INSTITUTOS NACIONAIS DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA – INCT SOLICITAÇÃO DE CONTINUIDADE DO PROJETO INCT IDENTIFICAÇÃO DO INCT NOME: Geociências da Amazônia SIGLA: GEOCIAM PROCESSO Nº: 573733/2008-2 COORDENADOR(A): Roberto Dall’Agnol REFERENTE AOS PRIMEIROS 36 MESES O INCT VEM RECEBENDO APOIO DA INSTITUIÇÃO HOSPEDEIRA? ( X) SIM ( ) NÃO Detalhar: A colaboração vem se dando por meio da participação dos dirigentes do instituto de Geociências da UFPA em atividades promovidas pelo GEOCIAM e pela liberação de espaço físico para atividades do GEOCIAM ou para a instalação de novos laboratórios (p. ex., microssonda eletrônica). A cessão de espaço físico é sempre resultado de negociações complexas, porque envolve diferentes interessados e costuma ser demorada, mas tem havido o diálogo indispensável para que as metas do INCT não sejam afetadas. Também houve colaboração por parte da Direção do Instituto de Geociências no sentido de manter sob uso exclusivo dos pesquisadores do INCT, veículo 4X4 que havia sido adquirido com recursos de projeto PRONEX anterior e serve às atividades de campo. O veículo foi transferido pelo CNPq para a instituição depois de encerrado o projeto PRONEX, mas pernanece a serviço das pesquisas do GEOCIAM. O INCT GEROU ARTICULAÇÃO COM EMPRESAS, COM OUTRAS INSTITUIÇÕES E COM OUTROS INCTs? ( X ) SIM ( ) NÃO Detalhar: O INCT GEOCIAM possui em seu quadro diversos pesquisadores vinculados à Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM – Serviço Geológico do Brasil). Seis desses profissionais possuem doutorado com temas focados na Amazônia e atuam em Belém, Manaus e Rio de Janeiro e um sétimo, que está desenvolvendo doutorado sobre a Amazônia, acaba de se vincular ao GEOCIAM. Essa presença ativa de profissionais da CPRM no GEOCIAM leva a uma forte integração e auxilia a disseminar num dos órgãos mais importantes para a geologia básica do país, os resultados obtidos pelo INCT com maior rapidez e objetividade, somados a um maior conhecimento dos dados e modelos gerados. Por outro lado, contar com tais profissionais em seu quadro representa para o GEOCIAM somar experiências daqueles que utilizam os resultados de pesquisas em produtos de uso comum para a comunidade de geociências. O GEOCIAM atua essencialmente em terrenos pré-cambrianos, onde não costumam existir depósitos de óleo e gás de valor econômico. Apesar disso, em função da qualificação e da densidade da massa crítica agregada em torno da rede, o GEOCIAM foi procurado e tem mantido contato com a PETROBRAS para buscar encontrar espaços para colaboração científica e desenvolvimento conjunto de projetos. Foram realizadas duas visitas técnicas por profissionais da Petrobras em Belém, uma em setembro de 2010 e outra em março de 2011, quando foram apresentadas as demandas existentes por parte da empresa e mostradas as linhas de pesquisa e resultados obtidos pelo GEOCIAM. Dessas visitas resultou a proposição de um projeto específico na área de sedimentologia por parte de grupo de pesquisa do GEOCIAM, o qual será financiado pela Petrobras e poderá servir de base para colaborações mais amplas no futuro. Além disso, grupos cujos temas de pesquisa são afins da área de petróleo têm recebido apoio da Agência Nacional de Petróleo (ANP) para o desenvolvimento de suas pesquisas. Pesquisadores do GEOCIAM possuem colaboração com a empresa Vale, seja para a execução de projetos, seja prestando consultorias técnicas. Além disso, pesquisadores do GEOCIAM são responsáveis pela coordenação ou desenvolvimento de diversos projetos aprovados no edital lançado pela Vale e uma associação de Fundações de Pesquisa (FAPESP, FAPEMIG e FAPESPA). Essa colaboração científica tende a se intensificar com a recente instalação em Belém do Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável que já está oferecendo novas oportunidades de parcerias para o GEOCIAM. Há, ainda, pesquisadores formados pelo GEOCIAM que atuam em pequenas e médias empresas do setor mineral, inclusive em postos de gerência. Isso está facilitando colaborações com essas empresas e as perspectivas são de que venham a se intensificar no futuro. Em termos de colaboração com outros INCTs ou redes de pesquisa, o Geociam, representado por seu coordenador, participou em Santarém (PA) no período de 20 a 21 de março de 2009 da XXIII Reunião do Comitê Científico Internacional do Programa de Grande Escala Biosfera-Atmosfera na Amazonia (LBA) com a participação de seis INCTs da Amazônia (Mudanças Climáticas, Serviços Ambientais, Geociências da Amazônia, Biodiversidade e uso da terra na Amazônia, Biodiversidade da Amazônia, Adaptação da biota aquática na Amazônia). Na ocasião foram avaliadas as perspectivas de integração entre os mesmos e o LBA. Como desdobramento, a coordenação do LBA programou um evento para agosto de 2012, no qual irá reunir diversas instituições e redes de pesquisa, incluídos os INCTs atuantes na Amazônia e, por decorrência, o GEOCIAM. Isso abre novas perspectivas de futura cooperação. O Geociam manteve em março de 2010 contatos com o Prof. Reinhardt Adolfo Fuck, coordenador do INCT de Estudos Tectônicos, com sede na UnB. Foram então discutidas possíveis ações conjuntas entre os dois INCTs, inclusive com a avaliação preliminar de um projeto conjunto visando a investigar a estrutura da crosta profunda na região de Carajás. O referido projeto permanece uma intenção para o futuro e poderá vir a ser articulado com o Instituto Tecnológico Vale (Mineração e Desenvolvimento Sustentável). O Geociam tem acompanhado de modo indireto, a partir de pesquisadores do IG-UFPA vinculados ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Técnicas Analíticas Aplicadas a Exploração de Petróleo e Gás (INCT-PETROTEC) a evolução daquele instituto. O referido instituto se articula com a rede Geochronos, responsável pela instalação do equipamento ICP-MS-LA no Laboratório de Geologia Isotópica do IG/UFPA. Como este laboratório possui papel fundamental nas atividades de pesquisa do Geociam, existe interesse mútuo nos avanços obtidos nesta área. Além disso, somando-se ao Laboratório de Geologia Isotópica do IG-UFPA (Pará-Iso), diversos laboratórios vinculados aquele INCT (IG-UNB, IG-UFRGS, IG-USP) têm dado apoio analítico para pesquisas em execução pelo GEOCIAM. 1. DETALHAR A CONECTIVIDADE QUE O INCT VEM CONSEGUINDO GERAR COM O AMBIENTE INTERNACIONAL: A criação do Geociam permitiu um notável fortalecimento das ações de colaboração científica internacional dos principais grupos que o constituem. O selo de excelência dado pelo programa dos INCTs, aliada à disponibilidade de recursos adequados para ações de interação internacional, permitiram aos grupos mais dinâmicos ampliar sua visibilidade e divulgar seus resultados de pesquisa de modo mais eficaz e abrangente. A presença regular de pesquisadores estrangeiros em visitas de curta duração em instituições participantes do INCT e em eventos apoiados pelo Geociam tem sido um dos mecanismos mais eficazes para promover a sua integração internacional. Tais pesquisadores, além de desenvolverem pesquisas conjuntas com membros do Geociam, participam em bancas de teses, ministram palestras em seminários e eventos e acompanham excursões de campo guiadas. Em contrapartida, diversos pesquisadores do Geociam têm participado de eventos internacionais como palestrantes convidados e a contribuição do Geociam em sua área de atuação tem sido cada vez mais reconhecida. Isso fica demonstrado pela liderança exercida por pesquisadores do GEOCIAM em projetos internacionais (IGCP-510, A-type granites and related rocks trough time, e IGCP-SIDA-599, The Changing Early Earth), pela participação em edição de números especiais em periódicos internacionais (Canadian Mineralogist, 2009; Journal of South American Earth Sciences, 2009; Lithos, 2012; Geological Society of London, 2012) e pela organização de eventos internacionais no Brasil (AGU Meeting 2010, Foz do Iguaçu, Agosto de 2010; VII South American Symposium on Isotope Geology, SSAGI, Brasília, Julho de 2010; Workshop do projeto IGCP-SIDA-599 programado para 2014; XIII 13th Society for Geology Applied to Mineral Deposits, SGA, Biennial Meeting, proposto para 2015). Dentre as colaborações científicas internacionais de pesquisadores do Geociam gostaríamos de destacar as seguintes: Alan Collins - University of Adelaide, Australia Anne Nedelec – Université Paul Sabatier, Toulouse, França Bruno Scaillet e Michel Pichavant - Institut des Sciences de la Terre d’Orleans, França Claude Delor e Jean-Yves Roig – Bureau de Recherches Géologiques et Minières, BRGM – Orléans, França Drew Coleman - University of North Carolina, Estados Unidos da América Edmond de Roever - Free University, Amsterdam, Holanda François Ghauthier-Lafaye - Université de Strassbourg, França Galen Halverson - McGill University, Canadá Gerardo Ramiro Matos Salinas - Universidade Mayor de San Andres, Bolivia Gilles Berger - Université de Toulouse, França Herbert Poellmann - Universidade de Halle, Alemanha Jaana Halla - Museu de História Natural da Finlândia Jean François Moyen - Université de Saint Etienne, França João Orestes Schneider Santos - University of Western Australia, Crawley, Australia. Karel Breiter – Institute of Geology, Praga, República Tcheca. Magali Ader - Université Paris Diderot, Paris, França. M. Elie - Nancy-Université, Vandoeuvre-lès-Nancy, França Mudlappa Jayananda – University of Delhi, India Narciso Cubas - Universidad Nacional Autonoma do Paraguay, Paraguai O. Tapani Rämö – University of Helsinki, Finlândia Richard Armstrong, PRISE – Australian National University, Canberra, Australia Stephen Bowden – Universidade de Aberdeen, Escócia, Reino Unido. 2. INFORMAR ACORDOS DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL: Embora não representem propriamente acordos, cabe registrar os projetos IGCP-510 (International Geological Correlation Program, IUGS-UNESCO) e IGCP-SIDA-599 (Swedish International Development Cooperation Agency – SIDA), The Early Changing Earth, como importantes projetos para atuação do GEOCIAM e integração internacional de seus pesquisadores. CITAR CINCO METAS IMPORTANTES DO INCT E SE AS MESMAS FORAM OU NÃO ATINGIDAS: 1 - Terrenos Arqueanos da Província Mineral de Carajás e suas séries granitóides Das seis atividades previstas, quatro tiveram 100% de execução, uma 90% e outra 70%. 2 - Associações vulcano-plutônicas da Província Tapajós e das Regiões Xingu-Iriri, Juruena-Teles Pires e Trombetas-Mapuera e mineralizações associadas Das sete atividades previstas, quatro tiveram 100% de execução, e as demais 90%, 70% e 50%. 3 - Cinturões Paraguai e Araguaia Das sete atividades previstas, quatro tiveram 100% de execução, uma 80%, e as demais 60% e 30%. 4 - Paleomagnetismo de unidades proterozóicas do Cráton Amazônico e Cinturão Paraguai: Implicações para a migração dos paleocontinentes As quatro atividades previstas tiveram 100% de execução. 5 - Metalogênese de depósitos cupro-auríferos da Província Mineral de Carajás Das cinco atividades previstas, quatro tiveram 100% de execução e uma 80%. Ver informações detalhadas no relatório do triênio 2009 – 2011. JUSTIFICATIVA DA PROPOSTA (CONTINUIDADE) Período: Janeiro de 2013 a dezembro de 2014 Ver proposta financeira, incluindo bolsas, no Anexo A. JUSTIFICAR A CONTINUIDADE DO INCT E AS ATIVIDADES QUE SERÃO EXECUTADAS BASEADO NA CONTRIBUIÇÃO DO MESMO DENTRO DOS QUATRO EIXOS NORTEADORES DO PROGRAMA: PESQUISA; FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS; TRANSFERÊNCIA DE CONHECIMENTOS PARA A SOCIEDADE; TRANSFERÊNCIA DE CONHECIMENTOS PARA O SETOR EMPRESARIAL OU PARA O GOVERNO. PESQUISA O GEOCIAM vem dando uma contribuição muito expressiva em termos de pesquisa sobre a evolução crustal, magmatismo e metalogênese do Cráton Amazônico e províncias adjacentes. Isso fica claramente demonstrado pelas publicações geradas que estão sendo divulgadas nos principais periódicos internacionais e nacionais da área. Também foi conseguido um bom nível de integração entre instituições participantes e grupos de pesquisa. O INCT está contribuindo para ampliar o conhecimento sobre a Amazônia com base em pesquisas desenvolvidas majoritariamente no país, embora contando com colaborações do exterior. As contribuições científicas do GEOCIAM, além de abordarem regiões extremamente carentes de informação científica, são relevantes para avanços teóricos nos temas de sua atuação e, portanto, despertam amplo interesse. As pesquisas realizadas, embora voltadas para o conhecimento básico, são de grande utilidade para o setor mineral, um dos ramos mais dinâmicos da economia da Amazônia, em particular da sua porção oriental, e que contribui amplamente para o saldo positivo da balança de divisas regional. Prosseguir esse esforço representa não só manter o que já foi conseguido, mas certamente ampliar e aprofundar as pesquisas em desenvolvimento, com reflexos positivos para o conhecimento geológico da Amazônia. FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS O GEOCIAM no decorrer de 2011 contou com a participação de 57 pesquisadores doutores, responsáveis pela supervisão e orientação de 5 pós-doutorandos, 21 doutorandos, 66 mestrandos e mais de uma centena de graduandos. Ao todo, a equipe do GEOCIAM contou no decorrer de 2011 com cerca de duzentos e setenta pesquisadores. Foram concluídas no triênio 2009-2011 treze teses e trinta e quatro dissertações, bem como quase duas centenas de pesquisas de IC e TCC. Houve expansão na formação em diferentes níveis ao longo do triênio. O GEOCIAM tem, ainda, estimulado notavelmente o intercâmbio entre instituições participantes. Por exemplo: graduados da Faculdade de Geologia de Marabá estão cursando mestrado no Programa de Geologia e Geoquímica (PPGG, Belém) da UFPA e começam a se interessar por outras instituições; mestres da UFMT estão desenvolvendo doutorado neste mesmo programa; mestre, formada no PPGG, está inscrita no doutorado do IGE-UNICAMP; doutor formado nesta última instituição está desenvolvendo pós-doutorado no IG-USP. Em todos os casos, o vínculo da pesquisa com o GEOCIAM está sendo mantido. Os encontros entre grupos de pesquisa do GEOCIAM estimulam este tipo de intercâmbio que contribui para reduzir a endogenia. Os pesquisadores formados em diferentes níveis (pós-doutorado, doutorado, mestrado, IC e similares) estão, em sua grande maioria, sendo fixados na região Amazônica ou continuam desenvolvendo pesquisas sobre a região. Portanto, o GEOCIAM contribui para aumentar a massa crítica disponível e a qualidade e quantidade de pesquisas geológicas sobre a Amazônia e, com isso, atenuar os efeitos negativos das desigualdades regionais no país. Finalmente, o GEOCIAM obteve a concessão de um número expressivo de bolsas do Programa Ciências sem Fronteiras e isso deverá contribuir para a inserção internacional de seus graduandos e pós-graduandos. Os pontos mencionados acima justificam inteiramente a continuidade do projeto e a manutenção dos investimentos feitos até o momento. TRANSFERÊNCIA DE CONHECIMENTOS PARA A SOCIEDADE O GEOCIAM tem feito contribuições expressivas nessa área por meio de ações vinculadas aos Museus de Geociências do IG-UFPA e da UFMT. Tais ações incluem ciclos de palestras sobre Geociências em escolas de segundo grau, visitas guiadas de estudantes de ensino básico, médio e superior ao Museu de Geociências do IG-UFPA e atividades em eventos da área (stands, exposições, vídeos, cursos, etc). Também tem sido feita disseminação do conhecimento por meio de matérias de divulgação científica. Um exemplo é a publicação na Revista Pesquisa FAPESP Online (Edição 174, agosto de 2010, Anexo 4) de artigo sobre o vulcanismo paleoproterozóico na Amazônia, com base em pesquisas desenvolvidas pelo grupo do IG-USP, coordenado pelo Prof. Caetano Juliani. O Grupo PET (Programa de Educação Tutorial – CAPES) do curso de Geologia da UFMT tem organizado atividades anuais durante a Semana Nacional de C&T e palestras e oficinas sobre temas de Geociências com escolas de ensino médio, tanto em Cuiabá, quanto no interior do Mato Grosso. Foi elaborado um folder contendo as principais informações sobre o Geociam e suas atividades, distribuído em eventos da área e para a comunidade de Geociências em geral. Para a continuidade do projeto, já estão programados para 2012 e anos subsequentes, dois novos projetos voltados para a disseminação do conhecimento científico: Projetos Despertando Talentos e Saberes Geológicos. Tais projetos irão ampliar expressivamente as ações do GEOCIAM em difusão científica e educação em Geociências e deverão intensificar a atuação nessa área. TRANSFERÊNCIA DE CONHECIMENTOS PARA O SETOR EMPRESARIAL OU PARA O GOVERNO O GEOCIAM mantém colaboração direta com a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM – Serviço Geológico do Brasil) e sete profissionais dessa empresa, seis deles com doutorado concluído e um em andamento, atuam no INCT. Há a perspectiva de outros profissionais da empresa virem a atuar no Geociam, seja como pesquisadores, seja como pós-graduandos. Essa integração é, sem dúvida, a melhor forma de disseminar na CPRM, e daí para toda a comunidade de Geociências para a qual a empresa presta serviços, as informações científicas geradas pelo INCT. Existe, ainda, a utilização comum de equipamentos e facilidades laboratoriais que reduz custo e otimiza a capacitação instalada existente. Essa prática é válida para a CPRM, mas também para diversas outras empresas, órgãos públicos e instituições, pois os laboratórios sob coordenação dos grupos de pesquisa do GEOCIAM atuam efetivamente como laboratórios multi-usuários. Numa região com massa crítica e capacidade laboratorial limitadas, dispor de acesso a laboratórios de qualidade pode ser decisivo para o crescimento e afirmação de novos empreendimentos. Apesar de atuar essencialmente em terrenos pré-cambrianos, onde não costumam existir depósitos de óleo e gás de valor econômico, o GEOCIAM tem mantido contato com a PETROBRAS para colaboração científica e desenvolvimento conjunto de projetos. Foram realizadas duas visitas técnicas por profissionais da Petrobras em Belém, e foi estruturado projeto específico na área de sedimentologia por parte de pesquisador do GEOCIAM, o qual será financiado pela Petrobras e poderá servir de base para colaborações mais amplas no futuro. Além disso, grupos cujos temas de pesquisa são afins da área de petróleo têm recebido apoio da Agência Nacional de Petróleo (ANP) para o desenvolvimento de suas pesquisas. Pesquisadores do GEOCIAM possuem colaboração com a empresa Vale, seja para a execução de projetos, seja prestando consultorias técnicas. Além disso, coordenam diversos projetos aprovados no edital lançado pela Vale e uma associação de Fundações de Pesquisa (FAPESP, FAPEMIG e FAPESPA). Essa colaboração científica tende a se intensificar com a recente instalação em Belém do Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável que oferece novas oportunidades de parcerias para o GEOCIAM. Há, ainda, pesquisadores formados pelo GEOCIAM que atuam em pequenas e médias empresas do setor mineral, inclusive em postos de gerência. Isso deverá facilitar futuras colaborações com essas empresas. Uma das políticas públicas mais relevantes para o país e a Amazônia em particular é a de expansão das universidades públicas com a sua crescente interiorização. Outra meta política continuamente ressaltada no planejamento nacional é a de redução das desigualdades regionais. O GEOCIAM, por ser uma rede de pesquisa voltada para a qualificação de recursos humanos aptos a atuar em Geociências na região amazônica, está contribuindo para formar massa crítica que está se disseminando e fixando na região amazônica, muitas vezes no interior da mesma. Portanto, o GEOCIAM está colaborando para atingir as duas metas citadas e, ao mesmo tempo, para disseminar conhecimento científico em instituições públicas formadoras de recursos humanos. QUAIS AS SUAS EXPECTATIVAS PARA A CONTINUIDADE DO INCT? O GEOCIAM atingiu uma grande maturidade pelas experiências de pesquisa em rede acumuladas pelos grupos que o constituem ao longo de mais de uma década. Os resultados obtidos até o momento são muito relevantes e consolidam o papel do INCT de se constituir em referência para as pesquisas em Geociências na Amazônia, conforme estabelecido em sua missão. O GEOCIAM obteve grande espaço a nível internacional, gerou contribuições científicas expressivas e se destacou na formação de recursos humanos. Está auxiliando na fixação dos pesquisadores formados na região Amazônica. A continuidade do projeto deverá permitir a plena consolidação da capacidade laboratorial do INCT, com o funcionamento em rotina no Laboratório de Geologia Isotópica do ICPMS a Laser e do Espectrometro de massa TIMS, assim como com a consolidação das facilidades laboratoriais para micro-análises com a instalação em rotina de microssonda eletrônica e de novo microscópio eletrônico de varredura, este previsto no orçamento da extensão do projeto. A aquisição de espectrômetro de reflexão também permitirá grandes avanços nas pesquisas sobre depósitos minerais e abre perspectivas de transferência de tecnologia para emrpesas. Mantido o aporte de recursos e atendidas as demandas do GEOCIAM, as expectativas são de que consiga ao longo do triênio 2012 – 2014 ampliar a geração de dados, com reflexos imediatos na produção científica e na formação de recursos humanos que deverão crescer no período em relação ao triênio anterior. A maior integração entre os grupos de pesquisa conseguida ao longo do primeiro triênio e a crescente abertura para o exterior deverão fortalecer as pesquisas em colaboração e combater quaisquer resquícios de endogenia. PROJETO DE PESQUISA SERÁ ACRESCIDO NOVO OBJETIVO AO INCT? ( ) SIM ( X ) NÃO Em caso positivo detalhar: SERÃO ACRESCIDAS NOVAS METAS AO INCT? ( X ) SIM ( ) NÃO Em caso positivo detalhar: Foram acrescentadas novas metas laboratoriais e de equipamentos analíticos de uso no campo. Pretende-se ampliar a capacitação analítica do INCT por meio da aquisição de microscópio eletrônico de varredura que permitirá o pleno funcionamento de laboratório de micro-análises na instituição séde do projeto. Esse novo equipamento permitirá o pleno atendimento de demandas do GEOCIAM em prazo mais curto. Também está sendo solicitada a aquisição de um espectroradiômetro portátil de alta resolução para análise no campo de amostras de rocha, minerais, solo e vegetação que permitirá maior precisão e rapidez na obtenção de informações de campo, em particular sobre zonas de alteração hidrotermal de interesse metalogenético. COMO MELHORAR EVENTUAIS PROBLEMAS E/OU DIFICULDADES ENCONTRADOS NA EXECUÇÃO DO PROJETO? Um dos problemas enfrentados a partir de 2010 foi o não cumprimento por parte da FAPESPA do cronograma de liberação de recursos previsto. Apenas um terço dos recursos aprovados foi efetivamente liberado. Esse é um problema cuja solução transcende o GEOCIAM e se situa na esfera da administração pública do estado do Pará. Seria extremamente importante que a FAPESPA liberasse os recursos previstos e, com isso, permitisse que o INCT atendesse diversas demandas sacrificadas em função da descontinuidade de aporte financeiro pela fundação. Pensamos que os compromissos assumidos devem ser honrados sob pena de desacreditar a nossa jovem fundação diante dos pesquisadores e das agências de fomento, suas parceiras nas ações de financiamento da pesquisa. Outro aspecto negativo diz respeito às dificuldades enfrentadas para obter autorização para eventuais mudanças na aplicação dos recursos alocados pelo CNPq para a execução do projeto. Projetos em rede com o porte do INCT GEOCIAM não podem ser inteiramente previstos em termos de suas necessidades e ajustes são uma realidade permanente e, portanto, deveriam ser mais facilmente concretizáveis. Recentemente foi possível situar com mais precisão onde se situavam os entraves administrativos e esperamos a partir de agora poder receber respostas mais ágeis para nossas solicitações. O fato de os contatos com o CNPq para demandas orçamentárias terem se dado, em sua maioria, de modo indireto, com a interveniência dos técnicos da FADESP, responsável pela administração financeira do convênio, reduziram aparentemente a eficiência do processo. Pretendemos no futuro discutir nossas demandas diretamente com os técnicos do CNPq, ainda que efetuando o seu encaminhamento formal por meio da fundação. A necessidade de maior integração entre os grupos de pesquisa do GEOCIAM, registrada no início do triênio anterior, foi enfrentada e foram conseguidos avanços importantes com a realização de encontros de pesquisa temáticos, reunindo grupos que desenvolvem pesquisas em torno de temas específicos. Foi realizado um primeiro encontro no final de 2011 e estão planejados outros dois para 2012 e 2013. Essa dinâmica, associada com o intercâmbio de pós-graduandos e atuação em colaboração de pesquisadores de diferentes grupos deve permitir manter e intensificar uma efetiva interação entre eles. EQUIPE A COMPOSIÇÃO DA EQUIPE SERÁ ALTERADA? ( ) SIM ( X ) NÃO Em caso positivo detalhar as alterações: A equipe poderá sofrer pequenas alterações, como vem ocorrendo desde o início do projeto, mas ela deverá manter a base inicial sem modificações de monta. HAVERÁ A INCLUSÃO OU EXCLUSÃO DE INSTITUIÇÕES E/OU EMPRESAS? ( ) SIM ( X ) NÃO Em caso positivo registrar e indicar o número: Instituição de Ensino e/ou Pesquisa ( ) Inclusão ( ) Exclusão Justificar: Empresas ( ) Inclusão ( ) Exclusão Justificar: CONSIDERAÇÕES FINAIS COMENTAR OUTROS ASPECTOS RELEVANTES A CONTINUIDADE DO PROJETO PARA O DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO, TECNOLÓGICO E/OU SOCIAL, INCLUINDO A APLICABILIDADE DE SEUS RESULTADOS PARA A SOCIEDADE: Entre os principais argumentos apresentados para justificar a continuidade do projeto podemos destacar: 1. A qualidade da pesquisa desenvolvida pelo GEOCIAM refletida nas suas publicações. 2. A extensa e efetiva rede de colaboração nacional e internacional formada pelo INCT. 3. O fato de o GEOCIAM se caracterizar como uma rede de pesquisa voltada para a Amazônia e destinada a ampliar em curto prazo o conhecimento científico sobre a mesma. 4. A formação de recursos humanos é um dos pontos de destaque da atuação do GEOCIAM e tem sido acompanhada de intercâmbio de pesquisadores entre instituições participantes e fixação de jovens doutores na região amazônica. Esse é um resultado altamente relevante que deve ter continuidade. 5. O GEOCIAM possui uma forte e efetiva colaboração com empresas ligadas ao setor mineral como CPRM, Petrobras, Vale e diversas pequenas e médias empresas. 6. Embora o projeto do GEOCIAM seja voltado dominantemente para gerar conhecimento básico, sabe-se que dispor de informações consistente sobre a geologia de áreas de interesse para a exploração mineral é um fator decisivo na alocação de recursos para prospecção mineral por parte de companhias mineiras. O GEOCIAM contribui, portanto, para atrair investimentos do setor mineral para exploração mineral na Amazônia. 7. O INCT tem ampliado sua atuação em disseminação do conhecimento e educação em ciências e deve prosseguir nessa direção no período vindouro. A crescente integração com o ensino fundamental e médio e a busca de ações voltadas para municípios com importante atividade mineral deverão permitir um salto qualitativo importante na atuação do GEOCIAM nessas linhas. 8. Ao procurar decifrar como se deu a evolução do Cráton Amazônico, os pesquisadores do GEOCIAM estão se propondo a contribuir para escrever a História da Amazônia nos seus primórdios, muito antes da chegada do homem. Permitir que pesquisadores brasileiros ou estrangeiros radicados no país, grande parte deles vivendo na região, possam liderar esse processo e, ao mesmo tempo, aumentar a capacitação existente, é extremamente relevante para a Nação. LOCAL E DATA: Belém, 27 de março de 2012. ASSINATURA: Roberto Dall’Agnol Coordenador do GEOCIAM