European Journal of
EDUCATION
RESEARCH, DEVELOPMENT AND POLICIES
Editado por
European Institute of Education and Social Policy (EIESP)
Aprender a viver em conjunto,
uma Utopia necessária
Dez anos após o relatório da Comissão Internacional
sobre a Educação para o Século XXI
Educação: Um Tesouro a Descobrir
Fundação Calouste Gulbenkian
Av. de Berna 45A | 1067-001 Lisboa
tel. 217 823 000
www.gulbenkian.pt
Quinta-feira, 21 de Junho, 2007
Fundação Calouste Gulbenkian | Auditório 2
“…A Educação desempenha um papel fundamental no desenvolvimento pessoal e social. A Comissão
considera que a Educação não é uma cura milagrosa ou uma formula mágica, que abre as portas a um
mundo no qual todos os ideais serão alcançados, mas como um dos principais meios, ao nosso dispor,
para promover um desenvolvimento humano mais harmonioso e, assim, reduzir a pobreza, a exclusão, a
ignorância, a opressão e a guerra…
A Comissão considera que, embora a educação seja um processo contínuo de melhoria dos
conhecimentos e aptidões, é igualmente - e talvez, em primeiro lugar - um meio excepcional para alcançar
o desenvolvimento pessoal e para construir relações entre indivíduos, grupos e nações… Os membros
da Comissão gostariam de salientar o papel chave da UNESCO, um papel que decorre directamente
dos ideias sobre os quais a UNESCO foi fundada, nomeadamente a esperança num mundo onde se
viva melhor, onde as pessoas aprendam a respeitar os direitos das mulheres e dos homens, onde exista
compreensão mútua e onde se utilizem os avanços no conhecimento para promover o desenvolvimento
humano, e não para criar mais divisões entre os seres humanos.
“ Comissão tem vindo a enfatizar um dos quatro pilares, que propõe e descreve como sendo as bases
para a educação: aprender a vivermos juntos, através de uma maior compreensão sobre o outro e a sua
história, tradições e valores espirituais e, sobre este alicerce, criar um novo espírito que, orientado pelo
reconhecimento da nossa interdependência mútua e por uma análise conjunta sobre os riscos e desafios
do futuro, possa conduzir as pessoas a pôr em prática projectos comuns ou gerir os conflitos inevitáveis,
de um modo inteligente de pacífico. É uma utopia, pensarão alguns, mas é uma Utopia necessária, mesmo
crucial, se quisermos sair de um perigoso ciclo alimentado pelo cinismo e pela resignação.”
Extracto da Introdução do livro Educação: Um Tesouro a Descobrir
Após dez anos, estas noções chave parecem estar muito longe de serem alcançadas, de um modo
adequado. Nos dez anos que decorreram, apareceram novos conflitos e tensões, em especial no interior
dos próprios países: entre diferentes grupos económicos, étnicos e religiosos e mesmo, até certo ponto,
entre gerações. O aumento das desigualdades, a escassez de recursos, a urbanização e o aumento das
migrações originam novas tensões e reavivam as antigas. A violência, incluindo entre homens e mulheres,
rapazes e raparigas, tem sido de algum modo apaziguada, mas tem emergido com recrudescência noutras
áreas. A religião tem sido cada vez mais usada como uma justificação para o conflito – violento ou não
violento – dentro das próprias religiões e entre religiões diferentes. A maioria, incluindo os educadores,
considera que a educação constitui um meio significativo, se não mesmo fundamental, para promover a
compreensão e proporcionar as competências necessárias para uma vida em sociedade. Em que estado
se encontra a educação? Será que ela tem dado os contributos suficientes e eficazes para o progresso?
A Fundação Gulbenkian e o European Journal of Education, com o apoio e a participação da UNESCO,
associaram-se para, em conjunto, reverem as noções subjacentes, as evoluções e as orientações futuras
do “Aprender a vivermos juntos”.
Esta reunião analisará o âmbito e as expectativas do “Aprender a vivermos juntos”, tentando extrair
os ensinamentos ditados pela experiência, sobre o que os jovens sentem, necessitam e exprimem, e
quais as novas tensões e pressões que incidem sobre a aprendizagem do viver em conjunto, incluindo
as consequências das migrações e dos padrões migratórios. Através do debate sobre experiências
específicas, a reunião analisará de perto o que está a ser feito, posto de lado ou experimentado em
situações de aprendizagem, formal ou informal.
Programa
15h00 – 15h30 Sessão de Abertura
Presidente: Manuel Carmelo Rosa, Director do Serviço Educação e Bolsas
Síntese do Seminário
Alexandra Draxler, Secretária da Comissão Delors
15h30 – 16h15 Aprender a viver em conjunto: Oportunidades e desafios
Presidente: Albert Tuijnman, Economista sénior para a Educação, Banco Europeu de
Investimento
Educação para aprendermos a viver em conjunto : que lições nos dá a experiência sulafricana?
John Volmink, Professor, Cape Peninsula University of Technology, Faculdade de Educação
Um olhar para o futuro na perspectiva portuguesa
José Madureira Pinto, Professor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto
Debate
16h15 – 16h30
Intervalo para café
Aprender a viver em conjunto: Oportunidades e desafios
(Continuação)
Presidente: Eduardo Marçal Grilo, Administrador da Fundação Calouste Gulbenkian
16h30 – 18h15
Do diagnóstico à acção: a caminho de uma utopia necessária
Roberto Carneiro, Presidente do CEPCEP
Stamenka Uvalic-Trombic, Reforma para o Ensino Superior, Inovação e Certificação
de Qualidade, UNESCO
Zaghloul Morsy, ex- Editor da Prospects, revista trimestral da UNESCO
Rodolfo Stavenhagen, Relator Especial das Nações Unidas para os Direitos Humanos
dos Povos Indígenas
Eduardo Marçal Grilo: Síntese do debate e observações finais
18h30 – 19h30 Conferência
Federico Mayor, Presidente da Fundação para a Cultura da Paz e ex- Director-Geral
da UNESCO
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