+ Entrevista: É hora de mudar + Autopeças: GT Califórnia e Serie estruturais de alumínio 7 usam componentes Rima migra para o alumínio + Na linha de montagem: Novelis e Alcoa fornecem soluções customizadas para porta e carroceria dos modelos Honda nacionaliza pistão da BMW e Ferrari, respectivamente + Mercado: Consumo de alumínio é recorde + Lançamentos: Alumínio de luxo + Transporte: Varejo resiste à crise As soluções de alumínio de duas líderes de mercado – Alcoa e Novelis – rodam hoje nos últimos e mais cobiçados lançamentos das vitrines automotivas: respectivamente, o GT Califórnia, cupêconversível da Ferrari, e o Serie 7 da BMW, o sedã mais luxuoso da marca alemã. Trabalhando conjuntamente, montadoras e fornecedoras, cada uma em seu projeto, optaram pelo alumínio para desenvolver painéis de fechamento e estruturas resistentes e leves, com etapas operacionais reduzidas e menor volume de peças. A Novelis é a principal fornecedora de chapas de alumínio para o Serie 7 da BMW, a primeira empresa automotiva a utilizar, em escala comercial, materiais obtidos pelo Fusion™. Esta tecnologia permite que ligas de alumínio com propriedades diferentes possam ser simultaneamente fundidas em um único lingote para laminação, substituindo a etapa de caldeamento mecânico (roll bonding) empregada no processo convencional para obtenção de chapas tipo clad. (Para maiores detalhes sobre o Fusion, clique aqui). No novo BMW Serie 7, chapas obtidas pela tecnologia Fusion™ são utilizadas na fabricação da parte interior das portas do veículo. Para satisfazer as exigências a que o material é submetido no processo de fabricação da porta bem como durante a utilização do veículo, a Novelis optou por utilizar uma chapa Fusion™ com uma liga Al-1Mg na superfície e outra Al-5,7Mg no núcleo. Chapa interna da porta do BMW Serie 7 foi feita a partir da união metalúrgica perfeita de ligas com propriedades distintas Resultado: “A AF350, nome comercial da chapa Fusion utilizada no interior das portas do BMW série 7, oferece uma ótima combinação de propriedades: excelente formabilidade aliada à elevada resistência a corrosão, apresentando ainda uma superfície propícia ao processo de adesivagem” explica Mario Allet, gerente de desenvolvimento do Fusion™ da Novelis Inc. Além de um design mais eficiente do que o obtido por meio de uma peça feita com uma chapa convencional de alumínio, o uso de chapas Fusion™ no BMW Serie 7 representa uma redução expressiva dos custos de operação da montadora, por permitir a fabricação do interior da porta em uma única peça, eliminando etapas onerosas como montagem e estampagens diversas. “Sem o Fusion™, isto é, se fossem utilizadas chapas de alumínio de apenas uma liga, a fabricação deste componente teria demandado montagens de peças múltiplas” diz Allet. A redução do número de componentes também beneficiou os consumidores do veículo, já que as portas do carro ficaram mais leves, permitindo melhor manuseio, desempenho e economia de combustível, além de maior resistência à corrosão. Resultados acrescidos ainda pelo uso intensivo do alumínio, na forma de chapas convencionais (de apenas uma liga), no teto, nas portas, no capô, nos painéis laterais e em alguns reforços estruturais do veículo. Por todas essas vantagens, o uso do alumínio deve virar tendência na BMW. “Desenvolvimentos adicionais para muitos outros componentes estão em andamento”, comenta Allet. Ferrari: carroceria leve e resistente A Ferrari também apostou no alumínio para produzir o chassi, a carroceria e a capota retrátil do modelo GT California, o novo cupê-conversível da tradicional marca italiana. O uso do metal leve na estrutura resistente do carro resultou num spaceframe com apenas 241 kg, o que permitiu, segundo a Alcoa, a melhora de desempenho e a diminuição do peso do veículo, com economia de combustível e baixa emissão de gases causadores do efeito estufa. Para a montadora, o alumínio também trouxe vantagens financeiras, já que tornou possível a diminuição do número total de componentes da estrutura, reduzindo custos e operações na fabricação do veículo. Assinado por um alto executivo da Alcoa Rodas e Produtos de Transportes, o design do spaceframe em alumínio do cupê tem como filosofia o mix de materiais (alumínio laminado, fundido, extrudado e alguns poucos componentes em aço), a modularidade da estrutura e o uso de componentes principais, estratégicos. Para transformar filosofia em carroceria, os engenheiros se valeram de processos de solda robótica, adesivos estruturais e rebites variados. Abaixo, veja tabela com as proporções dos processos e componentes utilizados. A preocupação com redução do consumo de combustível da Ferrari fez com que a busca pelo baixo peso fosse, de fato, uma prioridade. O motor do GT California consome 13,2 litros/100 km, uma vantagem em relação aos modelos Porsche 911 Turbo Cabrio (13,7 litros/100 km) e Mercedes SL 63 AMG (13,9 litros/100 km). Esse aumento de eficiência da nova máquina da marca foi obtido também por meio da injeção direta de combustível, aperfeiçoamentos na aerodinâmica (arraste 10% menor em relação a outros modelos), faixas de velocidade, curva de binário e redução nas perdas por atrito.