the ‘Estado Novo’. The third, full consolidation of the
profession, as from April 1974.
The institutionalisation of economists as professionals is long in time, permeated by
ruptures and continuities, by contradictions and conflicts and shaped by a complex web of
social facts, events and processes. It is also marked by uniqueness in comparison with
other organisational professions.
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