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Soluções sustentáveis para um protótipo de Casa Popular Eficiente
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Iniciação Científica
PUCRS
Robson Tatsch Retore1, Elinor Fernando Dalla Lana2, Priscila Terra Quesada1, Alex Pereira de
Souza, Daniel Brum Fernandes, Edvaldo Prates Gonçalves, Jaqueline Silva de Oliveira, Josiele
Antunes, Kátia Rosa Didoné, Larissa Faria da Rosa, Paulo Iberê Machado da Silva, Roger Eduardo
de Melo, Marcos Alberto Oss Vaghetti1 (orientador)
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Universidade Luterana do Brasil, ULBRA/Campus Santa Maria,RS
Resumo
Procura-se através desse trabalho de iniciação científica abordar um assunto muito estudado
no Brasil e no mundo a partir dos anos 90 (preocupação mundial com o aquecimento terrestre), que
trata das “casas ecológicas”, ou construídas com o objetivo de minimizar ao máximo o impacto no
ambiente e serem ao longo do tempo sustentáveis. Para isso, o GEPARES (Grupo de Estudos e
Pesquisas em Engenharia e Arquitetura Sustentáveis, do Curso de Arquitetura e Urbanismo da
ULBRA/Santa Maria) estabeleceu que o problema está em pesquisar as casas populares eficientes,
ou seja, casas voltadas para uma faixa mais pobre da população, que busque o aproveitamento dos
recursos naturais existentes, de forma a ter-se economia em longo prazo aliando com isso uma casa
“ecologicamente correta”, com o mínimo de impacto ambiental.
Partindo dessa premissa, a pesquisa encontra-se no Módulo 2 que visa a construção de um
protótipo de Casa Popular Eficiente, onde para isso foi necessário o estudo e a definição das
soluções sustentáveis que marcam o diferencial em relação às casas populares construídas
atualmente. Portanto, esse trabalho procura mostrar as soluções sustentáveis que foram definidas
para o protótipo a partir dos estudos teóricos realizados no Módulo 1 (pesquisa bibliográfica) da
pesquisa. Soluções essas que vão desde a definição do piso, paredes, forro, cobertura e
revestimentos, até o aproveitamento da água da chuva e o aquecimento solar da água para uso na
casa.
Introdução
Com a crise social e ambiental emergente nos dias atuais, deve-se repensar a qualidade de
vida nos centros urbanos, onde estão concentrados cerca de 75% do contingente habitacional
(Censo Demográfico do IBGE em 2005). O déficit habitacional no Brasil em 2005 era de 13,2%
(Censo Demográfico do IBGE em 2005) e estima-se que com o crescimento das cidades e o
aumento da expectativa média de vida do brasileiro, esses índices possam crescer
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consideravelmente nos próximos 20 ou 30 anos, gerando um impacto ambiental significativo. A
partir desses números, coloca-se a importância de se estudar alternativas de habitações populares
que visem, além de contribuir para a diminuição do quadro de moradias no país e a melhoria das
condições de vida das populações de baixa renda, o aproveitamento dos recursos ambientais
disponíveis, possibilitando o desenvolvimento de um ambiente saudável, economicamente viável
e ecologicamente correto.
Assim, o objetivo principal da pesquisa é de construir um protótipo de uma Casa Popular
Eficiente, contemplando soluções que permitam levar em consideração o aproveitamento dos
recursos ambientais disponíveis (energia solar, vento, águas da chuva, solo e vegetação),
consistindo assim em uma alternativa para moradia de baixa renda.
Metodologia
A metodologia utilizada para atingir o objetivo principal é a investigação experimental,
através de uma abordagem quali-quantitativa, buscando por meio da análise das informações e dos
resultados práticos obtidos na construção do protótipo, condições para a efetivação das metas
iniciais propostas. As soluções sustentáveis que foram definidas e serão relatadas sucintamente
nesse trabalho compõem os referenciais para a elaboração do Projeto Arquitetônico do protótipo da
“Casa Popular Eficiente”.
Resultados
Considerou-se para o estudo e definição das soluções sustentáveis para o protótipo, alguns
componentes essenciais para a construção de uma casa eficiente no que diz respeito aos
parâmetros básicos que precisam ser definidos para a elaboração do Anteprojeto e posteriormente
do Projeto Arquitetônico, que são:
a) Piso: a partir dos estudos realizados para a definição dos materiais que comporão o piso
do protótipo, foi definido o tijolo maciço ecológico de solo cimento para a maioria dos cômodos
da casa, especialmente em função da tecnologia que será utilizada para o sistema construtivo com
tijolos ecológicos solo cimento;
b) Paredes: entre os materiais estudados, ficou definido a partir do sistema construtivo
escolhido, utilizar alvenarias com tijolos de solo cimento vazados para acomodação dos
eletrodutos do elétrico/telefônico, para a passagem da canalização do hidráulico, bem como para
possibilitar as amarrações das colunas de reforço do estrutural;
c) Forro: entre as possibilidades estudadas, verificou-se que o melhor sistema de forro será
aquele constituído de painéis OSB (Oriented Strand Board), visando o impacto ambiental
reduzido devido a não utilização de árvores adultas na sua fabricação bem como de utilizar
matéria-prima proveniente de florestas geridas de forma sustentável;
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d) Cobertura: poderia ser utilizado para a cobertura um sistema comum de telhas
onduladas de fibrocimento. Mas, para levar em consideração materiais sustentáveis, optou-se por
utilizar um sistema de telhas também onduladas produzidas a partir da reciclagem do
polietileno/alumínio presentes nas embalagens longa vida da Tetra Pak, possibilitando melhor
aproveitamento desses materiais e evitando sua disposição em lixões e aterros sanitários;
e) Revestimentos: pretende-se deixar a alvenaria em tijolos à vista, e, para isso, as paredes
irão necessitar de impermeabilizantes e tintas ecológicas. As tintas de terra são feitas em 15
tonalidades, um resultado da mistura de terras com cores diferentes, sendo seu principal
componente a terra crua. O impermeabilizante ecológico é um produto desenvolvido com alta
resistência, o seu filme forma uma película brilhante e lisa, evitando a formação de limo, a
penetração de umidade e o acúmulo de sujeira.
f) Aproveitamento da água da chuva: será construído um conjunto de dispositivos,
constituído de reservatórios, encanamento, filtros e calhas para que seja possível fazer a reserva da
água da chuva para aproveitamento especialmente no vaso sanitário, na irrigação dos jardins e na
lavagem de calçadas e demais utilizações externas;
g) Aquecimento solar da água: para esse fim, será construído um sistema, a partir da
instalação de um aquecedor solar composto de embalagens descartáveis, que permita o
aproveitamento de água quente para o banho, reduzindo sensivelmente o consumo de energia
elétrica da casa;
Conclusão
Pretende-se, a partir da elaboração do Projeto Arquitetônico e Projetos Complementares
definidos em função das soluções sustentáveis previamente e sucintamente relatadas nesse
trabalho, construir um protótipo de “Casa Popular Eficiente”, primeiramente em uma área do
campus da ULBRA/SM e, posteriormente, em uma área de interesse social no município de Santa
Maria, contando com a parceria da Prefeitura Municipal e também da Universidade Federal de
Santa Maria (UFSM).
Referências consultadas
BRAGA, Benedito et al. Introdução à Engenharia Ambiental. 2ª Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
BUSON, M. A. Autoconstrução com tijolos prensados de solo estabilizado. Brasília: Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da UNB, 2007.
COLETÂNEA HABITARE. Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (ANTAC).
Construção e Meio Ambiente. Coleção Habitare, v.7. Porto Alegre: ANTAC, 2006.
MASCARÓ, J.L.; MASCARÓ L. Incidência das variáveis projetivas e de construção no consumo
energético dos edifícios. Porto Alegre: Luzzato, 1992.
ROAF, Susan; FUENTES, Manuel; THOMAS, Stephanie. Ecohouse: a casa ambientalmente sustentável.
Tradução Alexandre Salvaterra. 2ª Ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.
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