www.metodistavilaisabel.org.br/jornaldavila Rio de Janeiro, 8 de junho de 2008 - Ano XXVIII - No. 1.374 Liminar na última hora evitou leilão do Bennett A notícia estourou como uma bomba, mesmo para os que já acompanham preocupados a longa crise do Instituto Metodista Bennett. Na quinta-feira passada soube-se que a valiosa propriedade ocupada pelo Bennett, na Rua Marquês de Abrantes, seria leiloada às 15 horas da sexta-feira. O motivo seria uma dívida não quitada, que era cobrada por um banco. Informou-nos a Secretária Executiva da AIM na Primeira Região, Rosemarí Constantino, que ela e advogados da Igreja estiveram em São Paulo desde a segunda-feira, buscando uma solução negociada. Inclusive, na quinta-feira já tinham em mãos um cheque de R$ 2,8 milhões, que quitaria a dívida em questão. No entanto, o banco credor, optou por manter o leilão. Começou, então, uma corrida contra o tempo para se obter uma liminar que suspendesse o leilão. Como num filme de suspense, tal liminar só foi assinada poucos minutos antes do horário marcado para o leilão. Agora, a dívida será discutida na Justiça, o que dará mais tempo à Igreja. Espera-se que o susto desperte os responsáveis e que seja encontrada uma solução definitiva para a situação do Bennett, que está sob jurisdição da Sede Geral. ICP fecha escola e pede socorro O IMAS – Instituto Metodista de Ação Social, nome atual do antigo ICP – Instituto Central do Povo, vive uma crise sem precedentes na sua história. A mais antiga instituição de serviço social particular do Rio de Janeiro, com mais de 100 anos de existência, está encerrando diversos cursos, devido à absoluta falta de recursos para se manter. Situado no bairro da Gamboa, região muito carente, foi criado pelo célebre missionário americano Dr. Tucker. Durante muitos anos foi mantido pela Igreja dos Estados Unidos. Nos últimos anos, houve colaboração do Bennett, que tendo que conceder bolsas de estudo para manter seu status de instituição filantrópica, as repassava ao IMAS. No princípio deste ano foi firmado um novo convênio entre as duas instituições, por meio do qual o IMAS receberia R$ 22 mil mensais. Porém com o agravamento da situação financeira do Bennet, não houve o repasse. Então, como já noticiamos, os pagamentos aos funcionários atrasaram e as dívidas já existentes aumentaram. Recentemente a COREAM determinou que só continuassem em funcionamento os cursos auto-sustentáveis. E embora os Cânones digam que as instituições regionais, como o IMAS, devem ser mantidas pela respectiva Região, a existência daquela instituição centenária está ameaçada. A respeito da crise envolvendo Bennett e ICP, leia nesta edição artigos de Mario Way, Lina Maria Lopes e João Wesley Dornellas. Vila celebra seus 106 anos No próximo domingo, dia 15 de junho, a Igreja Metodista de Vila Isabel estará completando 106 anos de sua organização. É uma história de muita luta e de muitas vitórias. A comemoração começará no sábado, com uma programação na Praça Barão de Drummond, das 16 às 19 horas. Já foi obtida a licença da Prefeitura, contratada a montagem de um palanque e providenciada a instalação do sistema de som. Serão distribuídos folhetos à população de Vila Isabel convidando para aquele evento. No domingo, no culto matutino, teremos a presença de nosso ex-pastor Rev. Antônio Faleiro Sobrinho. À noite a mensagem será do Rev. Luciano Vergara. Após o culto, apagaremos as 106 velinhas do tradicional bolo de aniversário. Uma das práticas do JV é não fazer sensacionalismo. Muitas vezes tomamos conhecimento de notícias desagradáveis, de maneira informal, mas preferimos aguardar a confirmação do fato. A crise que envolve Bennett e IMAS há muito tempo freqüenta as páginas do JV, embora vários detalhes não sejam conhecidos. É com tristeza que publicamos os artigos de pessoas que tanto lutaram pelo IMAS, como Mario Way e Lina Lopes, e agora vêm a situação chegar a este ponto. Esperamos que estas notícias e reflexões ajudem a superar esta crise. Roberto Pimenta Diretor do Jornal da Vila Pensando sobre o ICP O Sr. Mario Way, missionário leigo americano, colabora na direção do ICP desde 1962, apesar de já estar aposentado. É o atual Vice-Diretor. Ele encaminhou uma carta às autoridades da Primeira Região de nossa Igreja, onde faz relatos e crítica inúmeras atitudes que levaram o ICP à situação atual. Mas, ele não se detém nesta parte: faz também constatações e sugestões para se superar as atuais dificuldades. É o que publicamos abaixo, para que nelas possamos meditar e, quem sabe, acrescentar outras que possam ser de valia neste momento. Conclusões a que estou chegando 1. Há um grupo que apóia o ICP, aprecia os resultados do seu trabalho, acredita que o convite "Vinde e Aprendei" faz parte do plano de Deus, e que "Servir com Amor" é o segundo grande mandamento de Jesus. 2. A maioria dos metodistas e das Igrejas Locais não tem muito interesse no trabalho do ICP, e não sentem prazer ou obrigação de colaborar com uma Instituição Regional. Talvez não saibam que por apenas três reais por membro, por ano, seriam cobertas as nossas necessidades! 3. A maioria não conhece a história e pioneirismo da sua Igreja Metodista no Brasil; a sua luta para liberdade religiosa e direito de distribuir a Bíblia em Português; o seu exemplo ao governo do que precisa ser feito na educação e saúde, etc. O Dr. Tucker e o ICP tiveram papeis importantes nestas lutas. . 4. Embora falem de João Wesley, não seguem o seu conselho que "atos de misericórdia" têm que acompanhar "atos de piedade"; seu exemplo de tolerância e cooperação com outras Igrejas; a sua luta para justiça e direitos para todos. . 5.Continuar com as atividades? Diminuir os serviços consideravelmente? Fechar? A maioria não se importa. . 6. Alguns acham que seria melhor acabar com o "saco sem fundo", vender as propriedades e pagar as dívidas. ALERTO às pessoas que pensam assim que . o IMAS (ICP, Escola Dr. Álvaro Alberto, e Acampamento Clay) é uma instituição filantrópica inscrita no Conselho Nacional de Assistência Social e de Utilidade Publica Federal, Estadual, e Municipal. Pelo seu estatuto, o IMAS não pode ser vendido. Só pode ser doado à outra entidade filantrópica ou ao Governo. . Onde vamos achar mais "Discípulos e Discípulas" para "salvar" o ICP? . A "salvação" pode vir através de pessoas que querem: . 1. Achar uma Universidade ou Escola para alugar o prédio escolar; . 2. Ajudar com a Campanha de aumentar o número de contribuintes (telefonando, preparando boletos, agradecendo, etc.); . 3; Incentivar grupos Acampamento Clay; 4. Achar patrocinadores publicidade; para usar o . em troca de 5.Indicar organizações que queiram fazer parcerias com o ICP; . 6.Tentar fazer um contrato melhor para a Escola Dr. Álvaro Alberto, em Caxias; . 7.Ajudar o Evangemed a pagar as suas despesas no ICP: luz, telefone, água, limpeza; 8.Estabelecer uma contribuição mensal para os alunos que têm bolsa. . ICP - O último a sair apaga a luz Lina Maria Lopes (Amiga do ICP, Voluntária no ICP, Ex-Diretora, Ex-conselheira, Ex-Vice-Presidente do Conselho Diretor deposto) E-mail expedido em 6 de junho de 2008 a cerca de uma centenas de pessoas Você já ouviu falar de John Wesley? Não, então eu vou apresentá-lo. Ele é a base da Igreja Metodista, semana passada mesmo, comemoramos o Dia do Coração Aquecido de John Wesley. Todas as Regiões Eclesiásticas comemoraram esse dia. O Distrito do Catete celebrou com um Culto com a maior parte das Igrejas presentes, tivemos Conjuntos de Louvor de várias Igrejas, todos contentes. Ah! Lá fora também tinha uma barraquinha, do ICP, com D. Anita e Sr. Marion Way vendendo pães e objetos dos Jogos Pan Americanos que foram doados para arranjar alguns trocados. Trocados mesmos, pois eu fiquei no Caixa e repassei R$380,00 para a Instituição. O Metodismo é uma religião social. Para Wesley, “o Evangelho de Cristo não conhece outra religião que a social nem outra santidade que a social. Este mandamento temos de Cristo, que o que ama a Deus, também ama a seu irmão”. Pelos atos de misericórdia, o cristão expressa o seu amor ao próximo, à justiça e a uma vida digna. Apesar de tudo isso, no dia 20 de maio de 2008, a COREAM da 1ª. Região dediciu:” mediante as dificuldades de manutenção da Instituição, manter somente o Pré-Escolar, a Informática, o Reforço Escolar e a Padaria. O diretor deverá proceder ao fechamento dentro das normas legais.” Trocando em miúdos, a COREAM determina que cesse o convênio com a Prefeitura para a Manutenção de 216 crianças, de 3 meses a 3anos e 11 meses, mandando as crianças para suas casas, deixando que essas mães deixem seus trabalhos; que mantenha as duas turmas de pré-escolar, 50 crianças de 4 e 5 anos, cujas mães pagam uma mensalidade de R$105,00, manter o Reforço Escolar para 120 crianças, que tem um projeto próprio de R$1000,00 mensais, manter a Informática que atende 250 jovens pagando R$10,00 cada um, manter a padaria escola, que tem cursos de padeiro e confeiteiro, com valor do curso de R$30,00. Wesley criava escolas para que as crianças pobres pudessem aprender além de escrever, ler e contar, conhecer também a Deus e Jesus Cristo. Há tempos atrás, nós já deixamos de ensinar as crianças a ler e escrever, terminamos com o ensino fundamental que ia até a quarta série. O ICP já teve até o Científico, hoje temos cada vez menos. O comunicado do Gabinete Episcopal, de 04 de junho decide pelo encerramento das atividades desenvolvidas no ICP e para a qual não temos receitas próprias. Isso significa diminuir para crescer. Cumpra-se o determinado pela COREAM. Trocando em miúdos novamente, o Gabinete Episcopal se responsabilizará por toda a despesa decorrente da demissão de professores, ou será que vai deixar para o ICP também? Estamos perdendo cada vez mais. Estamos perdendo espaço numa região favelizada, com grandes chances de sermos invadidos pelo tráfico, pois teremos muitas salas ociosas, menos gente da comunidade circulando, menos crianças e menos sorrisos. Wesley dizia para pensarmos e deixarmos pensar, por isso eu estou pensando que nossa história está indo pelo ralo. Num momento em que a Região Portuária está se revitalizando, nós estamos encolhendo em vez de ganharmos mais espaço. Estou pensando na grande repercursão que o ICP teve na área da saúde juntamente com Oswaldo Cruz, que foi o modelo para os postos de saúde que temos hoje, que foi a primeira escola para surdos e, principalmente, por sermos a 1ª.. Obra Social do Brasil, criada no tempo em que nós Metodistas éramos uma Comunidade Missionária a Serviço do Povo. Cada ano apagamos mais uma luz, falta pouco para apagarmos a última. Quem sair por último apague a luz. “O povo chamado Metodista está convicto de que o Reino de Deus somente será implantado na terra quando todos os seres humanos, sem distinção de nenhuma espécie, puderem igualmente aproveitar as benção da vida em sua plenitude”. Coisas tristes mas verdadeiras João Wesley Dornellas Nem tudo são flores em nossa Igreja Metodista no presente momento. Como não existe um veículo de comunicação em nossa Igreja que informe realmente tudo o que está ocorrendo no âmbito das igrejas locais, nas administrações regionais e, em especial, em nossas instituições, pouca gente fica sabendo das coisas. Um pouco disto se deve a um mito em nossa visão religiosa. Por ele, o cristão não critica nada, nem mesmo o que está errado, muito menos as pessoas. Precisamos aprender a criticar e exigir que os criticados se expliquem, até mesmo, para que a verdade possa aparecer de maneira clara. Estou falando de instituições de nossa Igreja. A primeira delas é a UNIMEP, a Universidade Metodista de Piracicaba. Ela tem estado em crises continuadas desde que foi empossado o novo reitor, que tem sido muito criticado, principalmente por ter demitido o diretor do Colégio, gerando protestos dos pais de alunos e dos próprios professores. O Piracicabano é a escola pioneira do metodismo brasileiro e as autoridades precisavam olhar melhor para ela. Um dos problemas, na minha opinião, é que se criou uma espécie de “sindicato” e as pessoas mudam de uma instituição para outra. “Quem tem padrinho não morre pagão”. No meio de e.mails que circulam por aí não se tem uma palavra esclarecedora de nenhuma autoridade da Igreja. A exceção é o site de nossa igreja. Lá estão inseridos detalhes da crise da UNIMEP. Outro problema, para o qual não se tem nenhum esclarecimento por parte das autoridades, ocorreu com o Bennett, que faliu, segundo dizem. As autoridades da Igreja (bispos e COGEIME), ao que se sabe, deram o Bennett para o Granbery, que agora dá as cartas na instituição, que tem centenas de ações trabalhistas (ao que dizem) contra ele. Que vai perder todas, aumentando a sua dívida, porque realmente não fizeram o mínimo que um cristão deve fazer, isto é, cumprir a lei. Contra tudo o que é princípio do Metodismo, demitiram empregados e não pagaram os seus direitos, sugerindo que fossem reclamar os seus direitos na Justiça.... Foram, é claro. Poucos anos atrás, o Bennett, havia emprestado ao Granbery, que estava mal, dois milhões de reais. Só que, quando a UNIMEP assumiu o Granbery, exigiu que a dívida fosse perdoada e, parece, os bispos concordaram com isto, prejudicando o Bennett.. Ou seja, a problemática UNIMEP, assumiu o Granbery que, por sua vez, encampou o Bennett. Só que entre os dois eventos, o Bennett resolveu, com a concordância das autoridades, assumir o ICP - Instituto Central do Povo, cujo nome histórico, de mais de 100 anos, fundado que foi por Tucker, mudaram para IMAS, Instituto Metodista de Ação Social. A operação, dizem, foi feita para assumir sua qualificação de instituição filantrópica, para o Bennett não ter que pagar a parte do empregador do INSS. Isto foi desmentido, mas o Bennett prometeu, mesmo sem ter, colocar dinheiro no ICP, misturando uma instituição de ensino com uma de ação social. No ano passado ventilei essa questão em diversos artigos, achando que não ia dar certo. Não deu. Airton Campos também escreveu a respeito. Agora, como tínhamos previsto, depois da absorção do Bennett pelo Granbery, o ICP ficou na mão. Por decisão das autoridades gerais da Igreja, desvincularam-no do Bennett e deixaram de colocar dinheiro. A situação do ICP é angustiante e já se pensa em fechá-lo pura e simplesmente, interrompendo todos os serviços que presta, inclusive uma creche para o pessoal da Favela que o circunda. Os salários dos funcionários do ICP estão atrasados há mais de três meses, há muitas dívidas e a situação é insustentável. O próprio missionário Marion Way, que em e.mail publicado no Jornal da Vila no ano passado achava que a tal fusão era boa, já mudou de opinião. Vale a pena ver as notícias em nosso site. Esperamos que tudo seja informado à Igreja. O ICP não pode ter esse triste fim. Estou triste por ter estado com a razão no que escrevi há mais de um ano. Infelizmente, eu estava certo. Outro problema da Igreja, sobre o qual ninguém informa nada oficialmente é o impasse jurídico com relação à Cedro, editora terceirizada de nossa Igreja. A Secretária Executiva da Sede Geral quer romper o contrato com a Cedro, que não presta realmente bons serviços, mas ela está, com assistência de um pastor-advogado, brigando com a Igreja. Vamos voltar com detalhes sobre tudo. Meu pai Sandra Alves Peixoto Q uero agradecer ao Marcys, da Igreja de Cascadura e ao Alfredo, de nossa igreja. Eles programaram uma confraternização com os jovens dos anos 60 onde homenagearam dois dos vários personagens importantes da Igreja Metodista: Nelson Alves Peixoto e Jether Pereira Leal. Este encontro aconteceu no dia 17 de maio. Como em todo primeiro encontro, ocorreram acertos e desacertos, mas os acertos superaram os desacertos. Foram muitas lembranças, conversas, discursos e fotos que nos levaram ao passado. No final tivemos uma palavra que me pareceu espontânea do Zezé; eu acho que não estava na programação, mas que me levou ao túnel do tempo. Eu não fiz parte diretamente desse grupo que se confraternizou, mas como filha do Peixoto, eu circulei por esse grupo, era a caçulinha. Parte da minha infância e adolescência convivi com vários jovens, seja na igreja, nos passeios, confraternizações com outras igrejas ou na minha casa. Eu sempre dividi meu pai, no bom sentido, com esse grupo. E tenho um carinho muito grande por vários desses jovens, que hoje compartilho do seu convívio. Hoje a idade já não faz tanta diferença, mas naquela época fazia. E baseada na palavra do Zezé eu me lancei no túnel do tempo. Meu pai foi uma pessoa que eu considero fora do seu tempo. Eu o considero um homem sem medo de inovar, de sonhar. Ao mesmo tempo em que era rigoroso com as suas convicções, ele não se limitava à rotina, ele sempre procurava inovar para manter os jovens dentro da igreja. Não me lembro exatamente em que ano, ele levou uma bateria para dentro da igreja. Hoje é comum, apesar de muitas pessoas ainda não terem se acostumado com o “barulho”, mas há 40 anos? Como foi essa recepção? E o que é interessante, a bateria naquele tempo foi introduzida por Paulo Sérgio, na época meu namorado, e hoje em dia, seu neto Leonardo, e que não por acaso é afilhado do Paulo Sérgio, continuou com a tradição. Coincidência? Volto a dizer, apesar das suas convicções rígidas, ele mantinha a mente aberta, como no caso de fazer festas juninas, com direito a quadrilha, obviamente ensaiada por ele e com todos os doces característicos dessa festa pagã, mas que lá o sentido era totalmente diferente. Simplesmente uma maneira de nos divertirmos dentro da igreja. E o desfile de modas? E as peças teatrais? Lembro do Chapeuzinho Vermelho. Das gincanas, das apresentações culturais com declamações. Em me lembro de uma com a Viviane, que foi muito boa, das apresentações ao piano, ao violão, das competições esportivas, que nos ocupava o sábado inteiro com futebol, vôlei, tênis de mesa e mais alguma coisa que não me lembro. Mas ele não esquecia da educação cristã. Tínhamos estudo bíblico, ele fazia questão que freqüentássemos a Escola Dominical. No domingo não era diferente do sábado. Passávamos o dia todo na igreja, com direito ao ensaio do coral, a devocional. E as confraternizações com outras igrejas do Rio e também com as de fora do Rio? Você pensa que meu pai se limitava aos sábados e domingos na sua dedicação à igreja? Não. Durante a semana tínhamos o encontro dos jovens que faziam o jornal na minha casa. Curtia muito ver meu pai fazer o jornal. A maneira dele desenhar me encantava, ainda guardo alguns instrumentos, e o entra e sai dos jovens discutindo o melhor layout, a utilização do estêncil na confecção do jornal, grampear e distribuir no domingo. Meu pai foi um sonhador, mas com os pés no chão. Mas o que é mais importante, foi o que Zezé falou. A maior parte daqueles jovens está, direta ou indiretamente, ainda ligada à igreja. Meu pai considerava os jovens não como jovens, (conclui na página 4) Meu pai (conclusão da página 3) mas como seus filhos e como pai estava sempre atento a todos. E minha mãe, Elzira, uma mulher que sempre o apoiou integralmente e também participava dessa filharada toda. Acompanhava os eventos, fazia ovos de páscoa, e principalmente, apoiava os sonhos do meu pai, tanto com relação à igreja, como na sua vida profissional. Quantos sonhos meu pai não teve em ter um negócio próprio. Ele se aventurava, como se diz, “com a cara e a coragem”, mas infelizmente não decolava e ele voltava sem dinheiro e com dívidas. Mas a minha mãe estava lá para dar apoio. No final de sua vida, em seus momentos de lucidez, eu ainda via meu pai fazer minha mãe ficar ruborizada com os seus galanteios. Por que o seu Peixoto era um galanteador. Sempre valorizou a grande mulher que teve, dando atenção e se via isso em pequenos momentos, mas que tinham um grande valor. Como por exemplo, frases que sempre escutei e não importava se era a milésima vez que ela ouvia. Minha mãe sempre abria um sorriso que ia de orelha a orelha, quando escutava dele: “O café tem um sabor especial quando é servido pelas suas mãos”. E não importava se era de uma garrafa térmica ou se tinha sido preparado na hora. O que valia era a atenção, o cuidado de demonstrar que ela era de grande valor para ele. Este era um pouquinho do meu pai na minha visão (e já ficou um texto enorme). Para falar tudo dele eu teria que escrever um livro. Sempre procurei valorizar meus pais na saúde e na doença. E sempre digo que quase tudo que sou devo a eles. Eles me passaram a vontade de ir em frente, de estudar, de ultrapassar os obstáculos, de sonhar e ir atrás dos meus sonhos. E eu procuro devolver todo esse amor com carinho e atenção todos os dias e, principalmente, dizendo: “MUITO OBRIGADA”. JORNAL DA VILA ANO XXVIII – Nº 1375 Publicado semanalmente pelo Ministério de Comunicação da Igreja Metodista de Vila Isabel – Boulevard 28 de Setembro, 400 – Rio (RJ) Fundador: Carlos Valle Rego Diretor: Roberto Pimenta Redator: Luiz Pimenta Xerox e distribuição: Walquírio Mattos Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores O que há pela Vila A s coletas dos cultos matutino e vespertino de hoje serão destinadas ao Instituto Central do Povo. É uma pequena parte do muito que eles necessitam. Porém, se cada um fizer alguma coisa, muito se pode mudar. Como as coletas de hoje seriam destinadas ao nosso Reforço Escolar, uma coleta futura irá para aquele importante trabalho. N o domingo passado dissemos que a banda que estaria presente na Praça Barão de Drummond era a do Edson Mudesto. Mas, houve troca de sobrenomes. Na realidade, quem estará na praça é o conjunto de nosso irmão Edson Fernandes, membro de nossa igreja e que canta no Coral Henrique Soares. Desculpem-no o equívoco. N ossos jovens e juvenis terão hoje a Escola Dominical Diferente. Será no Parque Laje, onde estudarão a lição e desfrutarão daquele belo local de nossa cidade. Aqui na igreja, no culto da manhã, teremos a recepção de novos membros e também momentos especiais com as classes de nossa Escola Dominical. deixar nosso agradecimento à RoQueremos semarí Constantino, secretária da AIM na 1ª. R.E., que num dia muito tenso, como foi a sextafeira passada, foi muito atenciosa com os redatores do Jornal da Vila, prestando detalhadas informações sobre o que ocorria com o Bennett. D evemos orar sem cessar, a qualquer hora. Mas temos alguns horários especiais em que todos os membros são instados a orar por nossa igreja. Participemos deste movimento e nos lembremos também de nossos irmãos que passam por momentos difíceis. C ertamente por pressão de algumas organizações não-governamentais que trabalham com índios, e possivelmente por excessos cometidos, várias igrejas cristãs assinaram com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul um termo de conduta, em que se comprometem a respeitar a liberdade cultural e religiosa de indígenas da reserva guarani de Dourados. O termo foi firmado pelas igrejas Metodista, Presbiteriana, Cristã do Brasil, Assembléia de Deus, Católica Romana e algumas outras neopentencostais. Naquela reserva vivem cerca de 12.000 indígenas, existindo ali 36 templos evangélicos. Há muitos anos a Igreja Metodista tem a Missão Metodista de Taperopã. Há mais de 70 anos nossa Igreja trabalha com os índios caiuás.