Resultados de Ensaios de Condutividade Hidráulica nos Solos Coluvionares de São Vendelino (RS) Luiz Antônio Bressani, Isac Alexandre Martinello, Rodrigo Moraes da Silveira e Adriano Virgílio Damiani Bica Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil RESUMO: Este artigo apresenta resultados de ensaios de campo de condutividade hidráulica em solos coluvinares situados lateralmente a uma cicatriz causada por uma das dezenas de corridas de detritos que ocorreram no local em dezembro de 2000, devido a uma chuva de grande intensidade. O trabalho experimental tem o objetivo de caracterizar os solos e a variação do coeficiente de condutividade hidráulica in situ. Foram realizados os seguintes ensaios: (i) ensaios com piezômetros; (ii) ensaios com permeâmetro de Guelph e (iii) ensaios com infiltrômetro de anel duplo. Os resultados apresentaram uma grande variação nos valores medidos, em parte por heterogeneidades naturais dos solos testados. O ensaio tipo Guelph foi o que apresentou a maior dispersão dos resultados. PALAVRAS-CHAVE: Condutividade Hidráulica, Ensaios de Campo, Corridas de Detritos. 1 INTRODUÇÃO Dentre os movimento de massa citados na bibliografia, os eventos classificados como corridas de detritos são os mais rápidos e de maior poder de destruição. Algumas vezes estes eventos podem ter proporções catastróficas quando atingem áreas ocupadas, soterrando ou destruindo estruturas e rodovias. Para prevenir ou diminuir os danos causados por este tipo de movimento de massa é necessária a identificação das áreas de risco e o desenvolvimento de sistemas de alerta nestas áreas. O conhecimento mais preciso das condições limites para a deflagração das corridas de detritos é de grande importância nestas definições. O desencadeamento de corridas de detritos geralmente está associado a um evento pluviométrico de grande intensidade. Embora existam muitos fatores que conduzem à geração de corridas de detritos, a chuva intensa pouco antes do evento se constitui no aspecto mais significativo, pela eliminação da sucção dos solos e pela geração de poro-pressões transientes elevadas. É sabido que as condições iniciais de umidade e sucção do solo influenciam na sua resistência ao cisalhamento e condutividade hidráulica. Por sua vez, as redes de fluxo e poro-pressões que surgem na encosta dependem da condutividade hidráulica e sua variabilidade espacial nas camadas de solo. Este artigo apresenta resultados de ensaios de campo de condutividade hidráulica em solos coluvionares remanescentes dos eventos de instabilidades de taludes do tipo corrida de detritos ocorridos em dezembro de 2000 na mesma área. Os ensaios realizados visam caracterizar espacialmente o coeficiente de condutividade hidráulica para tentar estabelecer bases para análises das instabilidades ocorridas. 2 DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO A área de estudo corresponde à região onde ocorreram dezenas de movimentos de massa e corridas de detritos, em dezembro de 2000 (Azambuja et al., 2001). A região fica localizada entre os municípios de Alto Feliz, Carlos Barbosa e São Vendelino (RS). O sítio experimental específico situa-se na margem da rodovia estadual RS 122, entre os km 45,340 e km 45,380, distante cerca de 7 km da cidade de São Vendelino (RS), cerca de 80 km de Porto Alegre. A região montanhosa apresenta diversas formas de relevo subordinadas à direção dos fraturamentos locais. O clima úmido local provocou um expressivo trabalho de dissecação fluvial e intemperismo químico, originando um relevo ondulado com vertentes côncavoconvexas, com encostas e patamares escalonados, evidenciando os diferentes níveis de derrames vulcânicos existentes. Nas cotas elevadas das encostas, os tipos litológicos predominantes são os basaltos e os riodacitos. Os derrames basálticos apresentam espessura pequena a moderada no local, raramente ultrapassando 15 metros. Já os derrames de topo (mais ácidos) apresentam-se com espessuras de até 60 metros. A região apresenta três principais lineamentos tectônicos regionais (N30E; N70E; N60W) que condicionam as formas de relevo e as direções das principais drenagens (Azambuja et al., 2001). O sítio experimental apresenta uma cicatriz resultante de uma ruptura (corrida de detritos) do evento de 2000. Esta cicatriz tem formato alongado e pequena largura (1 a 2,5m). O fundo da cicatriz apresenta trechos com depósitos de solo de pequena espessura e trechos com o substrato rochoso aparente. Lateralmente à cicatriz observa-se os colúvios que permaneceram. Estes são solos muito heterogêneos, com matriz silto-argilosa e presença de blocos de rocha de origem basáltica. A Figura 1 mostra uma vista geral da encosta estudada tendo no centro a cicatriz originada pela corrida de detritos de dezembro de 2000 (elipse). A Figura 2 mostra a encosta estudada a partir da rodovia RS 122 com a indicação dos locais de amostragens e de realização dos ensaios. 3 CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA DOS SOLOS ESTUDADOS Foram coletadas amostras em dois pontos distintos da encosta estudada. As amostras foram denominadas de acordo com as cotas das quais foram extraídas: i) cota 351 m: colúvio adjacente à cicatriz existente na encosta e; ii) cota 360 m: colúvio localizado próximo ao limite superior (crista) da cicatriz. Figura 1. Vista geral do talude com destaque para a cicatriz da corrida de detritos de dezembro de 2000. Locais de amostragens e ensaios de campo Figura 2. Vista da encosta a partir da RS 122. A Tabela 1 apresenta o resumo dos resultados de caracterização das amostras de solo coluvionar ensaiadas. O grau de saturação médio obtido foi de 67% e o índice de vazios variou entre 1,26 e 1,56. Os resultados dos ensaios de granulometria com o uso de defloculante mostraram uma predominância de argila e silte (Tabela 2). Tabela 1. Peso específico e limites de consistência dos solos estudados. Solo LL IP γs (cota) (%) (%) (kN/m³) 351 m 28,27 60,4 18,2 360 m 28,91 55,9 15,9 Obs.: γs=peso específico real dos grãos, LL=limite de liquidez e IP=índice de plasticidade. Tabela 2. Granulometria dos solos estudados. Solo % argila % silte % areia % pedregulho (cota) 351 m 41 41,5 15,5 2 360 m 40 45 13,5 1,5 k fs = Q F⋅H (1) onde: Q=vazão estabilizada; H=carga hidráulica e F=fator de forma. 4 ENSAIOS DE CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA “IN SITU” Os ensaios realizados para a determinação da condutividade hidráulica em campo compreenderam: (i) ensaios com piezômetros; (ii) ensaios com permeâmetro de Guelph e (iii) ensaios com infiltrômetro de anel duplo. 4.1 Ensaios com piezômetros Devido à sua praticidade, ensaios em piezômetros são os mais utilizados para a determinação do coeficiente de condutividade hidráulica em campo. No caso de solos não saturados, a variação do coeficiente de condutividade hidráulica com o grau de saturação faz com que, no inicio do ensaio, o fluxo seja transiente. O coeficiente de condutividade hidráulica é determinado quando o fluxo, no ensaio, torna-se permanente. Esse fato é percebido através da estabilização da vazão nos ensaios com carga constante (ou das leituras de tempo para a mesma variação da carga hidráulica nos ensaios com carga variável). Foram instalados dois piezômetros em duas cotas distintas da encosta. Estes foram instalados em furos de sondagens executados a trado com diâmetro de 6 cm. Os tubos de PVC dos piezômetros tinham diâmetros de 25 mm, com um trecho ranhurado (10 e 20cm). O fundo do furo era limpo e regularizado com uma fina camada de areia limpa. Instalava-se o tubo, seguido da execução do filtro de areia e de um selo de bentonita até o nível do terreno. Na extremidade superior do tubo de água era montado um tubo de PVC de 40 mm de diâmetro, com uma bureta graduada em paralelo, para monitorar o nível de água no interior do piezômetro. Ensaios de carga variável e carga constante foram realizados. Os resultados foram interpretados a partir da Equação 1 (carga constante) e da Equação 2 (carga variável) propostas por Hvorslev (1951). d 2 ln H 1 H 2 k fs = F ⋅ ∆t (2) onde: kfs=coeficiente de condutividade hidráulica; d=diâmetro do tubo; H1 e H2=cargas hidráulicas inicial e final e ∆t=tempo necessário para leituras variarem de H1 até H2. 4.1.1 Resultados obtidos A Tabela 3 apresenta os dados característicos dos piezômetros e os resultados obtidos nos ensaios realizados. Tabela 3. Dados característicos dos piezômetros e resultados obtidos. Cota z L H1 H2 kfs (carga hidr.) (cm) (cm) (cm) (cm) (cm/s) 347(var) 105 35 150,5 122 1,8x10-2 361(var) 95 21 127,5 99 5,9x10-3 347(cte) 105 35 90 1,3x10-2 Obs.: carga hidráulica: var=variavel, cte=contante, z=profundidade e L=comprimento do filtro de areia. 4.2 Permeâmetro de Guelph Os parâmetros obtidos nos ensaios com este equipamento foram: (i) coeficiente de condutividade hidráulica saturada de campo (kfs) e (ii) potencial mátrico de fluxo (φm). Este ensaio consiste basicamente em estabelecer um fluxo de água em regime permanente num solo não saturado, sob uma carga hidráulica baixa e constante dentro de um furo de sondagem. Durante o ensaio mede-se a vazão infiltrada pela base e pelas paredes do furo de sondagem. Foi utilizado o permeâmetro 2800 KI, fabricado pela empresa “Soilmoisture Equipment Corp.”. Foram realizados 4 ensaios com o permeâmetro de Guelph em diferentes cotas da encosta estudada. 4.2.1 Resultados obtidos 4.3 A Tabela 4 apresenta as cotas onde foram realizados os ensaios, profundidade dos furos de sondagem e cargas hidráulicas utilizadas. Os ensaios foram executados com a aplicação de três cargas hidráulicas sequenciais, permitindo o cálculo de três valores de kfs. Nos cálculos iniciais o potencial mátrico de fluxo calculado (φm) apresentou valores bastante pequenos ou negativos. Considerando que resultados preliminares da curva característica (sucção x umidade) indicam valores de sucção menores do que 5 kPa para umidades maiores do que 35% quando em campo o solo apresentava umidades entre e 44 e 50%, foi adotado um valor nulo para φm (condição saturada). Os valores calculados estão indicados na Tabela 5. Tabela 4. Dados dos ensaios com permeâmetro de Guelph. Ensaios Cota (m) Prof. (cm) 1 2 3 4 350 361 347 361,5 85 100 70 55 Cargas Hidráulicas H1 H2 H3 (cm) (cm) (cm) 5 10 15 5 12 20 5 10 17 5 10 15 Para o cálculo dos resultados a partir dos dados obtidos nos ensaios foi utilizada a solução analítica proposta por Reynolds et al. (1985) (Equação 3). (2.π .H i + C i .π .a 2 ).k fs + (2.H i .π ).φ m = C i .Q i (3) 2 onde: Hi=carga hidráulica; Ci=fator de forma; a=raio do furo e Qi=vazão estabilizada. Os resultados obtidos a partir dos ensaios com permeâmetro de Guelph estão apresentados na Tabela 5. Tabela 5. Resultados dos ensaios de Permeâmetro de Guelph. Coeficiente de condutividade Cota (m) hidráulica - kfs (cm/s) / (ensaio) H1 H2 H3 350 (1) 1,4x10-3 7,6x10-4 1,2x10-3 361 (2) 6,2x10-5 6,0x10-5 6,6x10-5 -4 -4 347 (3) 8,3x10 7,6x10 1,3x10-3 -4 -3 361,5 (4) 1,2x10 8,6x10 1,3x10-2 Infiltrômetro de anel duplo O Infiltrômetro de Anel Duplo é um ensaio utilizado para determinar a taxa de infiltração de água nos solos. É um ensaio largamente utilizado na área das ciências de solo voltadas para irrigação e drenagem. Na área da geotecnia, Daniel e Trautwein (1986) descreveram a adaptação do ensaio para a determinação do coeficiente de condutividade hidráulica de “liners” de aterros sanitários. Campos e Burgos (2003) utilizaram este tipo de ensaio para a análise de taxa de infiltração vertical em solos residuais e coluvionares na cidade de Salvador (BA), com aplicação dos resultados em análises de estabilidade de taludes. Este ensaio consiste em dois cilindros, cravados de forma concêntrica no solo. O diâmetro recomendado do cilindro interno varia entre 0,6 m e 2 m (Daniel, 1989), para “liners” e de 30 cm para o anel interno e no mínimo 50 cm para o anel externo (Cauduro e Dorfman, 1986) para uso agronômico. Os anéis utilizados nos ensaios para este artigo possuíam diâmetros de 30 cm e 60 cm, ambos com 50 cm de altura. Somente um ensaio foi executado na encosta (cota 364,5). O ensaio foi executado a partir de duas condições distintas: i) terreno natural intacto; ii) terreno natural com a remoção de folhas e vegetação da superfície. Durante os ensaios a sucção no solo foi monitorada através de dois tensiômetros instalados (a) no interior do anel interno e (b) no exterior do anel externo, ambos a uma profundidade de 20 cm. 4.3.1 Resultados obtidos A taxa de infiltração foi obtida a partir das medidas de variação do nível de água no interior do anel interno. A partir da curva de variação da taxa de infiltração em função do tempo foi determinada a taxa de infiltração estabilizada da camada superior do solo. Ao se atingir a estabilização na taxa de infiltração, os tensiômetros apresentavam sucções próximas de zero. Utilizando a Equação 5, os coeficientes de condutividade hidráulica da camada superficial do solo foram calculados para profundidades da frente de saturação de 20 e 50 cm (Tab. 6). k fs = I H + L f +ψ f Lf (5) Onde: I=taxa de infiltração estabilizada; H=altura da coluna de água no interior do anel interno; Lf=profundidade da frente de umedecimento e ψf=sucção na frente de saturação (nula). Tabela 6. Resultados dos ensaios de infiltrômetro de anel duplo - cota 364,5m. kfs I Condição (cm/s) (cm/s) Lf=20 cm Lf=50 cm Solo intacto 7,0x10-3 5,0x10-3 4,0x10-3 Com remoção de 7,5x10-4 5,4x10-4 4,9x10-4 folhas e vegetação Obs.: I= taxa de infiltração estabilizada no solo natural e kfs=coeficientes de condutividade hidráulica, 5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Nota-se que existe uma grande variação nos resultados obtidos, especialmente para os ensaios de Guelph. As razões para esta variação podem tanto estar relacionados ao tipo de ensaio (geometria e gradientes hidráulicos) quanto à variabilidade dos solos. Os colúvios ensaiados apresentam um arranjo estrutural com agregados de partículas e com trincas e raízes decompostas (possíveis canais de fluxo) que aumentam significativamente a capacidade do solo de transportar água. Localmente também se observou a presença de canais criados por pequenos animais (vermes e formigas). Estas características afetam o fluxo no talude como um todo e de modo especial podem afetar localmente os resultados dos ensaios. A bibliografia geotécnica apresenta valores de coeficiente de condutividade hidráulica de colúvios entre 10-2 a 10-5 cm/s (Tabela 7, Lacerda, 2002). Assim como neste artigo, na maioria dos casos os valores apresentados são em solos com elevada porcentagem de argila. Isto pode ser justificado pela micro-estrutura dos solos, em que os grãos de partículas finas encontram-se agregados, ou por características de macro-estrutura (trincas, canais e raízes). Tabela 7. Valores típicos de coeficiente de condutividade hidráulica, ensaios de campo, em solos coluvionares (adaptado de Lacerda, 2002). kfs Referência Solo Local (cm/s) Avelar e Colúvio de 2x10-4 a Coelho Netto Bananal, SP gnaisse 4x10-5 (1992) Schilling et al. Colúvio de Rio de 2x10-2 a (1992) granito Janeiro, RJ 8x10-5 Bacellar Colúvio de Ouro Preto, 10-3 (2000) gnaisse MG Rocha et al. Colúvio de Vista 4,5x10-4 (1992) gnaisse Chinesa, RJ 6 CONCLUSÕES As principais conclusões obtidas são: (i) Foram verificadas grandes variações nos valores obtidos para kfs do solo coluvionar ensaiado, provavelmente devido à heterogeneidade dos solos e aspectos locais como canalículos e variações de índice de vazios; (ii) Os valores de coeficiente de condutividade hidráulica medidos nos solos coluvionares foram: § 5,9x10-3 a 1,3x10-2 cm/s - piezômetros; § 6,6x10-5 a 1,3x10-2 cm/s - permeâmetro de Guelph ; § 4,9x10-4 a 5,0x10-3 cm/s - infiltrômetro de anel duplo; (iii) Os ensaios realizados com o permeâmetro de Guelph parecem ser bastante sensíveis a detalhes de instalação (abertura e limpeza do furo), tendo apresentado a maior dispersão de resultados; (iv) Ensaios com infiltrômetro de anel duplo mostraram uma variação de cerca de 10 vezes na condutividade hidráulica da camada superior do solo coluvionar entre duas condições: na condição natural e após a remoção cuidadosa de folhas e material orgânico. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao CNPq e a CAPES pelo suporte financeiro a 3 dos autores deste artigo. REFERÊNCIAS Azambuja, E.; Nanni, A.S.; Bressani, L.A.; Zeni, C.A. (2001) Avaliação dos Fluxos de Detritos em Alto Feliz no Rio Grande do Sul, In: III Conferencia Brasileira sobre Estabilidade de Encostas (III COBRAE), Rio de Janeiro. Anais: ABMS. Campos, L.E.P; Burgos, P.C. (2003) Um Estudo Preliminar Sobre a Infiltrabilidade Vertical de Alguns Solos da Cidade de Salvador-BA, In: V Congresso Brasileiro de Geotecnia Ambiental (REGEO’2003), Porto Alegre. Cauduro, F.A. e Dorfmann, R. (1985) Manual de Ensaios de Laboratório e de Campo para Irrigação e Drenagem, UFRGS, Instituto de Pesquisas Hidráulicas, Porto Alegre, 216p. Daniel, D.E. (1989) In Situ Hydraulic Conductivity of Compacted Clay Liners, Journal of Geotechnical Engineering, ASCE, v. 115 n.9, p. 1205-1226. Daniel, D.E.; Trautwein, S.J. (1986) Field Permeability Tests for Earthen Liners, Procedings, In Situ’86, ASCE, Specialty Conference on Use of In-Situ Tests in Geotechnical Engineering, Virginia Politechnic Institute and State University, Blacksburg, N.Y., USA, p. 146-160. Lacerda, W.A. (2002) Comportamento Geotécnico de Massas Coluviais, III Simpósio de Prática de Engenharia Geotécnica da Região Sul (III GEOSUL), Joinville. Anais: ABMS, p. 219-231. Hvorslev, M.J. (1951) Time Lag and Soil Permeability in Ground-Water Observations, USACE Waterways Experiment Station. Vicksburg, MS, USA. Reynolds W.D. e Elrick D.E (1985). In situ measurement of field-saturated hydraulic conductivity, sorbitivity and the a-parameter using the Guelph permeameter, Soil Science, Vol 140, n° 4, p. 292-302. Soilmoisture Equipment Corp. (1991) Operating Instructions for the Guelph Permeameter, Santa Barbara, USA, 28p.