Reportagem Novos Materiais O futuro é high tech Titalyt, TiAlum, AlTin, TZP, Zalium, AG5, Cermet, NTPT, LITAL, DIAMonSIL, Spiromax, Syloxi, Pulsomax, SI14, LITAL e ARCAP. Confuso? Esta terminologia faz parte de um novo dicionário relojoeiro que começou a ser escrito no início do século XXI e que reflete a crescente tendência da alta-relojoaria para se preparar para um futuro cada vez mais tecnológico. Texto Carlos Torres Fibras de carbono forjado © Audemars Piguet 111 Reportagem Novos Materiais Já não é possível às grandes marcas relojoeiras escapar à ampla escolha de materiais modernos nem às múltiplas possibilidades que eles representam. Seja por razões puramente estéticas ou para melhorar a performance, a permanente procura de novos materiais capazes de contribuir para a evolução da alta-relojoaria é uma tendência que veio para ficar, e que acabou por inundar os meios especializados com termos e designações difíceis de decifrar. É, pois, natural que um apreciador ou colecionador mais habituado a uma abordagem clássica à relojoaria se sinta algo confuso com esta verdadeira pletora de termos técnicos associados a materiais da era espacial que, hoje, acompanha uma boa parte dos modelos de alta-relojoaria chegados às lojas. Felizmente, a Espiral do Tempo está aqui para ajudar, proporcionando-lhe uma visita guiada que se inicia no exterior do relógio para depois mergulhar no interior. 1.5550P Régulater © Patek Philippe 2.Pulsomax® da Patek Philippe: componentes em Silinvar® © Patek Philippe 3.Carrera Carbon Calibre 1887 © TAG Heuer 4.Master Compressor Chronograph Ceramic © Jaeger-LeCoultre. 5.UR-202 AlTin © Urwerk Tratamentos de superfície O tratamento da superfície das caixas foi talvez o primeiro e mais significativo passo dado na utilização de novos materiais e tecnologias por parte da indústria relojoeira suíça. Após algumas experiências com aço anodizado e cromagens a negro, durante os anos 70, só uma década depois se assistiu ao aparecimento de relógios com caixas tratadas a PVD (Physical Vapor Deposition). A deposição química em fase de vapor de uma película de carbono (apenas alguns mícrones) dava às caixas dos relógios uma cor negra facilmente associável a uma imagem desportiva e distinta de tudo o que se fazia nesta altura. No entanto, o método revelava-se frágil e a cobertura de PVD sofria com qualquer tipo de desgaste, expondo rapidamente o material original da caixa. De utilização bastante mais recente, o DLC veio resolver este problema. Sigla de Diamond-like Carbon, o material destacava-se do comum PVD pela utilização de materiais de carbono amorfo com propriedades similares ao diamante e uma inerente resistência à abrasão e ao baixo coeficiente de fricção. Utilizado primeiro pela indústria relojoeira japonesa, não demorou muito para que os suíços passassem também a utilizar o DLC como proteção e elemento estético nas caixas dos relógios. Mas, apesar de ser uma técnica relativamente recente, a dinâmica imposta durante a última década em redor do relógio desportivo levou engenheiros e relojoeiros a procurar processos alternativos, não só por uma necessidade imperiosa de diferenciação, mas também como forma de associar novas propriedades à relojoaria contemporânea. Em 2009, a Richard Mille apresentava o RM 016 Titalyt. Um relógio cuja caixa retangular em titânio tinha sido submetida a um tratamento de oxidação à base de eletroplasma, destinado a aumentar a dureza do metal e, consequentemente, a capacidade para suportar desgaste, fricção e corrosão. Já o tratamento à base de TiAlum foi introduzido pela Zenith em 2011 com o El Primero Stratus Flyback. Trata-se de uma liga exclusiva da marca suíça cuja composição inclui alumínio, zinco, magnésio, cobre, zircónio, titânio, silício e ferro, elementos que, uma vez conjugados, se destacam pela dureza, pelo baixo peso e pela resistência à corrosão. Em 2012, a independente Urwerk de Felix Baumgartner e Martin Frei apresentava o excêntrico UR-202, cuja caixa de aço vinha protegida por uma camada de AlTin. A liga, de cor negra e violeta-mate, é composta por nitreto de alumínio e titânio e aplicada em filme, dando à caixa uma elevada resistência às temperaturas e à abrasão. Componentes externos da caixa Mas numa indústria inerentemente tradicionalista, que, paradoxalmente, está permanentemente sedenta de inovação e de diferenciação, os ‘simples’ tratamentos de superfície das caixas não são suficientes. A aplicação de novos materiais e de tecnologias inovadoras estende-se também aos componentes exteriores da caixa, como as tampas de fundo ou a luneta. É o caso do TZP, um material de baixa densidade (6 g / cm3), de elevada resistência aos riscos e com um coeficiente de condutividade térmica bastante baixo. Composto à base de 95 por cento de zircónio de óxido de ítrio estabilizado, a superfície granulosa proporciona um acabamento ideal para o bisel e a tampa de fundo de um relógio desportivo como o RM 052 da Richard Mille. Também utilizado pela Richard Mille nestes mesmos componentes, mas do seu modelo RM 011, o nitreto de silício é oriundo diretamente do desporto automóvel de mais alto nível. Os componentes recebem uma camada de pó deste material e são posteriormente submetidos a uma pressão de 2000 bar e a uma temperatura de 1500º C. Com uma dureza de 1500 vickers (a cerâmica tem 3000 e o diamante 10000), o nitreto de silício apresenta uma excelente relação entre peso e resistência, e caraterísticas não porosas que o protegem de mudanças de temperatura extremas. 113 Reportagem Novos Materiais Numa indústria permanentemente sedenta por inovação e diferenciação, a aplicação de novos materiais e tecnologias inovadoras estende-se dos tratamentos de superfícies das caixas aos seus componentes interiores. Também com o propósito de aumentar a durabilidade dos elementos mais expostos de um relógio, a Rolex apresentava, já em 2005, com o GMT-Master II, uma luneta em Cerachrom. Disponível hoje em muitas das restantes linhas desportivas como a Submariner ou a Daytona, este material cerâmico composto por dióxido de zircónio ou pó de óxido de alumínio é misturado com um agente aglomerante, recebendo posteriormente um pigmento que lhe dá a cor desejada. O material em bruto é assim moldado através de alta pressão, após o que é aquecido em fornalha para eliminar o agente aglomerador e obter a sua elevada dureza e resistência mecânica. Em 2012, um outro gigante da indústria, a Omega, decidia seguir as pisadas da rival ao apresentar o Ceragold. De princípio similar ao conceito Cerachrom (da Rolex) de inclusão da cerâmica, a Omega destacava-se por permitir a incrustação de ouro de 18 kt (numeração ou escala) num bisel de cerâmica. Uma técnica que deriva diretamente da tecnologia Liquidmetal, revelada um ano antes, que conjuga uma liga à base de zircónio e cerâmica. Caixas em titânio A preferência por materiais leves e resistentes lançou a indústria relojoeira suíça numa demanda por materiais inovadores, capazes de satisfazer as exigências de um novo tipo de consumidor. Um processo mais antigo do que se pensa e que, já em 1980, levou a IWC a construir, em parceria com a Porsche Design, o primeiro relógio com caixa de titânio do mundo. A partir de então sucederam-se propostas similares de diversas marcas e, ao longo dos anos, até mesmo este metal foi sujeito a reconfigurações. Foi o caso do Zenithium, uma liga à base de titânio e kevlar apresentada em 2006 pela Zenith no modelo Defy Xtreme Open El Primero Grande Date Stealth. Mas hoje, a maioria dos construtores suíços recorre ao titânio 114 de grau 5, uma mistura composta por 90 por cento de titânio, 6 por cento de alumínio e 4 por cento de vanádio. A mistura é extremamente estável a altas temperaturas (ponto de fusão de 1650º C) e muitíssimo resistente à compressão, sendo, no entanto, bastante difícil de moldar ou de soldar. Apesar disso, pela sua biocompatibilidade, elevada resistência à corrosão e rigidez, é bastante apreciada pela indústria. Tendo sido pioneira na utilização do titânio na relojoaria, em 1980, a IWC apresentou em 2013 um modelo da linha Ingenieur cuja caixa foi construída à base de aluminídio de titânio, um material mais robusto do que o titânio puro e de ampla utilização no desporto automóvel. O TiAl é assim a matéria-prima da caixa do Ingenieur Perpetual Calendar Digital Date-Month associando a este relógio as caraterísticas que fizeram deste metal o eleito para os pistões e válvulas de um motor de alta performance, permanentemente sujeito à ação das temperaturas extremas produzidas nas câmaras de combustão. Caixas em magnésio Igualmente de utilização invulgar, o magnésio acaba por ver a sua utilização esporadicamente associada à caixa de um relógio, frequentemente em conjugação com outros metais, como o alumínio. É o caso do AG5, também conhecido por Hublonium, uma liga cara e ultraleve à base de alumínio e magnésio, utilizada na caixa de 44,5 mm e 22 g (72 g com movimento) do Hublot Mag Bang. Já o AZ91 é uma outra liga à base de magnésio, alumínio e zinco utilizada pela Richard Mille no modelo RM 038. Composta em 91 por cento por magnésio e 8,9 por cento por alumínio, a baixa densidade do metal principal (1,74 g / cm3) garante ao AZ91 o título de uma das ligas mais leves disponíveis para a construção de relógios. Após ser trabalhada em CNC, a liga é submetida a um tratamento de oxidação à base de eletroplasma (Tytalit ll), que dá origem a um óxido de cerâmica cristalino com um rácio elevado de compósitos de elevada resistência aos riscos, desgaste e corrosão. Caixas em cerâmica A cerâmica tem sido um dos materiais de elevada dureza e resistência à abrasão em que as marcas têm apostado. Com a caraterística de manter a superfície inalterada e insensível ao desgaste natural, a cerâmica veicula a promessa de um relógio com uma aparência permanentemente nova e imune à ação do tempo e do uso. Também no domínio deste material têm sido feitos avanços tecnológicos significativos. A Rado foi das primeiras marcas a adotar a cerâmica como elemento principal na construção das caixas dos relógios, apresentando os primeiros modelos ainda durante a década de 90. No entanto, já em 1986 a IWC lançava um Da Vinci com calendário perpétuo e caixa em cerâmica negra. Hoje, os novos tipos de cerâmica são mais leves, podem ser produzidos numa paleta de tonalidades mais ampla e podem ter diversos tipos de acabamento. Tão leves como o alumínio mas tão resistentes como a cerâmica convencional, as novas ligas são o resultado de um tratamento que permite a criação de estruturas cristalinas bastante robustas sobre a superfície de um metal imerso num banho eletroquímico. Usado por várias marcas ao longo dos últimos anos, conhecemo-lo entre outros por Composite® na Panerai, ou por Black MMC (Metal Matrix Composite) na Louis Vuitton. Também a Hublot, mestre da ‘fusão’, não poderia perder a oportunidade de usar a cerâmica, tendo-a apresentado como um novo material por lhe ter dado um tratamento chamado MAO (Oxidação por Micro Arco). O processo que transforma a superfície da cerâmica, através de uma descarga de plasma num banho de eletrólise, resulta num camada dura, espessa e aderente, usada para proteger ad aeternum o Classic Fusion Turbilhão Skull. A Jaeger Le-Coultre segue o mesmo princípio no seu Cermet, uma liga que a Audemars Piguet já tinha ensaiado uns anos antes numa ou noutra luneta da linha Royal Oak Offshore. Parte metal, parte cerâmica, o Cermet usado no Deep Sea Chronograph da Grande Maison é um material à base de alumínio, reforçado com partículas de cerâmica e, posteriormente, coberto com uma película protetora, também de cerâmica. O metal é utilizado como aglomerante para um óxido, um boreto ou um carbeto, enquanto os elementos metálicos usados são o níquel, o molibdénio e o cobalto. Dependendo da estrutura física do material, o Cermet pode também ser um compósito de matriz metálica, tendo, no entanto, por norma, menos de 20 por cento de volume de metal. O resultado deste processo dá ao Deep Sea Chronograph da Jaeger-LeCoultre caraterísticas notáveis de leveza (superior ao titânio), resistência (similar à cerâmica) e estabilidade (capaz de deformação plástica). Também a Richard Mille não deixou de explorar as possibilidades da cerâmica. O RM 052-01 Skull Tourbillon utiliza uma caixa revolucionária em nanocerâmica, em que a porosidade natural do material em bruto foi drasticamente reduzida. Caixas em carbono O carbono é outro material do século XXI, que praticamente nenhuma marca hoje se atreve a ignorar. Desde a TAG Heuer com o seu Carrera Carbon Calibre 1887, ao Graham Chronofighter Oversize Superlight Carbon, o King Power Unico All Carbon da Hublot, passando pelo Ingenieur Automatic Carbon Performance Ceramic da IWC, a lista de marcas e modelos com caixas em carbono convencional é já bastante extensa. Mesmo assim, e até nesta área, há quem se destaque por seguir métodos revolucionários. Tomemos o exemplo da nanofibra de carbono lançada em 2012 e usada no RM 022 Carbon, da Richard Mille. Com uma caixa criada através da injeção em molde de nano tubos de carbono sob elevada pressão num polímero negro, o processo que dá origem a esta caixa invulgar tem um resultado robusto e extremamente resistente (200 vezes superior ao aço). No entanto, mantém-se surpreendentemente leve e capaz de absorver impactos bastante mais fortes do que a fibra de carbono tradicional, devido à excelente relação entre volume e superfície. Também o carbono forjado se distingue sobremaneira da fibra de carbono convencional. Em 2007, após dois anos de pesquisa, a Audemars Piguet lançava o Royal Oak Offshore Alinghi Team com o qual estreou, em première mundial, o recurso ao carbono forjado para a caixa e a luneta do relógio. O material é obtido através da compressão em molde de fios de carbono com uma espessura de 7 mícrones a uma pressão não inferior a 300 kg / cm2. Um processo invulgar que cria peças únicas, uma atrás da outra. Em 2009, a Audemars Piguet voltava a utilizar esta tecnologia no cronógrafo turbilhão Millenary Carbon One, acrescentando-lhe uma platina e pontes também em carbono forjado. No campo da fibra de carbono, o NTPT é a inovação mais recente associada à alta-relojoaria. Apresentado há poucos meses pela Richard Mille, e aplicado no Cronógrafo Flyback RM 011, a marca afirma ter-se inspirado no mundo náutico para chegar a este resultado, já que o NTPT foi originalmente Reportagem Novos Materiais As manufaturas, apesar do seu lado conservador, nunca deixarão de desenvolver os seus relógios e de procurar novas e melhores formas de os construir. 1.Espiral Syloxi®; 2.Oyster perpetual GMT-Master II; 3.Luneta Cerachrom®: diferentes estapas de produção. © Rolex desenvolvido para as velas dos iates de competição. Este material compósito, resultante de diversas camadas paralelas de filamentos obtidos através da divisão de fibras de carbono, já era utilizado nos chassis dos carros de Fórmula 1 desde a época de 2012, assim como na fuselagem do avião Solar Impulse 2. A sua superfície forma um padrão ondulado, similar ao veio da madeira, que é criado pela sobreposição das diversas camadas, cada uma com cerca de 30 mícrones de espessura. Após um processo de tecelagem, o resultado é aquecido a 120º C sob uma pressão de 6 bar dando origem ao NTPT que, em testes de stress, apresenta uma performance 25 por cento superior a outros materiais compósitos. Componentes internos do relógio Também ao nível dos componentes internos do relógio mecânico, a inovação é marcante. É o caso do silício, cuja leveza, baixa densidade, propriedades antimagnéticas, anticorrosivas e superfície extremamente suave o distinguem pela reduzida fricção que dispensa a lubrificação. O silício começou a impor-se sensivelmente no início da década passada através da implementação do processo DRIE (Deep Reactive Ion Etching), uma tecnologia de gravura iónica reativa profunda, usada para criar até 250 componentes tridimensionais de elevada precisão (tolerância de 0,001 mm), a partir de uma única bolacha de silício. Fabricantes como a Ulysse Nardin, a Rolex, a Patek Philippe e o Grupo Swatch lideram ainda hoje as pesquisas e a aplicação deste material na sua produção corrente, onde se incluem a espiral, a roda e a âncora de escape. Em 2001, a Ulysse Nardin deu o tiro de partida com a apresentação do Freak, um relógio revolucionário com um escape de silício. Mais tarde, em 2005, o mesmo Freak introduziu componentes em níquel alto fósforo (NiP) e um escape em diamante policristalino (DIAMonSIL), com recurso a técnicas de nanotecnologia. Também em 2005, a Patek Philippe deu início ao programa Patek Philippe Advanced Research que, após lançar três referências, cada uma com um elemento inovador à base de silício, culminava, em 2011, com a Ref. 5550P. Ao incluir a roda de escape e a âncora em Silinvar®, assim como a espiral Spiromax®, a Ref. 5550P da Patek Philippe reunia a trilogia de inovações presentes nas referências 5250, 5350 e 5450, atribuindo-lhes a designação Pulsomax®. Segundo a manufatura genebrina, o resultado da implementação deste sistema é o de a âncora transmitir mais força ao balanço, otimizando assim a eficiência energética e melhorando o isocronismo. A manufatura reclama um aumento de eficiência energética na ordem dos 30 por cento, o que resulta num aumento significativo da autonomia e ainda em melhorias acentuadas no domínio da performance, regulação e fiabilidade do movimento. A Spiromax® da Patek Philippe e a congénere da Ulysse Nardin em DIAMonSIL não são, aliás, as únicas espirais à base de silício disponíveis no campo da alta-relojoaria. E se a Rolex produz, já desde 2000, uma espiral à base de uma liga patenteada de nióbio, zircónio e oxigénio, conhecida por Parachrom®, em 2014, passou a usar a espiral em silício na qual já trabalhava há mais de uma década. A Syloxi®, apesar de não vir substituir, para já, a Parachrom®, representa indiscutivelmente o futuro da Rolex neste campo. A geometria otimizada e o desenho eficaz do sistema de fixação estão entre os argumentos que a Rolex associa à espiral Syloxi® para a qual registou nada menos que cinco patentes. Também a Omega conta, desde 2011, com uma espiral à base de silício. A Si14 está associada ao famoso escape Co-Axial inventado por George Daniels e estreou-se nesse ano nos calibres 8500 e 8501. Mas o silício não esgota o campo dos novos materiais aplicados aos componentes internos do relógio mecânico. O LITAL é uma liga com elevada concentração de lítio, contendo alumínio, cobre, magnésio e zircónio com uma densidade de apenas 2,55 g / cm3, e a Richard Mille usa-o nas pontes do extraordinário movimento do RM 027 de Rafael Nadal. Já o turbilhão RM 009 Felipe Massa recorre a uma platina principal em AluSiC, uma liga composta por alumínio, silício e carbono, que requer moldagem por centrifugação e exige um processo de usinagem extremamente difícil de executar. Poderíamos continuar a bom ritmo até provavelmente termos uma edição especial da Espiral do Tempo totalmente dedicada a este tema. Mas o que resume toda esta parafernália de termos técnicos e materiais inovadores é a certeza de que as manufaturas, apesar do seu lado conservador, nunca deixarão de desenvolver os seus relógios e de procurar novas e melhores formas de os construir. E isso incluirá sempre a procura de novos materiais, seja para dominar um aspeto técnico ou apenas para melhorar o lado estético de um qualquer modelo. O futuro da alta-relojoaria mecânica é definitivamente high tech! 117